RVST NHL 5 - INVISIBLE DRUMS

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INVISIBLE INVISIBLE DRUMS DRUMS ANTI-BANDA

DIRIJO

OWPANDA


ANTI-BANDA ANTI-BANDA

Editorial por Matheus Patriarcha Helloo, Félas A cena Baiana e Brasileira alternativa musical traz uma nova proposta do tipo e manejo com os que estão “fazendo o som”. Os jovens antenados da NU WAVE estão surpreendendo , com um modelo ainda não tão comum de re-tirar dos equipos - as ambiências , vibes, sentimentos, performances e projeções de uma maneira mais do que pessoal. Sozinhos, ou no máximo em dupla é assim que eles seguem , trilhando novos rumos, com uma estética lo-fi, as vezes hi-fi tb, substituindo aquele velhíssimo modelo “banda de rock” para o de apresentações com mínimos recursos/ou não, mas que em termos de baterias, mais de três integrantes nas bandas , não rola. Projetos baianos como o meu MAPA (soundcloud.com/mapapam), Aurata (do multiartista Ramon Gonçalves “Réqs” da finada Rádioroque, pág 2), Luvebox fX (de Junix e May HD luveboxfx.blogspot.com.br), Ubunto (João Gabriel, pág3), Alabaster (Tazzio Puccinelli, ex- Você me Excita soundcloud.com/projetoalabaster) e também nacionais como My Magical Glowing Lens (ES - da nossa lindíssima Gabriela Deptulski soundcloud.com/my-magical-glowing-lens), Wack (PR – do nosso “representing of caos – Ian e da nossa ilustre Tami crackiswack.bandcamp.com), estão bombardeando a internet. É punk com bastante arte visual, soft e talvez devamos os chamar os classificar de ‘weirdsrockers’. Esperamos uma longa jornada, ou não, para esses tais, e que surjam outros gaROTOS e garotas dispostos a dar esse ponta pé nos velhos valores emburrecidos pelo tempo , que continuam a perdurar , com modelos a seguir e – diga-se de pass..- estamos sem taaaanto saco para bandas, só esse mesmo modelo perdurando desde os anosssssssssss. Portanto, contudo , entretanto , todavia, se você tem uma vontade de fazer um som e não tem muitos equipos, saiba que existe uma nova maneira dentro do seu possível que tem outros como você criando coisas loucas nos quartos ,banheiros, enfim, se joguem!

BaXa-FiDi com J.-P. CARON por Cairo Melo

O carioca J.-P. Caron, faz música conceitual, ouso dizer, anti-música. Ele acabou de lançar um EP/Album com duas músicas pelo selo icônico de post-rock brasileiro Sinewave. Resolvi então bater um papo com ele pra ver se consigo entender as suas intenções e apresentar pra vocês um músico completamente diferente. 1)JP, queria saber de onde você veio, digo musicalmente e artisticamente falando, pois quando nós, meros roqueiros-médios, resolvemos fazer um som experimental ou contra-cultura, nos direcionamos por exemplo ao punk rock do Crass, ou ao noise rock dos SonicYouth ou até mesmo à música brasileira torta de Hermeto Pascoal, mas você parece ter ido além, nos conte um pouco da sua história no mundo da música e em como você chegou à essa música conceitual? Você já teve uma banda? J.P - Primeiramente eu gostaria de contestar a expressão “meros roqueiros-médios”. Não vejo meu trabalho como acima do trabalho de ninguém. Vejo-o mais como específico e, enquanto tal, demanda um engajamento próprio, que, claro, é diferente do rock, mas está ao lado dele, e não acima. Diferentemente da maioria das pessoas que conheço, comecei escrevendo música em partituras, desde criança. Era fascinado pela música radical do início do século XX- particularmente Bartók, Schoenberg, Stravinski... e só posteriormente adentrei no universo do rock, industrial, punk, metal e noise.Para mim descobrir estas práticas ditas underground foi uma revelação na medida em que coadunava dois elementos nos quais eu me interessava antes: o experimentalismo musical que encontrava na música contemporânea con-


