REVISTA
Edição Especial de Boas Festas
Lençóis Paulista
A serviço da comunidade.
Dezembro de 2010
Comércio
Conheça o resultado do Concurso de Vitrines e outros aspectos do comércio natalino Páginas 3 à 14
História
Onde surgiram os Reis Magos, Papai Noel, o Presépio e a Árvore de Natal?
Páginas 22 à 26
Social
Renato Teles e o casal Rosemir e Egle Amaral alegram o Natal da comunidade
Páginas 19 e 21
Religião
Descubra o nascimento de Cristo sob à ótica de evangélicos, católicos e espíritas
Páginas 27 à 31
Ana Júlia Teixeira é
A Garota da Capa
Páginas 13 e 14
Editorial
Por todos os corações do mundo
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e a correria da vida moderna faz com que dia após dia e semana após semana, os anos passem sem que a gente perceba, que este tempo de festas seja a celebração do despertar. O despertar de quem acordou para um mundo mais lúcido, sereno, culturalmente evoluído, com tolerância pelas diferenças e respeito às diversidades. Se, durante todo o ano, a pressão da vida moderna faz com que, todos os dias, a noite apareça com cara de crepúsculo da vida, que
neste tempo de alegrias, o raiar do sol seja a anunciação de novos ares, de um período de prosperidade e paz. A mesma paz de espírito que aquece o coração do bom, do fiel, do justo. Se o ano passa rápido e atropela nossos sonhos e planos no revirar das folhas do calendário, que este tempo de reflexão também sirva para a reunião de forças, para a comunhão de sonhos. Os sonhos de igualdade e fraternidade que uma vez a cada quatro estações voltam para inundar
todos os corações do planeta, quem sabe, do universo. Se naquele tempo, no ano zero da civilização, viajar cento e cinquenta quilômetros entre Nazaré e Belém era uma grande jornada, Maria e José não poderiam conceber que levavam consigo a semente da palavra de esperança e fé que, pouco tempo depois, seria a mais importante história da humanidade. Humanidade esta que deve tomar o Aniversariante deste tempo tão especial como o maior exemplo de
amor a ser seguido por todos os corações do mundo, livre de credos e religiões. Fazendo o bem como Ele fez e faz, simples e sempre. Movida por essa atmosfera que remete aos mais nobres dos sentimentos, a equipe da Revista O Comércio deseja aos parceiros, colaboradores e amigos um Natal de reflexão e fé. Um Novo Ano de plantio e boa colheita. Uma era que nos conduza a amplos e nobres horizontes onde imperem o bem, a justiça e a fraternidade. Boas festas!
R$ 3,00 Ano 1 Edição Nº 4
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A cidade e suas luzes Yes Deluxe, Style e XV Calçados foram as lojas mais votadas na segunda edição do Concurso de Vitrines Natalinas
Fotos: Fernanda Benedetti
Cristiano Guirado
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oi um sucesso a edição 2010 do Concurso de Vitrines Natalinas. Realizado pela parceria entre a Acilpa (Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista) e Casa da Cultura. O concurso – sob o tema “Natal na Cidade do Livro” – movimentou a comunidade e incentivou a indústria e comércio a iluminar suas fachadas ajudando a criar o clima de Natal. Neste ano, as lojas vencedoras foram Yes Deluxe, Style e XV Calçados. Segundo informações da Acilpa, 26 empresas se inscreveram no concurso. Todas as fachadas e vitrines foram fotografadas para a avaliação. A apreciação dos trabalhos foi feita por uma comissão julgadora formada por cinco membros e o resultado divulgado no último dia 8. Ainda de acordo com a organização do concurso, as vitrines foram avaliadas de acordo com dez critérios: fidelidade ao tema proposto, apelo de vendas, harmonia dos elementos utilizados, cuidado com o acabamento, aproveitamento do espaço, aproveitamento de produtos da loja na composição da vitrine, utilização de materiais de decoração ecologicamente corretos, beleza, originalidade e criatividade.
Yes Deluxe, Style e XV Calçados foram as três lojas premiadas na edição 2010 do Concurso de Vitrines Natalinas
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Visual de
fim de ano Escolher o que vestir nas festas de fim de ano costuma ser um sufoco? Para não errar, a dica é manter a harmonia com a ocasião e o ambiente Foto: Fernanda Benedetti
Dicas básicas ajudam a evitar um visual impróprio nas festas de fim de ano
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ão é de hoje que a agonia da escolha do melhor figurino para as festas de final de ano começa bem antes do Natal. Lojas cheias, gente tropeçando no seu pé e estacionamento sem vagas. Mas é depois de vencida essa etapa que começa o verdadeiro suplício: o que usar? Branco, azul, verde ou amarelo? Vestido ou calça? Brilho ou decote? Piscina dispensa roupa de gala? Algumas dicas selecionadas pela Revista O Comércio vão ajudar você a se sair bem em qualquer ambiente e não pagar aquele mico indesejável. A começar pela harmonia. Estar em harmonia com o local e a proposta da ocasião é fundamental. Em uma sofisticada festa noturna, o brilho é bem vindo.
