ESPECIAL CIDADE DO LIVRO 2017

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LENÇÓIS PAULISTA « Abril de 2017 « Grátis « Ano 7 « Edição Nº 125 « Gente de verdade que faz a história acontecer!

Lençóis Paulista

159 ANOS A nossa história em fotos e

fatos que marcaram época






OPINIÃO E D I TO R I A L

ARTIGO

ANGELO FRANCHINI NETO Jornalista da Revista O Comércio

JULIANO SALVADOR GREGO é agente administrativo do Espaço Cultural Cidade do Livro

DÉCADAS DE OURO, PRATA E BRONZE

PRESERVANDO A HISTÓRIA DA CIDADE

Vamos viajar no tempo? Essa é a proposta da revista Cidade do Livro desse ano. Nós, da Revista O Comércio, queremos que você conheça, década a década, quais foram os principais personagens dos 159 anos de Lençóis Paulista (antes Lençóes e Ubirama) e os principais fatos que marcaram essa história maravilhosa. Assim como acontece em todas as edições de aniversário da nossa querida cidade, tivemos o prazer de conhecer mais um pouco da Cidade do Livro, Princesinha dos Canaviais ou Boca do Sertão, que teve como principal marca a luta de seu povo em busca do desenvolvimento. Alguns personagens merecem destaque, e o principal deles é, sem dúvida alguma, Alexandre Chitto. Nossa equipe passou um dia no Espaço Cultural Cidade do Livro e comprovou a importância do lençoense em diversas conquistas, como foi o caso do hospital, a elevação do município à Comarca e a principal reforma da igreja matriz.

Sou funcionário da Diretoria de Cultura há oito anos, a maior parte deles exercendo atividades na Biblioteca Municipal Orígenes Lessa, trabalhando com livros do acervo antigo e obras autografadas, além do atendimento ao leitor e, eventualmente, exercendo algumas tarefas específicas no Espaço Cultural “Cidade do Livro”. A partir do ano de 2016 acabei dedicando a maior parte do meu tempo ao Espaço Cultural, em decorrência da necessidade de uma equipe capacitada para a recuperação de todos os documentos em suporte papel do Museu Alexandre Chitto, que foram atingidos pela enchente deste mesmo ano. Terminada esta tarefa, fui novamente solicitado para integrar a equipe encarregada pelo projeto de digitalização inicial de 500 obras raras do acervo do Espaço Cultural, como contrapartida ao edital obtido junto a Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo. Atualmente, como funcionário exclusivo do Es-

Outra figura de destaque foi José Magnani. Além de também ter uma participação ativa na construção da igreja Nossa Senhora da Piedade, o padre doou terras para a construção da estrada de ferro Sorocabana. Como sabemos, a malha ferroviária foi essencial para a questão socioeconômica da região. Hoje, algumas pessoas se sentem incomodadas com o trem, que passa praticamente pelo centro da cidade, mas já imaginou se Magnani não tivesse feito a doação, o que seria de Lençóis Paulista? É a mesma coisa que pensar em Bauru sem a Noroeste do Brasil. Diante desse breve cenário, amigo leitor, fica claro que o lençoense foi quem construiu o seu município. E continua construindo, como é o caso das grandes indústrias “caseiras” que levam o nome da cidade para o mundo. Nós, lençoenses, temos a garra e a sabedoria de construirmos o próprio futuro. Uma boa leitura!

paço Cultural, estou trabalhando na higienização, reparo, acondicionamento e digitalização de todo o acervo do jornal O Eco, doado para o Espaço Cultural em junho de 2016. O objeto é disponibilizar todo esse acervo, desde a primeira edição de 1938, para consulta on-line e gratuita na nossa biblioteca digital, em comemoração aos 80 anos do jornal. Para 2018 está prevista a identificação, armazenando e backup digital de todas as fotos dos eventos oficiais da Prefeitura desde o ano 2000 até o ano 2016. Também trabalho diariamente com documentos históricos únicos, que registram toda a memória da nossa cidade, região e até do país. Posso resumir que o trabalho que exerço é minucioso, delicado e requer muita atenção, paciência e cuidado. Sinto-me privilegiado em poder aprender, recuperar e preservar nossa história, contribuindo com o meu trabalho, para que as futuras gerações possam ter acesso a esses materiais históricos incríveis.

EXPEDIENTE A REVISTA O COMÉRCIO é uma publicação de Ortega e Medola Publicidade LTDA ME. // CNPJ: 10.744.028/0001-97 DIRETORES Breno Corrêa Medola [breno@revistaocomercio.com.br] // Camilla Ortega Spíndola [camilla@revistaocomercio.com.br] DEPARTAMENTO COMERCIAL Patrícia Prado de Lima // Regina Mello // Ricardo Milanezzi JORNALISTA RESPONSÁVEL Angelo Franchini Neto [MTB 66.026/SP] REDAÇÃO Angelo Franchini Neto [MTB 66.026/SP] // Beatriz de Souza Vieira [MTB 81.167/SP] DIAGRAMAÇÃO E ARTE-FINAL Vinicius Humberto de Castro // Vitor Augusto Rodrigues FOTOGRAFIA Cíntia Fotografias FINANCEIRO E DISTRIBUIÇÃO Juraci Rodrigues TIRAGEM 5 mil unidades CIRCULAÇÃO Lençóis Paulista AGRADECIMENTO Espaço Cultural Cidade do Livro, João Thiago Domingues, José Lenci Neto, Leandro Orsi Brandi, Marcos Rogério Vieira, Monica Edo, Silviane Ap. S. Sanches Rodrigues, Stefano Jusepe Ferrati Rua Machado de Assis, nº 36 // Vila Antonieta I // Lençóis Paulista // CEP: 18.682-570 // (14) 3264-8187 // ocomercio@revistaocomercio.com.br // revistaocomercio.com.br. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, portanto, podem corresponder (ou não) à opinião desta revista. Data desta publicação: 26.ABR.17.

Lençóis PauLista, 159 Anos!

Cidade da Cultura, da Educação e do Desenvolvimento Fazendo hoje,

“Parabéns a todos os cidadãos que trabalham e contribuem com o desenvolvimento social e econômico da nossa cidade”

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cuidando do futuro! www.grupolwart.com.br www.lwart.com.br/blog

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L E N ÇÓ I S PAU L I S TA 159 A N O S

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O INÍCIO

LENÇÓIS PAULISTA E SEUS PRIMÓRDIOS Lençóes, como era chamada inicialmente, surgiu como um pequeno povoado, passou à freguesia, vila e logo se tornou município

T

udo começou no século 18, quando o governo colonial doou sesmarias acima da Serra de Botucatu, que era então a última área efetivamente ocupada em direção ao oeste paulista. É provável que os primeiros povoadores de Lençóes tenham vindo para a região nas primeiras décadas do século 19, entre 1800 e 1830. O registro de terras só passou a ser mais bem controlado a partir de 1859, então, é difícil determinar com precisão o início da povoação. O que se sabe é que em 1835, havia na

região acima da Serra de Botucatu algumas fazendas. Alguns de seus proprietários ou herdeiros se casaram e formaram outras fazendas na região. O capitão José Gomes Pinheiro esteve envolvido na revolta liberal de 1842, em Sorocaba, e precisou se refugiar, fugido da justiça, na sua fazenda Monte Alegre, distante de oito a dez léguas da atual Botucatu (de 52,8 a 66 quilômetros). Joaquim Gabriel de Oliveira Lima se tornaria proprietário da fazenda Faxinal. Ainda na primeira metade do séC1

C1

Mapas da Freguesia dos Lencóes, em 1858

• 15 de julho - Joaquim Gabriel de Oliveira Lima é nomeado subdelegado de polícia da Freguesia dos Lençóes.

• 23 de janeiro - É realizada a eleição de Juiz de Paz na Freguesia dos Lençóes.

1858

1859

1860

• Primeiros padres começam a vir para Freguesia dos Lençóes.

1861

1863

• José Florêncio do Amaral instala a primeira farmácia devidamente organizada.

1864

• 25 de abril - Freguesia dos Lençóes é elevada à categoria de vila pela Lei n7 90.

1865

• 12 de julho - Lençóes passa a ser município. • É instalada a primeira Câmara da Vila de Lençóes. • É criada a linha postal Botucatu - Lençóes.

