Lençóis Paulista // Outubro de 2014 // R$ 5,00 // Ano 5 // Edição Nº 77 Gente de verdade que faz a história acontecer!
15 DE OUTUBRO DIA DO PROFESSOR
EDIÇÃO ESPECIAL
NOSSOS MESTRES
Professora Sueli Bernardes
Ailton Ap. Tipó Laurindo................ 16
Denise Orsi ................................... 32
Márcia R. Gallassi Cezarotti ........... 40
Neusa Mosele Prâmio................... 94
Alessandro Luís Angélico .............. 20
Emerson A. Carrit Coneglian ......... 36
Maria Maura J. Francatti ............... 44
Renata Rossi Paulino .................... 62
André Luiz Bosi Gasparini ............. 78
Ives Fernando Bertoli.................... 82
Marta Caserta de Almeida ............ 48
Renato Rossi ................................. 66
Antonio Carlos Mendes Thame..... 24
Laureano Vallese Pelegrin ............ 86
Marta Maria Ap. Feres ................... 54
Solange Idalgo Aulisio.................. 70
Clarides Martins ........................... 28
Marcelo Maganha ........................ 90
Neide Lucas Barreiro Costa ........... 58
Sueli Valenti Bernardes ................ 74
APOIO
Foto: Cíntia Fotografias
04 REVISTA O COMÉRCIO EXP ED IEN T E ANDERSON PRADO DE LIMA
BRENO CORRÊA MEDOLA
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nossos mestres 05
missão // visão // valores Nossa Missão
Nossa Visão
Nossos ValorEs
a partir da história de homens e mulhe-
diferenciado no que tange à classe em-
peito e lealdade às pessoas e às empresas
tribuir para o progresso de cidades. Gerar
bém considera o poder de compra dos
nicação; Valorização, participação, reco-
a construção de uma sociedade se dá
res que se tornaram referenciais ao con-
emprego é uma capacidade que merece aplausos tanto dos cidadãos quanto dos poderes públicos constituídos.
Constituir um canal de comunicação
presarial e seus consumidores, que tamleitores de modo correlato à necessidade de venda dos anunciantes.
Dominar por excelência os perfis so-
Expor ideais, valores e projetos que
ciais, culturais e econômicos ligados à
comunidades nas quais estamos inseridos
entre categorias de interesses afins, pos-
contribuem para o desenvolvimento das é o que pauta a linha editorial deste veículo de comunicação junto ao seu público.
produção editorial para gerar interação sibilitando parcerias e experimentações.
Solidificar-se como referência nos
imprimir em nossas páginas o tra-
quesitos: comprometimento com o clien-
cionamento, aliando informações que
fornecedor e atendimento profissionali-
balho do gênio humano é o nosso dire-
auxiliem no crescimento profissional a
editorias atuais, dentro de um programa economicamente viável.
te, lealdade ao leitor, compromisso com
zado, ao mesmo passo que prospectamos novos clientes para dar amplitude ao nosso raio de circulação.
Comprometimento, compromisso, res-
que investem em nosso veículo de comu-
nhecimento e gratidão aos nossos cola-
boradores, distribuidores e fornecedores;
respeito à tendência político-religiosa, assim como, estímulo à criatividade e li-
berdade de expressão entre os membros
de nossa equipe; Honestidade, seriedade, transparência, idoneidade, competência e
competitividade compõem nossas seis
diretrizes das relações comerciais; Temor
a Deus, amor à Pátria e à democracia, aliados aos princípios universais de liber-
dade, igualdade e fraternidade norteiam, pessoal e profissionalmente, nossos cola-
boradores em suas relações interpessoais.
06 rEvista o coMércio
Lençóis Paulista // Outubro de 2014 // R$ 5,00 // Ano 5 // Edição Nº 77 Gente de verdade que faz a história acontecer!
15 DE OUTUBRO DIA DO PROFESSOR
Editorial // MEstrEs para sEMprE
P
elo segundo ano consecutivo, a Revista O Comércio apresenta a edição especial Nossos Mestres, em comemoração ao Dia do Professor (15 de Outubro). O periódico anual
já ganhou a simpatia de leitores de Lençóis Paulista e região
EDIÇÃO ESPECIAL
NOSSOS MESTRES
e é uma realidade que traz histórias e reflexões sobre essa
classe de trabalhadores tão indispensável em nosso dia a dia.
Professora Sueli Bernardes
Essa importância é histórica. Educar, aliás, é um proces-
so anterior a criação das primeiras instituições educadoras. A necessidade de se colocar pessoas para transmitir conhe-
cimento vem desde o Antigo Egito, quando a escrita era Ailton Ap. Tipó Laurindo................ 16
Denise Orsi ................................... 32
Márcia R. Gallassi Cezarotti ........... 40
Neusa Mosele Prâmio................... 94
Alessandro Luís Angélico .............. 20
Emerson A. Carrit Coneglian ......... 36
Maria Maura J. Francatti ............... 44
Renata Rossi Paulino .................... 62
André Luiz Bosi Gasparini ............. 78
Ives Fernando Bertoli.................... 82
Marta Caserta de Almeida ............ 48
Renato Rossi ................................. 66
Antonio Carlos Mendes Thame ..... 24
Laureano Vallese Pelegrin ............ 86
Marta Maria Ap. Feres ................... 54
Solange Idalgo Aulisio.................. 70
Clarides Martins ........................... 28
Marcelo Maganha ........................ 90
Neide Lucas Barreiro Costa ........... 58
Sueli Valenti Bernardes ................ 74
preservada pela constituição de escolas reais que prepara-
APOIO
vam o indivíduo para dominar essa técnica. Foto: Cíntia Fotografias
O grande boom aconteceu na Grécia Antiga, com a Pai-
nossos mestres 07
deia, um sistema de educação e formação educacional da
Durante todos esses anos, os responsáveis em trans-
cultura grega. Entre os espartanos, a educação começava
mitir conhecimento o faziam com o objetivo de ensinar as
to das habilidades físicas do indivíduo. O treinamento era
responsabilidade desse profissional. A justa homenagem
aos 7 anos de idade e se preocupava com o aprimoramen-
voltado à guerra. Em Atenas, o serviço era feito mediante uma cobrança e cada tipo de conhecimento era delegado a um tipo de tutor ou professor. Os atenienses eram preo-
principais atividades, dando mostras claras do tamanho da da Revista O Comércio é uma forma de retribuir tudo o que o professor fez, faz e continua fazendo em nossas vidas.
Nesta edição especial Nossos Mestres, trazemos 20
cupados com o equilíbrio entre corpo e mente.
professores nas mais diversas áreas, como Matemática,
se consolidou após a expulsão dos jesuítas da colônia. Após
Passado. Profissionais que marcaram a história da educação
No Brasil, o domínio religioso às instituições de ensino
tal medida, a própria Coroa designava quem poderia exercer funções pedagógicas. A profissionalização do educador brasileiro começou a ser desenhada em 1835, quando a primeira escola de educadores foi criada em Niterói (RJ).
Português, Música e Futebol, além de Grandes Mestres do de Lençóis Paulista e fizeram com que o ensino municipal se transformasse em um dos melhores da região.
Por isso, leitor, viaje pela história da educação de Lençóis
Paulista, conheça nossos mestres e tenha uma boa leitura.
08 revista O cOmérciO
Mapa da edu // lençóis Paulista
12.846
estudantes da educaçãO básica (infantil e fundamental) nas redes Pública estadual e municiPal
8.500 na rede Municipal e 4.346 na rede estadual *Dados atualizados da Diretoria de Educação e do Inep de 2013
2.075
estudantes matriculadOs na educaçãO básica da rede Particular *Dados fornecidos pelas escolas
7.052
// sãO PaulO
estudantes matriculadOs nO ensinO suPeriOr e PrOfissiOnalizante
*Dados fornecidos pelas escolas
8.009.350 1.975.719
nossos mEstrEs 09
ucação // brasil *dados do inep de 2013
40.366.076
EstudantEs da Educação básica (infantil E fundamEntal) nas rEdEs pública Estadual E municipal
8.610.032 EstudantEs matriculados na Educação básica da rEdE particular
7.305.977 EstudantEs matriculados no Ensino supErior (profissionalizantE E faculdadE)
rElação dE instituiçõEs dE Ensino dE lEnçóis paulista Rede municipal creche dona augusta parpinelli Zillo creche dona izabel Zillo creche dona maria moretto Boso creche dona morfina Grandi paccola creche dona neide madeira dias creche dona Roza capoani paccola creche lúcio de Oliveira lima creche maria inez crepaldi creche marta dal Ben conti creche Odete moreira cruz pietraróia creche Oliveiro emiliano Ribeiro creche professora iara maria Giovanetti campanholi creche Wilson Trecenti e.m.e.F. eliza pereira de Barros e.m.e.F. esperança de Oliveira e.m.e.F. irma carrit e.m.e.F. luiz Zillo e.m.e.F. prefeito ezio paccola e.m.e.F. professor edwaldo Roque Bianchini e.m.e.F. professora Giomar Fortunata coneglian Borcat e.m.e.F. professora idalina canova de Barros e.m.e.F. professora lina Bosi canova e.m.e.F. professora maria Zélia camargo prandini e.m.e.i. aurea damasceno Bernardes e.m.e.i. maria cordeiro Fernandes Orsi e.m.e.i. maria Tereza da Silva coelho Jacon e.m.e.i. monteiro lobato e.m.e.i. philomena Briquesi Boso e.m.e.i. professor marcellino dayrell Queiroz e.m.e.i. Walt disney e.m.e.i.F. philomena Briquesi Boso e.m.e.i.F. professor nelson Brollo e.m.e.i.F. professora amélia Benta do nascimento Oliveira Rede eSTadual e.e. dr. paulo Zillo e.e. professora antonieta Grassi malatrasi e.e. professora leonina alves coneglian e.e. professora Vera Braga Franco Giacomini e.e. Rubens pietraróia e.e. Virgílio capoani eScOlaS paRTiculaReS colégio Francisco Garrido colégio São José cooperelp e.e.i pinguinho de Gente e.e.i. novo mundo Garrido Kids preve Objetivo Sesi Faculdade Facol enSinO púBlicO pROFiSSiOnaliZanTe centro municipal de Formação profissional prefeito ideval paccola eTec Senai
10 revista o comércio
carta ao leitor // coração sem fim
q
uando a gente tem um pequeno negócio,
de cada folha. E, confesso, costumo amolar meus profissio-
que conhecer - e bem - todo o trabalho para,
Assim, mesmo depois de quatro anos de existência e
temos que ser mil e uma utilidades. Temos
nais com meu perfeccionismo de taurino teimoso.
além de ensiná-lo aos colaboradores, por a
com uma equipe de nove pessoas, ainda, quando falta
da revista que chega às suas mãos, tenho o privilégio de po-
nalismo, porque faço por amor. Mas, quem me conhece
mão na massa quando é preciso. Assim, como sócio-fundador der contribuir com todos os setores deste veículo de comunicação que tem foco - e vocação - no jornalismo comunitário.
Aqui, sei um pouco de tudo. Na verdade, de quase tudo.
Sou uma alma analógica que vive em um mundo digital, sendo assim, não possuo nenhuma competência técnica
tempo e sobra serviço, encaro até a distribuição e o jor-
sabe, gosto mesmo é de conversar, e de vender, é claro. Nesta edição, coube-me também a atuação como revisor, que o fiz com a certeza de que terminaria a tarefa como um humano melhor do que aquele que a começou.
Folha após folha, se foi desdobrando o manto do conheci-
nas áreas de diagramação ou arte-final, porém, possuo
mento sem fim. De repente, diante do poder que emana de
os resultados visuais que seus olhos descerram no virar
formação em Letras, as horas de ensino na rede pública, a alfa-
certo senso que me permite participar - e contribuir - para
tantas histórias, relembrei do passado: a primeira professora, a
NOSSOS MESTRES 11
alfabetização de adultos. Depois, voltei ao presente, onde eter-
nizo este momento graças aos professores que me ensinaram cada letra que aqui sequencio em agradecimento e adoração.
A partir daqui, e até a última página desta pequena
odisséia, você querida leitora e estimado leitor, irá sentir
nostalgia e gratidão. Permita que o pranto role porque a lágrima será doce. Da nossa parte, esta revista é a nossa
‘menina dos olhos’, afinal, é o modo que encontramos para
celebrar a vida e a memória dos nossos queridos mestres. Muito obrigado às pessoas e às empresas que transformaram mais um sonho em realidade. Boa leitura! ANDERSON PRADO DE LIMA
Diretor da Revista O Comércio
Foto: Cíntia Fotografias
12 revista o comércio
artigo // a coragem de ser professor
P
rofessor: educador, instrutor, pedagogo...
ficam algumas perguntas: Qual o principal “chamado” ao
dicionário, uma profissão cujas práticas
quistar e manter a relevância do seu papel? Qual virtude
Assim o dicionário define. Indo além do
têm mudado muito nos últimos tempos
e é desafiada a continuar mudando para acompanhar as
professor nesse momento? Como o professor pode condeve o professor exercitar nos dias de hoje?
Sem dúvida alguma, a coragem. A virtude do herói, a
transformações sociais, o avanço da tecnologia e os novos
que não depende de épocas ou sociedades. Se a figura
dificuldades, precisa manter sua essência: ensinar.
a do herói pode ser incorporada pelo professor, que com
valores - ou a falta deles. Uma profissão que, apesar das
Percebemos que a figura do mestre, antes associa-
da imediatamente ao profissional do magistério, tem
hoje sua imagem um tanto desfocada e até distorcida pela sociedade.
Sem analisarmos as causas que nos trazem a esse pa-
norama e suas explicações convergentes ou divergentes,
do mestre detentor de conhecimento tornou-se superada, coragem é chamado a atuar de maneira positiva e propo-
sitiva num contexto social tão diversificado como o nosso. A coragem não deixa esmorecer diante dos desafios. Ela faz avançar, apesar deles.
Hoje o professor é desafiado a ser muito mais do que
conhecedor dos assuntos. A paixão de educar deve agre-
NOSSOS MESTRES 13
gar a coragem de formar para a vida. Terá muito mais
sucesso aquele profissional que, num mundo conflituoso, demonstre sabedoria. Será melhor o professor cuja conduta coerente seja inspiração para as crianças e jovens, do
que aquele que simplesmente acumula e passa conhecimento. Transmitir valores positivos, construir uma escola propositiva, ser um agente da cultura da paz, é o chamado
atual. O professor pode ser o herói dos tempos modernos. Um herói necessário! O portador da chama da esperança para seus alunos!
Parabéns a todos os professores!
IZABEL CRISTINA CAMPANARI LORENZETTI
Professora e Prefeita Municipal de Lençóis Paulista
Foto: arquivo pessoal
14 mestres do passado
Francisco Garrido Filho dos espa-
Maria cordeiro Fernandes orsi nascida em am-
nelson Brollo nelson
Brollo
nhóis José Garrido Gil
paro (sP), em 23
foi um dos gran-
Francisco
dona
da educação de
e Maria dominguez, Garrido
nasceu em 11 de fe-
vereiro de 1923, em
lençóis Paulista. iniciou seus estudos no es-
perança de oliveira. cursou ginásio em são Paulo, onde também se formou contador.