Se a confraternização for em um sítio ou chácara, um visual mais esportivo. Vale lembrar que nos dias 24 e 31, vésperas de Natal e Ano Novo, respectivamente, a roupa é para noite. Nos dias 25 e 1º de janeiro, a festa é durante o dia. Se a noite de Natal for na casa da família, aposte em uma roupa com bom caimento, uma cor legal e acessórios que valorizam a produção. Tudo confortável. O Natal é uma noite para confraternizar e não se preocupar com decotes ou marcas indiscretas. Para o Réveillon na praia, use tecidos leves. Rasteirinhas ou chinelos são sempre bem-vindos para pular as sete ondinhas. Se for comemorar a virada em um clube, navio ou local mais sofisti-
cado, procure usar o branco ou prata. Bom senso também é importante. Um casal tem que se vestir em harmonia também, logo, não adianta a mulher sair toda produzida levando a tiracolo um homem em trajes sociais. Se um figurino destoar demais do outro, um dos dois acaba ficando constrangido. Se dar um mergulho for a ocasião, leve um maiô ou biquíni discretos e um kit com corretivo, pó compacto, batom, blush, lápis, rímel e sombra para quando sair da piscina. Se a piscina for apenas o cenário e não parte da festa, mantenha a distância. Nada pior do que cair na piscina sem que isso seja parte do roteiro previsto para a ocasião.
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Enfim, férias Viajar sempre é bom, mas é importante tomar algumas precauções para evitar dor de cabeça e poder curtir ao máximo o descanso merecido Fotos: ilustração
Seja para o Brasil, seja para o exterior, viajar pode reservar surpresas desagradáveis; prevenção é o melhor remédio
Cristiano Guirado
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ai viajar no Ano Novo? Seja para os pontos turísticos brasileiros, seja o exterior, é importante seguir uma metodologia de organização para evitar que a diversão das férias dê lugar a transtornos e até preocupações maiores. Tudo pode ser evitado com medidas simples e a Revista O Comércio preparou uma série delas pra você. A primeira dica é a escolha das roupas. Prefira roupas versáteis, que tomem pouco espaço e possibilitem combinações variadas. Quanto mais incrementada sua coleção de acessórios, menos roupas você vai precisar para montar visuais diferentes. Duas malas, no máximo, é
o que você deve levar. Separe as meias e peças íntimas em saquinhos plásticos ou distribua esses itens nos vãos que vão surgir entre as roupas na mala. Os cintos devem ser postos enrolados nesses mesmos espaços ou esticados por cima de tudo. Vai de avião? É importante levar uma bolsa de mão com uma muda de roupa, produtos de higiene, remédios e roupa de dormir. Em viagens para o exterior, carregue também a passagem e o passaporte. Identifique suas malas com o nome e número de telefone. Também é interessante ter algo que identifique a mala de longe, como uma fita amarrada na alça ou um adesivo. Se a viagem for de car-
ro, antes de tudo faça uma revisão no veículo. Freios, motor e suspensão são os itens que podem causar as maiores inconveniências. Também prepare a bolsa de mão com os mesmos produtos já citados, mas adicionando alimentos e água para o percurso. Chegando ao destino a primeira coisa a fazer é tirar da mala as roupas que amassem e as calças jeans. Para não bagunçar o quarto de hotel, itens mais pesados como secador, sapato e outros, devem ficar dentro da mala. Guarde as roupas sujas em sacos de tecido, separando-as das que ainda estão limpas. Roupas úmidas dentro da mala produzem mofo. Cheque tudo com antecedência, fique de olho nas dicas e boa viagem!
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A melhor escolha
Foto: Fernanda Benedetti
Ainda não comprou seus presentes de Natal? Calma! Cristiano Guirado
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scolher um presente é uma tarefa complicada. Presentear com bom gosto demanda tempo. Nem sempre é simples se lembrar de todas as pessoas especiais e escolher o presente que melhor se encaixe no perfil de cada uma, tudo isso levando em conta o quanto a pessoa vai poder gastar com isso. E, Natal após Natal, essa indecisão nos leva a adiar ao máximo o momento de comprar o presente e sem-
pre fica tudo para a última hora. Só quem já passou por isso pode dizer que não é por descaso nem por preguiça, mas sim, por dificuldade na hora de escolher. Ainda não comprou os presentes de sua lista? Calma. Ainda é possível fazer uma boa escolha sem perder o dia todo de loja em loja. Faltando poucos dias para o Natal, a tendência é que o comércio fique inundado de consumidores. Assim sendo, a objetividade passa a ser bastante importante. Portanto, se vo-
cê ainda não sabe quantas pessoas você vai presentear, passou da hora de decidir. Se for o caso, faça duas listas, uma com a família e amigos mais próximos, outra com aqueles para quem você quer mandar apenas uma lembrança. Feito isso, deixe que seu convívio e afinidade com cada um lhe diga qual o presente que vai causar melhor impressão. Se não conseguir chegar a uma conclusão, outras dicas podem ser valiosas. Por exemplo, evite ao máximo dar vales-presente.
