Revista Negócios 50

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Natal - RN | Ano VIII | Edição 50 | Março de 2014| R$ 6,00

ZPE

Área de livre comércio deve atrair indústrias para o Estado

Política

Henrique Alves e o afiado discurso focado em temas econômicos

OBras

Grande Natal recebe banho de infraestrutura para a Copa

Imóvel:

hora de investir Estoque elevado e preço baixo. Bom para o investidor arrojado apostar MARÇO de 2014 <

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Editorial Chapéu

Índice

O momento é de investir Mais uma vez, vamos além do nosso papel de informar. Defender o mercado, encorajar investidores, expulsar o mal humor. Tudo isso sem deixar de mostrar, é claro, a realidade da nossa economia, mergulhada num marasmo pelos sucessivos erros de condução governamental. Sofrem todos os segmentos econômicos. Apesar do cenário geral, a Revista Negócios. Net apurou reportagem especial sobre o mercado imobiliário, focada no Rio Grande do Norte, e constatou que não há crise no setor porque sempre haverão investidores, déficit habitacional e estoque de bons imóveis. O máximo que pode acontecer é a readaptação comercial. E a primeira conclusão desta reportagem é que o mercado imobiliário potiguar está longe de ser engolido por uma nova “bolha imobiliária”. Os preços caem porque há volume elevado de estoques, mesmo motivo para o recuo de lançamentos. A liquidação consciente deve ser encarada como oportunidade por aqueles investidores mais arrojados que sabem que imóvel não se desvaloriza. Outro tema importante tratado pela Negócios.Net é a criação da Zona de Processamento

de Exportações (ZPE) de Macaíba. Mais de 20 indústrias já procuraram a Unihope Imobiliária, Administração e Construção, empresa que venceu a licitação e é responsável por administrar a ZPE. As ZPEs são distritos industriais criados para incentivar a instalação de empresas nos estados. As empresas operam com suspensão de impostos federais. A única condição é que destinem pelo menos 80% de sua produção para o mercado externo. Mas já há lei em tramitação que deve reduzir obrigação para 60%. Também apuramos que Natal e região metropolitana estão recebendo R$ 1 bilhão em obras de infraestrutura e drenagem tendo como pano de fundo a Copa do Mundo deste ano. A Negócios.net fez levantamento das obras e destrincha os caminhos das novas vias. A Grande Natal ganha um verdadeiro banho de infraestrutura. Nesta edição, ainda temos as páginas vermelhas com a análise do discurso político do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que tenta imprimir ritmo de candidato ao Governo do Estado priorizando mensagem voltada para o empresariado. A Negócios. Net traz também reportagem sobre a avaliação de voluntários que vão trabalhar na Copa do Mundo em Natal e as colunas Negócios em Pauta e Mercado & Imóveis, com muitas novidades. Boa leitura Jean Valério – Editor Executivo

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Qualificar| Escola de línguas avalia voluntários para a Copa

12 Negócios em Pauta

Inauguração do aeroporto de São Gonçalo do Amarante é adiada

14 REPORTAGEM especial Uma radiografia do mercado imobiliário para investimentos

24 Copa e as obras

Natal e região metropolitana recebem o maior investimento de sua história. Mais de R$ 1 bilhão serão aplicados na construção de nova infraestrutura

32 Mercado & Imóveis

Com o novo aeroporto, há expectativa para um crescimento de toda a região

8 Olho no discurso

Henrique Alves foca discurso voltado para impressionar público empresarial

42 Visão empresarial

Por baixo do radar! Título do artigo de Werner Jost sobre informalidade no país

36 Nova ZPE

Criada ZPE de Macaíba para fomentar indústria e ampliar exportações do RN

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expediente Direção Executiva Jean Valério jeanny damas

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Fotografia

demis roussos

Canindé Soares Diagramação - Terceirize www.terceirize.com E-mail jeanvalerio@gmail.com jeanny.damasceno@gmail.com

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Reportagens Lissa Solano, Jean Valério, Louise Aguiar Comercial (84) 8856-1662 (84) 9451-4577 Email: jeanvalerio@gmail.com Tiragem 6 mil exemplares

As matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da Revista Negócios.Net

Endereço Av. Romualdo Galvão, 773, Sala 806 8º andar Edifício Sfax - Tirol - Natal-RN Fone: 84-3302-7212 - 88561662 Site: www.revistanegocios.net.br

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Entrevista

Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados

Apesar do cenário desolador, prega que “nosso Estado tem um futuro que pode ser promissor. Vamos inaugurar o mais moderno aeroporto de cargas do país. Teremos a única pista da América Latina capaz de receber um Airbus 380 com 800 lugares. Este avião vai descer aqui no RN trazendo empresários, homens de negócios”.

mento que consumiu mais de 300 milhões de reais (poderia apresentar projeto para exploração da aquicultura em nossas inúmeras barragens incentivando geração de emprego, renda e ajudando a matar a fome das pessoas com peixe).

BARRAGEM No prazo de um ano, Henrique lembrou que será inaugurada a barragem de Oiticica, ocupando área de 650 milhões de metros cúbicos d`água, num investi-

PETRÓLEO Como um “visionário”, Henrique pede atenção ao público e informa que acabou de receber um telefonema da presidente da Petrobras, Graça Foster, lhes dando a

NOVO PORTO Foi revelado por Henrique que AEROPORTO NOVO está em curso o processo de convenAinda sobre o Aeroporto cimento para construção de um novo novo em São Gonçalo do Ama- página do atraso porto para o Rio Grande do Norte, rante, que levará o nome do seu que seria construído no município pai, Ministro Aluízio Alves, de Porto do Mangue, local apontado Henrique Alves lembrou que e abrir portas do como ideal por possuir uma “fenda “quem vem ao Brasil passa pelo geográfica”. O investimento no novo Rio Grande do Norte. Parando porto graneleiro é justificado pela ou passando por cima da nossa estado pro mundo escassez de investimentos e espaço cabeça”. Na visão dele, o Estado para crescer do Porto de Natal. E deve ser um centro aglutinador, ainda pelas constantes perdas econô“Trampolim para o resto do mundo”. “Temos que virar micas em competições com portos do Ceará e Paraíba, esta página. Vamos abrir as portas do Estado para o como Pecém e Cabedelo, que transportam hoje nossas mundo. Sabemos que não estamos bem hoje, mas temos frutas. “O novo porto abre uma perspectiva para o que acreditar, sermos otimistas”, sentenciou. Estado”, declarou.

Vamos virar a

Discurso Empreendedor por Jean valério

O cenário político para as eleições 2014 no Rio Grande do Norte foi descortinado. De um lado, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) luta com todas as forças que lhe restam para manter-se no jogo. Na corrida pela tomada de poder, correm por fora o vice-governador Robinson Faria (PSB), cujo nome é o único colocado abertamente como candidato de oposição, e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), que ainda não oficializou, mas trabalha nos bastidores para unir diversos partidos em torno do seu projeto governadorável. Apesar de velho conhecido dos potiguares e mesmo sendo estereotipado como candidato “ruim de urna” em eleição majoritária, sem dúvida o fato novo da cena eleitoral é o nome de Henrique Alves para o Governo. Abstendo-se de qualquer conotação político eleitoral, chama atenção o discurso do deputado federal do PMDB, afiadíssimo com 8>

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o tema: “Desenvolvimento”. No discurso para uma plateia de cerca de 300 pessoas, de diversos municípios, Henrique demonstra conhecimento e vai além. Coloca bem cada expressão, usa frases de impacto, causa boas impressões aos que escutam sua pregação desenvolvimentista. Nas entrelinhas, quando conclama “união pelo desenvolvimento” na verdade faz o chamado político. E de que isso importa? Diante da pobreza de propostas econômicas viáveis, Henrique ocupa espaço, ganha simpatia das lideranças e nasce como boa alternativa para liderar a “virada econômica que o RN precisa”. Será? Selecionamos trechos, alguns até óbvios porém digestíveis àqueles que há anos esperam por algo verossímel ao sonho desenvolvimentista, dos posicionamentos de Henrique, que inicia o discurso atacando a atual “falta de planejamento, de mobilidade urbana e a saúde pública precária”.

