www.revistanossahistoria.com ANO 3 – NÚMERO 7 PRAIA GRANDE/SP JANEIRO/FEVEREIRO 2016 R$ 9,80
TENDÊNCIAS | HISTÓRIA | CULTURA | EDUCAÇÃO | TURISMO
ONDE TUDO COMEÇOU
Conheça a origem dos principais bairros da cidade LEGISLATIVO
Os pioneiros da Câmara Municipal
ENTREVISTA
Mourão: o planejamento do futuro que precisamos
Uma história em 49 capítulos Praia Grande comemora aniversário de emancipação
NESTA EDIÇÃO
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EDITORIAL
Lutando com a força da alma
Personagem ENTREVISTA
Alberto Mourão
As nossas vidas são cheias de desafios, sempre. Manter um ideal e lutar, para deixar viva a alma do nosso negócio ou de uma cidade, é muito difícil, sem dúvida. Mas, dificuldades transformadas em aprendizados são momentos muito valiosos. Esta edição marca um momento importante, não só por ser um especial de 49 anos de emancipação administrativa e política, mas por entrarmos em uma nova fase, em nosso trabalho, com novo investimento na revista. Levando uma informação sempre com qualidade e respeito ao leitor, e agradecendo ao nosso editor e jornalista João Marcos Rainho, sempre com informações importantes, valorizando a nossa história. Agradecemos também a todos os nossos clientes, parceiros e colaboradores. E salve Praia Grande! Viver nessa cidade, acompanhando o seu crescimento, acreditar, investir e realizar algo, por pequeno que seja ou importante quando necessário, é uma satisfação. Acima de valores materiais, com propósitos construtivos, estamos crescendo juntos com essa história, e já nos sentimos parte dela de alguma forma. Obrigado! Praia Grande! Valores, lembranças que pairam nos cidadãos de nossa cidade, em caminhadas de reflexão, descobrimos um sentimento de grandeza. Praia Grande, uma realidade que transcende em uma linda imagem. Em seu por do sol no Canto do Forte, a Fortaleza de Itaipu, direis um pouco a sua história e beleza. Entre os lindos bairros do Boqueirão, Guilhermina, Aviação, Tupi chegamos a um marco! Cidade Ocian grande berço do progresso, de Netuno, imponente guardião, passando pela Vila Caiçara, lembrou-nos de Júlio Secco, em Solemar, onde iniciou-se a movimentação! Começou a luta pela emancipação. Ora, vendo seu caminhar desenvolvimento, saudoso e grandioso, passam os tempos! É a força, de um povo valoroso, que imortaliza sua história... Em seu verde, e centenas de coqueiros a beira mar, parques, árvore e flores! Tem espécies de pássaros a cantar. Ouvimos ondas, águas hoje cristalinas, cheias de vida! Foram grandes homens que trabalharam e trabalham, Andraus, Dozinho, Vanderlinde e Mourão, entre outros, são a história sempre viva, de nossa cidade nação. Em 49 anos de emancipação administrativa politica, viva o desenvolvimento, parabéns a todos que colaboram de alguma forma, para crescermos com uma alma! Verdadeira.
Símbolos cívicos Economia Regional
HISTÓRIA DOS BAIRROS
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Tude Bastos
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História da Câmara
Canto do Forte Boqueirão Guilhermina Aviação Tupi Ocian Mirim Caiçara Solemar
Antonio Muñoz Diretor do Grupo TCD Brasil de Negócios
EXPEDIENTE
Ano III • Número 7 • Janeiro/Fevereiro 2016 www.revistanossahistoria.com
DIRETOR
Antonio F. R. Muñoz Tel: (13) 99755-4219 (Whatsapp/Vivo) diretoria@revistanossahistoria.com EDITOR E JORNALISTA RESPONSÁVEL
A Revista Nossa História é uma publicação bimestral da A.F.R.M. Editora, empresa do Grupo de Negócios TCD Brasil. CNPJ: 05.539.615/0001-04
João Marcos Rainho MTb: 15.689 / MS 8.920 / Tel: (13) 99163-0501 redacao@revistanossahistoria.com
revistanossahistoria Agradecemos às diversas instituições e pessoas que colaboraram nesta edição disponibilizando matérias e fotos. Filiada à
ASSISTENTE EDITORIAL | Betânia Ramos PROJETO GRÁFICO | Sergio Brito
Rua Cidade de Santos, 420, sala 4 CEP 11701-208 - Boqueirão - Praia Grande - SP JANEIRO/FEVEREIRO • 2016
• Tiragem: 10 mil exemplares • Distribuição dirigida gratuita e venda em banca. REVISTA NOSSA HISTÓRIA
Foto da capa: SXC 3
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REVISTA NOSSA HISTÓRIA
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PERSONAGEM
Testemunha da história O jornalista e advogado Helon Rodrigues de Mello Filho lançará livro contando fatos e pessoas esquecidas da história de Praia Grande
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Desde os 16 anos, Helon Rodrigues de Mello Filho acompanha e narra o despertar de Praia Grande, na trajetória que levou a cidade a sair da condição de uma extensão de mar e areia perdida no litoral sul para um município vocacionado ao desenvolvimento. Foi locutor de um sistema noticioso via alto falante no Boqueirão (na avenida Tupiniquins, hoje Costa e Silva, no local onde está a atual Casas Bahia), passou por diversas rádios em Santos (Universal) e Itanhaém (Anchieta), entre outras, cobrindo notícias de Praia Grande, escreveu para quase todos os jornais regionais, incluindo A Tribuna e Folha da Baixada. E ainda foi correspondente do Estadão. Formado em Letras, Jornalismo e Direito, atua há muitos anos como advogado e apesar de estar aposentado, não troca a “adrenalina” dos meandros da justiça. É o advogado mais antigo em atuação na cidade, preside o Lions Ocian e a Associação dos Advogados Criminalistas. Entretanto, continua uma testemunha ocular da história local e pretende colocar no papel o que chama de “a verdadeira história de Praia Grande”. Planeja, no mínimo, três volumes. O primeiro sai ainda este ano, segundo ele. “Muita gente de relevância para a memória da cidade, principalmente na época da emancipação, ficou fora da historiografia oficial, pessoas que não podem ser esquecidas”, adianta. Entre elas, Maria da Pensão, que no dia do anúncio da emancipação, em 28 de agosto de 1966, pegou seu caminhão para percorrer as ruas da cidade festejando. E outros nomes como Otílio Barbosa, que ajudou no desenvolvimento do bairro Aviação. Helon lembra que houve crítica pelo fato da ponte que liga Praia Grande a São Vicente ter sido nomeada “Esmeraldo JANEIRO/FEVEREIRO • 2016
Helon Rodrigues, resgatando memórias perdidas que merecem o conhecimento público.
Tarquínio”, político santista que, segundo anais da época, foi contra a emancipação de Praia Grande. No acervo do dr. Helon constam 900 fotos – a maioria inédita – do engenheiro Andraus, construtor dos conhecidos conjuntos da Ocian que deu nome ao bairro e impulsionou o crescimento da cidade. Andraus, Mourão e Vanderlinde, são três nomes conhecidos na história de Praia Grande que Helon destaca com o reconhecimento.