Mesmo na última hora é possível fazer bons negócios nas compras de Natal
Eles podem dar a impressão de que você está desinteressado pela ocasião. Peças íntimas são bons presentes para pessoas de muita intimidade e mais ninguém. Você reduz a chance de erro se comprar um produto que a pessoa tenha boas possibilidades de trocar depois, como livros, CDs e DVDs. Outra possibili-
dade é escolher o presente entre grupos genéricos. Por exemplo, homens podem ganhar bebidas alcoólicas, carteiras, relógios e gravatas, sem falar que, em geral, são loucos por futebol. Já as mulheres ficariam muito felizes com jóias, celulares, bolsas e sapatos. Cada membro da sua lista deve ter, pelo menos,
duas opções de mimo. Essa precaução vai ajudar bastante na hora de decidir quanto você vai gastar com os presentes de final de ano. Sem falar que evita a surpresa desagradável que é descobrir que aquele produto que você pensa em comprar há duas semanas já está esgotado e só volta às prateleiras em janeiro. É importante lembrar que um presente com o qual a pessoa se identifica causa sempre mais impacto do que um presente caro. Delimitando sua busca, você evita ser mais um na multidão de gente comprando de última hora. A próxima dica é não exagerar nas contas. Um bom caminho é pesquisar todas as formas de pagamento antes de consolidar a compra.
EXPEDIENTE: EDITORA RESPONSÁVEL: Editora Centro Oeste; Cristiano Guirado Comunicação - ME. Rua Líbero Badaró, Nº 546, Centro, Lençóis Paulista | CNPJ: 12.374.239/0001-00. COMERCIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO: Bistrô Serviços de Publicidade Ltda. - ME. Rua 15 de Novembro, Nº 426, Sala 1, Centro, Lençóis Paulista | CNPJ: 10.744.028/0001-97. IMPRESSÃO: Jornal da Cidade de Bauru. TIRAGEM: 8.000 exemplares. CIRCULAÇÃO: Agudos, Borebi, Lençóis Paulista e Macatuba. DIREÇÃO GERAL: Anderson Prado de Lima. EDITOR CHEFE: Cristiano Guirado (MTB 44.324). FOTOGRAFIA: Fernanda Benedetti (MTB 55.117). DIAGRAMAÇÃO: Breno Medola. REVISTA O COMÉRCIO: (14) 3264-8187 e 3263-6886 | ocomercio@revistaocomercio.com.br | www.revistaocomercio.com.br. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, portanto, podem corresponder ou não à opinião desta revista.
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Beleza grega Lilica Ripilica aposta sua coleção verão 2011 em motivos gregos; o resultado é uma profusão de formas e cores Da Redação
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Edição Especial de Boas Festas não poderia deixar de homenagear o público que mais ama o Natal, as crianças. Ana Júlia Teixeira dos Santos é A Garota da Capa da Revista O Comércio, com apenas 10 anos, não se intimidou durante o ensaio realizado em estúdio pelos profissionais da Cíntia Fotografias. Vestindo Lilica Ripilica, a jovenzinha esbanjou sorrisos e doçura entre e durante os flashes. Também não se fez de rogada sob os cuida-
dos do Salão Paulinha Maciel Cabelo e Maquiagem. A grife mais conceitual do país para meninas, Lilica Ripilica, cedida pela Príncipe Shopping, se inspirou na Grécia para seu Verão 2011. A história, as cores, a tapeçaria e as paisagens já são suficientes para um deslumbre visual. A grife explora esses elementos e os transformam em uma coleção tão espetacular quanto este maravilhoso país europeu. Traduzindo tudo isso em looks ora casuais, ora românticos, ora superatuais.
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Foto: Cíntia Fotografias
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Foto: Cíntia Fotografias
Lilica Ripilica traz modelagens reformuladas e o jeanswear de cara nova, refrescada. O vermelho e o azul imperam na paleta de cores. O azul, aliás, promete ser o hit da temporada. O amarelo e o dourado aparecem em pequenos detalhes e emprestam um bri-
lho especial às peças, como se viu na página anterior. Notas náuticas também estão presentes. No final, os looks estão mais fofos e irresistíveis do que nunca. Use as nossas sugestões, invente as suas. A nova coleção da grife já está na Príncipe Shopping, explore-a!