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Qualificação Chapéu

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seguinte notícia: “São promissores estudos apontando petróleo de qualidade na bacia marítima potiguar”. “Tudo indica que teremos petróleo em águas profundas. Já nos destacamos em terra. A Petrobras está confirmando. É mais um gol para a economia”, comemora Henrique, lembrando que, sobre energia eólica, o Rio Grande do Norte já é protagonista. “Temos o melhor vento do Brasil. E os maiores investimentos em parques eólicos”.

Tudo

recém chegado de um media training que permite-o distinguir e pronunciar apenas as versões que o público gosta de ouvir, Henrique fala sobre “modernizar Estado”, tornar a “gestão pública eficiente”, levantar o “conceito do Estado novo, forte e respeitado”. “Se temos todo este potencial, o que nos falta? Precisamos dar as mãos”. O atraso do RN, Henrique atribui à “incapacidade da classe política de se unir” e inclusive mea culpa. “Vamos indica que faz unir todos e mostrar ao Brasil que temos maturidade e responsabilidade para virar a página do atraso”.

ESTRADAS A duplicação da estrada que teremos muito liga Natal a Mossoró, a BR 304, num total de 300 quilômetros, Do ponto de vista de discurso, também é obra irreversível, seHenrique demonstra estar capacitapetróleo em gundo revela o deputado do do. Vivendo seu melhor momento PMDB. A expectativa anunciada político em mais de 40 anos de vida é de que até o próximo mês de pública, transita bem entre oposição abril o Governo Federal já lance águas profundas e situação no plano nacional gozano edital para o anteprojeto e até do de interlocução direta junto à o final do ano a obra esteja projetada e licitada, pronta Presidência da República e aos ministros. Na eleição para ser iniciada. A previsão é de um investimento de para governador, o candidato do PMDB sabe que estes R$ 1 bilhão. “Será um marco importante na infraes- são atributos incertos que podem preponderar ou não trutura terrestre pois facilitará escoamento de itens diante do seu histórico de péssimo candidato majoriimportantes da economia. tário somado à possibilidade do resgate de episódios nada republicanos de sua vida pública pregressa. Por POLÍTICA tudo isso, martela na cabeça de Henrique Alves a QuesNo encerramento do discurso, como que tivesse tão: “Ser ou Não Ser”.

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Wise Up

avalia voluntários

para a Copa 2014 em Natal

Depois das entrevistas será entregue relatório para a Fifa A Wise Up, escola de inglês patrocinadora oficial da Copa do Mundo FIFA 2014, deu início, neste fim de semana, ao processo seletivo de voluntários para o Mundial. Fátima Machado, do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Abril Educação (Ometz/Wise Up), esteve em Natal para treinar as coordenadoras Clarissa Nunes (Unidade Cidade Jardim) e Eve-Maree Figueiredo (Unidade Tirol). Nas próximas fases – 5 e 6 de abril e 26 e 27 de abril – elas serão as responsáveis pelas avaliações dos voluntários da sede potiguar. Há, também, muita gente de Recife e João Pessoa inscrita para a seleção. Depois de realizadas as entrevistas, será produzido um relatório para a FIFA, que direciona o local de trabalho do voluntário, de acordo com o perfil e avaliação do processo seletivo aplicado pela equipe de coordenadoras da Wise Up. Luciana Cavalcante, diretora da Wise Up Natal, disse estar muito orgulhosa por ver sua escola selecionando pessoas para

Diretoria do Wise Up Natal integrada com os processos da Copa 2014

uma atividade que ela considera especial, além de ser uma grande oportunidade para treinar o inglês. Fátima reforça e destaca a importância da atividade. “Trabalhar com voluntários é fantástico. É uma energia superpositiva. Pessoas motivadas, pessoas que pensam além do quanto

as coisas valem em dinheiro. São pessoas querendo agregar valor aos currículos, ganhar experiências, participar de uma experiência única e ter histórias para contar; pessoas que não querem ser meros expectadores, querem fazer parte deste momento especial para o Brasil”. MARÇO de 2014 <

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Negócios em Pauta< jeanvalerio@gmail.com

Construção civil

Nova data para novo aeroporto O Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, tem nova data para início das operações: 10 de maio. O adiamento (antes seria 15 de abril) se deu por determinação do ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, que disse atender ao pedido das companhias aéreas Gol e Tam. O presidente do consórcio Inframérica, Alysson Paolinelli, manteve o prazo e informou que as obras físicas do novo aeroporto serão concluídas até 15 de abril. O consórcio assegura que 94% da construção foi executada. Está descartado o funcionamento simultâneo do Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, que será destinado para uso militar e ponto alternativo para voos executivos. O fim dos embarques e desembarques regulares em Parnamirim também está previsto para 10 de maio.

Campanha nas ruas

A campanha eleitoral está nas ruas. Se perdemos a esperança de conquistar bons resultados nas atuais gestões, que pelo menos tenhamos a oportunidade de conhecer novas propostas. É preciso eliminar o debate sobre nomes de fulano ou sicrano. E incentivar o embate de ideias, projetos de Governo capazes de reverter o cenário de negativismo. Uma sugestão: As entidades representativas dos segmentos empresariais, como CNI (Confederação Nacional da Indústria) e FIERN (Federação das Indústrias do Estado do RN, CNC (Confederação Nacional do Comércio) e FECOMERCIO (Federação do Comercio de Bens e Serviços do Estado) podiam começar dando o exemplo, libertando-se das amarras que os prendem aos gestores e cobrando tal modelo. Em seguida: nós, imprensa, cidadãos, poderíamos fazer o mesmo. Até por osmose.

Mais voos

Com a Copa de 2014, a malha aérea potiguar, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), será ampliada em 48,4% durante o mundial de futebol. Serão 274 voos adicionais no Aeroporto Aluísio Alves. A previsão do aeroporto de São Gonçalo é receber até 6,2 milhões de pessoas por ano.

Lei da Fifa

Frutas e seca

A liberação chilena para o melão e melancia potiguares chega em meio a um contexto de escassez de chuvas no Rio Grande do Norte, situação que tem preocupado os fruticultores do estado. A seca alastrada em dois anos pode forçar redução de até 30% na produção.

A Prefeitura do Natal divulgará, até o dia 30 deste mês, decreto com regras e limitações das Áreas de Restrição Comercial (ARCs) definidas pela Fifa para o período da Copa do Mundo. Moradores e proprietários de comércios localizados nas ARCs – num perímetro de dois quilômetros – terão que obedecer medidas da Lei Geral da Copa. A Fifa quer combater “marketing de emboscada” e proibir publicidade de marcas que não pagam ao órgão. Quem infringir as regras poderá ser preso ou multado e ter o material apreendido. É mole? 12 >

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Rosalba na Exame A governadora Rosalba Ciarlini participa, no próximo dia 15 de abril, junto com o governador da Bahia, Jaques Wagner, do Fórum Empresarial da Revista Exame, que vai debater, no painel de governadores, “O futuro do Nordeste e as estratégias adotadas para ampliar a produção e reduzir as desigualdades”.

No ano passado, o setor da construção civil movimentou cerca de R$ 171,6 bilhões, segundo o Governo Federal e o gasto dos brasileiros nesta área foi de R$ 119,24 bilhões com material de construção, de acordo com pesquisa do Pyxis Consumo/Ibope. E o Nordeste continua apresentando bons índices. Somente no Minha Casa Minha Vida são mais de 343 mil residências, totalizando R$1,3 bilhão.

Inovação marinha A Camanor Produtos Marinhos, do empresário Werner Jost, lançou mais um produto inovador no mercado: a tilápia marinha, projeto pioneiro de cultivo. O produto foi apresentado em degustação aos parceiros da empresa. O peixe é produzido pela Camanor dentro de um sistema denominado “aquascience”, no qual a água dos viveiros de camarão é reutilizada no ambiente dos peixes. A alimentação dos animais é especial, o que permite ganho de peso e consistência.