“Muita gente de relevância para a memória da cidade, principalmente na época da emancipação, ficou fora da historiografia oficial, pessoas que não podem ser esquecidas” REVISTA NOSSA HISTÓRIA
Leopoldo Estásio Vanderlinde (19312006) foi um dos emancipadores e primeiro vice-prefeito do município (1969-1972) e elegeu-se prefeito no mandato seguinte. Criou a avenida dos Sindicatos, a maior concentração de colônias de férias do mundo e aprovou e executou o primeiro Plano Diretor da cidade. “Vanderlinde foi o responsável pela infraestrutura básica, aquelas obras que ninguém vê ou dá valor por estarem enterradas, além de proporcionar o projeto de urbanização das vias públicas, e investir na cultura e educação com as primeiras escolas e biblioteca”, destaca Helon. Com o trabalho de base de Vanderlinde, ainda segundo o advogado e jornalista, foi possível o prefeito Mourão repaginar a cidade, urbanizando a orla da praia e organizando o acesso de turistas de um dia. Os detalhes de sua memória e fatos esquecidos da cidade Helon quer reservar para seu livro. Aguardem! 5
ENTREVISTA
Cidade crescimento
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Alberto Mourão, prefeito de Praia Grande pelo quarto mandato comemora os 49 anos da cidade com novos planos para o futuro
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A cidade de Praia Grande é a que mais cresce na Baixada Santista e a que tem melhores condições para suportar a expansão da região e abrigar novas empresas, principalmente de apoio logístico ao porto de Santos. Ao falar a respeito dos 49 anos de emancipação política do município, o prefeito Alberto Pereira Mourão, em seu quarto mandato, está confiante nos rumos da cidade e tem mais planos para seu futuro. A carreira política e profissional de Mourão está intrinsicamente ligada à Praia Grande. Ele nasceu em São Paulo em 1954, formado em Direito pela UniSantos e sócio-proprietário da Mourão Construtora desde 1977. Sua carreira política começou em 1982 quando foi eleito o mais jovem vereador (MDB) e o mais votado, tendo assumido a presidência da Câmara Municipal. Presidente da Associação Comercial de Praia Grande de 1986 a 1987 e eleito vice-prefeito da cidade em 1988. Secretário da Educação no ano seguinte. Seu primeiro mandato como prefeito aconteceu em 1992, período que foi marcado pela transformação da orla e da imagem da cidade, até então a capital dos farofeiros praianos do Estado. Também eleito deputado estadual de 1998 a 2000. Confira a entrevista:
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REVISTA NOSSA HISTÓRIA – Quais os fatos mais importantes na história de Praia Grande em sua opinião? MOURÃO – Existem dois momentos importantes na história da cidade. O primeiro, evidentemente, foi a emancipação, que deu as rédeas da cidade para os que moravam aqui. Existiam entraves para o nosso desenvolvimento pela administração do distrito por São Vicente devido à explosão demográfica que já acontecia aqui e o veraneio desordenado. Precisávamos ter uma gestão local. Tínhamos problemas ambientais, canais a céu aberto, a avenida Kennedy sempre congestionada, falta de pavimentação. Mas o crescimento rápido também quase levou ao caos o município no início dos anos 90. Nessa época reassumimos o controle da cidade com uma administração diferenciada em meu primeiro mandato, outro período fundamental em minha opinião. Superamos 7
ENTREVISTA Alberto Mourão, prefeito de Praia Grande
os problemas. Hoje, a cidade está organizada, planejada. Recuperamos o planejamento de médio e longo prazos, diferencial que proporcionou infraestrutura compatível com o crescimento populacional. RNH – E qual planejamento para os próximos anos? MOURÃO – Seguimos um planejamento normal de crescimento que está acontecendo em toda a região metropolitana. E queremos aperfeiçoar a qualidade de vida. Devemos chegar em 2025 com mais de 450 mil habitantes. Portanto, devemos pensar na infraestrutura para suportar essa realidade. Teremos mais 120 mil pessoas morando aqui. Então temos várias frentes para atacar que tem a ver com investimentos na cidade pelo município, estado e governo federal. A rodovia Padre Manuel da Nóbrega precisa de uma terceira faixa e os viadutos que estão sendo construídos em Praia Grande e São Vicente não serão suficientes para atender à demanda crescente do tráfego. O pedágio faz com que a estrada fique vazia fora da temporada e não estimula a ida de empresas para as marginais, o que prejudica o desenvolvimento econômico. RNH – Essa região é promissora para abrigar novos empreendimentos. MOURÃO - Temos 8 milhões de m2 de reserva técnica no município para novos investimentos, incluindo o aeroporto. O governo do Estado precisa ter essa visão macroregional. Não existe terreno no entorno de Santos para a ampliação das atividades retroportuárias. RNH – A crise econômica em Cubatão devido às demissões em massa na indústria pode afetar Praia Grande e a região? MOURÃO – Não acredito. Essa crise em Cubatão é temporária. RNH – E quanto à crise política-econômica do governo federal? MOURÃO – Acredito que a questão do impeachment já passou. Não vai ocorrer. Precisa haver uma pacificação política. Caso contrário, a economia não deslanchará até 2017. Mas não acredito que possa piorar. O ano de 2016 deve repetir 2015. O momento é de união para superar as adversidades.
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“A rodovia Padre Manuel da Nóbrega precisa ter uma terceira faixa”
RNH – Retomando a questão dos desafios da cidade, a balneabilidade das praias ainda não está resolvida? MOURÃO – Temos o saneamento básico já pronto. O que falta é fiscalização dos esgotos clandestinos, que está sendo intensificada, principalmente nos bairros periféricos. Temos 60% de rede de esgoto no município e queremos atingir 100% em 2022. RNH – E quanto à educação? MOURÃO – As escolas do governo do Estado necessitam ter a mesma qualidade das municipais. É um problema sério que
não temos ingerência. A classe política, e aí incluo os vereadores, precisa cobrar o ente federativo para fazer jus a nossa independência. Não podemos assumir essa responsabilidade, não iremos aumentar impostos para isso. Cobrar do Estado é o que todos os políticos devem fazer, incluindo aí investimentos em segurança pública, transporte intermunicipal e saúde. A classe política deve cobrar essas coisas, não é favor. Quando assumimos Praia Grande em 1992 fizemos essa reviravolta numa época em que o município era mal visto e tinha o apelido de cidade dos farofeiros.
“Temos 8 milhões de m2 de reserva técnica no município para novos investimentos”
RNH – Mesmo com a economia desaquecida, Praia Grande está atraindo novos investimentos, o sr. acha que essa tendência continua? MOURÃO – Sim. Um exemplo é o Shopping Litoral Plaza que está ampliando e irá gerar 1.500 novos empregos. Em termos de arrecadação municipal, o impacto desse novo empreendimento só terá reflexo em 2018. Mas para toda a região é uma iniciativa muito importante.
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CIVISMO
Símbolos cívicos de Praia Grande Hino O Hino de Praia Grande, oficializado dia 25 de abril de 1990, é de autoria do falecido maestro Oscar Gomes Carmim.
Em 1972, a Produção Fermata fabricou centenas de discos contendo o Hino de Praia Grande. Neste lançamento o título da música era “Praia Grande”. Com arranjo e regência de Hector Lagna Fiesta e com a orquestra e coro Fermata, os lucros obtidos com a venda reverteram em prol da Cidade da Criança.
“Praia Grande, Praia Grande, beleza e glórias mil Espelho do mundo inteiro e grandeza do meu Brasil Praia Grande, Praia Grande, orgulho de uma nação O seu lema é trabalhar com a força da união Praia Grande, Praia Grande, coberta com um céu de anil (bis) Com as estrelas brilhantes no coração do Brasil.”
Fonte: Informativo Cultural, março de 1985.
Bandeira A bandeira foi projetada pela administração municipal em 1972 e oficializada em 19 de outubro de 1973.
A bandeira foi projetada pela administração municipal em 1972 e também oficializada em 19 de outubro de 1973. Na medida oficial tendo campo três faixas em preto, branco e vermelho, findo no centro da faixa central a reprodução do Brasão das Armas nas suas cores e metais.
Brasão das Armas O Brasão foi criado através da Lei 160, de 19 de outubro de 1973 tem formato redondo português, rotado e partido.
No primeiro campo, de prata, as armas de Martim Afonso de Souza; no segundo do mesmo metal, uma Cruz de Cristo; no terceiro de blao (azul), no alto do campo um morro de prata e, embaixo no fundo do Brasão, faixas de prata. Como suporte: à direita um ramo de louros e à esquerda um ramo de carvalho, ambos na sua cor natural. Por timbre uma coroa mural, tendo sobre a porta principal, um escudete de blao (azul), com duas chaves cruzadas, postas em santor. Num listel de goles (vermelho) e legenda latina “Mare Nostrum”. Fonte: Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
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INFORME PUBLICITÁRIO
Memórias da Nossa Gente
A força de uma união Em meados dos anos 60, José Olímpio, natural de Pereiro (Ceará) ainda jovem aos 18 anos, foi em busca de seus sonhos, saindo de sua cidade natal rumo à cidade de Brasília, chamado para trabalhar como pedreiro na construção da nova capital. Não faltou coragem e determinação para aprender e buscar os seus objetivos. A persistência e atenção ao trabalho, sem dúvida, foram os principais pontos desta fase de tantos aprendizados. Logo, foi aprimorando o seu trabalho que teve como exemplo um dos projetos arquitetônicos mais importantes do Brasil (Brasília). Em 1962, José chegou à cidade de Praia Grande, em uma época com pouca estrutura, sem água encanada, onde a avenida presidente Kennedy era chamada de avenida dos Telégrafos, com seus postes de madeira que ligavam milhares de fios, levando todas as informações via telégrafo. Muitos
Nos anos 80, as lideranças politicas e formadores de
foram os seus desafios. Morou em pensão, passou momen-
opinião articularam para que o seu José Olímpio, for-
tos difíceis. Mas, teve muita persistência para alcançar os seus
masse a chapa como vice-prefeito do delegado e can-
objetivos.
didato a prefeito Wilson Guedes. Quando foi eleito para
Perto dos anos 70, em uma viajem à Aparecida do Norte,
o pleito de 1982 a 1988. Mas a Politica não era o seu
José nem imaginava o que o destino estava lhe traçando: uma
verdadeiro destino. Se desfocou de seu principal objeti-
linda história de amor, com a dona (Tita) Maria Adalgisa Gomes
vo, e acabou passando por momentos difíceis, que logo
da Silva, que tinha somente 16 anos. Foi neste momento que
foi absorvido com uma fase de muitos aprendizados.
José conheceu a sua verdadeira metade, uma parceria e grande força de apoio, rumo as suas maiores conquistas.
A luta continuou, sempre ao lado de dona Maria (Tita). José era um empresário muito querido na cidade,
Dona Maria, mais conhecida como Dona Tita, morava com
simpático, atencioso e muito batalhador, por isso logo
os seus pais, que eram muito conhecidos em Praia Grande -
essa experiência se transformou numa base ainda mais
tinham um estabelecimento chamado Xiboca Baiana, no Bairro
sólida, rumo as suas conquistas. Em 22 de setembro de
da Cidade Ocian, que era muito bem frequentado por personal-
1986 fundou a Kimar Construtora, que com dedicação
idades da região e celebridades com Pelé, entre outros.
e determinação construiu vários prédios na cidade,
Com o apoio e a garra de Dona Tita, o estímulo foi aumentan-
com o nome de seus parentes, em homenagem a sua
do e com o tempo as conquistas, seriam inevitáveis. José e a
própria família, que foi sempre a base, força e a união!
dona Tita começaram a trabalhar juntos, ela era ajudante de
O José Olímpio faleceu em dezembro de 2014, mas
pedreiro e colocava a mão na massa literalmente! Começaram
nos deixou grandiosos exemplos de vida, tais como
a construir umas casinhas, fundaram a Ki Bloco, tiveram loja de
amizade verdadeira e ajuda ao próximo, que gostava de
matérias de construção.
chamar de irmão.