Making Off
A garota da Capa :: Especial de Boas Festas ::
Roupas e calçados: Príncipe Shopping Maquiagem: Paulinha Maciel Fotografia: Cíntia Fotografias
Nome: Ana Júlia Teixeira dos Santos Aniversário: 12/06 (10 anos) Mãe: Taísa Carolina S. de Mello Pai: Kléber Teixeira dos Santos Programa de TV: High School Music Perfume: Egeu Signo: Gêmeos Hobby: Andar de bicicleta Música: Palácios e Castelos (Luan Santana) Prato: Macarrão Viagem dos Sonhos: Disney
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Um Natal solidário Renato Teles da Silva, 22 anos, fala sobre o trabalho de distribuir cestas básicas como voluntário da Ação da Cidadania; “fazer algo que melhore a sociedade é uma satisfação que não tem preço”, diz Foto: Fernanda Benedetti
Cristiano Guirado
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uem disse que o trabalho voluntário é coisa para quem tem bastante tempo livre? Renato Teles da Silva, 22 anos, sempre teve muito pouco. “Comecei o trabalho voluntário aos 12 anos, na Casa Mãe de Piedade. Ajudava a fazer comida. Com 16 anos eu entrei para a Legião Mirim e tive que parar, mas depois, consegui uma bolsa de estudos que exigia que eu desenvolvesse algum trabalho voluntário”, conta. Estudante universitário,
hoje ele corre para conciliar os estudos com o trabalho no laboratório de uma das grandes empresas de Lençóis Paulista. Mas pelo menos em um domingo do mês, ele arruma tempo para se tornar mais um entre centenas de voluntários do comitê lençoense da Ação da Cidadania Contra a Miséria, a Fome e Pela Vida. Trabalha na entrega dos alimentos para as famílias cadastradas na Vila Repke e no Jardim Primavera. Em entrevista à Revista O Comércio, Renato conta como o Natal interfere no seu
Roberto Teles da Silva (à direita) faz parte do corpo de voluntários do comitê lençoense da Ação da Cidadania
trabalho. No final do ano, a Ação da Cidadania consegue incrementar as cestas básicas para a comemoração e
faz dessa a melhor época para quem doa seu tempo para ajudar o próximo. “É muito gratificante poder entrar
na casa das pessoas levando a cesta. São duas vilas que tem muitas crianças e a alegria delas é algo emo-
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cionante”, afirmou. “Muitas vezes, em casa, cheguei a chorar lembrando desses momentos”, completa. Renato destaca que o Natal é uma espécie de presente para o voluntário. Mas que o trabalho faz bem o ano todo. “É uma satisfação muito grande, dá um bem-estar na pessoa. O retorno do voluntário é a chance de poder fazer algo para ajudar as pessoas”, diz. “É muito bom poder olhar para uma família que acabou de receber ajuda e saber que eu participei um pouco, me dá paz no espírito e me deixa mais tranquilo”, continua. Por essas e outras, Renato garante, seu Natal será muito bom. “Mas tenho certeza de que o Natal de muitas pessoas que eu ajudei será melhor que o meu. O impacto do trabalho da Ação da Cidadania é muito grande. E fazer algo que melhore a sociedade é uma satisfação que não tem preço”, finaliza.
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Por um Natal mais feliz Cristiano Guirado
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ara o casal Rosemir Amaral e Egle Aielo Amaral, coordenadores de Adultos da Igreja Presbiteriana Independente, o trabalho voluntário não é novidade, muito menos sazonal. “Fazemos trabalho social durante o ano todo. Arrecadamos leite para entidades assistenciais e servimos cerca de 240 litros de sopa por semana para famílias carentes do Jardim Primavera, Vila Repke e Vila da Prata”, conta Rosemir, em entrevista à Revista O Comércio. Para que o Natal não passasse batido no calendário de ações sociais, há quatro anos o grupo criou
Projeto Natal Feliz alegra cerca de 60 crianças na Vila Repke e na Vila da Prata; ação é coordenada pelo casal Egle e Rosemir, da Igreja Presbiteriana Independente Foto: Fernanda Benedetti
o projeto Natal Feliz, que apadrinha crianças carentes e arrecada cestas natalinas. “Nós conseguimos padrinhos e madrinhas para essas crianças, a maioria é o pessoal da igreja, alguns são de fora”, explica. “Cada padrinho ou madrinha prepara, por conta própria, uma sacola de Natal, com brinquedos, roupas, sapatos e um cartão de Natal. E marcamos uma data para a entrega”, completa. Na edição 2010 do projeto, a entrega foi feita no dia 18 de dezembro. O projeto contempla, apro-
O casal Egle e Rosemir coordena o Projeto Natal Feliz
ximadamente, 60 crianças da Vila Repke e Vila da Prata. Todas devidamente cadastradas e com as respectivas fichas técnicas. “Fazemos pesquisas nas casas para catalogar todas as crianças com idade entre zero e seis anos e em seu registro tem tudo, o nome, a idade, o número da roupa e o número do calçado”, afirmou. E, ainda segundo Rosemir, a hora de receber os presentes é sempre um momento especial. “Sempre fazemos uma programação rápida para marcar esse momento, mon-
tamos uma mesa com comida e enfeites, o coral de crianças da igreja entoa alguns cânticos natalinos”, conta. “Depois que as crianças comem, chamamos uma por uma para fazer a entrega dos brinquedos”, completa. No balanço geral, Rosemir garante: arrecadar e distribuir brinquedos para crianças carentes é tão compensador quanto é trabalhoso. Ele sabe e todos os padrinhos e madrinhas sabem, muitas dessas crianças passariam o Natal sem ganhar um brinquedo, não fosse pela ação do projeto Natal Feliz. “É um projeto que dá bastante trabalho organizar, mas é muito gratificante”, finaliza.