Incentivo Startups

Com objetivo de estimular o desenvolvimento das startups - empresas inovadoras com potencial de crescimento –, o senador José Agripino (DEM) apresentou projeto de lei para beneficiar o setor. Em tramitação na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCTI) do Senado, a proposta deduz em até 20% do Imposto de Renda (IRPF) aplicações feitas por investidores nesse tipo de empreendimento. A ideia recebeu elogios de especialistas e foi destaque na revista Isto É Dinheiro. De acordo com o projeto, o valor que pode ser deduzido no Imposto de Renda é de até R$ 80 mil por ano-calendário. As startups formam hoje, no Brasil, um grupo de dez mil empresas. O setor movimentou, em 2012, quase R$ 2 bilhões.

BNB lança FNE Inovação

Empreendedores que pretendem aliar crescimento econômico a projetos inovadores podem contar com linha de crédito diferenciada do Banco do Nordeste, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, o FNE Inovação. A linha de crédito prevê financiamento para inovação de produtos, serviços e processos, marketing de empreendimentos, desenvolvimento da indústria regional de software e empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e propriedade Intelectual. O FNE Inovação chega a financiar até 100% do projeto, com taxas de juros de 4,7% ao ano, bônus de adimplência de 15% para pagamentos em dia e prazo de até 15 anos para quitar a dívida, incluindo carência de 3 a 5 anos.

Rico do RN na Forbes O empresário potiguar Nevaldo Rocha, fundador do Grupo Guararapes, foi o primeiro norte-riograndense a figurar entre os 500 homens mais ricos do mundo da revista Forbes, com um patrimônio de R$ 2,5 bilhões. Nevaldo começou sua história de sucesso em solo potiguar fundando o embrião da Guararapes em 1947. Hoje tem nas Lojas Riachuelo sua “galinha dos ovos de ouro”.

Entrega no prazo

A Capuche entregou este mês de março o empreendimento Corais de Lagoa Nova. Localizado na avenida dos Potyguares, no bairro que mais se valoriza em Natal, os moradores já desfrutam da calmaria de quem mora longe, morando próximo de escolas, academias, supermercados e distante à apenas 200 metros da Arena das Dunas. A entrega deste produto estava entre as maiores expectativas da construtora dentro da meta de entrega de 564 unidades até julho. MARÇO de 2014 <

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Sem sinal de bolha, a ordem é investir por Jean Valério Lissa Solano

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Estoque cheio, preço baixo e alta qualidade. É hORA DE apostar

A primeira grande conclusão da reportagem principal desta edição da Revista Negócios.net é: O mercado imobiliário potiguar está longe de ser engolido por uma nova bolha imobiliária. É verdade que os preços caíram bastante, ocasionados também pelo volume elevado dos estoques. Mas trata-se de uma liquidação consciente. As empresas estão reduzindo sua maratona de lançamentos à espera do restabelecimento normal do mercado. A economia desacelerou. O consumidor está mais cauteloso e aguarda descontos. A boa notícia é que o déficit habitacional continua alto no Rio Grande do Norte, assim como o número de trabalhadores que sonham em ter a casa própria. Este sim é o indicador mais acreditado por todas as empresas. Especialistas do setor apontam que, diferente do que foi pregado esta semana na Revista Exame, o momento é propício para investir em imóveis. Baseado na opinião do americano Robert Shiller, especialista em análises do mercado imobiliário e espécie de agitador mercadológico por apostar em previsões sombrias, a Exame arriscou, na sua mais recente edição, insistir na opinião de que parte do mercado imobiliário nacional, sobretudo o nicho de escritórios, salas comerciais, shoppings e galpões, está imerso numa bolha imobiliária sem precedentes. Bolha é o fenômeno financeiro marcado por preços que sobem exorbitantemente para depois cair subitamente.

Se verdade for, este fenômeno deve estar concentrado nos grandes centros do sul do país. A reportagem da Exame defende a tese baseada no argumento de que o preço de imóveis nas principais cidades do Brasil sobe sem parar. E ataca principalmente a área de imóveis comerciais, com destaque a shoppings, escritórios e galpões. A taxa de escritórios vazios, segundo a publicação nacional, subiu de 13% para 18%. Em 2013, foram abertos no Brasil 38 novos shoppings e a área de galpões cresceu 120% em três anos. Apesar de apresentar estes números, a própria matéria afirma que apenas 21% das vendas no Brasil acontecem em shoppings, enquanto nos Estados Unidos este percentual sobe para 56% e no Canadá 65%. Ou seja, o Brasil apresenta potencial de crescimento das vendas em shoppings centers, uma tendência mundial. Analisando quatro shoppings em Natal: Praia Shopping, Cidade Jardim, Midway Mall e Natal Shopping, constatamos que todos os espaços estão preenchidos, não há novas áreas para locação e os interessados devem se matricular numa imensa fila de espera. Portanto, se a bolha imobiliária existe, está longe de chegar ao nicho comercial no Rio Grande do Norte. E está ainda mais distante do residencial.

Fator positivo

Fator negativo

- Déficit habitacional elevado - Sonho da casa própria em alta - Descontos oferecidos - Elevado estoque de imóveis prontos para morar

- Economia desacelerada no país - Redução do consumo em geral - Histórico de aumento de preços - Queda no volume de lançamentos

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Investir em imóveis é mais seguro

2,5 bi de reais devem girar na grande Natal Há alguns anos prolonga-se o debate da existência ou não de uma bolha imobiliária no Brasil. Em Natal, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon), Arnaldo Gaspar, o mercado imobiliário cresce e está consolidado, sem sinal de bolha. “Tenho uma visão bastante otimista para este ano, mas sem euforia. Hoje as coisas estão avançando, mas com muito pé no chão, como deve ser sempre. Acho que um bom mercado é aquele que cresce com consistência, com taxas compatíveis com o crescimento do país. Esse é um crescimento que dá muita segurança a todos, tanto para quem compra como para quem constrói”, ressaltou. Segundo dados do “1º Relatório Trimestral da Pesquisa de Indicadores do Mercado Imobiliário de Natal e da Região Metropolitana”, realizado pelo Sinduscon/RN e apresentado em novembro de 2013, um imóvel na grande Natal demora cerca de dois anos apenas entre planejamento, lançamento, construção e vendas. Além disso, de acordo com a pesquisa “Indicadores do Mercado Imobiliário”, div ulgada em 16 >

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Arnaldo Gaspar, presidente do Sinduscon: Aposta no crescimento em 2014

março/2014 pelo órgão, a oferta de imóveis residenciais na grande Natal caiu em todos os meses do trimestre outubro-dezembro de 2013. Em outubro foram ofertados 5.767 imóveis contra 5.437 em dezembro. Atualmente o estoque de imóveis residenciais prontos para morar chega a 5.437 unidades. Caso as vendas se mantenham no patamar atual e não ocorram novos lançamentos, o que é improvável, esse estoque seria zerado em vinte meses. Arnaldo Gaspar acredita

que o setor imobiliário continuará crescendo de acordo com o PIB do Brasil. “Estou muito tranquilo para 2014. Falando em números, que neste momento ainda são imprecisos, acredito que teremos um VGV (Valor Geral de Vendas), girando entre R$2,5 bi e R$3 bi em relação ao volume de negócios que o mercado imobiliário deve gerar em 2014, semelhante ao último ano”, avaliou o presidente do Sinduscon/RN. De acordo com Arnaldo Gaspar, a

capital potiguar viveu um boom em 2010 e 2011, provocado por grandes empresas de outros Estados que estavam muito capitalizadas e precisavam “performar” fazendo muitos lançamentos imobiliários em Natal. O resultado disso foi a depuração do mercado. Sem a reação esperada para compra, muitas construtoras precisaram abandonar o mercado local após concluir os seus empreendimentos. Ficaram no mercado apenas as empresas locais e poucas de fora que vieram para ficar, como é o caso da Cyrela e Moura Dubeux. Mas, em um ano atípico em que Natal será sede da Copa do Mundo, Arnaldo Gaspar afirma que a insegurança que afligiu o mercado no passado, não existe. Pelo contrário, com o volume de recursos sendo aplicado na estruturação da cidade, ele analisa que o evento influenciará na economia local como um todo. “Os investimentos na cidade se voltarão também para o mercado imobiliário, porque isso significa mais dinheiro circulando em Natal, mais renda das pessoas, mais valorização da mão de obra e do trabalho. Então, a Copa influência de forma decisiva, nesse aumento do poder aquisitivo como um todo. Não é uma salvação, mas seria uma pena se nós não tivéssemos”, pontuou.

