ANO 5 | EDIÇÃO 5 | 2017
Crescimento do Turismo REGIÃO DO LAGO DE FURNAS E SERRA DA CANASTRA.
Estrada Real PAISAGENS, PATRIMÔNIO, GASTRONOMIA ARTE, CULTURA E FÉ.
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Rastreando o Rio Doce O AVENTUREIRO LU MARINI, APÓS UM ANO, MOSTRA A MAIOR TRAGÉDIA AMBIENTAL DE MINAS GERAIS.
Agronegócio CPAP INVESTE EM PESQUISAS. ALQUIMIAS DA SERRA DA CANASTRA.
Editorial A Revista Minas Show nesta sua 5ª edição reafirma o compromisso com o leitor de revelar os encantos, a cultura, religiosidade e tradições do mais belo e hospitaleiro Estado da Federação, Minas Gerais, de riquezas insondáveis, poesias, amores e sabores em meio a edificações centenárias de todos os estilos, onde o tempo só fez valorizar e eternizar estas riquezas sob tutela de um povo que tem a bondade e a presteza como características e todos os valores como herança de quem soube fazer progresso e história. Assim, nesta edição vamos retratar uma das maravilhas que cruza o estado de Minas Gerais, feita por escravos e bandeirantes que é a Estrada Real com toda sua representação. A principal base desta reportagem em pauta e todo mérito informativo é do Instituto Estrada Real e do Sistema FIEMG - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. A grande finalidade da Revista Minas Show é levar esta coletânea de informações a todos os cantos do Brasil para que conheçam, "in loco", esta maravilha tão significativa que é a Estrada Real, entre outras. Estas informações sobre a Estrada Real e suas reais particularidades tornaram possíveis graças aos dirigentes e coordenadores do fantástico Instituto Estrada Real que é uma iniciativa do Sistema FIEMG, especialmente, na pessoa de Lorena Sorice, Diretora do Núcleo de Promoção e Produtos, para que comunidades de 199 municípios, a grande maioria no estado de Minas Gerais, depois Rio de Janeiro e São Paulo, possam se desenvolver por meio do turismo cultural e auto-sustentável. Desde 1999, o Instituto Estrada Real promove e executa ações para diagnosticar os potenciais de cada região e prepará-las para a prática turística revelando a grande cadeia de belezas naturais e arquitetônicas que o tempo só fez valorizar. Nessa 5ª Edição, a Revista Minas Show destaca também o crescimento do turismo no Lago de Furnas e na Serra da Canastra, dois lugares privilegiados pela abundância em água e montanhas que encantam o turista. Essa matéria é um convite ao leitor para que conheça essa região que possui muitos atrativos e que está se preparando cada dia mais para receber seus turistas. A Revista Minas Show tem como finalidade retratar o legado que Minas Gerais representa no Brasil. É de grande satisfação para nós, equipe Minas Show, que o leitor reconheça e passe para frente, conte adiante, todo proveito tirado da revista. Que a cada edição possamos fortalecer mais e mais os laços de ligação e parceria com nossos leitores, colaboradores e anunciantes.
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HISTÓRIA
Usina Hidrelétrica de
Furnas
PARQUE GERADOR A Usina Hidrelétrica de Furnas foi um grande marco histórico na produção de energia elétrica da Região Sudeste, sendo a primeira usina construída pela Furnas Centrais Elétricas, da qual herdou o nome. A barragem está localizada no curso médio do Rio Grande, no trecho denominado 'Corredeiras das Furnas', entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória, em 06
Minas Gerais. Sua imponente construção começou em Julho de 1958, tendo a primeira unidade entrado em operação em Setembro de 1963 e a sexta, em Julho de 1965. No início da década de 70, foi iniciada sua ampliação para a instalação das sétima e oitava unidades, totalizando 1.216 MW, o que colocou a obra entre uma das maiores da América Latina. A
localização privilegiada da usina (500 km do Rio de Janeiro, 400 km de São Paulo e 300 de Belo Horizonte), permitiu que se evitasse, em meados da década de 60, um grande colapso energético no Brasil, evitando o racionamento e o corte no fornecimento de energia elétrica ao Parque Industrial Brasileiro. A potência prevista no início da construção correspondia a 1/3 do total instalado no Brasil.
HISTÓRIA A Usina de Furnas, além de se constituir em um marco de instalações de grandes hidrelétricas no Brasil, possibilitou a regularização do Rio Grande e a construção de mais oito usinas, aproveitando, integralmente, um potencial de mais de 6.000 MW instalados. Furnas conta hoje, com um complexo de 17 usinas hidrelétricas e 2 termelétricas totalizando uma potência nominal de 12.621.42 MW.
todo sistema, utilizando sistemas computacionais de tempo real (SOL), e tecnologias de última geração. Os centros de operação regionais têm como principais encargos a coordenação de manobras e a normalização do sistema elétrico após eventuais perturbações. São quatro centros: - Centro Regional de Minas, localizado na Usina Hidrelétrica de Furnas, em cuja área de
O Centro de Operação do Sistema e o Centro de Supervisão de Te l e c o m u n i c a ç õ e s e s t ã o localizados na cidade do Rio de Janeiro. CURIOSIDADE Conta-se que naquele distante ano de 1958 quando deram início às obras da Usina de Furnas, podia se ouvir pelos labirintos da grande construção aquela voz única de um certo torneiro mecânico, vindo da cidade de Caratinga, que mais tarde
SISTEMA DE TRANSMISSÃO Um conjunto de linhas de transmissão interligado a subestações, cortando várias regiões geográficas do Brasil, forma o que comumente se chama de Sistema de Transmissão. Deste sistema, mais de 20.000 km. fazem parte da rede básica de Furnas, configurada em linhas com tensões de 138, 230, 345, 500, 750 e 600 KV, que passam por oito estados e o Distrito Federal. O Sistema Furnas é supervisionado de forma geral pelo Centro de Operações do Sistema, em articulação com os Centros de Operações Regionais. Informações das mais remotas áreas regionais são transmitidas por meio de tecnologias de comunicação que levam a estes centros de operação um panorama ‘online’ completo de
responsabilidade estão incluídas todas as usinas do Rio Grande. - Centro Regional do Rio, localizado na Subestação de Jacarepaguá, cuja área de responsabilidade inclui os troncos de alimentação dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. - Centro Regional de São Paulo, localizado na Subestação de Campinas, cuja área de responsabilidade inclui os troncos de alimentação da grande São Paulo e o Sistema de Transmissão proveniente da Usina Hidrelétrica de Itaipu. - Centro Regional de Goiás, localizado na Usina Hidrelétrica de Itumbiara, cuja área de responsabilidade inclui os troncos de alimentação dos estados de Goiás, Mato Grosso, parte do Tocantins e do Distrito Federal.
tornou grande sucesso da música romântica de qualidade e que brilha até hoje pelos palcos do mundo e da vida com sua voz inconfundível e repertório impecável, Agnaldo Timóteo. Anos depois o Pinduca, carinhosamente chamado o cantor Milton Nascimento, da melhor casta musical brasileira, também trabalhou na edificação de Furnas.
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HISTÓRIA
O ACALANTO DA ABAYOMI Entre os séculos XVI e XIX, cerca de 11 milhões de escravos foram comercializados entre as Américas. O Brasil foi o país maior importador, recebeu cerca de 45% desse total, algo entre 3.9, e, 4.5 milhões de cativos. Foram 6 as principais rotas dos escravos: Serra Leoa, Costa do Ouro, Baia de Benim e Baia de Biafra, Congo, Angola e Moçambique. No Brasil, a princípio, foram para o estado da Bahia e a Região Sudeste. Os navios negreiros, ou tumbeiros, foi o tipo de cargueiro usado para transportar mais de 11 milhões de africanos para serem escravizados nas Américas. A grande maioria consistia de crianças à partir dos 10 anos de idade até por volta dos 25 e, mulheres jovens, grávidas ou com crianças até os 6 anos de idade. Os 80 dias em média de travessia era só sofrimento: comida à base de milho cru e meio litro de água dia por pessoa e, as mães tinham que dividir as cotas com os filhos.