Quitinho, como era conhecido, atuou
de junho de 1916, Mariazinha
(como era chamada pelos alunos) passou
a infância em sua cidade natal, onde cursou
o primário (Grupo escolar luiz leite) e se formou na escola normal livre de amparo.
em 1936, iniciou suas atividades como
des
profissionais
lençóis Paulista e região. nascido em
18 de novembro de 1928, em são Ma-
nuel, ele é filho de Pedro Brollo e Luiz
Genegre Brollo. casou-se com dulce ap. Boso Brollo, com quem teve 2 filhos: Luí-
como vereador por 12 anos. Foi autor da
professora em lençóis Paulista, no Grupo
em lençóis Paulista, no ano de 1957, atu-
em seu ambiente de trabalho, Maria cor-
e italiano. Graduado em Pedagogia pela
sempre bem vestida e sorridente, enfren-
de Doutor, na Unesp de Marília. Teve mais
lei que criou a escola Técnica comercial al colégio liceu/Francisco Garrido. ime-
diatamente foi indicado como diretor, cargo que exerceu até 1977.
era casado com lourdes rensi Garrido,
tendo 3 filhos: Sandra Maria, José Frede-
rico e Paulo eduardo. Faleceu em setembro de 1980.
escolar esperança de oliveira. admirada
deiro impôs respeito pela sua postura, tando seu trabalho diário com muita calma. aposentou-se em 1961, na mesma es-
cola em que iniciou sua carreira. a grande
mestra faleceu em 7 de junho de 1998, mês em que completaria 82 anos.
sa adélia Brollo e nelson José Brollo.
dominava o inglês, francês, espanhol
USP, Nelson Brollo ainda recebeu o título
de 30 anos em atividades voltadas à área educacional. Foi docente no Virgílio Capoani, de 1963 a 1979. Também foi professor universitário em Botucatu, Avaré e Marília. nelson Brollo faleceu em abril de 1993.
nossos mestres 15 Fotos: arquivo pessoal
Olga Biral Professora
OrlandO minettO Pri-
considerado um
Vera Braga FrancO giacOmini nascida em ca-
mária, Olga Biral
dos professores mais
felândia, em 11 de
Paulista, em 24 de
do recente, Orlando
Vera Braga Fran-
nasceu em lençóis
setembro de 1922. Filha de luiz Biral e
rosalina Paccola Biral, ela morou na rua
geraldo Pereira de Barros, onde hoje é a droga raia.
dentro da sala de aula, a professora
queridos do passa-
minetto nasceu em 16 de fevereiro de
1948, no município de macatuba. ele é pai de gustavo leda minetto e rafael leda minetto. O professor foi casado com Vera
lúcia leda minetto e dedicou mais de 30
era exigente. Sua competência era nítida
anos da sua vida à educação, principal-
em transmitir o conteúdo várias vezes
Professor consagrado em lençóis Pau-
dezembro de 1929, co giacomini foi e
continua sendo um
dos principais nomes da educação de lençóis Paulista. Filha de rinaldo Franco
e nair Braga Franco, ela lecionava Português (Professora 3).
residente em uma casa na rua José
mente, à matéria de Geografia.
do Patrocínio, 878, centro, Vera Braga
até que seus alunos conseguissem
lista, Orlando minetto construiu uma famí-
quem teve 3 filhos (Bruno, Paulo e José
vés de uma homenagem. Olga Biral foi
após muitos anos de magistério, Orlando
e, por isso, Olga Biral não se importava
aprender. O reconhecimento veio a tra-
eternizada com o nome de uma rua, no Jardim itapuã.
Olga Biral faleceu em 26 de dezembro
de 1999.
lia a partir da sua vida dedicada à educação. minetto conseguiu sua aposentadoria e começou a se dedicar somente à família.
Orlando minetto faleceu em 31 de
maio de 2014.
era casada com gerson giacomini, com eduardo). a professora dedicou 28 anos
de serviços ao estado. Seu nome ficou marcado na história e as homenagens estão por toda a parte.
Vera Braga faleceu em agosto de
1988.
16 TIPÓ
PROFESSOR DO CURSO DE DIREITO DA IESB, TIPÓ NÃO MEDE ESFORÇOS PARA AJUDAR SEUS ALUNOS, TANTO DENTRO QUANTO FORA DA SALA DE AULA
V
ereador, advogado, palestrante e professor. Essas são as atuais atribuições
de Ailton Tipó Laurindo.
No curso de Direito da IESB (Instituto de Ensino Superior de Bauru), ele se destaca
pela maneira com que conduz os alunos. Rígido, exigente e disciplinador, Profes-
sor Tipó é praticamente um “paizão” e faz o que é possível para que seus alunos tenham sucesso, tanto den-
Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 17
Nível superior tro quanto fora da sala de aula.
“Sou um professor que incentiva e
impulsiona os alunos. Empresto livros,
P e r f i l Nome Ailton Aparecido Tipó Laurindo
disponibilizo meu e-mail e telefone pes-
TemPo de cArreirA 9 anos
situação, possam entrar em contato co-
ÁreA de ATUAção direito
soais, tudo para que eles, em qualquer
migo. Também forneço plano de ensino. isso serve para o aluno acompanhar a aula e estudar para concursos e provas da
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). converso com os alunos nos intervalos
FormAção Graduação em direito e mestrado em direito Previdenciário
das aulas, faço doação de livros, dou dicas sobre como se portarem no fórum, falo
sobre algumas pegadinhas em concursos públicos, enfim. Sou muito amigo dos
alunos, porém disciplinador e exigente. O mundo cobra demais da gente. Se facilitar, o aluno terá dificuldades”.
Um dos grandes objetivos do Profes-
sor Tipó é complementar a educação que
o aluno tem em casa e prepará-lo para o mercado de trabalho e para o mundo.
18 tipó
O PrOFESSOr TEm quE ajudar a COmPlEmENTar a EduCaçãO quE O aluNO rECEBE Em CaSa. TEmOS quE PaSSar ImagEm dE SErIEdadE, rESPEITO, EduCaçãO, COmPrOmISSO E PONTualIdadE. aSSIm, PrEParamOS O aluNO Para O muNdO
“Tenho alunos que me escrevem e me
começou a dar aulas de Contabilidade e
cação para falar em público e comparti-
Isso, para mim, não tem preço. Hoje, em
Em dezembro de 2002, se formou em
Essa vocação a qual Tipó se refere fez
agradecem por tudo que eu fiz para eles. um mundo totalmente digitalizado e in-
formatizado, onde a educação é completamente diferente de anos atrás, a cultura
e os valores mudaram. Por isso, preciso me dedicar aos meus alunos e ser honesto com eles”, destaca Tipó.
O lençoense se formou em Ciências
Contábeis em 1990. No ano seguinte,
Economia no colégio Francisco garrido.
lhar conhecimento”, destaca Tipó.
direito e, em fevereiro de 2003, passou
com que o professor se apaixonasse pela
terminou o mestrado em direito Previ-
to ao trabalho do lençoense, ofereceu
na OaB e começou a advogar. Em 2006, denciário pela PUC (Pontífice Universi-
dade Católica). Em agosto de 2005, foi
contratado pelo IESB para dar aulas. “Fui convidado pelo professor duda Trevizani a dar aulas na faculdade. Sempre tive vo-
sala de aula. O IESB, em reconhecimenaulas em diversas matérias. No entanto, aos poucos, a carga horária do Professor
Tipó foi ficando cada vez mais pesada, com aulas praticamente todos os dias da
semana. “Fui pedindo redução de carga,
nossos mestres 19 Foto: arquivo pessoal
porque minhas noites e minha semana
estavam muito comprometidas. Eu dava aulas nas noites de segunda à sexta-feira
e aos sábados de manhã. Foram 3 anos fazendo essa vida. Eu estava com muita aula e eu não conseguia cuidar de minha
Professor de faculdade, Tipó se considera um “amigão” dos alunos, mas exige compromisso e responsabilidade dentro da sala de aula
família e de mim mesmo”.
çoense afirma que, quando pisa na sala
ano de Direito. Pensei em abandonar a
Direito Administrativo e Direito Previ-
uma coisa indescritível quando eu entro
José Francisco, um juiz federal de Bauru.
Atualmente, o Professor Tipó leciona
denciário para duas turmas do curso de
direito do IESB. Ele também é professor
da ESA (Escola Superior da Advocacia),
de aula, o gás é totalmente renovado. “É na sala de aula. Parece que tomo um choque de 380 volts, eu acendo”, brinca.
Durante essa vitoriosa trajetória, o
presidente da comissão de Direito Previ-
Professor Tipó revela que quase desistiu
palestrante do Departamento de Cultura
os conselhos de um professor foram
denciário da OAB Seccional São Paulo e da OAB São Paulo. Mesmo com tantos
afazeres que esgotam a energia, o len-
de seguir seu grande sonho. O apoio e essenciais para o lençoense mudar de ideia. “Em 2001, eu estava no quarto
faculdade e comentei com o professor Ele foi meu grande incentivador e me disse que obstáculos e problemas todos
nós temos na vida. O grande vencedor é aquele que enfrenta os obstáculos de ca-
beça erguida. O grande vencedor precisa de 1% de inspiração e 99% de transpira-
ção. Eu ouvi o professor e segui minha trajetória”, finaliza.
20 ALESSANDRO ANGÉLICO
MODELO DE
VIDA ALESSANDRO ANGÉLICO AFIRMA QUE O PROFESSOR É UM ESPELHO PARA O ALUNO DENTRO E FORA DA SALA DE AULA
Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 21
S
“
er professor é fascinante,
passei em um concurso público e assu-
você consegue motivar
onde trabalho até hoje”. Na mesma épo-
principalmente, quando um aluno a descobrir
coisas novas através da fala e dos ensinamentos. Tudo isso é muito gratificante”. É dessa forma que o professor de Filosofia e coordenador pedagógico, Alessandro
mi um cargo efetivo no Virgílio capoani, ca, o professor recebeu e aceitou uma proposta para lecionar no colégio São José. “Foi apaixonante”, lembra o profes-
em uma sala de aula.
P e r f i l
planos de vida do professor. ele era semi-
Nome Alessandro Luís Angélico
são no meio do curso. “Saí do seminário
Tempo de cArreirA 12 anos
seminário. Logo em seguida, ingressei na
ÁreA de ATuAção Filosofia e coordenação pedagógica
Luís Angélico, define a sensação de estar
inicialmente, lecionar não estava nos
narista, mas acabou desistindo da profisem 2002, com a formação de Filosofia do carreira de professor”. Na época, a maté-
ria não fazia parte da grade de aulas do estado e, por isso, Alessandro Angélico
lecionava sem estar efetivado. “em 2006,
FormAção Graduação em Filosofia e pedagogia e especialização em Gestão de pessoas
22 alessandro angélico
sor Alessandro, que considera a Filosofia
colocada no lugar que merece, o profis-
“ela permite que eu trabalhe com os alu-
O dia a dia na sala de aula é bastante
uma área de conhecimento privilegiada.
sional será valorizado como merece”.
nos a construção de valores e um olhar críti-
Todo professor
produtivo. O professor procura sempre
debater um problema do cotidiano e que
é um professor
údo aos alunos. “o estado nos disponi-
co sobre a sociedade. nas aulas, eu consigo
estar atualizado para transmitir o conte-
está no senso comum. aos poucos, a filoso-
de moral, ainda
biliza um currículo de habilidades para
o conhecimento superficial que já existia”.
que ignore. o
buscando novidades, através de cursos e
questão de destacar a importância da fi-
aluno enxerga
de aula. “Todo professor é um professor
nele um modelo
fia conduz para o senso crítico e aprofunda
O Professor Alessandro também faz
losofia para a vida do aluno fora da sala
ser apresentado. Temos que estar sempre
palestras. no entanto, cada sala de aula
apresenta um grupo diferente de alunos. Temos que diversificar a forma de transmitir o conteúdo e respeitar as diferenças
de moral, ainda que ignore, pois o alu-
de vida. professor
existentes. Cada sala de aula tem suas
profissional tem que tomar cuidado com
é uma profissão
conhecer cada uma de forma individual”.
gundo o lençoense, a educação precisa
diferenciada
no enxerga nele um modelo de vida. O
suas atitudes e com a sua fala”. Ainda se-
ser colocada como prioridade no país. “Ela é apenas objeto de jogo político. A partir do momento que a educação for
particularidades, por isso, precisamos com os recentes avanços da tecnolo-
gia e o consequente desenvolvimento
do senso crítico dos alunos, alessandro
Angélico procura acompanhar tais evoluções. “a educação tradicional não conse-
nossos mestres 23 Foto: arquivo pessoal
gue dar conta da demanda do aluno. O professor tem que tomar cuidado, pois
é difícil lutar contra a tecnologia e esse
amontoado de informações. A função do professor é ensinar o aluno a filtrar as
informações. A Filosofia, nesse sentido, é fascinante e consegue perpassar tudo isso. Se o que ele vai buscar na escola estiver abaixo de sua expectativa, isso se
torna desinteressante. E esse é o grande desafio do professor”.
Em 12 anos de exercício, Alessandro
Angélico nunca precisou colocar um aluno para fora da sala de aula por indiscipli-
Professor Alessandro Angélico leciona há 12 anos e reafirma a importância do professor para a vida do aluno
com os alunos. “Os conflitos passam a ser
nos a possibilidade de discutir, em âmbi-
trabalho do Professor Alessandro é fazer
consegue resolver dentro da sala de aula,
pessoal. “Eu sempre me pergunto: que
uma forma e saia de outra. É fazer com que
na e isso conta pontos no relacionamento
objeto de aprendizagem. Quando você todo mundo ganha e isso pode ser transferido para a sociedade”.
O professor também dá aos seus alu-
to coletivo e amplo, problemas de cunho contribuição eu vou oferecer naquele dia?
Será que, no final, eles estarão diferentes de quando a aula começou?”. O grande
com que o aluno entre na sala de aula de ele cresça e se desenvolva como ser humano. Uma missão nada fácil que requer capacidade, dedicação e amor à profissão.
24 MENDES THAME
HOMEM DE DEPUTADO FEDERAL, MENDES THAME LECIONOU NO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA ESALQ/USP E NO COLÉGIO LUIZ QUEIROZ, DE PIRACICABA
Foto: Cíntia Fotografias
Nossos mestres 25
Gabarito A
ntonio Carlos Mendes
PUC (Pontifícia Universidade Católica
Mendes Thame, é depu-
sor do Departamento de Economia da
Thame, ou simplesmente tado federal pelo PSDB
(Partido da Social Democracia Brasileira). Nascido em Piracicaba, em 1946, tem uma carreira de sucesso na política na-
cional. E foi na sala de aula que Mendes Thame escreveu mais um belo capítulo em sua história de vida.