Para o presidente do Conselho Regional de Imóveis do RN (Creci/RN), Waldemir Bezerra, investir em imóveis ainda é o melhor investimento da terra. “Comprar um imóvel é segurança, longe de sofrer a desvalorização que a moeda pode ter ou do risco de operações na bolsa, por exemplo, comprar imóveis é investimento de raiz. É garantia de valorização, que não acontece rapidamente, mas ao longo dos anos existirá. Com a Copa do Mundo em Natal, teremos uma vitrine maravilhosa da cidade que deve provocar uma procura ainda maior de pessoas interessadas em morar em um lugar tão especial”, conclui. Segundo Waldemir Bezerra o cenário local apresenta notícias positivas, mas o volume de negócios seria maior caso a burocracia para cadastro e comprovação de renda no ato da compra dos imóveis fosse abrandada pelo Governo. “Nos últimos anos nós

produzimos muito, principalmente para a classe “C”. Todo esse estoque produzido precisa ser atendido. O que a gente percebe é um entrave burocrático muito grande nos agentes financeiros. Isso inibe o comprador”, destacou Waldemir. Segundo ele, a grande Natal vive um déficit habitacional histórico, em que a cada 100 pessoas que tentam comprar o imóvel pelo programa “Minha casa, Minha vida”, 90 não conseguem efetuá-la por razões diversas durante a aprovação do financiamento. “A questão burocrática é um desafio para tentar vencer em 2014, tanto para atender a uma questão social, quanto para começarmos a produzir mais, gerando emprego e renda”, ressaltou. Para ele, o mesmo problema não atinge as classes A e B. “Precisamos é aumentar e diversificar a oferta para esse público que também tem se mostrado mais disposto a investir”, contou.

Bezerra (Creci-RN): Copa do Mundo é o apelo para deslanchar vendas MARÇO de 2014 <

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ESPECIAL

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Natal - Um dos melhores preços POR metro quadrado do Brasil

Diferentemente do que muitos imaginam, o preço do metro quadrado em Natal é um dos melhores do país. De acordo com o diretor do Sinduscon, Carlos Luiz, baseado na reportagem da revista Exame publicada recentemente, o metro quadrado em Natal está entre R$ 4.500 a R$ 5.000, enquanto a média nacional está em R$ 7.363 (Índice FipeZap de fevereiro). Capitais próximas, como Recife (PE) e Fortaleza (CE), apresentam média ainda maior, ficando em R$5.673 e R$5.177, respectivamente. Segundo o presidente do Sinduscon/ RN, Arnaldo Gaspar, o preço do imóvel em Natal tem se mantido estável nos últimos anos, com um aumento menor do que o que tem sido praticado em outras cidades. A manutenção dos valores dos imóveis e os poucos lançamentos podem provocar no consumidor a impressão de que os preços tendam a cair, o que é um dos grandes receios de alguns construtores. Mas, segundo Fernando Amorim, superintendente da Moura Dubeux, empresa com negócios em Salvador, Fortaleza, João Pessoa entre outras cidades, a diminuição dos lançamentos não significa falta de compradores. Para ele, existe grande procura em pontos estratégicos da cidade e poucas unidades disponíveis, o que pode inclusive provocar certo aumento no preço do imóvel. “Natal teve muitos lançamentos entre 2010 e 2011 e ultimamente esse número de lançamentos diminuiu consideravelmente. Essa é uma tendência nacional. No sul, por exemplo, não se lança nenhum imóvel. Por outro lado, percebemos a carência de produtos em alguns bairros e o mercado local continua bastante comprador e procura produtos em falta no mercado”, explicou. Para Fernando, o sucesso das vendas de imóveis está em lançar o produto certo no lugar certo. 18 >

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Natal tem ainda um dos melhores preços por metro quadrado do país

De acordo com pesquisas realizadas pela Moura Dubeux, os bairros de Tirol e Petrópolis ainda apresentam uma alta demanda, por isso a construtora planeja lançar no segundo semestre empreendimentos com unidades de cerca de 120m² nestas regiões. Para demonstrar o bom desempenho nos negócios imo-

biliários em Natal, o superintendente afirmou que em apenas três meses o mais novo lançamento, o Áurea Guedes - um novo empreendimento com unidades de 55m² a 77m² em Ponta Negra, localizado em frente ao estádio de futebol do ABC-, 50% dos apartamentos foram vendidos.

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Construtoras voltam a planejar lançamentos A Cyrela Plano&Plano, empresa do grupo nacional Cyrela Brazil Realty, afirmou ter as melhores perspectivas para 2014. Segundo a gerente geral de operações, Renée Silveira, o mercado deverá se movimentar principalmente neste primeiro semestre, quando a Copa do Mundo será realizada e a cidade terá um grande fluxo de turistas e investidores. “Natal tem absorvido bem os produtos em estoque e novos projetos começam a ser lançados, ainda mais porque a cidade terá o privilégio de desfrutar os benefícios da mobilidade urbana para sempre”, justificou. A empresa está atualmente concluindo um condomínio de alto padrão em Areia Preta, o Infinity, criado com um novo padrão de qualidade. O empreendimento conta com 30 unidades de até 422m² de área privativa, 4 suítes e 4 vagas na garagem. Os outros três produtos abertos para venda são o L’acqua Condominium Club, projeto em Neópolis que consiste em apartamentos de 3 e 4 dormitórios e mais de 40 espaços dedicados ao lazer; O Vita Residencial Club e Stillo Club Residence, ambos em Nova Parnamirim. A Cyrela está apostando no reaquecimento do mercado e tem lançado mão de estratégia de marketing e vendas agressivas. Uma delas foi trazer para Natal os diretores nacionais da empresa e possibilitar aos clientes a negociação direta com a diretoria e a obtenção de descontos especiais, além dos anunciados nas promoções. O Diretor executivo da Constel, Francisco Ramos, afirma que cada vez mais o consumidor de Natal esta exigente e seletivo. “Acreditamos que um bom produto, atrelado a um preço honesto e oferecido por uma empresa séria, será sempre bem recebido pelo público e con-

Green Life Mor Gouveia: Acessível apartamento da Constel com boas vendas

sequentemente vendido com mais rapidez”, ressaltou. Para Chiquinho, como é conhecido, mesmo com a alta oferta de imóveis principalmente no entorno de Nova Parnamirim - o mercado continua comprador. “Estamos bastante confiantes para 2014, prova disso é que teremos importantes lançamentos ao longo do ano”, comentou o dono da Constel. Após o sucesso de vendas da 1ª Etapa em 2013 do residencial Green Life Mor Gouveia, a construtora de Francisco Ramos abriu a segunda etapa para vendas. Um empreendimento de grande porte, localizado na Avenida Capitão Mor Gouveia, próximo a Rodoviária, com boa estrutura e área de lazer, em um terreno com área aproximada de 46.000 m2, com mais de 60.000 m2 de área construída, composto por 780 apartamentos divididos em nove torres de 20 andares, dos quais 480 serão de três quartos em seis torres e 300 apartamentos serão de dois quartos nas três Torres restantes. Ainda este ano, a Constel pretende lançar o Complexo Manhattan, empreendimento localizado em um dos endereços mais nobres da cidade, na esquina da Rua Ceará Mirim com a Av. Campos Sales, em um terreno com área de 6.200m², formado por dois empreendimentos independentes, sendo um residencial e outro empresarial. O empreen-