Não tem como descrever o sofrimento dos escravos e, principalmente, das mães cativas nestas terríveis condições rumo ao incerto e, o pior, assistindo sem poder fazer nada, a agonia de seus filhos e de todas as crianças condenadas à morte ou à escravidão. As privações e o desespero dos pequenos e pequenas eram tantos que em certas ocasiões, onde as forças chegavam ao limite das condições humanas choravam tanto, dias e noites, que muitas delas eram atiradas vivas ao mar como represália aos outros. Assim, as mães faziam qualquer coisa para tentar amenizar tamanho sofrimento. As meninas eram mais contidas, agarradas às pernas inchadas das mães soluçavam baixinho aos solavancos das marés e estrondos das tempestades até os olhos se esbugalharem de pranto, medo, calor, pavor, sede e fome. Como recompensa e com cisma de serem atiradas ao mar, as mães rasgavam as barras de suas saias surradas, sujas e de tecidos grossos e, assim, confeccionavam de forma
literalmente rústica, pequenas bonequinhas de pano que eram chamadas de Abayomi e, que tinham a sublime missão de consolo e acalanto. Estas bonequinhas feitas de tiras de pano nos convés dos navios negreiros e nos piores momentos de desespero nas traves s ias , deram origem às famosas bonecas de pano, que aprimoradas com a cultura dos nossos invasores fizeram a alegria das meninas desde a colonização até os dias de hoje e que encantam os expositores mais simples até os das grandes magazines pelo mundo a fora. As Abayomis foram espectadoras da história. Mensageiras da esperança, afago para alma, luz a lumiar o convés de olhos tristes, compasso para a batida de corações desesperados de dor. Afago brando. Limiar de alegria incerta. ... Era assim que se dava e se fazia o acalanto da Abayomi!
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HISTÓRIA
ALTO, o jornal que Nasceu 'O POSITIVO' Com 96 anos completos em 19 de Novembro de 2016, o semanário de Piumhi é um dos mais antigos e tradicionais do interior de Minas, Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. O desempastelamento da velha tipografia comprada com a ajuda de amigos custara algumas semanas de trabalho duro ao jovem José Firmino Pereira. Tarefa que ele cumprira dividindo o tempo com o ofício de fotógrafo. Ora no quarto escuro revelando as pesadas chapas de vidro, ora debulhando os tipos de chumbo nas complicadas divisões da caixa suspensa no tosco cavalete. Já estava quase tudo pronto para a realização do sonho deste aventureiro e a pequena prensa manual ali toda engraxada à espera do primeiro serviço. No escritório improvisado, alguns manuscritos dos primeiros colaboradores e os contratos dos anunciantes que decidiram bancar os passos iniciais da empreitada. Agora faltava ao autodidata aprendiz de jornalista o editorial, faina à qual ele se dedicou com indisfarçável entusiasmo. Algumas porções de querosene consumidas e muita pestana queimada e, lá estava ela, pronta: a apresentação. Logo na
abertura, o axioma: 'Com a publicação deste número, o primeiro, apresenta-se ao povo desta boa terra, o semanário ‘O POSITIVO’, pequeno no tamanho, grande nas ideias'. Com a tipografia em ordem, os contratos comerciais fechados e as matérias redigidas, agora era
barbante e calçada com toquinhos de madeira. Algumas torcidas na roda de metal, uma espremidinha e pronto; agora sim, estava ali o exemplar inaugural estampado em seu cabeçalho, num clichê de altorelevo talhado manualmente na madeira, o nome do periódico ‘O POSITIVO’.E, assim, sucessivamente, mais alguns dias e o jornal circularia pela primeira vez na manhã do domingo, 14 de novembro de 1.920. SURGE ‘O ALTO’
mãos à obra. Com o componedor em punho e noites varadas em claro, ao final, ali estava a primeira chapa pronta para a prensa manual. Algumas pinceladas de tinta sobre a placa de tipo amarrada com
Domingo, 19 de novembro de 1922. O ‘O POSITIVO’ inaugurava o seu segundo ano de circulação e o fundador, José Firmino Pereira, completava então 22 anos de vida. Foi exatamente aí que aconteceu a primeira mudança radical em toda existência do jornal. O formato diminuto, 22 x 14 cm. não comportava mais e assim foi adotado o tablóide, naquela época, uma inovação, visto a limitação de equipamento de impressão tipográfica. Porém, o mais marcante, foi a troca do nome do semanário, surgindo então o primeiro ‘ALTO S. FRANCISCO’. Isso, há 94 anos.
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HISTÓRIA Diligente, o Velho Firpe, como ficaria conhecido no meio jornalístico décadas depois, na capa da edição inaugural, faria eloqüente editorial: 'Apresentamos aos distinctos leitores, assignantes e anunciantes d'O POSITIVO’, o ‘ALTO S. FRANCISCO’, como seu substituto que trilhará a sua rota iniciada a 14 de novembro de 1.920.' E explica: 'A nossa ideia de adaptar o título ‘ALTO S. FRANCISCO’, será, por certo, recebida com entusiasmo pela população de Piumhi, em cujo município, São Roque de Minas, ainda distrito de Piumhi, além da Serra da Canastra, ao alto, em imensurável chapadão, que, talvez, o leitor não tenha tido o prazer de conhecê-lo, admirar-lhe as campinas verdes, onde a nossa vista se desenvolve em belas perpectivas, onde contemplamos perplexos (...) é aí nesse paramo belíssimo, que nasce, pequenino, tacteante, quase invisível, o majestoso S. Francisco (...).' O VELHO FIRPE Prefeito, juiz de paz, gerente de banco, adjunto da promotoria, inspetor de ensino, fotógrafo, tipógrafo e muita coisa mais. Essas foram apenas algumas facetas de José Firmino Pereira nos seus 74 anos de vida ativa, 54 dos quais dedicados ao jornalismo
escritora Lúcia Pereira Piacesi, radicada no Rio de Janeiro e a educadora Celisa Pereira Silva em Passos.
piumhiense. Tudo teria início em 1917 quando, ainda bastante jovem por aqui aportou, aos 17 anos, um jovem franzino, alto, sorriso fácil e profundos olhos azuis, nascido no povoado de Buriti Grande, município mineiro de Martinho Campos. Então, nada mais era do que um simples ajudante num circo mambembe, onde às vezes era convocado para atuar em pontas nos roteiros dramalhões encenados no picadeiro. Quatro anos depois, em 1.921, veio o casamento de José Firmino Pereira e Maria Stelita de Freitas. Muita coisa já havia mudado na vida do jovem que trocara o picadeiro, o cilindro da padaria pelo ateliê de fotografia e da t i p o g r a fi a p a r a o ‘ A LTO S . FRANCISCO’. Depois viriam os filhos - ao todo 13, vingados 9, adotado 1, dos quais hoje vivem 2 - a
A ESSÊNCIA DO ‘ALTO’ Um infarto parou o coração do velho jornalista na tarde de 30 de novembro de 1.974. Terminava ali a existência física de José Firmino Pereira. Permanecia o exemplo de vida e trabalho hoje incorporados pelas centenas de seus descendentes e trazidos na trajetória do‘ALTO S. FRANCISCO’, agora dirigido pela terceira geração de seu fundador, que além de buscar seguir os passos de seu precursor é convicto de que conhecer a história ajuda a entender a própria vida, e que não existe o novo sem o velho. Assim como não existe presente e, nem existiria futuro compreensível - sem o sedimento da tradição. E essa é a essência que dá fôlego e vida ao ‘ALTO S. FRANCISCO’ na altura de seus 96 anos de existência marcante.
HISTÓRIA
Mulheres Carolina Maria de Jesus, é considerada uma das primeiras e
mais importantes escritoras negras do Brasil, nascida na cidade Sacramento - MG, no ano de 1914 e falecida em 1977. O centenário de seu nascimento foi comemorado em todo meio intelectual e literário do Brasil. Negra e pobre, Carolina Maria de Jesus muda para a capital paulista em 1947, época em que surgiram as primeiras favelas na cidade. Moradora da favela do Canindé, zona-norte de São Paulo, passou a trabalhar como catadora de lixo, hoje, material reciclável e, registrava o cotidiano da comunidade e da vida em cadernos e folhas de papel que encontrava no lixo. Apesar de pouco estudo, tendo cursado apenas as séries iniciais do primário, atenta aos fatos do dia a dia e da vida como um todo, vivendo as piores privações, passou
In Memorian
a registrar tudo que via, vivia e testemunhava naquelas folhas e cadernos encontrados no lixo. Seu barraco passava grande parte das noites e madrugadas aceso pela luz morteira da lamparina enquanto ela escrevia sem parar. Assim, surgiu o seu mais famoso livro, 'Quarto de Despejo: Diário de uma Favela', publicado em 1960. Após o lançamento, seguiram três edições com um total de cem mil exemplares vendidos e tradução para 13 idiomas com venda em mais de quarenta países. Audálio Dantas, jornalista, descobriu a escritora por acaso em 1958. O encontro ocorreu quando o jornalista estava na comunidade para fazer uma reportagem sobre a favela do Canindé. Ele conta que Carolina vivia procurando alguém para mostrar todo o seu trabalho. Parte de todo o material foi publicado em 1958 pela Folha de S. Paulo e no ano seguinte pela maior revista de circulação no pais 'O Cruzeiro', inclusive em Espanhol. O grande diferencial desta enigmática escritora é que ela transferia para o papel tudo que vivia de forma que o leitor tornava parte integrante da história. Sua maior compensação foi ver sua primeira obra editada e, a
segunda saiu imediatamente; 'Casa de Alvenaria', em 1961. Além do mais a escritora tinha uma confiança muito grande nos seus inúmeros dons, se considerava uma artista. E, de fato o era! Apesar de tanto sofrimento ela encontrava alento na música; as dores do mundo não a impediam de cantar. Em 1961, ela lançou um disco com o mesmo título do seu primeiro livro, interpretando 12 canções de sua
autoria, entre elas, O Pobre e o Rico. Carolina de Jesus publicou ainda o romance 'Pedaços de Fome', e o livro 'Provérbios', ambos em 1963. Após a morte da escritora, em 1977, foram publicados o 'Diário de Bitita', com recordações da infância e da juventude, 'Um Brasil para os Brasileiros, em 1.982', 'Meu Estranho Diário', e 'Antologia Pessoal', em 1.996. Carolina Maria de Jesus é simplesmente Minas Show!
