Revista Minérios & Minerales - Setembro 2015 - Edição 374

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ano

XXXIX

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374

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SETEMBRO

2015

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R$

12,00

Dedicada à Redução de Custos, Aumento de Produtividade e Manutenção Industrial na Mina e na Planta Dedicated to Cost Reduction, Productivity, Industrial Maintenance at the Mine and Plant

Cobre

Avanco planeja start up de Rio Verde até março em Carajás Ferro ArcelorMittal prioriza abastecer siderúrgicas próprias Fosfato Projeto Patrocínio prossegue ao licenciamento em MG

Automação: Garpenberg tornou-se a mina mais integrada do mercado



ANO XXXIX - Nº 374 - Setembro 2015

04. Editorial

Índia quer se tornar a nova China em produção industrial. E o Brasil?

O futuro, o Brasil e a Mineração

Avanco planeja start-up de Rio Verde até março

ArcelorMittal prioriza abastecer siderúrgicas próprias

Empresa japonesa planeja processar rejeito de Serra Pelada

AngloGold Ashanti implanta novo modelo de slot com furos longos

Serra Grande estende vida útil dos motores diesel a 20 mil horas

Método de análise dispensa o uso de ácido

Projeto Patrocínio dá continuidade ao licenciamento em Minas Gerais

Sede/Main Office

Sistema Minas-Rio economiza 95% de energia no processo de filtragem

Rua Paes Leme, 136 - Cj. 1005 Pinheiros - CEP 05424-010 São Paulo - SP - Brasil

Garpenberg deve sua sobrevida à descoberta imprevista de novo depósito

Superando expectativas em eficiência energética

Diretor Editorial/Editorial Director Joseph Young Editora/Editor Lílian Moreira lilianmoreira@revistaminerios.com.br Redação/Editorial Staff Guilherme Arruda Publicidade/Advertising Nilton Cesar Cardoso Fernando Balbo comercial@revistaminerios.com.br Arte/Art Fabiano Oliveira fabiano@revistaoempreiteiro.com.br Produção gráfica e diagramação Graphic design and production Cotta Produções Gráficas atendimento@cotta.art.br Circulação/Circulation circulacao@revistaminerios.com.br

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06. Coluna do Mendo 10. Cobre

16. Minério de Ferro 20. Ouro

21. Desmonte 23. Lavra

24. Pelotização 25. Fosfato

Transporte 26. Projeto modular otimiza custos em 25% 27. Maior britador de rolos de alta pressão mostra eficiência energética 27. Esteira transportadora substituirá ferrovia em mina peruana 29. Processo 30. Automação

35. Lubrificação

Exposibram 36. Indústria prevê a retomada da mineração no horizonte 38. Hexagon Mining foca no ciclo de vida da mina 39. Com Britanite, Enaex pretende atingir novos mercados 40. Converter manutenções reativas em intervenções planejadas 40. Roletes que geram energia 41. IMIC exibe britador com sistema de suspensão 42. Pöyry reforça conceito da “mina ao porto” 43. Canadá apresenta novas tecnologias 44. Bentley lança software de movimentação de materiais 45. Câmera da Bosch monitora de fendas profundas 45. Georadar reforça serviços de geofísica 46. Dassault foca em softwares para otimizar a mineração 46. JactoClean exibe soluções de limpeza 47. NLMK exibe novidade em chapas de aço 47. Mobil apresenta conceito de produtividade avançada 47. NSK expõe programa que estende vida útil dos rolamentos 48. KSB exibe bomba nacionalizada para serviços pesados 48. Quimatic Tapmatic inova com borracha reparadora a frio 49. Saint-Gobain Canalização lança tubos para polpa 49. Ourominas traz solução para o mercado de ouro 49. Cabo nacional Wirex para uso em máquinas móveis 50. Graco apresenta sistema de gerenciamento de fluidos 50. ThyssenKrupp foca em sistemas mais eficientes 51. Arvos traz equipamentos da Raymond Bartlett Snow 51. Bomba anfíbia trabalha dentro e fora d’água 51. Erkat traz linha de fresadoras 52. Manipulador de pneu 75% mais eficiente 52. Iluminação LED consome 60% menos 53. EPI para proteção respiratória 53. Astec exibe britador de mandíbulas Telsmith 53. Sew Eurodrive – flexibilidade na aplicação 54. Aumund exibe linha para transporte e estocagem Créditos da capa: Imagem em destaque: obras da unidade da 54. Henfel se junta ao grupo Ringfeder Avanco em Carajás (PA). Foto de 55. Manutenção

fundo: A imagem, da mina de Carajás, foi obtida em julho de 2009 pelo satélite EO-1 da NASA. Fonte: Earth Observatory.

A influência dos lubrificantes de alta tecnologia

Avançam as obras na ferrovia de Carajás para escoar produção de S11D

56. Minério de Ferro II 57. Clipping

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Sumário

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Foto: Ford

Fábrica da Ford na cidade indiana de Sanand, no estado de Gujarat

Foto: Web

O

Fotos: Web

A Foxconn, fabricante de smartphones e eletrônicos, planeja abrir uma dezena de plantas na Índia até 2020

Índia tem problemas parecidos com o Brasil, com o agravante de ter mais de um bilhão de habitantes para alimentar, transportar, educar, medicar...

Fotos: Web

Editorial

Fotos: Web

Índia tem mantido uma taxa de crescimento médio anual do PIB em torno de 7%

Venerar o elefante é uma tradição na Índia. Acredita-se que o animal atrai bons fluidos e funciona como um amuleto de proteção

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Índia quer se tornar a nova China em produção industrial. E o Brasil? primeiro ministro Narendra Modi, que desbancou o Partido do Congresso que dominava a política indiana desde sua independência, prometeu mudar a Índia na sua campanha eleitoral — e ao que parece, às vezes até por vias tortas, está avançando com as reformas que precisam vencer sólidos corporativismos, burocracia secular e oligopólios entranhados no país. A compra de terras na Índia enfrenta uma floresta de burocracia inclusive a nível de governo local, com toda a tradição de erguer dificuldades e negociar facilidades. A poluição em algumas regiões supera os índices notórios das cidades chinesas. As melhorias na infraestrutura de ferrovias, rodovias, portos e energia elétrica têm avançado a velocidade de elefante — um dos símbolos nacionais. Um exemplo dessa obsolescência é o fato de a maior parte das fábricas no país usa geradores próprios. O Parlamento indiano obstruiu a reforma da legislação trabalhista, dos direitos de propriedade sobre a terra e uma simplificação dos impostos estaduais. Os próprios governos estaduais precisam reformar estas duas legislações. Uma regulamentação para facilitar a conversão de terras agrícolas em industriais também empacou, com feroz oposição dos agricultores. Recorrer à justiça hoje para solucionar uma disputa, seja cível ou comercial, equivale a postergar sem prazo a resolução. Mesmo com todos esses entraves, o tamanho do mercado doméstico indiano de mais de um bilhão de habitantes e o nível salarial relativamente mais baixo tem atraído novos empreendimentos industriais. A GM oficializou um programa de investir US$ 1 bilhão no país para produzir modelos para o mercado local, além de duplicar sua fábrica na região de Pune. Ali também está sendo erguida uma planta da CNH Industrial para colheitadeiras agrícolas. A Ford inaugurou uma linha de montagem de carros e a Mercedes adicionou uma linha para ônibus na sua fábrica de caminhões. A Corning opera uma planta automatizada para produzir fibras ópticas em Pune. A Foxconn, principal produtor global terceirizado de smartphones e eletrônicos similares, que acaba de comprar uma fábrica da Microsoft, anunciou planos para abrir uma dezena de plantas na Índia no prazo de até 2020, gerando 50 mil postos de trabalho. A maioria dos fabricantes de equipamentos rodoviários — a chamada linha Amarela — tem plantas industriais na Índia. Este gigante asiático tem problemas parecidos com o Brasil, com o agravante de ter mais de um bilhão de habitantes para alimentar, transportar, educar, medicar, etc. Se a Índia tem mantido uma taxa de crescimento médio anual do PIB em torno de 7%, existe algo profundamente errado em nosso modelo de gestão da economia — cujas falhas ficaram escancaradas na crise atual. Acreditamos que o modelo do governo centralizado como tal em Brasília se esgotou. É urgente que os principais Estados, do norte ao sul, se articulem com os 100 maiores municípios brasileiros, para estruturar um programa de retomada econômica, com geração de novos empregos, em conjunto com as federações das indústrias locais e os empreendedores privados, dando prioridade às vocações regionais, as fronteiras econômicas florescentes e as obras de melhoria da infraestrutura a serem reiniciadas. Os Estados e a iniciativa devem manter um dialogo objetivo com os órgãos ambientais, de modo que as licenças tenham prazo para serem emitidas, considerando o interesse maior do Pais. A mineração está naturalmente incluída aqui; ela precisa diversificar sua pauta de produção mineral e buscar agregar valor em produtos transformados. Apontar o dedo e criticar já não basta, nem esperar pelos próximos governantes a serem eleitos — o País precisa de propostas objetivas de retomada econômica já.



O futuro, o Brasil e a Mineração

Coluna do Mendo

José Mendo Mizael de Souza* mendodesouza@jmendo.com.br

“I

nteressa-me o futuro porque é o lugar onde vou passar o resto da minha vida”, afirmou Woody Allen: concordo com ele em número, gênero e grau. Assim, nada mais gratificante do que a oportunidade que o 16º Congresso Brasileiro de Mineração e Exposibram 2015 me ofereceram de, ao atender convite dos Universitários de todo Brasil presentes no 8º Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Minas - Eneminas, proferir palestra - como já o havia feito nos encontros anteriores. A palestra foi intitulada “O Engenheiro de Minas hoje, amanhã e depois de amanhã”. Como destaquei para eles na ocasião, nós da Indústria de Produção Mineral temos o privilégio de nos dedicar a uma atividade essencial à concretização da Qualidade de Vida, conforme aspirada hoje pela humanidade, eis que, como lhes apresentei em um dos slides, conceituo a Mineração como sendo “A atividade que propicia aos seres humanos, mediante seus produtos, saciarem suas fomes biológicas, psicológicas, sociais e espirituais e concretizarem seus sonhos - José Mendo Mizael de Souza”. Em seguida, apresentei-lhes a afirmativa da U.S. National Academy of Sciences de que “Nos Estados Unidos, todo ano, cerca de 11,3 t de novos minerais devem ser proporcionadas, por habitante, para se fabricar itens de uso diário de cada pessoa”. Mostrei-lhes que Stephen Kesler nos alertou no sentido de que “considerando uma estimativa média de 9 bilhões para a população global em 2050 e assumindo que cada pessoa adicional irá demandar um pouco menos que os atuais habitantes demandam, esse aumento da população poderia levar a um aumento de 25% da demanda por minerais, até 2050”. Ao concluir, lembrei-lhes que, em um mundo em constante mutação, com verdadeira explosão da Inovação e da Tecnologia, três itens deverão estar sempre presentes no futuro: Agricultura (alimentos), Mineração (materiais) e Conhecimento. E destaco, aqui e agora, as palavras de Laszlo Bock, 42 anos, Vice-Presidente Sênior de Operações de Pessoas do Google (desde 2006), segundo a Folha, para quem “são quatro coisas que procuramos na hora de contratar: (i) habilidade cognitiva geral; (ii) liderança emergente; (iii) “Googleness”, ou seja, ter consciência, fazer o que diz que faria, ter preocupação com o ambiente e humildade intelectual para admitir quando está errado e (iv) expertise”. O futuro está aí. Vamos encará-lo com otimismo e fé, lembrando sempre do historiador Leo Vilani que, segundo outro historiador, Eric Hobsbawm, em seu livro “Era dos Extremos - o breve Século XX: 1914 - 1991”, ao se voltar para o Século XX, afirmou que “Nosso Século XX demonstra que a vitória dos ideais de justiça e igualdade é sempre efêmera, mas também que, se conseguirmos manter a liberdade, sempre é possível recomeçar [...]. Não há por que desesperar, mesmo nas situações mais desesperadas”, ou seja, o futuro, o Brasil e a Mineração estão esperando por nós e contando conosco!

*Engenheiro de Minas e Metalurgista, EEUFMG, 1961. Ex-Aluno Honorário da Escola de Minas de Ouro Preto. Presidente da J.Mendo Consultoria Ltda. Fundador e Presidente do Ceamin - Centro de Estudos Avançados em Mineração. Vice-Presidente da ACMinas - Associação Comercial e Empresarial de Minas e Presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia da Entidade. Coordenador, como Diretor do BDMG, em 1976, da fundação do Instituto Brasileiro de Mineração - bram. Como representante do Ibram, um dos 3 fundadores da Adimb Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira. Ex-Conselheiro do Cetem - Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

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Avanco planeja start-up de Rio Verde até março Empreendimento, vizinho ao megaprojeto S11D, em Carajás (PA), possui minério de cobre de alta qualidade e se beneficia de uma região dotada de infraestrutura, instalações de fabricantes de equipamentos e serviços disso, a unidade terá fácil acesso à infraestrutura local, composta por estradas pavimentadas, ferrovias e o Porto Vila do Conde, de onde a empresa pretende exportar o concentrado por contêineres e a granel. A região, principalmente a cidade Parauapebas, possui oficinas de muitos fabricantes de equipamentos e serviços de engenharia para mineração, como Metso, ABB e ThyssenKrupp. No município, também se encontram pequenas e médias empresas que foram criadas nas últimas décadas e ganharam espaço por meio dos programas de desenvolvimento de fornecedores, promovidos pelas mineradoras que atuam na região e pela Fiepa – Federação das Indústrias do Pará. “As reservas da Avanco envolvem um minério de excelente qualidade, com

Unidade de cobre da Avanco irá produzir 45 mil t por ano

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alto teor de cobre e baixos índices de impurezas. A ideia é iniciar a operação até março, mas podemos antecipar o start-up em função da boa evolução das obras”, afirma Luís Azevedo, diretor executivo da Avanco, que conversou com exclusividade com a revista Minérios & Minerales. De acordo com Azevedo, outra vantagem do empreendimento refere-se à equipe operacional, formada por colaboradores com grande experiência no setor mineral. “Todo o projeto de engenharia está sendo desenvolvido pelos nossos profissionais, com o auxílio de empresas locais”, ressalta. O diretor conta que a empresa possui um bom relacionamento com a vizinha Vale, mantendo um diálogo aberto e troca de informações em relação a serviços, Foto: Avanco

Cobre

C

om o bom andamento das obras do projeto de cobre Rio Verde, localizado em Curionópolis, no Pará, a australiana Avanco Resources pretende iniciar a operação da planta de beneficiamento até o início de março de 2016. A unidade, que recebeu investimentos de US$ 60 milhões e irá produzir 45 mil t de concentrado de cobre por ano (12 mil t de cobre contido), tem a vantagem de estar perto do projeto de ferro S11 D da Vale, em Canaã dos Carajás, na mesma região, e considerado o maior empreendimento minerário em curso do mundo. A jazida do projeto, denominada Antas North, possui um teor de cobre entre 2,5% e 3%, sendo quatro vezes superior ao do depósito de Sossego, que fica cerca de 100 km e pertence à Vale. Além



Cobre

Foto: Metso

Mineradora optou pela compra de alguns equipamentos recondicionados, como um moinho de bolas, fabricado pela Metso

máquinas e equipamentos oferecidos na região. A Vale mineradora está presente na região desde 1978 quando teve início as obras do Projeto Carajás. “A forte presença da Vale na região é uma vantagem em relação à oferta de empresas e prestadoras de serviço à mineração. Por meio de Nelcindo Gonsález (diretor de Metais Básicos da Vale) temos mantido um bom relacionamento”, comenta. As obras de terraplanagem, montagem elétrica e construção civil estão sendo realizadas pelas empresas IRF, MCM e Compacta, respectivamente. Além disso, a mineradora contrata serviços com muitas empresas locais, como LUK, Interativa, Minas Pará, JD Barreto, EJ Serviços, Equatorial e L Morgado. A Avanco fechou um contrato (Carta de Intenção) com a Maca Mineração e Construção Civil para realizar a operação e o gerenciamento da mina. Azevedo explica que a escolha da empresa, que possui extenso know-how na área minerária, se deve à geografia da mina, que possui um formato de funil, o que dificulta o acesso e a movimentação dos equipamentos. A Maca trará uma escavadeira Liebherr R910, sete caminhões de transporte Volvo AF40 e 2 perfuratrizes CAT 5150. “Após uma otimização do desenho do pit, realizamos uma mudança na configuração da frota. Teremos caminhões articulados de seis rodas capazes de enfrentar 12 | Setembro 2015

rampas íngremes. Isto permite uma redução do estéril na extração, com uma ligeira melhoria em toneladas de minério”, ressalta Azevedo. O depósito do projeto Rio Verde abrange recursos de 2,649 milhões t de minérios, com teor de 3.19% de cobre e 0,66 g/t de ouro, totalizando 84.518 t de cobre e 56.277 onças de ouro. As pesquisas exploratórias, concluídas em maio de 2014, contemplaram 89 furos, totalizando 14.800 m. O desmonte será feito com explosivos e a empresa está definindo a contratação de uma empresa especializada na atividade, como a Orica e Britanite, que possuem forte presença na região. Atualmente, cerca de 300 pessoas trabalham na construção da unidade, podendo esse número aumentar até o fim do ano. Em julho, a Compacta instalou os pilares das estruturas que irão receber o moinho, o sistema de flotação e os filtros. Em setembro, o avanço das obras era de 35%, com a conclusão dos alojamentos, repartições administrativas, refeitório e ambulatório. A Avanco, listada na bolsa australiana ASX (AVB), tem como controladores majoritários as empresas Glencore, Blackrock World Mining Trust, Appian Natural Resources e Greenstone Resources. Juntas, as quatro companhias possuem participação de cerca de 56% na empresa. A mineradora foi criada em 2007 e possui escritórios em Perth, na Austrá-

lia, no Rio de Janeiro e em Parauapebas, no Brasil.

Investimentos do projeto (em milhões de US$) Construção da planta

25,0

Infraestrutura de mina

7,4

Mina a céu aberto

5,0

Construção do reservatório de rejeitos

3,4

Custos de engenharia

5,0

Contingenciamento

7,0

Custo com mão de obra

7,0

Total

60,0

Máquinas e equipamentos

Diante da oportunidade de bons negócios e cumprir o Capex de US$ 60 milhões previsto para o projeto, a empresa optou, após estudos e avaliações, pela compra de alguns equipamentos recondicionados, como o moinho de bolas 12x24 (1,3 MW), fabricado pela Metso, e as células de flotação da empresa Outokumpu. Os galpões da unidade também foram adquiridos no mercado secundário. Luís Azevedo ressalta que esses equipamentos estão em boas condições e foram revisados pelos fabricantes. A unidade, que tem layout parecido à planta de cobre da Vale em Sossego, inclui uma cava simples a céu aberto, área para es-


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Foto: Avanco

tocagem e homogeneização de minério bruto, planta de britagem em dois estágios, circuito fechado de moagem, três estágios de flotação, sistema de desaguamento e filtragem e instalações para o manuseio de rejeitos. “Se optássemos por um moinho novo teríamos que gastar até cinco vezes mais, além de esperar dois anos para recebê-lo. Tivemos vantagem ainda em adquiri-los antes do início das obras, com um prazo maior de negociação”´, comenta. Já os equipamentos novos referem-se a um filtro de prensa vertical de alta pressão da Metso (modelo VPA 154020) e um britador Simplex. O filtro, que foi entregue no início deste ano e que está em fase de montagem, possui capacidade para processar cerca de 90 mil t de concentrado por ano. Para Ricardo Takeda, gerente de Vendas da Metso, o diferencial da empresa foi oferecer uma solução de filtragem robusta que atendesse às necessidades da planta. “A Avanco é, sem dúvidas, um cliente muito importante e promis-

Da esquerda para direita: Scott Turow, diretor Financeiro, Anthony Polglase, CEO, Wayne Philips, diretor de Operações, José Mauro, engenheiro Chefe, e Luis Azevedo, diretor Executivo

sor, pois está iniciando suas operações no Brasil”, afirma Takeda. O gerente ressalta a estrutura que a Metso possui para dar suporte ao novo

projeto: uma fábrica de serviços e um centro de distribuição localizados a cerca de 15 km da planta da Avanco. “Além disso, temos vasta experiência Setembro 2015 | 13


Cobre

Foto: Avanco

As obras de terraplanagem, montagem elétrica e construção civil estão sendo realizadas por IRF, MCM e Compacta, respectivamente

em operações de processamento de cobre, o que nos torna aptos a contribuir ao desenvolvimento e o sucesso deste projeto”, comenta. Entre as características do filtro de prensa fornecido, Takeda destaca a construção robusta, adequada para

atividades de mineração; a precisão na fabricação das placas das câmaras de filtragem usinadas de polipropileno; a facilidade e rapidez na troca de tecidos do filtro (operação que pode ser realizada em minutos); poucas peças móveis que garantem a baixa manutenção e alta

Marco regulatório preocupa Com o novo marco regulatório da mineração, lançado em 2013 e que ainda será votado pelo Congresso, o governo pretende atrair novos investimentos e garantir o crescimento da indústria de mineração. No entanto, especialistas alertam que um excessivo intervencionismo estatal pode não ser adequado para o desenvolvimento do setor mineral. “O governo segue com uma insistência em aumentar a CFEM. Atualmente está em 2% e a ideia é dobrar para 4%. Tendo um País que explora de forma dominante ferro, bauxita e ouro, aumentar o valor de impostos é um estímulo zero aos novos investimentos no setor de mineração”, ressalta Luis Azevedo, da Avanco. Sobre isso, o governo afirma que os royalties da mineração no Brasil são um dos mais baixos do mundo. Além disso, a legislação dos royalties é dúbia e tem provocado muitas ações na justiça, segundo os seus críticos. Durante a 16a Exposibram, Exposição Internacional de Mineração realizada em setembro em Belo Horizonte (MG), Fernando Coura, diretor-presidente do Ibram, salientou que deve haver um combate à oneração excessiva no setor, defendendo a reforma tributária. “Temos que aproveitar o momento de crise para que se reduza a carga tributária na mineração”, ressaltou. “As alíquotas fixadas por lei têm que vir de forma escalonada, para não matarmos a pequena e média mineração”. Segundo Coura, as inovações tecnológicas representam uma saída para a conquista de espaços no mercado internacional. O projeto de lei não altera a distribuição dos valores arrecadados — continua 65% para os municípios onde a exploração é feita, 23% para os Estados e 12% para a União. O Pará é o segundo maior arrecadador da CFEM, com cerca de 30%, ficando atrás de Minas Gerais, que detém aproximadamente 50% de toda a arrecadação. 14 | Setembro 2015

disponibilidade; e um sistema de controle por CLP (controlador lógico programável), para operação de filtragem automática e inteligente.