• É realizado o primeiro casamento religioso. • Início do Ensino Primário.

1866

1868

C1 fotos Arquivo - Família Chitto

• 28 de abril - O povoado de Lençóes é elevado à categoria de freguesia. Coronel Joaquim Gabriel de Oliveira começa a construção da Igreja Matriz.

• Novembro - Francisco Rodrigues de Campos registrou em Lençóes a venda de vários lotes de terras próximas ao Rio Batalha, dos quais teria tomado posse entre 1830 e 1835.

culo 19, outros moradores se fixaram nas terras banhadas pelo Rio Lençóis. José Pedroso do Amaral foi um deles. Em 22 de julho de 1858, quase dois meses depois do Bairro de Lençóes ser elevado à freguesia, oito proprietários doaram uma vasta área compreendida entre os rios Lençóis e da Prata para a constituição do patrimônio de Nossa Senhora da Piedade, padroeira da paróquia de Lençóes. A participação dos mineiros foi importante no povoamento da região de Lençóes. Eles vinham do sul de Minas, de cidades como Pouso Alegre, Passos, Camanducaia, Caldas, Cabo Verde, Santa Rita do Rio Claro, entre outras. Um deles, José Teodoro de Souza, tornou-se figura quase lendária pelas andanças que realizou na região, fundando povoados, abrindo caminhos e trazendo povoadores de Pouso Alegre, onde morava antes de se aventurar pelo sertão paulista. Entre 1876 e 1877, das 234 crianças registradas, 82 tinham os pais procedentes de Minas, 123 de outras localidades de São Paulo e apenas 15 pais nascidos em Lençóes.

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VARÍOLA

UM MEDO CHAMADO VARÍOLA

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Planta da cidade em 1894, feita pelo agrimensor Ismael Marinho Falcão

Doença temida no Brasil da época acendeu o sinal vermelho na saúde local, que não contava com médicos especializados

C1

A

varíola - ou “peste das bexigas”- foi a mais mortal das doenças que atacaram os habitantes do Brasil nos tempos passados. Vinda da Europa e da África, onde era endêmica, espalhou-se por todo o Brasil em surtos já a partir do século 16. No início da década de 1870, a varíola chegou a Lençóes e se alastrou, alarmando a população e as autoridades. Em outubro do mesmo ano, a Câmara Municipal constatava a existência de um doente no bairro dos Martins, distante da vila a três léguas, e so-

• É colocado um sino no posto policial para anunciar as horas na cidade e a fuga de presos.

• Estrada de Ferro Sorocabana chega a Boituva rumo a Lençóes.

• Decreto autoriza a navegação fluvial, que compreendia o Rio Piracicaba e o terminal no Porto Lençóes. • Lençóes era o Quartel do Comando Superior.

• A Junta Central de Hygiene Pública do Rio de Janeiro expediu uma ordem para o fechamento da farmácia de Florêncio, sob a alegação de que ele não era “pharmaceutico” formado, nem licenciado. Em setembro daquele ano, a botica (farmácia) de Florêncio já estava fechada.

• Aprovado o Código de Postura Municipal. • Inaugurada a iluminação na Vila de Lençóes: lampiões e querosene.

1872

1873

1874

1875

• 1 de fevereiro - Câmara envia ofício ao presidente da província pleiteando a comarca para Lençóes. • 7 de maio - Lençóes consegue sua emancipação política com elevação do município à categoria de comarca. • 23 de outubro - A comarca instalada oficialmente, tendo como primeiro juiz nomeado pela princesa Izabel, o bacharel Joaquim Antonio do Amaral Gurgel. O primeiro promotor é Simões Eugênio de Oliveira Lima.

1877

C1 Arquivo pessoal - Olinda Simioni

1870

Mapa da Província de São Paulo, 1878

licitava às autoridades provinciais recursos para evitar a propagação da doença. Poucos dias depois, a doença matou a jovem Teresa Maria de Jesus, a primeira vítima da varíola, aos 24 anos. Por causa do risco de contágio, ela não pôde ser enterrada no cemitério da vila.O delegado de polícia, Joaquim Moreira Machado de Oliveira, estava convencido de que a varíola havia chegado à Vila de Lençóes, trazida por um “preto” vindo de Piracicaba. Sem médicos habilitados no povoado, a autoridade policial e a Câmara de Vereadores tratavam das providências para conter as doenças. No caso da varíola, o delegado providenciou enfermeiros, farmácia e até curandeiros. O tratamento de um paciente acometido da peste foi causa de uma discussão que chegou até a Corte do Rio de Janeiro e culminou com o fechamento de uma botica (farmácia) na Vila de Lençóes. O delegado Moreira solicitou a Francisco Telles do Nascimento, que residia em Lençóes e se auto-intitulava “Medico-Cirurgyco-Pratico”, que tratasse de um enfermo, João de Barros, que estava alojado na casa do farmacêutico José Florêncio de Oliveira. Telles encontrou o enfermo em estado deplorável e julgou que o fato se devia às más aplicações feitas por Florêncio, a quem Telles acusava de não ter prática em medicina e de confundir varíola com tifo.

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IGREJA PRESBITERIANA

PROTAGONISTA DA HISTÓRIA LENÇOENSE

Igreja Presbiteriana Independente participou ativamente do desenvolvimento de Lençóis Paulista

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m maio de 1868, o padre Antonio de Sant’anna Ribas Sandim, primeiro pároco da cidade, estava de partida e pediu exoneração do cargo de inspetor de Instrução Pública de Lençóes. O novo pároco, Carlos José Rodrigues Jalles, não aceitou a escolha do novo profissional, José Alvim de Palma, pelo fato de ele ser presbiteriano. Esse fato foi determinante para, em 1880, ser inaugurada a primeira Igreja Presbiteriana da cidade. No dia 23 de abril de 1882, aconteceu o primeiro batismo presbiteriano. O novo membro da igreja era de Zacariah, filho de Antonio de Prado e Ana Paulina Cerqueira, enquanto o pastor era George Anderson Landes. Em 18 de setembro do mesmo ano, aconteceu o primeiro casamento em templo presbiteriano. Sob o pastorado de Landes, os noivos foram Pedro Garcia de Magalhães e Virgínia Ferreira Coutinho. Ele com 20 anos e ela com 14 anos. Em 18 de novembro de 1883, aconteceu um escândalo envolvendo a igreja que se

• Templo da primeira Igreja Presbiteriana da cidade é inaugurado, sob o comando do reverendo norte-americano George Whitehill Chamberlain, que anos depois fundaria a Universidade Mackenzie, em São Paulo.

C1

que o conflito tivesse piores consequências. Mais tarde, em 1901, a igreja contou com os trabalhos do pastor Vicente Themudo Lessa, pai do escritor ilustre da cidade, Orígenes Lessa.

Igreja Presbiteriana Independente tem 136 anos de história em Lençóis Paulista

• 18 de setembro - Acontece o primeiro casamento em templo presbiteriano. Sob o pastorado de Landes, os noivos foram Pedro Garcia de Magalhães e Virginia Ferreira Coutinho, ele com 20 anos e ela com 14.

• Iniciada a construção da igreja de madeira São Benedito, na Prata, que por um período seria a matriz.

• Envio do pala urbano de Lençóes ao governo da província.

• 18 de novembro - Câmara de Lençóes de reúne em Sessão Extraordinária para tratar da Proclamação da República. • Família Casagrande começa a produção de vinho artesanal; mais tarde, se estabeleceriam em Lençóes.