certo, e um ethos faça-você-mesmo que existia nas vanguardas históricas que eu curtiadadá, futurismo, surrealismo-e que era diferente do mundo da música de concerto, no qual se espera que você passe por um longo período de formação antes de produzir algo pessoal. Eu era bem impaciente, então desde o início, com meus parcos conhecimentos, procurava forjar um caminho próprio- verdade que, por bastante tempo, sem sucesso. No ínterim, tive alguns projetos musicais- bandas e projetos solo- mas que não foram adiante. O lance da música conceitual é um pouco uma provocação- quando me defino hoje como “compositor conceitual” quero expressar o lugar importante que passou a ter para mim a relação com a abstração conceitual que encontrei na minha outra paixão, a filosofia. E essa é uma outra dicotomia que acabou formando o que faço: a sensualidade do contato direto com o som e a conceitualizaçãoprópria do trabalho filosófico. A “atitude filosófica” me permite transitar entre música contemporânea, noise, e gêneros “underground” sem me obrigar a me definir como uma coisa ou outra. É a própria reflexão que é o motor destas mudanças, ao invés de alguma fala a partir de um lugar social fixo, seja ele o da academia ou o do underground. 2) Como funciona o seu processo de composição? Vi que você escreve partituras e, apesar de não entender muito disso, deve ser bem complicado escrever algo que parece depender bastante do acaso. Você controla o andamento da música? quando toca ao vivo? Ou deixar ao acaso faz parte do conceito? J.P - Nem sempre escrevo partituras. Na verdade, escrevo cada vez menos partituras no sentido tradicional. Minha abordagem em relação à “abertura” é que cada obra seja responsável por suas condições de identidade. O que quero dizer com isso? Grosso modo, que cada música fixe seus elementos a serem repetidos e seja capaz de deixar em aberto aquilo que não o é- incluindo aí a possibilidade de não existirem elementos fixos que garantam a identificação. Isto faz parte de um projeto estético-político no qual elementos identitários da arte sejam relativizados e contextualizados- isso inclui a apropriação do contexto imediato (o local do show, os sons do ambiente ao redor) como participante do que se faz. Esta absorção das contingências bloqueia a possibilidade de uma identificação total do objeto, abrindo a música ao “acontecimento”- aquilo que aparece de imprevisível e faz, ato contínuo, uma crítica à aparência estética. O caráter de obra reconhecível que se vê muito por exemplo, na cultura pop, onde se espera sempre encontrar aquele mesmo afeto naquela mesma canção escutada mil vezes se vê destituído e isto provoca uma perturbação no ouvinte, que não sabe como representar-se aquele fenômeno que está diante dele. Isto tudo incide sobre a forma-mercadoria e os hábitos de fruição da música e da arte, etcetc... Eu teria muito mais a falar sobre isso, mas acho que ultrapassa em muito o escopo da pergunta e da entrevista. Outro elemento que uso bastante é a saturação de ruídos- que também provoca um desconforto no ouvinte. 3) Nós da Revista NIHIL, sempre pregamos a interação das artes, acreditamos que uma música, um livro ou um quadro vem do mesmo espírito criativo e podem ser explorados juntamente, o que vemos acontecer pouco no Brasil, em geral. Você como músico, compositor, filósofo e artista, o que tem a falar sobre artes integradas no Brasil? J.P - Eu não saberia falar sobre outros, na medida em que as pessoas têm intenções muito diferentes com seus trabalhos. Mas de saída eu acho que fica clara a minha relação com essas outras coisas- uma música cuja performance é um evento total- cênico, físico e sonoro- e que é gerado por um texto, conceitual ou poético. Aqui dá para ver uma transitividade entre as coisas. A função da partitura-texto não é mais fixar um resultado, determinar uma identidade, mas ser produtora de outras identidades com relativa autonomia entre si- o texto, as ações, e os sons Também tenho trabalhado em colaboração com outras pessoas, particularmente com a artista visual Sanannda Acácia, que também trabalha com som em seu projeto Insignificanto, com quem devo lançar um livro/cd com partituras verbais e arte gráfica dela no ano que vem. Leia a entrevista completa: www.revistanihil.tumblr.com Escute: www.soundcloud.com/j-p-caron