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ECONOMIA REGIONAL
João Marcos Rainho é editor de Nossa História e consultor
No aniversário de 49 anos da cidade, Praia Grande coleciona avanços, mas ainda falta muito por fazer.
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São quase exatos meio século de existência. Pode parecer muito, mas a data é nova para uma cidade. Principalmente no contexto da Baixada Santista onde temos as primeiras cidades do Brasil com quase cinco séculos de fundação. Praia Grande conquistou sua autonomia de maneira polêmica, em meio à ditadura militar, em 19 de janeiro de 1967. O governo federal teve interesse em criar um núcleo de situação na Baixada Santista, região onde a cidade de Santos era um centro de oposição ao regime. E Praia Grande atendeu a essa estratégia e até hoje é uma cidade de certa forma conservadora, que enaltece figuras históricas do regime militar em nomes de avenidas, ruas e esculturas – ao contrário de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, que iniciam um movimento de retomar seus logradouros aos nomes originais antes do regime de exceção política. Entretanto, a separação de São Vicente proporcionou um rápido desenvolvimento. Apesar da emancipação, que entregaria a gestão da nova cidade para a escolha dos munícipes, Praia Grande recebeu em seu nascimento um interventor federal (O engenheiro Nicolau Paal) e não um prefeito eleito. É uma história única no Brasil onde um município ganha autonomia sem ser imediatamente autônomo. Por sorte, foi um período breve. A primeira eleição municipal na Praia Grande foi realizada em 15 de novembro de 1968. Tendo eleito o prefeito Dorivaldo Loria Junior. Por isso, foi extremamente contraditório e deselegante o vice-prefeito eleito democraticamente em Santos e cassado pelo regime militar, Esmeraldo Tarquínio, ter sido mal recebido na festa de confraternização da emancipa12
O que temos para comemorar ção praiagrandense – como contará Helon Rodrigues em seu futuro livro (veja matéria na página 5 de Nossa História) –, por não ter apoiado a separação de Praia Grande de São Vicente – como fizeram quase todos os políticos de destaque da região. Essa visão ufanista, bairrista e de interesses próprios ainda é forte no município. O próprio Roberto Andraus, construtor da inovadora Cidade Ocian, foi prefeito de São Vicente de 1960 até 1961, quando renunciou. Poderia ter sido o prefeito vicentino que desencadearia a emancipação praiagrandense. Brigou com a câmara municipal, renunciou ao mandato e preferiu voltar à Praia Grande e aliar-se do outro lado do muro ao grupo pró desmembramento. As obras da cidade Ocian, tanto enaltecida, e que de fato, impulsionou a cidade, faltou um melhor olhar arquitetônico e paisagismo. Andraus, que era engenheiro químico, além de empresário construtor, poderia ter deixado a marca de uma cidade realmente planejada e pioneira no Brasil. Suas inovações são notáveis na captação de água, infra-estrutura local e outras melhorias, mas suas construções não tiveram uma visão arquitetônica à altura. Que ainda foi prejudicada com a expansão especulativa do bairro, que sufocou o empreendimento e suas estreitas ruas. REVISTA NOSSA HISTÓRIA
DIVULGAÇÃO/SECOM/RICHARD ALDRIN
Reforço do efetivo policial é uma constante reivindicação da cidade.
Por outro lado, Praia Grande criou uma identidade própria, com moradores orgulhosos de pertencerem ao município que apresenta franco crescimento imobiliário e tem bons indicadores na educação pública. Temos 100% de vias asfaltadas, apesar de algumas esburacadas nos antigos paralelepípedos e com grandes desníveis. Prédios de alto padrão chegaram na cidade, mas faltam árvores e parques públicos. A educação se destaca e a saúde acompanha, infelizmente, a média da maior parte do Brasil. O transporte público ampliou a oferta, entretanto, e principalmente o intermunicipal, é caro, de qualidade discutível e proporciona o injusto desconforto aos usuJANEIRO/FEVEREIRO • 2016
DIVULGAÇÃO/SECOM/RICHARD ALDRIN
Urbanização da orla da praia colocou PG no mapa turístico de qualidade.
Saúde: ainda o ponto fraco e à espera de socorro federal.
DIVULGAÇÃO/SECOM/AMAURI PINILHA
ários nas horas de pico – com superlotações que, na prática seriam proibidas pelo código de trânsito. A Guarda Municipal é uma das poucas armadas no Brasil e bem treinada, o que não consegue – pois não é sua função e sim das polícias Civil e Militar – eliminar o alto número de crimes no município. Essas contradições, típicas de uma cidade jovem, devem ser discutidas, planejadas e executadas em conjunto entre o ente público, a iniciativa privada e a população, para harmonizar interesses e vencermos vícios pouco participativos que já se consolidaram em outros municípios da região.
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Perspectivas O futuro traz um quadro promissor. Praia Grande está saindo de sua característica de população de veraneio para um grande número de moradores fixos – muitos oriundos de Santos devido à forte especulação imobiliária. Isso pressionará ainda mais o poder executivo e o legislativo a ouvirem e atenderem aos anseios da população. O bom relacionamento com os governos estaduais e federal é essencial para resolver problemas de logística, como o acesso à cidade. Apesar das obras de viadutos que eliminarão os semáforos no trecho da rodovia dos Imigrantes entre Praia Grande e São Vicente, ir e retornar de Santos ainda REVISTA NOSSA HISTÓRIA
será um transtorno para os moradores praiagrandenses nos grandes feriados. A Ponte Pênsil – finalmente inaugurada, sem estar totalmente terminada – é um alívio de refresco que não atende ao grande fluxo de tráfego. A balneabilidade das praias melhorou, e é outro desafio para a Sabesp, embora a falta de água seja um pesadelo cada vez mais distante na época de temporada. O desemprego é um problema que deve ser combatido em várias frentes. A cidade aposta num polo tecnológico em formação e na ampliação de vagas para cursos técnicos e superiores. O comércio caminha para um novo patamar de qualidade de serviços e já temos ilhas de excelência reconhecidas, como os bares e restaurantes no trecho da avenida Mallet. O shopping Litoral Plaza está expandindo e trazendo mais empresas e empregos, como também estão chegando novos empreendimentos em diversos bairros. A questão ambiental ainda preocupa. O Parque Estadual Xixová-Japuí é um tesouro de ecossistema e reserva de Mata Atlântica. Um trunfo para melhor exploração turística-ambiental, apesar das pressões de invasões irregulares. Por sorte, temos ali, a Fortaleza de Itaipu, que exerce um papel importante na proteção dessa riqueza ambiental. As praias estão urbanizadas e oferecem mais conforto aos frequentadores, faltando resolver melhor a questão do excesso de lixo jogado pelos turistas. Estamos na era da sustentabilidade, da qualidade de vida e do crescimento ordenado na gestão municipal em todo o mundo. Crescer por crescer já não é mais o desejado, pelos impactos negativos nos serviços públicos, ao convívio humano e à qualidade de vida. Praia Grande fez uma opção importante por incentivar os empreendimentos empresariais não poluentes. Sua proximidade com o Porto de Santos, o futuro aeroporto em nosso município e sua privilegiada localização logística, para o transporte de cargas e passageiros para e da Capital e os estados do Sul do Brasil, trazem esperanças de investimentos de qualidade. O balanço para os próximos 50 anos, será, com certeza, positivo. 13
HISTÓRIA DOS BAIRROS
TUDE BASTOS
Um sítio na entrada De plantações de chuchu da colônia japonesa e abrigo da primeira guarnição de Itaipu, hoje contempla o principal shopping e a rodoviária
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A posse do local onde está situado o atual bairro de Tude Bastos iniciou-se com a carta de Sesmaria concedida a Fernão Peres de Moraes. No século XVIII era uma grande propriedade na entrada da cidade (ainda um distrito de São Vicente): o sítio denominado “Boguaçú Campo” (“Grande Planície” em tupi-guarani), que ocupava uma faixa de terra que ia do Mar Grosso (Oceano Atlântico) até o Mar Pequeno (Canal de São Vicente). As terras passaram a pertencer à família Bastos no século XIX, quando Maria Inês do Prado, após longo processo de herança, toma posse do local e casa-se com Antônio José da Silva Bastos. No bairro encontrava-se o Caminho do Rei, considerado um dos mais antigos da região, que serviu como ligação por terra entre o Porto do Campo e os sítios da região. Na década de 1950, o então proprietário, o engenheiro civil Tude Bastos (1914-1992), inicia o projeto de loteamento do Sítio do Campo. Apesar do local ser um dos mais antigos no que se refere à ocupação, o loteamento se dá somente na metade do século XX. Tude Bastos graduou-se em engenharia sanitária nos EUA, país onde
também jogou futebol. Benemérito, doou vários lotes de terreno para instituições de caridade. E também foi vereador em São Vicente (1959). O bairro Sítio do Campo ficou conhecido por Tude Bastos pela tradição do nome da família. Tude Bastos arrendou áreas do Sítio do Campo para chacareiros imigrantes japoneses que plantavam chuchu, banana e rosas. Praia Grande chegou a ser considerada a Capital do Chuchu do Brasil – a atividade entrou em decadência na década de 1980. A presença da colônia japonesa no Sítio do Campo deu-se na década de 1950, quando um grupo de famílias deixa a Ilha de Okynawa em decorrência da crise ocorrida no Japão, após a Segunda Guerra Mundial. Outra parte do sítio foi arrendada para plantadores de bananas e criadores de gado. A atual prefeitura de São Vicente, construída em 1885, foi residência do pai de Tude Bastos e desapropriada pelo poder público em 1919. Como engenheiro da Secretaria de Viação, Tude Bastos projetou muitas obras de estações de tratamento de água. E, ainda, Portinho, um local de lazer e esportes náuticos ideal para curtir com a família e amigos.
