ESPECIAL MACATUBA C1
USINA SÃO JOSÉ DO POVO MACATUBENSE Angelo Franchini Neto
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agronegócio foi e ainda continua sendo a locomotiva do Brasil, e com Macatuba não é diferente. Para entender um pouquinho melhor esse cenário, temos que voltar no tempo e conhecer os ciclos econômicos do nosso país. Cultivado durante o período pré-colonial (1500-1530), o ciclo do pau-brasil foi o primeiro a despontar no país desde a chegada dos portugueses. Na época, eles buscavam metais preciosos nas terras descobertas, no entanto, começaram a perceber a importância dessa planta nativa da Mata Atlântica utilizada para o tingimento de tecidos e que possuía grande valor no mercado europeu. O ciclo da cana-de-açúcar foi o segundo ciclo econômico desenvolvido durante o Brasil colonial. Era um produto valorizado no mercado europeu e os portugueses já plantavam a cana em outros locais e, portanto, possuíam técnicas de plantio. Nesse período, já era utilizada a mão-de obra escrava africana, posto que os índios foram acometidos por diversas doenças e, os que sobreviviam a essa exploração, tentavam fugir. Como conheciam bem melhor o território, os portugueses tinham dificuldade de encontrá-los. O ciclo do ouro ou da mineração começa no final do século 17, quando os portugueses encontram diversas jazidas do mineral, sobretudo na região do estado de Minas Gerais, atingindo seu auge no século 18.
O café (também chamado de “ouro negro”) foi um dos principais produtos de exportação quando chegaram as primeiras mudas da planta no país, em meados do século 18, atingindo seu auge no século 19. O oeste paulista e a região do Vale do Paraíba, foram os principais locais de cultivo, visto o solo favorável presente: a terra roxa. Após a grande depressão em 1929 (queda da Bolsa de Valores da Nova Iorque), a cana de açúcar volta a assumir o protagonismo. Na região de Macatuba, pequenas destilarias focavam a produção em aguardente e melaço. Foi o caso da Usina São José, que em 1946 começou a história da Zilor ao processar a primeira safra para a produção de açúcar
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mascavo. Três anos mais tarde, o açúcar refinado aparece como principal produto e, em 1952, a usina passa a produzir álcool. A Zilor produz também energia elétrica a partir de uma fonte limpa e renovável (a biomassa da cana-de-açúcar) e possui a unidade de negócios Biorigin, criada em 2003, especializada em biotecnologia para produção de ingredientes naturais. A Zilor se tornou uma multinacional brasileira que transforma cana-de-açúcar em alimentos e energia limpa para atender clientes no Brasil e em mais de 60 países, para os quais exporta os produtos. Hoje, é praticamente impossível pensar como seria Macatuba sem a Zilor, afinal, durante esses mais de 70 anos de atuação, a empresa trouxe a Macatuba renda, emprego e investimentos.
C1 fotos Divulgação
Cana-deaçúcar foi e continua sendo o combustível para o desenvolvimento da nossa querida cidade
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