Cyrela: Infinity é luxo em Areia Preta

dimento residencial terá 54 apartamentos em 27 pavimentos com apartamentos de 215 m² e 220 m², com vários diferenciais, entre eles a oferta de quatro projetos para os apartamentos, com as unidades podendo ainda ter suas plantas personalizadas ao gosto do cliente; e o Centro Empresarial, com 285 salas comerciais de 34m² a 300m², em arrojado projeto arquitetônico distribuídas em 27 pavimentos, com nove elevadores de ultima geração, 376 vagas de estacionamento para os condôminos e 120 para visitantes e clientes. MARÇO de 2014 <

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ESPECIAL

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IMÓVEIS

IMÓVEIS

Grupo Capuche completa 20 anos e apresenta proposta de venda inovadora para atrair novos clientes e investidores

Construtora comemora 20 anos e lança campanha A Capuche comemora 20 anos no mercado como uma construtora genuinamente potiguar. Segundo o presidente da empresa, Edson Matias, o planejamento é facilitar a venda dos imóveis, oferecendo ao cliente oportunidades diferenciadas de compra e financiamento. “Agora o momento é para liquidar as unidades que estão em construção e os prontos para morar. Por isso estamos investindo atualmente em uma campanha de desconto, em que são ofertados produtos de qualidade, a preços que cabem no bolso. Esperamos que contribuir para movimentar o mercado”, ressaltou Matias. A promoção oferece apartamentos com até R$ 50 mil a menos do valor de mercado, mas é por 20 >

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tempo limitado. Ainda de acordo com Edson Matias, outra ação planejada pela construtora é realizar o maior número de entregas do mercado ainda neste semestre. Até julho, a Capuche pretende entregar 564 unidades somente neste primeiro semestre, o que é um feito invejável para o mercado potiguar. A grande expectativa dentro deste cronograma é para a conclusão do Viver Bem, que foi o primeiro empreendimento da empresa dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Quando estiver concluído, o condomínio terá 360 apartamentos, divididos em seis torres, com uma área de lazer completa.

Issa Hazbun, em Petrópolis

Riviera Ponta Negra

Do luxo ao apartamento flat

Edson Matias, presidente da Capuche

Outra construtora local conhecida por realizar projetos certeiros é a Hazbun. A empresa está focada na conclusão do seu maior case imobiliário, o Issa Hazbun, na Avenida Getúlio Vargas, em Petrópolis. O apartamento possui elevado padrão, vista para o mar e rio Potengi, 480 metros quadrados e está custando R$ 4,9 milhões. A cobertura, um duplex de 900 metros quadrados, foi vendida por R$ 10 milhões. Na linha mais acessível, a Hazbun investe em um novo conceito de moradia para Natal. Trata-se do Riviera Ponta Negra Residence Service, empreendimento com duas torres, das quais uma será para imóveis residenciais e outra será hotel. A ideia é que os moradores da área residencial aproveitem os serviços existentes num hotel, como restaurante e lavanderia. Previsto para ser concluído em abril próximo, o Riviera Ponta Negra já mudou a paisagem da praia. O preço médio do apartamento de 55 metros quadrados vai de R$ 340 mil a R$ 374 mil. MARÇO de 2014 <

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Chapéu

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Infra-Estrutura

um novo norte Centro da capital e Região do Vetor Norte, nova área de expansão da Grande Natal, está tomada por obras públicas de importância

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por Louise Aguiar

São muitos dígitos, mas a conta é correta: Natal e região metropolitana estão recebendo quase R$ 1 bilhão em obras de infraestrutura e drenagem tendo como pano de fundo a Copa do Mundo deste ano. E as autoridades garantem: nada disso viria para as terras potiguares se não fosse o Mundial. A Revista Negócios. net fez um apanhado das obras que estão sendo tocadas pelo Governo do Estado e Prefeitura de Natal e destrincha nesta reportagem todos os caminhos que as novas vias irão percorrer. O Executivo estadual tem sob sua responsabilidade quatro grandes obras: reestruturação da avenida Engenheiro Roberto Freire, Pró-Transporte da Zona Norte, acessos do aeroporto de São Gonçalo do Amarante e o prolongamento da avenida Prudente de Morais. As duas primeiras, entretanto, não estão no PAC da Copa, mas pegaram carona no evento para serem agilizadas.

A titular da Secretaria Estadual de Infraestrutura, Kátia Pinto, diz que o projeto da Roberto Freire contempla a reestruturação de quatro quilômetros da avenida, com regularização das calçadas, construção de ciclovia, criação de via expressa para ônibus e três túneis que darão maior fluidez ao trânsito. Serão gastos R$ 260 milhões nessa obra, cujo contrato de empréstimo com a Caixa Econômica já foi assinado, assim como com a empresa vencedora da licitação, Galvão Engenharia. O que falta agora é a UFRN apresentar a terceira etapa do estudo de viabilidade para que a licença de instalação do canteiro de obras saia via Idema e Semurb e a SIN possa expedir a ordem de serviço. “Esperamos receber a parte final dos estudos até o dia 15. E aí vamos levar até os órgãos responsáveis, esperar a aprovação para convocarmos a audiência pública”, explica Kátia.

Governo do Estado trabalha para concluir acessos do novo aeroporto do RN MARÇO de 2014 <

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A secretária prefere não fazer uma previsão sobre o início das obras na Roberto Freire, mas deixa claro que antes da Copa, em nada se mexe na área. Os desvios de tráfego, porém, podem começar em maio se tudo ocorrer como planejado. Quarenta e oito ruas no entorno receberão investimentos de R$ 8 milhões do Governo do Estado para terem o trânsito desviado por elas. A mudança promete ser significativa. O estudo de viabilidade prevê que o gargalo de trânsito que hoje fica em cima do viaduto de Ponta Negra não vai mais existir. Alguns semáforos também serão eliminados, o que irá garantir mais fluidez no tráfego. Quanto ao visual, o impacto será o menor possível. E as desapropriações também não vão existir. “Só vamos adentrar muito pouco em algumas áreas nas calçadas, mas não está previsto nenhuma desapropriação. Pedimos muito que a Roberto Freire não sofresse o esvaziamento do comércio como aconteceu com a Bernardo Vieira. Não queremos que isso aconteça”, pondera a secretária. Na opinião de Kátia Pinto, uma obra como essa deixa um legado gigantesco para a cidade. Além do turismo, que será diretamente beneficiado com o acesso melhorado para o Litoral Sul e a Via Costeira, será uma via de acesso completamente nova, cuja necessidade de manutenção diminui em três ou quatro anos. A população irá ganhar um calçadão adequado para a prática da caminhada, além de mais largo, sem contar a ciclovia, diminuição de gargalos no tráfego e as medidas de paisagismo e arborização. “Para cada árvore que tirarmos, teremos que plantar três. É uma obra que traz melhoria na mobilidade e lazer para a população”, conta. 26 >

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Acessos do aerporto e prolongamento da Prudente Nessas duas obras, uma delas se arrasta há anos, o secretário especial da Coopa e diretor-presidente do DER, Demétrio Torres, diz que serão gastos mais R$ 135 milhões. Os acessos do aeroporto de São Gonçalo somam quase R$ 80 milhões e estão sendo desenvolvidos em quatro frentes de serviço, nos acessos Norte e Sul. Coube à governadora Rosalba Ciarlini acrescentar o acesso Sul ao terminal aeroportuário e conseguir os recursos para realizar a obra. Segundo Demétrio Torres, o acesso Sul deve ser concluído no fim de maio, enquanto o Norte termina primeiro, nos primeiros 15 dias de abril.