1882

1885

1887

1889

C1 fotos Divulgação

1880

arrastou por quatro anos na justiça de Lençóes. Landes casou os jovens Pedro e Maria, na Vila de Santa Cruz do Rio Pardo, ambos menores de idade e católicos. Ele negro, ela branca. O pai do noivo, Jesuíno Severino da Cunha, foi acusado de seduzir a noiva para o casamento, realizado sem autorização legal (os noivos eram menores de idade). O pai e a madrinha da jovem, que não aceitavam o casamento, procuraram a justiça. O pastor foi preso e, em 26 de dezembro de 1885, julgado e absolvido. Apesar da oposição religiosa, o vigário da vila, Bartholomeu Comenale, e o coronel Emygdio José da Piedade evitaram

C1

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ESTRADA DE FERRO

DESBRAVANDO A BOCA DO SERTÃO

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Com o declínio da navegação fluvial, estradas de ferro assumiram o papel de transportar as riquezas e o povo de Lençóes e região

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omo se sabe, as ferrovias foram importantíssimas para o desenvolvimento de cidades da região, pois muitas empresas e vilas se instalavam nas proximidades das malhas justamente pela facilidade de transporte de produtos, e com Lençóis Paulista não foi diferente. Mas antes de falar sobre a estrada de ferro propriamente dita, é importante entender o cenário do transporte naquela época. Por volta de 1870, o Governo Imperial demonstra interesse em efetuar navegação dos rios Tietê e Paraná. Um decreto de 1873 concede ao senador Barão Souza Queiroz e a João Luiz Germano Brunhs a autorização para organizarem a tal navegação. A empresa particular de nome Companhia de Navegação Fluvial Paulista assu-

• Governador Francisco Glicério manda abrir uma estrada que ligava os campos de Lençóes e alto Paraná.

1892

C1

C1

• Dr. Paschoal Cupello abre a primeira clínica da cidade.

1894

• Circo, diversão popular, aparece na Vila de Lençóes.

1895

• São nomeadas as primeiras ruas da cidade.

1896

• 29 de agosto - Inauguração da estrada de ferro e das estações em Lençóes, Virgílio Rocha e no distrito de Capela da Areia Branca (atual Alfredo Guedes). • Nasce o Clube 31 de Janeiro, destinado a reuniões sociais e festas dançantes.

1898

• Genaro Gandi era fabricante de cerveja na vila Lençóes, tendo ainda filial em Agudos. • Lençóes perde a comarca, transferida para Agudos.

1899

C1 fotos Arquivo - Família Chitto

1890

• 22 de maio - Comissão envia requerimento ao intendente para adquirir uma data de terra, onde seria edificado um prédio à Rua Anita Garibaldi, nº 291.

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me o trajeto, que seria feito a vapor. A linha compreendia entre o porto no Rio Piracicaba e o Porto Lençóes. Em 1989, existiam cinco vapores, 20 lanchas, 382 passageiros e 1.848 toneladas de mercadorias. No entanto, em 1900 a navegação fluvial começa a entrar em declínio, principalmente com a chegada da estrada de ferro. Fundada em 1872, a Companhia Sorocabana chega a Boituva em 1872 e começa a se alastrar pela região, inclusive por Lençóes. Inicialmente, a construção era descartada, mas, por influência do Padre José Magnani (que doou o terreno para a construção da estação), o sonho se tornou realidade. A obra foi edificada pelo empreiteiro responsável João Baccili. Além de supervisionar a construção, ele também erguia pequenas estações ao longo do percurso. A inauguração da estação aconteceu em 29 de agosto de 1898. O movimento era intenso, havia trens diurnos e noturnos, com vagões de 1ª e 2ª classes. A primeira estação ferroviária de Lençóes ficou em atividade até 1938, quando foi construída outra estação mais ampla nas proximidades. Em 1971, a Estrada de Ferro Sorocabana mudou de nome para Fepasa (Ferrovias Paulista LTDA). Já no ano de 1998, a Fepasa cessou definitivamente o transporte de passageiros, servindo apenas como transporte de carga, atividade que segue até os dias atuais em ritmo lento e pouco produtivo.

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CACHAÇA

TERRA DA BOA CACHAÇA

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Engenhos que produziam pinga, rapadura e açúcar foram os precursores das usinas de cana de açúcar na cidade C1

• Começa o declínio da navegação fluvial, principalmente com a chegada da estrada de ferro.

1901

• População na cidade era de 6 mil pessoas.

1902

• 12 de julho Nasce Orígenes Lessa.

• Primeira loja na Rua 15 de Novembro: Armazém de Secos e Molhados de Antônio Frettegotto.

• Construção do primeiro matadouro de Felício Castiglione. • Instalação da primeira linha telefônica. • Fundada a Corporação Musical “Giuseppe Verdi”, no bairro da Rocinha, habitado por imigrantes italianos, os cremoneses. • Construído o chafariz Biquinha, que abasteceu a cidade por anos. • Sociedade Italiana é oficialmente inaugurada. • Nasce o engenho São Luiz.

• 1ª enchente registrada. • Dois senhores idealizam a construção de uma capela no Bairro Corvo Branco. • Intendente Coronel Virgílio de Oliveira Rocha contrata a instalação da rede telefônica.

• Primeiro contrato com a empresa Luza e Forçam de São Paulo para fornecer energia elétrica à cidade.

1903

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C1 fotos Arquivo - Família Chitto

1900

• Pela lei n7 54 de 20 de fevereiro, o ensino passou a ser obrigatório em todo o município de Lençóes. • A Igreja Presbiteriana é assumida por Vicente Themudo Lessa, pai do escritor Orígenes Lessa. • 1º contrato para sargetamento e abaulamento de alamedas. • Nasce Alexandre Chitto, no Bairro da Rocinha.

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cana de açúcar foi um dos primeiros produtos de exportação no país. Em São Paulo, a cultura ganhou impulso por volta de 1938, na região de Sorocaba. Na época, o café é que dominava as terras locais e a cana tinha a função secundária, apenas para a produção de açúcar e aguardente. Em 1867 já existiam plantações em Lençóis Paulista, com pequenos engenhos que produziam rapadura e açúcar apenas para suprir as necessidades da região. Para se ter uma ideia do início tímido da cultura, em 1886 a cidade tinha 15 fazendas de café e apenas duas de cana de açúcar. O primeiro registro da atividade cachaceira é datado de 1906. José Zillo e seus irmãos fundaram o engenho São Luiz, no bairro Rocinha. Mais tarde, a cidade viria a ser a pioneira da indústria sucroenergética, com pequenos engenhos de fabricação de cachaça. A bebida, conhecida pela sua qualidade incomparável, era vendida em todo o interior paulista pelos próprios produtores. A partir de 1910, com o crescimento da economia paulista, muitos engenhos de aguardente do interior começam a se tornar usinas de açúcar. A Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) havia devastado a indústria do açúcar na Europa, e o preço do produto disparou no mercado internacional. Outro fato importante na história foi a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, época em que os Estados Unidos diminuíram drasticamente a compra do café em nosso país. Tudo isso fez com que a cultura da cana ganhasse força no Brasil. Com a expansão do ciclo da cana e do etanol, Lençóis Paulista ficou conhecida como a “Princesa dos Canaviais”, proporcionando o surgimento de outros ramos industriais. Prova de que a cachaça foi a mola propulsora da economia local.

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IGREJA MATRIZ C2

TIJOLO A TIJOLO Matriz Nossa Senhora da Piedade precisou enfrentar diversas adversidades para ser erguida; Padre Magnani foi fundamental nesse processo • Segundo contrato com a empresa Luz e Força de São Paulo para fornecer energia elétrica à cidade (prazo de dez anos).

1912

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ossa Senhora da Piedade é padroeira de Lençóis Paulista desde 1858. Presume-se que no mesmo ano já existia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade. Não se sabe em que ano ela foi erguida, mas os primeiros registros dizem que era de madeira, rústica e pequena, no alto da cidade, e não comportava o número de fiéis da localidade. Apesar de existir, a construção da matriz

• Coronel Virgílio Rocha planeja a construção da escola Esperança de Oliveira.

1913

(deixada por Coronel Joaquim Gabriel de Oliveira Lima) sempre esteve inacabada por motivos financeiros. No entanto, o padre José Magnani assumiu a tarefa de finalizar a obra. Ele instalou uma olaria especialmente para a produção de tijolos e telhas para a matriz. Era diferente para a época, pois as paredes estavam acostumadas a serem de taipa, misturando barro, areia e fibras. Em 1889, a edificação seguia em passos vagarosos. A planta era simples, em formato retangular, um só corpo e sem torre para embelezá-la. Padre Magnani tinha ideais políticos polêmicos e por isso sofreu um atentado em 1889. Assim, foi demitido na cidade.