Formado em Engenharia Agrônoma
pela ESALQ/USP (Escola Superior de Agri-
cultura Luiz de Queiroz) e em Direito pela
de Campinas), Mendes Thame é profes-
ESALQ/USP. “Minha mãe era professora, e muito dedicada. inclusive, seu nome “Carolina Mendes Thame” foi dado a uma escola, em Piracicaba. Ao formar-me
agrônomo, comecei a dar aulas de Portu-
guês no CLQ (Colégio Luiz Queiroz), de
P e r f i l NOME Antonio Carlos Mendes Thame TEMPO DE CArrEirA 21 anos ÁrEA DE ATUAçãO Professor do Departamento de Economia da ESALQ/USP e Professor de Português do Curso Luiz de Queiroz FOrMAçãO Graduação em Engenharia Agrônoma na ESALQ/USP; Graduação em Direito na PUC
Piracicaba, que preparava alunos para o
foi bastante agradável. “Era muito bom. Os
lembra o deputado federal.
conseguia aprovar um respeitável número
vestibular de acesso ao ensino superior”, Mendes Thame confessa que o início
professores eram valorizados. No CLQ, que de alunos nos vestibulares, a satisfação
26 Mendes ThaMe
dos mesmos e de suas famílias valia o es-
tos me enviam recados e sugestões”.
vimento das aulas”. o próximo passo foi
para mendes Thame, entre eles a experiên-
“Já na esalq, procurei tornar as aulas de
xou sua marca em todos os cargos públicos
forço despendido no preparo e desenvol-
lecionar trouxe inúmeros benefícios
lecionar na faculdade em que se formou. economia interessantes e mostrar a impor-
cia e o conhecimento. o piracicabano dei-
tância das doutrinas econômicas”.
Temos muiTo
de aula, mendes Thame tem admirado-
a resgaTar. o
alunos de lençóis paulista, cidade onde
professor Tem que
alunos puderam absorver o conheci-
ser valorizado,
professor. para ele, o segredo do sucesso
não só pelo esTado,
no magistério se resume a duas palavras: conhecimento e dedicação. “acredito que
mas pelos alunos e
a relação com meus alunos sempre foi
suas famílias
dedicado e respeitado dentro da sala
res por várias partes do Brasil, inclusive
desfruta de grandes amizades. diversos mento transmitido por esse admirado
muito boa. até hoje, quando os encontro, eles fazem questão de se lembrar daquela época. Com o advento da internet, mui-
que ocupou. foi deputado constituinte de
1987 a 1988 (ajudou a criar a Constituição federal), sendo coautor do artigo 58 das disposições Transitórias da Constituição federal, que reajustou os proventos de milhões de aposentados e pensionistas. foi o
primeiro presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas Piracicaba, Capivari, Jundiaí (pCJ), o primeiro comitê de bacias instalado no estado de são paulo, em 1993.
mendes Thame também foi prefeito
de piracicaba (1993-1996) e secretário de estado de recursos Hídricos, sane-
amento e obras de são paulo (19992000). em 2013, foi incluído pela oitava
vez entre os 100 deputados e senadores
nossos mestres 27 Foto: arquivo pessoal
mais influentes na condução do processo legislativo brasileiro, em levantamento elaborado pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
O piracicabano é primeiro presidente
do Capítulo Brasileiro da Gopac (Organização Mundial de Parlamentares contra Corrupção), instalado no Brasil em junho
de 2013. A Gopac é uma rede internacional de parlamentares focada no combate à corrupção no mundo, criada em outubro
de 2002, em Ottawa, no Canadá. Atualmente, atua em mais de 54 países, apoian-
do parlamentares líderes no combate à
corrupção. A organização prepara manuais, oferece treinamento jurídico e realiza
Mendes Thame é uma das figuras públicas mais respeitadas na política brasileira; experiência na sala de aula ajudou em sua formação
workshops. Também estimula a introdução
plementar 128/2008, que criou a figura
Conferências da ONU (Organização das
boa governança e o controle da corrupção.
um dos parlamentares com maior número
cas, em Nairobi (2006), Bali (2007), Poz-
de propostas legislativas que promovam
Mendes Thame é autor do primeiro
projeto de lei que deu origem à Lei Com-
do MEI (Microempreendedor Individual). É
de propostas legislativas na área ambiental. Representou o Congresso Nacional nas
Nações Unidas) Sobre Mudanças Climáti-
nan (2008), Copenhague (2009), Cancun (2010), Durban (2011) e Doha (2012).
28 CLARIDES MARTINS
SERIEDADE NO ENSINO Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 29
Clarides Martins seMpre esteve satisfeita CoM sua profissão, MesMo CoM as difiCuldades que a vida lhe iMpôs
P e r f i l
a
inversão dos valores que acontece nas escolas e sala de aula incomoda quem vê a educação como a
grande prioridade para um mundo melhor. quando ainda era aluna, Clarides Martins lembra que o
noMe Clarides Martins
professor era um ser admirado, vangloriado e respeitado pelos alu-
teMpo de Carreira 30 anos
pelos pais. “Fiz, com os meus filhos, do mesmo modo que meus
Área de atuação ensino primário forMação Graduação em história e especialização em estudos sociais
nos. Já nos dias de hoje, o aluno sempre tem razão e é defendido pais fizeram comigo. Quando havia algum problema, eu ia até a es-
cola conversar, mas, na maioria dos casos, a professora tinha razão e eu ficava contra meu filho para mostrar a ele que o respeito para com o professor deveria vir acima de tudo”, comenta a professora.
a vida como professora começou após terminar o magistério,
em 1968, em uma escola da zona rural de lençóis paulista. o caminho era percorrido de ônibus até uma estrada de terra. quan-
30 Clarides Martins
OS aLunOS tinhaM O PrOfESSOr COMO ExEMPLO
do Clarides Martins chegava, os alunos a recebiam com flores nas
tranquilo. Naquela época, a estrutura familiar era outra e os pais
sor como exemplo. Eles adoravam. Éramos próximos das crianças.
ta Clarides Martins.
mãos, acompanhando-a até a escola. “Os alunos tinham o profesAlém de lecionar, ajudávamos também a fazer a merenda, fazía-
também ajudavam os professores na relação com os alunos”, conDedicada, séria e responsável, a professora passou por diversas
mos de tudo um pouco. Era entusiasmante ter todos perto de mim.
escolas do município, como Dr. Paulo Zillo, Antonieta Grassi Mala-
Sempre satisfeita com a profissão, a Professora Clarides não
profissional amada e admirada por todos, Clarides Martins sempre
Não havia reclamação por parte das professoras”, ressalta.
parou no tempo e se especializou e alguns cursos, como História, Estudos Sociais e também Pedagogia com Administração Escolar. Em 1971, aconteceu uma mudança na Lei de Diretrizes e Clarides Martins começou a lecionar para alunos de 5ª série. “Sempre
tive ótima relação com os alunos. É uma profissão que parece que
você não envelhece, pois estamos sempre junto com os alunos, na mesma animação. É uma vida mais leve que deixa tudo mais
trasi, Rubens Pietraróia e Vera Braga Franco Giacomini. Por ser essa
recebia convites para participar da área administrativa das escolas, como coordenadora, vice-diretora e substituta de diretora. No en-
tanto, ela demorou para aceitar algum cargo. Até que em 1985, Pro-
fessora Clarides aceitou a diretoria na escola Paulo Zillo, onde ficou no cargo até 1991. No mesmo ano, a lençoense aceitou um convite
do delegado regional de ensino e começou a trabalhar na supervi-
são escolar, onde ficou por 7 anos até sua aposentadoria, em 1997.
nossos mestres 31 Foto: arquivo pessoal
Para a professora, entrar em uma sala de aula sempre foi moti-
vo de muito orgulho e alegria. “O aluno respeitava o professor. Era
Dedicada e responsável, Clarides Martins viveu grandes experiências como professora de História
matéria crítica. Eu incentivava meu aluno a pensar e a ser crítico,
Após a aposentadoria em 1997, Clarides Martins não parou
um prazer estar na sala de aula. A História forma o aluno, é uma
buscando sempre o melhor para um dia ocupar cargos de relevân-
com suas atividades e entrou para uma coordenação que traba-
escolher”, ressalta.
passou a ser das prefeituras. Trabalhávamos com isso. Era uma fase
cia na sociedade. A História prepara o aluno para a vida que ele Quanto à educação nos dias de hoje, Clarides Martins percebe
que os alunos não têm limites, pois não aprendem, em casa, o res-
peito ao professor. Isso dificulta o relacionamento nas escolas. “Procurei demonstrar aos meus alunos que eu estava interessada em
lhou com a municipalização das escolas. “O Ensino Fundamental importante para a educação e, hoje, percebemos que o Ensino Mu-
nicipal é muito mais eficaz do que o Ensino Estadual, que está um pouco defasado”, ressalta.
Clarides Martins sempre amou a profissão e lembra, com muito
fazer aquilo. Sempre cumpri meus horários, meus deveres e pra-
carinho, os anos que passou na sala de aula e também na área ad-
na História, por influência minha. Isso me alegra muito”, comenta.
a ela quanto aos alunos.
zos. Os alunos gostavam disso. Tenho aluno que escolheu seguir
ministrativa das escolas. Tudo isso proporcionou experiência tanto
32 denise orsi
Paixão
inesquecível n
AposentAdA há mAis de 25 Anos, denise orsi não se esquece de seus Alunos e demonstrA pAixão pelA profissão de AlfAbetizAdorA
ascida em 19 de julho de
formou em normal (hoje, magistério) e
beu um prêmio da prefeitura e foi lecionar
lençóis paulista, denise
esperança de oliveira e peguei uma substi-
seguinte, denise orsi voltou a marcar pon-
com 14 anos, no antigo Ginasial (hoje, en-
titui a professora Geisa paccola pettenazi”,
1933, no município de
orsi começou a estudar
sino médio). dedicada e apaixonada pela sala de aula, a hoje professora aposentada
não parou de trabalhar e estudar e logo se
pedagogia. “comecei marcando ponto no
tuição na escola da fartura. na época, subsconta a professora denise.
depois de ter sido aprovada em segun-
do lugar em um concurso público, ela rece-
na granja santa rita. no entanto, no ano to na escola esperança de oliveira, após todas as escolas municipais passarem a ser estaduais. “fiquei um tempo sem sala e depois fui trabalhar na usina barra Grande
e no lageado, como substituta. em 1964,
NOSSOS MESTRES 33
P E R F I L NOME Denise Orsi TEMPO DE CARREIRA 30 anos ÁREA DE ATUAÇÃO 1ª e 2ª série. Fundamental 1 FORMAÇÃO Magistério e Pedagogia
me efetivei na escola Vargem Limpa e de lá fui para a fazenda São João da Areia Branca, em Areiópolis”, lembra.
Depois de um ano lecionando na escola Santa Regina,
em Bocaina, Denise Orsi foi para Alfredo Guedes, onde trabalhou durante 3 anos na escola Cecília Marins Bosi. Logo em seguida, a professora aposentada foi lecionar na escola Dr. Paulo Zillo. Ela agradece a Deus pela oportunidade de dar aulas em escolas da cidade.
Foto: Cíntia Fotografias
34 denise orsi
A dedicada professora também trabalhou
na colégio Francisco Garrido, como Professora de Português no curso básico.
DiGO Que, QueM Dá AMOr, reCebe
cia, Denise Orsi se emociona ao falar de sua
AMOr. É uMA eternA reCiPrOCiDADe
Com vários cargos e uma vasta experiên-
“eterna paixão”, como ela mesma define sua carreira de professora. A profissional dedicou toda a sua vida à profissão e fez de tudo
para transmitir conhecimento aos alunos. A Professora Denise soube, também, como
do, porque eles me reconhecem. esse é o
marca especial em cada aluno que passou
fui especial para alguém”, ressalta.
transmitir amor e carinho, deixando uma por sua vida. “Sempre os tratei com muito
maior presente que eu tenho: sentir que
que ex-alunos a procuram frequentemente
Aposentada desde março de 1985,
dar bons momentos. recentemente, um
amor. Digo que, quem dá amor, recebe
Denise Orsi fazia questão que as crianças
“Meu aniversário sempre coincidiu
aulas. isso era possível através de brinca-
amor. É uma eterna reciprocidade”, ressalta.
com o período das férias de julho. Lembro-me que meus alunos sempre vinham
até minha casa para fazer uma festa para
mim. Quando encontro algumas pessoas
que já forma meus alunos, me surpreen-
A professora aposentada conta também
sentissem carinho por ela e gostassem das
deiras, cantorias e até ginástica na sala de aula. Quando todos já estavam bastante
entrosados, a Professora Denise começava a ensinar e alfabetizar. Dessa forma, o pro-
cesso de aprendizagem era mais prazeroso.
para contar experiências de vida e recorex-aluno encontrou Denise Orsi na rua e
revelou sentir saudades da relação aluno-professora. “essa pessoa chegou a mim di-
zendo que, quando eu chegava na sala com
uma bandeja coberta por guardanapo, era dia de bolo. Claro que eles adoravam. era assim que eu me sentia bem. nunca deixava o
ensino de lado. isso era uma estratégia para
nossos mestres 35 Foto: arquivo pessoal
chamar a atenção deles e conseguir alfabetizá-los”, ressalta a apaixonada pela profissão.
“Outra lembrança que tenho é de que,
no início de minha carreira, eu sempre procurava as pessoas que tinham sido
minhas professoras para tirar dúvidas, como a Dona Ivone e a Dona Idalina. Elas
eram meus exemplos. Outra coisa que eu também fazia muito era ler. A leitura nos dá crescimento e nos ensina a cada
dia. Nós ficamos maiores e melhores. Lecionar é um crescimento mútuo e um desafio grande”, conta a professora.
Feliz com a vida que leva e com o passa-
do, Denise Orsi está com 81 anos. O carinho pela educação e pela a sala de aula fica mais
do que estampada na rosto da professora, educadora e alfabetizadora. O que resta é a saudade no coração de seus ex-alunos e
a admiração de quem teve a oportunidade Professora Denise lembra, com muita emoção, de seus momentos dentro da sala de aula
de conviver com essa grande mulher.
36 EMERSON CONEGLIAN
EXEMPLO oal
ess
op
quiv : ar
o Fot
A SER SEGUIDO A
vida profissional de Emerson André Carrit Coneglian é bastante agitada. Dentista, vereador e pro-
fessor de ensino superior, o lençoense consegue
dar 100% de si, mostrando o quão dedicado e
competente é. Mesmo com tantas atribuições, Emerson Coneglian faz questão de destacar a sua paixão pela sala de aula.
Desde pequeno, o Professor Emerson dava mostras claras de que
lecionar era um de seus objetivos de vida. Enquanto aluno, ele passou
Nossos mestres 37
QUandO Era aLUnO, EmErsOn COnEgLIan já daVa mOsTras CLaras dE QUE sErIa Um grandE PrOFEssOr; hOjE, O LEnçOEnsE LECIOna na UsP
P e r f i l nOmE Emerson andré Carrit Coneglian TEmPO dE CarrEIra 9 anos
por várias instituições de ensino, entre elas as escolas Irma Carrit (atual escola Eliza Pereira de Barros), Virgílio Capoani, Paulo Zillo, Esperança
de Oliveira, Preve Objetivo, de Bauru, e Cooperelp, de Lençóis Paulista.