PróTransporte: Secretário Demétrio Torres e governadora Rosalba (detalhe) priorizam esta obra importante que estava paralisada há mais de 10 anos

Pró-Transporte Zona Norte A polêmica obra do Pró-Transporte da Zona Norte começou depois de muitas idas e vindas e deve terminar custando em torno de R$ 100 milhões. Oitenta e oito milhões de reais serão para as obras em si e R$ 10 milhões, estima a SIN, para as desapropriações. Antes de responsabilidade da Prefeitura, passou para o Governo do Estado e agora está sendo tocada. Depois de pronta, será devolvida ao município. “É uma obra difícil e complexa, mas a equipe que temos é muito boa”, avalia Kátia Pinto. Uma das estratégias adotadas pela SIN foi firmar um convênio com a Universidade Potiguar, e desde agosto 36 profissionais estão percorrendo a zona Norte de Natal para fazer toda a caracterização dos imóveis que serão desapropriados. Já são quase 90 unidades catalogadas, já encaminhadas para a Procuradoria Geral do Estado para proceder com a desapropriação. Uma parceria com o Tribunal de Justiça também foi firmada para dar maior agilidade a esses processos. “Tivemos a ideia de chamar o TJ à parceria depois de vermos que entre 2006 e 2014

só haviam sido concluídos dois processos de desapropriação. O TJ designou uma comissão para agilizar, principalmente com aqueles que já aceitam o valor da negociação e querem homologar”, detalha. As obras contemplam a estruturação das avenidas das Fronteiras e Moema Tinôco, além da construção de acessos e de um viaduto onde hoje termina a ponte Newton Navarro e o início da estrada da Redinha. Envolvem os mesmos equipamentos que serão construídos na Roberto Freire: faixa para ônibus, mais de 58 paradas, regularização das calçadas, ciclovia, iluminação e interferência paisagística. O tempo gasto para fazer o percurso entre a ponte e a BR-101 será a grande vantagem depois dessa obra. Se hoje o trajeto só pode ser feito entre 40 e 50 minutos, a secretária diz que não ultrapassará 15 minutos depois das mudanças. “Todo mundo vai ganhar mais tempo e os problemas de tráfego vão diminuir”, acrescenta. A expectativa da secretária é que tudo esteja concluído em outubro do ano que vem.

Na visão do secretário, o turismo e a mobilidade urbana são os maiores ganhadores com essas obras. A capital tem hoje poucas opções de entrada e a Prudente de Morais será mais uma, assim como o acesso do aeroporto, que vai ligar quatro rodovias federais – Brs 101, 304, 226 e 406. “Se não fosse a garantia de que Natal era cidade-sede da Copa, essas obras não viriam para cá”, acredita. A previsão de Demétrio para finalmente concluir o prolongamento da Prudente de Morais é no final de maio. Todos os problemas que impediam o início das obras já foram resolvidos segundo ele.

Secretária Kátia Pinto acompanha chefe do executivo em visita à obra MARÇO de 2014 <

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entre AS obras de mobilidade e O túnel de drenagem Sob a tutela da Prefeitura de Natal, há mais de R$ 500 milhões em obras para serem executadas, focadas em infraestrutura e drenagem. As tão faladas obras de mobilidade urbana, prometidas desde 2010 quando foi assinada a Matriz de Responsabilidade, só começaram a sair mesmo do papel no ano passado. Os três lotes somam R$ 361 milhões e já estão em andamento. Conforme explica o secretário adjunto de Planejamento do município, Alexandre Duarte, o lote 1 envolve as avenidas Capitão Mor Gouveia e Jerônimo Câmara, saindo do início da Mor Gouveia e indo até a BR-226, onde será construído um binário. Só para esse lote o Governo Federal destinou R$ 114 milhões. As obras já estão em andamento. O segundo lote são todas as obras no entorno da Arena das Dunas. Conforme explica o secretário, serão seis intervenções que envolvem a Avenida Prudente de Morais, Rua Raimundo Chaves, Capitão Mor Gouveia, Jerônimo Câmara, Lima e Silva, Romualdo Galvão e marginal da BR-101. O Consórcio formado pelas empresas Ferreira Guedes e Queiroz Galvão já deu início às obras, orçadas em R$ 222 milhões e que já estão com 45% concluídas. A previsão é ficar pronta em cima da hora, em maio.

Obras de mobilidade urbana são essenciais para destravar trânsito caótico

O terceiro lote envolve a regularização de calçadas e construção de paradas de ônibus. Serão 110 quilômetros de calçadas implantadas, ou 55 quilômetros de ruas beneficiadas. Nessa etapa da obra, serão injetados pouco mais de R$ 25 milhões. Outra obra muito importante destacada pelo secretário é o túnel de drenagem da Arena das Dunas e Centro Administrativo, orçado em R$ 126 milhões. O túnel já está sendo construído sob o modelo não destrutivo, subterrâneo, no qual em alguns pontos atingirá

uma profundidade de 40 metros. “Essa obra vai permitir a drenagem do Centro Administrativo, Arena das Dunas, um trecho da Lagoa de São Conrado e da Lagoa de Cidade da Esperança. São pontos vulneráveis à inundação que serão resolvidos de forma definitiva”, avisa. Há ainda no pacote toda a reestruturação da orla marítima, de Ponta Negra à Praia do Forte, que vai custar R$ 14 milhões. Será feita a recuperação da calçada e colocação de quiosques, uma verdadeira mudança no visual da orla natalense.

Obras previstas de infraestrutura e drenagem Mobilidade – R$ 361 milhões (lotes 1, 2 e 3) Responsabilidade: Prefeitura de Natal Drenagem – túnel Arena das Dunas – R$ 126 milhões – Responsabilidade: Prefeitura de Natal Recuperação da orla marítima – R$ 14 milhões – Responsabilidade: Prefeitura de Natal Pró-Transporte Zona Norte – R$ 88 milhões em obras + R$ 10 milhões em desapropriações – Responsabilidade:

Governo do Estado Acessos aeroporto de São Gonçalo do Amarante – R$ 80 milhões – Responsabilidade: Governo do Estado Prolongamento da Avenida Prudente de Morais – R$ 55 milhões – Responsabilidade: Governo do Estado Reestruturação Avenida Engenheiro Roberto Freire – R$ 260 milhões – Responsabilidade: Governo do Estado TOTAL – Quase R$ 1 bilhão em obras *A verba vem do Governo Federal, com algumas contraparidas.

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> Mercado & Imóveis

CHIARA TEIXEIRA (mercadoimoveisrn@gmail.com)

EVENTO

Confirmado para primeira semana de Abril a edição 2014 do Salão Imobiliário do RN. Será a XIII. Mais uma vez o evento acontecerá no Centro de Convenções. Grandes incorporadoras já garantiram presença no evento que sempre movimenta o setor.

CRESCIMENTO

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Com a aproximação da conclusão do novo aeroporto, há expectativa para um crescimento na região além do esperado. Muitos projetos em andamento e outros em estudo devem contribuir para fazer de São Gonçalo uma nova e próspera aposta, e não apenas no setor imobiliário. Este já colhe bons resultados. Podemos acreditar que pode acontecer com a região o que aconteceu com Parnamirim há tempos atrás.

GRANDE NATAL

Tem assinatura do Grupo EBI Incorporações, o Prosperar Residence São Gonçalo. Casas com 2 ou 3 dormitórios com área para ampliação em condomínio fechado com segurança e lazer, já com 70% das unidades vendidas. Financiamento de até 100% e subsídio de R$ 17.960,00. Entrada facilitada e previsão de entrega da primeira fase para Maio.

AÇÃO DE RUA

É grande o número de imóveis sendo apresentados em trânsito, através de impressos. Em Fevereiro, a Ecocil,a Gabriel Bacelar, BSPAR e Natal Property estavam nas ruas de Natal.

LOTEAMENTO

A Pax Urbanismo lança na BR 406, próximo ao Nordestão de Igapó, o Loteamento Jardim Botânico; empreendimento com infraestrutura completa em uma área de 13 hectares. Lotes com parcelas a partir de R$ 264,00. Vendas: Rionorte.

Mossoró

A Tomé Construções e Incorporações prepara lançamento do Montmartre; empreendimento residencial a ser apresentado ao mercado mossoroense. Apartamentos tipo A com três dormitórios, e apartamentos tipo B com dois dormitórios.

