Entre-vista
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Conheça Catavento, os mininu fuckyourtipicalideiagrungehype de Caxias do Sul
Catavento, mas podia ser Catavibes. O blog (muito-hipster.tumblr.com) deles não nos engana, os caras tão ligados. E sabem que você precisa de um pouco de nostalgia. Estes meninos do RS, ainda mantém suas camisas de flanela, shorts surrados e cabelos despenteados, sem se esquecer de amar o novo, e usar o hype da melhor maneira possível. Confira a idéia que trocamos com Eduardo Panozzo, baixista e eventual vocal da banda, enquanto escuta a pedrada geracional que é "Lost youth agaist the rush" cd full que eles lançaram em março e disponibilizaram free no bandcamp (catavento.bandcamp.com) deles. A NHL recomenda! P.S.: A arte do background é assinada pelo próprio Eduardo. NHL - Fale um pouco sobre a banda e o que vocês pretendem com isso? EDUARDO PANOZZO - A banda em si é um lance meio cósmico mesmo, porque hoje são 6 ou 7 caras envolvidos que vieram um de cada lado meio sem saber que tava entrando... Desde o início do início sempre foi bem largadão e despreocupado. sem pretensão nenhuma, e continua assim. A pretensão talvez era fazer um som que a gente gostasse muito, até alguma coisa que a gente queria que as bandas que a gente escutava fizessem e eles não faziam, dai a gente foi lá e fez. NHL - Devido a grande repercussão de "Lost Youth Against the Rush" vocês viram algum diferença pós-disco? E.P - ah sim... até incomoda um pouco isso na real, porque muita gente só começou a olhar pra nós e ouvir o som de fato depois que esse ou aquele blog falou sobre, ou depois que saiu no jornal. e a gente já tava aqui antes e poucas pessoas, mesmo próximas, paravam pra ouvir. Mas é bom né, é uma coisa boa e tem que aproveitar. Até porque foi um ano, ou mais, fazendo o disco... quanto mais pessoas ouvirem, melhor. NHL - Qual sua bunda favorita? E.P - Vô te que dizer uma atual mesmo, porque eu tô nessas(risos)... pelo que fez até agora, Tame Impala. NHL - Kurt Cobain ou Ty Segall? E.P.- Vish... Sem Cobain não tinha Segall, eu acho né, não tinha muita coisa que tem hoje. Kurt mesmo. NHL - Mac Demarco ou Nathan Willians (Wavves)? E.P - Mac Demarco... Queria muito ser brother dele, dar rolê e tudo. O Nathan é doidão tambem mas, sei la, mais noiado. NHL - Subpop ou Emi? E.P - Burger Recordssss garagera iuewhaiugt. NHL - Sobre aquela velha questão "sexo, drogas e rock" vocês diriam que ainda rola? E.P - Rola sim, claro, mas agora tudo tem muito subgênero né? Mil sexos, mil drogas e mil rocks. Ainda bem, só escolher. NHL - Qual 4ª palavra vocês acrescentariam a esta máxima? E.P - Amor, aquele poliamor, por tudo no universo e tal NHL - E o hype é psicodélico? E.P - Quase tudo pode ser psicodelico, até sem querer, depende o jeito que se olha pro lance. Tá dificil pra mim definir o que é hype ou não, sei la, nem quero. NHL - a internet rende bons frutos? E.P - Total! Acaba a cultura dos hits e gravadoras e esse lance todo, midia de massa, difícil chegar. hoje é cultura de nicho, todo mundo pode fazer e tem gente pra gostar de tudo. NHL - Por fim, um beijo niilista pra vocês , muito obrigado e escreva qualquer porra que você quiser aqui. E.P - (Risos) Dale, a gente que agradece. O lance é o amor, o vento, o sol, o microcosmos e o irmão gêmeo macro. E as plantas com suas flores!! E pô, viva a internet que faz rolar essa conexão jamais vista sul-nordeste. Vocês tem que vir pra cá passar frio uns dias, desemparafusar umas cabeças, e a gente tem que ir pra aí mergulhar na areia-mar tropical de vocês.