Formado em Odontologia pela Unicamp (Universidade de Campinas), o lençoense confessa que sempre sonhou em cursar Exatas.
“Eu prestei vestibular para Engenharia Civil, na Unesp (Universi-
dade Estadual Paulista), e passei. Também fui aprovado no vestibular da Unicamp, em Exatas. Comecei a estudar na Unicamp em 1988.
árEa dE aTUaçãO Especialização em dentística restauradora e Estética FOrmaçãO graduação em Odontologia; Pósgraduado em Ortopedia, Ortodontia e Periodontia; mestrado em dentística
38 EmErson ConEglian
No entanto, ouve uma greve na
-doutores. Eu fui muito bem nas
universidade, que durou mais
SEr PrOFESSOr é cOmPArtilHAr O
provas oral e escrita e na apre-
veram prestar outros vestibula-
SABEr, AO mESmO tEmPO Em qUE
Emerson Coneglian tem um
na própria Unicamp, em Piraci-
APrimOrAmOS nOSSO cOnHEcimEntO
de 90 dias. Alguns alunos resol-
res. Aí eu prestei Odontologia caba, e fui aprovado”.
Na faculdade, Emerson Co-
neglian era um aluno bastante
sentação, e consegui a vaga”.
perfil ímpar na transmissão de
conhecimento. Amado pelos alunos, ele foi homenageado
com o nome da turma de formandos de 2007. “na sala de
aplicado e procurava ajudar seus amigos de sala de aula. Esse per-
aula, eu continuo com minhas particularidades. tenho um estilo
do e educado, porém, conversava durante algumas aulas. Nunca
do ser humano. tento mostrar para os alunos que cada um está
fil acompanhou o professor durante vários anos. “Eu era dedicasentei em primeiras fileiras. Sempre estudei com meus amigos, principalmente, com aqueles que eu sabia que tinham mais dificuldade. Isso era um indicador de que eu seria professor”.
A oportunidade de lecionar na FOB/USP (Faculdade de Odontolo-
gia de Bauru) ocorreu por acaso, no ano de 2005. O Professor Emer-
son já havia recebido o título de mestre, quando a universidade abriu
próprio de dar aula. Uma das minhas características é a valorização
lá porque recebeu uma oportunidade de Deus de servir outro ser
humano. cada um que escolheu essa profissão tem algo especial. é um privilégio o de cuidar e devolver o sorriso e a felicidade ao outro ser humano. todos nós somos inteligentes. Algumas pessoas são mais esforçadas e outras menos”, ressalta.
Para o lençoense, pisar na sala de aula é uma mistura de an-
um concurso público. “Havia uma brecha no edital que não exigia
siedade, pois cada nova aula é única. Alegria por fazer aquilo que
curso. Eu não imaginava passar, pois concorria com doutores e pós-
realização por saber que entre tantas mudanças que aconteceram
doutorado. Meu orientador me ligou e pediu para fazer esse con-
ama. Desafio porque cada nova turma exige preparo e criatividade.
Nossos mestres 39 Foto: arquivo pessoal
Dentista, vereador e professor, Emerson Coneglian tem uma forma ímpar de lecionar que agrada os alunos
na área de educação, ainda consegue fazer os alunos acreditarem
amor ao ensino e a Odontologia. Admiro-o pelo ser humano que é”.
A grande inspiração de Emerson é, sem dúvida alguma, sua mãe
tolerância e bom senso, associado ao preparo, pesquisa e com-
Paulista e até na região. “Nas dificuldades, minha mãe sempre nos
seres humanos são capazes de aprender. O professor representa o
que são capazes de aprender e serem melhores a cada dia.
Bernadete Carrit, uma das professoras mais adoradas em Lençóis ensinou que temos que enfrentá-las com preparo e reflexão e não
desistir nunca”. Outra fonte de inspiração do lençoense é o profes-
sor doutor José Mondelli, do departamento de Dentística da USP. “Ele é o maior exemplo de vida, competência, ética, trabalho e de
Para Emerson Coneglian, ensinar exige esperança, humildade,
prometimento, acreditando que, apesar das diferenças, todos os exemplo, modelo de vida a ser seguido pelo aluno e a esperança de um aprendizado. Quanto maior as expectativas do aluno em relação ao professor, maior é a responsabilidade com a educação e formação desse aluno.
40 MÁRCIA GALLASSI
CORAÇ DE PROFESSORA MÁRCIA GALLASSI TEM COMO LEMA O AMOR, POIS A PROFISSÃO DE EDUCADORA REQUER CARINHO, DEDICAÇÃO E RESPONSABILIDADE Foto: Cíntia Fotografias
ção
nossos mestres 41
a
mor. esse é o grande se-
bens Pietraróia e Luiz Zillo.
te profissional, segundo a
a lençoense atuou como professora au-
gredo para ser um exelen-
professora márcia Regina
Gallassi Cezarotti. “precisamos amar ao próximo em primeiro lugar, acreditar no
futuro e ensinar, pois as crianças que pas-
sam pelas nossas vidas aprendem através de nós. o professor é um dos primeiros exemplos para a criança”, reforça.
Ainda com 17 anos, Márcia Gallassi
teve sua primeira experiência como professora substituta, na Escola Estadual Leo-
nina Alves Coneglian. No ano seguinte, a professora se formou em Magistério, mas
voltou a lecionar apenas aos 19 anos. de-
dicada e responsável, a Professora Márcia
passou por diversas escolas da cidade, como Leonina Alves Coneglian, Virgílio Capoani, Edwaldo Roque Bianchini, Ru-
Além de trabalhar em escolas públicas,
xiliar de Educação Infantil, no colégio
P e r f i l Nome márcia Regina Gallassi Cezarotti Tempo de CaRReiRa professora: 12 anos diretora: 13 anos ÁRea de aTuação Fundamental 1 e infantil FoRmação magistério; Graduação em pedagogia
42 Márcia Gallassi
Francisco Garrido. “sempre gostei de brin-
eu já conhecia e que eu já havia tido al-
escolhi, dentre todos os cursos técnicos
experiência. tive chance de sair, mas não
gum contato com os moradores. adorei a
car de escolinha quando criança. cresci e
quis. a equipe aqui é muito competente.
oferecidos na cidade, o magistério, no
todas as professoras são dedicadas, res-
qual me encaixei perfeitamente. Gostei das experiências que tive e, por isso, de-
ponsáveis e os pais também são bastante
cidi fazer Pedagogia, mas almejando ape-
Para educar é Preciso
há aproximadamente 13 anos, márcia
acreditar no amor,
escola maria cordeiro Fernandes orsi,
tora. mesmo sabendo o tamanho da res-
em si mesmo, na
neide madeira dias. “tenho contato com
sora, um diretor atua sempre pensando
caPacidade do outro e
confessa que sente falta do contato direto
em um mundo melhor
nas o cargo de professora”, ressalta.
Gallassi recebeu um convite para ser dire-
ponsabilidade, ela aceitou. Para a profesna equipe e nas crianças. no entanto, ela com os alunos. “Fiquei insegura no co-
meço, porque eu tinha trabalhado pouco
tempo com ensino infantil. era a primeira experiência em implantação de diretores
em escolas municipais. Precisei escolher uma escola e decidi por um bairro que
participativos”, conta a Professora márcia.
atualmente, além de ser diretora da
márcia Gallassi também dirige a creche
os alunos, mas procuro não interromper as aulas dos professores. Quando pre-
ciso falar diretamente com as crianças e jovens, procuro sempre combinar os
horários com os professores. aqui somos uma verdadeira equipe. temos grande afinidade e todos sabem que estou aqui para ajudar. durante as reuniões sempre
conversamos e discutimos o melhor para a escola”, comenta márcia Gallassi.
nossos mestres 43 Foto: arquivo pessoal
A diretora acredi-
acredito que uma
ta que os ensinos In-
das soluções seria
fantil e Fundamental
a
não tiveram muitas
total. Pensando em
mudanças em re-
termos de Brasil, os
lação aos alunos. A
avanços já foram
grande alteração foi
significativos, pois,
o olhar que existe
hoje em dia, a edu-
para a aprendiza-
cação chega onde
gem. Hoje, a preo-
cupação está voltada
municipalização
seria impossível e Com amor e carinho, Professora Márcia já acumula 25 anos atuando na educação lençoense, dos quais 12 foram na sala de aula
para a criança, se ela
está aprendendo ou não. “O olhar que
Para a Professora Márcia, a educação
inimaginável”,
menta a diretora.
co-
Honrada com a profissão, Márcia
temos hoje é de como conseguir ensinar
municipal é de alto nível. Já com rela-
Gallassi ressalta o reconhecimento dos
teresse pela aula e por aprender. Os pais
crítica, mas ainda é possível melhorar.
vilhosa e indescritível, pois revela sua
o aluno e como fazer para que ele se inacham que a escola é responsável por coisas que são obrigações dos pais e não
das professoras. Muitos exigem o olhar apenas aos filhos deles, por medo de que aconteça algo na escola”, ressalta.
ção à rede estadual, a situação não é tão
A municipalização proporcionou um
grande avanço. Professores e diretores ficam mais próximos dos problemas e
conseguem resolvê-los com mais agilida-
de. “Para melhorar mesmo a educação,
ex-alunos. Para ela, a sensação é maraimportância na vida de cada uma das pessoas que passaram por suas mãos. “Seja
qual profissão for, é preciso fazer o me-
lhor e ser responsável com o que for fazer, com dedicação e muita alegria”, conclui.
sicoob.com.br
Sabe o que is Machado de Ass , e r a e p s e k a h S William e Isaac Newton ? m u m o c m e m tê . r o s s e f o r p m u Todos tiveram 15 de outubro. Dia do Professor. Uma homenagem do Sicoob Cred-Acilpa ao profissional que ensina e inspira em todas as épocas, em todos os lugares.
44 MAURA FRANCATTI
MAURA FRANCATTI ESTÁ NA PROFISSÃO HÁ MAIS DE 20 ANOS E, PARA ELA, A REGRA MAIS SIMPLES PARA SER UMA BOA PROFESSORA É AMAR O QUE FAZ
P E R F I L NOME Maria Maura de Jesus Francatti TEMPO DE CARREIRA 21 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Coordenadora de escola FORMAÇÃO Graduação em Geografia
Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 45
Amor
à profissão O
magistério surgiu na vida de Maura Francatti aos
falar que ‘era a profissão ideal para as mulheres, pois permitia a
aquela era a profissão ideal para as mulheres,
na sala de aula aconteceu à noite, com substituições, pois eu traba-
poucos, mesmo tendo crescido e ouvido falar que
pois permitia conciliar maternidade e trabalho. O
encontro da coordenadora com a sala de aula começou de forma
combinação maternidade e trabalho’. Minha primeira experiência lhava como secretária na Duratex Floral, durante o dia”.
Em 1992, dois acontecimentos levaram a Professora Maura a
sutil, aos poucos, com substituições de aulas pontuais, no período
apostar no magistério. Um deles foi o nascimento de seu primeiro
“O magistério não era um sonho, apesar de eu crescer ouvindo
que trabalhava. No início, a convicção de que estava na profis-
noturno, no colégio Francisco Garrido.
filho. O segundo, a reestruturação pela qual passava a empresa em
46 Maura francatti
Não perca a esperaNça, faça o seu trabalho bem feito, com amor e respoNsabilidade, um dia de cada vez. o tempo se eNcarregará do resto são certa não existia. a certeza surgiu com
o tempo, na medida em que tomou gosto pela sala de aula.
bianchini, rubens pietraróia e leonina al-
temos que manter o foco e dar conta de
em 2000, maura francatti se efetivou
dentre as diversas atribuições de um
ves coneglian”, comenta a coordenadora.
tudo”, ressalta maura francatti.
“comecei em 1993, no esperança
na escola estadual dr. paulo zillo, como
professor coordenador, professora maura
supletivo, hoje eJa (ensino de Jovens e
sentou projeto para a função designada
ligadas à gestão do currículo, que in-
de oliveira, lecionando para alunos do adultos), ampliando, depois, com aulas no ensino fundamental regular, no perí-
odo diurno. em 1996, por conta da mu-
Professora de Geografia e, em 2008, aprede professor coordenador, no segmento
ensino médio, onde permanece até hoje. “a rotina do professor coordenador difere
nicipalização, fui transferida para a escola
do docente que está em sala de aula, pois
a 2000, também completei a jornada em
so. a rotina da escola é carregada, com
paulo zillo. devo mencionar que, de 1996
outras escolas, como professor edwaldo
exige oito horas diárias de trabalho intenmuitas demandas ao mesmo tempo, mas
comenta que as mais importantes estão cluem apoio ao docente na gestão da sala de aula, na formação contínua do professor e no apoio pedagógico ao uso de estratégias adequadas à aprendizagem, e o auxílio na gestão de resultados, com o acompanhamento sistemático dos resultados das avaliações internas e externas
nossos mestres 47 Foto: arquivo pessoal
Para Maura Francatti, o segredo para o sucesso dentro da sala de aula se resume ao amor e a dedicação
para ofertas de educação de qualidade.
rações”, comenta a profissional com mais
não existir o amor, a profissão não será liber-
é de extrema importância. Por mais que
Para Maura Francatti, o segredo do suces-
fessor”, conta a professora e coordenadora.
“A função do professor na sala de aula
de 20 anos de carreira.
haja avanços tecnológicos, nada substitui
so na profissão e na vida é o amor e a dedi-
professor e aluno. A qualidade dessa tro-
mais prazeroso, mais recompensador, com
a riqueza da troca, presente na relação ca está diretamente relacionada à cons-
ciência que cada um tem de seu papel, de suas responsabilidades e suas aspi-
tadora, nem para o aluno e nem para o proFora isso, a regra básica para ser um
cação. “Você vê com um olhar mais otimista,
bom professor é tornar a profissão igual a
mais possibilidades. Por isso, é importante
e obtendo sua própria valorização, com
que a profissão de professor seja exercida por pessoas cientes dessa escolha, pois se
qualquer outra, investindo na atualização
amor e responsabilidade, um dia de cada vez. O tempo se encarregará do resto.
48 Marta caserta
PARA MARtA CAsERtA, EntRE PAlAvRAs E Atos dE uM PRofEssoR, ExIstE o PodER dE foRMAR uM sER huMAno
história
inovadora
A
escolha da profissão veio
desde cedo, quando Marta Caserta tinha apenas
10 anos de idade. Após o
término das aulas, ela pedia giz aos pro-
fessores para brincar em casa com seus
sobrinhos mais novos, Ismael e Roseli. A lousa era uma caixa de papelão e o apagador, um pano.
Em 1982, a Professora Marta iniciou a
carreira no magistério. A insegurança da
inexperiência era natural, mas o tempo
NOSSOS MESTRES 49
P E R F I L NOME Marta Caserta de Almeida TEMPO DE CARREIRA 27 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental, Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos) FORMAÇÃO Graduação em História
Virgílio Capoani. A lençoense também
passou pelas escolas Rubens Pietraróia, Paulo Zillo, Lina Bosi Canova, Leonina Alves Coneglian e Vera Braga, além de também lecionar em Maca-
tratou de cuidar disso. “Tudo foi aconte-
cendo por etapas. Foi uma troca de aprendizado e experiências de vida, estando a frente, ao lado e, com o tempo, junto aos alunos”, comenta a Professora Marta.