• Morador de Lençóes, Lázaro Mazzochi, conhecido como Lazzarin, vai à Guerra Mundial como voluntário. • Inauguração do Grupo Escolar Lençóes (hoje, Esperança de Oliveira). • O escotismo chega a Lençóes.

1914

• Obras da Matriz Nossa Senhora da Piedade são finalizadas e entregues aos fiéis.

1915

Em 1901, a construção ainda estava em atraso. Anos depois, em 1905, há registros de uma nova igreja iniciada por Magnani, que havia sido levantada, mas ainda não estava pronta. Apenas em 1915 ela foi inaugurada. Em 1931, sob orientação do Vigário Francisco Toussaint, a igreja passou por uma reforma. Uma nova imagem foi colocada, substituindo a primeira. A igreja-matriz, tal como ela está hoje, teve sua construção idealizada e iniciada por Padre Salústio Rodrigues Machado, com a pedra fundamental colocada em 30 de junho de 1940. Foi inaugurada por ele próprio em 1953.

• Registrada uma das maiores geadas da história do município, afetando diretamente a agricultura local. • Capela da Areia Branca tem seu nome alterado para Alfredo Guedes. • Chegada dos imigrantes japoneses.

1918

• Luiz Paccola e José Zillo se tornam revendedores Ford.

1919

C1 Arquivo pessoal - Armando Caversan // C2 Arquivo pessoal - Leandro Orsi

1910

• Luiz Borin e Francisco Fole introduzem o primeiro veículo em Lençóes.

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IMPRENSA

DIREITO DE RESPOSTA

Jornais impressos tiveram papel fundamental em conquistas que marcaram época na cidade

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N

a década de 20, o Brasil vivia uma transição rumo à crise e à industrialização. Era um momento importante da história, por isso os veículos impressos começaram a ganhar força nos quatro cantos do país. Um momento mágico para a imprensa nacional. Sob a direção do padre José Magnani, Fiat Lux foi o primeiro jornal que circulou em Lençóes, quando ainda era uma pequena vila. Logo outros veículos começaram a circular, começando a dar ao município a fama de uma cidade bem informada e com opinião forte sobre os mais diversos assuntos. Os primórdios foram: O Trovão (jornal crítico), O Indicador (destinado à propaganda), O Lençóes (que teve a sua sede onde hoje é a Rua Geraldo Pereira de Barros), Jornal de Lençóes (órgão a serviço do Partido Republicano Lençoense) e O Regional (fundado por Clóvis Bertolini). Mais tarde, Tribuna Lençoense, Correio de Lençóis e Folha Popular foram outros jornais de sucesso. Na década seguinte, surgiu o jornal E’cho, que logo mudaria o seu nome para O Eco. Teve como fundador Alexandre Chitto, sem dúvida alguma o maior responsável pela preservação da historia local e também um dos grandes incentivadores do desenvolvimento na cidade. Em

suas páginas, Chitto lançava discussões sobre demandas da sociedade local, que mais tarde viriam a ser atendidas. Dois grandes exemplos são o Hospital Nossa Senhora da Piedade e a busca incessante pelo grau de comarca. Chitto esteve à frente do semanário de 1938 a 1979.

• Padre Salomão traz para Lençóes o primeiro rádio. • Cine Ideal é construído em frente ao Ubirama Tênis Clube.

• 22 de dezembro - através de lei, Borebi passa a ser distrito de Lençóes.

• Equipe Flor de Mocidade de futebol deixa de existir e se transforma em AAL (Associação Atlética Lençoense).

1920

1921

1922

1923

• Surge o informe publicitário Indicador.

1924

• Instalado o Marco Zero.

1925

• Obras da adutora Marimbondo são retomadas. • Professor Henrique Richetti e escoteiros da cidade (só da ala masculina) realizam excursão até São Paulo, percurso vencido a pé em uma viagem que durou 16 dias. • É criado o jornal O Lençóes.

1926

• Nasce o Jornal de Lençóes.

1928

C1 Arquivo - Espaço Cultural Cidade do Livro // C2 Arquivo - Família Chitto

• Fábrica de macarrão Ciccone se instala na cidade. Posteriormente, foi vendida para Antônio Segalla e chamou-se Pastifício Segalla. • Surge o Clube Recreativo Lençoense.

Alexandre Chitto, o maior nome da imprensa da história de Lençóis Paulista

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HOSPITAL

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o começo da década de 30, a cidade ainda não contava com um hospital. Além do desconforto da viagem, nem sempre o atendimento era feito a tempo de salvar vidas. As discussões em torno da necessidade de um hospital ganham contornos práticos em 1936, quando foi autorizada a doação de um terreno para a obra e o repasse de 20 contos de reis para o início da construção. Infelizmente, um acontecimento trágico apressou as obras. Em 3 de abril de 1938, falece a menina Myrian Garrido, que necessitando de cirurgia urgente, foi levada a Agudos, mas não suportou a viagem. A partir daí começa a campanha em prol à construção de um hospital na cidade. No mesmo mês, um grupo de senhoras deu início a uma campanha através do semanário E’cho em prol à construção urgente. Alexandre Chitto, fundador do jornal, abraçou a ideia. Logo as doações começaram a chegar, tanto de políticos influentes na região quanto de comerciantes e empresários da cidade. Em 25 de janeiro de 1944, o Hospital Nossa Senhora da Piedade foi inaugurado, com missa campal rezada pelo padre Salústio Rodrigues Machado. O diretor clínico do hospital, que era o prefeito Antonio Leão Tocci, fez em público o pagamento final da construção ao engenheiro José Carrilho Ruiz. Geraldo Pereira de Barros, Gino Augusto Antonio Bosi, Jácomo Nicolau Paccola, Lina Bosi Canova, José Garrido Gil e o padre Salústio Rodrigues Machado também integraram a primeira diretoria. A primeira cirurgia foi realizada no dia 17 de fevereiro de 1944 e foi registrada em filme por João Moura Camargo. A paciente era Maria Ferreira, que sofreu uma cirurgia de apendicite. O cirurgião foi Antonio Leão Tocci, auxiliado pelos médicos Antonio Tedesco e João Paccola Primo. Trabalharam como anestesistas improvisados no caso, os enfermeiros Winter Malatrasi e Irmã Germana.

CUIDANDO DA SAÚDE

Após a morte de uma jovem, sociedade lençoense começa a se mobilizar em busca da construção de um hospital local

• É inaugurada a Praça da Bandeira. • É fundado o jornal O Regional.

1935

• Fundado o CTVL (Clube de Tiro ao Vôo Lençoense).

1937

1938

• 23 de julho - Visita do interventor federal no estado de São Paulo (governador), Adhemar de Barros. • 23 de julho - O jornal E’cho muda de nome para O Eco. • 27 de novembro - Chegada do Padre Salústio Rodrigues Machado. • 29 de novembro - Festival do Grupo Escolar de Lençóes. • 16 de dezembro - Fuga de três presos da Cadeia Pública local.

1939

C1 Divulgação

1930

• Igreja do Senhor Bom Jesus, em Alfredo Guedes, é inaugurada.

• Vôlei chega a Lençóis Paulista. • 8 de janeiro - Fundação da corporação musical Lyra Lençoense. • 6 de fevereiro - Sai a primeira edição do jornal E’cho. É um jornal semanal, publicado aos domingos, e tem como diretor Alexandre Chitto. • 3 de abril - Morre a jovem Myrian Garrido. • 3 de junho - Falecimento de dona Marina Zillo, viúva de João Zillo, o fundador da Zilor.

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ZILOR

Empresa é uma das maiores do país em produção de etanol, açúcar e energia limpa

A

história de sucesso da Zilor Energia e Alimentos começa a ser desenhada no final da década de 1930, quando as famílias italianas Zillo e Lorenzetti se unem para a criação da Zillo, Lorenzetti e Cia. Ltda, responsável pela aguardente produzida na Usina São José e comercializada para todo o interior paulista até o ano de 1945. Nos anos seguintes, contudo, com a industrialização de Lençóis Paulista e a expansão do setor sucroalcooleiro na região, a empresa direciona seus negócios para a produção de açúcar mascavo, com o processamento da 1ª safra de cana-de-açúcar nas unidades São José, em 1946, e Barra Grande, em 1947. Nessa época, os transportes utilizados para o carregamento da cana eram os carros de boi e caminhões com capacidade máxima de duas toneladas. Hoje, os atuais treminhões têm capacidade para transportar cerca de 50 toneladas da matéria-

ZILOR: TRADICIONAL E INOVADORA • É criado o Grupo Escolar de Alfredo Guedes. • 2 de fevereiro - É visto o primeiro cometa de Lençóes. • 17 de agosto - Confirmado o fechamento do comércio aos domingos. • 21 de setembro - É colocada a primeira telha do Hospital Nossa Senhora da Piedade. • 5 de outubro - Inaugura-se uma nova parte da Nova Igreja Matriz.