Jo達o Ieroque
BaXa_FiDi com Lê Almeida Lê Almeida, mestre do lo-fi brazuca, carioca, 29 anos, owner da Transfusão Noise Record (transfusaonoiserecords.blogspot.com.br), difusor cultural, defensor do DIY, membro de uma porrada de bandas fodas (além do seu zuadendo projeto solo - lealmeida.bandcamp.com) e ainda nas horas vagas artista marginal, com suas colagens psicodélicas pelo projeto Cracolagem (cracolagem.tumblr.com). NHL - Grande Lê, desculpa o trocadilho, mas é um prazer Lê-lo aqui! Pra começar, você diria que uma nova cena lo-fi/DIY está rolando no Brasil e no Mundo? LÊ - Ah, nem sei. eu nem acompanho tanto o que rola por ai, no quesito cena. Eu curto um monte de bandas desconhecidas que eu busco via bandcamp e em tags como gravações caseiras mas de fato é meio na cara que as pessoas estão fazendo bem mais por elas próprias do que a muito tempo não faziam. No quesito bandas/discos acho que as pessoas estão se desiludindo com gravadoras, isso já é muito bonito. NHL - Como você vê a relação entre os vários estilos de música alternativa aí no Rio e no Brasil? LÊ - Vejo devagar ainda. Pelo menos pra shows undergrounds. Aqui no rio se cultiva muito a cultura do lobby, as pessoas não assistem muito shows mas vão a eles para serem vistas e verem pessoas. Em são paulo e algumas cidades que já toquei sempre foi bem diferente, sempre existiu contato pessoas se falando sobre shows e vendo eles realmente. Porém via internet parece que as pessoas são cada vez mais antenadas a nossos sons bandas, dscos, zines e etc.. NHL - Você se considera um agitador cultural? LÊ - acho que o termo certo seria inquieto cultural. Eu curto fazer um monte de coisa, usar meu tempo em vida de forma válida, pelo menos pra mim NHL - Dá pra viver de luz... Ops, digo, de todas estas produções independentes? Você trabalha apenas com a Transfusão? LÊ -Nunca. Tenho um emprego convencional que não ocupa tanto o meu tempo e além disso agora a gente tem o Escritório, aqui no Rio. passo boa parte do meu tempo gravando coisas por lá ou só editando ou empacotando discos. NHL - Seu jeans, ainda é o mesmo? (risos) LÊ - Lógico. NHL - E as bundas do rio? As melhores do brasil? LÊ - Não conheço o Brasil inteiro NHL - Voce acha que projeto solo é o futuro das bandas de rock? LÊ - Nunca pensei nisso. Nunca pensei no futuro do roque. NHL - Seria o Rio a california brasileira? LÊ - Nem fudendo. A imagem de fora é muito enganadora. NHL - Em que época artística/musical você se diria inspirado? LÊ - Não sei muito bem, mas eu curto muito coisas dos anos noventa pelas quais eu me vejo muito adentrado. Pavement, Guided By Voices e Amps. NHL - Fale pra nóis um pouco do podcast Amparo (soundcloud.com/amparo-podcast)? Você acha este um bom canal de comunicação e difusão de ideias? LÊ - Acho que sim, na real eu o Vinicius que faz o podcast junto comigo, sempre conversamos muito sobre música e a gente sempre fazia isso no escritório. Foi só juntar o útil ao agradável. NHL - Muito obrigado pelas respostas, pela paciência e pela Cracolagem, deixe seu recado praquele moleque que sonha em viver de sua música, arte ou whatever... LÊ - Tranks, minha filosofia é, perca seu tempo com quem você ame realmente. Dando certo ou não pelo menos esse tempo vai ser lindo de ser lembrado!
Vicente Dos Santos