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A história por trás da fábula Foto: ilustração
Quando e como os povos começaram a comemorar o Natal? Cristiano Guirado
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istoriadores apontam para o ano 336, na cidade de Roma, como a data e o local onde o Natal começou a ser comemorado. Estudos indicam que o 25 de dezembro não é, literalmente, a data do nascimento de Jesus. A Igreja Católica escolheu a data para absover as festividades pagãs, organizadas por vários povos no solstício de inverno (que acontece por volta de 22 de dezembro no hemisfério norte). Em vez de proibir os tradicionais festivais, o Império Romano acabou moldando sua linguagem para a o cato-
licismo. A celebração foi instituída oficialmente pelo Papa Libério, no ano 354. Outro dado iteressante: Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Pelo simples motivo de que, em Nazaré, o ano termina em inverno, chove bastante e até neva. Logo, as paisagens descritas na Bíblia, como pastores ao ar livre durante as vigílias da noite, não seriam possíveis. Conta a Bíblia que, antes do nascimento de Jesus Cristo, o imperador romano Octávio César Augusto decretou que todos os habitantes do Império fossem se recensear, necessariamente, em sua cidade Natal. A lei obrigou Jo-
sé, com Maria, sua esposa grávida, a viajar de Nazaré, na Galiléia até Belém, na Judéia. Uma viagem de cerca de 150 quilômetros. Uma curiosidade: Jesus nasceu dois anos antes da morte de Heródes (que, temendo o Messias, teria mandado matar todas as crianças com até 2 anos). Heródes morreu por volta do ano 4 a.C. Outros importantes personagens natalinos, os Três Reis Magos, estavam lá. Mas não eram reis, e sim, sacerdotes astrólogos. Considerados sábios, eram conselheiros dos reis. Segundo historiadores, naquela época, especificamente, teriam
Os Reis Magos fazem parte do cenário cotidiano na capital do Rio Grande do Norte, Natal
vindo da Persa ou de Babilônia, seguindo um cometa ou estrela cadente. Não se sabe quantos são e quais eram seus nomes. Gaspar, Melchior e Baltazar já constavam em evangelhos apócrifos e deduz-se que são três pelos três tipos de presente.
Cartões
Os tradicionais “Cartões de Natal” surgiram em 1843, quando o inglês John Horley teve a idéia de desenhar, em papel, cenas de uma família comemorando a saúde de amigos ausentes; a partir
de 1851, os cartões passaram a ser impressos com temas natalinos.
Noite Feliz
A canção “NOITE FELIZ” foi composta em 1818, numa velha povoação alpina.
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Um velhinho
chamado Noel Quem é o Papai Noel? Saiba como essa figura dos gélidos países do hemisfério norte tomou conta do mundo na hora de comemorar o Natal Foto: ilustração
A Coca-Cola é a maior responsável pela propagação da versão atual do Papai Noel; antes o bom velhinho era representado nas cores marrom ou verde escuro
Cristiano Guirado
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origem do Papai Noel tem relação com São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira, na Turquia do século 14. Ele costumava ajudar, no anonimato, quem estivesse em dificuldades financeiras. O socorro vinha em um pequeno saco com moedas de ouro que costumava ser deixado nas chaminés. Segundo os estudiosos, o mito começou a ganhar o formato moderno depois que o professor de literatura grega de Nova Iorque, Clemente Clark Moore, escreveu um poema chamado “Uma visita de São Nicolau”. No texto, o bom velhinho chegava em um trenó puxado por renas e entrava pela chaminé para deixar um presente. Considerado um religioso muito acolhedor, São Nicolau tinha uma atenção es-
pecial para com os pobres e as crianças. A ele foram atribuídos uma série de milagres, que fez com que sua popularidade crescesse bastante, principalmente, como santo amigo das crianças. A Festa de São Nicolau, comemorada na Europa ocidental, também é parte interessante da lenda. Comemorada no dia 6 de dezembro (dia em que costumamos enfeitar nossas casas) a festa conta a lenda de três moças que não poderiam se casar porque seu pai não tinha condições de pagar seus dotes, na época, indispensáveis. Assim, a sorte delas estava lançada ao cruel destino de escravidão ou prostituição. Comovido com a situação, São Nicolau jogou três sacos de moedas de ouro pela chaminé da casa das moças e eles caíram dentro das meias das moças que estavam secando junto ao fogo da lareira.