a estação de tratamento de esgotos do Aeroporto de Congonhas e também obras de tratamento de esgoto do 2º. Batalhão de Caçadores de São Vicente. Empreendedor, elaborou e executou, a partir de 1950, três grandes loteamentos, que ocupam uma área de 1,5 milhão de metros quadrados no seu Sítio do Campo. Vendeu lotes de terreno a preços baixos para as pessoas pobres. Loteamentos pensados para o futuro, com ruas e avenidas largas. Um dos pontos histórico-religioso importante é a igreja Nossa Senhora da Guia, construída em 1963 e quase totalmente saqueada por invasões, sendo restaurada em 1983. A estação rodoviária e terminal de ônibus, que tem o nome do bairro, possui grande movimento de moradores e turistas. Próximo dali está a Praça dos Emancipadores, e a praça com a torre da TV Tribuna. Na região conhecida como Portinho (Parque Municipal Dall’’Aqua) existe uma concorrida área de lazer, com quiosques para piquenique, quadras de esporte e lazer náutico, além da escola de Educação Ambiental da Prefeitura. O bairro abriga ainda parte do Parque Ecológico Xixová-Japuí. O Portal da Entrada da cidade, demolido em 2011, próximo ao Portinho, foi construído em 1993 com o nome “A entrada para o século XXI”, alusivo ao marco do progresso da cidade. Junto ao monumento existiu uma réplica do capacete do tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, falecido em 1994, e que deu nome à avenida da entrada da cidade. Consagrando sua tradição empreendedora, Tude Bastos abriga grandes empresas e o Shopping Litoral Plaza, além do Palácio das Artes.
Fontes: “Conhecendo nosso Bairro”, Sonia Maria Guedes Cornachini. Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
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REVISTA NOSSA HISTÓRIA
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Capela Nossa Senhora da Guia, atualmente fechada. O acervo está no Museu da Cidade.
DIVULGAÇÃO/MUSEU DA CIDADE/PDA
DIVULGAÇÃO/MUSEU DA CIDADE/PDA
DIVULGAÇÃO/ALEXANDRA GIULIETTI/SECOM
da cidade
Construção da rotatória de acesso à cidade. Mais tarde surgia o viaduto.
Antiga rua José Bonifácio, onde seria construído o terminal Tude Bastos.
Ônibus que fazia o transporte intermunicipal.
Área para caminhadas e práticas esportivas com equipamentos modernos. DIVULGAÇÃO/MARCELO GUEDES/SECOM
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REVISTA NOSSA HISTÓRIA
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HISTÓRIA DOS BAIRROS
CANTO DO FORTE
Linha de defesa A Fortaleza de Itaipu é o símbolo do bairro que expandiu-se como área residencial nobre e com uma gastronomia de qualidade
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Personagem Não podemos esquecer também o Restaurante Lagosta (1952-1997), frequentado por personalidades da vida política e artística do Brasil, que marcou época com sua aquietura arrojada. Outro empreendimento da família Sanchez Toschi. O prédio foi demolido e hoje tem um edifício residencial. Ficava na altura do quiosque sete, na Av. Castelo Branco. Uma personagem emblemática do bairro é a Dona Maria do Forte (1924/1994). Ela morou na Vila Militar, onde servia doces e salgados para generais, secretários de estado, artistas, políticos, banqueiros e amigos. Depois ela começou a trabalhar na república dos oficiais solteiros, também como cozinheira. No final de sua vida, Maria do Forte já era considerada como patrimônio histórico de Itaipu, famosa com seus bolos artísticos e suas histórias sobre índios que habitavam o município e pescadores.
Restaurante Lagosta e suas linhas modernistas recebeu muitas personalidades.
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Outro local relevante no bairro é a Praça Duque de Caxias (ou Praça dos Canhões), situada na orla da praia do Canto do Forte, bem no começo da avenida Castelo Branco. Destaca-se pela grandeza de duas peças que a integram, réplicas de canhões usados na II Guerra Mundial, feitos de concreto. Tempos atrás existia um canhão de aço pertencente ao Exército Brasileiro, que foi retirado daquele local e enviado para a Europa, onde ficou por alguns anos. O original retornou à Praia Grande, porém foi retirado da praça e instalado no topo do morro da Fortaleza, onde está até os dias de hoje.
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O bairro do Canto do Forte tem uma tradição que permanece nos dias de hoje. A construção da Fortaleza de Itaipu, em 1902 foi uma das determinantes da fixação e ocupação da região de toda a Praia Grande. Construída para defender a entrada do Porto de Santos, hoje ocupa uma extensa área de proteção ambiental com seus três fortes: Duque de Caixas (1918), Rego Barros (início anos 40) e Jurubatuba (1920). Para a construção, foram desapropriados pelo governo federal quatro sítios: Itaipus, Prainha, Itaquitanduva e Suá. Sendo o sítio Itaipus de propriedade de José Gonçalves de Aguiar, último capitão-mor de São Vicente. A partir dessa época de construção da fortaleza, os sítios começaram a ceder lugar aos primeiros loteamentos da cidade, como Jardim Guilhermina (1926), Jardim Matilde (1925) e Cidade Ocian (1953). Antes do Forte, no canto do Itaipu, existiu o sítio de Ferreira de Souza (um caçador). Havia também plantação de café de propriedade de Anselmo Pacheco Nobre. Com o Forte, surge uma vila militar e a presença do exército atraiu, pela presumível segurança, compradores de lotes de alto poder aquisitivo. E hoje existem muitas casas de alto padrão no bairro. O Morro do Xixová, dentro do Parque Xixová-Japuí é a única reserva de mata atlântica da região isolada da serra do mar, atraindo o turismo ambiental. A Capela de Santa Matilde é outro ponto de referência no bairro. Sua pedra fundamental foi lançada em 11 de dezembro de 1949, uma iniciativa das famílias de Heitor Sanchez e Oswaldo Toschi. A Capela era cuidada por Otilia Sanchez, esposa de Heitor Sanchez e sua filha Circe Sanchez Toschi. Hoje, está num local aprazível, numa praça bem cuidada.
Na atual Av. Mallet surgiu, no passado, o sonho do palhaço Torresmo e sua “Torresmolândia”. REVISTA NOSSA HISTÓRIA
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A Fortaleza do Itaipu é sinônimo do bairro e também um patrimônio de importância histórica.
Avenida Beira-Mar (atual Castelo Branco) no trecho do Canto do Forte em 1975 ou 1976.
Igreja de Santa Matilde: santuário à meditação em local aprazível.
< Militares (em 1975, na Praça Duque de Caxias) sempre estiveram presentes ativamente na vida do bairro. Fonte: Acervo Museu da Cidade – Palácio das Artes.
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HISTÓRIA DOS BAIRROS
BOQUEIRÃO
Portas abertas para O bairro central da cidade foi ponto de entrada para o povoamento e os 23 km de praias do município
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Como entrada principal da cidade, para quem chegava à região pela Ponte Pênsil e rodovia Padre Manuel da Nóbrega, o acesso por terra da estrada até o mar era feito no Boqueirão. E dali carros e ônibus seguiam pela areia para os balneários que surgiam por toda extensão da praia. Foi natural, portanto que o bairro atraísse os principais comércios e serviços e a primeira sede da Prefeitura. A Praça da Paz (onde existe o Shopping Beatrix), e divisa com a Guilhermina, conta com sete esculturas do artista Gilberto Pinna, confeccionadas em aço carbono e ferro representando personalidades históricas sendo: Sérgio Vieira de Melo (brasileiro, alto comissário das Nações Unidas que morreu em 2002 em um atentado em Bagdá); Jesus Cristo; Maria Mãe de Jesus; Papa João Paulo II; Madre Tereza de Calcutá; Mahatma Gandhi e Nelson Mandela. Os trabalhos pesam até 30 toneladas e atingem 10 metros de altura. É a contribuição para a cultura da paz do bairro central de uma das cidades mais novas do Brasil.
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Na década de 1940, pequenos comércios começavam a se instalar na orla da Praia do Boqueirão. Com o grande fluxo de turistas nas épocas de veraneio, os comerciantes criaram os chamados balneários – locais com restaurantes e cabines para banho e troca de roupa. Ao lado de uma antiga capela, próximo à avenida Beira Mar (atual Castelo Branco), Vitorino Moura montou o balneário Paulista, com cerca de 300 cabines, sendo à partir deste que se dá o processo de construção de outros locais semelhantes. Outros empreendimentos e serviços públicos se seguiram. Transporte de ônibus com destino a São Vicente, passando no Boqueirão dois dias por semana (1950); Agência Postal (1953); Cartório de Registro Civil (1958); Posto Médico (1961); Subdelegacia (1962); Pronto Socorro (1963). A Igreja Matriz de Santo Antonio (a primeira capela foi erguida em 1901) e sua Paróquia atendem 18 comunidades.