REGINALDO PASSEIO LANCHA
HISTÓRIA
Mulheres Nascida na cidade Delfinópolis, estado de Minas Gerais no dia 12 de Agosto de 1912, e falecida em Sacramento, no mesmo estado, no dia 10 de fevereiro de 1980, Corina Novelino foi filha do casal José Gonçalves Novelino e Josefa de Melo Novelino. Teve quatro irmãos: Geni, Eusápia, Jandira (Tia Bira) e Eurípedes Novelino.
Em Delfinópolis passou muito pouco de sua infância. Seus pais transferiram residência para Sacramento quando ela ainda era muito criança. Foi matriculada no Colégio Allan Kardec, fundado e dirigido por Eurípedes Barsanulfo, um dos maiores expoentes espíritas do mundo, tendo o privilégio de ser sua aluna, uma oportunidade que soube aproveitar para seguir os seus exemplos de caridade. Fez-se querida de toda comunidade, sendo considerada benemérita educadora
In Memorian
e verdadeira dama da caridade por tudo que realizou em favor das crianças daquela cidade. Ainda jovem, ficou órfã de pai e mãe, passando a residir com um casal que lhe dispensou todo amor e carinho. Assim, tornou-se o carinho em pessoa! A tarefa desenvolvida por Corina Novelino, na cidade de Sacramento, foi das mais relevantes. Desde muito jovem revelou-se um espírito caritativo, com profundos rasgos de desprendimento, disposta a dar tudo de si em favor dos seus semelhantes. Com apenas vinte anos de idade, foi convidada pela senhora Maria Modesto Cravo, para ajudá-la a administrar um lar de crianças em Uberaba. Indecisa sobre o convite procurou orientação do médium Francisco Cândido Xavier, e pela mensagem de Eurípedes Barsanulfo dizendo: 'Corina, você é minha última esperança em Sacramento', assim, decidiu ficar de vez. Diante do imperativo da mensagem entendeu que não deveria aceitar o convite para trabalhar em Uberaba, continuando no trabalho que já vinha desenvolvendo em Sacramento, onde fundou o Clube das Mãezinhas, composto de mães caridosas que se dispunham a fazer
roupas para crianças necessitadas, as quais eram distribuídas semanalmente. No limiar do ano de 1950, deliberou fundar um lar para crianças abandonadas. Porém, além de lhe faltar os meios necessários, não sabia nem como implantar esta instituição. Com o seu trabalho e a caridade do povo conseguiu o intento. Edificou o Lar de Eurípedes que acolhia todos os abandonados. Seu ordenado como professora era todo aplicado na manutenção. A esta altura, já era conhecida por todos como a “mãe Corina”. Amparou, educou e encaminhou centenas de crianças desprovidas de sorte. Foi inegavelmente a devotada continuadora da obra caritativa de Eurípedes Barsanulfo, cumprindo até o fim da vida a missão que se abrigou, com fidelidade ao mestre e a Deus até o seu último dia na terra.
HISTÓRIA
A HISTÓRIA E A internet revolucionou o funcionamento tradicional das sociedades modernas como fizeram, a seu tempo, a imprensa, a máquina à vapor, a eletricidade ou a telegrafia sem fio (rádio). De acordo com o dicionário Houaiss, internet é “rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum”. Ela nasceu no final dos anos 1960, em plena Guerra Fria, graças à iniciativa do Departamento de Defesa Americano, que queria dispor de um conjunto de comunicação militar entre seus diferentes centros. Uma rede que fosse capaz de resistir a uma destruição parcial, provocada, por exemplo, por um ataque nuclear. Para isso, o pesquisador Paul Baran concebeu um conjunto que teria como base um sistema descentralizado. Esse cientista é considerado um dos principais
EVOLUÇÃO
DA INTERNET
pioneiros da internet. Ele pensou em uma rede tecida como uma teia de aranha (web, em inglês), na qual os dados se movessem buscando a melhor trajetória possível, podendo “esperar” caso as vias estivessem obstruídas: em 1969, a rede ARPAnet já estava em operação. Outras redes, conectando institutos de pesquisas, foram criadas nos Estados Unidos, GrãBretanha e França. Faltava estabelecer uma linguagem comum a todas e isso foi feito com o protocolo TCP/IP. Em 1986, uma nova rede foi lançada pela National Science Foundation. A ARPAnet se juntou a ela quatro anos mais tarde. Uma etapa decisiva foi superada em 1990 com a criação, pelo pesquisador Tim Berners-Lee, do protocolo HTTP e da linguagem HTML, que permitem navegar de um site a outro, ou de uma página a outra. A World Wide Web (www) lançou seu vôo, e a internet se abriu
ao público, empresas particulares e privadas. Uma multidão de sites apareceu. Já existem mais de 2 bilhões de internautas no mundo, ou seja, um terço da população planetária. Os progressos da informática, associados aos do audiovisual e das telecomunicações, permitiram a criação de novos serviços. Depois do desenvolvimento de redes de banda larga com fio (ADSL e fibra óptica) e sem fio (wifi, Bluethooth e 3G), e da internet móvel (WAP), desenvolveram-se outras tecnologias e produtos da chamada “web 2.0”. Essa segunda geração se caracteriza por suas aplicações interativas (blogs, wikis, sites de compartilhamento de fotos e vídeos ou redes sociais), que renovaram a relação entre os usuários e os serviços de internet, criando o princípio de uma cultura compartilhada em rede.
HISTÓRIA HISTÓRIA DA FIBRA ÓTICA Inventada há mais de 50 anos, a fibra óptica é capaz de transportar dados na velocidade da luz. Em 1870, o físico inglês Jonh Tyndall provou para uma platéia de incrédulos que a luz não era algo “indobrável”, retilínea e constante até a eternidade, como era pensado por todos até aquele ano. John quebrou um paradigma ao demonstrar o princípio de guiamento de luz, através de uma experiência muito simples: com uma lanterna dentro de um recipiente opaco furado e com água, ele provou que a luz podia, sim, fazer curvas. O conhecimento, de tão avançado à época, de nada serviu, e só voltou a aparecer quase 100 anos depois. Foi quando Narinder Singh Kapany, outro físico, este, indiano, começou a estudar em seu doutorado em ótica sobre as singularidades da reflexão total interna. Ele buscava um material que tivesse o menor índice de refração para, assim, conseguir algo que funcionasse como um espelho. Dessa forma, toda a luz que entrasse seria refletida em todos os ângulos possíveis, e para que tudo desse certo ele precisava “aprisionar” a luz ali dentro, assim ela só sairia pela outra extremidade, mesmo que
o tubo fosse curvo, redondo, triangular, etc. A luz agiria sempre da mesma forma, realizando milhares de reflexões sucessivas, sempre com o mesmo ângulo. Narinder cunhou a expressão ‘fibra ótica’ e patenteou a invenção, porém, só enxergava utilidade para sua invenção no campo da medicina; foi quando outro físico, o chinês Charlos Kao teve a idéia de usar as fibras óticas para a transmissão de chamadas telefônicas, provando que os cabos tinham uma capacidade inversamente proporcional na transmissão de dados de voz, e por simetria, de televisão, computador, internet, etc. e tudo isso a um custo muito menor.
Hoje a produção da fibra ótica dá-se principalmente com a transformação da sílica, retirada de rochas de quartzo, em varetas ocas de sílica pura, ou ainda em vidro, nylon e até plástico, todos isolantes elétricos. Sendo um cabo que não conduz eletricidade, está imune a qualquer espécie de interferência
elétrica exterior; e outro: tem bem menos perda de sinal do que uma transmissão via cabo convencional, satélite,wireles ou outras, ajudando também tanto na velocidade, como na integridade dos pacotes transmitidos. Produzida desde os anos 60, a primeira rede telefônica com esta tecnologia foi inaugurada em 1973 nos Estados Unidos e desde então começou a se disseminar. Três anos depois veio o primeiro link de tv a cabo, no Reino Unido, e em 1988 o primeiro cabo oceânico foi instalado, dando início à era da supervelocidade de informação. E não nos enganemos, além de melhorar extraordinariamente as telecomunicações, a tecnologia é usada também em uma variedade enorme de equipamentos, desde automóveis, mísseis, blindados, satélites, fiação de computadores, eletrodomésticos, em microeletrônica, engenharia genética, fotografia, decoração, etc. Diz-se, inclusive, que em um futuro não tão distante este tipo de malha vai, literalmente, substituir o hardware físico dos nossos computadores.
