Edição Especial Nossos Mestres 2015

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LENÇÓIS PAULISTA // Outubro de 2015 // R$ 5,00 // Ano 6 // Edição Nº 96 // Gente de verdade que faz a história acontecer!

15 DE OUTUBRO DIA DO PROFESSOR

Professora Glória Cimó

Adilson Sidney Bernardes................... 22 Alice Maria dos Santos Coneglian ...... 26 Ana Benedita P. de Lima Bodo ............ 30 Célia Gomes Bianchini........................ 34 Edevar Moretto.................................... 38 Gidalvo dos Santos ............................. 44 Glória Maria Cimó Coneglian ............. 48 Maria Aparecida de Mattos ................. 52 Maria de Lourdes F. Germino.............. 16 Maria Luiza Martins de Souza............. 56 Maria Zuleica Boso .............................. 60 Raquel Ramos Romani ....................... 64 Rosana Rossi Ferreira .......................... 68

EDIÇÃO ESPECIAL

NOSSOS MESTRES

Rosangela Ap. Godoy F. Carneiro ........ 18 Rosimar Germino Quintiliano ............ 20 Sandra Pereira de Lima ....................... 72 Vânia Ferreira de Moura ..................... 78 Zuleika Boso Radichi ........................... 80

Foto: Cíntia Fotografias

Sheila Murador ................................... 76






06 REVISTA O COMÉRCIO EXP ED IEN T E

ANDERSON

ANGELO

BEATRIZ

BRENO

JURACI

Diretor // Jornalista Responsável [MTB 75.180/SP]

Redação [MTB 66.026/SP]

Redação

Diretor // Diagramação // Arte Final

Financeiro // Distribuição

LEONARDO

PATRÍCIA

REGINA

RICARDO

VINICIUS

Diagramação // Arte Final

Departamento Comercial

Departamento Comercial

Departamento Comercial

Diagramação // Arte Final

PRADO DE LIMA

MARIANO BOVO

FRANCHINI NETO

PRADO DE LIMA

DE SOUZA VIEIRA

MELLO

CORRÊA MEDOLA

MILANEZZI

RODRIGUES

HUMBERTO DE CASTRO

A REVISTA O COMÉRCIO é uma publicação de Prado & Medola Empreendimentos Editoriais e Publicitários LTDA ME // CNPJ: 10.744.028/0001-97 FOTOGRAFIA Cíntia Fotografias IMPRESSÃO Grafilar | CNPJ: 60.333.853/0002-58 TIRAGEM 5 mil unidades CIRCULAÇÃO Lençóis Paulista REVISTA O COMÉRCIO // Rua Machado de Assis, nº 36 // Vila Antonieta I // Lençóis Paulista // São Paulo // CEP: 18.682-570 // Telefone: (14) 3264-8187 // www.revistaocomercio.com.br // ocomercio@revistaocomercio.com.br. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, portanto, podem corresponder (ou não) à opinião desta revista. Data desta publicação: 15 de outubro de 2015.


nossos mestres 07

missão // visão // valores Nossa Missão

Nossa Visão

Nossos ValorEs

a partir da história de homens e mulhe-

diferenciado no que tange à classe em-

peito e lealdade às pessoas e às empresas

tribuir para o progresso de cidades. Gerar

bém considera o poder de compra dos

nicação; Valorização, participação, reco-

a construção de uma sociedade se dá

res que se tornaram referenciais ao con-

emprego é uma capacidade que merece aplausos tanto dos cidadãos quanto dos poderes públicos constituídos.

Constituir um canal de comunicação

presarial e seus consumidores, que tamleitores de modo correlato à necessidade de venda dos anunciantes.

Dominar por excelência os perfis so-

Expor ideais, valores e projetos que

ciais, culturais e econômicos ligados à

comunidades nas quais estamos inseridos

entre categorias de interesses afins, pos-

contribuem para o desenvolvimento das é o que pauta a linha editorial deste veículo de comunicação junto ao seu público.

produção editorial para gerar interação sibilitando parcerias e experimentações.

Solidificar-se como referência nos

imprimir em nossas páginas o tra-

quesitos: comprometimento com o clien-

cionamento, aliando informações que

fornecedor e atendimento profissionali-

balho do gênio humano é o nosso dire-

auxiliem no crescimento profissional a

editorias atuais, dentro de um programa economicamente viável.

te, lealdade ao leitor, compromisso com

zado, ao mesmo passo que prospectamos novos clientes para dar amplitude ao nosso raio de circulação.

Comprometimento, compromisso, res-

que investem em nosso veículo de comu-

nhecimento e gratidão aos nossos cola-

boradores, distribuidores e fornecedores;

respeito à tendência político-religiosa, assim como, estímulo à criatividade e li-

berdade de expressão entre os membros

de nossa equipe; Honestidade, seriedade, transparência, idoneidade, competência e

competitividade compõem nossas seis

diretrizes das relações comerciais; Temor

a Deus, amor à Pátria e à democracia, aliados aos princípios universais de liber-

dade, igualdade e fraternidade norteiam, pessoal e profissionalmente, nossos cola-

boradores em suas relações interpessoais.