Fase II: Projeto Pedra Branca

Em paralelo, a empresa júnior trabalha com a fase II do projeto de cobre. Denominado Pedra Branca, o depósito está localizado em Carajás (PA) e dista cerca de 50 km de Rio Verde. Em agosto, a empresa enviou o estudo de viabilidade econômica do empreendimento para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Segundo informações da empresa, Pedra Branca contém um volume de cobre três vezes maior que Rio Verde, com teor médio de 2,45% e cut-off de 0,9%. As reservas indicadas e inferidas somam 18,5 milhões t com 2.45% de cobre e 0,61g/t de ouro, para 454.000 t de cobre e 363.000 onças de ouro. Na região, a empresa possui 28 licenças de exploração, que abrangem uma área de 172.000 ha. A companhia estima um custo de US$ 200 milhões para implementar uma unidade com capacidade anual de 30 mil t de cobre e 25 mil onças de ouro. A previsão para início das operações é 2018 e a vida útil da mina é de 12 anos,


podendo ser estendida com a aquisição de áreas adjacentes ao projeto.

Conheça a equipe do projeto

Tony Polglase – CEO - Com quase 40 anos de experiência em mineração em 10 países diferentes, Polglase é formado em engenharia mecânica e elétrica, com uma licenciatura em Metalurgia pela Camborne School of Mines, do Reino Unido. O engenheiro possui largo conhecimento em relação ao desenvolvimento e operação de projetos de ouro, cobre, chumbo, zinco e estanho. Participou do comissionamento de mais de sete projetos de mineração. Possui passagens pelas empresas Iberian Resources, Ivernia Corp, Rio Tinto, TVX e Ashanti Goldfields. José Mauro Maciel – engenheiro chefe - Com mais de 30 anos de experiência nas áreas de mineração e implantação de projetos, José Mauro Maciel atuou na gestão da construção, operação e manutenção de usinas de beneficiamento mineral, tendo trabalhado na Rio Tinto e Kinross. Formado em Engenharia www.revistaminerios.com.br

Mecânica pela PUC-MG, Mauro participa do projeto da Avanco desde o início, em 2014. Com presença constante na obra, o executivo e sua equipe atuam para garantir a qualidade dos trabalhos. Luís Azevedo – diretor executivo - Formado em Geologia pela Universidade do Rio de Janeiro e Direito pela PUC-RJ, Azevedo possui mais de 35 anos de experiência na indústria mineral, atuando nas áreas de desenvolvimento e de apoio jurídico e técnico especializado para empresas de recursos minerais que operam no Brasil. Ocupou cargos importantes nas empresas Western Mining Corporation, Barrick Gold e Harsco. Em 2004, o executivo fundou FFA Legal, no Rio de Janeiro, que fornece assessoria jurídica para empresas de recursos naturais. Wayne Phillips – diretor de Operações - Com carreira consolidada no setor mineral, Wayne Phillips foi diretor técnico da Kinross para América do Sul, sendo um dos responsáveis pela implantação e expansão da unidade de ouro de

Paracatu. Formado em engenharia química, Wayne participou de comissionamentos de projetos importantes de ouro e cobre, localizados no Brasil e no exterior. Otávio Monteiro – gerente da Planta - O engenheiro Otávio Monteiro tem longa atuação em projetos de mineração e químicos. Monteiro participou de projetos importantes no Estado do Pará, sendo conhecedor das legislações e políticas estaduais voltadas à indústria extrativista. Com bom relacionamento em órgãos públicos e autoridades portuárias, Monteiro ocupou uma série de cargos executivos, incluindo gerente-geral de mineração. Tim Wither – gerente de mina Tim Wither possui vasta experiência em mineração, incluindo implantação de projetos a céu aberto de cobre. O engenheiro tem mais de 15 anos dentro da indústria mineral, onde ocupou cargos importantes na Austrália e em outros países. Whither traz seus conhecimentos relacionados com perfuração, desmonte e gerenciamento de mina. Setembro 2015 | 15


Foto: Minérios & Minerales

ArcelorMittal prioriza abastecer siderúrgicas próprias Com o desaquecimento do mercado global de minério de ferro, a estratégia da companhia é atender a demanda das suas siderúrgicas e buscar ganhos com sinergia e redução de custos entre as minas e usinas

D

iante da desvalorização do minério de ferro, a divisão de mineração da ArcelorMittal, a maior siderúrgica do mundo, está priorizando atender a demanda de matéria-prima das suas próprias usinas e diminuir a comercialização da commodity nos mercados doméstico e transoceânico. A medida, implementada pelo escritório central em Londres e que se estende a todas as unidades da empresa, envolve um plano de sinergia entre as mineradoras e as siderúrgicas do grupo, que visa otimizar os ativos minerários e reduzir custos. De acordo com Aércio Januzzi, gerente geral da ArcelorMittal Mineração Brasil, a estratégia está relacionada à padronização dos procedimentos operacionais das unidades, implementando práticas corporativas nas áreas de produção, manutenção, procedimentos, logística e suprimentos. Januzzi ressalta que as aquisições de materiais e serviços, assim como as negociações das taxas de frete para o escoamento da produção e recebimento de insumos, foram 16 | Setembro 2015

consolidadas pelo escritório de Belo Horizonte (MG), onde está localizada a sede da empresa no País. “Já existia essa orientação (vender minério de ferro para as usinas do grupo), mas isso se intensificou em função do mercado. Além disso, essa maior relação e sinergia

entre as empresas do grupo proporcionam uma oportunidade de forte negociação de preços com os fornecedores”, afirma. Atualmente, as sete usinas da companhia no País consomem cerca de 10 milhões t de minério de ferro por ano. As duas minas, Serra Azul e Andrade, localizadas nas

Minas da ArcelorMittal no País atendem cerca de 35% a demanda por minério de ferro das siderúrgicas do grupo

Foto: Minérios & Minerales

Minério de Ferro

Busca por uma melhor eficiência operacional é constante na Mina Serra Azul, da ArcelorMittal


cidades mineiras de Itatiaiuçu e Bela Vista de Minas, respectivamente, suprem cerca de 35% dessa demanda. Segundo Murilo Ramos de Matos, gerente de Logística, o principal entrave para um maior abastecimento das indústrias é a logística, principalmente em relação à usina de Tubarão, localizada em Serra, no Espírito Santo. “O frete (rodoviário e ferroviário) é extremamente oneroso no País. Sendo assim, essa plataforma de compras é muito consubstanciada com a logística. Hoje, os custos para o escoamento do produto representam em torno de 55% a 60% do seu preço final de venda”, afirma Matos. Matos contou que a empresa conseguiu uma redução de 22,5% no valor do frete com a MRS, que opera a Malha Regional Sudeste da antiga Rede Ferroviária Federal – a negociação iniciou-se em janeiro e se estendeu até agosto. O gerente destacou ainda que o custo ferroviário para atravessar os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro e chegar ao Complexo Portuário da Baía de Sepetiba supera o valor do frete para China, que é cerca de US$ 12 por tonelada e percorre mais de 16 mil km. www.revistaminerios.com.br

Da esquerda para a direita (atrás): Murilo Ramos Matos, gerente de Logística, Juliano Dalla Rosa, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho, Aércio Januzzi, gerente geral, e Elton Carlos Souza, gerente de Beneficiamento. Na frente: Leonardo Xavier, gerente de Manutenção, Giane Cássia Araújo, gerente de RH e Comunicação, Edgar de Souza, gerente de Apoio Administrativo, e Germano Viana Coimbra, supervisor de Mina

Neste cenário, a mineradora intensificou as ações de redução de custo, buscando uma melhor eficiência produtiva nas minas e nas plantas. “Todo o esforço que é feito na área produtiva é válido, uma vez que as margens são impactadas pelo alto custo logístico”, completa. Segundo a gerência, o grande desafio é dar continuidade à redução dos custos em

toda a cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, elevar a qualidade do produto final a fim de obter uma maior competitividade junto aos clientes. Em 2014, a mina de Serra Azul, visitada com exclusividade pela reportagem da revista Minérios & Minerales, teve uma produção de 1,8 milhão t de minério de ferro, sendo 20% de lump ore (granulado) e 70% de sinter feed. Setembro 2015 | 17


Mina de Serra Azul foi adquirida em 2008

Minério de Ferro

A ArcelorMittal adquiriu a mina de Serra Azul em 2008, após a implantação de uma Unidade de Tratamento de minério fino feita pela London Mining. A empresa britânica havia comprado a área da Minas Itatiaiuçu, pertencente à família Tavares. A mina tem capacidade produtiva de mais de 500 mil t/ano de minério de ferro granulado; e de 3,3 milhões t/ano de sinter feed. Em Serra Azul, a ArcellorMittal tem como vizinhos a Usiminas e a Minerita. A área licenciada abrange 620 hectares, com reservas estimadas em mais de 1,2 bilhão t de recurso geológico potencial. A vida útil da mina supera os 100 anos. As jazidas estão inseridas no Quadrilátero Ferrífero, que é a maior área produtora de minério de ferro no País. Especialistas estimam que a região, que corta os municípios de Brumadinho, Igarapé, Itatiaiuçu, Itaúna, Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, possui reservas de mais de 3 bilhões t de minério de ferro. Já a Mina do Andrade, que completou 80 anos este ano, foi fundada em 1935 pela CSBM (Companhia Siderúrgica Belgo Mineira) e retomada da Vale (que havia arrendado) pela ArcelorMittal em 2009. A mina se destaca por ser a única unidade do grupo a atingir a marca de 23 anos sem acidentes com perda de tempo. Situada em Bela Vista de Minas, no Vale do Aço, a unidade atende à siderúrgica da empresa em Monlevade (MG) e, a partir de 2011, iniciou suas vendas para o mercado doméstico. Em 2012, com a expansão da mina, a capacidade passou de 1,5 milhão para 3,5 milhões t/ano de sinter feed. A lavra do minério de ferro é realizada a céu aberto e o embarque para a usina é feito por ferrovia.

Centralização das compras e estoque enxuto

De acordo com Edgar de Souza Júnior, gerente de Apoio Administrativo, o programa de redução de custos abrange todas as áreas da empresa, sendo um processo contínuo, ou seja, não tem prazo para terminar. “Todos os fornecedores foram convocados e deram a sua contribuição. Revisamos os contratos de suprimentos, serviços de transporte, refeitório, vigilância, materiais de limpeza, insumos industriais, entre outros”, afirma.

Os estoques mantidos pela empresa também foram reduzidos a fim de diminuir os custos e se aproximar do formato just-in-time. Para isso, a mineradora teve que aprimorar o planejamento e o fluxo dos pedidos. De dezembro de 2014 a agosto deste ano, a companhia reduziu em 25% o volume dos seus estoques, diminuindo o armazenamento de peças, combustíveis, materiais e lubrificantes. “Tivemos que intensificar o follow up (acompanhamento) com os fornecedores para que pudéssemos trabalhar com mar-

Equipamentos da planta da mina Serra Azul Equipamento Tambor magnético WDRE

Modelo WDRE 24” x 72”

Quantidade

Fornecedor

Capacidade de alimentação

6

Inbras

72 - 85 t/h

Tambor magnético WDRE

WDRE 24” x 120”

6

Inbras

120 - 145 t/h

Tambor magnético WDRE

WDRE 24” x 120”

1

Steinert

121 - 145 t/h

Jigues

HJ-7/16H

2

Inbras

70 t/h

Espirais concentradoras

HC1 Triplas (6 voltas)

50

CPG

8 t/h

Concentrador magnético de alta intensidade

WHC-200DHX

2

Inbrás

200 t/h

Hidrociclone

500 CVX-10

3

Weir

130 - 260 m³/h

Hidrociclone

250 CVX

2

Weir

40 - 100 m³/h

Hidrociclone

150 CVX-10

24

Weir

20 - 40 m³/h

Britador de mandíbulas

BMI-805

2

IMIC

110 t/h

Britador cônico

CH430:01

1

Sandivik

240 t/h

Espessador

E-Cat mod. 10M Ø 10,0m x 17,0m9

1

FLSMIDTH

1.200 m3/h

Classificador Espiral

78’’X42’’Wemco

1

Miningtech Saurer

-

18 | Setembro 2015

gem de segurança e reduzir o estoque sem comprometer as demandas dos colegas da manutenção e produção”, comenta. A plataforma de compras, localizada em Belo Horizonte, atende os contratos das duas unidades minerárias e das sete usinas siderúrgicas.

Primarização da manutenção

Como parte do processo de diminuição dos gastos, a equipe de manutenção da mina de Serra Azul passou a realizar alguns serviços que antes eram terceirizados, como os reparos das correias transportadoras e reformas das caçambas dos caminhões. “Com um rearranjo na equipe de manutenção, conseguimos fazer essas atividades sem a necessidade de contratação externa. Utilizamos melhor o conhecimento interno entre nossos profissionais, aumentando a produtividade e conseguimos reduzir custos“, afirma Leonardo Augusto Rocha Xavier, gerente de Manutenção. Para um melhor gerenciamento e execução das atividades de manutenção, a empresa utiliza o programa SAP (desenvolvido pela empresa alemã de mesmo nome que atua na área de softwares de gestão empresarial). Entre os itens mais trocados ou repostos estão as correias transportadoras, materiais de desgaste, componentes do trem de força da frota móvel, lubrificantes e combustíveis. No primeiro semestre, a empresa instalou um sistema de abertura e fechamento da boca do britador secundário. Com a tecnologia, fornecida pela Sandvik, foi possível aumentar o intervalo de troca da manta de revestimento do britador em 30%. O equipamento é constituído de sensores inteligentes, que enviam informações para um software gerido na sala de controle. O sistema faz o processamento dos dados e fornece parâmetros para a abertura e fechamento da entrada do britador, possibilitando máxima carga de trabalho e um desgaste uniforme do seu revestimento.

Desmonte é feito por equipe própria

Após o planejamento de lavra, o processo produtivo da Mina de Serra Azul se inicia com a execução dos furos para desmonte. Para esta atividade, a equipe dispõe de duas perfuratrizes Sandvik, modelos DX 800, de 4”. A malha utilizada é de 2,5 x 3,5 m e as bancadas possuem em torno de 10 m. A própria equipe da ArcelorMittal faz o desmonte, com a utilização de explosivo do tipo granulado e emulsão. Por mês são con-


Foto: Minérios & Minerales

Diante do atual cenário, mineradora intensificou as ações de redução de custo na mina e na planta

sumidos cerca de 8.000 kg de explosivos, fornecidos pela Pirobrás Indústria. As detonações são diárias, de segunda a sábado. Após o desmonte, escavadeiras Liebherr 954 C fazem o carregamento dos caminhões – ao todo, são 13 caminhões, 11 Scania 8X4 P420 de 34 t e dois Randon 430M de 30 t. O material é depositado em uma pilha pulmão, que fica aproximadamente a 1,2 km de distância da mina. Na sequência, uma das seis pás-carregadeiras da empresa, modelo 580 Liebherr, alimenta o sistema de britagem (primária e secundária), composto por um britador cônico Sandvik CH430, de 240 t/h, e um britador de mandíbulas IMIC BMI-805. Complementam o circuito de tratamento, dois conjuntos de peneiras, concentradores e tambores magnéticos da Inbras e Steinert, hidrociclones da Weir, um espessador da FLSmidth e um classificador espiral da Miningtech Saurer. O resultado do processo são dois produtos com granulometria distintas, o lump ore e sinter feed. O rejeito da produção, formado em sua maioria por argila e quartzo, é direcionado para o espessador para se recuperar a água. A empresa reutiliza 74% da água da unidade. A meta é atingir pelo menos 90% nos próximos anos – a água nova é captada em poços artesianos na área da planta.

SSMA - certificações

As Minas de Serra Azul e do Andrade possuem a certificação, nível 5 estrelas, da IRCA (International Register of Certificated Auditors), consultoria independente sul-africana. As unidades têm também a certificação OHSAS 18001:2007, pela auditoria de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho.

“A segurança é prioridade máxima da companhia, sendo o seu principal valor. Além da preocupação com o bem estar físico e mental dos nossos funcionários, dentro e fora da empresa, um acidente pode implicar na parada da produção e em altos custos”, afirma Juliano Dalla Rosa, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho. Dalla Rosa afirma ainda, que a empresa realiza constantemente treinamentos e cursos com os funcionários, com o intuito de reforçar as boas práticas de saúde e segurança. Ele ressalta que foi feito um trabalho de conscientização sobre a importância do uso e conservação do EPIs. “Com esse programa, conseguimos reduzir em 30% os gastos com os materiais de proteção”, comemora. Em 2015, a mineradora foi agraciada pelo 170 Prêmio de Excelência da revista Minérios e Minerales pelo projeto “Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente”, que objetiva estimular os estudantes a desenvolver uma visão mais ampla da questão ambiental e humana sobre a natureza. Outro projeto premiado refere-se ao programa Anjo da Guarda, que visa a implementação de mudanças de comportamento e atitudes relacionadas à segurança. Estes programas, assim como as outras ações socioambientais da empresa, são desenvolvidas pela Fundação ArcelorMittal Brasil, criada em 1988. “Nossos programas, nas áreas de cultura, saúde, educação, meio ambiente, beneficiam mais de 6 mil pessoas nas regiões em que atuamos. Apesar do cenário adverso, mantivemos todas essas ações para este ano”, afirma Giane Araújo, Gerente de Recursos Humanos e Comunicação. Setembro 2015 | 19


Foto: DNPM / Divulgação

Projeto visar recuperar minérios contidos no material retirado em Serra Pelada

Empresa japonesa planeja processar rejeito de Serra Pelada Ouro

Myabras e cooperativa da região firmaram contrato que tem como objetivo recuperar ouro das pilhas de rejeitos, acumuladas durante décadas de exploração em Serra Pelada

A

pós a saída dos canadenses da Colossus, a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que detém os direitos minerários em Serra Pelada, famosa área mineral localizada em Curionópolis (PA), fechou um acordo recente com a japonesa Myabras (Mineração Yamato do Brasil). A companhia pretende processar o material secundário da mina, formado por lama da cava e conhecido como “montoeira”. A ideia é recuperar minérios como ouro, platina e paládio contidos no material retirado durante as atividades de lavra manual, iniciadas no final da década de 70. Segundo a Myabras, haveria 23 toneladas de minérios, incluindo ouro, em pilhas em volta do antigo garimpo de Serra Pelada. A empresa se propôs também a criar um fundo para recuperação ambiental da região e ainda gerar energia por meio de resíduos sólidos. O governo do Pará manifestou apoio ao novo projeto, mas se mostrou preocupado com a instabilidade na direção da cooperativa. Durante a parceria com a Colussus, ex-digirentes da Coomigasp teriam desviados mais de R$ 50 milhões 20 | Setembro 2015

que deveriam ter sido distribuídos para os garimpeiros. A estimativa é que a empresa canadense, que declarou falência no início de 2014, tenha investindo R$ 450 milhões para reativar os trabalhos de lavra. Após receber as licenças, previstas para este ano, a Myabras se comprometeu em apresentar, no prazo de trinta dias, um plano diretor de serviços e lavras para a recuperação de ouro e mercúrio em rejeitos de Serra Pelada, e em seguida, iniciar as atividades de pesquisas e desenvolvimento mineral das áreas objeto do contrato de parceria. A licença tem validade de um ano, podendo ser renovada. Pelo contrato, a empresa arcará com todos os custos em investimentos necessários quanto às pesquisas e desenvolvimento mineral para o tratamento do material secundário, ficando a cooperativa isenta de qualquer ônus. A Myabras ficará com 49% do volume de minérios recuperado das pilhas, o restante (51%) se destinará à cooperativa.

“Formigueiro humano”

Serra Pelada, que já foi tema de filmes como “Os Trapalhões na Serra Pelada”

(1982) e “Serra Pelada” (2013), ficou conhecida na década de 80, na chamada corrida do ouro. Com uma área de mais de 5 mil hectares, a região se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, com mais de 40 mil garimpeiros, sendo chamada de “formigueiro humano”. Segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), foram retiradas da mina mais de 30 toneladas de ouro. Ao final de 1984, a profundidade do cratera da cava já era de quase 200 m. A partir daí, a produção de ouro passou a diminuir e em 1990 somente 600 kg de ouro foram extraídas. Esta cifra caiu para 13 kg em 1991, ano em que através de portaria ministerial, os direitos de lavra de Serra Pelada foram repassados para a Vale. A mineradora recebeu uma indenização de R$ 59 milhões do Governo, pois tinha direitos sobre as jazidas de ouro, que foram invadidas por milhares de garimpeiros. O garimpo foi fechado em 1992 por falta de segurança. Em 2002, o governo aprovou um decreto que concedeu à Coomigasp o controle das atividades em uma área próxima a Serra Pelada.


AngloGold Ashanti implanta novo modelo de slot com furos longos

www.revistaminerios.com.br

Foto: R eflex

A

pós testes bem sucedidos, a AngloGold Ashanti implantou um novo modelo para a abertura de slots (face livre inicial para facilitar a detonação dos demais furos) e controle de perfuração na unidade Serra Grande, em Crixás (GO). O distanciamento entre os doze furos do processo de detonação aumentou de 2 para 15 m de comprimento, o que possibilitou uma redução do tempo de exposição do empregado na atividade de carregamento dentro do slot e aumentou a produtividade do método sublevel stoping (extração de média e larga escala). De acordo com o engenheiro Rodrigo Fideles, Chefe de Produção da AngloGold Ashanti, para se realizar a liberação de um slot de 15 m eram necessários, em média, três dias. Já o processo atual a liberação é feita em apenas um dia. O novo método, aplicado nas minas de Pequizão e Mina 3, deve se estender a todas as minas da unidade Serra Grande. “Agora, o desmonte é realizado de uma só vez, eliminando as perdas de tempo na liberação dos realces de lavra e reduzindo a exposição do homem dentro de slots. Recentemente, teste realizado na mina de

Utilização do equipamento, fabricado pela australiana Reflex, visa identificar possíveis desvios na direção e inclinação dos furos

corpo Pequizão alcançou a marca de 90% de assertividade”, ressalta Fideles. Segundo o engenheiro, anteriormente, em função dos desvios acentuados e da obstrução proveniente de detonações anteriores, vários furos eram impedidos de serem carregados, o que retardava o processo de abertura dos slots e a liberação das áreas de lavra para desmonte.