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Com aniversário dia 12 de novembro, o Boqueirão é o bairro central da cidade, uma das vias principais de entrada dos turistas e detentor dos numerosos e diversificados estabelecimentos comerciais e com muitas escolas e serviços públicos. A partir do século XVI, o espaço geográfico de Praia Grande já era ocupado por pequenos agricultores que abasteciam as vilas de Santos e São Vicente. O local onde hoje se localiza o bairro Boqueirão reuniu até o século XIX vários sítios, entre eles o chamado Cayubura (denominado Itaipus). Em 1920 os primeiros loteadores chegavam em Praia Grande, denominando o local de Boqueirão (designação geográfica da foz de um rio que alarga suas margens ao desaguar no mar). Entre esses primeiros loteadores estavam Heitor Sanchez (que participou também do loteamento da Guilhermina e do Canto do Forte), Jamil Mastabi, Jorge Barbour e Nagib Saeg. Até 1940 o Boqueirão era uma região pouco povoada, sendo suas principais construções nesse período uma capela e uma escolinha, que datam de 1920.
Boqueirão (1967) consolidando-se como centro da cidade. Local de acesso aos principais serviços públicos. 18
Surgem os primeiros prédios residenciais e comerciais, símbolo da expansão da cidade.
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Boqueirão atual, divisa com Guilhermina.
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Fontes: Gazeta do Litoral, 11 a 18 de dezembro de 2002 / 8 a 11 de dezembro de 1996. Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
Uma das características do bairro é o fácil acesso, próximo às marginais na entrada da cidade.
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Praça da Paz e suas sete esculturas de aço e ferro. Ao fundo o Shopping Beatrix.
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HISTÓRIA DOS BAIRROS
GUILHERMINA
Nova Escócia é aqui Um dos bairros mais valorizados da cidade, Guilhermina teve rápida urbanização e está numa localização privilegiada
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Tudo começou com loteamentos em 1925 quando Heitor Sanchez (futuramente um dos emancipadores da cidade) associa-se aos irmãos Guinle (acionistas da Companhia Docas de Santos), na compra de um sítio semiabandonado denominado “Nova Escócia”, pertencente à firma atacadista Ferreira Laje, onde se cultivavam melancias e abacaxis. Eles adquirem uma gleba com 500 metros de frente para o mar - 1.500 metros de comprimento e 700 metros de fundo pela quantia de 250 mil contos de réis. Para administrar a venda de lotes, cria-se a Companhia Territorial Jardim Guilhermina, que estabelece sua sede em São Paulo. Heitor Sanchez resolve atribuir ao local o nome de Jardim Guilhermina, homenageando a mãe dos irmãos Guinle. Com a posse das terras iniciam-se os processos para o loteamento e a contratação de operários. A procura por lotes atraiu várias pessoas com fins veranistas, surgindo as primeiras cabines de banho. Visando a necessidade
de um hotel ou uma pousada para o abrigo desses visitantes, os loteadores firmaram convênio com a Companhia de Bebidas Antártica na construção do primeiro hotel do bairro. Com o acordo fechado, negocia-se o terreno e iniciam-se as obras que ao todo custaram 5 mil contos de réis. Com o final das obras, no dia 14 de julho de 1928, é inaugurado o Hotel dos Alemães (com cabines de banho) em uma festividade que contou com várias personalidades da época – foi o primeiro hotel de São Vicente (quando Praia Grande era um distrito dessa cidade). Localizava-se onde hoje é a esquina da avenida Guilhermina com a av. Castelo Branco. Uma importante conquista para o novo bairro foi a instalação da energia elétrica, em 2 de maio de 1936 – antes usava-se candeeiros. Para o abastecimento de água, em 1927, foi perfurado um poço artesiano, que durante o processo de sua construção causou a morte de vários operários, vítimas de malária. Posteriormente, esse poço foi
desativado, sendo utilizado canos de 3 polegadas para o abastecimento. Atualmente, a Guilhermina é um bairro densamente povoado com um grande número de moradores fixos. Comércio diversificado, supermercados, atacados, uma badalada feira de artesanato (Praça Portugal), em frente à praia, sendo um dos locais mais procurados pelos jovens. A praça Lions (mais conhecida como praça do Barquinho), urbanizada em 1999, é um local obrigatório para fotos e selfies dos turistas. O monumento, que tem a réplica de um barco pesqueiro, substituído recentemente, possui ainda um portal com caracteres mouros. A Praça Ceferino Gonzales Vegas (conhecida como Praça das Bandeiras) tem um entorno muito bem cuidado com jardins e um chafariz, e neste local realiza-se todos os anos, na Páscoa, a encenação da Paixão de Cristo. Lazer, turismo, gastronomia, cultura, moradia, Guilhermina é um dos bairros mais completos da cidade.
Heitor Sanchez com familiares e amigos. Ele deu impulso ao bairro. Foto de 1926. 22
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Fonte: Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
Vista área do loteamento Jardim Guilhermina no final dos anos 20, onde existiam chácaras.
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Réplica do barco de madeira na Praça Lions, substituída recentemente.
Ciclovia, coqueiros e urbanização num dos pontos mais concorridos da cidade.
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Praça Ceferino Gonzalez, na avenida Guilhermina.
Hotel dos Alemães (1928) o primeiro de São Vicente (quando Praia Grande era um distrito).
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HISTÓRIA DOS BAIRROS
AVIAÇÃO
Asas simbólicas do p O aeroclube foi um marco da divulgação da cidade em todo o Estado durante décadas
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A primeira aviadora brevetada em Praia Grande: Josette Cox, em 1940.
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Em 1927, uma grande área da cidade começou a ser aterrada para a construção do Aero Club de Santos, inaugurado só em 1936. Este aeroclube ficou conhecido como Campo da Aviação. Foi ele que deu nome ao bairro. Criado por um grupo de santistas aficionados por aviação, o Aeroclube de Praia Grande (antes denominado Aeroclube de Santos) se confunde com a própria história da cidade. Logo após a sua criação, por volta de 1945, as primeiras casas começaram a ser construídas, gerando o núcleo habitacional que expandiu o bairro. Ironicamente, os próprios moradores da vizinhança fizeram um abaixo assinado para tirar o aeroporto do local devido ao barulho da movimentação das aeronaves. Depois de muita polêmica, o aeroporto e o aeroclube foram transferidos para Itanhaém. De lá saem agora os pequenos aviões paulistinha com mensagens publicitárias que percorrem as praias da Baixada Santista. Propriedade particular, o antigo Aeroclube de Praia Grande foi uma interessante opção de passeio para quem vinha curtir as férias ou simplesmente visitar a cidade. E também para quem desejasse aprender a voar no seu concorrido e famoso curso de pilotagem. Utilizado como ponto de apoio a vôos até mesmo pela Aeronáutica, o Aeroclube foi ainda freqüentado por admiradores do ultraleve. No local podia-se fazer curtos e seguros voôs panorâmicos sobre a Praia Grande e região a preços acessíveis. O Aeroclube de Praia Grande teve o orgulho de ter sido – segundo algumas fontes – local de pouso para o aviador e escritor Antoine de Saint Exupéry, autor do famoso livro “Pequeno Príncipe”. Exupéry utilizou o pequeno aeroporto por inúmeras vezes quando trabalhava para os correios franceses (o campo de pouso foi JANEIRO/FEVEREIRO • 2016
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Praça em frente ao antigo campo de aviação, na praia, homenageia os aviadores.
Na década de 70, o ex-prefeito Leopoldo Estácio Vanderlinde era aficionado pelos aviões.
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originalmente de propriedade da empresa francesa Latecoêre, que daria origem a Air France). Assim, também fez o ex-Presidente da República, Jânio da Silva Quadros. Após sua renúncia, Jânio Quadros refugiou-se em uma casa em Praia Grande e aqui chegou de avião, descendo no Aeroclube. Foi uma das primeiras pistas utilizadas no Brasil pelos correios nos anos 1940. Também recebia transporte de passageiros pela companhia Real, que parou por falta de manutenção da pista de areia, cascalho e grama. Entrando em decadência, as construções do aeroporto foram demolidas e o antigo campo de pouso foi cortado por ruas e calçadas para atender a um projeto imobiliário que irá ocupar a área, após décadas de abandono. As únicas lembranças do aeroporto é uma pequena praça em frente ao aeroclube, na avenida Castelo Branco, na praia, e na quadra oposta, na avenida Kennedy, onde foi construída em 1995 a Praça da Aviação. Originalmente havia uma réplica de um pequeno avião, que foi retirado ano passado na remodelação do local. Ainda no bairro, anteriormente à emancipação, foi fundado o Clube de Praia São Paulo. Nos últimos anos o clube é gerido pelo Rotary que investiu em esportes e hoje a agremiação é referência nacional em patinação e vôlei.