08 Editorial

LENÇÓIS PAULISTA // Outubro de 2015 // R$ 5,00 // Ano 6 // Edição Nº 96 // Gente de verdade que faz a história acontecer!

os mEus, os sEus, os Nossos mEstrEs

É

15 DE OUTUBRO DIA DO PROFESSOR

com grande alegria que apresentamos a você, caro amigo leitor, a terceira edição

da Edição Especial Nossos Mestres, em

comemoração ao Dia do Professor. E para

nós, o mês de outubro é ainda mais especial já que, no

dia 10, celebramos cinco anos de existência, levando um jornalismo comunitário de qualidade e atento ao merca-

Professora Glória Cimó

do. Nós, da Revista O Comércio, já fomos presenteados

Adilson Sidney Bernardes................... 22 Alice Maria dos Santos Coneglian ...... 26 Ana Benedita P. de Lima Bodo ............ 30 Célia Gomes Bianchini........................ 34 Edevar Moretto.................................... 38 Gidalvo dos Santos ............................. 44 Glória Maria Cimó Coneglian ............. 48 Maria Aparecida de Mattos ................. 52 Maria de Lourdes F. Germino.............. 16 Maria Luiza Martins de Souza ............. 56 Maria Zuleica Boso .............................. 60 Raquel Ramos Romani ....................... 64 Rosana Rossi Ferreira .......................... 68

e queremos, aqui, compartilhar nossa alegria com você.

EDIÇÃO ESPECIAL

NOSSOS MESTRES

A produção da revista Nossos Mestres começa lá atrás,

com planejamento e muita expectativa. Aos poucos, nos-

sos representantes comerciais ganharam às ruas e nego-

Rosangela Ap. Godoy F. Carneiro ........ 18 Rosimar Germino Quintiliano ............ 20 Sandra Pereira de Lima ....................... 72 Vânia Ferreira de Moura ..................... 78 Zuleika Boso Radichi ........................... 80

Foto: Cíntia Fotografias

Sheila Murador ................................... 76

ciaram os anúncios aqui impressos para que este produto chegasse grátis aos leitores. A recepção é a mesma de


Nossos mestres 09

sempre. Empresários, comerciantes, enfim, todos abrem

saudades. Conhecer essas histórias nos faz pessoas me-

pressar o seu carinho por esse produto único e histórico.

do mais uma vez!

as suas portas para nós e não medem palavras para ex“Ah, como essa revista é especial”. Essa frase foi ouvida al-

lhores todos os dias. Segundo presente recebido, obriga-

O terceiro presente, caro leitor, é ter você conosco

gumas vezes e comprova que estamos no caminho certo.

nesses cinco anos de Revista O Comércio. Obrigado por

Através da produção de matérias, conhecemos a his-

sua satisfação em ler essa edição. Esperamos que você,

Primeiro presente recebido, obrigado a todos!

tória de nossos queridos professores. Entre um pãozinho aqui e um café ali, a idolatria e a admiração pela classe

só aumentaram. Em todas as entrevistas, a sensação é

de que os mestres viajavam no tempo. A emoção ficava clara no rosto de cada um, os olhos brilhavam e o coração

batia forte no peito. Alguns têm a alegria de continuar lecionando, enquanto outros vivem apenas de fotos e

fazer parte da nossa história. A nossa maior realização é ao ler, sinta a mesma sensação que nós sentimos durante a produção de cada uma das matérias. Para finalizar esse

editorial, queremos deixar os nossos parabéns a todos os professores de Lençóis Paulista e de todo o mundo. Vo-

cês nos ensinam a viver, conviver e a respeitar o próximo. Sem vocês, nenhum profissional existiria. Uma boa leitura a todos e um grande abraço!


10 revista O cOmérciO

carta aO leitOr

C

hegamos à terceira edição da Edição Es-

que entrássemos na casa da querida leitora e do estimado

neste mês, o ano seis da nossa revista. Do

criando fórmulas editoriais para enaltecer o trabalho glo-

pecial Nossos Mestres, abrimos também, sonho à realidade. Mesmo nesse tempo

de solo árido, é boa a colheita que Deus tem proporcionado à nossa equipe. É claro que, como empresa que

constituímos, é preciso gerar receita para pagar despesas. Porém, aqui em nossa casa, o lucro real não é apenas a

leitor. Para tanto, além das publicações mensais, fomos

rioso e as belíssimas histórias da nossa brava gente lençoense. Estamos próximos da centésima edição. Inaugura-

mos nossa primeira filial em Macatuba. Estamos prontos para o futuro, mas aprendendo sempre.