• 8 de fevereiro - O delegado Dr. Lauro de Moraes Bonilha ordena que todos os cidadãos italianos, alemães e japoneses deveriam entregar suas armas em 15 dias. Quem não o fizesse era preso. • 8 de março - Início da reforma na escola Esperança de Oliveira. • 17 de abril - 1ª assembleia para organização de uma sociedade anônima, com o objetivo de explorar a indústria têxtil na cidade. • Nasce José Ângelo Simioni

1940

1941

1942

• 17 de abril - Início da construção da Destilaria Central. • 30 de maio - População pede que Lençóes seja elevada à Comarca. • 21 de novembro - A imprensa avisa a população que Lençóes passará a ser Ubirama, nova denominação. Nessa data, já começava a se pensar no nome de Lençóis Paulista. • 16 de dezembro - Fundado o Clube Atlético Lençoense. • 17 de dezembro - Inauguração da Destilaria Central.

1943

C1 Arquivo pessoal - Carlos Edo // C2 Arquivo pessoal - José Lenci

• 18 de maio - Visita do interventor federal no estado de São Paulo (governador), Adhemar de Barros, e lançamento da pedra fundamental do Hospital Nossa Senhora da Piedade. • 30 de junho - Lançamento da pedra fundamental da nova Igreja Matriz. • 8 de dezembro - Aberta a Casa de Saúde Madre Teodora.

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-prima por viagem realizada, além de outros maquinários que trazem o aumento e maior qualidade da produtividade. Em 1964: safra recorde, com produção de 1,2 milhão de toneladas de cana nas UBG e USJ. Nos dias de hoje, são mais de 10 milhões de toneladas processadas nas duas usinas e na unidade de Quatá, adquirida em 1981. Toda produção de açúcar e etanol é comercializada pela Copersucar, maior empresa brasileira do setor e uma das principais exportadoras do país, cuja Zilor é acionista; isso faz com que toda a cadeia produtiva seja acompanhada desde o início, incluindo etapas de armazenamento, transporte e comercialização, garantindo alimentos mais saudáveis e com base sustentável. Em 1999, a empresa adota o modelo de Parcerias Agrícolas, quando dei-

• 25 de janeiro - Inauguração do Hospital Nossa Senhora da Piedade. • 27 de agosto - Uma das maiores secas da história do município faz o prefeito Antônio Leão Tocci proibir a irrigação de hortas, jardins e calçadas. A taxa de água sofre um aumento considerável. • 21 de outubro - É realizada Festa da Cana, idealizada por Lídio Bosi, Jácomo Nicolau Paccola, Bruno Brega, Olímpio Pires Freire e Virgílio Capoani.

1944

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xa de ter áreas com cana própria. O modelo baseia-se na cessão de terras a 25 parceiros selecionados, com contratos de longo prazo e política de compra de base sustentável. A empresa foi pioneira na implantação desse modelo de agricultura de contrato, consolidado como fonte de distribuição de renda e desenvolvimento sustentável regional. Já em 2003, surge a Biorigin, unidade de negócios especializada em biotecnologia. Por meio dela, a Zilor se projeta internacionalmente, quando adquire em 2008 a PTX

Foto da esquerda, Usina Barra Grande, em 1947; à direita, Usina São José, em 1950

Food, nos Estados Unidos, e a Immunocorp Animal Health, na Noruega. Nesse mesmo ano, foi a 1ª empresa do setor a lançar o Relatório de Sustentabilidade, seguindo padrões adotados internacionalmente que comprovam as boas práticas ambientais. Multinacional do ramo de energia e alimentos e referência no setor sucroenergético, a Zilor emprega hoje mais de 3 mil colaboradores, tendo se tornado uma das maiores produtoras do país de etanol, açúcar e energia limpa e renovável a partir da queima do bagaço da cana, sendo assim um processo limpo, autossustentável e com a utilização de 100% de uma matéria-prima orgânica. Compromissada com os recursos naturais, não realiza atividades em áreas protegidas e/ou com elevado nível de biodiversidade, além de ter investido, só nas safras 14/15 e 15/16, cerca de R$ 6,6 milhões em ações de proteção ambiental, como monitoramento, gestão ambiental, destinação de resíduos, entre outros. Em 2017, a empresa comemora o início de sua 71ª safra e reconhece o papel fundamental que Lençóis Paulista tem na trajetória dos negócios; empresa e município evoluíram lado a lado ao longo dos anos e aperfeiçoaram a maneira de gerar riquezas para a população.

• Café assume novamente a liderança em Alfredo Guedes e Ubirama. • 13 de junho - chegada do Bispo Diocesano; inauguração da capela de Santo Antônio. • 14 de setembro - É inaugurado o Posto de Saúde em Ubirama.

• 23 de junho - Comissão lençoense vai ao Rio de Janeiro em campanha pela instalação da 1ª usina de açúcar da cidade. • 7 de julho - Luiz Biral, dono do guaraná São Luiz, diz que vai anexar à sua indústria uma fábrica de vinagre. • 15 de julho - Inauguração da Fiação de Seda de Ubirama.

• Cruzada Eucarística, ala juvenil do Apostolado da Oração em apoio à paz, chega a Lençóes. • 17 de julho - Inauguração do UTC (Ubirama Tênis Clube). • É realizado concurso de pesca. • 2 de novembro - Clube Atlético Lençoense passa à categoria de clube profissional.

• 1 de janeiro - Instalação da Câmara Municipal na cidade. • Fevereiro - Segunda grande enchente. • 21 de novembro - Ubirama é elevada à categoria de comarca. • 24 de dezembro - É afixado oficialmente o nome de Lençóis Paulista.

• 20 de março - Governador Adhemar de Barros e Dom Henrique Golland Trindade visitam Lençóis. Na ocasião, lançaram a pedra fundamental do prédio do Banco do Estado. • 2 de julho - É lançada a linha de ônibus Lençóis - Borebi. • Nasce a empresa Orsi.

1945

1946

1947

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COMARCA

O DESENVOLVIMENTO COMEÇA AQUI

Busca pela elevação à categoria de Comarca fez com que Lençóes crescesse exponencialmente em pouco tempo

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o passado, uma cidade ser elevada à categoria de Comarca representava grandes oportunidades para o desenvolvimento socioeconômico. A história mostra que Lençóis Paulista (antes Lençóes e Ubirama) enfrentou uma série de dificuldades políticas para se tornar Comarca. Tudo começa em 1877, quando a Câmara já pleiteava tal denominação para a Lençóes. O principal motivo: a justiça não correspondia às necessidades do município. No dia 14 de fevereiro do mesmo ano, a Câmara enviou ofício ao presidente da província (governador) manifestando o desejo. Em 7 de maio de 1877, o povo de Lençóes consegue a emancipação política com a elevação do município à categoria de Comarca. Encabeçado pelo líder Delfino Alexandrino de Oliveira (ex-vereador de Lençóes que havia se erradicado em Agudos e tinha interesses políticos na nova cidade), em 1899, transfere-se a sede da Comarca de Lençóes para Agudos. Com a transferência, a cidade entra em um período de decadência: comércio paralisado, prédios fechados

• Largo da Matriz tem sua designação substituída por Praça Padre José Magnani.

• 3 de agosto - É instalada a Escola Normal. • Surgem os primeiros participantes de lançamento de peso e disco.

1950

1951

1952

Na foto acima, Fórum da Comarca em 1969; abaixo, carimbo de 1882

• 19 de março - Inaugurada a nova Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade.

1953

• Lençóis Paulista é elevada novamente à categoria de comarca.

