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André Santos Luís: Conjugar a medicina com a paixão pelo desporto automóvel
ANDRÉ SANTOS LUÍS DEPUTY CHIEF MEDICAL OFFICER Formula 1 Heineken Portuguese Grand Prix
Texto Catarina Ferreira
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Uma experiência única
A adrenalina e a paixão pelo desporto automóvel fazem parte da vida de André Santos Luís há já alguns anos. Além de deter a certificação para acompanhar como médico provas de campeonatos mundiais, como o FIA World Touring Car Cup (WTCR) e o FIA World RallyCross Championship (WRX), marcou presença no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, no Algarve, como Deputy Chief Medical Officer.
Aliar a paixão pelo desporto automóvel à profissão médica é uma realidade cada vez mais presente na vida de André Santos Luís, Cirurgião Maxilo-Facial e Estomatologista. Depois de longos anos a integrar várias equipas de Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), surgiu em 2014 o convite para incorporar as equipas médicas do Circuito Internacional de Montalegre e do Circuito Internacional de Vila Real. Mais recentemente, seguiu-se um novo desafio. Para que cada prova seja de facto um grande espetáculo, é importante a performance dos pilotos e seus automóveis, mas também de toda uma logística que, longe dos holofotes, é crucial para o sucesso, como a segurança e o apoio médico. mas uma vez que precisavam de mais pessoas para colaborar na corrida, integrei a equipa. Entretanto fui progredindo na organização e neste momento sou o atual médico chefe do Circuito Internacional de Vila
Real e do Circuito Internacional de
Montalegre. Sou médico da Comissão Médica da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting e tenho a credenciação da Federação Internacional de Automobilismo para poder fazer algumas provas de campeonatos mundiais e para formar membros das equipas de extração.”
O CONVITE :: “O convite para a Fórmula 1 surgiu através do médico chefe do Circuito do Algarve, o Dr. Marcelo Vilares. Já nos conhecíamos destas andanças e convidou-me para ser o seu número 2 na equipa médica de apoio à Fórmula 1, no Grande Prémio de Portugal. Foi um convite que muito me honrou e tive todo o gosto em aceitar. Houve toda uma preparação prévia das equipas médicas, tanto as de coordenação como as de extração, que estão em pista e removem os pilotos de dentro dos carros em caso de acidente. Em Portugal só existem duas equipas certificadas pela Federação Internacional do Automobilismo para o fazer: a equipa do Dr. Marcelo Vilares e a nossa, do
Circuito Internacional de Vila Real.
Todos os anos levamos equipas ao
Circuito das 24 horas de Le Mans para ter essa certificação.” A EXPERIÊNCIA :: “Foi uma experiência única. Principalmente para quem gosta muito do desporto automóvel como eu gosto, é um privilégio poder estar numa prova de Fórmula 1. É o reconhecimento de um trabalho que temos vindo a fazer ao longo destes anos. Fazer parte de toda aquela organização, sobretudo como médico, é um privilégio enorme. É certo que a atividade enquanto médico chefe assistente, em termos de atuação em pista é muito reduzida. Fiquei no posto de comando que coordena a intervenção das equipas que estão no terreno, sem atuação direta em pista. Assumo que sinto falta dos tempos em que era um médico de pista, e talvez ainda regresse para matar saudades.” n
Entre 23 e 25 de outubro de 2020, o presidente do Conselho Sub-Regional de Braga da Ordem dos Médicos esteve presente no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão para um grande evento, o Fórmula 1 World Championship, como Deputy Chief Medical Officer, ou seja, médico chefe assistente, numa das maiores provas do Mundo. Em declarações à Nortemédico, André Santos Luís partilhou a sua experiência nesta área e revelou ter sido um privilégio assumir um cargo desta importância.
O INÍCIO :: “A minha ligação a este meio começa há alguns anos atrás, a convite do Dr. Rui Capucho, que era o médico chefe do Circuito Internacional de Vila Real. Eu na altura trabalhava já na VMER,