A primeira experiência foi na escola
tuba e Borebi. “O início não foi uma experiência satisfatória, pois entrar na sala de aula, fazer chamada, copiar alguns textos, dar perguntas e depois avaliar era complicado. Após alguns
Foto: Cíntia Fotografias
52 Marta caserta
anos, fui fazer cursos de aperfeiçoamen-
presa nada agradável. Ela adoeceu e pre-
sinar. Era possível acrescentar e inovar
Grassi malatrasi, sem poder voltar à sala
to e vi que haviam outros modos de en-
cisou pedir licença na escola antonieta
no aprendizado”, ressalta.
de aula. “Eu ia até a secretaria e os alu-
marta caserta começou a transmitir
nos vinham correndo ao meu encontro,
aos alunos ensinamentos que iam além
Eu ia até a sEcrEtaria
muitos até chorando e pedindo para eu
re, monarquia e democracia estavam
E os alunos vinham
emociona a professora. os alunos do EJa,
“apaixonei-me ainda mais pela matéria.
corrEndo ao mEu
também comparecessem na escola aos
Encontro, muitos até
de teatro, produzir as roupas dos perso-
chorando E pEdindo
cantaram a música “tente outra vez”, de
para Eu voltar
daqueles alunos. uma vitória para toda
de sua especialidade, a história. Folclo-
na lista de discussões entre os alunos. Fazia com que os alunos interessados sábados para ajudar a arrumar cenários
nagens e, dessa forma, eu me realizava como professora. os olhos dos alunos brilhavam de emoção ao ver os pais e
toda comunidade assistirem e também
se emocionarem com as peças”, conta marta caserta.
Em 2007, a professora teve uma sur-
voltar”, lembra emocionada. outro fato inseguros com as aulas, acharam que não
conseguiriam completar o ensino. a pro-
fessora, então, os encorajou e motivou. Em uma apresentação de trabalho, eles raul seixas, representando bem a vida
a sala e, em especial, para a professora
marta, que passava por um período com-
plicado em sua vida, mas, mesmo assim, tinha forças para engrandecer os alunos.
Fora da sala de aula, marta caserta
dividia sua rotina como mãe, esposa e
nossos mestres 53 Foto: arquivo pessoal
A Professora Marta fez da sua profissão um estímulo para levar conhecimento e sabedoria aos seus alunos
procurava ouvir e dava total atenção a eles”, comenta.
Direcionar, ensinar e incentivar o alu-
no, tudo com muito amor. Esses são os grandes desafios dos professores. “Com
o passar do tempo e com os cursos que fiz, comecei a observar que a maioria
dos alunos se espelhava nos professores. Então me dei conta da responsabilidade
que estava em minhas mãos, pois é o professor que forma o ser humano. Resolvi
desenvolver a criatividade, através de professora atuante. Em sua veia corria a
les a todo tempo”, conta a professora.
aula tudo aquilo que observava, assistia,
do-me na classe, tanto no período diurno
assistia alguns depoimentos, lia alguns
po e interesse dos alunos. Eu observava
vontade de levar para dentro da sala de ouvia e lia. “Um exemplo é quando eu relatos, ouvia alguma música e pensava
que aquilo poderia ser instrumento de
ensino aos meus alunos. Eu pensava ne-
danças, exposições e teatros”.
A Professora Marta faz questão de
“Sempre preparava as aulas basean-
deixar os parabéns a todos os profes-
quanto no noturno, dependendo do tem-
ainda atuam, pois fazem parte da clas-
se isso ou aquilo iria surtir efeito ou não
e fazia sempre o possível, dando o meu
melhor aos alunos. Eu passava a teoria,
sores e, principalmente, àqueles que se dos verdadeiros heróis. Ver alunos
formados e sendo ótimos profissionais é motivo de orgulho para qualquer profissional do magistério.
54 MARTA FERES
QUÍMICA SUCESSO
DO
MARTA FERES RELEMBRA, COM CARINHO E EMOÇÃO, OS MOMENTOS MAIS MARCANTES EM SEUS MAIS DE 30 ANOS DE MAGISTÉRIO Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 55
P e r f i l Nome marta maria aparecida Feres
a
Tempo De carreira 35 anos
riqueza de detalhes du-
va disso. marta Feres estudou no Virgílio
o passado comprova a
gial e Magistério). A professora decidiu
branças na vida de uma pessoa. Datas,
parar por um tempo. ela se casou e teve
rante um bate-papo sobre
importância dessas lem-
momentos marcantes e acontecimentos
ficam na memória e jamais são esqueci-
dos. Na vida de Marta Feres, a profissão de professora é um grande divisor de águas.
capoani (ensino Fundamental 2, cole-
ingressar na faculdade, porém precisou
seus filhos, mas, logo em seguida, voltou aos estudos. em 1976, a professora marta assumiu o cargo de escriturária na escola
Área De aTuação Biologia, Física, Química e ensino infantil Formação Graduação em Ciências e Biologia e Graduação em Pedagogia (Supervisão e Administração Escolar)
antonieta Grassi malatrasi.
municipal Walt Disney, em 1977. Logo em
gostou de brincar de escolinha e consi-
dade e entrou na escala de pontos para
no Virgílio capoani, como professora substi-
Seguir na mesma carreira é a grande pro-
meiro destino de marta Feres foi a escola
Desde pequena, a lençoense sempre
derava as professoras como exemplos.
No ano seguinte, ela terminou a facul-
efetivar-se em alguma sala de aula. o pri-
seguida, surgiu a oportunidade de lecionar tuta, em 1978. No mesmo ano, a professora dava aulas pelo município e pelo estado.
56 marta feres
de 1977 a 1987, marta feres lecionou
de Oliveira, onde ficou até 2011, quando se
aulas de Biologia, física e química. ela tam-
havia se aposentado das escolas do estado.
no ensino infantil e na rede estadual, com
aposentou. no ano anterior, marta feres já
bém trabalhou com magistério no Virgílio
Para Marta Feres, o professor daquela
capoani. “nessa mesma época, fui convidada pelo prefeiro ideval paccola para ser dire-
época não tinha recursos tecnológicos e,
tora na escola ivone conti capoani e aceitei.
A criAnçA tem umA
idalina canova de Barros, inaugurada em
energiA que deixA
depois fui convidada para ser diretora no
1988. Ali fiquei até dezembro de 2000”, comenta a professora e ex-diretora.
Para ser efetivado em qualquer cargo de
o professor de
professor ou diretor, o profissional precisa-
pé nos momentos
tou a primeira prova, mas não conseguiu a
mAis difíceis
va ser concursado. marta feres, então, presclassificação em primeiro lugar, o que não lhe daria o direito a ser diretora na idalina
Canova de Barros. Em compensação, ela se classificou para assumir o mesmo cargo na escola Maria Zélia, em 2001 e, no ano se-
guinte, se removeu para a escola Esperança
por isso, tinha mais facilidade em lidar
com os alunos. “Hoje é preciso se adaptar aos recursos, fazer cursos e acompanhar a
tecnologia para chamar a atenção para si. O professor fica em uma situação difícil, porque ele tem que entrar na tecnologia
para conseguir trabalhar com os alunos”, ressalta marta feres.
Para a professora, a educação nos dias
de hoje tem passado por um caminho muito bom na esfera municipal, com grandes
avanços. As escolas municipais não devem
nada para as escolas particulares. Já nas escolas do estado, a ex-diretora afirma que existem vários problemas, como falta de
professores, escolas abandonadas e siste-
nossos mestres 57 Foto: arquivo pessoal
A proximidade de Marta Feres com seus ex-alunos é tão grande que ela os considera como filhos
ma estagnado, desfavorecendo o interesse
há anos atrás, o Ensino Fundamental 2
Para ela, não há dinheiro que pague isso.
não podem usar para outros fins, apenas
tado para o município”. Ela considera que
meus alunos, porque eu sempre os consi-
dos alunos. As escolas recebem verbas e para aqueles a qual a verba foi destinada.
Na época em que era diretora, Marta
Feres orientava e direcionava os professo-
res, pois a Diretoria de Educação sempre deu todo suporte necessário. “Acredito que, assim como teve a municipalização
(de 5ª à 8ª série), passará também do eso Fundamental 1 melhorou muito após a
municipalização, pois o aluno conta com apostilas que auxiliam o andamento das aulas, desde o maternal até a 4ª série.
Marta Feres se emociona ao lembrar o
quanto é reconhecida pelo seu trabalho.
“Sou avó dos filhos daqueles que já foram
derei meus filhos. Fiz o melhor para a edu-
cação de cada um deles. Já servi de mãe, psicóloga e médica. Ser professora não tem
rotina. Um dia é diferente do outro, cada
dia é uma experiência diferente, um crescimento pessoal e profissional”, finaliza.
58 NEIDE COSTA
CIÊNCIA
Foto: Cíntia Fotografias
EXATA
nossos mestres 59
Professora de matemática, Neide costa Provou aos seus aluNos que a matemática Não é um bicho de sete cabeças
a
matemática não é a ma-
ela revela que o magistério não era o seu
ria dos alunos. a ciência
sim, o grande objetivo, mas o destino fez
Nome Neide lucas barreiro costa
pessoas que não se dão bem com nú-
sala de aula. formada em licenciatura na
temPo de carreira 29 anos
adotam métodos mais “lights” de trans-
P e r f i l
área de atuação matemática formação Graduação em matemática
téria preferida da maio-
exata causa calafrios em
meros. é por isso que alguns professores
mitir o conteúdo. com o passar dos dias, a matemática pode conquistar adeptos e
maior sonho. a matemática aplicada era,
com que a Neide costa migrasse para a unesp (universidade estadual Paulista)
de rio claro, ela viu no magistério o seu futuro profissional.
“Não tive problemas na adaptação
se tornar uma matéria atraente.
como professora. eu era muito jovem e
que a ciência exata pode surpreender pe-
porque peguei direto o segundo grau
Neide costa é um exemplo claro de
los seus desafios. Amante dos números,
tinha uma linguagem fácil com os alunos, como primeira experiência. direcionava
60 neide costa
as aulas para o vestibular e gostava muito
formação dos alunos em todos os aspec-
dá para negar que também aprendi muito
A experiência de neide Costa foi e
tos”, ressalta.
de passar o que sabia para os alunos. não com eles”, comenta a professora.
continua sendo positiva em diversos
passou por três escolas. logo apareceu a
conquistar seus alunos que, aos poucos,
aspectos. Com o tempo, ela aprendeu a
o início foi em osasco (sp), onde
começavam a gostar da matemática. um
possibilidade de remoção para são paulo e a professora neide Costa não pensou
A presençA do
grande desafio já que a maioria tem aver-
nou em apenas uma escola. o destino se-
professor nA
professora, neide Costa esteve à frente
onde assumiu a disciplina de matemática
vidA dos Alunos
“A presença do professor na vida dos
é fundAmentAl
duas vezes. na capital paulista, ela lecio-
guinte (e definitivo) foi Lençóis Paulista, na escola estadual dr. paulo Zillo.
alunos é fundamental. ele pode vivenciar as dúvidas de cada aluno e ajudar
a esclarecê-las. o professor é fundamental não só para o conhecimento, mas na
são a disciplina. Após a experiência como
da coordenadoria da escola estadual dr. paulo Zillo, por 9 meses.
longe da sala de aula há 10 anos, a
professora neide Costa acredita que, inde-
pendente do sistema, os profissionais da educação precisam continuar pensando nos alunos e fazendo o melhor para que
eles aprendam. “o ideal é sempre passar
nossos mestres 61 Foto: arquivo pessoal
o conhecimento ao aluno, independente se o salário é baixo ou alto e se o sistema
favorece ou não. Temos que fazer o melhor para que o aluno se torne um grande pro-
fissional, independente da profissão que
ele escolher. É importante que ele saia com o conhecimento necessário para seguir sua vida nos estudos e na profissão”, comenta.
“Acredito que hoje está mais compli-
Professora de Matemática, Neide Costa fazia com que a matéria se tornasse o mais prazerosa possível
cado para lecionar. Quando eu era aluna,
Hoje a coisa está pior ainda. A maioria dos
procurou fazer com que eles quisessem e
autoridade. Apenas uma minoria que não
o conteúdo. Eles não pensam no futuro e
sário em ambos os lados. É por isso que
todo mundo respeitava o professor como
se interessava pelas aulas. O restante dos
alunos era sempre muito dedicado, mas, infelizmente, as coisas mudaram. Quan-
do eu dava aula, a realidade já era outra. A sala se dividia em quem queria estudar e
quem não estava preocupado com nada.
alunos não está interessada em aprender só querem saber do agora, em não reprovar. É por isso que é difícil cobrar muito
deles. A evolução, antes, era mais rápida e eficaz”, reforça Neide Costa.
A ex-professora sempre foi muito ca-
rinhosa e dedicada com seus alunos e
gostassem de estudar. O esforço é necesa Professora Neide sempre considerou os
alunos como filhos ou alguém da família,
passando toda a sua experiência de vida,
tanto dentro quanto fora da sala de aula, sendo dinâmica e atendendo a todos com paciência e dedicação.
62 RENATA ROSSI
À PRIMEIRA
Foto: Cíntia Fotografias
VISTA
Nossos mestres 63
Renata Rossi tinha o sonho de seR tRadutoRa, mas o destino quis que ela se apaixonasse pela sala de aula
o
P e r f i l nome Renata Rossi paulino tempo de caRReiRa 25 anos
mundo inteiro sabe a importância em conhecer
outras línguas e suas respectivas culturas. atual-
ÁRea de atuação português, espanhol e inglês
que não se contenta mais com o monolinguismo e
FoRmação Graduação em letras
mente, os seres humanos vivem em um planeta
o monoculturalismo, mas que defende, de modo rígido, a necessi-
dade de se formar cidadãos plurilíngues e pluriculturais. o inglês é a língua mais importante do mundo e a globalização não deixa
seu sonho sempre foi seguir na área de tradução. no entanto, o
de para quem quer se destacar no mercado de trabalho.
ra paixão. Hoje, a Professora Renata é uma das profissionais mais
dúvidas de que saber um segundo idioma é, hoje, uma necessidaesse conjunto de fatores, aliado à paixão pela língua inglesa,
fez com que Renata Rossi paulino se interessasse pelo assunto. o
objetivo de vida da lençoense não era lecionar. ela não nega que
destino quis que ela descobrisse, na sala de aula, a sua verdadeiimportantes e requisitadas de lençóis paulista quando o assunto é língua estrangeira.
a lençoense enfrenta o dia a dia com bastante seriedade.