Papai Noel & Coca-Cola Há um fundo de verdade no mito de que o Papai Noel teria sido inventado pela Coca-Cola. Até o final do século 19, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano. Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai
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O Presépio Criado por São Francisco de Assis, o presépio representa o nascimento do Menino Jesus, é quase tão presente nas casas de todo mundo quanto a Árvore de Natal
Foto: ilustação
Inventados por São Francisco de Assis, presépios ajudavam os povos a entender a história de Cristo
Cristiano Guirado
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les são um dos sonhos de consumo de quem quer ter uma casa enfeitada a rigor para o Natal. Muita gente não se sente com a missão cumprida se não conseguir ter um presépio em casa. E essa talvez seja a mais católica de todas as peculiaridades natalinas. O adorno remete ao nascimento do Menino Jesus, em uma manjedoura em Belém, na companhia de seus pais José e Maria. Também fazem parte do cenário, três sacerdotes vindos do oriente e guiados por uma estrela, que teriam oferecido ouro, incenso e mirra ao recém-nascido. Historiadores dão conta de que eles foram inventados por ninguém menos que o próprio São Francisco de Assis, em 1223, uma época em que esculturas e quadros que enfeitavam os
templos já eram usados para ensinar os fiéis. Esse cenário foi a inspiração para o religioso, que conseguiu permissão do Papa para montar um presépio de palha, com imagens da Sagrada Família (o Menino Jesus, José e Maria), um boi e um jumento vivo e vários outros animais. Usou como cena para a celebração de uma missa de Natal. Conta a história que, naquele ano, em vez de festejar a noite de Natal na Igreja, como era seu costume, São Francisco o fez na floresta de Greccio, na região da Península Itálica. O religioso teria se valido de tal encenação porque muitos camponeses não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus. O sucesso e a repercussão da ideia de São Francisco de Assis foram tão grandes que o conceito de presépio se espalhou rapidamente por toda a Itália.
O costume logo estava em todas as catedrais e mosteiros da Europa ainda durante a Idade Média. Com o passar do tempo, as casas mais nobres passaram a ter o seu presépio particular e não demorou muito até que as famílias mais pobres conseguissem adaptar o adorno à sua realidade.
O Menino Jesus
A palavra presépio significa “um lugar onde se recolhe o gado; curral, estábulo”. Antes dos presépios de São Francisco, os cristãos já celebravam a memória do nascimento de Jesus desde finais do século 3, com nascimento e adoração representados de outras maneiras. As primeiras imagens do que hoje conhecemos como presépio de natal foram criadas em mosaicos no interior de igrejas e templos no século 6.
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A árvore da vida
Foto: ilustração
das pelos cristãos da antiga Europa por serem as únicas árvores que continuavam verdes na imensidão da neve que cobre parte do continente no Natal. O carvalho também já foi usado de forma parecida. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diversos enfeites nos seus galhos para atrair de volta o espírito da natureza, que acreditavam ter fugido.
Como surgiu a Árvore de Natal? Fábulas sobre o mais famoso ornamento da maior celebração religiosa do mundo Cristiano Guirado
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odo mundo sabe, desde criança, quais são os enfeites que tomam conta da casa no Natal. Entre guirlandas e luzes, a Árvore de Natal é obrigatória na maior parte dos lares do mundo. De onde teria surgido – e o que representa – essa que é uma das mais fortes tradições da história da humanidade. Cientificamente falando, a maioria dos historiadores aponta para a Alemanha do século 16 como local e época para o surgimento da tradição. Três séculos depois o costume
chegou à França, Inglaterra e Estados Unidos, antes de se espapalhar pelo mundo. Mas, o interessante mesmo sobre as orígens da Árvore de Natal são suas fábulas. Uma delas – que coincide com as datas científicas – diz que, durante uma caminhada, Martinho Lutero teria olhado para o céu estrelado através de pinheiros que ladeavam a trilha. Tirou um galho, levou-o para a casa e resolveu enfeitá-lo, simbolizando a noite estrelada do nascimento do Menino Jesus. Uma delas diz que os povos da Escandinávia (região entre a Suécia e a
Noruega) eram adoradores das árvores e, quando se tornaram cristão, fizeram das árvores de folhas duras, partes importantes dos seus festivais cristãos. Outra versão interessante é bem mais antiga e diz que as primeiras árvores enfeitadas são presentes a Ninrode, governador da Babilônia e bisneto de Noé. Depois de morto, seu povo plantava uma árvore em cada aniversário de nascimento e acretiva-se que, nessa época, Ninrode visitava a árvore e deixava presentes nela. E por que o pinheiro? Foram as árvores escolhi-
Guirlandas & Luzes
A árvore enfeitada é o mais conhecido e utilizado enfeite de Natal
A guirlanda – em alguns lugares chamada de Coroa de Natal – é um memorial à vitalidade, comumente usados como oferendas. Também simbolizam as boas vindas, razão pela qual, geralmente, são colocadas nas portas. As velas – hoje substituídas pelas modernas luzes coloridas – são herança das celebrações romanas em homenagem a Saturno.