E aprendendo a valorizar as pessoas por meio, especial-

moeda corrente que a gente sua a camisa para ganhar.

mente, das suas ações e profissões, em outubro de 2013,

que alcançamos um dia após o outro.

através dos anos, pudéssemos eternizar a importância

Nossa maior conquista é o reconhecimento e o prestígio Desde o nosso nascimento, no dia 10 de outubro de

2010, tentamos reinventar a prática do jornalismo comu-

nitário na cidade, apostando no viés do bairrismo para

criamos a edição comemorativa ao professor, para que, desses mestres que, desde épocas imemoriais, têm sido

fundamentais na construção de povos e sociedades. Por

isso, viemos falar também de esperança, em nome desses


NOSSOS MESTRES 11

personagens maravilhosos que, apesar dos flagelos que sofrem, resistem à luta.

As próximas páginas são um convite à celebração e ao

agradecimento. É o modo mais humanizado que a nossa equipe encontrou para dizer: muito obrigado. Dentre todas

as nossas demandas laborais, a Edição Especial Nossos Mestres é uma revista feita de amor. A sua leitura vai despertar

o coração de quem ler, revivendo sua infância e adolescência, até a percepção da relevância de cada professor em sua

vida. Esperamos estar à altura dessa grandeza de responsabilidade e conhecimento. Boa leitura minha gente! ANDERSON PRADO DE LIMA

Diretor da Revista O Comércio

Foto: Cíntia Fotografias


12 revista O cOmérciO

artigO // O educadOr, sempre impOrtante

A

nova realidade mundial é marcada por

apropriado, na medida certa, pode tanto auxiliar o conte-

lores e referências. Com a velocidade que

habilidades do aluno.

grandes transformações, mudanças de va-

correm as informações, internet, redes so-

údo específico da matéria, como ajudar a desenvolver as

Como os alunos aprendem? Esta é a pergunta que o

ciais, blogs, será que o professor ainda é importante?

educador comprometido sempre se faz. Como o aluno

humana será relevante à medida que o professor se dis-

passado? Tudo muda rapidamente, e é necessário que o

Sua importância no desenvolvimento da sociedade

puser, e conseguir, agregar em sua prática uma nova mentalidade, uma nova postura.

O professor será importante para seus alunos se não

do século 21 aprende? Será que da mesma forma que no

professor se atualize e esteja disposto a construir suas aulas e, portanto, construir o conhecimento com os alunos.

Pode parecer um chavão, mas trabalhar em equipe é o

parar de aprender, se estiver sempre aberto ao novo. Se

caminho. As dificuldades se tornam menores quando há

para o professor é essencial. Aprender sempre não é as-

gógicos e diretores. O planejamento não pode ser encara-

para todas as profissões o aprimoramento é necessário, similar conceitos e conteúdos, mas também conhecer a si mesmo, desenvolver sua inteligência e seu emocional.

As novas tecnologias estão presentes em todos os am-

bientes, e também na escola e na sala de aula. Seu uso

troca de ideias entre os professores, coordenadores pedado simplesmente como uma atividade burocrática exigida

por normas da escola, mas como estratégia facilitadora da construção do conhecimento.

Como avaliar o aluno? É claro que a avaliação tradicio-


NOSSOS MESTRES 13

nal não pode ser simplesmente abolida, mas deve ser ampliada com ferramentas de acompanhamento do aluno e sua resposta ao direito de aprender.

Mais do que nunca, a capacidade de ouvir é uma habili-

dade necessária ao professor. Especialmente, no relaciona-

mento com adolescentes e jovens. O diálogo pode possibili-

tar que um conteúdo aparentemente desinteressante ganhe significado, transformando as diferenças em vantagens.

Os novos tempos desafiam o professor a dar importância,

relevância e visibilidade para sua atuação. Isso passa tam-

bém pelos governos, pelas instituições e pela sociedade. É um grande e constante desafio. Por tudo isso, o dia 15 de ou-

tubro, Dia do Professor, deve ser celebrado. Parabéns a todos os educadores! Um abraço e todo meu reconhecimento. IZABEL CRISTINA CAMPANARI LORENZETTI

Professora e Prefeita Municipal de Lençóis Paulista Foto: arquivo pessoal


14 revista o comércio

A educação em números Lençóis PauLista conta com 20.047 aLunos e 1.029 Professores distribuídos em 39 instituições de ensino; veja os dados

2%

Professores

10%

Municipal: 363 // 35% Estadual: 293 // 28% Particular: 149 // 14%

Profissionalizante: 103 // 11% Superior: 100 // 10% Educação Especial: 21 // 2%

1% 5%

11%

35%

10%

Total: 20.882

Total: 1.099

14%

21% 28%

Municipal: 6.891 // 35%

35%

Alunos

Professores

Alunos

28%

Profissionalizante: 5.495 // 28% Estadual: 4.289 // 21% Particular: 2.062 // 10% Superior: 1.000 // 5% Educação Especial: 210 // 1%

dados fornecidos pelas instituições de ensino e pela diretoria de educação de Lençóis Paulista