64 renata rossi
dentro da sala de aula, ela procura transmitir tudo o que apren-
deu tanto no Brasil quanto no exterior. “O professor é um orientador. ele não pode somente transmitir conhecimento, mas deve
O prOfessOr deveria ser mais valOrizadO. esse prOfissiOnal é O que fOrma tOdas as prOfissões. tOdOs, um dia, passam pelas mãOs dO prOfessOr
também orientar os jovens no que eles precisam. tento ser amiga
do aluno, mas nada de amigo confidente, sempre com limites”. A professora renata apresenta cada aula como se fosse a primeira de sua vida. “para mim, pode ser a 100ª vez que dou a mesma aula, com o mesmo conteúdo, mas para os alunos, naquele momento, será a primeira”.
a admiração pela língua estrangeira começou bastante cedo.
renata rossi estuda inglês desde os 8 anos de idade, na escola fisk.
após terminar o ensino médio, ela decidiu prestar o vestibular, mas
a região oferecia poucas opções na área que desejava. “por diversas
vezes conversei com professores e eles me falaram para tentar o curso de Letras”. A lençoense gostou da ideia e decidiu arriscar.
O talento era tanto que renata rossi passou no vestibular da
unicamp (universidade de Campinas). no entanto, ela confessa
que era praticamente inviável manter-se na universidade, em uma cidade tão distante de lençóis paulista. a usC (universida-
de do sagrado Coração), de Bauru, foi a alternativa encontrada por renata rossi.
nossos mestres 65
Após terminar a faculdade, a lençoense fez um intercâmbio na
Inglaterra de 3 meses. Na volta para o Brasil, a Professora Renata recebeu um convite inesperado. “O proprietário da Fisk me convidou para dar aulas. Essa não era minha intenção na época. Queria
trabalhar na área de tradução, mas aceitei. Comecei a dar aulas e me apaixonei. Até pensei novamente em fazer algum curso de tradutor, mas desisti e acabei prosseguindo na carreira”.
Antes de ingressar em uma escola particular de línguas, Profes-
sora Renata já trabalhava em escolas públicas. “Eu dava algumas
aulas de Inglês e Português quando ainda estava na faculdade. Comecei no Paulo Zillo. Depois peguei aulas de Português e Inglês, no Lina Bosi Canova. Paralelamente, comecei a lecionar no colégio
Francisco Garrido. Nessa época, eu dava aulas em escolas particular, estadual e municipal”. A rotina era agitada e, mesmo assim, Renata Rossi ficava cada vez mais impressionada com os efeitos positivos da profissão que escolheu, naturalmente, para sua vida.
A lençoense também lecionou na Facol (Faculdade Orígenes
Lessa), no curso de Sistema de Informações (aulas de Inglês Téc-
nico) e no IMESSM (Instituto Municipal de Ensino Superior de São
Manuel). Hoje, a Professora Renata dá aulas de Inglês, no colégio Preve Objetivo, e de Português, na Cooperelp.
Renata Rossi confessa que a prioridade de sua vida não era lecionar, mas a sala de aula fez com que ela mudasse de ideia Foto: arquivo pessoal
66 RENATO ROSSI
HISTÓRIA
Foto: Cíntia Fotografias
RICA
Nossos mestres 67
PRoFEssoR REnATo Rossi PoDE sER ConsiDERADo um Dos PRinCiPAis REsPonsávEis PElo suCEsso DA EDuCAção lEnçoEnsE
s
e a educação municipal de
a falar mais alto. “Eu admirava muito o
cia na região, isso também
Rossi, que era muito pobre e se tornou
lençóis Paulista é referên-
se deve a um homem em
especial. o Professor Renato Rossi sempre
batalhou para que o lençoense tivesse um ensino de primeiro mundo. Ele teve a opor-
tunidade de passar por todas as etapas do
trabalho da minha mãe, Cleophe Ferrari
professora leiga. Ela colocou na cabeça de cada um dos 3 filhos que ser professor era
a profissão mais maravilhosa que existia. Isso ficou na minha mente”.
Durante a entrevista, para demons-
magistério, desde professor até delegado
trar a importância da mãe em sua vida,
xou a sua marca: trabalho e dedicação.
uma peça em vidro (vaso) que represen-
regional substituto e, em todas elas, dei-
Bisneto do saudoso maestro Júlio Fer-
rari, Renato Rossi passou por diversas profissões, entre elas engraxate e gandula de
futebol. Aos poucos, a vocação começou
Renato Rossi fez questão de mostrar ta muito em sua vida. “Após a morte da
minha mãe, eu coloquei fogo em algu-
mas coisas que não tinham mais utilidade. Tudo foi destruído com a alta
P e r f i l nomE Renato Rossi TEmPo DE CARREiRA 57 anos áREA DE ATuAção Alfabetização e Didática FoRmAção Graduação em Pedagogia e Pós-graduação em Administração e supervisão
68 renato rossi
temperatura, menos essa peça. Essa é a
Com a chegada do diretor definitivo, o
para casa e coloco dentro desse vaso”.
alfabetizador efetivo para o Esperança de
minha mãe. Todo dia eu trago uma flor
lençoense foi removido como professor
A carreira de professor de Renato Ros-
Oliveira. Em 1964, após passar em outro
si começou na Escola Normal Municipal
Virgilio Capoani, após se formar em 1955.
concurso público, escolheu o grupo esco-
Em 1957, trabalhou como substituto no
eu sempre tive e
lençoense iniciou sua carreira como pro-
tenho até hoje
no bairro rural São Manuel, entre Tupã e
o orgulho de
movido através de concurso público para a
dizer professor
Augusto Reis. “Ali aprendi tudo o que era
renato rossi
Esperança de Oliveira. No ano seguinte, o
fessor alfabetizador efetivo e concursado, Pompeia. O Professor Renato, então, foi re-
cidade de São Manuel, na escola Professor possível de direção de escola”, lembra.
O reconhecimento do trabalho era
questão de tempo. Logo em seguida, Pro-
fessor Renato foi indicado pelo delegado
de ensino de Bauru a formar o primeiro
grupo escolar da Usina Barra Grande.
lar de Alfredo Guedes, onde foi diretor de
grupo escolar, da 1ª a 4ª série, por 7 anos. O trabalho foi redobrado já que a escola
apresentava uma estrutura deficitária. “Coma a ajuda do extraordinário Dr. Antonio Tedesco e o prefeito da época, Paulo Zillo, interditamos o prédio. Em quatro meses, houve uma grande reforma”.
Professor Renato passou também pelo
grupo escolar da Usina Barra Grande, Leonina Alves Coneglian e Paulo Zillo. Com
o apoio de dois amigos, muito trabalho
e dedicação, Renato Rossi fundou a Delegacia de Ensino de Lençóis Paulista, que abrangia Pederneira, Macatuba, Agudos e
o próprio município lençoense. “Por mui-
nossos mestres 69 Foto: arquivo pessoal
tos anos, fui supervisor substituto da delegacia. Era responsável, ano após ano, pelas
atribuições de aulas”. O lençoense prestou
concurso público e foi efetivado no cargo. “Também substitui diversas vezes o delegado e, logo, me aposentei”.
Em 1989, o Professor Renato se ele-
geu vereador. Ele foi convidado pelo prefeito da época, Ézio Paccola, a ser diretor
de Educação. “Eu aceitei o convite. Como vereador, doei boa parte do meu salário
para pessoas carentes. Como diretor de Educação, eu era voluntário, pois não
podia acumular os cargos. Nesse período,
fui responsável por todos os concursos. De 1989 a 1991 concursamos aproxima-
Professor Renato Rossi pode ser considerado um ícone da educação de Lençóis Paulista e região
damente 700 pessoas”. Em 1994, termi-
gistério Público de São Paulo) e tem uma
visão, para mim, representam pouco. O
Hoje, o lençoense é representante de
passa boa parte de seu dia. “Eu sempre
gistério, seja ele no ensino profissionali-
nava o ciclo Professor Renato Rossi.
Bauru e região da APAMPESP (Associa-
ção dos Professores Aposentados do Ma-
pequena propriedade agrícola, onde
tive e tenho até hoje orgulho de dizer Professor Renato Rossi. Direção e super-
cargo mais importante que existe no mazante ou universitário, é o de professor alfabetizador”, finaliza.
70 SOLANGE IDALGO
PARA TOD A PROFESSORA SOLANGE IDALGO SEMPRE FOI APAIXONADA PELA SALA DE AULA E NÃO PRETENDE PARAR DE TRANSMITIR CONHECIMENTO
Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 71
do o sempre D
“
esde pequena eu nunca
paulo e casou-se em 1977. estudar em
vel já que ela e o marido tiveram 3 filhos,
P e r f i l
estudar, só cuidando da casa, mas aí che-
NOme solange Idalgo Aulisio
atrás da minha vocação. eu sempre quis
TempO De cArreIrA 25 anos
para Guararapes (sp), onde viveu por 17 anos. Em 1988, finalmente, ela realizou
ÁreA De ATuAçãO português e Literatura
meira do curso de Letras da ITe (Instituto
FOrmAçãO Graduação em Letras
gostei muito de boneca.
uma faculdade acabou se tornando inviá-
giz”. A frase de solange
um próximo ao outro. “Fiquei 5 anos sem
meu negócio era lousa e
Idalgo Aulisio traduz bem uma de suas maiores paixões: a sala de aula. O dom
de ensinar sempre esteve em sua vida, desde a infância. No entanto, algumas surpresas fizeram com que Solange
Idalgo aguardasse 11 anos para sentir o gostinho do magistério, tornando-se pro-
fessora de português.
A lençoense de coração nasceu em são
gou um momento em que eu tive que ir dar aulas”. A professora solange mudou-se
seu grande sonho. “minha turma foi a priToledo de ensino), de Bauru. Todo mun-
72 Solange Idalgo
do acabou indo para outros ramos de ativi-
transferir para Lençóis Paulista. “Viemos
A segunda experiência como professo-
no interior e para que eles pudessem fazer
dade, apenas eu segui para o magistério”.
ra foi em Valparaíso (SP), próximo à divisa
para cá (Lençóis Paulista) para criar os filhos faculdade”. Virgílio Capoani, em 2000, foi
dos estados de São Paulo e Mato Grosso do
MInhA vIDA é o
íso). Deixava meus filhos com meu marido
MAGIStérIo, SEMPrE
cionar. Era uma época muito boa, tirando
foI E SEMPrE SErá.
Meus primeiros 10 anos de magistério
PArA MIM, cADA DIA
la Padrão. Na época, a escola pública era
é uMA rEnovAção,
vela um segredo para lidar com o famoso
educação, professores, escolas, entre ou-
uM DIA novo, uMA
fessores. “A primeira vez que cai em sala
Após trabalhar 10 anos como professo-
AuLA novA
Sul. “Eu passava a semana toda lá (Valparae meus pais em Guararapes e ia sozinha le-
o fato de eu ficar longe da minha família. fora ótimos, pois peguei a chamada Esco-
muito valorizada, com investimentos em tros benefícios que hoje são impensáveis”.
ra ACT (Admitido em Caráter Temporário), a Professora Solange foi efetivada através de um concurso público do Estado de São
Paulo, em 1998. Ela, então, decidiu se
a primeira “casa” da então nova professo-
ra lençoense. Em 2007 ela assumiu aulas na escola Paulo Zillo, onde permanece até hoje. “Sempre tive alunos com estrutura
familiar. Fui uma professora abençoada. Nunca tive que tirar um aluno da sala de aula”, orgulha-se Solange Idalgo.
Durante a entrevista, a professora re-
“fundão”, temido por boa parte dos prode aula era para substituir uma professora gestante que saiu de licença. As aulas eram noturnas e eu era novata. Fiquei
com medo. A professora passou o mate-
rial e me deu a seguinte dica. ‘Solange, quando você entrar na sala de aula, olhe
nossos mestres 73 Foto: arquivo pessoal
o fundão. Ali é o lugar que nenhum pro-
fessor quer. Geralmente, os professores
começam a dar as aulas de frente para
trás e ali está o erro. Comece a dar as aulas do meio para trás’. Fiz o que ela me disse, e deu certo”, lembra aos risos.
Professora tipicamente de cidadezi-
nha do interior, Solange Idalgo acredita
que esse perfil a ajudou no dia a dia com
os alunos. “Peguei todo tipo de aluno, com clientela mais central ou de periferia. Ninguém gosta de Português ou
Matemática. Sempre procuro bater um papo e fazer amizades e, aos poucos, vou
A Professora Solange Idalgo sempre sonhou em lecionar e não pensa em parar após a aposentadoria
introduzindo o conteúdo. Reservo um
seguem esse padrão, com discussões pro-
em dar aulas particulares. “Gosto muito
nos também. O adolescente precisa ser
e no mundo. Ela garante que os alunos
saúde, quero dar aulas para o pessoal que
tempinho para ouvir problemas dos aluouvido. Sou professora de Português e a
minha matéria precisa gerar comunicação na sala de aula. Quero dar vez e voz ao adolescente”. As aulas da professora
dutivas sobre tudo que acontece no Brasil gostam e aprovam o sistema de ensino.
A paixão em transmitir conhecimento
é tão grande que a Professora Solange faz
planos para a aposentadoria. Ela pensa
de Redação. Acho que, se eu estiver com vai prestar vestibular”. Parar de lecionar não está e nunca esteve nos planos dessa
valente mulher. Não existem limites para a Professora Solange Idalgo.
74 SUELI BERNARDES
PAIXÃO E VOCAÇÃO
Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 75
Sueli BernardeS eSteve na Sala de aula por 40 anoS, Sempre com muita paixão pela profiSSão e alegria ao entrar na Sala de aula
n
ascida em Sorocaba, Sueli
Sorocaba, mas o idioma saiu da grade
estudos na faculdade de
guês. Em 1977, após me casar, vim para
Bernardes iniciou seus
Filosofia, Ciências e Le-
curricular e precisei mudar para o portu-
Lençóis Paulista e por aqui fiquei dando
P e r f i l nome Sueli valenti Bernardes
pela profissão.
tempo de carreira 40 anos
lizou um de seus grandes sonhos: passar
Sueli Bernardes teve a oportunidade
Área de atuação Língua Portuguesa
peu, professora Sueli fez cursos e aperfei-
si Malatrasi, mas também passou pelo
“Quando voltei para o Brasil, comecei
glian. “Tive a oportunidade de substituir
tras de Sorocaba, atual uniso, por volta de 1970, no curso de Letras (Português e
Francês). Após o término do curso, ela reauma temporada na França. No país euroçoou os estudos da cultura francesa.
a dar aulas de francês por toda região de
aulas”, comenta a eterna apaixonada Quando chegou a Lençóis Paulista,
de trabalhar na escola antonieta gras-
Rubens Pietraróia e Leonina Alves Conea grande dona vera Brega, na escola
formação Graduação em Letras (Português e Francês); Especialização em gramática e literatura
76 Sueli BernardeS
Virgílio Capoani”, lembra. Após essa pas-
O quE SEMPrE ME
garante que não se arrepende da profis-
sagem por Lençóis Paulista, ela passou
fASCiNOu NO POrtuGuêS
são que escolheu seguir, pois acredita ser
para outra cidade.
fOi O DESAfiO DE tEr uM
o amor é maior que o salário ou qualquer
Paulista após 6 meses, quando conseguiu
APrENDizADO CONStANtE
em um concurso público e mudou-se
Sueli Bernardes voltou para Lençóis
aulas na escola Paulo Zillo, onde ficou por
18 anos. Após a aposentadoria do Estado, a professora continuou a trabalhar, mas
ra. Não quis atuar na área administrativa
Língua Portuguesa (6º ao 9º ano) e Gra-
nadoria. Sempre gostei do contato direto
mática (Ensino Médio). A aposentadoria na rede privada veio após 17 anos.