CONDOMÍNIO RESORT

RESIDENCIAL

A CSM Construções iniciou as obras do Luís de Camões Residencial. Empreendimento de torre única localizado na rua Dr. João Chaves, no Tirol com 03 dormitórios e duas unidades duplex com 133,80m². Mais informações: www.csmconstrucoes.com.br -------------------------------------------

BACELAR

O Grand Parc Petrópolis; empreendimento de duas torres da Gabriel Bacelar, localizado à Rua Mipibu, está com as obras avançadas. Ainda há unidades à venda e a empresa realizou ações externas com objetivo de divulgas as muitas vantagens oferecidas pelo projeto, que contempla amplo espaço de convivência com vários equipamentos de lazer e apartamentos com 3 dormitórios, sendo uma suíte mais dependência completa. A previsão de entrega é Dezembro de 2015.

Em ritmo acelerado a Ecomax segue com as obras do Bosque do Coqueiral; empreendimento a poucos metros da praia de Cotovelo com conceito de condomínio resort; segurança 24h e mais de 20 itens de entretenimento.

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Indústria

Indústria

Há mais de 20 anos o segmento exportador do Estado cobrava a implantação de zona livre para incentivar produção industrial, exportações e importações por empresas instaladas no rio grande do norte, locais ou multinacionais

ZPE/rn para impulsionar indústria exportadora por Jean Valério

Mais de 20 indústrias, com preponderância de multinacionais, já procuraram a Unihope Imobiliária, Administração e Construção, empresa que venceu a licitação e é responsável por administrar a nova Zona de Processamento de Exportações (ZPE) de Macaíba, oficializada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Elas buscam um ambiente favorável para desenvolver seus negócios. Criada em 2010 36 >

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pelo Governo Federal, a ZPE passou, por meio de concessão pública, para as mãos da Unihope, que tem direito a 25 anos de exploração, sendo responsável pela implantação da infraestrutura, administração e captação de indústrias. A construção da ZPE de Macaíba se arrasta há 26 anos. Foi a primeira zona de processamento a ser idealizada no Brasil, em 1988, por Aluízio Alves, quando este

ocupava o cargo de ministro da Administração do governo José Sarney. A concessão para a criação da área só veio, porém, em julho de 2010, com a assinatura do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes da instalação da ZPE de Macaíba, o Governo do Estado assegurou o investimento mínimo de R$ 580 mil, recursos que serão investidos nas primeiras obras realizadas na área industrial.

A assinatura para a implantação da ZPE de Macaíba foi firmada no último dia 21 de fevereiro, pela governadora Rosalba Ciarlini, pelo prefeito do município, Fernando Cunha e pelo representante da Unihope, Karin Antônio Cunha. Contou ainda com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta; o presidente da Fiern, Amaro Sales; o superintendente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes e o presidente da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação (ABRAZPE), Helson Braga. “Dotar o Rio Grande do Norte de estrutura, condições e projetos para que as oportunidades possam ser aproveitadas pela população é um trabalho que tem sido realizado por esse Governo”, declarou a governadora Rosalba Ciarlini. O prefeito de Macaíba enumerou as ações que estão sendo realizadas para a estruturação da cidade. A expectativa dos especialistas é de que, em pleno funcionamento, a ZPE deve promover a geração de aproximadamente 10 mil empregos, além de impulsionar exportações com a utilização dos benefícios e da infraestrutura logística privilegiada somada à localização próxima ao Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante.

Governadora, deputado Ricardo Mota e prefeito de Macaíba assinam ZPE

Modelo do rn é inovação no país A ZPE de Macaíba é uma das três primeiras do Brasil a ser gerida por meio da iniciativa privada. Trata-se de área industrial onde as empresas nela instaladas operarão com sistema diferenciado de redução ou isenção de impostos, desde que a maior parte de sua produção seja voltada para o mercado externo. Os lucros do negócio vão ser divididos com a Administradora da Zona de Processamento de Exportação de Macaíba (Azmac), uma sociedade de economia mista que conta com 84% de participação da Prefeitura Municipal, 8% da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e 8% do Governo do Estado, através da Agência de Fomento do RN (AGN). A Azmac – e seus sócios – receberão 2% da arrecadação bruta da ZPE. As ZPEs são distritos industriais criados para incentivar a instalação de empresas nos estados. As empresas operam com suspensão de sete impostos federais, como o Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e Contribuição

para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Têm também liberdade cambial; podem manter no exterior, permanentemente, as divisas obtidas nas exportações. A única condição é que as empresas destinem pelo menos 80% de sua produção para o mercado externo. Mas já há uma lei em tramitação que deve reduzir esta obrigação para 60% (Ver continuação da reportagem da ZPE). A Unihope tem até dois anos para concluir a construção da estrutura básica da ZPE, que compreende criação de acessos entre a zona e o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante; construção de prédio da Receita Federal; equipamentos para medição e transporte de cargas, além de administrar o fornecimento de água e energia para a empresa. O investimento total será de R$ 30 milhões. O terreno escolhido para sediar a área – que tem mais de 160 hectares – foi cedido pela Prefeitura de Macaíba. Avaliado em R$ 750 mil, o terreno garante que a Prefeitura seja sócia majoritária da associação. MARÇO de 2014 <

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Indústria

Indústria Exigência de exportação mínima será de 60% e não 80%

Fiern quer inserir indústria do Estado e atrair novas “O tempo é implacável: 1988. Neste ano que começou a luta pela ZPE. Muitos aqui não tinham nascido. Aluízio Alves foi o grande baluarte desta ZPE”, destacou o presidente da Fiern, Amaro Sales, lembrando que desde aquela época o ex-ministro potiguar já lutava para promover o desenvolvimento do Nordeste em especial do RN. Para Amaro, a ZPE traz consigo “desenvolvimento econômico, empregabilidade, empresas novas, melhoria de arrecadação e ainda a responsabilidade para preparar a cidade e o Estado”. O presidente disse ainda que as empresas potiguares poderão ampliar competitividade. E que as empresas de fora deverão empregar profissionais da terra, que devem ser capacitados pelo Sistema Fiern.

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Amaro (Fiern) quer incluir indústria

“O Sistema Fiern será parceiro da ZPE contribuindo para solucionar problemas. Vamos ter dificuldades, mas enfrentaremos de cabeça erguida

e com competência. Vamos regulamentar a ZPE, botar pra funcionar, inserir as empresas locais e atrair novas. Podemos ainda agregar valor aos nossos produtos antes de enviá-los para Europa, Ásia e Estados Unidos. Teremos o novo aeroporto, que possibilita que tudo aconteça desde que tenhamos cargas”, concluiu Amaro Sales. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Motta, também ofereceu apoio aos pleitos da ZPE junto ao legislativo. “A Assembléia estará sempre de portas abertas para facilitar a vida e a chegada das empresas do Estado. Todos os deputados estão com as mãos estendidas ao desenvolvimento do Estado”, destacou.

A ZPE de Macaíba nasce em meio a um cenário econômico difícil, o que agrega a ela, por irônico que seja, maior condição de competitividade. Isso porque Governo e Legislativo trabalham para flexibilizar ainda mais as condições de operação das ZPEs. Está para ser regulamentada, por exemplo, uma nova lei pelo Congresso Nacional, ampliando benefícios para indústrias inseridas nas zonas livres. Já foi aprovado, no fim do ano passado, pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 5.957/2013, que traz mudanças na Zona de Processamento de Exportação, a chamada "ZPE". Caso o projeto seja vitorioso em todas as instâncias, as empresas que terão acesso a ZPE, reduzirão o percentual exigido da sua produção destinada à exportação, de 80% para 60%. Este seria o principal ganho para as indústrias, embora o projeto tenha como meta principal permitir a instalação de empresas prestadoras de serviços. Hoje a legislação prevê apenas a presença de indústrias. Aspectos econômicos também foram levados em consideração para este projeto, como a permissão de exportação de produtos brasileiros sem que estes saiam do território nacional, mas com destino a empresa com sede no exterior. O presidente da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação (ABRAZPE), Helson Braga, informa que o percentual de 40% que estará destinado ao mercado doméstico, será comercializado com o pagamento integral dos impostos, tal qual ocorre dentro do processo de importação. “Nós não estamos concorrendo deslealmente com quem está comercializando fora das ZPEs. Muita gente pensa que isso seria como a Zona Franca de Manaus, onde o mercado doméstico tem certas isenções de impostos. Isso não funciona para as ZPEs, quando se trata de mercado doméstico”, explica Braga.