“A ação variava devido às condições de cada desmonte. Em um slot de 15 m eram necessários em média oito fogos. A quantidade de explosivos utilizada por metro é a mesma. O que alterou é a necessidade de refazer o carregamento e desmonte por causa da ineficiência do avanço quando se carregava de dois em 2 m, o que impactava no consumo de explosivos”, explica. Setembro 2015 | 21

Desmonte

Novo método de desmonte agiliza liberação das áreas de lavra e diminui a exposição dos funcionários nas frentes


Foto: AngloGold Ashanti/Divulgação

Equipamento auxilia na perfilagem dos furos

Lavra

Este ano, a AngloGold Ashanti passou a utilizar o aparelho Reflex, com o objetivo de identificar possíveis desvios na direção e inclinação dos furos. Os testes com o equipamento, fabricado na Austrália, empresa especializada em equipamentos de perfilagens e direcionamento de furos geológicos, começaram no final de 2013. O aparelho, que foi essencial para a otimização do novo processo de abertura de slots, é um equipamento digital e magnético, que é usado para medições de trajetórias de furos de sondagem. Sua principal função é mapear a direção e inclinação dos furos, onde os levantamentos são executados em intervalos que podem variar de acordo com a metragem do furo. Para este trabalho, o intervalo entre as medições são leituras a cada 1 m. “O Reflex auxilia na identificação do comportamento de furos longos e permite conhecermos os fatores que impactam em parâmetros operacionais como recuperação de lavra e diluição”, destaca Fideles. Após a realização dos estudos, será possível definir com o aparelho um padrão de desvio para cada mina, além de possibilitar a adequação dos projetos de perfuração e carregamento personalizado, visando a aumentar a eficiência nas detonações.

O distanciamento entre os doze furos do processo de detonação aumentou de 2 para 15 m de comprimento em Serra Grande

O modelo de slot utiliza uma linha de furos interconectados e que foram alargados de 5” para 6”. Para assegurar a qualidade na abertura de slot, em apenas uma etapa, foram adotados testes com hastes tubos, novos tipos de bits de diferentes diâmetros e realizada a perfilagem (método que introduz um aparelho no interior dos buracos para medições das trajetórias) para entender o perfil de desvio dos furos. Além disso, foram realizados treinamentos com os operadores do Simba (equipamento utilizado para realização dos furos longos). “Os resultados alcançados foram expressivos. Com hastes convencionais os desvios medidos chegaram até 2,5 m ao final dos furos, enquanto que, com a utilização de haste guia, os desvios foram, em média, de 30 cm. A perspectiva é de que este projeto seja implantado 22 | Setembro 2015

em todas as lavras ascendentes nas minas subterrâneas da Serra Grande”, comenta Fideles. Os bits de 3”, hastes tubo guia, hastes T38 e alargadores de 6” foram fornecidos pela Sandvik e Atlas Copco – esta última empresa também é a fabricante do Simba de mesa, com perfuratriz COP 1838, modelo 1354. “O principal objetivo deste projeto é a redução do tempo de exposição do homem dentro de slots por ser uma atividade crítica e de alto risco. Como o processo ainda é recente, não temos todos as vantagens financeiras contabilizadas, mas é possível observar ganhos expressivos com materiais de perfuração e explosivos”, completa. E 2014, a produção total da unidade Serra Grande foi de 1,3 milhão t (ROM), sendo 720 mil t provenientes da lavra por sublevel stoping.

Sublevel stoping

O método sublevel stoping, que já foi tema de palestra do Workshop de Redução de Custo na Mina e na Planta, da revista Minérios & Minerales, foi originado por volta de 1900 em minas de ferro de Michigan, nos Estados Unidos. Trata-se de um processo utilizado para possibilitar uma produção em alta escala, com o chamado long holes (furos longos). Segundo Rodrigo Fideles, a inclinação do corpo de minério é o principal fator para escolha do método, preferencialmente deve ter inclinação superior a 600, “Atualmente, a Serra Grande executa o método trabalhando com corpos de baixa inclinação (superior a 400)”, afirma. O engenheiro destaca as vantagens do processo com sendo a baixa diluição e alta recuperação de lavra, larga escala de detonações e alta produção são características positivas, além, é claro, da menor exposição do homem durante a limpeza do minério detonado, baixo custo de produção e melhor ventilação das galerias.


Serra Grande estende vida útil dos motores diesel a 20 mil horas

A

equipe de Manutenção da AngloGold Ashanti conseguiu elevar a vida útil, a produtividade e a disponibilidade dos motores a diesel dos caminhões AD30 de 12 mil para 20 mil horas, na unidade Serra Grande, em Crixás (GO). O aumento foi possível graças a adoção de técnicas de manutenção preditiva e preventiva, pessoal qualificado e otimização do uso de componentes. O método de lavra mais utilizado atualmente nas minas da unidade Serra Grande é o sublevel stopping que, em função de ser muito mais produtivo, exige mais da frota de equipamentos pesados que os demais métodos. Desta forma, o estudo, iniciado em 2011, visava reduzir a quebra prematura dos componentes e evitar paradas prolongadas dos equipamentos. Foram avaliados motores (Diesel C15) da frota de caminhões AD30, modelo Cater-

pillar. “O trabalho permitiu o salto de uma situação estimada de 29 trocas previstas para 15 executadas e um acréscimo da vida dos motores em 66%. Para se ter ideia, já no segundo ano, alcançamos 14 mil horas de durabilidade de alguns motores”, afirma Francisco Neto, chefe de Planejamento de Manutenção. A economia obtida nos últimos quatro anos é de R$ 2,6 milhões. Ao longo do desenvolvimento do projeto, foram utilizados o programa de análise de óleo, o monitoramento do desempenho e as inspeções durante a desmontagem dos motores falhados/ substituídos por vida útil exaurida, com a finalidade de detectar falhas prematuras. “Todas as falhas prematuras verificadas têm a mesma causa: o desgaste nos cabeçotes e, em função desta falha, tiveram o rompimento do bloco, empeno da(s) biela(s) e quebra do eixo

balancim, dentre outros danos”, explica Celso Arruda Gundim, supervisor de Manutenção Mecânica. A criação de uma ferramenta específica de gestão dos dados foi um dos grandes diferenciais do projeto. Com a introdução dessa ferramenta foi possível receber mais variáveis como horas trabalhadas, pressão de lubrificação e análise de óleo, além de traduzir os dados em previsão de troca do componente. “A nova ferramenta colabora na projeção de troca, compilando informações e transformando o resultado em uma data futura estimada, com alto grau de assertividade e confiabilidade”, destaca Francisco Neto. A iniciativa também contou com a participação do fornecedor do equipamento (dealer Caterpillar) na capacitação dos envolvidos com o programa de análises de óleo e na execução das avaliações técnicas de desempenho.

Foto: AngloGold Ashanti

"Projeto aumentou em 66% a vida útil dos motores", Francisco Neto, chefe de Planejamento de Manutenção

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Lavra

Projeto para prolongamento da vida útil dos motores gerou uma economia de R$ 2,6 milhões nos últimos quatro anos


Método de análise dispensa o uso de ácido Método desenvolvido pela Samarco para medir níveis de óxido de Ferro (FeO) das pelotas de minério reduziu o custo das análises em 90% e eliminou o uso de ácido nos processos das pelotas de minério, era necessária a utilização de ácido em diferentes etapas da análise química clássica, o que não ocorre com a nova metodologia. “A técnica desenvolvida utiliza as propriedades magnéticas da magnetita para avaliar o FeO da pelota e do minério de ferro. Ou seja, a análise que anteriormente era por via úmida (química) passou a ser física. Basicamente, utiliza-se o material pulverizado da qual se deseja medir o FeO. Este é inserido em recipiente com massa e volume conhecidos, onde mede-se o índice de permeabilidade magnética. Ao final, o material é descartado. Uma equação é utilizada para que o FeO seja obtido a partir do índice medido”, explica. Com a metodologia, a Samarco conseguiu reduzir o tempo das análises em 93%, uma vez que antes eram necessários 86 minutos para concluir os trabalhos. Agora, com a nova metodologia, o teste é feito em apenas seis minutos. Tem-se, portanto, ganhos no âmbito fi-

nanceiro, com a diminuição do custo das análises em 90%. Há ainda o benefício ambiental, provocado pela diminuição de 85% na geração de resíduos ricos em cromo – inevitáveis pela rota química. De acordo com Heidy, os resultados obtidos com o novo procedimento permitiram ainda efeitos positivos no que tange a saúde e a segurança dos empregados do setor, que passaram a ter menos exposição ao ácido utilizado na análise clássica. “Com o novo procedimento, diminuímos os riscos relacionados ao manuseio de ácidos, assim como de queimadura devido a utilização de chapa quente”, enfatiza. A metodologia aplicada permitiu até mesmo o reconhecimento técnico em premiações do setor. Este ano, o projeto foi vencedor do Prêmio Técnico de Reconhecimento da Vale, cuja premiação foi realizada durante o Seminário de Redução de Minério de Ferro, promovido pela Associação Brasileira de Mineração (ABM), no mês de agosto.

O método, desenvolvido internamente, reduziu em 90% o custo de análise e em 85% a geração de resíduo cromo

Foto: Samarco

Pelotização

U

ma nova técnica para medir os níveis de Óxido de Ferro (FeO) das pelotas de minério produzidas pela Samarco tem dado resultados positivos para a empresa no que diz respeito a ganhos ambientais, financeiros e à segurança de profissionais envolvidos. O método, desenvolvido pela Gerência de Engenharia de Processo, Automação e Instrumentação, em Ubu (ES), possibilitou a redução de 90% no custo de análise, a diminuição de 85% na geração de resíduo cromo (proveniente do ensaio químico), além de ganhos em segurança do trabalho, pois agora os empregados não precisam mais manipular ácido para realização do teste. O projeto, intitulado ‘Avaliação da influência das trincas no índice de permeabilidade magnética das pelotas para definição de novo método de medição do FeO’, foi implantado na Unidade de Ubu há cerca de um ano. A técnica de processo, Heidy de Oliveira Simões, explica que para medir os níveis de óxido de ferro (FeO)

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Projeto Patrocínio dá continuidade ao licenciamento em Minas Gerais

Vale pretende produzir 1,6 milhão t de minério de fosfato em Patrocínio, MG

Foto: SICME

Fosfato

A

Vale Fertilizantes está dando continuidade ao processo de licenciamento de seu projeto em Patrocínio (MG). A proposta é lavrar o minério de fosfato e fazer a expedição, via ferroviária, para unidade da empresa em Araxá, onde o minério será tratado. O licenciamento inclui a realização de uma Audiência Pública, prevista para 30 de setembro, na cidade de Patrocínio. A implantação do projeto depende também de aprovação pelo Conselho de Administração da Vale. A expectativa de produção em Patrocínio é de 1,6 milhão tde minério de fosfato no primeiro ano de atividade, chegando a 7 milhões t/ano nos anos seguintes. Para a etapa de implantação, estima-se um contingente de 200 pessoas trabalhando no período de pico da obra. Já na fase de operação serão abertos mais de 500 postos de trabalho. Além disso, a expectativa da movimentação da economia gerada pela instalação da empresa deve contribuir para a criação de empregos indiretos, voltados para suprimento de produtos e serviços ligados à mineração. Ao integrar e otimizar a utilização de dois ativos importantes – a jazida mineral de Patrocínio e a usina já existente em Araxá – a Vale Fertilizantes poderá continuar a atender ao mercado com um produto de alta qualidade e a um custo mais competitivo. Desta forma, Patrocínio passará a integrar o sistema de produção de fosfatados da Vale Fertilizantes, que inclui ainda os municípios de Uberaba, Tapira e Araxá, em Minas Gerais, e Catalão, em Goiás.

Setembro 2015 | 25


Projeto modular otimiza custos em 25% Disponível em módulos de 5 m, a tecnologia é 25% mais barata que os transportadores de correia convencionais

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pode ser transportado em caminhões padrões (com largura de 2,4m, comprimento de 12m e altura máxima de carga de 4,3m), sem a necessidade de transporte especial ou uso de batedores e contêineres. “Esse é o primeiro transportador dobrável e modular do mercado”, destaca o engenheiro. Segundo testes realizados pela Metso, um caminhão padrão é capaz de suportar até quatro TCM’s completos, de 15m. Para finalizar a instalação na planta do cliente, basta o auxílio de um guindaste para remover o transportador do caminhão e a fixação dos itens restantes, tais como as proteções, passadiços e apoios. Além dos diferenciais já citados, o transportador de correia modular exige o mínimo de fundações civis, o que é viabilizado por uma característica construtiva do equipamento: uma base maior. “Desde que o cliente faça a compactação correta do solo, basta fazer uma chumbação no solo para ventos laterais. O TCM está pronto para uso”, finaliza Custódio. Foto: Metso

Transporte

A

Metso, fornecedora global de possível identificar os tamanhos mais tecnologia e serviços para inutilizados na mineração de agregados. dústrias de processos, lançou o Com base nessas informações, a empreTCM, um novo transportador de correia sa desenvolveu o projeto do TCM conmodular com estruturas padronizadas siderando três larguras principais: 20, em módulos de 5m de comprimento, que 24 e 30 polegadas. Para cada largura, permitem versatilidade e flexibilidade na foram desenvolvidos projetos com três adequação de layouts. O equipamento comprimentos – 15m, 20m e 25m – e foi desenhado para todos os segmentos aplicação de potências entre 7,5 HP e 25 da indústria, com o objetivo de atender a HP. Após estabelecer as medidas princidemanda crescente do mercado por sopais, o próximo passo foi desenvolver o luções mais versáteis, que reúnem alto sistema de módulos, que foram fechados desempenho, maior durabilidade, fácil a cada cinco metros. montagem e baixa manutenção. Com Custódio explica que, para cada módulo, menor variabilidade dos itens, manutené aplicado um sistema Poka Yoke, que imção mais simples e ajustes precisos, a pede a montagem dos módulos de forma nova solução da Metso é cerca de 25% errada. Este conceito faz parte do Sistema mais barata que as outras opções do Automotivo de Produção e foi desenvolvimercado e é ideal para instalações de do a partir do princípio de ‘não-custo’. “Foi britagem e transportes de materiais. desenvolvida, também, uma única peça “O TCM vem para minimizar alguns que permite a união entre os módulos e problemas que tínhamos com os transsuas articulações”, complementa. portadores convencionais. Como eles Outra vantagem da solução é o sisteiam 100% desmontados para o cliente e, ma de dobramento, que foi desenvolvido na maioria das vezes, eram contratados para permitir que todos os transportamontadores externos, surgiam complidores atinjam um comprimento final de cações na hora da montagem”, explica 10m para transporte. Com isso, o TCM o engenheiro de instalações da Transportador possui módulos de 5 m de Metso, Bruno Custódio. Ele comprimento, o que facilita a adequação de projetos conta que, hoje, todos os modelos do novo transportador saem de fábrica com aproximadamente 80% de seus itens principais montados e inspecionados pela equipe de qualidade, o que garante a agilidade de montagem em campo. Essa vantagem torna o projeto apropriado também para plantas móveis, que exigem a desmontagem rápida dos transportadores. Por meio de pesquisas realizadas pela equipe de engenheiros da empresa, que considerou os dados de utilização de transportadores de correia da base de clientes entre 2010 e 2013, foi


Maior britador de rolos de alta pressão mostra eficiência energética O modelo HRC 3000 está operando na mina de cobre da Freeport-McMoRan, em Morenci, Arizona

Foto: Freeport-McMoRan

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ficiência energética é a chave para o sucesso nas minas e pedreiras modernas. O maior potencial de economia de energia e custo se encontra no processo de cominuição, no qual o minério é triturado e britado em partículas menores. O HRC 3000 é resultado de uma estreita colaboração entre a Metso e a Freeport-McMoRan Inc. O objetivo foi desenvolver um circuito de britagem HPGR de alta eficiência para o concentrador Metcalf recém-construído na mina de cobre da Freeport-McMoRan em Morenci, Arizona. Em cerca de quatro anos, a equipe passou de um conceito de projeto para o maior HPGR do mundo em plena operação. O HRC 3000 começou a operar na mina de cobre da Freeport-McMoRan em maio de ​​ 2014. A unidade instalada é a maior da categoria no mundo, permitindo menos linhas de equipamentos, o que reduz a quantidade de equipamentos auxiliares. Até a data, a unidade operou por mais de 8.400 horas e britou mais de 34 milhões t de minério de

Atividades na mina de Freeport-McMoRan em Morenci, nos Estados Unidos, começaram em 1872

cobre pórfiro. A solução trouxe vários benefícios para a mina Morenci, incluindo um aumento da eficiência energética estimado em 13,5% em relação aos HPGRs tradicionais baseados em testes em escala piloto. O HRC 3000 é o primeiro HPGR de grande escala a incorporar características de projeto revolucionárias, segundo a Metso, como o projeto de rolos flangeados e o Arch-frame patenteado. Dependendo da aplicação, sua capacidade pode ser superior a 5.400 tph de minério. ”Além de aumentar a eficiência energética

do equipamento, nosso objetivo principal foi inovar e ultrapassar os limites existentes para garantir uma solução valiosa para o nosso cliente. Esse HPGR não é apenas uma versão em maior escala do que existia no mercado; ele também apresenta soluções tecnológicas que superam algumas preocupações inerentes tipicamente associadas com os HPGRs tradicionais, incluindo distorção e efeito de borda”, diz Victoria Herman, gerente de Produto, Britadores de Rolos de Alta Pressão HRC.

Esteira transportadora substituirá ferrovia em mina peruana O novo sistema combina um dos maiores equipamentos de britagem semimóveis e esteira transportadora terrestre de acionamento sem engrenagem já construído

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Industrial Solutions, unidade especializada em engenharia e construção de plantas da ThyssenKrupp, celebra um contrato com a Southern Peru Copper Corporation para fornecer um sistema de britagem primária e esteira transportadora terrestre. O novo sistema será instalado na mina de cobre Cuajone, no Peru, em operação www.revistaminerios.com.br

desde 1976, para o transporte de minério da mina a céu aberto. Ele substituirá o longo sistema de transporte ferroviário existente e deverá começar a operar em 2016. O contrato de fornecimento da ThyssenKrupp inclui engenharia, gestão de compras e construção, bem como o comissionamento do sistema completo de britagem in-pit e transporte (IPCC)

para a unidade de processamento do minério de cobre da mina. Como parte do novo pedido, a ThyssenKrupp fornece uma unidade semimóvel de britagem com descarga, transferência e dois transportadores terrestres, com capacidade de 120.000 t de minério triturado por dia transportadas para a pilha de armazenamento de minério bruSetembro 2015 | 27


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cobrem os 7,5 km de distância até a pilha de armazenamento de minério bruto. A primeira das duas transportadoras terrestres terá esteiras ST 6800 com uma largura de 1,830 mm e funcionará a uma velocidade de 6,2 m/s. Ela é acionada por duas unidades sem engrenagem Siemens de 6.000 kW. Essas unidades transportadoras, as maiores deste tipo no mundo, utilizam a tecnologia de Sistema de Transmissão Integrada da Siemens para fornecer um alto nível de disponibilidade (superior a 99%), eliminando muitos dos componentes tradicionais da unidade de transporte como redutores, acoplamentos e rolamentos do motor e os seus tempos e custos de manutenção. Essa tecnologia não só aumenta significativamente a capacidade das esteiras transportadoras terrestres para atender as necessidades de capacidade cada vez mais elevadas e aplicações de velocidades mais altas, mas também proporciona uma redução do consumo total de ener-

gia e uma maior eficiência desses sistemas de transporte. O Sistema de Acionamento Sem Engrenagens (Gearless Drive System) foi desenvolvido pela ThyssenKrupp em parceria com a Siemens e foi instalado pela primeira vez em 1985 na mina de carvão Prosper-Haniel na Alemanha. Essa tecnologia tem sido comprovada por uma longa lista de projetos concluídos com êxito, e com projetos de pesquisa e desenvolvimento em curso. Entre os projetos mais recentes de acionamento sem engrenagens fornecidos pela ThyssenKrupp estão a esteira transportadora dupla com acionamento sem engrenagens de 3.800 kW para a mina Antapaccay da Glencore no Peru, cinco unidades de acionamento sem engrenagens de 5.000 kW para um sistema de esteira transportadora terrestre no Chile, e as esteiras transportadoras terrestres movidas por quatro unidades sem engrenagem de 4.400 kW para a mina Las Bambas da MMG no Peru.

Sistema de britagem e esteira transportadora terrestre para mina de cobre de Cuajone, no Peru, é similar ao fornecido para mina Ministro Hales, da chilena Codelco

Foto: ThyssenKrupp

Transporte

to. O minério de cobre será alimentado diretamente em uma unidade semimóvel de britagem localizada na mina. Rampas para caminhões feitas de módulos de aço fornecem acesso aos caminhões da mina (de carga útil de até 360 tm). Christof Brewka, diretor da Unidade Operacional de Mineração da ThyssenKrupp Industrial Solutions: “O novo sistema de britagem e transporte reduzirá significativamente os custos operacionais e o consumo de energia, bem como as emissões de CO2. É um bom exemplo das nossas principais soluções customizadas para o setor de mineração que proporcionam valor agregado aos nossos clientes e ao mesmo tempo ajudam a conservar os recursos naturais”. Zlatan Azinovic, CEO da ThyssenKrupp Industrial Solutions (Peru): “Como parte de nossa estratégia de crescimento global, estamos reforçando ainda mais a nossa presença na América do Sul. Nosso centro de serviços no Peru nos permite oferecer um atendimento melhor e mais rápido aos nossos clientes locais dos setores de mineração, minerais e cimento. Recentemente também investimos em novos centros de serviços no Brasil e no Chile”. As principais áreas de serviços e operacionais da planta de britagem, incluindo a infraestrutura elétrica, estarão fisicamente separadas e independentes da área de carregamento dos caminhões, o que reduzirá significativamente os níveis de vibração, poeira e ruído. O design semimóvel é especialmente adequado para minas sujeitas a frequentes atividades sísmicas. O reforçado triturador giratório de 63 “- 114” da ThyssenKrupp, com o seu acionamento direto de 1.200 kW, recebe o material através da moega de alimentação e reduz o minério bruto de cobre ao tamanho especificado para o produto. O minério triturado é extraído do silo de armazenagem localizado debaixo do triturador por meio de uma reforçada esteira alimentadora de baixa ​​ velocidade. A esteira transportadora ST 1800 de 2.800 mm de largura funciona a uma velocidade nominal de 1,5 m/s e é movida por uma unidade convencional de 800 kW e uma unidade de acionamento de frequência variável (VFD). A esteira transportadora de 400 m de comprimento transporta o minério triturado da esteira de descarga da planta semimóvel de britagem até duas esteiras transportadoras terrestres que


Sistema Minas-Rio economiza 95% de energia no processo de filtragem Utilização de filtros cerâmicos permitiram a produção de pellet feed de maior qualidade e com menor custo um processo adicional para promover a melhoria do efluente gerado. Além disso, obtemos uma umidade residual final de, aproximadamente, 8%”, explica o diretor de Operações do Sistema Minas-Rio, Rodrigo Vilela. A tecnologia é usada desde o começo da operação do Minas-Rio, iniciada no segundo semestre de 2014, e oferece, ainda, outros benefícios, como menor ruído e a geração de um efluente de melhor qualidade. O processo de filtragem do minério de ferro do empreendimento ocorre na planta de filtragem no Porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro, onde também está localizado o terminal de minério de ferro por onde o pellet feed é exportado. O filtro de disco cerâmico é semelhante ao filtro de disco a vácuo convencional, mas com a diferença de o meio filtrante

ser feito de cerâmica porosa, que promove a retenção do pellet feed e a passagem do filtrado por ação capilar, a qual cria um nível de vácuo extremamente elevado. As placas são produzidas em alumina sinterizada, com microporos uniformes, que permitem que apenas o líquido atravesse o leito.