“Continuei a lecionar depois de apo-
sentada, porque estar com os alunos
sempre foi uma paixão praa mim. Nunca
saí da sala de aula em toda minha carrei-
outra coisa. “O que sempre me fascinou
no Português foi o desafio de ter um
aprendizado constante. A língua sempre
muda e nós sempre precisamos aprender.
na rede privada de ensino, na escola Dinâmica, atual Cooperelp, com as disciplinas
uma vocação. Ser professora é provar que
e nem na direção pedagógica ou coorde-
Eu digo que a gente morre sem aprender o Português. É uma língua muito rica, que sempre se recicla e muda”, ressalta.
Sueli Bernardes afirma que nunca
com o adolescente. É um contato de cons-
teve grandes problemas com seus alu-
aprendemos muito mais com eles, sem
leves, mas sem se esquecer das regras e
tante troca. Nós ensinamos bastante, mas nem perceber”, conta Sueli Bernardes.
A Professora Sueli parou definitiva-
mente de lecionar há apenas 2 anos. Ela
nos. O diálogo era franco, com aulas mais
normas. “Eu sempre tentei lecionar de
maneira mais light, mais branda, passando tranquilidade ao aluno, mas claro, ti-
nossos mestres 77 Foto: arquivo pessoal
nha a minha porcentagem de exigência, principalmente, com a Gramática no Ensino Médio. Nunca tive preguiça e nem
negligenciei repetir a explicação quantas vezes fosse preciso. Eu estava ali para ti-
rar dúvidas, atendê-los e fazê-los apren-
der. Se, mesmo explicando várias vezes
o aluno não compreendesse, eu mudava minha forma de explicar para que ele
Professora Sueli Bernardes dedicou 40 anos de sua vida a profissão; sala de aula sempre foi a sua grande paixão
conseguisse aprender”, lembra.
da vida do aluno) é a primeira referência
pouco com a cultura da cidade. Trabalhei
sor é como um artista: ele se transforma
não esconde a preocupação com a situa-
Paulista. A maior parte da minha carreira
Para a Professora Sueli, todo profes-
dentro da sala de aula e esquece os problemas pessoais para cumprir com seus
objetivos e viver o momento com os alunos, instruindo, brincando, ensinando e trocando ideias e experiências.
O professor (principalmente o primeiro
na vida de uma pessoa. Sueli Bernardes ção da educação no Brasil que, segundo
ela, precisa de uma reviravolta. Apesar disso, os professores precisam se dedicar
e estar sempre atentos para passar aos alunos todo conhecimento possível.
“Fico feliz por ter contribuído um
muitos anos em escolas aqui de Lençóis foi aqui. É um orgulho ver alunos que passaram por mim sendo profissionais reconhecidos, pessoas de bem. Da mes-
ma forma que eu fui referência para mui-
tos deles, eles serão referências para os mais novos”, conclui.
4
DEN trO E
FOr A DA S
78 André GAspArini
O
inhAs
esporte tem o poder de transformar vidas, mudar o
cia, tanto na modalidade em questão, quanto na vida. Não dá para
utilizada entre todos na sociedade. Além dos benefí-
universitário André Luiz Bosi Gasparini. Filho de Silvano Gasparini, o
mundo e unir pessoas. Essa é uma frase comumente
cios à saúde, o esporte também é uma das principais
(senão a principal) forma de socialização ou ressocialização das pesso-
as. Um poderoso instrumento que precisa ser coordenado por profis-
sionais que assumam a grande responsabilidade de formar cidadãos. Ser professor na área esportiva exige conhecimento e experiên-
negar que o esporte (em especial, o futebol) corre nas veias do jovem
jovem está no último ano do curso de Educação Física na FIB (Facul-
dades Integradas de Bauru) e é professor/estagiário da escolinha de futebol do Corinthians, no Soccer Brasil. André Gasparini é responsável por descobrir novos talentos e, principalmente, formar cidadãos.
“Sabemos que não é todo mundo que será jogador de futebol.
NOSSOS MESTRES 79
ANDRÉ GASPARINI É PROFESSOR NA ESCOLINHA DE FUTEBOL DO CORINTHIANS, NA SOCCER BRASIL; OBJETIVO É FORMAR, PRINCIPALMENTE, CIDADÃOS
Muitas crianças iniciaram as atividades apenas para fazer um espor-
te ou brincar. Nós sabemos diferenciar isso aqui”, ressalta Professor André Gasparini, que trabalha com aproximadamente 100 garotos de 7 a 17 anos. Durante o ano, o Corinthians realiza diversas avaliações para descobrir novos talentos e é nesse momento que o professor diferencia o objetivo de cada aluno. “Vale lembrar, também, que o treinamento para uma criança de 7 anos
Foto: Cíntia Fotografias
80 André GAspArini
é diferente de um jovem de 17 anos”.
não só no futebol, mas também no rela-
escolinhas de futebol e, por isso, tem uma
têm que ter responsabilidade de chegar
cionamento com os companheiros. Eles
O professor também já foi aluno de
percepção ímpar durante os trabalhos no
no horário de treinamento e trazer todo
Soccer Brasil. “Quando vejo que o treina-
Eu SEmPrE fAlO PArA
nizar e inverter as atividades”. Ele também
OS PAiS dOS GArOTOS:
que era aluno. “Na época das escolinhas eu
NãO PrOmETO QuE SEu
cente, uma grande experiência no mun-
ouvir tudo o que o professor passava. Peran-
filhO SAirá dAQui um
lhas que a vida pode proporcionar, tanto
iria aprender algo sendo desrespeitoso?”.
jOGAdOr dE fuTEBOl,
refere mostra a importância que ele dá a
mAS PrOmETO QuE ElE
em que atuam. “É uma figura importan-
SAirá um hOmEm
mento está muito cansativo, procuro amerevela que sente saudades da época em não via a hora de iniciar as aulas e procurava
te a ele eu tinha que ter respeito, pois como O “respeito” que André Gasparini se
esses profissionais, independente da área
tíssima. O professor, sendo ele qual for, tem que saber passar uma determinada situação para o aluno, mas deve englobar
um todo. Eu tento disciplinar meus alunos
o material necessário (uniforme, chuteira, etc). Se o jovem não tiver caráter e comprometimento, não adianta nada”, destaca.
O agora professor teve, no passado re-
do do futebol e conhece diversas armadi-
dentro quanto fora das 4 linhas. “Tento passar para a molecada tudo o que eu
aprendi durante esse período que joguei
futebol”. Para o futuro, o Professor André Gasparini pretende se formar e continuar
transmitindo sua experiência no futebol. “Quero ajudar a encaminhar as crianças
em suas vidas. Gosto da área de futebol e pretendo fazer diversos cursos para sempre me manter atualizado”.
nossos mestres 81 Foto: arquivo pessoal
P e r f i l
O professor/estagiário André Gasparini forma crianças para o futebol e para a vida
NoMe André Luiz Bosi Gasparini TeMpo de CArreirA 1 ano ÁreA de ATuAção estagiário em escolinha de futebol ForMAção Graduando em educação Física
André começou sua carreira na cate-
em 2007 e Araçatuba, em 2008. Logo em
outros dois clubes, Sertãozinho e América
em 2005. Jogou no Noroeste de Bauru
1 ano na itália e 2 anos na espanha. André
teiras”. Atualmente, ele é atleta amador
goria Júnior do Clube Atlético Lençoense, no ano seguinte, Marília Atlético Clube,
seguida foi para a europa, onde jogou por
Gasparini voltou para o Brasil e passou por
de rio preto, antes de “pendurar as chudo expressinho, de Lençóis paulista.
82 ives bertoli
Tecnologia na vida o
mercado de trabalho não permite mais profissionais
Ives Fernando Bertoli viu nos cursos técnicos a oportunidade de
sem qualificação. Hoje, ter um diploma ou/e certifi-
transmitir conteúdo de forma dinâmica e interessante, formando
te obrigação. Uma das alternativas é a graduação,
armadilhas do mercado de trabalho. Formado em Sistemas da In-
cados de conclusão de cursos se tornou praticamen-
através das universidades. No entanto, nos últimos anos, outra opção ganhou força. Os cursos técnicos estão em alta, formando profissionais qualificados e proporcionando habilitação profissional, através de cursos gratuitos que correspondem à educação de nível médio.
profissionais capacitados e prontos para enfrentar os desafios e as formação, o lençoense começou a dar aulas no Senai (Serviço Na-
cional de Aprendizagem Industrial), de Lençóis Paulista, em 2003. Assim como acontece na maioria dos casos, o início da carreira
como professor não foi fácil já que a profissão exige responsabili-
NOSSOS MESTRES 83
IVES BERTOLI COMEÇOU A TOMAR GOSTO PELA SALA DE AULA APÓS UM ESTÁGIO, QUANDO AINDA ERA UNIVERSITÁRIO
P E R F I L NOME Ives Fernando Bertoli TEMPO DE CARREIRA 18 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Tecnologia da Informação FORMAÇÃO Bacharelado em Sistemas da Informação
Foto: Cíntia Fotografias
84 ives bertoli Foto: arquivo pessoal
Ives Bertoli acreditou no potencial dos cursos técnicos e hoje é professor no Senai de Lençóis Paulista
dade e conhecimento sobre o assunto pré-determinado e transmiti-
definida para os cursos, variando entre pessoas mais novas e mais
a trabalhar em uma faculdade de Jaú (59 quilômetros de Lençóis
são transmitidos na sala de aula”, comenta o Professor Ives.
do aos alunos. Durante esses 11 anos de Senai, o lençoense chegou Paulista), nos anos de 2009 e 2010. O tempo passou e Ives Bertoli
velhas. Todos acompanham de forma igual os aprendizados que É perceptível que, hoje, a informática está em todo lugar, como
decidiu dedicar-se somente ao Senai. Hoje ele leciona de segunda à
em celulares e computadores. Recentemente, até relógios ga-
“Percebo que grande parte da procura se concentra no curso de
pulso”. Essa evolução estimula os alunos a buscarem, ao menos,
sexta-feira, das 19h às 22h. Nos sábados, a jornada é das 8h às 14h. Operador de Computador, do básico até escritório, como Excel, De-
signer Gráfico e pacote Office (em geral). Não há uma faixa etária
nharam novas funções e se transformaram em “computadores de
conhecimentos básicos na área da informática. “Sempre digo que, quem não conhece informática, é o atual analfabeto, porque hoje
nossos mestres 85
O prOfessOr só pOde ensinar quandO O alunO está dispOstO a aprender
não se faz nada sem essa tecnologia e sem um mínimo de conhe-
interessados naquilo e acabo me esquecendo da correria do dia
A informática é importante tanto na vida pessoal quanto profissio-
todos que estão ali, porque os alunos que procuram o senai estão
cimento sobre o assunto”, ressalta.
nal dos cidadãos. Conseguir emprego nos dias de hoje exige conheci-
mento em ferramentas da internet, que, por sua vez, está cada dia mais presente na vida estudantil dos jovens e adultos. a internet possibilita pesquisas sobre inúmeros assuntos e temas. Muitos dizem até que o
a dia, dos meus problemas. penso em passar conhecimento para ali para aprender e realmente estão interessados, diferentemente
de lugares onde os alunos são obrigados a ficar nas salas de aula,
deixando transparecer um grande desinteresse”, conta o professor. ives Bertoli ressalta também que a relação entre ele e os alu-
ser humano não seria o mesmo sem a internet. Algo para se refletir.
nos é a melhor que poderia existir, afinal, a convivência no dia a
o de analista na prefeitura Municipal de lençóis paulista, onde
limites. “Eu os respeito muito, sei das dificuldades e limitações de
O professor ives ainda divide seu tempo com outro emprego,
fica durante o dia, de segunda à sexta-feira. “Gosto muito dos meus dois empregos. sou feliz com eles, mas sempre digo que dar aulas me faz relaxar, porque eu percebo que os alunos estão
dia acaba fazendo com que se crie uma amizade, sem ultrapassar cada um e procuro sempre suprir suas necessidades. eles também
me respeitam, nunca passando dos limites, me deixando lecionar e transmitir conhecimento”, finaliza.
86 LAUREANO PELEGRIN
M S E A R I S E T N O R F LAUREANO PELEGRIN VIAJOU POR DIVERSOS PAÍSES DO MUNDO PARA ADQUIRIR CONHECIMENTO E TRANSMITIR AOS SEUS ALUNOS
Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 87
L
ecionar já estava nos planos de Laureano Vallese
Pelegrin desde pequeno. Quando ainda era aluno, o lençoense não via a hora de ser convidado pelo
P e r f i l
na sala de aula. “Ficava bem contente quando era chamado para
NoMe Laureano Vallese Pelegrin
ajudar com as cadernetas, enfim”, lembra. Ser professor foi uma
TEmPo DE CArrEirA 25 anos ÁrEA DE ATUAção Tradutor/intérprete e Professor de idiomas FormAção Graduação em Tradução, Mestrado em Língua inglesa e Literaturas inglesa e Norte-Americana, com área de concentração em Tradução
professor para desempenhar alguma atividade
desempenhar tarefas na sala: copiar matéria no quadro-negro, consequência natural do convívio com os profissionais.
Após se formar em Tradução, o Professor Laureano fez uma ex-
tensão de Língua Francesa, em Lausanne, na Suíça. “Lecionar lín-
gua estrangeira e matérias relativas à Tradução (teoria e técnica) na USC (Universidade do Sagrado Coração) foi uma experiência incrí-
vel. Ali participei da fundação da EDUSC (Editora da Universidade do Sagrado Coração), uma das mais importantes editoras universitárias na área de ciências humanas. A atuação na editora e na sala
de aula por tanto tempo funcionou como uma validação dos meus conhecimentos e um aprofundamento mais apurado”, ressalta.