Presidente da Abrazpe, Helson Braga participou do evento que criou ZPE/RN

Pela lei, empresas localizadas em ZPEs não precisam pagar os seguintes tributos: Imposto de Importação; Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Cofins-Importação); Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição para o PIS/Pasep-Importação; e Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). MARÇO de 2014 <

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Indústria R$ 30 milhões. Veja que esta é uma obrigação contratual, que vamos honrar é claro. Mas vamos investir ainda mais. Para ampliar a infra-estrutura e tornar o projeto viável e atrativo para as empresas. REVISTA NEGÓCIOS.NET – Em quanto tempo serão investidos estes primeiros R$ 30 milhões? A primeira fase deve durar um ano, isso a ser iniciado após a liberação das licenças ambientais, de operação e instalação. E depois disso conforme o trabalho for acelerando. REVISTA NEGÓCIOS.NET – Se necessário for, então ampliar este investimento, o senhor estaria disposto? Investimento não é problema.

ENTREVISTA – Karim Antonios Khouri – Presidente da UNIHOPE O empresário Karim Antonios Khouri, presidente da Unihope Imobiliária, Administração e Construção, “dona” da concessão pública para gerir a ZPE de Macaíba, concedeu breve entrevista a Revista Negócios.Net para falar sobre sua nova empreitada. Turco, com cidadania brasileira, seu Karim tem histórico empresarial dedicado ao segmento imobiliário e comercial de São Paulo, onde administra hotéis, lojas e empresas de confecção. Ele declarou que há mais de dez anos estudava oportunidade semelhante a que encontrou no RN, para aportar investimentos, tentar aglutinar empresas e formar um grande centro industrial exportador do Brasil.

NEGÓCIOS.NET - Quando começa a real fase de investimentos? E a operação da ZPE em si? KARIM - Praticamente estamos começando. Somente agora com a conclusão da concorrência e a assinatura dos contratos temos segurança para começar a desenvolver o negócio. Estamos trabalhando nos projetos e buscaremos as licenças. REVISTA NEGÓCIOS.NET - Antes de escolher a área analisaram fatores ambientais e de possibilidade de operação? Foi tudo feito com muito planejamento e cuidado. Não vejo motivos para termos problema. Isso não nos preocupa. 40 >

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REVISTA NEGÓCIOS.NET - Quais potencialidades que o senhor enxergou no Rio Grande do Norte? Pesquisei em vários Estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, por exemplo. Constatei que Natal e Macaíba eram adequados. Temos localização geográfica perfeita. Tudo fica perto do porto e aeroporto. Temos mão de obra fácil e podemos qualificar. Temos gestores interessados nestes investimentos. Temos tudo. REVISTA NEGÓCIOS.NET – Qual a previsão de investimentos nesta primeira etapa?

REVISTA NEGÓCIOS.NET – Já há empresas interessadas em se instalar na ZPE de Macaíba? Algum contato formal foi feito? Eu trabalho nisso há anos. Temos muitos contatos realizados. Na China, Vietnã, São Paulo, Europa, EUA. Estamos trabalhando nisso. REVISTA NEGÓCIOS.NET - Alguma empresa já confirmou a vinda para o Rio Grande do Norte? Este é um trabalho que vamos realizar agora, a partir da formalização da proposta. Esperávamos pela oficialização do negócio. É preciso seguir o trâmite legal. Respeitar a burocracia. Participamos de uma concorrência. Agora começa a hora da captação formal. REVISTA NEGÓCIOS.NET – A sua empresa tem um planejamento de quando terá o investimento retornado? A gente faz negócio esperando coisa positiva. Se Deus quiser vai dar tudo certo... REVISTA NEGÓCIOS.NET – Mas há um prazo estimado para o retorno do investimento...? Estamos estudando e acreditamos que vai dar certo mesmo.


Artigo

Werner Jost - economista, sócio fundador da Camanor, empresário com atuação nos segmentos de aquicultura, energia, educação e construção. Filiado ao PRB/RN

Por baixo do radar! Estamos todos de acordo que os governos em nível federal, estadual e municipal cobram enorme esforço do cidadão e das empresas para atender a miríade de exigências postas diariamente. Com certeza, isso cria enormes dificuldades e um custo elevado para os contribuintes. Se estas dificuldades fossem aplicadas sobre todos os atores da economia por igual todo mundo sentiria o peso das medidas, e competiriam entre si por igual. Mas a realidade é bem diferente: Existem hoje dois "Brasil's". O formal, que tenta cumprir ao máximo as normas impostas e os impostos cobrados. E o Brasil informal, que vive num mundo paralelo sem existência de nota fiscal, carteira assinada e fiscalizações governamentais. Um observador poderia argumentar com razão que, em qualquer país, existem elementos que burlam a lei e escapam das exigências legais. O que chama a atenção no nosso caso é que os informais não se limitam a uma minoria insignificante. Temos muitos setores da economia onde a maioria dos atores atuam na informalidade ou, usando uma palavra mais forte, na ilegalidade. A consequência dessa situação é que o cidadão da organização informal não precisa cumprir com as exigências burocráticas e financeiras. Deixando de lado aspectos morais ou legais, o não cumprimento traz uma vantagem econômica que se expressa em custo baixo e margens de lucro mais altas. Na prática, numa determinada atividade, as empresas maiores são mais fiscalizadas que as médias e pequenas. Elas chamam mais a atenção pelo numero de funcionários, pelo tamanho das instalações e pela presença nas mídias. A política do governo deveria ter como meta conseguir fazer valer o cumprimento das exigências por todos os atores de um determinado setor, tanto o pequeno como o grande. Infelizmente, o que se vê na pratica é que os órgãos fiscalizadores se concentram em poucos que já estão cumprindo a grande maioria das exigências e deixam de lado outros que quase não cumprem nada.

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Pela visão de uma política desenvolvimentista e social, o esforço de fiscalização deveria ser aplicado nas empresas com maior grau de informalidade porque são elas que ainda têm o potencial maior de melhora. Hoje, muitas vezes, um fiscal passa dias revirando dados de uma empresa que já cumpre com 98 % das exigências, no intuito de conseguir provar o descumprimento dos 2 % que faltam. Acabam deixando de lado empresas na vizinhança que vivem quase totalmente na informalidade. Seria muito mais eficiente investir o esforço da fiscalização das informais. Um bom exemplo é a carcinicultura no nosso Estado. Há dez anos, existia um bom número de empresas grandes, integradas desde a produção de pós-larvas, engorda de camarão, beneficiamento e exportação. Elas foram locomotivas em termos de inovação e pesquisa, puxando o setor como todo na melhoria de tecnologia e produtividade. Pelo tamanho, ficaram na mira do governo, sofrendo fiscalizações constantes, enquanto o grande número dos menores produtores ficou por baixo do radar, na margem da informalidade. Isso criou ao longo dos anos uma distorção muito grande de custos que fez a maioria das grandes empresas de camarão desaparecer. Neste caso, tamanho não significou lucratividade maior. Ao contrário, a estrutura pesada, necessária para atender a demanda governamental, criou custos elevados de produção que, em fase de crises, foram responsáveis por levar empresas à falência. Já os pequenos produtores, mais flexíveis e com custo baixo, sobreviveram. Hoje, o número de grandes produtores é reduzido e, como consequência, houve diminuição na inovação e pesquisa na atividade. Se o objetivo dos governos é universalizar o cumprimento das normas legais por acreditar num modelo de avanço social onde os impostos são pagos, as leis trabalhistas observadas e as regras em geral são cumpridas, precisa radicalmente repensar a maneira de agir. Fiscalizando pesadamente poucos já formais e deixando a grande parte dos informais escapar, o governo sabota exatamente o plano a que ele mesmo esta se propondo.



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