Especificações técnicas

Os filtros cerâmicos utilizados na operação do Sistema Minas-Rio possuem as seguintes especificações: - Área de filtragem: 144 m² - Comprimento: 8,750 mm - Largura: 5,900 mm - Altura: 4,780 mm - Peso: 34 ton - Volume: 35 m³ - Energia instalada: 110 KW - Energia média utilizada: 70 KW

Foto: Anglo American

Além da economia de energia, tecnologia finlandesa oferece menor ruído e geração de efluente de melhor qualidade

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Processo

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Sistema Minas-Rio, da Anglo American, é o primeiro a utilizar no País a tecnologia finlandesa de filtros cerâmicos. Ao todo são 12 filtros, cada um com 180 placas, que devido ao seu efeito capilar – propriedade física que os fluidos têm de subir ou descer em tubos extremamente finos e molhar um material específico – oferecem um diferencial significativo para o processo de filtragem do minério de ferro: uma economia de 95% de energia elétrica em relação ao método convencional. “Nós fizemos vários estudos para identificar a opção que entregaria a melhor produção de pellet feed com um menor custo, e os filtros cerâmicos se mostraram mais vantajosos que as outras tecnologias existentes. Seu custo de instalação é menor, reduzimos o consumo de energia elétrica e não precisamos criar


Garpenberg deve sua sobrevida à descoberta imprevista de novo depósito John Chadwick examina a tecnologia da “mina mais integrada do mundo” e para onde essa tendência pode levar as operações Matéria publicada originalmente na edição de agosto 2015 da revista International Mining

Como parte do projeto de expansão, a Boliden contratou a ABB para implantar tecnologias de seu conceito “Internet das coisas, serviços e pessoas”

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depósito mais rico e de maior dimensão na história da Boliden, contendo recursos de zinco, cobre, ouro e prata. Como resultado, em 2011, a Boliden se comprometeu em investir US$ 580 milhões para expandir e modernizar a mina, efetivamente construindo uma nova instalação com base em Lappberget. Como parte do projeto de expansão, Boliden contratou a ABB para implantar tecnologias de seu conceito “Internet das coisas, serviços e pessoas” (loTSP – Internet of Things, Services and People), proporcionando benefícios de produtivi-

dade para o processamento mineral do novo concentrador e para as operações da nova seção subterrânea. A plataforma de automação 8ooxA em Garpenberg não só controla as áreas da planta, guinchos e a eletricidade que corre pelos transformadores de alta tensão da mina, mas também coordena as sub-operações, uma vez vistos como tarefas separadas. “É um alto nível de automação,” explica o CEO da Boliden, Lennart Evrell. “Depois que os caminhões despejam o minério nos britadores, este é processado sem tocar em mãos humanas: do guin-

Foto: Boliden

Automação

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mineração dos depósitos em Garpenberg, nas proximidades de Hedemora, no centro da Suécia, teve início no século 13. Ainda recentemente, pareceu que a mina fosse fechar; seus recursos de minério estiveram perto de se esgotarem e as sondagens não estavam encontrando nada. No entanto, um geólogo desobedeceu uma diretiva corporativa para encerrar com o programa de exploração e permitiu que mais um furo fosse feito. A jazida de Lappberget, a mais profunda entre as então lavradas, foi a descoberta resultante – o


Foto: Boliden

A mineração em Garpenberg, na Suécia, teve início no século 13

cho até a superfície e através da planta, 24 horas por dia”. Isso transformou Garpenberg “na mina mais integrada e avançada do mundo” e que “está rendendo resultados impressionantes”. Depois que Boliden e ABB concluíram o projeto em meados de 2014, a tone-

lagem de minério moído de Garpenberg subiu quase 60%, para 2,22 milhões t e a mina atingirá sua capacidade da meta de 2,5 milhões t/ano até o final de 2015. Os custos por tonelada foram reduzidos e tem havido conquistas ambientais significativas com a diminuição do consumo de energia, uso de água e de

ruído – para os 500 habitantes que vivem nas proximidades. O controle do sistema 8ooxA é o “cérebro” por trás da Garpenberg automatizada. Seus operadores e engenheiros, situados em 33 diferentes locais da unidade, estão conectados aos funcionários no chão da mina e planta, equipados com tablet através de uma rede de comunicação com e sem fio, instalada na planta e em parte da mina subterrânea que se estende além de 1.000 m abaixo da superfície. Adaptado para atender as rigorosas necessidades de mineração, o sistema 8ooxA controla e coleta dados de mais de 400 motores elétricos da unidade, 280 acionadores de velocidade variáveis e dois guinchos (para o pessoal e minérios) no novo poço de 1.200 m​​ para a extração do corpo de minério de Lappberget. O sistema integra todas as funções críticas, tais como a gestão da água, de britadores, de correias transportadoras, carregamento de skip, concentrador e estações de bombeamento. Ele também controla o sistema SmartVentilation ga-

Foto: Boliden

Depois da automação, realizada em 2014, a tonelagem de minério moído de Garpenberg subiu quase 60%

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Foto: Boliden

Automação

O controle do sistema 8ooxA da ABB é o “cérebro” da automação da mina Garpenberg

rantindo que os ventiladores funcionem às velocidades necessárias para limpar o ar, após uma detonação ou simplesmente uma fumaça persistente de um veículo de diesel subterrâneo. Quando os sensores dos equipamentos coletam algum feedback que exceda os parâmetros normais, por exemplo, especialistas da ABB a centenas de quilômetros de distância podem fornecer orientação para ajudar a mineradora tomar decisões de manutenção pró-ativas, ao invés de esperar até que algo dê errado. O resultado é que a companhia economiza tempo, dinheiro e a necessidade de manter especialistas de alto custo na própria mina. Os níveis de automação são inéditos e há controle o abaixo e acima do solo para otimizar o desempenho como nunca antes. ABB diz que seu conceito de “Mineração ao Próximo Nível” é próprio para enfrentar os desafios atuais, incluindo os preços dos metais voláteis, o aumento dos custos de energia, legislações mais rigorosas, maiores exigências de segurança e escassez da força de trabalho. “As soluções de energia e automação 32 | Setembro 2015

abrangentes para a mineração no século 21 são uma poderosa demonstração de como a Internet das Coisas, Serviços e Pessoas estão mudando fundamentalmente a indústria de mineração”, disse Peter Terwiesch, presidente da divisão de Automação de Processos da ABB. “Minas como Garpenberg enfrentam regulamentações ambientais, custos de trabalho e energia maiores e forte demanda da população e dos trabalhadores em relação à segurança”, diz Hans Jonsson, gerente geral da Boliden Garpenberg.

Mais seguro, mais rápido

ABB forneceu uma solução abrangente para tanto os guinchos de produção e de serviço. Os sistemas são totalmente integrados na plataforma de controle da mina, o que significa que ambos os guinchos de mina podem ser operadas e supervisionadas a partir de uma única sala de controle. O guincho de produção normalmente opera no modo automático - a caçamba é preenchida por uma correia transportadora subterrânea em que uma tonelagem de minério sob medida tenha sido colo-

cada automaticamente. Na superfície, o minério é descarregado e o sistema tem uma capacidade para transportar 416 t/h de minério a uma velocidade de 17 m/s. A caçamba detém 28,5 t e completa 14,5 viagens a cada hora. A ABB fornece suporte remoto 24 horas para os guinchos em Garpenberg, através do Serviço de Monitoramento do Desempenho de Içamento da empresa (HPMS).

Ventilação sob demanda

O SmartVentilation é uma solução VOD (Ventilation on Demand), desenvolvida em conjunto com a Boliden, que fornece ventilação controlada para entregar ar fresco apenas onde e quando for necessário. Ele minimiza o consumo de energia por meio do uso da funcionalidade sob demanda. Isso gera 30-50% de economia de energia em comparação com um sistema clássico. O sistema também melhora a segurança através de funções incorporadas que, em caso de incêndio, por exemplo, impedem a propagação da fumaça através da mina e permitem uma exaustão dos gases perigosos mais rapidamente.


Foto: Boliden

O sistema 8ooxA controla e coleta dados de mais de 400 motores elétricos da unidade, 280 acionadores de velocidade variáveis e dois guinchos

A instalação do primeiro SmartVentilation na mineradora foi em 2009, com cerca de 70 ventiladores. Uma atualização e expansão do sistema foram realizadas em 2013 para o aumento da produção para 2,5 milhões t/ano. Hoje, o sistema supervisiona e controla todos os 120 ventiladores, portas e sensores de qualidade do ar. O sistema controla desde o fornecimento de ar fresco, aquecimento, distribuição no interior, e exaustão do ar viciado da mina. Tal como acontece com grande parte desta automação em Garpenberg, a atenção aos detalhes é importante. Por exemwww.revistaminerios.com.br

plo, quando qualquer porta de ventilação recebe um sinal para abrir, o ventilador local fechará por um breve período para reduzir o diferencial de pressão. O sistema SmartVentilation controla cinco ventiladores de superfície que operam em três eixos, com uma potência instalada de cerca de 2,5 MW. O Minevent 1 (dois ventiladores) fornece 330 m³/s. Minevent 2 (os outros três principais ventiladores) oferece 297 m3/s, mas que está sendo expandido para 420 m³/s. Os ventiladores de reforço e auxiliares subterrâneos totalizam juntos aproximadamente 6 MW

do potencial de consumo de energia. Todos os ventiladores estão equipados com controladores de frequência variável (VFDs – Variable Frequency Drives) para o controle de velocidade contínua. O próprio VFD é uma importante tecnologia de economia de energia. Seu controle automático é ditado por movimentos dos veículos, jateamentos e outras atividades que impacta no fluxo de ar fresco no interior da mina. Os resultados falam por si: Melhor qualidade do ar e utilização de infraestrutura através da funcionalidade sob demanda. - Consumo médio de energia de 30% da potência instalada nominal (~ 2,5 MW). Controlar a ventilação subterrânea desta forma também pode ajudar numa eliminação mais rápida de gases de detonação, o que significa menos tempo de inatividade. O uso eficiente do sistema de ventilação também pode postergar novos investimentos em infraestrutura, devido à expansão da mina. A ventilação é de longe o maior consumidor de energia subterrânea. Um estudo realizado pela Natural Resources do Canada, em 2005, nomeado “Aferição do Consumo de Energia das Minas Subterrâneas Canadenses”, mostrou que o consumo total médio das dez minas analisadas foi de 90,4 kWh/t de minério içado. Destes, 44,3 kW foram consumidos na ventilação. Com 49%, está muito a frente de outros componentes; 10% de içamento, 9% de perfuração e 7% de remoção e transporte. Os motores elétricos são a causa de um enorme desperdício de energia, de modo que o controle reforçado dos mesmos apenas nas aplicações de ventilação e de içamento em Garpenberg gera uma importante contribuição. O SmartVentilation está totalmente integrado no Sistema 8ooxA e altamente modularizado: Fácil de manter e expandir, reduz custos e melhora a disponibilidade - As ferramentas de engenharia padrão do sistema 8ooxA tornam-o mais fácil para se adaptar às necessidades específicas - Dados amplos de todo o sistema de operação segura são divulgados para os controladores locais para garantir o controle adequado em situações de não-rede Setembro 2015 | 33


Foto: Boliden

- Investimento pode ser feito por fases. Além disso, o SmartVentilation pode usar informações de qualquer sistema de rastreamento de localização global para gerar cálculos de demanda de ventilação. Isto pode ser utilizado ao invés de, ou em combinação com o rastreamento do veículo.

Controle de processo

A Garpenberg possui duas estações de britagem subterrâneas a 700 m e 1.087 m abaixo do nível do solo, equipadas com britadores de mandíbula Morgardshammar (velhas, mas ainda muito eficazes, sendo a mais antiga fabricada em 1958).

A ABB forneceu novos motores e acionamentos para as estações de britagem, todos integrados ao sistema de controle 8ooxA. Uma vez içado, o minério vai para o circuito de moagem – um moinho autógeno e um moinho de bolas, ambos recondicionados pela Outotec. Sistemas de acionamento de moinho é um componente crítico e a ABB forneceu dois sistemas de acionamento de moinho de engrenagem de anel. A solução de velocidade variável é de fácil manutenção e permite uma operação otimizada. No downstream, a ABB também forneceu sistemas de acionamento para as células

Moagem e flotação serão otimizados através do uso de dados em tempo real para detectar mudanças de teor

Foto: Boliden

Automação

A ABB também forneceu sistemas de acionamento para as células de flotação, bombas e espessadores

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de flotação, bombas e espessadores, bem como o sistema de controle geral da planta (8ooxA). Controle de processo avançado (APC – Advanced Process Control) na moagem e flotação é essencial para maximizar a produção de plantas e reduzir o consumo de reagente químico, bem como para evitar paradas não planejadas da planta. O novo concentrador da unidade possui disponibilidade de 95%. ABB e Boliden têm um longo histórico de colaboração bem-sucedida no campo da tecnologia de automação. Em 2009, as empresas concordaram em colaborar em um projeto para alcançar a aplicação do Model Predictive Control (MPC) para um circuito de flotação completo. Os objetivos eram duplos; em primeiro lugar a estabilização do processo, apesar das perturbações externas, tais como as variações da qualidade de minério. Em segundo lugar, o teor de zinco deveria ser maximizado, através da recuperação e do grau de concentrado. A ABB entregou sua solução de controle de processo avançada para otimizar o processo de flotação de zinco, de modo a atingir uma melhor recuperação do minério em determinado grau. A solução incrementou o rendimento e deu consistência à qualidade de zinco. Olhando para o futuro, Terwiesch prevê que o processo seja “otimizado de acordo com as propriedades de minério”. Moagem e flotação serão otimizados através do uso de dados em tempo real para detectar mudanças de teor à medida que o minério é extraído da lavra subterrânea. A planta pode reagir à variabilidade em tempo real. O sistema de controle alerta a planta de processo e ajustes preditivos são feitos aos circuitos de moagem e na flotação, de acordo com as propriedades de minério. “O resultado é maior recuperação e menor consumo de energia”. Ele também destaca a capacidade de metas de produção ser otimizada para as condições de mercado, com “pontos de ajuste de processo refinados para maximizar retornos financeiros”. Convergência de sistemas de TI e sistemas de controle de processo fornecem informações de vendas e índices de preços globais. Isso permite que os sistemas de controle refinem pontos de ajuste de processo e maximizem o retorno financeiro para os preços de material de alimentação e produtos atuais.


Superando expectativas em eficiência energética Por Irajá Ribeiro Jr.*

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Conquistando a eficiência energética

O case da Gerdau é apenas um dos sucessos que contabilizamos. De maneira geral, a economia conseguida depende muito da carga solicitada pelo equipamento. Quanto maior a carga, maiores serão os ganhos. Em nosso histórico, temos casos de redução de consumo de 3% até 15%. Na média, normalmente, obtemos resultados em torno de 6% e, para sermos conservadores, informamos aos nossos clientes que a expectativa é de 4% na redução média de consumo. A partir da nossa experiência – adquirida com os mais de 140 cases de eficiência energética – pudemos gerar como referência que cada 1.000 litros de óleo sintético Klüber consumido proporciona uma economia de 1.000 MWh por ano. Genericamente, esta solução pode ser empregada em todo tipo e porte de indústria onde exista um grande número

de equipamentos como esse (redutores e compressores de ar). Percebemos que, nas indústrias de bens primários (Siderurgia, Mineração, Cimento, Celulose e Papel, Petroquímica e outras), o consumo energético é significativo, pois, usualmente, nestes tipos de unidade fabris estão instalados equipamentos de grande porte e, com isso, são as que têm os maiores potenciais de redução. Outros fatores que contribuem para a economia energética são o índice de viscosidade – que mantém a presença do filme lubrificante, impedindo o contato metal-metal e diminuindo o desgaste – e com a aditivação diferenciada, juntas, asseguram a performance dele a longo prazo. É importante registrar que não há um limite rígido de volume de carga. Mas, como também prestamos o serviço de medição para comprovar os ganhos, podemos adotar como referência que, em redutores ou conjunto de equipamentos em que a soma da potência nominal instalada sejam maiores que 50 KW, os ganhos já são percebidos pela planta e justificam o investimento inicial. Recentemente, recebemos a comprovação do sucesso do case. A Gerdau acaba de solicitar a aplicação em mais três equipamentos: uma bomba, uma trefiladeira e uma redutora de ponte rolante.

Lubrificação

– com altura superior a 10 m – é trabalhosa e, demanda, pelo menos, 6 horas de serviço, considerando que deve ser feita nova montagem no local. A implementação deve ser gradativa; na prática, não há como trocar todo o lubrificante de uma planta de uma só vez. Portanto este procedimento deve seguir um cronograma, sendo ele substituído à medida que sua vida útil nos equipamentos vai chegando ao fim.

(*) Irajá Ribeiro Jr., gerente de Mercado – Sustentabilidade e Eficiência Energética da Klüber Lubrication.

Lubrificante sintético gerou uma economia de 5% no consumo de energia da torre de resfriamento da Gerdau

Foto: Klüber Lubrication

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ara medir o percentual de economia gerado e verificar quais são os benefícios mecânicos que o óleo sintético oferece quando comparado com o óleo mineral, a Klüber Lubrication realizou um projeto piloto na Gerdau. Este experimento se deu entre setembro e dezembro de 2014, em um redutor da torre de resfriamento, na usina de Pindamonhangaba, em São Paulo. O projeto consistiu na utilização do lubrificante sintético Klüber Lubrication, de base Poliglicol, e no acompanhamento do desempenho do produto, durante três meses. Passado esse período, foi verificado que a utilização desse lubrificante proporcionou uma economia média de 5%, ou cerca de R$ 3.000,00 por ano, em cada equipamento, considerando a redução anual de consumo de aproximadamente 20 MWh. Para a comparação e aferição da efetividade do projeto, tomamos como base o fato de que na Gerdau a troca de óleo mineral ocorria a cada 12 meses, em média. Com o uso do novo lubrificante sintético Klüber Lubrication, que tem uma vida útil cinco vezes maior, o período de substituição passou a ser a cada 60 meses. Além disso, há um ganho energético anual de 80%, em razão do menor atrito das peças – nossos lubrificantes têm coeficientes de atrito 50% menores se comparados a um convencional. Essa economia faz com que, em até um ano, todo o investimento feito no produto seja recuperado. Registramos também que o cliente consegue o benefício da redução de mão de obra – pois não precisa mais realizar a troca a cada ano e, sim, a cada cinco anos – , e gera menos descarte de óleo usado – já que, com período entre trocas maior, uma quantidade cinco vezes menor de óleo será descartada – e, principalmente, diminui problemas mecânicos – menor coeficiente de atrito é igual à redução de desgaste das peças e menos problemas com a oxidação do óleo –, com isto, aumentaram os índices de confiabilidade e da disponibilidade do equipamento. A troca de óleo nesse tipo de maquinário

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Indústria prevê a retomada da mineração no horizonte

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ntre os dias 14 e 17 de setembro, cerca de 60 mil pessoas prestigiaram, em Belo Horizonte (MG), a 16a edição da Exposição Internacional de Mineração e o Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), organizada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Este ano, em meio ao ciclo de baixa dos preços das commodities minerais atrelado à desaceleração da atividade econômica do País, as empresas focaram em tecnologias que visam a aumentar a produtividade e reduzir custos, não deixando de priorizar as questões de segurança e ambiental. Ao todo, 500 expositores participaram do evento, que contou com a presença de delegações de 25 países. Durante a solenidade de abertura, José Fernando Coura, presidente do Ibram, disse que o momento é de buscar novas oportunidades de negócio e de inovação técnica para o setor mineral. Coura ressaltou que a indústria de mineração faz investimento pensando no médio e longo prazo, e que os ciclos de alta e baixa estão intrínsecos à história de desenvolvimento da indústria. De acordo com dados do Ibram, o setor receberá, de 2014 a 2018, aportes da ordem de US$ 53,6 bilhões. “É com inovação que faremos frente à atual crise e é com otimismo que temos que nos planejar para gerarmos oportunidades para a indústria da mineração. Cada segmento relacionado ao setor mineral tem que encarar esse desafio de superação de frente, com a mente aberta para vislumbrar, via propostas inovadoras, os caminhos que nos levarão novamente a um ciclo virtuoso nos negócios”, afirmou Coura. Segundo o executivo, a mineração movimenta por ano cerca de US$ 38 bilhões, e cerca de 1,2 bilhão de toneladas de bens minerais no Brasil. Durante a abertura, Coura entregou uma placa comemorativa ao filho do empresário Antônio Ermírio de Moraes, Luís Ermírio de Moraes, em homenagem à trajetória na indústria mineral do seu pai, que faleceu em 2014. Também foram home36 | Setembro 2015

nageados, este ano, os engenheiros Francisco Moacyr de Vasconcellos e de Rinaldo Campos Soares, por suas importantes contribuições para o desenvolvimento da mineração brasileira.

Congresso: “Mineração no mundo da inovação”

Com o tema “Mineração no mundo da inovação”, o Ibram realizou o 160 Congresso Brasileiro de Mineração. Durante quatro dias, especialistas do País e do exterior debateram temáticas que envolvem sustentabilidade, inovações e desenvolvimento da indústria Foto: Minérios & Minerales

Exposibram

Com a previsão de novos investimentos da indústria mineral, feira mostrou tecnologias de eficiência produtiva. Ações de desenvolvimento, projetos e a desburocratização do setor ditaram o ritmo do Congresso

Apesar da crise econômica, organizadores preveem retomada do crescimento do setor nos próximos anos


Foto: Ibram / Evandro Fiuza

mineral por meio de palestras, workshops e talk-show. “O clima é de otimismo com o futuro. Inovação e sustentabilidade são temas transversais, são mantras na moderna gestão dos empreendimentos de mineração, no Brasil e nas demais nações competitivas neste setor”, afirmou Fernando Coura. Coura também cobrou do poder público medidas efetivas para combater a burocra“A burocracia e as leis e regras anacrônicas dificultam, cia e modernizar regras, como emperram, inibem a atividade o licenciamento ambiental e minerária e sua necessária o novo marco regulatório da expansão”, Fernando Coura, mineração. “A burocracia e as presidente do Ibram leis e regras anacrônicas dificultam, emperram, inibem a atividade minerária e sua necessária expansão. Não é exagero dizer que este País está deixando esvair pelo enorme ralo da burocracia seu enorme e invejável potencial mineral, ao não se registrar ações com mais velocidade e racionalidade para que o setor mineral consiga evoluir”, frisou. Desburocratização dos licenciamentos ambientais foi um dos assuntos abordados no talk-show do congresso, que teve a participação de Murilo Ferreira, presidente da Vale, Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais e o Olavo Machado Júnior, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Sobre este tema, os três foram unânimes em afirmar que é preciso modernizar e dar agilidade às regras de licenciamento, pois Minas Gerais e outros estados têm perdido oportunidades por causa da burocracia.