Após trabalhar na EDUSC, Laureano Pelegrin foi enviado a par-
ticipar da Feira do Livro de Madri e da Feira do Livro de Frankfurt (a
mais importante do mundo), como tradutor/intérprete para o seu próprio chefe e outros editores brasileiros. Algum tempo depois,
88 Laureano peLegrin
esteve em Roma, onde realizou estágio
“A quantidade de ocupações varia
em uma das agências literárias mais influentes da Europa. “Como tradutor
VEjO O PrOFEssOr COmO um
conforme o dia, mas, normalmente,
editorial já traduzi para o português aproximadamente 40 livros em várias
PrOFissiONAL quE rEALizA
e terminam às 21h, com alguns espa-
áreas, desde Jornalismo e Sociologia,
O TrAbALHO EssENCiAL dE
preparo de aulas é feito em períodos
cação, Filosofia, Odontologia, Teoria da
FOrmAr TOdOs Os OuTrOs
tantemente, livros dos dois idiomas
Mesmo com um currículo invejável
TiPOs dE PrOFissiONAis
passando por História, Teologia, EduTradução, entre outros”.
como esse, o lençoense confessa que
o início da carreira foi complicado. “Na época se tratava de iniciar uma carreira
as primeiras aulas começam às 7h30 ços de folga entre uma e outra”. já o
específicos da semana. “Adquiro, conscom os quais trabalho. isso me per-
mite usar sempre material de ponta. Há muito tempo, os norte-americanos produzem livros didáticos excelentes e
os franceses decidiram renovar o ensi-
em que tinha que fazer tudo sozinho: preparar as aulas e aprender
no de Língua Estrangeira, lançando ótimos livros didáticos no mer-
com apoio externo e precisava pagar a faculdade com o dinheiro
forma que meus alunos tenham parte do material desenvolvido
melhor os pontos de língua estrangeira, já que eu não podia contar
das aulas”. Aos poucos, o Professor Laureano foi angariando alunos. Hoje, ele leciona em escolas particulares e cursos personalizados.
cado. Nesse ano, iniciei a criação de material didático próprio, de em função de suas necessidades”, revela.
O Professor Laureano leciona para pequenos grupos de alunos, o
nossos mestres 89
Foto: arquivo pessoal
que, segundo ele, facilita o aprendizado. “Em muitos casos, trabalho
individualmente com eles. Procuro criar uma atmosfera sempre mais intensificada de compromisso, porque, para o adulto, isso é uma condição para o aprendizado de qualquer língua estrangeira”. Mes-
mo com 25 anos de carreira, o lençoense confessa que ainda sente ansiedade. “Embora o conteúdo esteja planejado, uma aula pode ocasionar discussões sobre os mais diversos temas”.
Laureano Pelegrin acredita que a influência de um professor na
vida do aluno pode ser bem maior do que aparenta. “A importância do professor nunca poderá ser exagerada. Hoje, já com quase três dé-
cadas de experiência, vejo que a influência de um professor na vida do aluno pode ser bem maior do que parece à primeira vista. Falar
outro idioma é um sonho para muitos dos alunos. Para chegar a esse
ponto, é necessário superar barreiras, explorar as próprias estratégias
de estudo (que eles já tinham, mas sobre as quais nunca haviam pensado), sair da própria cultura e aceitar expandir o olhar sobre outros lugares do mundo. O professor que consegue tudo isso transforma a vida de seu aluno e realiza um trabalho libertador”, finaliza.
Desde pequeno, Laureano Pelegrin, dava mostras claras de qual seria seu futuro profissional: lecionar
90 MARCELO MAGANHA
O T L A M E
M O EB
Foto: Cíntia Fotografias
M SO
nossos mestres 91
Professor de Música desde os 13, Marcelo Maganha vê eM seus alunos uM retrato de seu Passado
P e r f i l noMe Marcelo Maganha
ú
nico. talvez essa seja a me-
lhor definição para o pro-
Marcelo já dava aulas de música. “essa é
Maganha.
o cara nem se forma para trabalhar pro-
fessor de Música, Marcelo nascido em
teMPo de carreira 24 anos
uma família de músicos, o garoto prodígio
Área de atuação Música
com 7 anos, começou a tocar na banda
forMação graduação em regência e trompete no conservatório dramático e Musical de tatuí (2000), Pós-graduação em artes e educação Musical e especialização em ensino de Método coletivo em Banda e orquestra
teve uma carreira praticamente meteórica. musical de lençóis Paulista e estudar violão. com 13, se formou e começou a dar
aulas na casa da cultura. com 17 anos, começou a estudar no conservatório dramático e Musical de tatuí. com a mesma
idade, o Professor Marcelo já era regente da Banda Municipal Maestro agostinho duarte Martins.
Mesmo sem ser formado, Professor
uma das coisas interessantes da Música. fissionalmente. Quando a Diretoria de
cultura de lençóis Paulista me ofereceu a Banda Municipal para eu ser maestro, eu
estudava apenas trompete em tatuí. não
estudava regência, mas, a partir daí, comecei a me interessar. fui para o conservatório e me formei como o melhor aluno da classe”, lembra.
o Professor Marcelo sempre foi um
aluno bastante dedicado, pois sabia muito bem aonde queria chegar. “sempre
92 Marcelo Maganha
gostei muito de estudar e
O PROFESSOR é IMPORTAnTE nO
ximar cada vez mais dos
os professores. Minha
DIRECIOnAMEnTO DO SER HuMAnO. A MúSICA
turar questões profissio-
profissional é muito bem
TRAnSFORMA E DIRECIOnA InDEPEnDEnTE SE
culdades financeiras, pois
A PESSOA FOR Ou nãO MúSICO
me dava muito bem com
carreira acadêmica como direcionada. Eu tinha difiminha família era muito pobre. Meus pais sem-
meus alunos e poder misnais com pessoais. Procuro ajudar o máximo que
eu posso. Levo muitas pessoas ao Conservatório de Tatuí para que eles
possam ter a oportunida-
pre me ensinaram a buscar o estudo. Eu
trompetista Fred Mills, do Canadian Brass,
de de conhecer grandes estruturas”. Para
Quando fui para Tatuí, aproveitei muito. Ia
cara estava dando aula e precisava de um
tima e a disciplina das pessoas. “Esses são
sabia que tinha que buscar conhecimento. para todas as aulas que podia”.
Durante os estudos no Conservatório
de Tatuí, o Professor Marcelo teve seu primeiro grande desafio: reger uma grande referência em orquestra de metais. “Eu estava participando de um festival com
maior quinteto de metais do mundo. Esse
regente. Eles pediram, então, alguém para
reger e meu professor me indicou. Eu regi
os fundamentos principais de vida”.
Hoje em dia, o Professor Marcelo tra-
o cara que era uma grande referência para
balha com a Orquestra Municipal Maestro
se, orgulhoso pelo feito.
tor musical e regente titular. Além disso,
mim e para o mundo”, lembra o lençoenEssa ótima experiência em sala de aula
meu ex-professor de regência, Dario So-
faz com que Marcelo Maganha enxergue
Ali havia uma orquestra de metais com o
confesso que tenho procurado me apro-
telo, antes de me formar no conservatório.
ele, conviver em grupo melhora a autoes-
em seus alunos a sua própria imagem. “Eu
Agostinho Duarte Martins, na qual é direele é professor do grupo de percussão do Colégio São José e responsável pela mon-
tagem da Banda Sinfônica de Macatuba. O
lençoense também é professor de Regên-
nossos mestres 93 Foto: arquivo pessoal
cia do maior projeto de bandas do Estado de São
Paulo, o Coreto Paulista, do Conservatório de Tatuí. Os estudos, a experiência de vida e o talento
fazem com que Marcelo Maganha seja reconhe-
cido com um dos maiores regentes em atividade. “Quando estudei regência, tive conhecimento de
todos os instrumentos. Conheço a mecânica e a forma de tocar de cada um. Portanto, posso dire-
cionar qualquer instrumentista”. Ele é frequentemente convidado para reger em outros estados e
também em vários países. “Sempre surgem traba-
lhos para mim, tanto no Brasil quando fora daqui”. Para finalizar, o Professor Marcelo faz questão
de deixar um último recado para todas as pessoas que têm um sonho. “As pessoas devem investir no que elas têm vontade e procurar ser o melhor no
que fazem. Dou muito valor aos meus pais, que me incentivaram quando eu era pequeno. Hoje
eles têm muito orgulho pelo que eu sou. Em todos os lugares que eu vou as pessoas me conhecem e me respeitam muito”, finaliza.
Professor Marcelo Maganha procura incentivar os seus alunos dentro e fora da sala de aula
94 NEUSA PRÂMIO
NOBRE MISSÃO Foto: Cíntia Fotografias
nossos mestres 95
Catequista, Neusa tem a importaNte respoNsabilidade de proporCioNar às CriaNças um CoNtato mais profuNdo Com deus
a
eucaristia é um dos sete
todo esse preparo é feito pelo professor
pessoas recebem o Corpo
quando Neusa mosele prâmio mu-
sacramentos, no qual as
de Catequese, o Catequista.
e o sangue de Cristo e
dou-se para Lençóis Paulista, há 29 anos,
tão/católico deve fazer a Catequese, en-
sido adiado. Cristã e católica, a então
fazem a confissão. Para recebê-la, o cris-
contros nos quais as pessoas aprendem
a Palavra de Deus e seus ensinamentos, além de colocá-los em prática. Após a Catequese, aí sim o indivíduo está pre-
parado para fazer a primeira eucaristia, o que não impede que outras pessoas
se convertam e façam depois de adulto.
um de seus grandes sonhos parecia ter
P e r f i l Nome Neusa mosele prâmio tempo de Carreira 16 anos Área de atuação Catequese formação Encontros preparatórios, palestras e retiros
moradora da região sul do Brasil já havia
espiritualidade. Minha família é muito
Catequista e ter a importante responsa-
domingos, mesmo morando na região
traçado um objetivo para seu futuro: ser bilidade de proporcionar às crianças um contato mais profundo com Deus através da Eucaristia.
“Desde criança eu venho com essa
cristã. Nós íamos para a igreja todos os rural. Era um hábito. Todas as noites mi-
nha mãe rezava o terço com a gente. Lá
no sul eu me imaginava uma Catequista. Quando vim para cá (Lençóis Paulista)
96 Neusa prâmio
Nós, catequistas, temos a graNde respoNsabilidade de levar as criaNças a viverem uma vida em comuNhão, Na partilha da palavra, Na celebração da liturgia, fazeNdo-os participar da coNstrução do reiNo de deus não conhecia ninguém e esse sonho pa-
Aos poucos, o Espírito Santo foi iluminan-
cem e fazem questão de me cumprimen-
após o primeiro impacto natural que
Neusa agarrou com firmeza a opor-
Para a Catequista, a maior satisfação
receu ter ficado distante”.
do e dando sabedoria”.
tar onde estou”.
uma mudança traz, Neusa começou a co-
tunidade e hoje se mostra apaixonada
é acompanhar a evolução dos alunos e a
atividades na igreja. Logo veio um ines-
crianças em meu grupo. O papel do Cate-
que levam os pais para a igreja, pais esses
nhecer o povo lençoense e participar de perado e abençoado convite. “Quem me
convidou e incentivou foi a Dona Yolanda, que já faleceu. A partir daí tivemos vários encontros de espiritualidade e retiros de preparação. No começo fiquei meio em
dúvida, pois nunca tinha dado Cateque-
se. Outras pessoas me ajudaram muito.
pela Catequese. “Todo ano tenho muitas quista é bastante gratificante. Nós vemos
as crianças aprender e os resultados não demoram a aparecer”. O sucesso foi tanto que a Catequista se emociona ao falar
de alunos e ex-alunos. “Você deixa uma
semente plantada. Muitas pessoas que fizeram Catequese comigo me reconhe-
dedicação no dia a dia. “Existem crianças que não tinham tal hábito. Os alunos sen-
tem, dentro da Catequese, que Jesus é o
caminho, a verdade e a vida, que Jesus é o centro de tudo, que devemos amar
a Deus acima de tudo. A Catequese é um
encontro mais profundo com Jesus”. A finalidade da Catequese é aprofundar o
nossos mestres 97 Foto: arquivo pessoal
Neusa não esconde a alegria de ser Catequista e proporcionar um encontro das crianças com Deus
primeiro anúncio do Evangelho: levar o
sado nas tarefas. Eu, particularmente, falo
tro de Catequese. “Quando entro na sala,
cia do Ministério de Deus, manifestado
Santo para que os conduza pelo caminho
mitir amor, carinho e doação para que
catequizando ao conhecimento e vivênem Jesus Cristo.
A lençoense de coração dedica todos
os seus sábados ao trabalho. Durante a
semana, Neusa prepara suas aulas com
muito zelo e amor. “Temos os livros e o Evangelho que é lido nas missas e repas-
para eles rezarem e pedirem ao Espírito certo, o caminho de Deus. Eles são muito
pequenos. Temos que levar Deus às crianças de 7 a 11 anos e suas famílias para que todos sigam esse caminho cristão”.
Para finalizar, Neusa explica qual o
seu sentimento ao começar cada encon-
não me sinto mais a Neusa. Preciso transeles se sintam amados por Deus. Sinto-
-me uma pessoa que se doa para aquelas crianças e, ao mesmo tempo, sinto-me
realizada por elas estarem aprendendo sobre a vida cristã e o caminho que leva a Deus”, resume.
98 REVISTA O COMÉRCIO
NOSSOS MESTRES // EDIÇÃO 2013 ADY Grassi Fernandes
ALESSANDRO Marcelo Estrella
CÁSSIA Regina de Toledo Rando
CLARICE Aparecida Alencar Garcia
CLÁUDIO Abade
CLEIDE Marly Pasquarelli Cassador
CRISTINA Giacomini Flosi
DANIELE Lourenço Gomes Spadotto
DIUSALÉIA de Fátima Jacomino Furlan
DOUGLAS Coneglian
EDER Pires de Camargo
EDSON Fernandes
EDWALDO Roque Bianchini
ELETÉIA Lorenzetti
ELIANE Mari de Oliveira
ELZA Bernardes Bianchini
GILDA Bustos MacLean
GUERINO Telli
IZABEL Cristina Campanari Lorenzetti
JADEMIR Vasconcelos
LUCELENA de Freitas
LUZIA Getúlia Leite Carneiro
MARCO Toledo Filho
MARIA Albina Perantoni
MARIA da Graça Lorenzetti Rocha Lopes
MARIA Nilza Nege
NEUSA Carone
NORMA Capoani
OLINDA do Prado Simioni
PATRÍCIA Guilen Guedes Garavelli
RAPHAEL Carlos Perantoni Blanco
RAQUEL Ribeiro de Andrade Ghirotti
REGINA Célia Monteiro Ramos
REGINA Maria Batistela de Camargo
ROBERTO Maximino
ROSÂNGELA Gigioli
ROSÂNGELA Maria Donato Castilho Martins
ROSÂNGELA Radicchi Podadera
SOELY Paccola
SÔNIA Maria Sinokava
TEREZA Honda
VERA Lúcia Borante Foganholi
VERA Lúcia Portes Martins Tagliatela
WILTON da Silva Moretto
ZILDA Paccola Grandi
Acesse o especial Nossos Mestres 2013 e todas as outras edições online da Revista O Comércio através do site: www.revistaocomercio.com.br.
nossos mestres 99
3269-1420
3263-3267
3269-1057 / 3269-1717
99761-2219 / 3298-2974
3263-4003
3263-4750
3263-0989
3263-3055
3264-2260 / 99711-1749
3263-2635
3263-1241 / 3263-5344
3264-3704 / 99800-8028
3264-3573
3269-3800
3269-3300
3269-3800
99806-6064 / 3264-2462
3264-3435
3263-7112
3263-2610
99717-7988 / 99776-5561
99719-5288 / 99882-9235
3263-5232
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