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A presença do Salvador
Para o Pastor da Igreja Presbiteriana Independente de Lençóis Paulista, Isaías Agostinho de Souza, celebrar o Natal é comemorar a presença de Cristo entre os povos; “é Deus que se faz homem por amor, para caminhar conosco na condição humana”, diz Foto: Fernanda Benedetti
Pastor Isaías Agostinho de Souza: “Entendemos Jesus Cristo como 100% divino e 100% homem”
Cristiano Guirado
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ntendemos o Natal como um período de memória, de lembrança da chegada de Jesus Salvador. Nós, presbiterianos, temos uma regra de fé, a gente vem desde antes, com pregações que remontam às profecias desde o Antigo Testamento. E vamos ligando essas profecias para refletir sobre o que representa a presença de Jesus nos nossos dias”. Assim, Isaías Agostinho de Souza, pastor da Igreja Presbiteriana Independente de Lençóis Paulista, resume o período natalino sob a ótica de sua crença. Em entrevista à equipe da Revista O Comércio, ele explica como sua comunidade comemora o Natal, tendo o nas-
cimento de Jesus Cristo como foco dos trabalhos. “Temos uma programação voltada para esse período, com cultos, um trabalho com o coral infantil e uma cantata de Natal, uma peça musical que conta toda a história, desde o início. É um trabalho de preparação ao longo do ano para uma agenda de apresentações no segundo semestre”, afirmou. Pastor Isaías ressalta que a parte festiva existe, mas sempre voltada para o culto. “Marcar a data é importante. Temos confraternizações nas quais evocamos o espírito da comunhão. No dia 24 temos um culto com a realização da Santa Ceia”, diz. Segundo ele, muitos fiéis costumam montar uma árvore de Na-
tal em casa, como símbolo do período, mas que não é regra. “Muita gente monta a árvore em casa, mas muitos também não montam. Eu, por exemplo, não tenho. A igreja não obriga nem proíbe”, explicou. “Mas o foco da nossa celebração é a presença de Jesus conosco. Entendemos que essa presença é a ação divina em processo inverso, é Deus que se fez homem por amor, para caminhar conosco na condição humana”, ressalta o pastor. “O Natal representa o momento em que Ele veio para restaurar o projeto da criação do mundo, dando ao homem igualdade. Entendemos Jesus Cristo como 100% divino e 100% homem”, finaliza.
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Lençóis Paulista Dezembro de 2010 Foto: Maiara Barreto / Jornal Tribuna
O Advento O Advento, um mês antes do Natal, marca a abertura do Ano Litúrgico da Igreja Católica com um tempo de alegria, em preparação para a chegada do Natal; “comemoramos essa data especial que é o nascimento do Messias”, diz o Padre Silvano Palmeira Cristiano Guirado
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Natal é tão importante que, em função dele, organizamos o Ano Litúrgico”, diz o Padre Silvano Palmeira, pároco de uma das comunidades católicas mais numerosas de Lençóis Paulista, a Paróquia Cristo Ressuscitado, na Cecap. Em entrevista à Revista O Comércio, ele explica como a Igreja Católica
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Padre Silvano Palmeira: “Comemoramos o nascimento de Jesus Cristo”
entende e celebra o Natal. “O Ano Litúrgico da Igreja Católica começa com o Advento, que tem início quatro domingos antes do Natal. O mundo todo celebra, como uma Quaresma, mas em um período mais curto. É um período de alegria pela aproximação do Natal. Nesses quatro domingos, temos missas que representam a preparação para a chegada do Menino
Jesus, com os temas Vigiai, Preparai-vos, Alegrai-vos e Convertei-vos. Temos também a tradicional Missa do Galo na véspera e a missa do dia 25”, conta. “Comemoramos o nascimento de Jesus Cristo, essa data especial que é a da vinda do Messias”, afirmou Padre Silvano. A pedido da nossa equipe de reportagem, ele comenta um símbolo típico do Natal, o
Papai Noel, e ressalta que, apesar das origens católicas na festa de São Nicolau, no Brasil, o tema não é tratado pela igreja. “Não trabalhamos a ideia. O Papai Noel é mais um símbolo popular, que tem bastante relação com a parte comercial do Natal. Para nós, o mais importante é o nascimento de Jesus. Padre Silvano também fala sobre a tradição dos presépios, um enfeite natalino de origem católica, mas que simpatizantes utilizam em diversas culturas diferentes. “Usamos o presépio para simbolizar o nascimento de Jesus Cristo. Todas as paróquias da cidade fizeram um presépio e, em nenhum deles, tem o Menino Jesus. Ele só será colocado na manjedoura na noite da véspera do Natal”, conta. “Simbolizamos essa questão do nascimento para lembrar que Ele nasceu pobre para dar exemplo ao mundo”, finaliza.