Terras-raras e fertilizantes

Outros painéis de destaque foram “Terras raras e minerais estratégicos: da potencialidade para a efetividade” e “Fertilizantes: novos projetos buscam superar a dependência do Brasil”. Segundo os especialistas, o desenvolvimento da mineração de terras-raras esbarra na escassez de tecnologias de beneficiamento, assim como a falta de uma cadeia produtiva, que agregue valor aos insumos. Já em fertilizantes, alguns projetos em andamento visam a diminuir a dependência do País de produtos importados, que representa mais de 90% do consumo interno. Durante as palestras, players do setor e representantes acadêmicos e de www.revistaminerios.com.br

institutos tecnológicos falaram sobre os projetos em andamento, tecnologias e aspectos de mercado para esses minerais. Em terras raras, Tadeu Carneiro, presidente da CBMM, maior produtora mundial de nióbio, destacou que a empresa investiu R$ 70 milhões no desenvolvimento de tecnologia de concentração de óxidos extraídos de terras raras e montou uma planta industrial piloto que já produz materiais com até 99,9% de pureza. No final de 2014, a empresa e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) firmaram uma parceria para desenvolver tecnologia de produção de neodímio, usado em motores elétricos e turbinas eólicas. Também presentes na plenária sobre terras-raras, os especialistas Orestes Alarcon, da Universidade Federal de Santa Catarina, e João Batista Ferreira Neto, gerente de projetos do IPT, ressaltaram que o Brasil possui uma das maiores jazidas de terras-raras do mundo, mas é preciso um plano estratégico para investir na exploração e, sobretudo, na verticalização da cadeia, com a produção de itens de maior valor agregado. Os óxidos de terras raras são aplicados na fabricação de componentes de motores elétricos de baixo consumo, veículos elétricos, geradores eólicos, lâmpadas com tecnologia led e equipamentos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores. Segundo Carneiro, o mesmo material extraído da mina de Araxá, que possui 4% de teor de nióbio, também oferece 4% de terras raras. “Temos as reservas e a tecnologia da produção dos óxidos. Agora é preciso vontade e interesse político no desenvolvimento de uma cadeia de alta tecnologia no Brasil”, afirmou. Em potássio, matéria-prima para a fabricação de fertilizantes, Matt Simpson, CEO da Brazil Potash, detalhou o projeto da empresa em Autazes, no Amazonas. Nele, a companhia pretende produzir, a partir de 2019, 2,2 milhões t por ano de cloreto de potássio (KCl). O projeto envolve investimentos de US$ 1,8 bilhão. A Bemisa, por meio do seu presidente Augusto Lopes, apresentou o projeto Jauru, em Mirassol D’Oeste (MT), que envolve a extração de P2O5 para a produção do fertilizante SSP (super fosfato simples). A companhia já realizou testes em uma área de 25 mil m2 e anunciou recursos de 400 milhões t de minerais, com teor médio de 5% de P205. Segundo Lopes, a atratividade do projeto, que até o momento recebeu aportes de R$ 500 milhões, refere-se à utilização do processo de lixiviação ao invés de flotação, que é economicamente mais competitivo. Além disso, a localidade do projeto, dentro de um estado altamente consumidor de fertilizantes (Mato Grosso), é uma vantagem estratégica. Setembro 2015 | 37


Hexagon Mining foca no ciclo de vida da mina

Exposibram

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om o objetivo de prover uma solução integrada para todo o ciclo de vida da mina, a Hexagon Mine apresentou, durante a Exposibram, suas soluções de design, planejamento, pesquisa, segurança e operação para a mina e planta. A empresa, que foi criada este ano, sendo uma subsidiária da sueca Hexagon, possui um amplo portfólio de produtos, que foi conquistado nos últimos anos com a aquisição da brasileira Devex, a americana MineSight e as suíças Leica Mining Geosystems e SafeMine. “Com a desvalorização dos preços das Hexagon Mining destacou as soluções Smart-Mine UG, Leica commoditites minerais e o aumento da Fleet Management System (FMS), SafeMine e MineSigth (foto) escassez de minérios de alta qualidade, as UG, desenvolvido pela Devex, empresa adquirida em 2013, é soluções integradas da Hexagon Mining possibilitam uma revoltado, especificamente, para as operações de minas subterrâdução dos custos e aumento da produtividade. Nesse sentido, neas. A tecnologia permite controlar, em tempo real e por meio temos um compromisso com o ciclo de vida da mina, desde a de desenhos em 3D, todos os ativos e desempenho da mina. O sua abertura até o seu fechamento”, afirma Rogrido Marinho software é utilizado por grandes mineradoras, como AngloGold Passos, gerente-geral da Hexagon Mining, que tem experiência Ashanti, Yamana Gold e Samarco. de mais de dez anos frente à área de desenvolvimento, impleJá o SafeMine agrega os sistemas anticolisão e antifadiga, que mentação e gerenciamento de projetos para a indústria de mifunciona por meio de câmeras ultrassensíveis que analisam as neração da Devex. expressões (olhos e rosto) dos operadores, com o objetivo de Marinho ressalta que a empresa já nasce líder de mercado, detectar níveis de fadiga, classificados em leve, médio e alto. O com um alcance nos cinco continentes e mais de 700 clientes. diferencial, segundo Marinho, é a análise das expressões e não Segundo ele, o diferencial da companhia será fornecer um pasomente o piscar dos olhos. Além disso, o sistema pode ser concote completo, com tecnologias de ponta, que se complemenciliado com a tecnologia anticolisão, aumentando os níveis de tam entre si. segurança das atividades de mina. O SafeMine está instalado “Queremos consolidar a liderança das marcas da empresa no em cerca de 20.000 veículos, utilizados em mais de 45 minas de mercado interno e expandir em novos produtos, como as solusuperfície a nível mundial. ções da Leica Mining Geosystems, por exemplo. O inverso tamO Leica Fleet Management System refere-se à um sistema de bém se aplica: já conseguimos implantar tecnologias da Devex, gerenciamento e controle de frotas. Independentemente do moque são desenvolvidas no País, em minas na Tanzânia, México e delo e fabricante do veículo, o sistema permite integrar os três Chile”, ressalta Marinho. níveis principais de operação da mina: FMS, orientação HP e O executivo afirma que Hexagon Mining seguirá com a sua escontrole autônomo. O software de análise gera um relatório em tratégia de crescimento baseado em aquisições – o objetivo é tempo real e direciona as ferramentas necessárias para um concrescer 25% com a compra de outras empresas. Somado a isso, trole eficaz dos recursos e equipamentos. a companhia irá investir 18% do seu faturamento em P&D (PesCom sede em Tucson, no Arizona (EUA), a Hexagon Mining quisa e Desenvolvimento), visando à criação de novas soluções possui mais de 30 escritórios em cinco continentes e faturamenpara o setor de mineração. “Este percentual é quase o dobro do to anual de US$ 140 milhões. No Brasil, o escritório central está que a Hexagon investe em P&D, que é 10%. Além disso, estamos localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, e será presidido sempre analisando o mercado para possíveis oportunidades de pelo experiente Hélio Samora. Já a Hexagon, líder mundial no aquisição”, comenta. fornecimento de sistemas de metrologia, design e soluções de Durante a Exposibram, a empresa destacou as soluções Smartvisualização, foi fundada em 1982. Atualmente, a empresa posMine UG, Leica Fleet Management System (FMS), SafeMine e Misui 14.000 funcionários, em 40 países, e faturamento de € 2,4 neSigth. Esta última refere-se a uma plataforma de software para a bilhões. Nos últimos dez anos, a companhia adquiriu 115 emmodelagem e o planejamento de mina, que fornece soluções intepresas em diversos países, como Leica Geosystems, Intergraph, gradas para a exploração, o projeto, a programação e a produção. NovAtel e Sisgraph. Também bastante conhecido pelo setor mineral, o SmartMine 38 | Setembro 2015

Foto: MineSight

Divisão recém-criada do grupo sueco, a empresa, detentora de tecnologias consolidadas na indústria mineral, planeja fornecer soluções completas, que abranjam todas as etapas produtivas da mineração


Com Britanite, Enaex pretende atingir novos mercados Líder do setor de explosivos no Chile, Enaex, maior produtora de nitrato de amônio da América Latina, quer aumentar sua participação na indústria global de mineração

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pós a conclusão do processo de compra da Britanite, a Enaex, líder no mercado de explosivos e desmonte de rochas na América Latina, ganha alcance e esperar expandir a sua atuação para outros continentes. A Britanite, que possui nove filiais no Brasil e um faturamento médio anual de US$ 150 milhões, produz cerca de 120 mil t de explosivos por ano, tendo uma participação de 45% no mercado interno e exportações para 16 países. A Enaex, que passou a ter 100% do controle da empresa brasileira, é uma das maiores produtoras de nitrato de amônio do mundo, principal matéria-prima para a fabricação de explosivos. Além disso, possui operações em vários países da América Latina e escritórios no Japão, Austrália e Nova Zelândia. “Temos um relacionamento de longa data com a Enaex, cerca de 20 anos. Estamos muito otimistas em um novo ciclo de crescimento. Hoje, a nossa situação é melhor que anteriormente”, afirmou Antônio Luiz Cyrino de Sá, CEO da Britanite. Cyrino destaca a integração da operação da empresa como diferencial. “Temos expertise na prestação de serviços e produção de explosivos para desmonte de rochas. Integramos a produção de matérias-primas, com tecnologias de ponta na aplicação e detonação, assim como profissionais altamente capacitadas. Isso nos consolida na posição de líder de mercado no Brasil”, ressalta. Antes da aquisição, a Enaex dividia o controle da Britanite com a brasileira CR Almeida e a peruana Exsa – cada empresa detinha 33,3% de participação. Outra empresa pertencente ao grupo chileno é a Davey Bickford, fabricante de detonadores eletrônicos. “Coincidentemente, nós tínhamos um contrato de fornecimento dos produtos da Bickford no Brasil. Agora com a integração das empresas, a estratégia da Enaex é consolidar a nossa liderança na América do Sul e ganhar novos mercados no cenário global”, comenta Cyrino. Com sede em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), a Britanite tem filiais espalhadas em 12 estados brasileiros e é uma das maiores empresas de serviços de desmonte de rocha e produção de explosivos. Somente para atender o Sistema Norte da Vale, a empresa possui três fábricas de explosivos, localizadas dentro das próprias unidades da mineradora. Durante a Exposibram, a Britanite apresentou o E-Blasting, primeiro portal de compras de explosivos e sistemas de gestão do mundo. Nele, os clientes podem customizar suas demandas, com acesso a tabela de preços, solicitações de compra, catálogo de www.revistaminerios.com.br

Foto: Enaex

produtos, escolha de frete, informações financeiras, entre outros. “A ferramenta é muito útil para as pequenas e médias mineradoras que querem agilizar as suas atividades”, comenta Cyrino. Dentro do portal, as mineradoras tem acesso à ferramenta de rastreabilidade: e-Tracking. Com ela, é possível controlar a solicitação do produto, a separação nos paióis da empresa e a retirada por leitura de código. “O e-Tracking proporciona uma agilidade e facilidade na operação, oferecendo uma rastreabilidade efetiva da operação. É possível programar as atividades na mina, com a previsão antecipada da chegada de materiais”, afirma Frank Tavares de Oliveira, diretor executivo de TI, durante plenária no Congresso da Exposibram. Em complemento ao e-commerce, a empresa lançou a versão mobile do portal para sistemas operacionais Android, IOS e Blackberry 10. Além de disponibilizar informações sobre produtos e acessórios de detonação, o aplicativo é capaz de executar complexos cálculos técnicos. Britanite possui cerca de 45% do mercado de explosivos e serviços de detonação no País

Foto: Chris Shannon

Venda on line de explosivos

A chilena Enaex, que passou a ter 100% do controle da Britanite, é uma das maiores produtoras de nitrato de amônio do mundo

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Converter manutenções reativas em intervenções planejadas Nova área da GE visa a participar do setor em ascensão – Internet Industrial, com soluções que melhorem a eficiência, produtividade e a gestão de serviços e ativos industriais

Exposibram

Foto: GE

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om o objetivo de proporcionar um aumento da eficiência e produtividade em operações industriais, a General Eletric, por meio da sua divisão Industrial Internet, apresentou a solução Mine Performance, que contempla a plataforma Predix de monitoramento preditivo de equipamentos. A tecnologia foi desenvolvida para ajudar as plantas de mineração a evitar falhas inesperadas de equipamentos móveis de mina e fixos de planta, reduzir custos de manutenção e perdas de produção por restrições de disponibilidade. De acordo com Bernardo Soares Torres, gerente regional para América Latina de Mine Performance da GE, o diferencial da empresa refere-se ao conhecimento profundo de equipamentos e processos industriais, acumulados em mais de um século de história da empresa, aliado à capacidade de desenvolvimento voltada para Big Data e Analítica Preditiva. “A GE fez investimentos significativos nos últimos anos para desenvolver novas tecnologias de Industrial Internet e está obtendo resultados relevantes com estas soluções para aumento de eficiência e produtividade em operações industriais”, afirma Torres. Durante a Exposibram, Torres detalhou o funcionamento da plataforma, expondo que o Predix pode alavancar os dados e infraestrutura existentes para prover avisos antecipados de potenciais problemas relacionados aos equipamentos e ao processo, permitindo que as equipes da planta foquem em prevenir falhas, e não apenas em reagir. “Nossa combinação de soluções para monitoramento preditivo de equipamentos e otimização de desempenho é única na indústria. Ela permite que manutenções reativas sejam convertidas em intervenções planejadas e que se extraia melhor desempenho dos equipamentos e processos”, ressalta. Para reforçar a estratégia da empresa na área, a matriz anunciou, no

A GE fez investimentos nos últimos anos para desenvolver novas tecnologias de Industrial Internet

dia 14 de setembro, a criação da área GE Digital, divisão de soluções da Internet das Coisas. O novo negócio passou a integrar a GE Software Center, centro de desenvolvimento de TI da companhia, localizado em San Ramon, na Califórnia (EUA). O novo segmento será liderado por Bill Ruh, que foi vice-presidente e diretor global de tecnologia da GE. Segundo Jeffrey Immelt, Chairman and CEO of GE, a empresa almeja se tornar uma das dez maiores empresas de softwares industriais até 2020. Immelt está liderando um conjunto de projetos que agregam a agilidade de uma start-up, somado ao aproveitamento da inteligência industrial da GE, para oferecer melhores resultados para os clientes. “Com este alinhamento, apoiado por um investimento sustentado, vamos acelerar nossos esforços para construir a força digital da GE no campo da Internet Industrial. Estamos construindo a cartilha para o novo mundo da indústria digital, aproveitando nossas capacidades horizontais, incluindo Predix, design de software, criação e gestão de produtos”, afirmou Immelt.

Roletes que geram energia

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Imepel, maior fabricante de rolos para transportadores contínuos do Brasil, apresentou um modelo de rolete que possibilita a geração de energia elétrica durante a sua operação. O equipamento, utilizado em correias transportadoras, possui um sistema gerador em seu interior que transforma a energia mecânica cinética gerada pelo movimento das correias em energia elétrica. “É uma energia captada da movimentação das correias, que é intrínseco às atividades da mineradora. Em muitas unidades, esses equipamentos têm quilômetros de extensão. Portanto é uma possibilidade de gerar energia para iluminar áreas adjacentes aos equipamentos, pátios, sinalizações, etc”, afirma Cristiano de Souza Marcello, Coordenador de Marketing e Vendas Externas da Imepel. 40 | Setembro 2015

A empresa apresentou também um equipamento que facilita a troca dos rolos em correias transportadoras, assim como roletes com chips, que fornecem informações em relação a data e hora de instalação e fabricação, características técnicas, tempo de uso etc. Além dos roletes, a empresa, fundada em 1996 em Criciúma (SC), atua na fabricação de suportes e tambores. Atualmente a matriz da empresa está instalada em Siderópolis (SC), em uma área total de 25 mil m2, sendo mais de 5 mil m2 de área construída e uma capacidade produtiva em torno de 40.000 roletes para correias transportadoras. Recentemente, a empresa desenvolveu rolos para substituir os tambores da Mina de Timbopeba, pertencente à Vale e localizada em Ouro Preto (MG). A mudança se deu após os en-


Foto: Minérios & Minerales

genheiros e técnicos da empresa realizarem um estudo devido às constantes paradas para troca dos rolamentos dos mancais, prejudicados principalmente pela umidade excessiva. O objetivo era diminuir os impactos das paradas não programadas na produtividade da área. A solução para o problema foi desenvolvida pelos profissionais da Imepel e deu tão certo que a mudança também foi implantada nas unidades Mina de Alegria e Mina de Brucutu, ambas da Vale e localizadas nos munícipios mineiros de Mariana e São Gonçalo do Rio Abaixo, respectivamente. Antes da mudança, os rolamentos dos tambores eram trocados frequentemente, tendo vida útil considerada muito baixa, algo em torno de 30 dias. Além disso, as paradas frequentes refletiam significativamente na produtividade da área. Para solucionar o problema, engenheiros e técnicos da empresa foram ao local com o objetivo de discutir a possibilidade de adaptação ou fabricação de um rolo que pudesse substituir tais tambores. De acordo com José Ronaldo Mendonça, técnico responsável pelo projeto, foram coletados os dados e características técnicas do equipamento e avaliadas as condições para desenvolver soluções adequadas. “Após a análise, a Imepel dimensionou um rolo de retorno plano com revestimento de borracha, para a substituição do tambor. Então foram fabricadas cinco unidades em caráter de teste para verificar a viabilidade de aplicação e a durabilidade dos elementos em comparação ao tambor”, explica.

Rolete da Imepel possibilita a geração de energia elétrica durante a sua operação

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om mais de 40 anos de atuação na fabricação de equipamentos e instalações de beneficiamento, a IMIC se destaca pelo fornecimento de britadores, de variadas capacidades, paras os setores de mineração, agregados, siderurgia, cimenteiro e construção civil. Durante a Exposibram, a empresa expôs os britadores cônicos BCI-200H e BCI-400H, além do britador de mandíbulas BMI-1514. Os britadores cônicos da linha H possuem proteções para as partes girantes, painel elétrico, correia de acionamento e circuito hidráulico completo. Seu conjunto de transmissão utiliza bucha de bronze que permite suportar cargas elevadas, aumentando a durabilidade do conjunto e diminuindo o custo de manutenção. Além disso, a máquina tem um sistema de cilindro posicionador, que possibilita a regulagem de abertura de forma automática, auxiliando também na liberação de corpos não britáveis durante o processamento de material. De acordo com o engenheiro Denner Fontella, gerente comercial da empresa, a feira foi importante pare reforçar a marca perante o mercado. Durante o evento, a empresa fechou a venda de dois britadores de Mandíbulas BMI 1514 e um britador cônico BCI 300S, além de iniciar outras propostas de vendas. “O objetivo da IMIC é fornecer equipamentos que não demandem reparos em um curto período de tempo. O BCI-400H, por exemplo, possui um sistema de suspensão automática, sendo necessários quatro minutos para suspendê-lo. Este é o grande diferencial do equipamento” afirma Fontella. Os britadores cônicos suportam até seis câmaras de britagem, www.revistaminerios.com.br

Foto: IMIC

IMIC exibe britador com sistema de suspensão

IMIC fechou a venda de dois britadores de mandíbulas e um cônico durante a feira

podendo o revestimento ser de material grosso, extra grosso, médio ou fino. O seu sistema de abertura e fechamento hidráulico facilita, em casos de queda de energia, o descarregamento do material existente na máquina. O BCI-400H, com capacidade de 223 a 500 m3/h (dependendo do revestimento), está equipado com um motor WEG (de quatros polos), com potência de 250 a 400 cv. O equipamento pesa 27,8 t, tem 3,8 m de altura e 3,1 m de largura. Já o modelo BCI-200 H tem capacidade de Setembro 2015 | 41


78 a 173 m3/h, seu peso é de 10 t e o motor WEG com potência máxima de 200 cv. O britador de mandíbulas BMI-1514, com capacidade de 608 a 810 m3/h, está equipado com motor Weg de potência máxima de 300 cv. A máquina é utilizada em britagens primárias possibilitando a fragmentação de materiais de grandes dimensões. Seu mancal é feito em estrutura reforçada bipartida, o que evita sobrecarga na carcaça do equipamento. Segundo técnicos da empresa, o formato bipartido facilita a retirada do queixo do britador para inspeções e manutenção. Os rolamentos dos britadores são das fabricantes FAG e/ou SKF. “A grande demanda em empresas para equipamentos de britagem é a simplicidade de manutenção destes equipamentos, que agilizam as atividades de reparo, identificação e troca”, completa Fontella. Recentemente, a empresa foi a responsável pelo projeto de engenharia, fornecimento e montagem dos equipamentos de alimentação, transporte e peneiramento da unidade de Queimados,

pertencente à Petra Agregados. A planta instalada tem capacidade de 1.200 t/h de agregados. Pelo formato turn key, a empresa instalou os equipamentos do projeto da mina Baratinha, localizada em Antônio Dias (MG) e pertencente à Bamisa. Na nova unidade, que possui capacidade produtiva de 500 t/h, a IMIC forneceu todos os equipamentos do processo, inclusive o separador magnético, modelo SMI 3200. Localizado em Sarzedo, na Grande Belo Horizonte (MG), o complexo industrial da IMIC possui mais de 60 mil m² de área construída. Além de britadores, a companhia atua no fornecimento e instalação de alimentadores e calhas vibratórias, redutores de velocidade, separadores magnéticos, tambores desagregadores e transportadores de correia. Em serviços, a empresa faz a reforma e o aluguel de equipamentos, gestão e operação em processo de beneficiamento e projetos turn key. Mensalmente, são reformados mais de 15 equipamentos de beneficiamento, de diferentes marcas.