• 20 de janeiro - O Brasão de Armas do Município o Brasão, dado pelo professor Laudelino de Lima Rolim, é adotado oficialmente pela cidade. • Prefeito Virgílio Capoani inaugura o Cine Guarani.

• 9 de julho - Antiga Rua Siqueira Campos leva o nome de Avenida 9 de Julho, em homenagem à Revolução em seu Jubileu de Prata. • 23 de julho - É criada a Escola Técnica de Comércio Municipal de Lençóis Paulista (atual Francisco Garrido).

• 28 de abril Lençóis Paulista completa 100 anos com festa.

• Empresários Zacarias e Lobbet fundam a Zabet. • Inauguração da Estação de Tratamento de Água, com a Sociedade Ltda. Engenharia Sanitária e Civil de São Paulo. • 15 de novembro - É fundado o jornal Tribuna Lençoense. • 15 de novembro - Fundação do CEM (Clube Esportivo Marimbondo).

1954

1955

1957

1958

1959

C1 fotos Arquivo - Família Chitto

• Desativado o matadouro municipal de Felício Castiglione. • É inaugurada, em caráter experimental, a Rádio Difusora.

C1

e ruas completamente desertas, sem contar as inúmeras famílias tradicionais que passaram a residir em Agudos. Tanto que São Manoel chegou a entrar com uma ação para anexar o município de Lençóes à sua jurisdição. A Câmara de Lençóes protesta junto ao governo, mostrando a inconveniência para a cidade. Não tardou para que várias forças do município de Lençóes se unissem dentro do principal ideal: trazer novamente a Comarca. Foram 1.567 assinaturas solicitando ao governador a elevação à categoria de Comarca. Em 1944, nova documentação era enviada ao chefe da nação, Getúlio Vargas. O jornal O Eco assume importante papel a favor de Lençóes. Foram visitas e mais visitas, apoio de cidades vizinhas até que, em 1954, Lençóis Paulista foi elevada novamente à categoria de Comarca, condição que se estende até os dias atuais.

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L E N ÇÓ I S PAU L I S TA 159 A N O S

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GRUPO LWART

É DA NOSSA

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TERRA

Com perseverança e visão de mercado, família Trecenti construiu a maior empresa de rerrefino de óleo da América Latina

• Irmãos Trecenti abrem um comércio de ferragens. Pouco tempo depois, herdeiros fizeram surgir o Grupo Lwart.

1960

1962

• 28 de abril - São inauguradas a Praça Comendador José Zillo e a Concha Acústica; BMOL é inaugurada em um imóvel próprio.

1963

• 19 de abril - Instituída oficialmente a bandeira de Lençóis Paulista.

1966

• Oficina São Luiz, dos Irmãos Baptistella, produzia carrocerias de caminhão, carroças, charretes, vagonetes e arados.

1969

C1 fotos Divulgação

• Fundado o Rotary Clube de Lençóis Paulista. • 15 de outubro - É inaugurada a Maternidade D. Angelina Zillo. • Zanderlite Duclerc Verçosa cria a Biblioteca Municipal provisoriamente em uma sala no Ubirama Tênis Clube.

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O

lado empreendedor da família Trecenti começou em 1952. Com recursos vindos do trabalho de um armazém da família e o apoio do pai, os irmãos fundaram a Trecenti Indústria e Comércio Ltda, onde fabricavam portas e janelas e forneciam mão de obra para a construção das destilarias de açúcar e álcool da região. Futuramente, os irmãos produziriam equipamentos agrícolas, carrocerias e carretas para trans-

porte de cana. Com o sonho de ter um produto que pudesse ser fabricado em escala com sua própria marca, começaram a fabricar parafusos que traziam a marca LW. O irmão mais velho, Luiz, já tinha o sonho de criar uma marca com as iniciais dos nomes dos irmãos. Então, surgiu a ideia da marca LWART. Na década de 60, a evolução dos negócios fez com que os irmãos comprassem uma C1

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laminação de ferro. Passaram a produzir vergalhões para construções, estruturas metálicas e equipamentos agrícolas, como plantadeiras e correntões projetados na própria empresa. No ano de 1962, os irmãos abriram um comércio de ferragens e materiais de construção, a Ferragens São Carlos, batizada com este nome em homenagem ao pai, Carlos Trecenti. Com a evolução dos trabalhos da oficina, os irmãos já atendiam clientes em outros estados do país e foi em uma viagem de negócios que conheceram a atividade que deu origem a Lwart Lubrificantes, primeira empresa do Grupo: a coleta e o rerrefino de óleos lubrificantes usados. A própria oficina da família construiu os equipamentos da primeira fábrica, chamada hoje carinhosamente de “Lwartinha”. A Lwart Lubrificantes foi fundada em 1975. No ano seguinte, foi possível a construção de um novo parque industrial da Lwart no terreno onde a empresa está situada atualmente. Os irmãos decidiram então fechar a oficina e dedicar sua vocação empreendedora integralmente ao mercado de coleta e rerrefino de óleo lubrificante usado. Mais de 40 anos depois, a Lwart Lubrificantes conta com 15 centros de coleta, frota própria de mais de 320 veículos para atender todo o país e duas unidades de rerrefino, uma em Lençóis Paulista e outra em Feira de Santana (BA), com capacidade para processar 250 milhões de litros/ano de óleo usado, sendo considerada a maior rerrefinadora da América Latina. Além disso, o Grupo Lwart ainda conta com a Lwarcel Celulose e a Lwart Química.

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FACILPA

UMA DAS MAIORES FEIRAS DO ESTADO

Ideia inicial era de que a Facilpa fosse apenas uma exposição de gado leiteiro; festa cresceu e hoje conta com uma imponente grade de shows • É inaugurada a Estação Telefônica. • Lençóis Paulista sedia a primeira etapa do Troféu Brasil de Atletismo, com a presença da lenda João do Pulo.

1973

• Março - Enchente obriga o prefeito Rubens Pietraróia a decretar estado de calamidade pública. • É formada a última turma de escoteiros da cidade.

• Surge a fonte luminosa, em ponto elevado da Praça Comendador José Zillo.

1974

1975

• Fundada a empresa Vinagre Belmont. • É instituído o transporte coletivo na cidade.

1976

• De 9 a 16 de outubro - Realizada a primeira Facilpa (Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Lençóis Paulista).

• Oficina São Luiz é transformada na Estruturas Metálicas Baptistella.

1977

1978

• Padre João Novaes funda o Dente de Leite, popular Calzinho.

1979

C1 fotos Divulgação

1971

• Inauguração do Complexo Omi-Zillo Lorenzettil. • Fundado o Lions Clube de Lençóis Paulista. • Lençoense Miguel de Oliveira se torna campeão mundial de boxe.

A

Facilpa (Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Lençóis Paulista) nasceu em 1977 para ser uma exposição de gado leiteiro e foi idealizada em parceria com criadores de Agudos. A primeira edição foi organizada em um terreno onde funcionava a Indústria de Tecelagem Fibiana, mais ou menos onde hoje é o prédio Jacarandá, no final da Avenida Brasil. As estruturas das barracas eram feitas de eucalipto e utilizavam lonas para a cobertura. Dois anos depois, a parceria com os criadores de Agudos foi desfeita e as lideranças políticas resolveram readaptar a feira para ser uma festa da cidade. Com o apoio dos pecuaristas, agricul-

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tores, sindicato rural e Prefeitura, em abril de 1979, Lençóis Paulista passou a ter a sua festa de aniversário. Assim, a Prefeitura cedeu espaço para a construção do Recinto de Exposições “José de Oliveira Prado”. Mesmo sem ter mesma estrutura de hoje, em 1982, o recinto foi entregue e passou a ser palco da Facilpa. Aos poucos e ao longo dos anos, o local ganhou estrutura, pavilhões, rampas, barracões, pistas, arquibancadas e restaurantes. Nos anos 80, a indústria e o comércio também se juntaram à festa com a exposição de produtos, prestação de serviços e tecnologia. Assim a Facilpa começava a conquistar sua credibilidade e a se firmar como um evento de entretenimento e negócios do interior paulista. Nos anos 90, o crescimento da feira era sensível, com cada vez mais público, artistas de ponta e rodeio profissional. Em 1998, a Facilpa se profissionalizou, em um momento decisivo. Surge a ARLP (Associação Rural de Lençóis Paulista), entidade responsável pela organização da feira. Foi possível aliar a grade artística – que ficava cada vez mais importante – ao trabalho do pecuarista, agricultor, comerciante e industrial. Atualmente, a Facilpa é uma das maiores e mais estruturadas festas agropecuárias do Brasil. São 40 anos de festa, com uma produção minuciosa e tecnologia de ponta.