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O Aniversariante
em destaque
Para o presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Lençóis Paulista, José Antonio da Cruz, o Natal é tempo de refletir sobre o nascimento de Jesus Cristo; “independente das tradições, trazemos à lembrança a história de Jesus”, afirmou Foto: Fernanda Benedetti
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lgumas igrejas não comemoram o Natal ou não reconhecem o Natal como uma data cristã. Como evangélicos, vemos o Natal como a data mais importante para o Cristianismo”. Esse é o ponto de vista colocado pelo Pastor José Antonio da Cruz, presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Lençóis Paulista, ao ser perguntado pela equipe da Revista O Comércio sobre como as diferentes religiões enxergam o Natal. “Independente das tradições, trazemos à lembrança a história de Jesus. Procuramos falar bastante sobre o Seu nascimento, Seu ministério, Sua morte e Seu sacrifício para nos salvar”, afirmou. Para ele, festejos e trocas de presentes são elementos secundários. O mais importante é o estudo e a reflexão sobre a vida e obra de Jesus Cristo. “Os comes e bebes, a troca de presentes, tudo isso deve fazer parte. Mas o centro das atenções é o nascimento de Jesus. Para nós, o Natal é o despertar das famílias e devemos usar esse dia, essa época, para levar as pessoas a conhecer melhor o Aniversariante”, afirmou. Segundo o pastor, o Natal na casa de um evan“
Pastor José Antonio da Cruz: “o centro das atenções é o nascimento de Jesus”
gélico pode ter a árvore e outros enfeites. “Muitos usam a árvore, mas é opcional. O Natal de um evangélico é mais voltado para a reflexão e aprendizado”, diz. “Muitos usam sim os símbolos do Natal, mas nos atemos mais à comemoração com nossos entes queridos. Oramos e fazemos um culto voltado ao nascimento de Jesus Cristo”, completa. O Pastor Cruz também comenta outro símbolo famoso do período natalino.
“Para nós, o Papai Noel é um personagem que não faz muito sentido. É algo mais voltado para o apelo comercial que essa época tem. É complicado dizer para uma criança que, se ela for boazinha durante o ano o Papai Noel vai trazer um presente e, chega o Natal, não tem aquele presente”, considera. “A gente entende que essa é mais uma questão comercial e dizemos que, mais importante que o Papai Noel, é o Papai do Céu”, finaliza.
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O marco
dos tempos Espiritismo considera o Natal como acontecimento mais importante de todos os tempos; “É um momento em que o planeta está envolto em uma energia positiva muito grande que emana das pessoas”, diz Telma Gutierrez Foto: arquivo pessoal
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ara nós, o nascimento de Jesus Cristo é o evento mais importante de todos os tempos, de toda a história do mundo. Enquanto outras religiões falam de Sua morte, para nós, a Sua vinda foi a grande missão. Para nós, Jesus é um espírito evoluído, o governador do planeta. Não precisaria mais reencarnar e essa vinda foi o Seu sacrifício”. Assim, Thelma Gutierrez, membro da diretoria do Centro Espírita Antonio de Pádua, explica o Natal sob o ponto de vista do Espiritismo. Segundo ela, aproximadamente 300 pessoas em Lençóis Paulista são espíritas atuantes. A comemoração é à base de reflexão. As festas não fazem parte específica da tradição espírita. “Não temos um ritual específico de comemoração na casa espírita. Fazemos um sermão, algumas palestras e cantamos algumas canções para relembrar. Existe uma valorização pela elevação do pensamento”, afirmou, em entrevista à Revista O Comércio. Ainda segundo Telma, a religião não tem símbolos natalinos e, na hora de enfeitar a casa, o espírita ab-
Telma Gutierrez: “é o evento mais importante da história do mundo”
sorve elementos da cultura geral. “Enfeitamos nossa casa de acordo com a cultura de cada um. O presépio, por exemplo, é ligado à Igreja Católica, mas é bonito, bastante gente gosta. Eu tenho um em casa. Somos muito abertos a compartilhar com todas as religiões. O importante é a pessoa poder se encontrar. Tanto é que temos muitos curiosos que vão ao centro, tomam o passe, se interessam, gostam de ler livros espíritas e aprender sobre as filosofias do espiritismo, mas que não abandonam suas religiões”, completa.
Telma conta que, segundo a crença espírita, esse período de festas e reflexão que ronda o Natal e o Ano Novo é muito benéfico para os povos do mundo. “É um momento em que o planeta está envolto em uma energia positiva muito grande que emana das pessoas. A maioria dos povos comemora o Natal e, fazendo isso, as pessoas elevam o pensamento”, diz. “Acreditamos que essa energia sejam espíritos de luz, anjos que aproveitam essa concentração para ajudar ainda mais as pessoas”, finaliza.
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