Nossos Mestres 15

rede municipal: EMEI Walt Disney – Vila Nova Irerê 77 alunos; 3 professores

EMEF Profª Guiomar Fortunata Coneglian Borcat – Jardim do Cajú 1.032 alunos; 50 professores EMEF Luiz Zillo – Núcleo Habitacional Luiz Zillo 293 alunos; 16 professores

EMEI Monteiro Lobato – Jardim Morumbi 162 alunos; 6 professores

EMEF Prefeito Ezio Paccola – Jardim Primavera 190 alunos; 21 professores

EMEI Maria Cordeiro Fernandes Orsi – Cecap 262 alunos; 9 professores

EMEF Eliza Pereira De Barro - Centro 318 alunos; 18 professores

EMEI Prof. Marcellino Dayrell Queiroz - Jardim Nova Lençóis 172 alunos; 17 professores

EMEF Profª Lina Bosi Canova – Jardim Ubirama 635 alunos; 31 professores

escolas Particulares: Cooperelp – Jardim Ubirama 556 alunos, 47 professores

EMEIF Irma Carrit – Vila Cruzeiro 364 alunos; 19 professoras

Colégio Francisco Garrido – Rod. Osni Matheus 350 alunos; 43 professores

EMEIF Profª Amélia Benta do Nascimento Oliveira – Vila Baccili 198 alunos; 9 professores

Colégio São José – Jardim Ubirama 400 alunos; 31 professores

Números

EMEI Áurea Damasceno Bernardes – Jardim Ubirama 141 alunos; 8 professores EMEI Maria Tereza da Silva Coelho Jacon – Jardim do Cajú 2 225 alunos; 11 professores EMEI Profª. Yvonne Conti Capoani – Núcleo Habitacional Luiz Zillo 265 alunos; 13 professores

EMEIF Prof. Nelson Brollo – Jardim Monte Azul 455 alunos; 14 professores EMEIF Philomena Briquesi Boso – Alfredo Guedes 150 alunos; 18 professores

EMEF Profª Idalina Canova de Barros – Jardim Nova Lençóis 687 alunos; 35 professores

rede estadual: E.E. Dr. Paulo Zillo - Centro 414 alunos; 19 professores

EMEF Prof. Edwaldo Roque Bianchini - Cecap 574 alunos; 29 professores

E.E. Profª Leonina Alves Coneglian – Vila Cruzeiro 600 alunos; 35 professores

EMEF Profª Maria Zélia Camargo Prandini – Jardim Júlio Ferrari 346 alunos; 18 professores

E.E. Profª Antonieta Grassi Malatrasi – Parque Residencial São José 620 alunos; 48 professores

EMEF Esperança de Oliveira - Centro 345 alunos; 18 professores

E.E. Profª Vera Braga Franco Giacomini - Cecap 980 alunos; 60 professores

E.E. Virgílio Capoani - Centro 885 alunos, 60 professores E.E Rubens Pietrarróia – Núcleo Habitacional Luiz Zillo 790 alunos; 71 professores educação especial: Apae – Jardim Ubirama 210 alunos; 21 professores

Sesi – Parque Residencial Rondon 756 alunos; 28 professores Faculdade: Facol – Rod. Osni Matheus 1.000 alunos; 100 professores Ensino profissionalizante: Senai – Jardim das Nações 3.595 alunos; 43 professores ETEC – Jardim Ibaté 600 alunos; 44 professores Centro Municipal de Formação Profissional Prefeito Ideval Paccola – Jardim Bela Vista 1.400 alunos por ano; 16 professores


16 MARIA DE LOURDES

EDUCAÇÃO

FAMÍLIA LOURDES, RÔ CARNEIRO E ROSIMAR SE ESPELHARAM UMA NA OUTRA E, HOJE, SÃO PROFESSORAS ADORADAS EM LENÇÓIS PAULISTA Foto: Cíntia Fotografias

Maria de Lourdes

Rosangela


NOSSOS MESTRES 17

P

rofessor, a profissão mais

nobre do mundo. Essa

sentido tão explicitado. As três provam

conhecida e verdadeira

fluenciar gerações. Dentro da sala de

é uma frase bastante

quando se analisa a importância desse

profissional na vida de uma pessoa. Ser

professor, além de ensinar, é saber viver, conviver, respeitar o próximo e aprender

com ele. É um compromisso consigo mes-

mo. Resumindo: todo mundo tem, teve ou terá um professor marcante na vida, e a consequência de tudo isso é a admiração.

E foi essa admiração que uniu duas

irmãs na escolha profissional. A mais ve-

que ser professor é um dom e pode in-

aula, cada uma implantou a sua metodologia, mas o objetivo sempre foi o mesmo: formar cidadãos.