Fontes: www.oficinadanet.com.br www.uol.com.br/historiaviva
TURISMO
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TURISMO
Lagoa Azul - Capitólio Cachoeira Casca D’Anta - São Roque de Minas
Cachoeira do Filó - S. J. B. Glória
Cachoeira Fecho da Serra - Capitólio
Cachoeira do Sabiá - Capitólio
Vale dos Tucanos - Capitólio
Cascata Eco Parque - Capitólio
Pedreira de Furnas - S. J. B. Glória
Serra da Canastra - Vargem Bonita
Cachoeira da Maria Augusta S. J. B. Glória
Cachoeira da Ilha - Capitólio
Cachoeira Casca D’Anta - Serra da Canastra - Vargem Bonita Cachoeira do Lobo - Guapé
Diquadinha - Capitólio
Canyons do Lago de Furnas - Capitólio Chapadão da Canastra São Roque de Minas
Cachoeira do Fundão Serra da Canastra
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TURISMO
Capitólio Pede Socorro Atualmente, Capitólio e outras 33 cidades do entorno do lago de Furnas vivem hoje uma grave e real ameaça: o Supremo Tribunal Federal está para julgar uma ação do Ministério Público que pede a revogação do artigo de Lei de Novo Código Florestal, que fixou a APP em Furnas, como sendo as terras entre as cotas 768 e 769 (1 metro acima da marca de enchimento máximo da represa). A intenção é que passe a valer uma nova medida de 30 metros em área urbana e 100 metros em área rural a partir da margem. Assim toda construção que não estiver nesse novo limite será demolida. Quem já teve o privilégio de conhecer a região, sabe que a economia depende quase que inteiramente do turismo que o Lago de Furnas atrai. Caso a nova medida seja aprovada, o resultado seria uma catástrofe econômica e social, que geraria desemprego, perca de renda das famílias e uma queda enorme na arrecadação de todos esses municípios do entorno do Lago de Furnas. Entre casas, hotéis, restaurantes, marinas, clubes e pousadas no município de Capitólio, essa aprovação da nova medida significaria a destruição, total ou parcial, de quase 90% de 20
todas as construções na margem do Lago de Furnas (dados do cadastro imobiliário). Por cobrança do MPF, Furnas entrou com dezenas de ações pedindo a demolição de todas as construções, rampas e escadas até a cota 769. Além disso, encetou negativas em dar autorização para o funcionamento dos tanques-rede, para produção de peixes e dos flutuantes para embarcações. Com a formação do Lago de Furnas, cidades inteiras foram destruídas e as melhores terras agricultáveis foram represadas; como conseqüências houveram a migração de várias famílias e a derrocada econômica dos municípios. Mas era preciso a criação da hidrelétrica, pois a necessidade urgente de geração de energia elétrica era uma causa viável para fundamentar o acontecido. Hoje, com a contingência de viver uma segunda grande mudança na região, os moradores, apreciadores, turistas e todos que dependem principalmente da economia que o Lago de Furnas gera, se perguntam: a troco de que? Qual a justificativa tão importante a ser dada? Nestes 50 anos de existência do Lago, as diversas Instituições de Estado como Furnas, o MP o I.E.F,
Polícia Ambiental e Secretaria de Estado do Meio Ambiente, acompanharam a progressiva e pacífica ocupação de trechos de suas margens, sem contestação. Na realidade estas instituições nada (ou muito pouco) fizeram ou se posicionaram sobre um possível erro ou irregularidade nestas ocupações. Os moradores da região e aqueles que fizeram importantes investimentos, gerando emprego, renda e melhor qualidade de vida para milhares de pessoas, não querem privilégios, querem paz e a possibilidade de trabalhar e usufruírem deste novo caminho que se abriu para todos da região: o turismo e o lazer no Lago de Furnas.
Saiba mais em: www.capitoliopedesocorro.com.br
Cê Sabia? O Parque Nacional da Serra da Canastra e seu entorno abrigam um espetáculo da natureza que encanta os aventureiros que vêm beber das fontes cristalinas, banhar nas inúmeras cachoeiras em contato direto com esta magnífica Obra da Criação, além da gastronomia regional maravilhosa e única. Além de tudo que compõe o magnífico complexo Canastra, empresários e produtores rurais contra tecnocratas que apontavam clima impróprio para plantação de uva na Serra da Canastra, provaram o contrário. Hoje, a Vinícola Relena, situada no município de São João Batista do Glória é uma feliz realidade que vem produzindo uvas das espécies Cabernet Sauvignon e Merlot da mais alta qualidade, possibilitando a fabricação de vinhos com a mesma dinâmica dos centros de produção tradicional do país. A Vinícola Relena, a aposta feita pelos produtores e o sucesso alcançado são Minas Show!
Eu Recomendo! A Gruta do Maquiné é uma obra magnífica esculpida pela natureza, verdadeiro espetáculo no seio da terra que encanta e fascina a todos que têm o privilégio de visitá-la. Localizada em Cordisburgo - MG, foi descoberta em 1.825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné e, posteriormente, explorada cientificamente pelo naturalista dinamarquês Dr. Peter Wilhelm Lund, em 1.834. O naturalista pesquisou a caverna durante dois anos. Em sua pesquisa sobre paleontologia brasileira, Dr. Lund descobriu restos humanos e de animais petrificados, oriundos do período quaternário. A Gruta do Maquiné tem sete salões explorados, com 650 metros de extensão e profundidade de 18 metros. Suas galerias e salões são resultado do trabalho da ação das águas durante milênios. O principal elemento de formação da Gruta do Maquiné é o carbonato de cálcio. Porém, a gruta também apresenta sinais de outros minerais: a sílica, gesso, quartzo e o ferro. O acesso é pela Rodovia MG-231, em seguida MG-421, km 6 - Cordisburgo - MG. Renan Luiz dos Reis
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CULTURA
Almir Sater
& Banda
TURNÊ ‘‘VIOLA DE OURO’’
O compositor, cantor e violeiro Almir Eduardo Melke Sater, ou simplesmente o grande artista Almir Sater, se apresentou em Capitólio – MG, no Clube Campestre Escarpas do Lago na sexta-feira, dia 16 de dezembro de 2016 com sua Banda da turnê “Viola de Ouro”. O sucesso de sempre! Com mais de 30 anos de carreira musical e centenas de shows, o artista e sua viola caipira continuam a encantar multidões. No palco, o músico relembra a sua trajetória: canções como “Tocando em Frente”, “Trem do Pantanal”, ”Chalana”, “Cabecinha no Ombro”, entre outras. O show mescla com o seu último álbum solo - 7 Sinais –
“Maneira Simples”, “No Rastro da Lua Cheia”, “Serra de Maracaju”, e o mais recente CD “AR” gravado em parceria com Renato Teixeira e contemplado com o Grammy Latino 2016 como o “Melhor Álbum de Músicas Raízes Brasileiras”, no dia 17 de novembro em Las Vegas, nos Estados Unidos, na sua 17 edição. Sem deixar de lado o magistral toque de viola que o tornou consagrado e as suas belas
instrumentais também. Suas composições refletem o popular e o erudito de maneira ímpar, como jamais se ouviu na MPB e Almir é um dos poucos que não deixa a emoção de lado, pega na viola e o som flui de forma natural. O artista também obteve grande destaque em várias telenovelas, principalmente ao interpretar personagens de violeiro como em ”Pantanal” e “Rei do Gado”, nos anos 90.
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CULTURA
Companhia de Teatro Sia Santa A Companhia de Teatro Sia Santa vem, há 43 anos, formando platéias e levando Arte Cênica e Cultura Teatral pelo Brasil afora encenando espetáculos de alta performance e qualidade impecáveis. Fundada em 10 de junho de 1 9 7 3 e m C a m p i n a s - S P, a Companhia Teatral é um show de repertório com o principal objetivo de difusão e popularização do teatro no Brasil e exterior. No Brasil, além da execução dos projetos normais de arte cênica, a Sia Santa mantêm convênios com os Governos Federal, Estaduais e Municipais na celebração de convênios com participações em editais para a apresentação de Projetos Culturais com e sem incentivo fiscal. Os objetivos da Companhia Teatral e dos órgãos citados e conveniados são apresentar ações de circulação
de teatro infantil e juvenil, com foco na formação de platéias. O principal Programa é 'A Escola Vai ao Teatro’.