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Pöyry, multinacional finlandesa de consultoria e serviços de engenharia, reforçou o conceito “da mina ao porto” durante a Exposibram 2015. Durante o evento, a empresa destacou seus serviços para o segmento de mineração, que abrangem desde a concepção e planejamento, os estudos de pré-viabilidade e exploração mineral até a logística de embarque no porto, passando pelas análises ambientais, estudos econômicos, projetos de beneficiamento e transformação mineral, logística, ferrovias, estradas e até portos. “Nosso profundo conhecimento do mercado e expertise acumulados em diversos projetos de mineração, siderurgia, metalurgia, fertilizantes, cimentos e agregados nos permitem oferecer o conceito ‘da mina ao porto’ aos nossos clientes”, afirma Marcelo Xavier, diretor de mineração e metalurgia da Pöyry, ao acrescentar que, desse modo, as empresas podem contar com uma consultoria única para coordenar todas as fases do projeto. Xavier destaca que esta estratégia elimina problemas como a necessidade de revisões das fases implementadas por diferentes fornecedores, situação que tem impactado mineradoras em função de falhas, falta de integração entre as fases e, consequentemente, a necessidade de refazer etapas dos projetos. Com sede em Belo Horizonte, a unidade de Mineração e Metalurgia da Pöyry mantém um time formado por profissionais multidisciplinares que atendem as necessidades do segmento no Brasil e em toda a América Latina. No País, são clientes da Pöyry: Vale, CSN, Alcoa, Copelmi, Holcim, Gerdau, Vale Fertilizantes, Novelis, Yamana Gold, Magnesita, entre outros. A companhia também atende clientes de mineração na Finlândia, Peru, Chile, Suécia, Indonésia, Tailândia e Malásia. “Poder contar com a sinergia e integração dos colaboradores de todas essas localidades nos permite ofe42 | Setembro 2015

Modelo de negócio da empresa visa eliminar problemas como a necessidade de revisões das fases implementadas por diferentes fornecedores

Foto: Vale

Exposibram

Pöyry reforça conceito da “mina ao porto”

recer as melhores práticas nas propostas a nossos clientes, tanto em projetos de novas minas quanto para expansão de capacidade, melhoria de produtividade ou redução de custos operacionais”, completa Xavier. Definido o projeto, a Pöyry também pode planejar toda a instalação da mina e unidades de beneficiamento, analisar os respectivos custos e gerenciar as obras em seu conjunto (na modalidade EPCM – Engineering, Procurement, Construction Management). A empresa conta ainda com uma área de consultoria habilitada a realizar estudos de mercado, de competitividade, logística de distribuição de produtos, matérias-primas e insumos, localização de empreendimentos, estimativas de investimento, estudos de viabilidade técnica e econômica, de sustentabilidade, avaliações econômicas e patrimoniais de empresas.


Canadá apresenta novas tecnologias

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Foto: Motion Metrics

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iante da desvalorização dos preços das com- Motion Metrics exibiu suas modities minerais, as companhias do Canadá, tecnologias de detecção de quebra dos dentes das escavadeiras e presentes na Exposibram, destacaram os seus sistemas anticolisão produtos e serviços voltados ao aumento da eficiência produtividade e redução de custos. O País estava representado por dois pavilhões, o do Canadá e o do Governo de Ontario. “A indústria de equipamentos e serviços de mineração de Ontário é conhecida em todo o mundo pelo fornecimento de tecnologias em produtividade, segurança, sustentabilidade e produtividade industrial. Essa expertise pode ajudar a indústria de mineração brasileira a manter e até mesmo aumentar a sua já forte reputação. Esperamos desenvolver os contatos que fizemos na Exposibram, retornando ao Brasil no futuro próximo”, afirmou Noam Sugarman, especialista em comércio e investimentos do Ministério de Desenvolvimento e Minas do Governo de Ontário, no Canadá. A CME, fabricante de sistemas de britagem e perfuração, apresentou a sua máquina afiadora e recuperadora de bits de mas maiores, como o deslocamento das partes para a unidade de perfuratrizes. Segundo informações da empresa, o equipamento, britagem. O equipamento, controlado por uma tela instalada dendenominado Robot Arm ESD II, pode aumentar a vida útil dos bits tro da cabine da máquina, pode ainda identificar a aproximação em até 40%. O equipamento foi implantado em um programa de de pessoas e obstáculos, assim como analisar a fragmentação do aumento da vida útil dos bits da unidade da Usiminas, em Minas material colhido por meio de imagens. Gerais. O projeto, contemplado pelo trabalho “Aumento da vida “A quebra de um dente da caçamba pode implicar em um alto útil dos bits DTH utilizados nas perfuratrizes T4BH”, foi um dos custo para a mineradora. Caso o dente solto seja transportado vencedores do 170 Prêmio de Excelência da Indústria Minerojunto com o minério para a planta, pode acarretar em uma parada -metalúrgica Brasileira da revista Minérios & Minerales, reado britador ou até mesmo na contaminação do produto final”, lizado em maio de 2015. afirma Iman Masoum, gerente de projeto da MotionMetrics. A Gridcom Enterprises destacou sua linha de resistores de grade A Motion Metrics levou uma mini escavadeira para demonstrar o de freio dinâmicos para caminhões de mineração diesel-elétricos funcionamento do seu sistema de controle. Recentemente, a emfora-de-estrada, carregadeiras elétricas Le Tourneau e locomotivas presa anunciou uma parceria com a Komatsu Brasil, que passou diesel-elétricas, assim como os serviços de reparo desses equia oferecer as soluções de monitoramento em suas escavadeiras. pamentos. “Sabe-se que nem sempre é necessário comprar um A Sepro Mineral Systems apresentou sua linha de equipamentos novo resistor, sendo uma reforma do equipamento mais econômivoltada ao processamento mineral, que envolve moinhos, britadoca. Nossa equipe tem expertise no serviço de reparo, atendendo res, concentradores gravimétricos, separadores e filtros, entre ouas especificações e controle de qualidade das OEMs”, ressaltou tros. A empresa atua também na fabricação de bombas industriais. Radek Srubar, diretor de operações da empresa. A SNL Metals & Mining divulgou os seus serviços de consultoria A Gridcom possui, em estoque, resistores de frenagem complena área de mineração. Com uma extensa base de dados, a empresa tos: modelo D, modelo B (Poly-Zi), modelo H e o novo modelo auxilia na tomada de decisões nas áreas de exploração mineral, EG Komatsu. aquisição, desenvolvimento de projetos e análise de mercado. Próxima as mineradoras de minério ferro do Canadá, a Metal A Teledyne Optech detalhou os seus equipamentos e serviços 7 atua na fabricação de equipamentos para a indústria de pede mapeamento geológico, que envolvem os modais aéreo e lotização de minério de ferro, como moinhos, transportadores, terrestre. Com mais de 40 anos de experiência, o portfólio de sistemas de combustão e esteiras rolantes. produtos da empresa contempla também softwares de análises “Com o apoio de nossa equipe de Pesquisa e Desenvolvimento, que auxiliam na identificação e estudo de áreas. Durante a feira, a Metal 7 atua na análise e otimização do processo de pelotizaa empresa destacou o sistema de monitoramento de cavidades ção, a fim de oferecer um produto especificamente adaptado às CMS V500. Equipado com scanner e câmeras de alta tecnolonecessidades da planta e às características do minério de ferro”, gia, o aparelho permite analisar, em tempo real, as características ressalta Mirka Boudreau, gerente de vendas da Metal 7. das cavidades da mina de maneira segura e eficiente, coletando A Motion Metrics exibiu suas tecnologias de detecção de quedados em relação ao volume, orientação e tamanhos das cavas. bra dos dentes das escavadeiras e sistemas anticolisão. Com o apoio de um conjunto de câmeras e sensores ultrassensíveis, os Pavilhão Ontario operadores e/ou gestores da sala de controle podem identificar A Becker Varis, empresa especializada em comunicações para possíveis quebras dos dentes das escavadeiras, evitando problemineração, expôs o Smartcom Leaky Feeder System, que é um


Foto: Becker Varis

Becker Varis expôs o Smartcom Leaky Feeder, sistema de comunicação projetado para minas subterrâneas ou lugares confinados

A Symboticware marcou presença no evento com as suas soluções de hardware e software para a coleta, análise e sensores de dados de performance de equipamentos, bem como comunicação em tempo real para gerenciamento de ativos no ambiente das minas. Seu foco é a otimização da segurança, produtividade e utilização de ativos de equipamentos móveis de mineração. Entre os parceiros da Symboticware estão empresas como Caterpillar, Toromont, Vale e Peregrine Diamonds. A Threedify, empresa especializada em softwares, deu destaque para as suas soluções em 3D para modelagem, planejamento e otimização de operações de mineração. Entre seus produtos, destacam-se: o FlowPit - otimizador de minas 4D ultrarrápido e programador de vida útil; Stopemizer - otimizador de galerias; QuickPit - utilizado para o projeto de minas a céu aberto; e o iScheduler - programador interativo em 3D.

Bentley lança software que otimiza movimentação de materiais

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Bentley apresentou o software MineCycle Material Handesign são levados em conta de maneira dinâmica durante a criadling (Movimentação de Materiais). O programa é um ção do layout da trajetória da esteira transportadora, para que o aplicativo de desenho criado especificamente para a projetista possa fazer rapidamente os ajustes finais. movimentação de material pesado (BMH) que proporciona um De acordo com informações da empresa, o resultado é um ambiente de design automatizado, englobando disciplinas civis, layout inteligente que ajuda a mineradora a ganhar tempo, pois estruturais e mecânicas. elimina as análises com estimativas e repetições indispensáveis Segundo a empresa, o software permite que os EPCs e consulem fluxos de trabalho de desenho tradicional. tores concluam designs preliminares 30% mais rapidamente e de melhor qualidade para a entrega de estudos de viabilidade e propostas. A empresa projetou e desenvolveu a tecnologia com a cooperação direta de líderes do setor, como Hatch, PDC e GHD, para garantir a integração de funções, recursos e fluxos de trabalho necessários para a criação de projetos conceituais de infraestrutura BMH, de maneira eficiente. O programa oferece ferramentas de layout das esteiras transportadoras baseadas em regras, entre outras curva vertical, condições estritas de declive, trajetória do equipamento, ângulos de depressão, Programa é um aplicativo de desenho criado especificamente altura da carga e tonelagem. Esses parâmetros de para a movimentação de material pesado 44 | Setembro 2015

Foto: Bentley

Exposibram

sistema de comunicação projetado para minas subterrâneas ou lugares confinados. A companhia destacou também o Smartsense Environmental Sensing System - equipamento de sensoriamento ambiental, que possibilita a detecção de gases; e o Smartblast Remote Blasting System - sistema remoto de detonação. A Canun International, especializada no desenvolvimento e no design de perfuratrizes de rocha pneumáticas para mineração, pedreiras de granito e construção civil, apresentou a perfuratriz de uso horizontal Jackleg. A empresa também oferece soluções em reparo e suporte técnico, além dos equipamentos: Stoper, usado para instalação de estacas de sustentação; Screen Pusher para a instalação de telas de apoio no teto da mina; Sinker, britadeira, alto grau de penetração e pode ser customizada com uma capa de redução de ruído; e Quarry, perfuratriz de grande alcance de penetração, principalmente usada em mármore e granito. A Kovit Engineering oferece serviços de engenharia para otimização de minas. Seu foco é em áreas como reaterro de minas (mine backfill) e tecnologia de aplicação de pastas, bem como operações de gerenciamento de rejeitos. A empresa presta consultoria por meio de estudos conceituais e de escopo, estudos de viabilidade, treinamento, assim como soluções para gestão de aquisição, engenharia e construção. Entre seus clientes, encontram-se Vale, CaNickel e Fire River Gold Corporation. A Maclean Engineering, empresa especializada em projeto, fabricação e comercialização de veículos utilitários e equipamentos pesados para minas subterrâneas, atua na área de perfuração, escoramento de teto, cavilhamento, concretagem, transporte de fluxos de minérios e pessoas, entre outras.


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Bosch apresentou, durante a Exposibram, soluções integradas em eficiência energética, segurança, mobilidade e automação. Na feira, os visitantes puderam conhecer a câmera térmica dual MIC-612, que foi especialmente desenvolvida para uso em áreas de mineração e realiza o monitoramento de fendas, aspecto que ocorre em áreas geotécnicas. O aparelho permite visão noturna de longo alcance e em ambientes com grande quantidade de pó. Com ele, é possível monitorar, mesmo em ambientes com pouca ou sem qualquer iluminação, o maciço rochoso, encostas e fendas em geral. Entre os principais diferenciais da câmera estão: alto desempenho (24 horas por dia e 365 dias por ano), monitoramento 360º normal e térmico, menor tempo de resposta na detecção de problemas, baixa demanda de manutenção, e possível integração com diferentes plataformas de comunicação. Adicionalmente, a empresa destacou os seus sistemas de vídeo para o controle de processos produtivos. A câmera MIC IP 7000 foi desenvolvida para suportar condições extremas de uso, além de situações climáticas e de iluminação adversas como, por exemplo, ampla variação de temperatura -60 a +60 0C em até 100% de umidade. A tecnologia gera ainda imagens de alta definição em qualquer altura e local, além de ajustes contínuos e dinâmicos conforme movimentos de objetos e pessoas, variações da intensidade da luz e flutuações de contraluz e luz frontal. A MIC 7000 é uma câmera PTZ de alta definição, livre de manutenção e com altos padrões de proteção (IP68 e IK10), que agrega acessórios de proteção e iluminação capazes de cobrir distâncias de até 175 m em plena escuridão. A empresa apresentou ainda sua linha de equipamentos de medição, como as trenas a laser GLM30 que possibilita medições de até 30 m e a GLM250 indicada para trabalho em áreas externas com até 250 m, assim como a linha de detectores de calor, que tem como principal objetivo identificar padrões ou mudanças de temperatura em componentes revelando falhas e, dessa forma, assegurando a

continuidade operacional dos processos. “Nos próximos anos, uns dos maiores desafios dessa indústria estarão ligados à segurança no trabalho, melhoria da produtividade, redução de custos operacionais, eficiência energética e redução das emissões. Além, é claro, da busca por mão de obra especializada”, afirma Alberto Abdu, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Bosch Brasil.

Foto: Bosch

Câmera da Bosch monitora fendas profundas

Novas câmeras industriais da Bosch permitem monitoramento de fendas, com visões noturnas, de longo encalce e grande quantidade de pó

Soluções Mining 4.0

A empresa pretende também atuar na área de Internet das Coisas. Por meio da interconectividade, a empresa está oferecendo produtos e serviços de suas diferentes divisões de negócios e trabalhando no desenvolvimento de soluções para o mercado “Mining 4.0”, que visa ao gerenciamento automatizado, preditivo e preventivo da operação. “A interconectividade de objetos, dispositivos, serviços e maquinário por meio de um endereço IP, resulta na criação de redes de produção inteligentes que podem funcionar de forma autônoma”, ressalta Abdu. Um exemplo de solução é a conexão de máquinas e equipamentos que permitirá a análise dos dados dos sensores micromecânicos em tempo real. De acordo com informações da empresa, os problemas poderão ser detectados previamente permitindo que a máquina passe por manutenção de forma programada. Além disso, essa conexão possibilita que os sensores monitorem as condições dos equipamentos de forma automática, com o objetivo de identificar padrões que indiquem uma falha potencial (manutenção preditiva).

Georadar reforça serviços de geofísica

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om mais de 16 anos de atuação no mercado, a Georadar destacou a sua plataforma integrada de soluções para aquisição de dados geofísicos, monitoramento ambiental marítimo e terrestre, pesquisas e levantamentos marítimos, diagnósticos ambientais e geotécnicos, remediação de solo e aquíferos, análises laboratoriais, afretamento e apoio marítimo. A empresa, que é referência brasileira no segmento de geosserviços e sísmica terrestre, utiliza equipamentos de última geração e possui uma equipe de profissionais qualificada. Em julho, a empresa fechou um contrato com a Vale Fertilizantes, para a realização de serviços de Sondagens, Ensaios www.revistaminerios.com.br

Geotécnicos e Hidrogeológicos no Projeto Extensão Complexo Taquari-Vassouras (ECTV), a cerca de 40 km ao norte de Aracaju, no Sergipe. Trata-se da única mina subterrânea da Vale no Brasil, em operação desde 1992, produtora de cloreto de potássio. A realização do projeto vai permitir um conhecimento técnico e aprofundado da geologia e do potencial dos recursos. O trabalho, que iniciou em agosto e irá durar cerca de sete meses, contará com uma equipe multidisciplinar de profissionais. A empresa também está negociando com a Vale Fertilizantes a realização de um projeto piloto de Geofísica. Setembro 2015 | 45


Dassault foca em softwares para otimizar a mineração

Exposibram

Foto: Dassault

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Dassault Systèmes esteve presente na feira com seus softwares para automação de processos e otimização de projeto, como os programas Geovia Whittle, Geovia MineSched e Simulia ISight. Com estas soluções, os engenheiros podem avaliar e selecionar até 10.000 cenários, de uma forma que lhes permite visualizar, entender e optar pelo processo com melhor viabilidade econômica. De acordo com a empresa, essas tecnologias vão ao encontro do atual cenário da indústria, que objetiva reduzir custos e aumentar da rentabilidade. O Whittle atua na análise da viabilidade de empreendimentos minerários, fornecendo dados em relação aos parâmetros físicos, econômicos, estruturais e estratégicos do projeto. O MineSched provê uma otimização das atividades da mina (subterrânea e a céu aberto), aumentando a produtividade por meio da organização das atividades. Já a Simulia refere-se a um sistema aberto para integração de design e modelos de simulação – criados com vários CAD, CAE e outros aplicativos de software – para automatizar a execução de centenas ou milhares de simulações. A empresa destacou também as suas plataformas, desenvolvidas especialmente para o setor de mineração, Lean Mine Construction e a Perfect Mine and Plant. Os programas, lançados no início de 2015, permitem as mineradoras desenvolverem e gerenciarem suas minas de forma mais eficiente. Com o Lean Mine Construction, a mineradora obtém uma melhor produtividade operacional por meio da simulação

Com soluções em 3D da Dassault, engenheiros podem avaliar até 10.000 cenários de exploração mineral

4D e modelagem para identificar o layout correto da infraestrutura do site e a capacidade da planta de processamento, antes que a construção seja iniciada. Já a Perfect Mine and Plant foi desenvolvido para reduzir a variabilidade por meio de uma programação otimizada e controle operacional. “Tivemos boa conversas com os clientes sobre as soluções que oferecemos, nossas ferramentas - Whittle e MineSched - planejamentos e otimizações, além de uma introdução ao InSite, que aborda questões-chave atuais; gerenciando os custos de produção, de reconciliação e de agregação de dados.”, afirmou Iain McLean, vice-presidente regional das Américas da Geovia, empresa do grupo Dassault.

JactoClean exibe soluções de limpeza

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JactoClean expôs seus equipamentos para serviços de limpeza de áreas produtivas e industriais, com destaque para as lavadoras de alta pressão J15000H ECO e de média pressão LAV500 Plus. A empresa participou da feira em parceria com a revenda VMC Tudo para Pneus, de Belo Horizonte (MG). Destinadas ao uso profissional e industrial, as lavadoras J15000H ECO e LAV500 Plus podem ser utilizadas na lavagem de caminhões, carregadeiras, retroescavadeiras, tratores de esteira e outros equipamentos e máquinas mantidas em ambientes internos ou externos. Lavam ainda veículos de apoio usados na mineração, tais como picapes, ônibus, etc., evitando a dispersão de resíduos de minerais que podem poluir a atmosfera. De acordo com a empresa, o equipamento J15000H ECO é a primeira lavadora de alta pressão com aquecimento de água a etanol (álcool combustível) a conquistar a certificação e selo de conformidade de segurança do Inmetro (Ins46 | Setembro 2015

tituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Na mineração, faz a lavagem de equipamentos antes das manutenções periódicas, pois a água quente possibilita desengraxar, desengordurar e diluir sujeiras incrustadas. Entre as características técnicas, destacam-se o jato de alta pressão com temperatura de até 120° C, bomba radial com pistões de cerâmica, válvulas de aço inoxidável e o motor de indução com protetor térmico, disponível nas versões 3 CV Monofásico (220 V), 5 CV Trifásico (220 V) e 7,5 CV Trifásico (220 V ou 380 V). Já a lavadora de Média Pressão LAV500 Plus é ideal para limpeza com menor pressão e maior volume de água, tendo como diferencial a possibilidade de ser utilizada com água de reuso. Também certificada pelo Inmetro, serve para a remoção de poeira fina, o equipamento sai de fábrica com toda a parte elétrica instalada e possui bomba radial com pistões de cerâmica, cabeçote de bronze, regulador de pressão; válvula de retenção e gatilho com jato regulável.


NLMK exibe novidade em chapas de aço

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NLMK Group trouxe suas chapas antidesgaste Quard e seu aço de alta resistência Quend. O primeiro é um aço resistente à abrasão projetado para resistir ao desgaste em aplicações usadas em diversos setores, como o da mineração. Já o segundo refere-se a um alto limite de escoamento em aços desenvolvidos para aplicação de baixo peso, que exige alta capacidade de carregamento, com elevação ou transporte. De acordo com informações da empresa, a durabilidade das chapas Quard e Quend as tornam ideais para máquinas de porte utilizadas em condições exigentes. Além disso, possuem propriedades que permitem corte de alta precisão independentemente da técnica usada; usinagem, fresagem, furação e escareamento são feitos sem falhas; o raio de dobramento é reduzido para melhor desempenho;

e a soldagem é de maneira mais fácil com um resultado de qualidade, enquanto mantém altas propriedades mecânicas das chapas. Segundo a empresa, essas características foram obtidas pela combinação exclusiva de quatro fatores: planicidade, acabamento de superficial, tolerâncias de espessura e uma composição química otimizada de baixa liga com nível de pureza de aço muito acima do padrão. A NLMK é a única fabricante reconhecida e especializada na fabricação de chapas, tanto finas quanto grossas no setor de chapas de aço Q&T (temperadas e revenidas). As chapas antidesgaste e estrutural estão disponíveis para pronta entrega desde o estoque local da NLMK South America, no Brasil, em espessuras de 3 – 160 mm e largura de 1500 – 3100 mm.