P E R F I L NOME Maria de Lourdes Fernandes Germino

lha, Lourdes, teve (e continua tendo) uma

TEMPO DE CARREIRA 54 anos

neiro, seguiu os passos da irmã e partiu

rou por aí, está bem enganado. Rosimar,

ÁREA DE ATUAÇÃO Infantil 1, Infantil 2, História e Ensino Médio

aula a oportunidade de se realizar tanto

FORMAÇÃO Graduação em Magistério e Pedagogia

carreira brilhante. A mais nova, Rô Carpara a sala de aula. E quem acha que pa-

filha de Lourdes, também viu na sala de

profissionalmente quanto pessoalmente. Rosimar

A palavra vocação nunca teve o seu


18 ROSANGELA

HOJE EM DIA, VEJO OS MEUS ALUNOS BEM SUCEDIDOS NA VIDA E SEI QUE Profissional exemplar, Lourdes inspirou a irmã e a filha; hoje, ela continua lecionando no Colégio Francisco Garrido

LOURDES

Fazenda Espadilha, em Agudos, Grupo

de Lourdes Fernandes Germino, que defi-

Coneglian, Virgílio Capoani, Vera Braga

TEM UM POUCO DE MIM NISSO TUDO. O

Escolar de Alfredo Guedes, Leonina Alves

MAIOR PRÊMIO DO

Franco Giacomini e Esperança de Oliveira.

PROFESSOR É VER OS

eu brincava de dar aula em frente ao es-

Colégio Francisco Garrido, onde se sente

ALUNOS BEM

çou a lecionar na Fazenda Irara, no distrito

betização. Quando o aluno começa a ler, é

A grande incentivadora. Essa é Maria

ne a sala de aula como uma paixão. “Sem-

pre quis ser professora. Quando criança, pelho”. Com o apoio dos pais, ela come-

de Alfredo Guedes. Também passou pela

Hoje, Lourdes continua dando aulas no

realizada. “Trabalho com reforço na alfauma alegria muito grande para mim. Não


NOSSOS MESTRES 19 Foto: arquivo pessoal

P E R F I L NOME Rosangela Aparecida Godoy Fernandes Carneiro TEMPO DE CARREIRA 35 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Fundamental 1 (alfabetização) FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia

me arrependo um minuto da minha vida

de professora. Pode parecer que nosso

trabalho não seja reconhecido, mas, com

Conhecida pela qualidade no ensino dentro da sala de aula, Rô Carneiro deixou a sua marca em todas as escolas que passou

sempre vem primeiro lugar. A pessoa

tudiosa e admirava o trabalho da Lour-

nhar aquele papel que se propôs. Ser

como professora eventual na escola do

precisa estar preparada para desempeprofessor é ter vocação”.

meu salário, estudei meus três filhos”.

RÔ CARNEIRO

sua filha sempre gostaram da profissão

la Aparecida Godoy Fernandes Carneiro

A professora conta que sua irmã e

e que uma influenciou a outra. “O amor

Espelho. É dessa forma que Rosange-

define a irmã. “Eu sempre fui muito es-

des. Após terminar a faculdade, comecei Rio Claro”. Também passou por outros

bairros rurais, como as fazendas Irara, São Joaquim, Tora e Água do Caboclo.

Rô Carneiro confessa que a irmã

ajudou muito no início da carreira. “A Lourdes me indicava às escolas que


20 ROSIMAR

precisavam de professores substitutos.

liano dentro da sala de aula. Influenciada

ideias, sugestões e experiências. Como

qual profissão iria seguir. “Minhas brinca-

pela mãe Lourdes, ela decidiu bem cedo

Além disso, sempre trocamos muitas

deiras eram sempre relacionadas à sala

família, somos muito unidas. O amor é muito grande. Hoje, uma acaba se espelhando na outra”.

TEMOS QUE PLANTAR

de aula. Nessa época, minha mãe e minha tia já eram professoras e eu admirava muito o trabalho delas”.

Na escola Vera Braga Franco Giaco-

SONHOS, CHEGAR

anos. Logo em seguida, se transferiu

NA SALA DE AULA

foi no Virgílio Capoani. “Na época, eu

Carneiro ministra aulas no Colégio Fran-

E MOSTRAR AOS

dades e dava aulas de reforço”. Apesar

boazinha, mas, sim, de boa professora.

ALUNOS QUE ELES

a vida dos alunos. Dentro da sala de aula,

PRECISAM SONHAR

como profissional. Fora dela, é um exem-

COM O FUTURO DELES

mini, a professora lecionou durante 16 para o Esperança de Oliveira. Hoje, Rô cisco Garrido. “Não gosto do título de Acredito que o educador influencia muito é um exemplo do que o aluno almeja plo para a vida e para o futuro”.

ROSIMAR

Tímida, aplicada e muito dedicada.