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SENAI

DE OLHO NO MERCADO DE TRABALHO

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Referência em todo o Brasil, Escola Senai em Lençóis Paulista começou a ganhar forma através do Centro Municipal de Formação Profissional

O

Senai leva o nome de Lençóis Paulista para muitos locais do país. A escola fundada no município em 1989, a partir do CMFP (Centro Municipal de Formação Profissional). É uma organização de ensino profissionalizante constituída pela Lei n.1989 de 23 de março de 1987 e regulamentada pelo Decreto Executivo n.58/87, de 5 de outubro de 1987. Em 1989, foi implantado o PIPM (Programa de Iniciação para Menores), no primeiro ano da parceria entre CMFP e Senai. O programa buscava aperfeiçoar os alunos em diversas áreas profissionais, como Marcenaria, Ajustagem Mecânica, Soldagem, Tornearia e Desenho Técnico Mecânico.

Em 20 de maio de 1994, o Senai, obtendo resultados significativos nessa parceria e pautado no objetivo de formar profissionais capacitados, passou a exercer um papel fundamental na formação técnica e especializada na cidade de Lençóis Paulista e região, firmando assim a parceria entre o CMFP “Prefeito Ideval Paccola” e o Senai. Em 2002, o convênio foi revogado, sendo firmados novos ajustes junto à Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista e, assim, o Senai se estabeleceu na cidade. No mesmo ano, o CMFP mudou-se para outra localização, e a es-

• Orígenes Lessa é eleito para a cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras.

• Surge o grupo de teatro da Usina Barra Grande. • Organizada por Orígenes Lessa, chega a Lençóis Paulista a primeira Caravana dos Escritores. • 9 de outubro - morre em acidente aéreo José Ângelo Simioni.

1980

1981

1983

• É instituído o slogan Cidade do Livro a Lençóis Paulista.

1984

• A segunda Caravana dos Escritores vem a Lençóis Paulista, seguindo os moldes da anterior. Dessa vez, inclui o presidente do Brasil na época, José Sarney. • 13 de julho - Morre Orígenes Lessa.

1986

trutura física de salas, atendimento e oficinas já construídas passaram a ser de uso exclusivo do então “Centro de Treinamento Senai de Lençóis Paulista”. Em 2010, a Escola Senai de Lençóis Paulista passou a ter prédios e terrenos de propriedade do Senai São Paulo. Em 2015, a nomenclatura foi alterada de Centro de Treinamento para Escola. Atualmente, a escola oferece diversos cursos profissionalizantes na área de aprendizagem industrial, técnico e formação inicial e continuada, além de cursos ministrados em empresas e organizações.

• Fundado o Coral Barra Grande (atual Coral ZilloLorenzetti).

• 23 de abril - Inaugurado o Museu Histórico e Cultural Alexandre Chitto, na antiga Destilaria Central. • É criado o Centro Municipal de Formação Profissional.

• 5 de novembro - Através de plebiscito, Borebi é emancipada. • É criado a Cia Teatral Atos & Cenas. • Escola Senai é instituída em Lençóis Paulista. • Lwart/Lwarcel é campeã paulista de basquete da série A.

1987

1988

1989

C1 Arquivo - Biblioteca do Senai Lençóis Paulista

• Nova modalidade econômica é iniciada através dos pinos e eucaliptos, com a intenção de proporcionar uma grande fonte de riqueza. • Paço Municipal muda para o atual prédio, na Praça das Palmeiras.

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FACOL

FORMANDO CIDADÃOS Facol revolucionou a educação no município, trazendo o Ensino Superior para mais perto da população

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udo começou em 9 de julho de 1998, quando um grupo de educadores lençoenses se reuniu para constituir a ALEC (Associação Lençoense de Educação e Cultura), entidade mantenedora da Facol (Faculdade Orígenes Lessa). O objetivo: gerir meios e recursos para, através deles, promover a manutenção de escolas, instituições, órgãos ou atividades de caráter educacional e promocional, como forma de preparar os jovens educandos e a população regional em geral para uma vida profissional digna e de cidadão compatíveis com os mais altos anseios da nação brasileira. A partir desse dia, a realidade educacional de Lençóis Paulista e da região nunca mais foi a mesma. A Facol significou um salto qualitativo na vida de centenas de cidadãos da cidade, que antes tinham que se deslocar para outros centros em busca de um curso superior. No ano de 2004, além do reconhecimento do curso de Administração, solicitou autorização para o funcionamento do curso de Bacharelado em Sistema de Informação. O curso teve início no 1º período letivo de 2005. Em 2006, a IES (Instituição de Ensino Superior) solicitou o funcionamento

• Cine Guarani fecha as portas.

1994

do seu primeiro curso superior de Tecnologia, no eixo denominado Gestão da Produção Industrial, denominado Curso Superior de Tecnologia em Bioenergia, autorizado em caráter experimental. No ano de 2007, quatro cursos superiores de tecnologia: Gestão Financeira, Gestão Ambiental, Redes de Computadores e Sistema de Informação. Em 2012, a Facol solicitou a abertura de vários cursos, inclusive o de Direito, com o objetivo de expandir suas atividades educacionais e atender as necessidades regionais. Em 2013 foi a vez do curso tecnológico de Papel e Celulose, cujo objetivo relaciona-se com o atendimento da demanda das indústrias do setor de papel e celulose da região. Em 2014, novos cursos: Ciências Contábeis, Agronomia e tecnólogo de Gestão de Recursos Humanos. Desses cursos, a maioria deles iniciou com turmas em fevereiro de 2017. Ao longo de sua trajetória, a Facol obteve resultados considerados satisfatórios dentro dos critérios de avaliação definidos para a IES, que estão ligadas ao Sistema Federal de Educação.

• Formada a Orquestra Municipal de Sopros.

1995

• Museu Histórico e Cultural Alexandre Chitto muda para o atual espaço, localizado no cruzamento da Rua Coronel Joaquim Anselmo Martins e Avenida 25 de Janeiro.

1996

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• Marcelo Maganha assume a Orquestra Municipal de Sopros. • 21 de março - Fundada a Rede do Câncer.

1997

• 29 de dezembro - Publicado no Diário Oficial a criação da Facol (Faculdade Orígenes Lessa). • Surge o periódico Folha Popular.

1999

C1 fotos Divulgação

1992

• É criado o jornal Correio de Lençóis. • 12 de agosto - Inaugurado o Hospital Dia.

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ESPORTE C1

Anos 2000 ficaram marcados pelo surgimento dos projetos Sempre Vôlei e Alba, mas também pela perda do CAL para a cidade vizinha de Bariri

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esporte sempre esteve no DNA de Lençóis Paulista, e não é por acaso. A história é testemunha de grandes conquistas dos atletas da Cidade do Livro. Separamos algumas das modalidades que perpetuaram mesmo com o passar dos anos e ainda estão vivas no coração de cada lençoense.

Vôlei

O vôlei foi o primeiro esporte a trazer glórias a Lençóis Paulista. Em 1938, alguns imigrantes italianos começaram a praticá-lo. Dois anos mais tarde, o voleibol se popularizou, tanto que já era muito comum ver bolas e redes distribuídas pelos bairros da cidade. Para resgatar esses momentos de glória, foi fundado em 2001 o Sempre Vôlei Lençóis Paulista, uma instituição que dá oportunidade aos cidadãos lençoenses de todas as idades a praticarem o voleibol. O projeto é gerenciado pela AAVLP (Associação dos Amigos do Voleibol de Lençóis Paulista), que faz questão de manter viva essa linda história. Hoje, a equipe de vôlei de Lençóis Paulista disputa diversas competições estaduais, como a APV (Associação Pró Voleibol) e os Jogos Regionais.

ENTRE ALEGRIAS E TRISTEZA • Janeiro - É fundado o projeto Sempre Vôlei Lençóis Paulista.