aurata - puerpério Resenha por Cairo Melo Foto: reprodução da capa do EP

Acredita naquilo que tu faz? Acredita que aquele tempo todo gasto pintando um quadro, desenhando linhas tortas, fotografando quadros invisíveis aos outros, pensando, escrevendo... valeu a pena? Se sim, lance ao mundo e convide seus amigos para apreciar, para olhar, para ouvir e ver como você gasta o tempo enquanto recusa um convite a sair à noite, ou passar a tarde de bobeira. Alma de artista é complexa. Extensa e simples. Tão simples como essas batidas e samples do ep de estréia de Aurata, vulgo adotado por Ramón Gonçalves. Com suas músicas ele nos leva a entender um pouco do seu próprio criar. Nos mostra algo mais que sua simples obra finalizada, ele simplesmente nos convida a sentir e a perceber tudo que o levou a criar tão singelas melodias. O EP começa brilhante com "cristal", reluzindo e purificando. Me levou diretamente ao primeiro show que tive o prazer de escutá-lo, num dos primeiros Sarau de Júpiter, evento que vem ganhando força e acontece algumas quintas feiras do mês na Escola de Belas Artes da UFBA (Infos: https://www.facebook.com/saraudejupiter). O clima intimista sofre uma azedada, com "azeviche" nos trazendo à realidade. Um clima de angústia nos toma os ouvidos. Um teclado comanda a música, dando peso e harmonia ao sentimento. Uma daquelas plantinhas fofas passa voando na nossa frente no interlúdio "boca-de-leão". A quarta do albúm "eme" é triste, sozinha, mas romântica. Descompasso, quase um coração batendo, que se encanta. Reverberações me rementem à nata do post-rock brasileiro, vindos principalmente de Constantina, banda lendária mineira que provavelmente influencia(rá) Aurata. Singela e chuvosa. Um dos destaques do disco. Com um sintetizador flertando com o indie pop, começa "lírios/nenúfar", que se revela como duas músicas, como duas flores, uma branca, outra roxa. A nenúfar certamente exala maior quantidade de perfume. Beats bem trabalhados, nos faz pensar no tempo do trabalho. Quase um quadro sobre flores. A passos largos, sem pressa, nos é apresentada "elefantes", talvez a música mais difícil de digerir do disco. Densa, vagarosa, desengonçada, mas certamente fofa, como um elefante, é claro. Encerrando o disco, uma inspiradora "obsidiana". Linda e escura. É certamente o parceiro distante da enigmática "Alabaster" dos Foals, que também marca presença como uma influência tardia nesse magnífico disco de estréia. Um belo trabalho, pesado, artístico, talvez até cabeçudo demais para alguns. Mas belo por si só. Ramón certamente conseguiu criar mais uma obra de arte. E como toda obra de arte é aberta a todo tipo de visão, esta foi apenas a minha interpretação sobre o disco. Portanto, acesse http://aurata.bandcamp.com escute todo o EP e tire suas conclusões e enquanto lê e pensa um pouco vai acabar sendo confundido com o póslúdio psicodélico do disco.


Alan Gabriel é músico, jornalista e poeta, tocou na banda Você me Excita e agora, além de escrever no seu blog sob o pseudônimo de Owpanda!, toca na banda de post-rock nuvem. Ao lado um poema dele, que no seu blog segue junto com um vídeo feito pelo próprio.

Mel/4 Meu Noite com seus habitantes Relógios-café (Cubo de gelo caído) Atmosfera sufocante inexplicável Embriagadas gargalhadas Taças Silenciando todas as notas (tortas) Emparedadas Dos espaços abertos ou...