Essa era a aluna Rosimar Germino Quinti-

A primeira sala que Rosimar lecionou

ajudava as crianças que tinham dificulde ser formada em Exatas, a professora

revela que é apaixonada por alfabetização. “A relação com os alunos é bastante

gostosa. Eu tento ajudá-los da melhor

forma, não somente dentro da sala de

aula, mas também em outros aspectos”. Também passou pelas escolas Vera Braga Franco Giacomini e Esperança de Oli-

veira, essa última, onde leciona até hoje. “Mesmo com 75 anos, a minha

mãe ainda trabalha. Espero ter essa


NOSSOS MESTRES 21 Foto: arquivo pessoal

P E R F I L NOME Rosimar Germino Quintiliano TEMPO DE CARREIRA 28 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental FORMAÇÃO Graduação em Matemática e pósgraduação em Psicopedagogia Didática

disposição por bastante tempo. Nós,

Rosimar sempre prezou pela qualidade na transmissão do conhecimento; hoje, ela tem como grandes exemplos a mãe Loures e a tia Rô Carneiro

juntamente com a minha tia Rô Carnei-

OS PROFESSORES PRECISAM PROCURAR SE

juntas. Às vezes, nós três nos reunimos,

APERFEIÇOAR E, DESSA FORMA, TRANSMITIR ÀS

cebemos, o assunto Educação já está

CRIANÇAS TUDO O QUE ELAS PRECISAM APRENDER

ro, sempre trabalhamos e pensamos

começamos a conversar e, quando persendo discutido”, finaliza.


22 ADILSON

PROFESSOR

VOCAÇÃO

PROFESSOR EM DIVERSAS CIDADES, ADILSON REVOLUCIONOU A EDUCAÇÃO FÍSICA EM LENÇÓIS PAULISTA E REGIÃO

V

ocação. Esse é o segredo

Essa admiração pelo trabalho do pro-

para o sucesso, segundo

fessor começou bem cedo, quando Adil-

son Sidney Bernardes.

vocação depende da história de cada um.

o querido professor Adil-

Ele transformou (e ainda transforma) as

aulas de Educação Física em grandes de-

bates sobre o mundo. E esse perfil mos-

tra o quanto Adilson se preocupa com o futuro de seus alunos, tanto profissional quanto na sociedade.

son era apenas um pequeno sonhador. “A A minha mãe era uma excelente professora e eu admirava o seu trabalho. O carinho dos alunos por ela mostrava a importância do professor dentro e fora da sala

de aula”. O caminho não poderia ser outro: Adilson logo se tornaria professor.


NOSSOS MESTRES 23

P E R F I L NOME Adilson Sidney Bernardes TEMPO DE CARREIRA 41 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Educação Física FORMAÇÃO Graduação em Educação Física e Pósgraduação em Educação Física para Crianças e Adolescentes

Foto: Cíntia Fotografias


24 ADILSON

Mas, qual disciplina lecionar? “Eu tinha

duas paixões: Educação Física e História. Acabei decidindo por Educação Física, pois era praticante de diversos esportes”.

Mesmo formado, Adilson conta que

nunca parou de estudar. “Tudo é uma his-

O ALUNO É O PRINCIPAL COMPONENTE DA ESCOLA E, POR ISSO, SEMPRE BATALHEI PELOS MEUS ALUNOS

tória de vida e produto da cultura de cada momento. Sempre fui muito estudioso e dedicado à Educação Física”. Alunos de Ia-

Reginópolis e Macatuba, onde fez um

neiro da musculação e da ginástica labo-

ra de assistir as aulas de Adilson. “Substi-

um dos responsáveis pelo crescimento

ção para o magistério, o professor precisa

canga (SP) foram os primeiros a ter a hontui um professor por 30 dias. Após esse período, a diretora da escola me chamou

e disse que os professores reclamaram de

mim, mas por um bom motivo. Quando eu dava aula, os alunos de outras classes paravam para assistir”. O resultado desse

bom trabalho veio logo em seguida. “Em uma reunião, os pais pediram para que eu ficasse em definitivo”.

Após essa experiência, o professor

de Educação Física lecionou em Bauru,

trabalho brilhante. “Posso dizer que sou

do esporte na cidade”. Logo em seguida, Adilson foi aprovado em um concurso público em Lençóis Paulista e começou

a lecionar nas escolas Esperança de Oliveira e Virgílio Capoani. “É muito bom dar

aula nas escolas que eu estudei”, destaca. Nessa mesma época, foi requisitado para

organizar campeonatos escolares e ministrar cursos pela Delegacia de Ensino.