Mobil apresenta conceito de produtividade avançada

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Mobil, referência em lubrificantes premium no Brasil, apresentou sua linha de produtos para indústria de mineração, que é considerada estratégica para empresa em função da importância econômica e robustez de máquinas e equipamento. Durante o evento, a companhia trouxe especialistas em lubrificação industrial que contaram como é possível aumentar a produtividade, trazer mais segurança para a operação e obter maior cuidado ambiental. “Mais do que apresentar nossas inovações sintéticas e de alta performance durante o evento, queremos contar aos visitantes nosso conceito de produtividade avançada e como estamos alinhados às demandas das grandes empresas globais”, afirma Sérgio Campos, gerente de marketing da Mobil. O executivo explica que mineradoras, fabricantes e montadoras de equipamentos para mineração buscam mais do que lubrificação adequada e que atenda às exigências de seus equipamentos – elas priorizam aumento de produtividade, mais segurança para a operação e maior cuidado ambiental. “Nosso conceito de produtividade avançada abrange todas estas demandas, porque temos a preocupação com a sustentabilidade da operação. Entendemos que a boa lubrificação é obtida por meio de produtos de alta performance, soluções e serviços robustos e, acima de tudo, conhecimentos técnico para colocar tudo isso em prática”, conta o executivo.

NSK expõe programa que estende vida útil dos rolamentos

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NSK, multinacional japonesa presente no Brasil desde 1970, participou do evento com a sua linha de rolamentos autocompensadores de rolos, desenvolvidos especialmente para equipamentos vibratórios. Além disso, a empresa destacou o AIP - Programa de Gerenciamento de Ativos. O programa é aplicado gratuitamente dentro do cliente e demonstra quanto se pode economizar no processo, melhorando suas performances por meio da aplicação da metodologia. De 2012 até hoje, mais de 130 projetos foram implementados e aprovados formalmente pelos clientes utilizando a metodologia do AIP, com uma redução de custo que supera os R$ 6 miwww.revistaminerios.com.br

lhões. De acordo com informações da empresa, a solução contempla diversas atividades técnicas que, quando implementadas corretamente, aumentam o desempenho do rolamento aplicado e, consequentemente, faz com que a máquina do cliente tenha mais produtividade. Na feira, a empresa destacou os rolamentos autocompensadores de rolos HPS, que proporcionam uma maior vida útil e maior limite de rotação, com uma capacidade de carga dinâmica elevada em 25%. Outros produtos expostos foram os rolamentos de rolos cilíndricos de alta capacidade de carga da série EW e EM, rolamentos Série EW e rolamentos Série EM. Setembro 2015 | 47


KSB exibe bomba nacionalizada para serviços pesados

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Exposibram

KSB Brasil exibiu a sua bomba LSA, recém nacionalizada, durante a Exposibram. Com início da produção da bomba LSA na fábrica em Várzea Paulista (SP), a companhia visa a atender operações com polpas com sólidos graúdos e em altas concentrações, ampliando a cobertura de aplicações para o setor de mineração. “Com a produção local, conseguiremos atender ao segmento com nossos produtos nacionais todas as classes de serviços para bombas de polpa - mistura de água com minérios, pois já contamos com a KSB LCC, mais leve, para aplicações com polpas Classe 01, 02 e 03”, afirma Jardel Ribeiro, supervisor de Vendas da Divisão de Mineração da KSB. A bomba, que possui projeto concebido de sucção horizontal, tem corpo de carcaça simples e traz revestimento de sucção substituível com rotor de quatro aletas, ou na opção de três aletas para resíduos sólidos de tamanhos maiores. Sua parte mecânica conta com eixo reforçado para prolongar a vida útil dos componentes do lado acionado e caixa de gaxetas e anel de alívio de rotor para remoção segura e fácil. Mais pesada, a bomba LSA é desenvolvida para atender bombeamento de polpa com maior

concentração e tamanho de sólidos, isto é, aplicações extra pesadas (Classe 04). O equipamento traz carcaça projetada em ferro fundido branco (GASITE WD28G), assim como o rotor. O pedestal é feito em aço carbono e o suporte de mancal em ferro fundido. Sua descarga varia entre 50 a 660 mm. Já a vazão vai de 20 a 13.600 m3/h; a altura manométrica é de 90 m e a pressão de operação de até 16 bar, podendo ser estendida para altas pressões (até 50 Kgf/cm2) como projeto especial (sob consulta). A LSA foi projetada para suportar temperaturas de até 65º C. Além desse segmento, a LSA também pode ser utilizada em água e esgoto, lavagem de gases, dragagem e em indústrias alimentícia, siderúrgica e química. Para a nacionalização desse modelo, a empresa realizou a aquisição de ferramentas específicas para a sua montagem, seguindo os padrões de qualidade exigidos pela matriz.

Quimatic Tapmatic inova com borracha reparadora a frio

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Plasteel Diamantado e Plasteel Alta Resistência Química. O Plasteel Diamantado possui esferas que garantem altíssima resistência à abrasividade. O produto adere sobre qualquer superfície, inclusive inox, e funciona como uma placa de sacrifício, permitindo ainda retoques nas partes que sofrem desgaste por abrasão. Já a Plasteel Alta Resistência Química é destinado para uso em estruturas metálicas que sofrem com o ataque químico dos diversos produtos usados no processo da extração e beneficiamento do minério. A solução é facilmente aplicada com trincha ou rolo próprio para epóxi e, além de garantir alta resistência química, resiste à abrasividade leve por fluxo. Quimatic Tapmatic lançou a Plasteel Flex 80, borracha reparadora a frio para correias transportadoras

Foto: Minérios & Minerales

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Quimatic Tapmatic lançou durante a feira a Plasteel Flex 80, borracha reparadora a frio, além de produtos para manutenção preventiva e corretiva de equipamentos utilizados na mineração. De acordo com a empresa, além de garantir recuperação total de superfícies danificadas, os produtos também são indicados para uso em equipamentos novos, formando uma camada de sacrifício que aumenta a vida útil das superfícies sujeitas à abrasão, impacto e corrosão por agentes químicos. Entre outras aplicações na mineração, o produto pode ser usado em esteiras e roscas transportadoras, chutes, caixas de contenção, ciclones, decks de peneiras vibratórias, bombas e tanques de lixiviação. “A manutenção com Plasteel adia a compra de novas máquinas e equipamentos a um custo muito menor. Com auxílio de nossos produtos, as mineradoras mantêm seu maquinário em perfeito estado e funcionamento, diminuem as paradas para manutenções e garantem maior produtividade e competitividade”, Walter Strebinger, diretor da Quimatic Tapmatic Segundo informações da empresa, o Plasteel Flex 80, composto bicomponente à base de poliuretano, atua em reparos em esteiras transportadoras das mineradoras de forma prática, econômica e eficaz, destacando-se ainda por custar menos que opções importadas. Quanto maior o custo das correias de borracha utilizadas, maior o benefício ao se optar pelo conserto no lugar de comprar material de reposição. Outros destaques da linha de produtos são


Saint-Gobain Canalização lança tubos para polpa

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Saint-Gobain Canalização, fabricante de sistemas em ferro fundido dúctil para transporte de fluidos, lançou no mercado sua linha exclusiva de produtos para o transporte de polpa à indústria de mineração. A gama é composta de tubos e conexões em ferro fundido dúctil, nos diâmetros 200 a 1200 mm, e ainda sob consulta os DNS 80 a 150. “O mercado de Mineração é um dos mais promissores do Brasil, com potencial para dobrar a produção em 20 anos. Por isso, estamos nos preparando para atender essa demanda com produtos inovadores. Vamos disponibilizar tubos e conexões de ferro fundido dúctil para manuseio de rejeito”, afirma Marcelo Machado, diretor comercial e de marketing da Saint-Gobain Canalização. Segundo Machado, o diferencial da empresa está nos seus produtos que são fabricados em ferro fundido dúctil, material que proporciona maior durabilidade e elasticidade aos tubos e conexões.

Entre as vantagens dos tubos de ferro fundido dúctil, destaca-se o revestimento interno, que é concebido e customizado para resistir à abrasão específica de cada tipo de aplicação, polpa ou minério. “A tubulação deve suportar não somente as pressões de bombeamento, mas também a abrasão e os impactos de intensidades variadas e esforços cíclicos que podem levar à fadiga do produto. Se comparado às soluções utilizadas atualmente pelo mercado, nossos produtos têm vida útil superior”, explica Marcelo. Outro diferencial dos produtos da companhia, segundo o executivo, é o baixo custo da instalação, pois a montagem é fácil e mais rápida, em comparação com outras soluções. Além disso, a empresa fornece suporte técnico permanente, desde a concepção do projeto até a finalização da obra. “Sistemas de canalização de qualidade e resistentes são um dos maiores aliados das empresas que pretendem otimizar seus custos e produção”, ressalta Marcelo.

Ourominas traz solução para o mercado de ouro

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Ourominas, empresa que atua na comercialização de ouro, apresentou o conjunto de soluções às mineradoras que envolvem a análise do minério no local de extração, transporte, exportação do metal, além de apoio nas áreas de finanças e tributação. Segundo Maurício Gaioti, executivo de exportação da empresa, a ideia é agilizar os negócios das pequenas e médias mineradoras, assim como cooperativas, que queiram comercializar seus bens minerais de forma competitiva, obter liquidez e reduzir custos. “Nossa atividade de exportação de ouro e metais preciosos atua plenamente conforme padrões legais exigíveis, nacionalmente e internacionalmente. Através de planejamento e visão de futuro, a empresa possui estrutura para organizar operações de logística e comércio exterior, oferecendo resultados sólidos aos seus parceiros”, afirma Gaioti. Para análise e certificação do minério, a empresa possui laboratório próprio e equipe capacitada, que realiza o trabalho na unidade da mineradora, reduzindo os custos de envio para os grandes centros urbanos e aumentando a segurança em função do metal não ser transportado. A empresa oferece ainda um estudo da melhor opção logística para exportação, com análises sobre as operações e seguros para despacho do metal precioso.

Foto: Minérios & Minerales

Cabo nacional Wirex para uso em máquinas móveis

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Wirex Cable, fabricante brasileira de condutores elétricos, lançou o cabo Wirex.Extreme B90UF FO 3,6/6 a 12/20 kV, desenvolvido para utilização e máquinas móveis de mineração e movimentação de cargas. Fabricado no Brasil, o cabo faz a transmissão de dados por fibra óptica, possibilitando o gerenciamento de máquinas e equipamentos por telemetria, como escavadeiras, perfuratrizes, carregadeiras e retomadoras. O fio condutor tem uma cobertura que foi desenvolvida no laboratório da empresa e oferece proteção às condições severas de flexão e desgaste por arraste ou torção. O revestimento, feito em elastômero a base de poliuretano, também possui características de resistência a óleos e graxas, solventes químicos, umidades, intempéries e raios UV. O cabo não possui a tradicional blindagem metálica em malha de cobre, mas sim uma blindagem em fita semicondutora enfaixada, além da camada extrudada sob isolação. O cabo é fornecido com ou sem fibra óptica (mono ou multímodo) sob medida para a aplicação e necessidade definida pelo cliente. Wirex apresentou cabo desenvolvido para máquinas móveis de mineração, com transmissão de dados por fibra óptica www.revistaminerios.com.br

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Graco apresenta sistema de gerenciamento de fluidos

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Foto: Graco

norte-americana Graco destacou o seu sistema de gerenciamento de fluidos para equipamentos de mineração. Denominado Matrix, o sistema, que possui transmissão sem fio (wireless), permite o gerenciamento de fluidos e o controle de estoque. Com ele, é possível acompanhar as informações do dispensador em tempo real, monitorar os registros de evento e o status do tanque, resultado em um maior controle para cada enchimento e distribuição de fluido a granel. A empresa apresentou ainda o controlador de ar da bomba, que bloqueia o acesso ao tanque de fluidos, mantendo as bombas inoperante caso seja necessário, além dos monitores de tanque e conduítes de comunicação.

ThyssenKrupp foca em sistemas mais eficientes

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om a presença de especialistas da matriz, na Alemanha, a ThyssenKrupp, divisão Industrial Solutions, apresentou seus equipamentos para mineração, como moinhos, sistemas de britagem móvel e semimóvel, recuperadoras, transportadores de longa distância e sistemas de peneiramento, entre outros. A estratégia da empresa é fornecer máquinas e equipamentos que aumentem a eficiência das minas e diminuam custos. A companhia destacou sua nova linha de britadores e peneiras, denominada Standard Machines e destinada às mineradoras de pequeno e médio porte. As aplicações dos equipamentos foram detalhadas pelos porta-vozes da empresa durante palestra no congresso do evento, assim como o Skip Conveyor, sistema patenteado de transporte de minério baseado em um conjunto de caçambas tracionadas por guinchos eletromecânicos, que operam a uma inclinação de até 75 graus entre a base e o topo da mina, reduzindo o uso de caminhões. A companhia destacou ainda as recuperadoras de rodas de caçambas bilabiais do tipo ponte, que eliminam o tempo de intervenção no equipamento e aumentam a sua disponibilidade operacional, já que não precisa reverter a caçamba – um processo que pode durar até seis horas. 50 | Setembro 2015

Foto: ThyssenKrupp

Exposibram

Sistema Matrix, que possui transmissão wireless, permite o gerenciamento de fluidos e o controle de estoque

ThyssenKrupp destacou as recuperadoras de rodas de caçambas bilabiais do tipo ponte


Foto: Arvos

Arvos traz equipamentos da Raymond Bartlett Snow

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á mais de 130 anos no mercado, o grupo alemão Arvos, por meio da sua empresa Raymond Barlett Snow, apresentou seus equipamentos de moagem, processamento térmico e aeroclassificação. A empresa, que tem fábrica em Vinhedo, no interior de São Paulo, tem como estratégia a atuação desde a concepção e desenvolvimento até a implantação e operação dos equipamentos e sistemas, realizando testes de planta piloto e participando do comissionamento das máquinas. A companhia mantém um banco de dados da especificação original de todos os equipamentos vendidos, por número de série e modelo, visando ter registros precisos para cada peça de equipamento, incluindo variações de design personalizado para aplicações específicas. O processo facilita as atividades de manutenção e reposição de peças, por parte das equipes de pós-venda da empresa.

Raymond Barlett Snow, empresa do grupo alemão Arvos, fabrica equipamentos robustos, como o moinho de bolas comumente utilizado pela indústria de cimento

Bomba anfíbia trabalha dentro e fora d’água

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Foto: Higra

Higra expôs na feira a sua linha de bombas anfíbias e os aeradores, bem como suas soluções integradas para sistemas de bombeamento e tratamento de efluentes. As bombas anfíbias foram desenvolvidas para operar tanto dentro quanto fora da água, podendo ser montadas tanto em série como em paralelo, somando-se assim as vazões e/ou pressões. A característica anfíbia deve-se ao design do equipamento, onde o fluxo da água é admitido pela sucção axial flangeada, passando por um rotor centrífugo onde todo o volume de fluido bombeado passa ao longo do motor garantindo uma troca térmica. Durante o evento, a companhia apresentou o modelo de bomba anfíbia de média tensão (4,16 KV) nas potências de 200 a 500 CV.

Higra fornece soluções integradas para sistemas de bombeamento e tratamento de efluentes

Foto: Erkat

Erkat traz linha de fresadoras

Erkat exibiu sua extensa gama de fresadoras para operações de corte de rochas www.revistaminerios.com.br

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alemã Erkat destacou a sua linha de fresadores, que abrangem os modelos tambor, rotação, transversal, longitudinal e de corrente, e são acoplados em escavadeiras para corte de rocha. Os implementos incluem trem de acionamento, acessórios de segurança e engrenagem de fixação da fresadora rígida. As fresadoras de tambor, que possuem pontas endurecidas contra desgaste (Série ER 1500 – ER 5500), usam engrenagens de dente reto extremamente grandes, impulsionadas por motores hidráulicos de alto torque, com alta resistência ao desgaste. Um sistema de fixação central permite um giro em 3600 sem precisar ser desconectada da escavadeira. Setembro 2015 | 51


Manipulador de pneu 75% mais eficiente Foto: Hedweld

Manipulador compacto suporta pneus e rodas de até 15.000kg, com tamanhos de R49 a R63

Iluminação LED consome 60% menos

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norte-americana Dialight Corporation exibiu a sua linha de tecnologias de iluminação com LED para áreas industriais. Com sistemas de iluminação econômicos, a empresa, que tem 40 anos de mercado, pretende contribuir para a redução do consumo de energia da indústria de mineração, assim como otimizar as atividades de manutenção. Na feira, a empresa destacou o projetor LED 52000 Lumens IP66, que substitui os projetores de lâmpadas a vapor metálico de 1000 watts. De acordo com informações da companhia, o produto proporciona economia de energia de até 60% e mais de 10 anos livres de manutenção, comparado às tecnologias convencionais, podendo durar mais de 15 anos em operação. A linha de iluminação LED oferecida pela empresa, elimina a necessidade de paradas programadas para a troca de lâmpadas, facilita o acendimento e religamento de energia sem degradação da vida útil do produto, além de preservar as fontes de energia e diminuir os riscos ambientais. 52 | Setembro 2015

Foto: Dialight

Exposibram

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australiana Hedweld apresentou o manipulador de pneu Trilift TH 15000, que foi desenvolvido para a remoção e instalação de pneus de equipamentos de mineração de forma segura. O manipulador compacto, movido a diesel/hidráulica e controlado remotamente, suporta pneus e rodas de até 15.000kg, com tamanhos radiais de R49 a R63. A unidade possui uma plataforma elevada para um trabalho seguro, manipula os pneus levantando-os para cima e para baixo e para direita e para esquerda, com rotações nos sentidos horário e anti-horário e deslocamentos laterais. O controle remoto de fácil operação tem comando proporcional das válvulas hidráulicas, oferecendo ao operador uma precisão milimétrica dos movimentos. Segundo informações da empresa, ao utilizar o controle remoto o operador tem uma melhora da visibilidade e é removido da zona de perigo. Em um teste independente, o TH15000 provou ser de 60 a 75% mais eficiente em custo, tempo e funções recursos do que métodos tradicionais. Com o equipamento, reduz-se consideravelmente o dowtime do equipamento.

Novo LED 52000 da Dialight proporciona economia de energia de até 60% e mais de 10 anos livres de manutenção


EPI para proteção respiratória Foto: Minérios & Minerales

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GVS, fornecedora de filtros para aplicações no setor automobilístico, médico, farmacêutico e industrial, exibiu o Elipse, novo respirador semi facial para proteção respiratória contra vapores orgânicos, partículas e fumos metálicos. O filtro do respirador flexível é plissado, encapsulado em um formato elíptico e se acomoda em formato curvo, acompanhando o contorno na face. De acordo com a empresa, uma extensa pesquisa de tipos de resinas foi necessária para permitir este formato curvo sem perda da eficiência de filtragem. Os materiais que compõe a peça facial e os filtros são hipoalergênicos, 100% livres de silicone e látex. O elástico de fixação tem quatro pontos de ajuste e banda de conforto na parte traseira da cabeça. O design compacto reduz drasticamente a possibilidade de a máscara interferir nos outros EPI´s, como óculos de proteção, máscaras de solda e protetores faciais. Uma válvula de exalação localizada estrategicamente na parte frontal da peça facial proporciona saída eficaz do ar quente, aumentando o conforto térmico e reduzindo a fadiga, se comparado às máscaras convencionais.

GVS trouxe o Elipse, novo respirador semi facial para proteção respiratória

Astec exibe britador de mandíbulas Telsmith

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Astec do Brasil, subsidiária da norte-americana e com fábrica em Vespasiano (MG), destacou durante o evento a sua linha de britadores de mandíbulas Telsmith, como o modelo H3450. A carcaça do equipamento foi projetada utilizando a tecnologia de análise por elementos finitos, de modo a reduzir peso e manter a confiabilidade e robustez. As mandíbulas do britador são intercambiáveis e reversíveis, visando à máxima utilização. Além disso, o sistema de abanadeira hidráulico reduz a necessidade de manutenção e paradas para ajuste. De acordo com informações da empresa, o sistema de tensionamento do Hydra-Jaw reduz tempo de manutenção e operação, eliminando a necessidade de ajuste de molas ou calços ao modi-

ficar a abertura do britador. Já o cilindro hidráulico é o principal elemento do sistema de abanadeira hidráulica do britador. O cilindro incorpora um pistão reforçado para alta força de britagem e uma haste superdimensionada para estabilidade e resistência. Após eventual parada de emergência, o sistema de esvaziamento do britador permite retornar à operação em menos de 15 minutos. Por meio de botões do painel de controle, o sistema hidráulico brita qualquer material remanescente na câmara, evitando que materiais superdimensionados sigam o fluxo da planta. A empresa possui equipamentos instalados em mais de 3,5 mil unidades industriais ao redor do mundo.

Sew Eurodrive – flexibilidade na aplicação

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Segurança operacional e a facilidade de manutenção são características dos redutores da Sew Eurodrive

Foto: Minérios & Minerales

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Sew Eurodrive destacou a sua linha de redutores planetários da Série XP. Os equipamentos apresentam graduações finas de torque, de 100.000 (modelo XP 07) até 3.000.000 MN2 (Nm) (modelo XP 25). O número de acessórios pré-definidos oferece alto nível de flexibilidade para a aplicação específica. A segurança operacional e a facilidade de manutenção são características dos redutores, especialmente no projeto da carcaça robusta, baixo nível de ruído e sistemas de refrigeração. Desenhos em 2D e 3D e conjuntos pré-definidos para sistemas de transportadores e elevador de canecas completam a série. Além da Série XP, a empresa desenvolve redutores planetários especiais, redutores sem trocador de calor e com carcaças de chapa de aço. Os redutores de grande porte e planetários customizados destinados ao mercado de mineração são fabricados no Brasil e contam com uma equipe técnica especializada, responsável pelo atendimento, consultoria pré e pós-venda, acompanhamento e start up dos equipamentos. Estes produtos são homologados junto ao BNDES para Finame.

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Exposibram

om forte presença nas indústrias de mineração, cimento, siderurgia, energia e portos, a alemã Aumund apresentou suas linhas de equipamentos para transporte, recebimento, retomada e estocagem de granéis sólidos, como transportadores metálicos, elevadores de caneca, alimentadores de sapata e sistemas de descarga. A empresa destacou ainda os equipamentos móveis para manuseio da Samson, empresa do grupo. Para reforçar as suas tecnologias e apresentar cases junto ao setor de mineração, a empresa realizou um seminário em Belo Horizonte (MG) na semana da Exposibram. No evento, engenheiros da empresa detalharam as características e aplicações do alimentador rotativo RDM, desenvolvido para descarregar granéis sólidos de difícil manuseio de moegas retangulares, pilhas a céu aberto e grandes silos cilíndricos, e da empilhadeira Aumund destacou o alimentador rotativo RDM, móvel Boom Feeder, projetada para receber material a desenvolvido para descarregar granéis sólidos de granel diretamente de caminhões basculantes ou pásdifícil manuseio, e a empilhadeira móvel Boom Feeder -carregadeiras, oferecendo grande capacidade de recebimento. A subsidiária brasileira da companhia foi fundada em 1975 em São Paulo (SP). No mundo, a empresa está presente em todos os continentes, com filiais nos Estados Unidos, França, Polônia, China, Rússia e Emirados Árabes, entre outros.