2002

• Inaugurado o Parque do Paradão.

2004

2006

• Centro de Saúde passa por reforma e fica conhecido como Ambulatório de Especialidades Dr. Antônio Tedesco.

2007

• 11 de dezembro - Inauguração da nova unidade do Corpo de Bombeiros. • É criado o projeto Alba/Lençóis Paulista de Basquete.

2008

• Por problemas políticos, CAL se muda para Bariri e se torna CAL/Bariri.

2009

C1 Arquivo - Família Chitto

2001

• É realizada a 1ª Semana Italiana de Lençóis Paulista.

• Fevereiro - Segunda maior enchente da história inunda a Avenida 25 de Janeiro e ruas transversais. • 23 de setembro - É inaugurado o Espaço Cultural Cidade do Livro.

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C1

C1 C1

Basquete

dotto (Bauru Basket) e Gui Bento (América de Rio Preto).

Incentivados pelos excelentes resultados conquistados pela equipe Lwart/Lwarcel no cenário do basquete nacional dos anos 80, um grupo de amigos e familiares fundou, em 2008, a Alba (Associação Lençoense de Basquetebol), que hoje realiza um trabalho social importante na cidade. As equipes utilizam diariamente o ginásio do Tonicão, para treinamentos e jogos. Ótimos resultados são obtidos dentro e fora das quadras. Alunos formados no projeto Alba jogam em equipes de alto nível no cenário nacional, como é o caso de Isaac (Franca), Mateusão (Minas Tênis Clube), Luquinha (APAB/Blumenau), Murilo Spa-

Futebol

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A história do CAL (Clube Atlético Lençoense) começa no dia 16 de dezembro de 1943. Poucos anos depois, o Lençoense formou o elenco considerado o melhor de sua história. Os resultados positivos deram ao elenco o apelido de “Demolidor da Sorocabana”. Passaram pelo Clube Atlético Lençoense grandes nomes do futebol brasileiro, como o meia Didi, inventor da “Folha Seca” e bicampeão do mundo pela Seleção Brasileira em 1958 e 1962, além do goleiro Marcos, ídolo do Palmeiras e titular do time pentacampeão mundial em 2002. Em 1983, na série A3 do Campeonato Paulista, o Lençoense conquistou sua maior glória ao ser campeão da Terceira Divisão, garantindo uma vaga inédita na Segunda Divisão (A2). Em 2009, o Lençoense sofreu uma grande reestruturação, mudando-se de Lençóis Paulista para a vizinha Bariri. No processo, mudou seu nome para CAL Bariri.

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CULTURA C1

Espaço Cultural

A CIDADE DO LIVRO É TAMBÉM DA CULTURA

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BMOL, Espaço Cultural Cidade do Livro e Teatro Municipal Adélia Lorenzetti são alguns dos símbolos de Lençóis Paulista

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cultura de Lençóis Paulista tem uma grande gama de atrações culturais para a população. Para começar, vamos falar sobre a BMOL (Biblioteca Municipal Orígenes Lessa), fundada por Zanderlite Duclerk Verçosa e adotada pelo escritor Orígenes Lessa. É considerada a “maior Biblioteca Pública do Interior do Brasil”, possuindo mais de 140 mil volumes, ou seja, mais do que dois livros por habitante. No início, a BMOL possuía uma cir-

• 21 de maio - ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) é inaugurada. • Inauguração do Parque do Povo.

2011

• Sobre a regência de Marcos Maganha, é inaugurada a Orquestra de Viola e Violão Boca do Sertão.

2012

• 4 de outubro - Escola Sesi é oficialmente inaugurada. • 24 de outubro - Inauguração da nova sede administrativa da Câmara de Vereadores de Lençóis Paulista.

2013

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Em 2016, mais precisamente no dia 17 de novembro, o Teatro Municipal Adélia Lorenzetti abriu suas portas em grande estilo. O novo espaço é dedicado à música, ao teatro, à dança e às artes em geral. Tudo isso só foi possível graças aos parceiros e à Lei Rouanet, que destina parte do imposto devido a projetos culturais. Do total dos 7,2 milhões investidos na casa de espetáculos, 75% do valor foi captado junto à iniciativa privada, com destaque para o apoio de empresas como Zilor, Duratex e Grupo Lwart.

• 11 de abril - BMOL é reinaugurada após a maior reforma de sua história.

• 12 de janeiro - Maior enchente de Lençóis Paulista. • Junho - Fundação do Rotary Clube Lençóis Paulista Cidade do Livro. • 17 de novembro - Inauguração do Teatro Municipal Adélia Lorenzetti.

• 2 de abril - 1ª Caminhada do Autismo reúne mais de 500 pessoas.

2014

2016

2017

C1 fotos Divulgação

2010

Teatro

culação de 20 pessoas diariamente, entre adultos, jovens e crianças, e atendia aos 150 sócios permanentes. Hoje, recebe em média 170 pessoas por dia, totalizando um atendimento anual de cerca de 36 mil usuários entre pesquisa local, retiradas de materiais e solicitações de pesquisa via internet. Em 2014, a biblioteca foi reinaugurada após uma ampla reforma. A obra de arquitetura se destaca pelo estilo moderno, situada em uma área central de rápida localização, muita visibilidade e de fácil acesso.

• 17 de janeiro - Rio Lençóis transborda e provoca enchente. • 16 de agosto - Inauguração da Etec Cidade do Livro.

Em 23 de setembro de 2006, foi inaugurado o Espaço Cultural “Cidade do Livro”, que é sede da Biblioteca Infantil “Monteiro Lobato” e guarda em seu acervo a biblioteca particular do escritor Orígenes Lessa, como documentos raros de diversos escritores e o Arquivo Público e Histórico de Lençóis Paulista. Em 2007, o prédio do Espaço Cultural foi adquirido definitivamente pela Prefeitura Municipal. No piso térreo funciona a Biblioteca Infantil “Monteiro Lobato” que, originada em uma das salas da Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa”, ganhou espaço próprio. O local tem o objetivo de guardar a memória da cidade, da região e do país.

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A B R .17


PREFEITOS

INTENDENTES E PREFEITOS DE LENÇÓIS PAULISTA PREFEITOS

1917 e 1923 Mauro Chitto

1926 Coronel Joaquim Anselmo Martins

1937 Jácomo Nicolau Paccola

1938 Bruno Brega

1939 Paulo da Silva Coelho

1940 Coronel Joaquim Anselmo Martins

1944 e 1945 Evaristo Canova (prefeito em comissão)

1946 a 1949 José Salustiano de Oliveira

1948 a 1950 Geraldo Pereira de Barros

1952 a 1955 Virgílio Capoani

1956 e 1957 Oswaldo Pereira de Barros

1960 a 1964 Antônio Lorenzetti Filho

1965 a 1968 Paulo Zillo

1969 a 1972 Antônio Lorenzetti Filho

1973 a 1976 Rubens Pietraróia

1977 a 1982 Ezio Paccola

1983 a 1988 Ideval Paccola

1993 a 1996 Adimilson Vanderlei Bernardes

1997 a 2000 José Prado de Lima

2001 a 2004 e 2005 a 2008 José Antônio Marise

2009 a 2012 e 2013 a 2016 Izabel Cristina Campanari Lorenzetti

2017 a 2020 Anderson Prado de Lima (atual prefeito)

1906 a 1911 e 1915 Coronel Virgílio Rocha

1916 e 1917 Dr. Elias de Oliveira Rocha

1930 Lúcio de Oliveira Lima (prefeito discricionário)

1930 a 1932 Dr. Elias de Oliveira Rocha

1936 Bruno Brega

1941 Antônio Leão Tocci

1942, 1943, 1945, 1947 e 1951 Gino Augusto Antônio Bosi (substituto em várias ocasiões)

1958 e 1959 Archângelo Brega

1989 a 1992 Ezio Paccola

C1 Arquivo pessoal - Olinda Simioni

INTENDENTES

1890 Padre Dom José Magnani

L E N ÇÓ I S PAU L I S TA 159 A N O S

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LENÇÓIS PAULISTA

DIEGO DA CUNHA GOMES - OAB/SP 374.419 RAILSON RODRIGUES - OAB/SP375.870

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