Aposentado do Estado e professor no

Prevê Objetivo, Adilson também foi o pio-

ral em Lençóis Paulista. “Dentro da voca-

ter a habilitação para exercer a profissão, e uma das coisas primordiais é a cultura

geral. Precisamos discutir tudo o que

acontece no mundo. Nas aulas, eu procurava trabalhar todos os esportes e não

somente o futebol, o vôlei ou o basquete, por exemplo. Além disso, todos participa-

vam das atividades, independente se o aluno jogava bem ou não. Já nos intervalos, eu não ficava na sala dos professores

e, sim, interagia com os alunos. Acredito


NOSSOS MESTRES 25 Foto: arquivo pessoal

Adilson é um professor participativo dentro e fora da sala de aula

que uma pessoa conhece mais a outra

balha com a Inteligência Corporal Cines-

é uma eterna resolução de problemas. O

que em 40 anos de trabalho”.

controlar e manipular o corpo para re-

existem outros também muito importan-

durante uma hora de prática esportiva do

Adepto às inteligências múltiplas,

Adilson resume o que a profissão representa em sua vida. “A Educação Física tra-

tésica (competência que permite utilizar, solver problemas ou produzir conceitos, ideias e objetivos). Muita gente não sabe a importância da Educação Física, mas ela

esporte é o componente mais forte, mas

tes. Eu amo o que faço. Considero que nunca trabalhei em minha vida devido à essa paixão”, finaliza.


26 ALICE

BÊ-Á-BÁ Foto: Cíntia Fotografias

DA VIDA


NOSSOS MESTRES 27

PARA A ALFABETIZADORA ALICE CONEGLIAN, PROFESSOR TEM UM IMPORTANTE PAPEL NÃO SÓ DENTRO DA SALA DE AULA, MAS TAMBÉM FORA DELA

P E R F I L

“E

u amava estar dentro da

rio, pois esse era o meu grande sonho: ser

ma que Alice Maria dos

paralelamente ao ginásio, Alice Cone-

sala de aula”. É dessa forSantos Coneglian define

NOME Alice Maria dos Santos Coneglian

a sua carreira de professora. Hoje, ela ofe-

TEMPO DE CARREIRA 40 anos

acompanhar o aluno com dificuldades na

ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental FORMAÇÃO Graduação em Normal (Magistério)

rece aulas particulares com o objetivo de aprendizagem. Mas essa história começa

lá atrás, quando Alice Coneglian decidiu partir para a área da Educação.

“Naquele tempo a mulher não tinha

tantas opções de trabalho. Eu vim de uma família humilde e decidi fazer o Magisté-

professora”. Assim que terminou o curso glian já começou a trabalhar como esta-

giária na escola Leonina Alves Coneglian,

onde permaneceu durante oito anos, dentro da sala de aula. “Eu também subs-

tituía alguns professores que entravam de licença ou faltavam às aulas”, lembra.

E foi através de uma licença Premium

que Alice Coneglian assumiu uma classe

do primeiro ano. “Eu amava estar na sala de aula e, para mim, foi uma realiza-


28 ALICE

“Uma vizinha pediu a mim que ajudasse

O PROFESSOR NÃO PODE DESISTIR NUNCA DE SEU IDEAL. ALÉM DISSO, PRECISA TER VOCAÇÃO E AMAR O QUE FAZ

uma sobrinha dela. Eu aceitei e, logo, a propaganda boca a boca começou. Hoje, continuo dando aulas particulares, porque amo de paixão o que faço”. Alice

Coneglian trabalha com alunos que têm

dificuldades nas mais diversas matérias,

através de um acompanhamento escolar. “Eu acompanho as crianças até elas se

ção”. Após passar em um concurso pú-

muito dedicada, pois queria que os alu-

em Embu-Guaçu (SP). “Era uma escola

da sala de aula já há algum tempo, Alice

blico, a professora começou a trabalhar

isolada, situada dentro de um container”, lembra. Após um ano, conseguiu

a remoção para a escola Esperança de

Oliveira, em Lençóis Paulista. “Fiquei no

Esperança de Oliveira durante 18 anos, até me aposentar”.

Alice Coneglian era uma professora

preocupada com o futuro de seus alunos. “Eu queria ensinar. Era exigente, mas

nos aprendessem”. Apesar de estar longe Coneglian não se esquece dos bons mo-

mentos que viveu. “As minhas classes não

sentirem seguras e conseguirem cami-

nhar sozinhas. Vale a pena ressaltar que o trabalho com os pais também é muito

importante já que eles precisam fazer o trabalho deles dentro de casa”.

Alice Coneglian considera que evoluiu

tinham menos de 35 alunos, portanto, a

muito como professora desde que se for-

tia máquina copiadora e nem tínhamos

pessoa resistente ao construtivismo (mé-

correria era bastante grande. Não exisajudantes. Éramos nós (professores), o mimeógrafo e a garganta”.

Após se aposentar, a professora rece-

beu uma proposta difícil de ser recusada.

mou. “Nós não podemos parar. Fui uma todo de ensino que instiga a curiosidade) da forma como foi imposto, mas, hoje, eu

o aplico”. Esse crescimento profissional acompanha a evolução dos alunos, que


NOSSOS MESTRES 29 Foto: arquivo pessoal

A maior realização pessoal de Alice Coneglian é ver os alunos formando as primeiras palavras

estão cada vez mais atentos ao mundo. “O

vendo as primeiras palavras. “Sou apo-

eles enviarem o filho para que eu possa

Hoje ela é plugada e fala bastante, mas

almejei em minha vida. No entanto, ain-

criança está lendo. Essa é a minha reali-

perfil das crianças também mudou muito. precisa aprender a ouvir”.