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O público alvo são os alunos da Rede Públicas e Privadas de Ensino, incluindo escolas rurais nos projetos sociais que abordam a agricultura. As apresentações da Trup Sia Santa percorrem o país inteiro, mas de forma especial o estado de Minas Gerais. Inclusive já se apresentou em Piumhi-MG, em promoção junto à prefeitura municipal e à Secretaria Municipal de Educação num grande acontecimento social e educativo. A Associação Cultural Sia Santa é uma associação sem finalidade econômica, declarada Órgão de Utilidade Pública pela Lei 7523/93. São mais de 30 artistas profissionais cooperados que atuam, no momento, em 25 espetáculos do repertório, sendo 12 de teatro infantil, 8 de teatro corporativo e 5 de teatro juvenil, adulto e melhor idade, além de performances temáticas, oficinas teatrais para educadores e teatro sob medida. A companhia, que completou 43 anos de vida em 2.016, possui completa infraestrutura de viagens com 3 ônibus adaptados para elenco, vans, transporte de cargas cênicas e equipamentos de som e luz, além de um teatro próprio em Campinas: o Teatro Escola Sia Santa, amplo,
moderno em local privilegiado e estratégico, por onde já passaram inúmeros artistas nacionais e internacionais, inclusive, na fase de formação profissional. O ator e diretor executivo Crispim Junior é uma destas figuras humanas espetaculares que vive e respira arte teatral em cada fração de segundo no tempo e no espaço com a disposição de levar os grandes espetáculos por todo o Brasil, principalmente por Minas Gerais, uma vez que acha o povo mineiro muito cordial, hospitaleiro e receptivo. As prefeituras e empresas poderão ter acesso à Companhia Sia Santa via: crispim@siasanta.art.br Assim, crianças e jovens poderão viver momentos inesquecíveis em meio aos belos espetáculos apresentados pela Companhia Teatral Sia Santa onde a emoção, cultura e alegria são as principais referências.
CULTURA
Amir Salomão Jacob Amir Salomão Jacob é um escritor de grande expressão nacional e intelectual da literatura moderna, natural de Sacramento MG. Na atualidade e, em ação, o mestre da literatura moderna, pósgraduado em direito público, professor, historiador, cronista e ensaísta, tem trabalhos publicados em diversos periódicos de circulação nacional. Em 1992 participou de um concurso nacional de monografia sobre o meio ambiente, promovido por revistas e órgãos especializados em São Paulo. Entre 728 participantes de todos os estados do Brasil, classificou-se em primeiro lugar com um trabalho sobre a nascente do Rio São Francisco, tendo sido premiado na capital paulista e seu trabalho publicado. Entre os diversos prêmios estava um belo barco. O escritor já foi condecorado em vários estados brasileiros, porém, uma grande festa marcou aquele Junho do ano 2000, quando foi homenageado e condecorado em praça pública perante as autoridades, o povo e convidados ilustres, com a mais alta honraria que a cidade de Sacramento raramente concede a um bem feitor: a Comenda da Ordem de Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento. O poeta e escritor Amir Salomão Jacob é um artista
completo, gente do povo, profundo conhecedor do cristianismo e de vivência religiosa. Ser humano de bem com a vida e um grande comunicador. A Revista Minas Show apresenta algumas de suas obras para que os nossos leitores possam inteirar-se: A Matriz da Vila -1.978 Aspectos históricos de Sacramento MG. A Santíssima Trindade do Barro Preto - 2.000 - Livro histórico que analisa a formação e desenvolvimento do estado de Goiás, tendo como base aspectos da Romaria de Trindade. Na verdade, é a história da devoção ao Divino Pai Eterno. Lançado sob chancela do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. As Terras de Maria Ausente 1.993 - História da fundação da cidade de Sacramento. Guia de Turismo de Sacramento e Região em 2.001 Eurípedes Barsanulpho - Sob a Luz da História - 2.006 - Editora U.C.G. - Universidade Católica de Goiás. O poeta e escritor Amir Salomão Jacob com todo seu legado histórico e literário é Minas Show!
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CULTURA
POETAS CABOCLOS Uma das coisas fascinantes do estado de Minas Gerais é a alma sertaneja e poética de um povo que transcende poesia e que tem a facilidade de contar em versos e prosas o navegar pelo mar da existência humana, as passagens e paradas pelos portos da vida, os acontecimentos nos cais de cada memória e da lembrança onde os sentimentos brotam do fundo de cada coração provocando suspiros profundos de saudades e, que por vezes, deixam os olhos marejados destas criaturas que têm o dom de transferir para as folhas de papéis, sempre molhadas de pranto morno, as coisas que ditam o coração, na sua grande maioria, as autobiografias, memórias, poesias, crônicas e contos que revelam estórias, paixões, amores vividos intensamente ou perdidos, falam sobremaneira da vida, porém, registrados e guardados no íntimo de cada ser poético desafiando o tempo e o espaço. A Revista Minas Show abre espaço para homenagear três grandes poetas caboclos do entorno da Serra da Canastra determinados em registrar suas histórias nos anais do tempo. Um deles é JOAQUIM TOMÉ DE ANDRADE, natural da antiga Perobas de Piumhi, hoje, Doresópolis; lá viveu até os 24 anos onde se casou com Maria Benedita 26
Andrade e logo foi procurar a sorte nos garimpos da Serra da Canastra. Quinzinho, como era chamado, sempre foi um homem do campo e criou seus 10 filhos trabalhando como arrendatário de propriedades rurais tirando o sustento da terra. Seu maior orgulho é ver seus filhos formados e encaminhados na vida. Ainda, foi o primeiro prefeito de Doresópolis - MG, comerciante e Ministro da Comunhão por quase trinta anos na referida cidade e em Piumhi. Posteriormente, foi nomeado Juiz de Paz nas duas cidades e com maior ação em Piumhi onde passara a residir para estudar os filhos. Com 94 anos de idade lançou sua auto-biografia intitulada de: Memórias de Um Tempo Vivido. Hoje, aos 96 anos esbanja saúde e lucidez, atento e atualizado com os fatos e acontecimentos. JOSÉ FRANCISCO TOMÉ, Nhô Tomé, foi um poeta caboclo, buscava sensibilidade no mais íntimo da alma e deixava o coração falar quando declamava seus versos, intimamente ligado aos fatos do cotidiano e à natureza. Viveu intensamente a poesia nos seus 83 anos de vida! Bom filho, grande irmão e um pai de família exemplar que fez da vida uma crônica feliz. Foi radialista, começando sua carreira pela Rádio Inconfidência de BH e participações
em emissoras de Piumhi e Capitólio. Publicou sua principal obra literária em 2013: Poesias de Nhô Tomé. Foi o homem, ficou o poeta, vicentino de corpo e alma! ANTÔNIO CARLOS DA CUNHA, 'Bereta', tem suas obras registradas na Fundação Biblioteca Nacional – Ministério da Cultura e reside na fazenda Mantíbio, em Medeiros - MG. Por longos anos viveu na fazenda Caxambú, redondeza dos Ambrósios, no município de Sacramento. O poeta tem como especialidade os Contos e as Crônicas. Dentre suas obras citamos: 'Histórias de Um Agricultor', 'Caboclo D'água, Protetor das Águas', e 'Lágrimas do São Francisco'. Apresentamos valores históricos, buscando origens e encontrando raízes...
Sede Praça Pe. João Machado 400
Credicapi Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Capitólio Ltda.
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LUCRO NA LAVOURA Periodicamente vivemos adversidades climáticas, como exemplo, a que passamos em 2014 e 2015 onde o déficit hídrico levou enormes prejuízos para grande parte da agricultura em nossa região. Além disso, anualmente, temos que conviver com verânicos - períodos de estiagem e intenso calor - em plena estação chuvosa, podendo interferir diretamente de forma negativa na produção agrícola. A AP Agrícola, empresa de distribuição de insumos agrícolas, que está no mercado há 28 anos, atua em 42 municípios no Centro Oeste e Sul de Minas, e mantém investimentos em dois Centros de Pesquisas (CPAP): um em café e outro em cereais, com parcerias com a Epamig, DCS Ufla, Embrapa Trigo e também seus principais fornecedores, na busca de soluções para amenizar estes e outros problemas tão comuns em nossa região. Seu foco é testar produtos e soluções visando trazer sempre o LUCRO NA LAVOURA para seus clientes. O CPAP é reconhecido como um dos maiores laboratórios de criação de soluções para o meio rural. Como reconhecimento dos trabalhos realizados, foi capa da Revista Sociedade Brasileira de Ciência do Solo por duas edições
em 2011, revista que é referência no meio acadêmico no que diz respeito ao estudo de física do solo. Nele são realizadas pesquisas, testes e estudos para garantir que todas as práticas apresentadas pelos Especialistas em Fertilidade AP (consultores AP) estejam baseadas em pesquisas e resultados efetivos. Em suas quatro unidades comerciais, localizadas em Piumhi, Bambuí, Oliveira e Passos, a AP Agrícola aplica diariamente toda a tecnologia desenvolvida pelos Centros de Pesquisa (CPAP).