Foto: Aumund

Aumund exibe linha para transporte e estocagem

Henfel se junta ao grupo Ringfeder

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Foto: Henfel

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urante a feira, a Henfel anunciou a sua integração ao grupo alemão VBG, sendo inserido na divisão Ringfeder Power Transmission. A companhia, que iniciou suas atividades em 1981 na cidade de Jaboticabal, no interior de São Paulo, conta com cerca de 130 colaboradores e fabrica produtos mecânicos para transmissão de potência. Atualmente, atende os setores de mineração, siderurgia, cimento, açúcar e etanol, entre outros. Há algum tempo, Celso Cassiano, ex-acionista majoritário e diretor da Henfel, vinha procurando por um parceiro que fosse capaz de impulsionar o desenvolvimento da empresa. O que se iniciou com uma discussão sobre a criação de uma parceria resultou no contrato de venda. Cassiano permanecerá à frente da Henfel como CEO e espera que a companhia possa se alcançar novos segmentos do mercado, como o de óleo e gás. “Para mim, foi muito importante identificar um novo parceiro que se concentrará no desenvolvimento sustentável da empresa e que irá trabalhar para garantir que continuemos a ser um grande gerador de empregos em Jaboticabal. A Ringfeder tem esse comprometimento e possui o conhecimento em outros segmentos que estávamos procurando” afirma Cassiano. A Ringfeder, com suas marcas Ringfeder, Tschan e Gerwah, é uma das principais fabricantes em anéis de fixação, anéis de fricção e acoplamentos. Basicamente em todo sistema onde é instalado um anel de fixação, também é aplicado um acoplamento. Segundo os porta-vozes da empresa, a sinergia resultante desta

Com a Ringfeder, Henfel ampliará o seu portfólio de produtos e encalce a novos mercados

aliança agrega diversas competências ao grupo e é um passo importante no sentido de se tornar um fornecedor completo para a cadeia de transmissão de potência. “Sem a fabricação local, seria muito difícil ganharmos espaço no mercado brasileiro, mas agora seremos capazes de produzir e distribuir nossos produtos para um mercado completamente novo. Também com a aquisição, a Henfel ampliará a sua cesta de produtos a serem ofertados aos clientes,” complementa Thomas Moka, CEO da divisão Ringfeder.


A influência dos lubrificantes de alta tecnologia

"O lubrificante que, apesar de não representar a conta mais cara em uma empresa de mineração, está presente em todos os processos

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quina. E o meio ambiente também sai ganhando. Se trocamos menos o lubrificante, menor também é o descarte”, afirma.

Lubrificante amigo do meio ambiente

A primeira palestra do Seminário foi ministrada por Edmilson Costa, consultor em Geologia, Meio Ambiente e Mineração do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que deu um panorama sobre as tendências globais do setor. Logo depois o palestrante foi o americano James Hannon, representante da ExxonMobil e especialista em óleos de turbina, hidráulicos e marinhos. Em um dos seus painéis ele abordou como os lubrificantes podem contribuir para a sustentabilidade da companhia mineradora e ressaltou que é preciso procurar o óleo certo para cumprir as metas ambientais. Uma das linhas que ele destacou e que está chegando no Brasil foi o Mobil SHC Hydraulic EAL. “Combinando alta tecnologia e performance, conseguimos um produto diferenciado, amigável ao meio ambiente e que atende aos novos critérios da regulamentação. Com durabilidade comprovada e maior eficiência energética, o SHC Hydraulic EAL é totalmente biodegradado pela ação de micro-organismos em menos de 20 dias”, afirma Hannon.

Economia comprovada

O Seminário Internacional de Mineração Mobil 2015 contou com a exposição de vários cases, que comprovaram como um lubrificante de alta tecnologia pode Foto: Mobil

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elo Horizonte sediou no dia 7 de outubro o Seminário Internacional de Mineração Mobil 2015. Organizado pela marca americana, que é uma das referências em óleos lubrificantes premium para indústria, o evento, que já passou por México e Peru, abordou o conceito de produtividade avançada no segmento, além de segurança na operação e sustentabilidade. Representantes de grupos mineradores como Vale, CRH, VSB Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil, Intercement, e empresas que prestam serviço como Astec do Brasil e U&M Mineração, estiveram presentes no dia, que contou com muita troca de conhecimento, experiências e palestras de experts no segmento. “Esta oportunidade abre uma nova perspectiva para o lubrificante que, apesar de não representar a conta mais cara em uma empresa de mineração, está presente em todos os processos, podendo assim influenciar positiva ou negativamente na produtividade e vida útil dos equipamentos”, destaca Fábio Afonso, gerente de Engenharia de Campo da Cosan Lubrificantes, licenciada da Mobil no Brasil. O especialista conta que as empresas do setor estão cada vez mais atentas às novas tecnologias que envolvem os lubrificantes. “Se duplicamos o intervalo de troca do produto, o equipamento não pára, aumentando a produção. Além disso, executando a tarefa com menor frequência, o funcionário fica menos exposto a possíveis riscos, diminuindo a interação entre homem e má-

contribuir significativamente na economia de custos da mineradora. Uma das provas de desempenhos apresentadas foi com o produto Mobil SHC 630, que proporciona redução no consumo de energia e aumento na produtividade. Operando em condição crítica, o redutor do acionamento de um Moinho de Bolas apresentava falhas constantes de funcionamento, com paradas semanais para manutenção devido à alta temperatura de operação, trocas frequentes da carga do lubrificante mineral e perda de produtividade no processo de moagem. Após avaliação das condições de lubrificação, foi recomendado o óleo 100% sintético Mobil SHC 630, associado a melhorias de blindagem das condições de operação do redutor e programa de inspeção de engenharia por técnicos da Mobil. O resultado foi a redução de 5,6% no consumo de energia elétrica e ao evitar as paradas de produção no acionamento do redutor, representou uma economia de R$440 mil por ano. Outro caso apresentando foi com o produto DTE 10 Excel 46. O teste foi realizado com escavadeiras Hitachi, no estado de Pará. Com uma frota composta de 19 máquinas, houve a necessidade de um estudo para aumentar a vida útil das bombas hidráulicas Kawasaki. Com objetivo de dar maior produtividade e possibilitar uma redução nos custos operacionais, o estudo tinha como objetivo apurar os fatores responsáveis por falhas nas bombas Kawasaki com menos de 5 mil horas de trabalho. A recomendação então foi o uso do Mobil DTE 10 Excel 46 no sistema hidráulico das escavadeiras Hitachi, associado ao programa de inspeção Mobil, proporcionando melhor proteção ao equipamento, estendendo a vida útil das bombas hidráulicas. O resultado foi a economia de R$ 2.7 milhões com a redução dos custos de manutenção em bombas do sistema hidráulico, consumo de lubrificantes e filtros de óleo. Foi constatado também um aumento de produtividade equivalente a 1,6 milhões t e uma redução do descarte de mais de 19 mil litros de lubrificantes. Setembro 2015 | 55

Manutenção

Mobil realizou seminário sobre o tema e seu reflexo em produtividade, segurança e meio ambiente


Avançam as obras na ferrovia de Carajás para escoar produção de S11D

Minério de Ferro (II)

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onstruir 100 km de estrada de ferro pelo sudeste do Pará gerando o mínimo de impacto ambiental possível à Floresta Nacional é a tarefa complexa que a Andrade Gutierrez enfrenta no projeto do ramal S11D. A ferrovia faz parte do projeto Ferro Carajás, da Vale, de expansão na produção do minério. Trata-se do maior projeto de mineração hoje no mundo. Próxima à cidade de Canaã dos Carajás, está sendo construída a usina, cuja infraestrutura foi feita também pela empresa. O minério de ferro processado será transportado pelo ramal ferroviário para a linha municipal em direção ao porto Ponta da Madeira, em São Luiz do Maranhão. O gerente do contrato do ramal, Eugênio Barreto, conta que uma das maiores dificuldades enfrentadas no projeto está na condição climática. A região tem um período de chuvas bem definido de dezembro a março, e outro de seca, no restante do ano. É durante esta “janela” de verão, de abril a novembro, que os trabalhos devem ser acelerados, para entrarem num ritmo mais lento durante as chuvas. “Nossa meta é concluir todas as obras de terraplanagem até novembro, para no ano que vem nos concentrarmos exclusivamente na montagem da superestrutura”, explica. No momento, 58% da obra já foram concluídos. Em abril, a AG entrou na segunda fase de mobilização para aproveitar o verão, quando foram contratados cerca de 2 mil colaboradores. Segundo Barreto, desde o início do projeto foi feito um trabalho forte de contratação de mão de obra nas comunidades, com a inclusão de mulheres, principalmente na função de sinaleiras. Programas de capacitação foram desenvolvidos, formando um contingente de trabalhadores que poderá ser realocado a projetos futuros. “A empresa vem disponibilizando recursos e dando uma ênfase grande na capacitação dos funcionários que estão no projeto S11D do Ramal”, explica. Para o gerente de QMSS Leônidas Araújo Fernandes, o projeto do Ramal, iniciado em julho de 2013, constitui um caso de sucesso: “Fomos reconhecidos como benchmark em segurança. Atingimos o recorde da 56 | Setembro 2015

Foto: Andrade Gutierrez

Terraplanagem estará pronta até novembro, para que a superestrutura comece a ser montada no ano que vem

Estrada de ferro terá 100 km de extensão

empresa de 18 milhões homens/hora sem acidente com afastamento”. Segundo Fernandes, por se tratar de um projeto que atravessa uma parte da Floresta Nacional (Flona), a sustentabilidade e o meio ambiente devem ser tratados com um rigor maior do que seria em uma obra comum. “Trata-se de uma obra linear e itinerante, com 100 quilômetros de extensão que passa por diversas comunidades. São quatro túneis, quatro pontes e sete viadutos, que estão sendo construídos de acordo com todos os requisitos do cliente, de instalação e legais. Não queremos, de modo algum, gerar passivos ambientais”, relata. De acordo com Fernandes, o domínio na Floresta Nacional foi reduzido para que a supressão vegetal fosse a mínima necessária. No projeto do cliente, constam pontes e pilares que permitem que os animais trafeguem livremente, sem correr o risco de ter que atravessar a ferrovia. “Foi uma obra complexa, no qual a Vale participou ativamente. Ao fim desta demarcação, fomos muito elogiados, tanto pela Vale, quanto pelo Ibama, que nos fiscalizou de perto. Conseguimos, dentro do prazo, cumprir todas as condicionantes”, ressalta.

Arqueologia

Diversos sítios arqueológicos foram localizados na época da licença de instalação. Junto com o cliente e com a empresa Ciência, a AG fez a identificação, a segregação e o monitoramento diário, para que não houvesse

invasão dos locais. “Ajudamos a empresa a fazer a identificação e o resgate. Foram encontrados aqui utensílios, peças de arqueologia extremamente interessantes, que foram doadas para instituições de arqueologia a fim de serem estudadas. Realizamos campanhas para divulgar a importância da arqueologia no nosso projeto”, diz Fernandes. Na construção dos túneis, foram desenvolvidos circuitos fechados de água, que resultaram em 80% de economia: o processo de escavação e acabamento de túneis demanda muita água e com este sistema foi possível reaproveitar tudo, evitando captar nos mananciais existentes ou utilizar a água de comunidades vizinhas. Outras ações sustentáveis incluíram a utilização de um polímero na umectação do solo e o processo de “pedraplanagem”. “Por aqui há muitas vias que não são pavimentadas, o que gera muita poeira e incômodo nas comunidades. O polímero substituiu o processo de umidificar as vias com água de carro pipa. A durabilidade é maior e a economia de água também, assim como há redução no tráfego de caminhões”, explicou. Já o recurso de “pedraplanagem” foi utilizado durante o período de chuvas, já que a terraplanagem torna-se inviável. Por meio desta técnica, os rejeitos de concreto são utilizados na própria obra, em vez de serem transportados para um centro da Vale. A ação é sustentável, pois reduz a emissão de gases com transporte e garante o reaproveitamento dos resíduos.


Durante a reforma dos fornos foram gerados 1.100 empregos

A Anglo American concluiu, com quase dois meses de antecedência, a reforma dos dois fornos elétricos em sua operação de níquel no município de Barro Alto, em Goiás. A reforma do primeiro forno iniciou em outubro de 2014 e foi finalizada em abril de 2015 e na sequência, iniciada a operação desta linha. No último dia 16 de setembro, foi concluída a reforma do segundo forno e produzido o primeiro metal da segunda linha. “Com a experiência e lições aprendidas que obtivemos na reforma do primeiro forno, conseguimos realizar as atividades do segundo forno com ainda mais agilidade, eficiência e com ótimo desempenho em segurança, sem acidente com afastamento”, ressalta Ruben Fernandes, presidente dos negócios Níquel, Nióbio e Fosfatos da Anglo American. Ruben aponta ainda alguns benefícios provenientes da reforma, como uma operação ainda mais segura com melhoria significativa da estabilidade operacional e consequente aumento da produtividade. O primeiro forno reformado já atingiu a capacidade nominal, que é de 1,2 milhão t por ano, o equivalente a uma média de produção de aproximadamente 18 mil t de níquel por forno por ano nos primeiros dez anos. O segundo forno está em processo de ramp-up. Com 8 m de altura, 13 m de largura e 36 m de comprimento, os fornos foram projetados para trabalhar com uma potência nominal de 81MW cada, devido à substituição total do revestimento refratário e dos reparos eletromecânicos realizados. Para a realização da reforma, foram gerados 1.100 empregos indiretos no pico das obras e o registro total de horas-homem trabalhadas foi de 1,6 milhão. Além da unidade em Barro Alto, a Anglo American possui outra operação de Níquel em Niquelândia, ambas no estado de Goiás. No primeiro semestre de 2015, as duas operações produziram juntas 13.000 t de níquel contido em ferroníquel e a previsão para o ano é produzir entre 25 e 30 mil t. www.revistaminerios.com.br

A Haver & Boecker anunciou um acordo de colaboração estratégica para o mercado da América Latina com a Hazemag Minerals. O acordo consiste em oferecer para a área de processamento mineral não só a venda dos equipamentos para britagem, moagem, secagem e transporte, mas também um programa de pós-venda, no qual, o cliente terá serviços de assistência técnica, peças de reposição, reforma e modernização de máquinas feitos pela Haver & Boecker. De acordo com as empresas, esses serviços valem não somente para os novos compradores, mas para os clientes que já possuem máquinas da Hazemag Minerals. “Temos a certeza que ao oferecer ao mercado o mais alto padrão em soluções técnicas para o processamento mineral, aliadas a um extenso e consolidado programa de serviços, estamos atendendo os crescentes requisitos e necessidades vindos do mercado, reafirmando assim nossa tradição de qualidade e visão de longo prazo de ambas as companhias”, afirma Hossy Rohm, gerente de Divisão Hazemag na Haver & Boecker. Ou seja, baseadas nas necessidades de seus clientes, as empresas decidiram se unir para oferecer uma solução completa na área de britagem para os consumidores. “Os 40 anos de experiência e a confiança dos clientes no trabalho da Haver e em sua qualidade, permitem dar suporte aos clientes Hazemag Minerals”, revela Rohm. “A Haver & Boecker tem todo um histórico de tradição. Essa colaboração estratégica para oferecer manutenção e assistência técnica vai ao encontro do que pensa a Hazemag Minerals, fazer o atendimento de maneira exemplar”, finaliza o gerente.

Correias Mercúrio comemora 70 anos e expande atuação para a América do Sul

A Correias Mercúrio – fabricante paulista de correias transportadoras – comemora 70 anos de atividade. Sua história teve início em 1945 a partir de um pequeno galpão na cidade de Jundiaí. Atualmente, seguindo seu planejamento de longo prazo, celebra a execução de um plano de expansão no Brasil e na América do Sul. A empresa anunciou para 2016 a inauguração de uma nova planta, com investimento de R$ 100 milhões, para consolidar sua liderança no mercado nacional; e expande a atuação na América do Sul com a inauguração de uma operação comercial no Chile. A Mercúrio já conta com escritório próprio em Santiago, trabalhando com equipe de profissionais locais e oferecendo suporte técnico imediato para os clientes da região. Além da nova fábrica, que será instalada no Distrito Industrial de Marabá, no Estado do Pará, o ano de 2016 traz também a inauguração do novo Centro de Distribuição e Logística, em Jundiaí, que vai agregar maior agilidade ao escoamento da produção da unidade paulista. A previsão para o início das atividades da unidade de logística é o primeiro semestre de 2016. Com fabricação de mais de 16 mil t de correias transportadoras ao ano, a fábrica de Jundiaí, que é a maior do Brasil em seu setor, poderá também direcionar sua produção ao mercado internacional, uma vez que a unidade de Marabá passará a atuar na demanda interna, com foco na região Norte do País. Setembro 2015 | 57

Clipping

Aliança entre Hazemag e Haver & Boecker Foto: Anglo American

Reforma de fornos de Barro Alto é concluída antes do prazo


Clipping

JCB produz sua milésima escavadeira no Brasil A JCB comemorou em setembro a fabricação da sua milésima escavadeira no Brasil. Os modelos que obedecem aos padrões mundiais de manufatura, com alto nível de qualidade, são voltados para o segmento florestal, terraplanagem, agricultura, mineração e locação. O diretor de vendas da JCB, Nei Hamilton, comenta que recentemente foi feito um upgrade em toda a linha de escavadeiras produzidas no Brasil (modelos JS 200 / JS160), que conta com um novo sistema elétrico/eletrônico, além do motor JCB 4 cilindros, que garante ainda mais eficiência devido à alta produtividade e ao baixo consumo de combustível. Além disso, os modelos produzidos na fábrica da JCB no Brasil, inaugurada em 2012, contam com o LiveLink: sistema de telemetria remoto que pode ser acessado por smartphone, permitindo ao cliente JCB monitorar diversas funcionalidades de sua máquina, dando a máxima produtividade e segurança de sua operação. Outros aspectos da máquina como sua estrutura robusta, projetada para trabalhos severos, ciclos rápidos de operação, somados à facilidade de manutenção e ao conforto do operador, fazem com que as escavadeiras JCB sejam um diferencial de mercado no portfólio da empresa. “Esse marco é só o começo. A JCB acredita no desenvolvimento do mercado brasileiro e enxerga espaço para crescimento no país, seja na ampliação da gama de máquinas, tanto para o mercado interno quanto para exportação”, finaliza Hamilton.

Samarco recebe certificação internacional por gestão de ativos físicos

A Samarco é a primeira mineradora do Brasil a implantar e certificar seu sistema de gestão de ativos físicos. Esse reconhecimento foi obtido após auditoria de certificação realizada pela empresa franco-brasileira Assetsman, que tem como base a norma internacional BSI PAS-55: 2008, que define os requisitos mínimos para uma gestão de ativos otimizada. A conquista demonstra que os ativos físicos da Samarco, ou seja, as máquinas e equipamentos industriais, geram o máximo retorno para a organização. Isso foi possível devido à coordenação entre as equipes de investimento, projeto, aquisição, operação, manutenção e descarte, que passaram a tomar decisões considerando o custo envolvido em todas as etapas do ciclo de vida de um equipamento. Os objetivos definidos para o sistema preveem retorno entre R$ 20 e R$ 50 milhões nos próximos cinco anos, desempenho que reafirma o espírito inovador da Samarco e sua competitividade no mercado mundial de minério de ferro. “Gerenciamos continuamente os ativos físicos da empresa a fim de garantir um equilíbrio entre custo, risco e desempenho. O resultado é obtido por meio da coordenação entre os processos de aquisição, projeto, operação, manutenção, reforma e descarte, que buscam compreender o efeito de suas ações ao longo de todo o ciclo de vida dos ativos”, explica Sergio Mileipe, gerente de Manutenção e responsável pelo Sistema de Gestão de Ativos Físicos da Samarco. 58 | Setembro 2015

Escavadeiras SDLG com financiamento pelo Finame PSI

A SDLG Financial Services já está operando com o Finame PSI para as escavadeiras SDLG produzidas na fábrica brasileira de Pederneiras, interior de São Paulo. As duas primeiras máquinas a receber financiamento pelo Finame do BNDES já foram faturadas. “Estamos cumprindo uma promessa feita aos nossos clientes em agosto de 2013, quando iniciamos a produção das escavadeiras no Brasil. Nós trabalhamos e investimos muito para nacionalizar as máquinas e, posteriormente, aumentar o conteúdo local de peças para viabilizar a homologação dos equipamentos no Finame do BNDES”, declara Enrique Ramirez, diretor-Comercial da SDLG Latin America. “O Finame PSI é atualmente a linha de financiamento para equipamentos de construção que tem as taxas mais atrativas”, afirma Alexander Boni, diretor Comercial da SDLG Financial Services. Braço financeiro da SDLG, a SDLG Financial Services oferece financiamentos dos produtos da linha, com modalidade e condições específicas para todos os perfis de clientes. O Finame PSI vem se somar à oferta da empresa, ampliando as opções para o setor de máquinas. Ramirez lembra que, inicialmente, a SDLG investiu cerca de US$ 10 milhões para trazer a fabricação das escavadeiras para o Brasil. Na sequência, a empresa ainda promoveu novos investimentos para nacionalizar outros componentes. Os modelos de escavadeiras que podem ser adquiridos pelo Finame são: LG6150E, LG6210E, LG6225E e LG6250E. “É um grande avanço para a nossa marca e um importante benefício para os clientes brasileiros”, diz Ramirez. “Nossa competitividade agora é maior”, observa.

Roletes com durabilidade maior e custo de reposição 30% menor A Brasil Peças, há mais de 35 anos no mercado, recentemente contribuiu com uma solução para a MIB Mineração Ibirité, situada em Minas Gerais, cliente da empresa desde 2010. A mineradora vinha tendo problemas devido à curta duração de seus roletes e respectivos suportes, precisando parar constantemente a correia transportadora, e consequentemente sua produção para a troca destes componentes. Os roletes que estavam sendo utilizados não atendiam às necessidades do ambiente em que estavam sendo aplicados, apresentando pouca durabilidade, com intervalo de troca muito pequeno e os custos estavam onerando além do esperado. A mina apresentava um ambiente extremamente agressivo e úmido, fazendo com que a durabilidade dos roletes ficasse comprometida. Diante das questões levantadas, o desafio era desenvolver um produto com as características que atendessem às necessidades da mina, reduzindo os intervalos de troca dos roletes, com isso diminuindo o custo com manutenção no maquinário. Com todas as informações em mãos, foi iniciada a produção e roletes especiais que atendessem as normas da ABNT, com matéria-prima de alta qualidade, tubos ArcelorMittal norma 5590 e eixos com barras trefiladas Gerdau SAE 1045.




Ano XXXIX - Setembro 2015 - Nº 374

Minérios & Minerales


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