Praia da Aviação em 1970. Fonte: Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
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HISTÓRIA DOS BAIRROS
TUPI
Acompanhando o boom imobiliário Bairro bem posicionado na cidade, recebe investimentos imobiliários e cresce
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A reurbanização recente da avenida Kennedy também contemplou a Tupi, facilitando o fluxo das pessoas. Fonte: Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
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Nos tempos dos grandes sítios em Praia Grande, antes da emancipação, a região do bairro do Tupy (ou Tupi) era conhecida como Sítio Piaçabuçu. Tais terras foram comercializadas à Sociedade Territorial Vila Tupy Ltda, de onde originou o nome Vila Tupy ao loteamento. Bairro tipicamente residencial, vem sendo um dos mais afetados com o “boom imobiliário” e que possui muitas casas de veraneio. O comércio no bairro fica concentrado na Av. Pres. Kennedy e na Av. Pres. Castelo Branco. No bairro fica o segundo Emissário Submarino de Praia Grande, que trata o esgoto das proximidades e o lança quatro quilômetros ao fundo do mar, ajudando a garantir a balneabilidade das praias. Tupi é delimitado pelo polígono formado pelos eixos das seguintes vias: Avenida Presidente Castelo Branco, Rua Osasco, Acesso SP 291/55, Rua Bacairis, Avenida Presidente Kennedy e Rua Caríbas. Idealizada logo após a morte do grupo “mamonas assassinas”, a praça dos Mamonas está situada no bairro. Com um espaço para lazer de 2.960 m2, a praça conta com pista de patinação, roller e skate, além de uma grande área verde e espaço para a terceira idade, além de playground para as crianças. O conjunto monumental localizado no meio da praça simboliza cada um dos membros da banda e cada peça, em tamanhos e cores diferentes, com cortes longitudinais, como se fosse uma grande flauta doce. Quando há rajadas de ventos, estes entram pela parte superior da tubulação e saem pelos cortes, produzindo diversos sons. JANEIRO/FEVEREIRO • 2016
Vista da praia em 1977, obras do emissário submarino. A vista dos morros lembra o Rio de Janeiro.
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Entretenimento Outra praça de destaque é a da Integração dos Bairros, ou também conhecida como Praça das Bolas. Localizada entre os bairros de Vila Tupi e Aviação, na avenida Presidente Kennedy. Presos a um único eixo, enormes tubos de luminárias contorcidas nas pontas, representam os bairros da cidade, que receberam cores com a implantação, em 1994, do Projeto Rumo. Possui pistas de patins e skates. Como acontece em outras praias, Tupi também recebe programação da Estação Verão, iniciativa da prefeitura para incentivar atividades físicas. Em plena areia são montadas barracas com instrutores especializados.
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Estação Verão na praia da Vila Tupi faz parte de um roteiro de esporte e lazer da temporada.
Show em arena montada na praia traz música e diversão também na Estação Verão.
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OCIAN
O bairro que nasceu Um arrojado empreendimento imobiliário, há 60 anos, deu início ao bairro que impulsionou a emancipação da cidade
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Netuno Com a entrega dos apartamentos, foi inaugurado em 1956, juntamente com a Cidade Ocian, o monumento de Netuno (Deus dos mares da mitologia Romana). Foi em volta desse monumento que a população de Praia Grande comemorou a vitória do plebiscito no qual disseram “sim” à emancipação político-administrativa. Ali também foi acesa uma fogueira comemorativa, marco da emancipação. A avenida Vicente de Carvalho é uma importante via de comércio hoje, mas as imediações da avenida Kennedy também atraiu inúmeros estabelecimentos como bancos, atacados, supermercados, padarias, bares, restaurantes e lojas de departamentos conhecidas. Cidade Ocian completa 60 anos agora em 2016 e os moradores estão preparando uma grande festa.
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dios. Andraus concebeu um lazer completo, com pracinhas e o Ocian Praia Clube (cujos compradores dos imóveis ganhavam um título), além da Igreja Nossa Senhora das Graças.
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A emancipação de Praia Grande, ocorrida há 49 anos, deve muito ao bairro Ocian. Foi ali, após a construção do conjunto de prédios denominado Cidade Ocian, onde empresários e políticos voltaram a articular a bem sucedida separação de São Vicente, num dos locais mais bem planejados do então distrito. Mas a história da Ocian começa nos tempos em que Praia Grande era composta de pequenas propriedades rurais e o bairro era conhecido como sítio Ubatuba. Em 1946, essas terras foram vendidas a Nagib Saeg, que posteriormente as transferiu à construtora Andraus. Inicia-se aí o projeto de Roberto Andraus, denominado Cidade Ocian. No dia 8 de maio de 1956 são terminadas as obras, composta de 22 edifícios com 1.530 apartamentos. No dia 27 de maio desse mesmo ano, Roberto Andraus entrega ao público os primeiros apartamentos em uma festividade que contou com a presença de várias personalidades e futuros proprietários. Também em 1956 é lançada a pedra fundamental da Igreja Nossa Senhora das Graças. A captação de água era feita através de 4.800 metros de tubulação que retirava o líquido do Rio Branco. E mais 12 poços artesianos de 90 metros de profundidade. Posteriormente, em 1962, foi erguida a caixa d´água (derrubada recentemente com grandes queixas dos saudosos moradores), tornando-se a principal abastecedora de água da Cidade Ocian até 1970, quando a Sabesp ficou responsável pela distribuição. A infraestrutura montada por Andraus permitiu que o empreendimento não fosse um mero condomínio fechado e sim o pivô de um processo de urbanização do bairro que se expandiu rápido a partir desses prédios e ruas planejadas. Não eram apenas os pré-
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cidade Aqui construíram-se sonhos infantis que ficaram para sempre na memória dos adultos de hoje.
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Operários na construção da Ocian: muitos deles permaneceram no bairro e prosperaram.
< A Ocian hoje abriga um importante trecho comercial nas avenidas Kennedy e Vicente de Carvalho.
Nos anos 50 o empreendimento era um lugar aprazível, longe dos grandes centros.
Fonte: Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
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Os prédios planejados por Andraus, com vista do Ocian Praia Clube: lazer completo.
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MIRIM
Futuro promissor Com a inauguração do Paço Municipal, a Vila Mirim ganhou um grande impulso econômico fortalecendo ainda mais o seu comércio
A partir de 1912, o número populacional do bairro cresce devido à implantação da Estrada de Ferro Santos-Juquiá, sendo feita nesse período a divisão e a venda dos lotes. Com a emancipação de Praia Grande, em 1967, o município começa a receber incentivos fiscais do Estado, entre eles a doação, através do então governador Carvalho Pinto, de uma faixa de terra que ia da praia à rodovia Padre Manuel da Nóbrega, para a Federação dos Trabalhadores do Estado de São Paulo, que inicia o projeto para a construção da avenida dos Sindicatos – com a distribuição equitativa para cada entidade sindical que pleiteou participação. A primei-
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Segundo a documentação disponível, a história da Vila Mirim inicia-se por volta de 1870, quando ainda era um sítio denominado Iboaçu, Emboaçu, ou Imbú-Açú, tendo como dono Francisco Antonio da Silva. Antes de sua morte, deixa um testamento onde entrega todo o seu patrimônio (terras, gado, dinheiro e carros de bois) aos seus 11 escravos, em 1870. Essa doação causa uma forte disputa pelas terras que perdurou durante décadas. O nome Imbú-Açú, de origem tupi, deriva da expressão “embuá grande” (espécie de lacraia, ou piolho de cobra), referindo-se à grande quantidade desses invertebrados no local.
Praia deserta (1966) e tranquilidade de uma vila isolada dos grandes centros.
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ra colônia construída foi a do Sindicato dos Trabalhadores na indústria Termo Elétrica de Campinas. Hoje, o bairro possui uma das maiores concentrações de colônias de férias da América Latina, com cerca de 30 prédios. Das 48 colônias de férias existentes na cidade, 31 localizam-se na avenida dos Sindicatos. Algumas delas oferecem aos hóspedes infraestrutura de hotéis cinco estrelas, com restaurante, bar, quadra poliesportiva salão de jogos, sauna e piscina. A estátua de Iemanjá, inaugurada em 1976, atrai grande número de devotos durante a festa anual da entidade que representa a rainha das águas no culto afrobrasileiro. A Festa de Iemanjá é uma grande atração, que une religiosidade e turismo, e comemorada desde 1953. Em louvor à entidade cultuada pelos praticantes do candomblé e umbanda, o evento acontece nos dois primeiros finais de semana de dezembro nas proximidades da estátua de Iemanjá. A instalação da sede da Prefeitura (1991), Palácio São Francisco de Assis, e do Terminal Tático, deram um impulso ao desenvolvimento do bairro. Além do Fórum, do ambulatório estadual AME e do Espaço Piaçabuçu, local de eventos, que aumentou o fluxo de pessoas na região. A sede administrativa do município está num ponto de igual distância entre as divisas de Mongaguá e São Vicente. Com grandes áreas para empreendimentos residenciais e comerciais, o bairro está atraindo grandes empresas e se transformando num novo ponto gastronômico diurno e noturno.
Fontes: Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes. Gazeta do Litoral, 14 a 16 de novembro de 2002.
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Festa de Iemanjá é a maior manifestação religiosa da região e atrai muitos turistas.
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Os primeiros núcleos habitacionais da Vila Mirim. Com o edifício Celimar em destaque.
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Mirim divisa com Caiçara, pequenas construções e muito verde.
Comércio forte no trecho já urbanizado da avenida Kennedy.
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Sede da prefeitura trouxe novo desenvolvimento ao bairro, atraindo comércio e moradores fixos.