Acesse: owpanda.blogspot.com.br

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UBUNTO é João Gabriel, baiano radicado em SP que lançou este ano seu debut EP intitulado "Salve o link e vá a luta", um petardo da nova eltrônica, misto de beats orgânicos com quebradas jazzísticas e atmosferas internéticas. Escutem o ep no link soundcloud.com/ubuntoofficial e se liguem no papo que trocamos com ele: 1- Ubunto, de onde veio pra onde vai? J.G - Com o congelamento da yhsd (antigo duo eletrônico dele) eu precisava continuar a produzir, e ai que passando pelo facebook vi a historinha de ubuntu, e falei porra, esse nome pega pra carreira solo. so que quando fui escrever, botei ubunto, sendo que o certo é ubuntu, mas depois de tanta mizera que vi sobre essa expressao, eu preferi ficar com o errado e criar uma autenticidade em volta. mas vim do rock e tudo que era estranho eu acoplava e ai que do nada me peguei apaixonado por barulhos e butoes a uns 2, 3 anos atras, passei por algumas mudanças, projetos e tudo e entao chegando em sp, dps de uma longa temporada de verao ai em ssa tocando com o Coletivo Ilusao, resolvi assumir a postura de produtor, nao querer lançar tudo que eu fiz ate entao, exclui tudo, e passei 3 semanas trancafiados, e nasceu o salve o link. 2 -Sobre carreira solo, você acha um futuro certo para a música? é o caminho da geração internet? Pra você é melhor sozinho? J.G - nao so para musica mas para tudo que voce pode ou nao fazer na vida real. sozinho nunca estive ne, como diz ubuntu - eu sou assim porque nos somos. e assim, de internet, acho que nao existe um desvinculo, tudo ta na internet, a internet é uma extensão da vida, ou vice versa, mas se formos entrar em termos de mercados, essa entrevista nao ia acabar hoje hahaha. 3 - o que tá rolando musicalmente e artisticamente que tem te inspirado e que você indica pra nóius? J.G - eu acho que essa coisa de voce so ouvir determinado estilo e tal, é muito ultrapassado, e, que ouvir n estilos de musica é coisa de artista para captar algum elemento de tal musica, nao acredito nisso, musica é o que da na telha, por isso abri a biblioteca e o que tava aberto era .CASTING, nada melhor pra uma trilha sonora desta entrevista - exatamente este album (cstng.bandcamp.com) que assim, se eu tivesse escutado antes do salve o link, acredite, nao seria o mesmo. sem contar com o AOR do ed motta, que foi fundamental pro salve o link. mas pra adiantar uma coisinha, vem ep novo no começo do ano, com tema e nome: pagode rave 3/4



Resenha e entrevista por Matheus Patriarcha - Logo: Cairo Melo

Com um ep refém-lançado ,hehe, fresquinho com gostin de pão francês das 666, Maicon Charles (voz e guitarra) inicia o seu projeto Tsunami, e conta com a escalação dos surfers apocalípticos > Ozi (sinthys /guitar/programações), Leo(baixo/guitarras) e Marco (batera), que afirma essa onda toda contemporânea e esse tipo de produção caseira , lo-fi, gravado em salas, tomando um café, acordando e até mesmo durante o banho, em se trantando de h2o. Gravado em Curitiba/Salvador na casa de integrantes ou em estúdios amigos e produzido por eles mesmos, as músicas do “crack” , assim intitulado e dado,falado , criticado e felizardo , por ser in)c”omum para alguns e outros por ai ,principalmente na cena soteropolitana. Seu som fala de certa instatis/facção, heheg, que vem à tona, no próprio nome do projeto , como um bombardeio de alusões e ilusões e sonhos e vivências , que são a base (beach break) para suas falas, gritos e uma dose de nonsense, cuspida por deus. Títulos como 1989, odeio aqueles que se entregam a vaidades enganosas, que pra nós tem numa parte da letra um marco do nihilism sadi(c)o >: “todo mundo sem dinheiro (mas se lembre: estou aqui com vocês)”, “deus”, vão do noiseexperimen e tal, ao ambiente suave- de fundo- que preenche e totaliza, junto com um down que é surf, e tudo mais MUITO garage TB e ‘post-QSE TD’ , até mesmo um quë Charlie Chaplin(banda baiana da cena undergorund) , de-fino. Com cluo, clio , ou sei lá o que declarado , que tb já é possivel de escutchar o lado b de “crack” que se encontram, tant o disc como o bside , no site? https://tsunaminoise.bandcamp.com/. Entrevistinha com Maicon Charles 1)Maicon , baseado (hehe) em que , vc teve a ideia de entrar nessa onda do tsunami? R - Toco bateria desde os 7 anos, com vinte e poucos descobri a guitarra e outros instrumentos e percebi que eu era mais do que imaginava, e podia causar (junto, em união com amigos) um efeito forte no universo. 2)Seu som é bastante ‘ noise experimental garage post punk down surf’ , me diz algumas influências que vc usou, - além – de / no album “crack”. R - Então, eu e o restante da tsu: ozi, leo, marco, ... escutamos de tudo um pouco... Jazz fusion, noise, pesado, eletronico, curtimos teclado, synth, sujeira... por isso que fica assim.. hehe mas prometemos que em "nonsense" vcs vão digerir melhor, (digo,: com mais clareza ) o que queremos passar... 3) Vc pretende pegar seu longboard e sair flutuando sobre o tsunami, mundo a fora? Quais são seus planos em relação alevar esse som - foda- diga-se , por aí? R - Pretendo sim! nave, long, skate, amigos, komboza e a ervinha. E os planos para tsu, é um segundo trabalho "nonsense" , com 10 faixas, lançamento até o final de janeiro JÁ. paix


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