Todos os produtos e serviços comercializados pela AP Agrícola, passam antes pelo CPAP, que recebem todos os testes e análises para certificar os resultados antes de serem aplicados nas lavouras dos clientes. O desenvolvimento de novas tecnologias para o sucesso do produtor de Café e Cereais da AP é reconhecida em todo o país. Junto com seus principais parceiros de mercado, a AP transforma o sonho do CPAP em uma realidade e duas
vezes por ano abre suas portas para
visitação de seus clientes onde são demonstrados 'in loco' todas as experiências realizadas. Além de testes e desenvolvimento de produtos, capacitamos nossos consultores e também treinamos equipes de clientes para que estejam aptas a usarem as melhores soluções em sistemas de produção e os melhores benefícios na atividade agrícola. Os investimentos no CPAP são altos, na safra verão de 2016 foram realizados 205 testes somente no CPAP cereais, todos com um objetivo primordial: obter maior rentabilidade e encontrar formas de manejo que evidenciam não somente a produção, mas também a sustentabilidade do sistema. Saiba mais em: www.lucronalavoura.com.br LOJAS AP AGRÍCOLA: Bambuí 37 3431-1450 Oliveira 37 3331-8960 Passos 35 3522-9073 Piumhi 37 3371-1782 29
AGRONEGÓCIO
Alquimias da Serra da Canastra S a b e m o s q u e o s colonizadores portugueses trouxeram em suas bagagens, precisamente da região da Serra da Estrela, em Portugal, uma receita de queijo feito de leite cru "in natura" e que se adaptou de forma inigualável ao clima da Serra da Canastra, tornando, assim, uma referência brasileira e internacional no gênero - inclusive é Patrimônio Imaterial e Cultural Brasileiro. No período de inverno, ainda na Serra da Estrela, os fabricantes deste produto manufaturado já percebiam que a ausência de luz, ventilação e outros fatores faziam alterar a forma de cura do produto. Fungos e micro organismos mudavam a cor e a crosta do queijo, o seu interior ficava mais cremoso e de consistência bem diferente do original. No Brasil existem várias versões sobre a origem deste tipo de queijo, canastra/casquinha branca. Uma delas é que na Revolução Constitucionalista de 32 os soldados mineiros em toque de
retirada deixaram seus suprimentos fechados em cavernas. Na volta, foram recuperar os produtos de subsistência das tropas e lá estava o queijo canastra todo coberto de mofo, a tal crosta branca. O tempo passou e só nos últimos anos é que começaram e desenvolver esta técnica na região da Serra da Canastra. Em edição passada da Revista Minas Show mostramos este produto premiado na França, em Paris, onde conquistou o segundo lugar como o melhor do mundo no quesito de leite "in natura". O fazendeiro Mauro José Ferreira, da fazenda Campo Alegre na região das Buracas, São Roque de Minas, Serra da Canastra é uma das referência na produção deste queijo tipo canastra/casquinha branca, que é maturado para consumo entre quarenta e sessenta dias obedecendo uma série de regras. O resultado é um produto de cor e aspecto diferentes, casca crocante, cremoso, picante, forte, com notas amendoadas, trufadas e
adocicadas. Combina harmoniosamente com cervejas e vinhos, entre outros. É um produto exigente no seu consumo e raro no paladar. O que torna o produto da fazenda Campo Alegre diferenciado são uma série de fatores: a dedicação do produtor na exclusividade do tipo de queijo, o gado das raças Caracu e Jersolanda mantido à pasto, sem nenhum tipo de confinamento e aditivos, além da predestinação em fazer correto e fazer bem feito com alma e coração de sertanejo.
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TURISMO
Diário de Bordo MOTOTURISMO NA ESTRADA REAL
Meu nome é Gustavo Henrique de Souza Campos, tenho 37 anos de idade, sou formado em Hotelaria Turismo e Lazer, em Administração de Empresas e pós-Graduado em Gestão Estratégica em Marketing. Trabalho com turismo há 18 anos. Dentre os trabalhos que já fiz na área de turismo, o primeiro deles foi com uma empresa pioneira que operou o primeiro roteiro turístico comercial da Estrada Real: a empresa Wege Eco-adventure, que operava parte do caminho dos diamantes, antes mesmo da formalização do atual Instituto Estrada Real - conhecimentos até hoje atuais e que me guiaram ao longo de minha carreira. Já trabalhando com consultoria, tive a oportunidade de ganhar licitação pública para ser o agente local do Instituto Estrada Real no pólo Serra do Cipó, que também trabalhava parte do caminho dos Diamantes, o que me rendeu mais conhecimentos que ajudaram a agregar para uma então futura expedição. Tive a idéia, que começou na faculdade de Turismo onde, sempre apaixonado por viajar e conhecer os cantos de Minas e do Brasil, descobri na motocicleta uma forma rápida, barata e super interativa de se viajar longas distâncias. Costumamos dizer que de carro ou outro tipo de transporte convencional você aprecia a paisagem e a natureza ao seu redor, mas de moto fazemos parte dela. No término do curso de Turismo em 2005, fiz minha monografia com o tema Mototurismo na Estrada Real, no qual o objetivo era mapear e incentivar as expedições de moto pela Estrada Real. Fiz todas as pesquisas, planilhas e demais trabalhos de gabinete, mas ficou faltando o campo, ou seja, a expedição propriamente dita. Foi então, que me encontrando estressado por conta do trabalho que é muito desgastante, precisava de férias. A princípio iria com a namorada, e comecei a planejar tudo no final de Janeiro para sair em Setembro de 2015. Nas vésperas de minha viagem terminei o namoro. Tentei arrumar um outro parceiro de moto para ir comigo, mas no final das contas decidi ir sozinho, afinal não era apenas uma viagem, era uma expedição, parte de um projeto que eu construí, e que qualquer companhia desalinhada do objetivo iria mais atrapalhar do que ajudar. Resolvi então fazer tudo sozinho. Alguns amigos já acostumados a viajar sozinho, alguns de Bike, a pé e de moto me incentivaram e me disseram uma frase que vim a confirmar depois de toda a expedição; “você nunca vai estar sozinho”. De fato, além da presença de Deus que é constante e forte, quando se viaja sozinho com toda aquela tralha, em todo momento pessoas vêm conversar com você, bater papo, perguntar de onde vem e para onde vai, oferecer alguma informação ou ajuda. É impressionante! Principalmente dentro de Minas onde está a maior parte do trajeto da Estrada Real, eita povo receptivo! Além do mais, o eixo principal da Estrada Real é um dos caminhos de colonização do Brasil, um dos caminhos mais antigos e frequentados, onde desde os anos de 1.700 passam viajantes de todo o mundo
em busca do Ouro e Diamante, e para fomentar todo o desenvolvimento econômico que isso gerou na época transportava-se todo tipo de coisa, desde alimentos até médicos. São os famosos tropeiros. Me senti um tropeiro, vivenciando toda a história do nosso Brasil, esquina por esquina, poeira por poeira, construção por construção, povo por povo, montanha por montanha.Todos acostumados durante gerações a receber visitantes que em suas portas passam e muitas vezes batem em busca de informação, abrigo ou água e até comida. É impressionante a hospitalidade do povo, principalmente quando vêem que você esta sozinho. Talvez em grupo não teria tanta receptividade e interação. Diante de tanta tradição, hospitalidade e história, o eixo principal da Estrada Real nunca deve ser feito simplesmente por fazer. É um caminho de redescobrimento do Brasil e da origem de nossa cultura. Um caminho de interação com as culturas interioranas ainda preservadas como se o tempo não tivesse passado, e de muito aprendizado. Ao ir de moto ou de carro devese respeitar muito tudo isso, principalmente a velocidade que se trafega, a poeira que se pode deixar ao passar por pessoas e vilas, e a interatividade que se pode ter ao longo do caminho, tanto com paisagens, quanto com marcos históricos construídos e principalmente com as pessoas.Respeito é a palavra que se deve levar na bagagem. Minha viagem gastou praticamente o mesmo tempo que se gasta indo de bicicleta com um bom preparo físico é claro. Tive uma velocidade média de 35 km por hora dentro do eixo principal, com muitas paradas para fotos e bate papos. Para se ter uma ideia, o eixo principal da Estrada Real em seus três principais caminhos, Caminho dos Diamantes, Caminho Velho e Caminho Novo, somam algo em torno de 1.700 km, e na minha expedição com todos os desvios que fiz para conhecer o entorno e retornar ao mesmo ponto do eixo principal foram 3.123 km total, divididos em 23 dias de estrada e 25 dias de viagem, com um dia de descanso em Ouro Preto no final do Caminho dos Diamantes, e um dia de descanso em Paraty no final do caminho Velho. Em média rodava de 6 a 10 horas por dia, parando apenas para dormir e comer, e é claro para as fotos e uma boa prosa. A Estrada Real, hoje, é uma rota segura, decorrência de anos de trabalho feito pelo Instituto Estrada Real que fornece toda a estrutura que o viajante precisa. Permanecem os marcos da Estrada Real, totens de cimento espalhados por todo o trajeto. Encontra-se, em todos os cruzamentos e bifurcações, no eixo principal, um marco que indica qual o caminho certo a ser seguido. Existem, também, roteiros planilhados que pode-se obter pelo site do Instituto. Outra facilidade recentemente implantada é o passaporte Estrada Real, um passaporte onde o visitante se cadastra com todos seus dados e informações e, em cada cidade visitada, tem um ponto cadastrado onde você recebe um carimbo. Tive o privilégio de ser o primeiro viajante de Mototurismo a concluir os 3 caminhos principais obtendo os 3 certificados em uma única expedição. Sem dúvida uma experiência única na minha vida que pretendo repetir e incentivar as outras pessoas a fazer o mesmo. Agradeço a oportunidade de compartilhar essa história, que se tornou um marco na minha vida. Eu realmente vivi a Estrada Real! GUSTAVO CAMPOS E-mail: mototurismoestradareal@gmail.com / Insta: @mototurismo_estradareal / Facebook: /mototurismoestradareal