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CAIÇARA
Loteamento trouxe Antigos sítios foram loteados pelo banco Novo Mundo gerando um novo e progressivo bairro
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bairro: Tubaiarú, Miú, Terras de João Cândido Pedrozo, Florisbela Maria de Souza, Vicente Francisco Cirino, Catarina Maria da Conceição, entre outros. A estrada de ferro, cuja estação local era a de Pedro Taques, ajudava a atrair turistas e compradores de lotes no bairro. Um desses investidores foi Dino Tognini que adquiriu diversos terrenos na vila em 1948, construindo sua casa de veraneio e mais tarde sua residência oficial. Convenceu amigos e parentes para investir no local, atraindo muitos compradores de sua família. Abriu ruas, construiu casas, colaborou com o início do núcleo residencial do Caiçara, bairro onde viveu seus últimos dias. AM
Sítios estiveram na origem de muitos bairros em Praia Grande. Inclusive o Caiçara, cujo loteamento pertencia ao banco Novo Mundo e que, antes da emancipação política da cidade, em 1967, comercializava as terras. Por volta de 1850, as terras eram anotadas em Registros Paroquiais. Muitos herdeiros eram analfabetos ou descendentes de ex-escravos e não tinham conhecimento da norma. Em 1914, o governo determinou que houvesse um registro de divisão de terras, que foram consideradas devolutas, ou seja, foram para a União. Após isso, acabaram divididas e vendidas, seguindo os loteamentos da época. Diversos sítios históricos contribuíram para o futuro
Um bairro tranquilo fora da temporada, mas com muitas atrações de lazer.
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Segundo algumas fontes, o loteador sobrevoou Paris e quis fazer a divisão das terras de maneira parecida. Assim, o bairro teve características diferenciadas na cidade, com projetos arquitetônicos especiais. A Igreja São Pedro Apóstolo foi inaugurada em 27 de julho de 1981. Essa igreja e a história da consagração de Praia Grande a São Pedro estão interligadas. Teve início após a emancipação. As comunidades não conseguiam decidir quem seria o padroeiro. A pedido dos pescadores, entre eles um fervoroso fiel e, inclusive, doador da área onde foi construída a igreja, foi solicitada pelo prefeito a consagração ao santo junto às autoridades religiosas. Em 16 de fevereiro de 2007 foi sancionada a Lei 1347, que oficializou as comemorações do Dia de São Pedro, padroeiro de Praia Grande todo dia 29 de julho. A estátua de São Pedro, na praça do seu nome, em tamanho natural, foi o último trabalho do artista plástico Daniel Gonzalez. Na mão esquerda, Pedro Apóstolo segura duas chaves, símbolos dos paraísos celestes e terrestres. Com a mão direita, a escultura exibe os dedos indicador e médio em riste, enquanto que o polegar abraça o anelar e o mínimo. É a representação da benção grega, simbolizando as duas características de cristo: sagrada e humana. A Feira de Artesanato, perto da praia, tornou-se um ponto de referência na cidade. E a Praça Nossa Senhora de Fátima é um ponto de festas, venda de salgados e doces, e um pequeno parque de diversões que atrai grande público nos finais de semana, feriados e período de férias. No Caiçara a maior parte das residências ainda é de veraneio, mas cresce a população fixa em busca de um bairro residencial ainda com muitas casas.
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urbanização
Feira de Artesanato, ponto de grande fluxo de turistas depois de pegar uma praia.
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Vila Caiçara em meados dos anos 70, com um antigo balneário e estacionamento para ônibus.
Atividades esportivas para a terceira idade na praia, perto do Espaço Conviver.
Festa Junina no Espaço Conviver, com suas quadras abertas e fechadas para esportes e eventos.
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Fontes: Gazeta do Litoral, 11 a 18 de dezembro de 2002 / 8 a 11 de dezembro de 1996. Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
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HISTÓRIA DOS BAIRROS
SOLEMAR
O berço da independ Em Solemar iniciou o primeiro movimento pela emancipação político-administrativa
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Solemar é o bairro limite com Mongaguá. A distância com São Vicente gerou a sensação de abandono pelos moradores na época de Praia Grande distrito. Por isso, os ideais de emancipação da cidade começaram a ser disseminados na região e bem antes da conquista, ocorrida em 1967. Havia já no início da década de 1950 um descontentamento da população do então bairro, diante dos poucos recursos destinados pela prefeitura vicentina no local. Em 1953 aconteceu o primeiro movimento pró-emancipação do distrito de Solemar, liderado por Júlio Secco de Carvalho, sem êxito.
Escola Municipal na Cidade da Criança. Espaço de ensino, cultura e lazer.
Solemar tornou-se distrito de São Vicente em 24 de dezembro de 1948. O bairro nasceu dentro de uma grande área remanescente da Mata Atlântica. Antes de 1926, Solemar era habitada por caiçaras e faz parte dos bairros mais antigos da cidade. A urbanização começou com o português Júlio Secco de Carvalho e sua esposa Maria da Costa Carvalho, que chegaram na região, habitada por caiçaras, em 1926. O casal comprou grandes áreas dominadas por densa vegetação, a fim de fornecer lenha para a Estrada de Ferro Sorocabana, trabalho que durou até a madeira esgotar. A partir desse momento, o português começou a lotear e doar terrenos, núcleo de uma próspera vila. Júlio Carvalho construiu uma
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moderna estação ferroviária, abriu ruas, edificou a primeira igreja do bairro, lutou pela instalação de um cartório e conseguiu que a vila de Solemar fosse elevada a distrito. No início, o bairro era chamado pelo nome indígena de Itinga, que também denominava o principal rio da área. Roças de bananal e mandioca predominavam paralelamente à exploração da madeira. Carros de boi eram vistos puxando redes de pesca. Mas sua origem, como de toda Praia Grande, é a picada usada por tropeiros sesmeiros e missões religiosas que vinham de outras paragens do litoral sul ou iam para a então Vila de Conceição de Itanhaém e Peruíbe. Em Solemar dos primórdios, existiu um posto de tropeiros à margem da picada que, posteriormente, veio a ser chamada de Caminho de Anchieta e, finalmente, Rodovia Pedro Taques (hoje SP-55, Rodovia Padre Manuel da Nóbrega). Seu primeiro impulso de desenvolvimento, pouco antes de Júlio Carvalho, deu-se a partir de 1912, na construção da Estrada de Ferro Santos-Juquiá. E a própria Ponte Pênsil, em 1914. Até então, o acesso à região era possível apenas através do caminho de tropeiros via marítima ou via férrea. Em 1964, começaram as atividades na Cidade da Criança, idealizada pelo presidente da Associação Protetora dos Menores de Santos, Wadih Pedro, com o objetivo de abrigar crianças e profissionaliza-las. Tal construção se deu com a doação de várias instituições e concursos que visavam arrecadar fundos para a concretização do projeto. A instituição foi erguida em terras doadas por Adriano Dias dos Santos. Posteriormente, a administração da Cidade da Criança passou para a prefeitura de Praia Grande. O aniversário de Solemar é comemorado em 18 de julho. JANEIRO/FEVEREIRO • 2016
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ência Afastado do centro da cidade, Solemar recebe visitantes marinhos periodicamente.
Programa Praia Limpa da Pé, da Prefeitura, faz a educação ambiental durante a temporada.
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Entre o mar e os morros, um visual de meados dos anos 70 mostra um loteamento já bem organizado.
Fontes: Gazeta de Praia Grande, 27 a 30 de julho de 1997. Gazeta do Litoral, 15 a 19 de fevereiro de 2003. Acervo do Museu da Cidade do Complexo Cultural Palácio das Artes.
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LEGISLATIVO
Tribuna de decisões Câmara Municipal de Praia Grande começou num prédio anexo ao da prefeitura e hoje conta com modernas instalações
A
A primeira legislatura da Câmara Municipal de Praia Grande teve início no dia 15 de novembro de 1968. Nove vereadores compuseram o Legislativo da Cidade, presidido por Aristeu Luz (cassado e substituído por Antonio Figueiroa), que foi seguido por Pablo Trevisan Perutich (1970) e Osvaldo Antonio Aranha (1972). Além deles, fizeram parte da primeira legislatura os vereadores: Cezário Reis Lima, Oswaldo Luiz Sanchez Toschi, Arnaldo Perticarati, Osmmar Matinatti, Luiz dos Santos Reis e Waldemar Murano. Ainda assumiram os suplentes: Elízio Záccaro, Antonio Figuerôa, Alberto Ferraro e Luiz Leite. Na época, a Câmara funcionava em prédio anexo ao da Prefeitura, na Praça 19 de Janeiro, bairro Boqueirão. Todos os parlamentares dividiam a mesma sala e havia um plenário para as sessões ordinárias. O Legislativo ganhou força e a Casa de Leis mudou para a Praça Vereador Vital Muniz, nº 1, onde funciona até os dias de hoje. O Palácio Petrônio Portella foi inaugurado pelo prefeito Dorivaldo Loria Junior, o Dozinho. O presidente da Câmara na época era Cezário Reis Lima.