PASSEIO DE LANCHA
DOCUMENTÁRIO
ÚLTIMA AVENTURA ECOLÓGICA DO AMBIENTALISTA LU MARINI
UM ANO APÓS A TRAGÉDIA AMBIENTAL, HUMANA E SOCIAL Após 23 dias, a Expedição “Rastreando o Rio Doce” é concluída com sucesso. Em uma de suas expedições mais emocionantes, Lu Marini faz seu último voo e chega à foz do Rio Doce, no encontro do rio com o mar, em Regência/ES. Nas imagens captadas e nas lembranças de Lu Marini, ficam as emocionantes cenas de destruição vistas do céu, cidades inteiras soterradas pela lama e a dor da população que luta há meses para reconstruir a vida e suportar as perdas. Em cada cidade, uma história. Em cada olhar, um pedido de ajuda. De químicos a pescadores, de índios a viúvas. Cada dia uma experiência marcante na vida de toda a equipe. E infelizmente, a todo o momento, a lembrança do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. “E assim chego ao fim, abrindo espaço para um novo começo com a esperança e o desejo que o Rio Doce volte a ser vida para todos que dependem dele. Existe um longo caminho pela frente e não será nada fácil. Temos que olhar para frente com olhos de Águia e lutar, lutar e lutar, contra os descasos, contra os interesses, contra o desrespeito, contra a corrupção, contra a demagogia barata e hipócrita. Precisamos, com urgência, resgatar a natureza da podridão do mundo. Ela pede socorro. Lama de rejeitos minerais, poluição, seca, morte das nascentes, destruição das matas e florestas. Se não fizermos nada, vamos acabar com recursos naturais indispensáveis para a nossa sobrevivência e será o fim, de tudo e de todos”, concluiu o piloto Lu Marini.
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DOCUMENTÁRIO
Nem Tudo é Minas Show Mariana-MG: O maior desastre ecológico do Brasil e um dos maiores do mundo.
Entre o luto e a saudade: um panorama do maior desastre ecológico do Brasil e do mundo. Entenda as conseqüências da enxurrada composta de rejeitos de mineração. A 'lama mortífera' despejada nos 850 km. do Rio Doce pela Samarco e pela Vale saiu de uma de suas barragens em Bento Rodrigues, na cidade histórica de Mariana, em Minas Gerais, levando destruição e morte em um tsunami de lama sem fim, soterrando todo ecossistema e uma riqueza incalculável de nascentes de água doce, fauna, flora e vida no leito e no entorno do chamado rio da vida, o Rio Doce. Todo sistema ecológico foi engolido pelo mar de lama desabastecendo dezenas de pequenas e grandes cidades que cresceram às margens do grande rio. Danos irreparáveis à natureza, ao humano e ao social foram, literalmente, decretados com a destruição total dos 850 km. do Rio Doce e grande parte da costa do Oceano Atlântico. Para ter a dimensão do
impacto é preciso primeiro entender qual é o conteúdo da enxurrada desastrosa de lama. Segundo as mineradoras, as barragens apenas continham rejeitos de minério de ferro e manganês, misturados basicamente com água e areia. As empresas insistem que o material é inerte, não causando contaminação ao meio ambiente ou à saúde. No entanto, análises do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guandu, ES, mostram forte presença de diversos metais pesados nas águas do Rio Doce até hoje, mais de um ano depois. Ainda, pura lama contendo arsênio, mercúrio e chumbo. Estes elementos são extremamente tóxicos ao ambiente e à saúde humana, sendo absorvidos nos corpos dos diferentes organismos e dificilmente eliminados. Normalmente, eles se acumulam nos tecidos de seres vivos e, com o tempo, na própria cadeia alimentar. Ao ingerir a carne ou folhas contaminadas, o metal pesado não é processado, envenenando animais ou a pessoa
que consumiu a comida intoxicada. Com o tempo, os metais pesados podem gerar problemas sérios à saúde, como câncer, úlceras e danos neurológicos. O FIM DA VEGETAÇÃO No entanto, mesmo sem arsênio e mercúrio e ao contrário do que as mineradoras sugerem, a lama está longe de ser inofensiva. Apesar da presença de ferro e manganês não significar um perigo à saúde, estes elementos causam consequências profundas à terra. “O ferro e o manganês têm uma facilidade muito grande de reação, sendo um ligante por sua própria natureza. No caso, essa lama vai formar uma capa muito dura devido à presença de ferro. A tendência é fazer uma ligação muito forte sobre a superfície formando uma crosta petrificada” – diz a professora do Instituto de Geociências da UFMG e especialista em geologia ambiental, Leila Menegasse. Segundo ela, esta cobertura poderá impedir a infiltração da água e também cobrirá 43
DOCUMENTÁRIO a própria vegetação, tornando todo ambiente no leito e nas margens do rio totalmente estéril. RIO DOCE, RIO MORTO Quem se aproximar daquilo que no passado era o caudaloso e imponente Rio Doce, seja em Minas Gerais ou no Espírito Santo, verá somente um lamaçal com diversos detritos e o mau cheiro constante que revelam o fim da vida aquática. Essa lama vermelha, fétida mesmo diluída, torna a água turva e barra a passagem dos raios solares, escurecendo ainda mais o rio e impedindo que algas façam fotossíntese. O baixo nível de oxigênio na água é insustentável para os animais, fazendo com que, em um ato de desespero, os peixes simplesmente pulem fora d'água. “Toda essa área que recebeu esta sobrecarga de sedimentos irá sofrer um processo de deposição de material no fundo do rio. Isto vai aumentar a altura da calha e, a grosso modo, vai entupir o rio” explica o coordenador do Centro de Pesquisas Hidráulicas, Carlos Barreira Martinês. O processo é intensificado pela destruição da matas ciliares, ainda existindo a possibilidade da 'lama mortífera' cobrir as nascentes, diminuindo consideravelmente o volume de água. Esta perda não significa apenas a grave redução do volume de água, mas compromete sua qualidade e a torna imprópria para uso.
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Samarco e Vale pouco tem ajudado e, o que se espera de governantes, órgãos gestores, empresas e empresários será como resolver a curto, médio e longo prazo a gravíssima questão de abastecimento de água para centenas de cidades ribeirinhas com seus milhares de habitantes que dependiam e dependem exclusivamente das águas do Rio Doce. UM OCEANO INTEIRO AFETADO É importante lembrar que o rio não é só água em movimento, mas também funciona como transporte de nutrientes para o mar, que acabam sustentando diversos organismos. Coincidentemente, na foz do Rio Doce, ocorre também o encontro de correntes marinhas do Sul e do Norte formando um redemoinho de água com cerca de setenta quilômetros de diâmetro. Esta área é rica em nutrientes e também reúne espécies marinhas de todo mundo. Por isso, segundo o diretor da Estação Biológica Marinha Augusto Ruschi, o biólogo e ecólogo André Ruschi, a foz do Rio Doce se torna um dos maiores pontos de desova de peixes marinhos do mundo. “É o maior criadouro do Oceano Atlântico. Todos os grandes peixes do Oceano, do Hemisfério Sul e Norte, vão para l á s e r e p r o d u z i r, s e n d o u m fenômeno ímpar. É uma das regiões marinhas mais importantes do
planeta e da Costa Brasileira, é a mais sensível de todas”. A chegada desta “lama mortífera” de rejeitos de mineração significa um risco total para todo o ecossistema do oceano com a contaminação da imensa biodiversidade do local. Todos os seres vivos, desde o minúsculo plâncton ao gigante marlin, podem acabar envenenados por estes elementos. RECUPERAÇÃO? Antes, porém, é bom que se diga que das 710 barragens existentes no estado, 19 apresentam risco de rompimento. Restam ainda muitas dúvidas em relação a como e quanto o ambiente será afetado pela “lama mortífera” da Samarco e da Vale. Mas, uma merece destaque: é possível recuperar o estrago? Especialistas acreditam que como antes, nunca. Apesar de ter passado um ano, ainda é muito cedo para afirmar com certeza, porém se estipula que o volume de água do rio talvez será o primeiro a iniciar uma secular normalização. Tudo vai ocorrer com o diluir da lama e, isto é possível com grandes volumes de chuva. A estiagem que a Região Sudeste vem enfrentando é um agravador deste cenário, atrasando muito uma possível revitalização natural do Rio Doce. Hoje, um rio de ‘lama mortífera’. Nos resta esperar que a situação melhore e que os culpados sejam punidos.
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UMA POSSÍVEL HERANÇA O aumento de casos suspeitos de febre amarela em Minas pode estar relacionado à tragédia de Mariana, segundo a bióloga da Fiocruz Márcia Chame. A hipótese tem como ponto de partida a localização das cidades mineiras que identificaram até o momento casos de pacientes com sintomas da doença. Grande parte está na região próxima do Rio Doce, afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão. “Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças, incluindo a febre amarela”, afirmou a bióloga. “Isso pode ser um dos motivos que contribuíram para os casos. Não o único”, completa. Márcia observa que essa região do Estado já apresentava um impacto ambiental importante. provocado pela mineração, como se conta em outro caso, ocorrido no final de 2015, logo após a tragédia em Mariana: o finado ambientalista André Ruschi com um de seus amigos, visitou uma fazenda no município de Baixo Guandu, no Espírito Santo, que fica às margens do Rio Doce, para fazer uma análise do rio; André fez a seguinte pergunta para o gerente da fazenda: ‘‘você tem ouvido os sapos?’’, o gerente respondeu que não, então, André disse: ‘’então se preparem para um surto de febre amarela, pois, sem peixes e sapos é inevitável isto acontecer. Para ele, sem os peixes e os sapos para comerem respectivamente as larvas e os mosquitos, a presença da doença era questão de pouco tempo. Deu no que deu, André Ruschi, filho do reconhecido cientista Augusto Ruschi, não viu sua previsão se confirmar. Morreu prematuramente aos 60 anos, em 05 de abril de 2016.
‘Não podemos generalizar de forma negativa o povo brasileiro. Os inocentes não devem pagar pelos erros gananciosos de uma minoria.’ 45
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Rastreando o Rio São Francisco
da Nascente à Foz - Parte 2
Há um ano atrás a Revista Minas Show saiu na frente e teve o privilégio de receber o aventureiro das alturas, Lu Marini em entrevista para a sua 4ª Edição, antes do Instrutor da Marinha dar início à grande aventura intitulada de ‘‘Rastreando o Rio São Francisco da Nascente à Foz’’, mostrada pelo programa Global 'O Fantástico' em duas edições. Lembramos que o aventureiro Lu Marini, piloto de Paramotor Sênior, atleta TNT Energy Drink, é recordista continental da categoria, fundador e atual presidente da Associação Brasileira de Paramotor - ABPM. Como todas as aventuras e jornadas de Lu Marini e sua equipe, este não só será um brilhante documentário mas, também, livro a ser editado brevemente. A aventura foi um espetáculo de edição e imagens
onde o trabalho impecável do cinegrafista foi fundamental. Já era de se esperar que a equipe liderada por Lu Marini iria encontrar lindos cenários, no entanto, o que mais chamou a atenção foi a triste condição de degradação em que se encontra O Velho Chico, rio peregrino da Integração Nacional. A situação
daquele que era o belo corredor de águas que despenca da remota Serra da Canastra hoje, é mais filetes de água sem forças bastante para fertilizar suas margens, como antes, decretando o fim dos ribeirinhos por não mais poder alimentar milhares de pessoas que dependem do rio das provisões. Ancorou de vez o Benjamim
DOCUMENTÁRIO
Guimarães. Já não se vê mais os saveiros carregados, hoje impedidos pelos bancos de areia. As bandeiras brancas ao sabor do vento impulsionando as pequenas embarcações já não tremulam mais no horizonte sobre o balanço das águas que eram profundas e navegáveis. O luar acinzentado já não tem mais o espelho farto das águas para refletir as lendas e iluminar sonhos. Entristeceu ainda mais o canto dolente dos ribeirinhos. Das redes e anzóis já não mais surgem os peixes que faziam a alegria das barrancas e sustentavam a vida. Sem as várzeas fecundas não tem mais o pão de cada dia que alegrava a vida. A esta altura Dom Cappío, o santo profeta do rio, cada vez mais vê a realidade do seu
presságio. Estão tristes e pálidas as carrancas, uma vez que até mesmo os maus espíritos assombradores, fugiram todos apavorados diante da realidade. Já não assustam mais. O que tem assustados são os espíritos zombeteiros e os fantasmas de políticos ensandecidos por votos que insistem em tirar água de onde só existe esgotos 'in natura', lançados pela grande maioria das cidades, sem tratamento algum, a céu aberto que, somados aos desmatamentos sem ações afetivas, decretaram o triste fim do grande Rio da Integração Nacional. Sim, tudo isto neste belo e único planeta azul onde a água que simboliza a vida e, é a própria vida e que está sendo degradado,
literalmente, dia por dia. Explorando as belezas da natureza, ao passo que expõe os problemas ambientais, o aventureiro Lu Marini e seus caminhos traçados são, evidentemente, Minas Show.
Vapor Benjamim Guimarães atracado pelo assoreamento do Rio São Francisco
ESPORTE
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Seu Guia de Turismo do Lago de
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ESPORTE
1º Pedal da Orla do
‘‘Mar de Minas’’ Em meio a um clima festivo e descontraído, aconteceu no Domingo, 5 de fevereiro de 2017, o 1º Pedal da Orla do "Mar de Minas", organizado por Lucas Rodrigues Melo e sua equipe e com o apoio da Prefeitura Municipal de Pimenta que cedeu toda estrutura física, som, Polícia Militar, ambulância e bombeiros. O evento foi um passeio de Mountain Bike, com 'Start' no distrito de Santo Hilário, no município de Pimenta e que contou com mais de quatrocentos ciclistas que se concentraram às margens do Lago de Furnas no Porto Capetinga Bar. Os organizadores prepararam uma bonita recepção para receber todos os ciclistas participantes do evento. O percurso do 1º Pedal da Orla do "Mar de Minas", foi definido pela equipe do Pedal de Pimenta e teve como trajetória parte da região do Lago de Furnas, com um trajeto de aproximadamente 40 km. A realização foi um sucesso para a maioria dos participantes, com poucos contratempos e com a perspectiva do número de participantes superada entre os ciclistas profissionais, amadores, e
dentre estes, homens mulheres e crianças. Durante a realização do evento os participantes tiveram dois pontos de apoio, uma vez, que o percurso é considerado nível médio. O final do 1º Pedal da Orla do "Mar de Minas", se deu no ponto de partida, Porto Capetinga Bar, às margens do Lago de Furnas num clima festivo, com música ao vivo e muitas ondas do nosso "Doce Mar de Minas".
Furnas e da Serra da Canastra
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Campeonato Mineiro de
Mountain Bike O Campeonato Mineiro de Mountain Bike Maratona é o mais importante do calendário mineiro da modalidade, onde são conhecidos os atletas campeões do estado das inúmeras categorias oficiais. A qualidade dos circuitos mineiros é tamanha que torna difícil determinar o melhor, isto, por que o relevo do estado de Minas Gerais favorece muito o traçado dos referidos circuitos, possibilitando competições de alto nível. Ainda, existem alguns destes de tamanha beleza e tão magníficos na infraestrutura e com alto grau de dificuldade que possibilitam competições estaduais, nacionais e internacionais. O famoso calendário da Federação Mineira de Ciclismo (FMC) consiste não somente em competições, mais também em passeios ciclísticos, cicloturísticos e, ou, de cicloturismo. A Federação terminou o ano com 156 eventos homologados pela entidade, sendo que os calendários encontram-se à
disposição para consulta através do endereço eletrônico www.fmc.org.br. A Federação Mineira de Ciclismo (FMC) hoje conta com as seguintes modalidades: Mountain Bike, Downhill, Ciclismo de Estrada e BMX. A etapa de Piumhi - MG, que ocorreu em Novembro de 2015, foi a final do Campeonato Mineiro de Maratona onde foram conhecidos os campeões mineiros. Os organizadores, em especial o Sr. Senezomar Faria, trabalharam para trazer para Piumhi um evento de nível nacional dentro dos moldes e normas da Confederação Brasileira de Ciclismo e da Federação Mineira de Ciclismo com a missão de divulgar o Mountain Bike na região e promover a prática de esportes saudáveis. O evento foi um espetáculo de cores, de movimento e atletas!