Com o crescimento no número de vereadores e das atividades da Câmara Municipal, em 11 de dezembro de 1998, foi inaugurado o Anexo Ulisses Guimarães, pelo então prefeito Ricardo Yamauti. O presidente da Câmara era Alexandre Evaristo Cunha. O prédio ainda passou por uma reforma completa e foi reinaugurado em 2002, pelo presidente da Câmara, Esdras de Oliveira e Silva e o então prefeito Alberto Pereira Mourão. Depois de 33 anos, o plenário da Câmara, denominado Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, desde sua inauguração, ganhou novo nome. Em 2013, o Projeto de Resolução da vereadora Janaina Ballaris, batizou a sala onde são realizadas as sessões ordinárias de Emancipador Oswaldo Toschi. Atualmente, a Câmara conta com 17 parlamentares. Mas, já teve 19 membros durante quatro Legislaturas (de 1989 a 2003). De acordo com emenda à Lei Orgânica, aprovada em 2010, haverá aumento gradativo no número de cadeiras, a cada Legislatura, de duas em duas, até alcançar 21 vagas, o máximo previsto pela Constituição Federal, para municípios com o porte de Praia Grande. Fonte: Câmara Municipal de Praia Grande.
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Terreno no Boqueirão que futuramente abrigaria a sede da Câmara. 38
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Plenário da Câmara Municipal durante uma visita do prefeito Alberto Mourão.
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Solenidade da revitalização da Galeria dos Presidentes.
PRIMEIRA LEGISLATURA (1969)
Partido Votação
Cezário Reis Lima
(MDB)
240
Oswaldo Luiz Sanchez Toschi
(MDB)
204
Pablo Trevisan Perutich
(Arena)
138
Osvaldo Antonio Aranha
(MDB)
88
Arnaldo Perticarati
(Arena)
121
Osmmar Matinatti
(Arena)
166
Aristeu Luz
(Arena)
152
Luiz dos Santos Reis
(MDB)
92
Waldemar Murano
(Arena)
164
Elízio Záccaro
PMDB
76
Antonio Figuerôa
Arena
113
Alberto Ferraro
MDB
64
Luiz Leite
MDB
80
Suplentes que assumiram:
Palácio Petrônio Portella, sede do legislativo praiagrandense. JANEIRO/FEVEREIRO • 2016
JMR
Prefeito: Dorivaldo (Dozinho) Loria Jr Vice: Leopoldo Estásio Vanderlinde
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Nosso Esporte
Esporte com orgulho A história da Ginástica Artística de Praia Grande iniciou-se através da iniciativa da professora de educação física, Suzana Lourenço Afonso Sanches, em 2006, nas colônias de férias de nossa cidade. Foi a primeira professora a desenvolver um projeto neste gênero. Tudo começou com o sonho de levar a Ginástica Artística como uma atividade importante na formação das nossas crianças. Na época já havia procura da modalidade. A Persistência, dedicação e amor foram pontos primordiais e fizeram com que o poder público despertasse interesse em desenvolver essas atividades. Em 2007, Praia grande sediou os Jogos Abertos Regional, atraindo assim um grande investimento na área de esporte: foram construídos ginásios poliesportivos, quando o nosso esporte ganharia muito, não só no estímulo de grandes atletas futuros, mas também com a chegada do Super Escola implantado pela Secretaria da Educação em parceria com a Secretaria de Esportes. Em 2008 foi elaborado o concurso para área da GinástiTkuan Laia: futuro promissor com várias medalhas.
Camille Giovanini e o treinador Leandro.
ca Artística, resultando na contratação de professores e uma equipe técnica, onde traçaria um futuro promissor. Foi analisado o perfil de cada um, e teve a seleção de nossa primeira equipe que iniciou com 10 professores e 3 estagiários.
Suzana e Aline, primeiras professoras de ginástica da cidade.
Foi inaugurado o espaço Complexo de Ginástica Artística de Praia Grande, no bairro do Forte, começando a atender a crianças de 4 a 14 anos, e com muito esforço, treino e dedicação, foram surgindo os frutos promissores da nossa ginástica, que a curto prazo teve e tem um excelente retorno. Desde de 2008 a ginastica artística se classifica para os jogos abertos. Participou em Blumenau (SC) do torneio Nacional
Primeria equipe masculina de Praia Grande.
de Ginástica Artística; Campeonato Brasileiro; Campeonato Paulista pré-infantil; Sul-Americano, entre outros. Conquistando várias medalhas É bom lembrar que a nossa cidade é uma das poucas que recebeu 100% de investimentos do próprio município para a Ginástica artística. Hoje, a modalidade atende a 400 crianças, sob a tutela dos treinadores Luiz Carlos Mitio, Caio Américo e Leandro Heredia - que dedicam suas vidas, a esse esporte que leva e eleva a Praia Grande em um nível altíssimo de jo vens esportistas. E grande fruto gerado, entre muitos outros atletas promis sores: Tkuan Laia, que já participou das Sul-Americanas e várias competições; e a Camille Giovanini, Campeã Brasileira de 2015. A nossa Ginastica Artística já é grandiosa como diz Leandro Heredia, um dos técnicos da Equipe: “A sensação de orgulho é grande, quando nossos atletas conquistam um campeonato”.
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EDIÇÃO COMEMORATIVA • PRAIA GRANDE: 49 ANOS DE EMANCIPAÇÃO
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Registro oficial Dr. Marco Antônio Canelli. Esse nome é sinônimo de prestigio, trabalho e honradez em nossa cidade. Natural de batatais interior de são Paulo, sempre se dedicou aos serviços em cartório. Começou no cartório de sua própria cidade (Batatais, interior de São Paulo), em 1969. Jovem dedicado, ali iniciou, em 1971, sua carreira e percorreu uma linda trajetória de trabalho e desafios. Foi transferido para Araras, em 1979, e para o cartório de Jaú, mas o seu sonho com certeza era ter o seu próprio cartório. Para isso, cursou Direito e formou-se em 1980. De olho na realização de seu maior ideal, participou e foi aprovado no concurso do cartório de Praia Grande. Em 17 de agosto de 1993, foi inaugurado o Cartório de Registros de Imóveis Anexos, Títulos de Documentos e Protesto de Praia Grande Dr. Marco Antônio Canelli. Assim o novo empreendimento trouxe toda sua experiência anterior, implantando serviços com excelência de qualidade. Hoje 100% informatizado, para pessoa física e empresas, contando sempre com inovações, conta com 70 funcionários, uma grande família, sem dúvida. Muitos seguem carreira na advocacia. O horário de atendimento é das 9h às 16h. Endereço: Rua Fumio Miyazi, 355. Boqueirão. Telefone: (13) 3476-5100.
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Dr. Celso de Freitas, homenageia o colega, com uma placa e o nome Marco Antonio Canelli entitulando sua sala. Na foto, estão também Gonçalo Batista Benezes Filho e Franco Paes Pinto Antunes. Marco Antonio Canelli, recebendo homenagem.
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O empresário Bento Augusto da Cunha Santos, fundador do Instituto Você, comemorou seus 40 anos de vida, 20 deles dedicados à Programação Neurolinguística, prestando grande homenagem a família, amigos, franqueados e colabo radores. Em grande estilo, o Leader Business, que já transformou a vida de mais de 150 mil pessoas nos cursos e treinandos realizados em todo o Brasil, premiou os melhores do ano, entre treinadores, franqueados e pessoas que fazem parte desta história de sucesso. Sob o gerenciamento de Rogério Cavalcanti, a equipe da Baixada Santista se destacou na categoria unidades que mais cresceram em todo o Brasil. A atleta Liliane Barbosa, que busca vaga nas Olimpíadas 2016, foi homenageada por sua história de sucesso junto ao instituto. Os mais de 400 presentes se emocionaram com a homenagem mútua entre Bento Augusto e sua mãe, Ana Maria Cunha Santos. Após a premiação e as homenagens, a banda Serial Funkers, finalista do programa Superstar, da Rede Globo, agitou a pista de dança, ao lado do DJ Freddy. Representantes das unidades do Instituto VOCÊ celebraram o encerramento de um ano de sucesso e o início de outro ano que, como disse Bento Augusto, “será de grandes oportunidades”. O evento aconteceu no Interative Hall, em São José dos Campos, interior de São Paulo, na noite de quarta-feira, 20 de janeiro. Mais de 300 livros infantis arrecadados estão sendo doados para a Casa das Meninas e Meninos, que abriga crianças em situação de risco em São José dos Campos. Sobre o Instituto Você O Instituto VOCÊ é uma empresa brasileira especializada em treinamentos e cursos baseados nas técnicas da Programação Neurolinguística (PNL) e em quatro pilares do desenvolvimento humano: comunicação, autoestima, inteligência emocional e relacionamento intra e interpessoal. Idealizado em 1996 pelo psicanalista Bento Augusto, o Instituto VOCÊ é hoje uma das maiores e mais respeitadas empresas de treinamentos do Brasil, com 35 unidades no País e 50 treinadores altamente qualificados. Nossa equipe é
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Valéria Gonçalvez/Instituto Você
Rogério Cavalcanti, do Instituto Você, é premiado em evento nacional
composta por aproximadamente 500 consultores com formação em PNL e especialização em diversas áreas, distribuídos por todo o território brasileiro. Cerca de 150 mil pessoas já passaram pelos treinamentos e cursos do Instituto VOCÊ desde sua fundação, tornando-se multiplicadores da nossa missão: trabalhar pela valorização do ser humano, seu desenvolvimento contínuo, relacionamento interpessoal, cidadania e eficiência, tendo em vista seu crescimento pessoal e profissional. Mais informações: Instituto Você Baixada Santista Contato: (13) 3323-4922 Email: treinamentobaixadasantista@1234voce.com.br Site: www.1234voce.com.br Fanpage: www.facebook.com/voce1234 Instagram: @1234voce / @bentoaugusto
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