Para finalizar, a professora resume o

que sente quando vê uma criança escre-

sentada e já conquistei tudo aquilo que da me realizo pessoalmente. Muitas ve-

zes, os pais me ligam porque o filho não consegue juntar as letras. Eu peço para

trabalhar com ele e, após um mês, essa zação pessoal, pois a minha vida são as crianças. Divirto-me muito e cresço a cada dia com elas”.


30 ANA

Foto: Cíntia Fotografias

P E R F I L NOME Ana Benedita Pereira de Lima Bodo TEMPO DE CARREIRA 28 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental FORMAÇÃO Graduação em Letras e Pedagogia e pós-graduação em Qualidade na Educação


NOSSOS MESTRES 31

S I A MCONHECIMENTO ANA BODO NÃO MEDIA ESFORÇOS PARA TRANSMITIR CONHECIMENTO AOS SEUS ALUNOS, POIS ACREDITAVA QUE SEMPRE PODIA ENSINAR ALGO A MAIS

B

atalhadora e consciente de sua importância dentro da sala de aula, Ana Benedita Pereira de Lima Bodo nunca desistiu de seus alunos, mesmo com as dificulda-

des e problemas que muitos atravessavam, como falta

de apoio e descompromisso. “Eu era uma professora que queria os alu-

nos comigo até os últimos dias de aula, porque era um dia a mais para ensinar o aluno e conquistar uma melhora na alfabetização”, conta.

A vida dentro da sala de aula começou muito cedo, com apenas


32 ANA

18 anos. Na época, os pais de Ana Bodo não tinham muitas condições de colocá-la em

ponsabilidade enorme. É nesse momento que o professor mais consegue perceber

uma faculdade fora de Lençóis Paulista. No

OS ALUNOS ME

os principais objetivos dessa dedicada pro-

ENCONTRAM NA RUA,

Barros e, desde 2002, Ana Bodo faz parte

se cursar Letras e, logo em seguida, Pedago-

ME RECONHECEM E

começou como professora e, hoje, é coor-

ressalta que sempre foi uma aluna aplicada

CONVERSAM COMIGO.

ta com bons olhos dentro da casa de Ana

ESSE CARINHO

e, após esse período, retornou para a sala

Bodo. Isso fez com que ela se tornasse estudiosa e respeitosa com seus professores.

QUE RECEBO É

em um 4º ano. “Sempre pensei nos alunos

“Iniciei na Educação Infantil. Na época,

GRATIFICANTE

batalhar por aquelas crianças para que

entanto, o magistério sempre esteve entre fessora. Essa paixão fez com que ela decidisgia. A ex-professora e, hoje, coordenadora

em seus estudos, afinal, a Educação foi vis-

em 1987, dava aulas eventuais. No ano seguinte, ingressei no Idalina Canova de

Barros. Trabalhei lá desde o primeiro dia

dia com elas. Sempre procurei observar o

foi dentro da alfabetização. A sala de aula

A partir daí eu fazia a minha intervenção. A

sempre foi um lugar de aprendizado, as crianças aprendiam comigo e eu apren-

Foram 14 anos no Idalina Canova de

da equipe do Esperança de Oliveira, onde

denadora. Passou um ano na Diretoria de Educação como formadora de professores de aula, onde ficou por mais quatro meses como se fossem meus filhos. Eu tinha que

elas, no ensino público, tivessem a mesma

oportunidade que alunos de escolas parti-

de funcionamento da escola, como pro-

fessora de 1ª série. Toda minha carreira

os resultados de seu trabalho”, comenta.

comportamento delas e como aprendiam. cada ano que passava, eu me apaixonava

ainda mais pela alfabetização. É uma res-

culares. O ensino de qualidade sempre foi

a minha batalha. Sempre procurei uma referência teórica que sustentasse a minha

prática. Trabalhei como pesquisadora e observava tudo. Tentava compreender como

cada aluno aprendia para poder ensinar.


NOSSOS MESTRES 33 Foto: arquivo pessoal

Esse era o meu perfil. Além disso, era or-

ganizada, respeitava as regras e fazia tudo bem feito. Nunca tive problemas com os

alunos. Eles sempre me respeitaram como professora e sabiam que podiam contar comigo quando precisassem”, ressalta.

Atualmente, Ana Bodo é coordenadora

pedagógica na escola Esperança de Oliveira e tem diversas atribuições. No entanto, o

grande desafio, segundo ela própria, é trabalhar na formação de professores. Além

disso, faz diversos acompanhamentos (sa-

las de aulas, atendimento educacional especializado, acompanhamento do reforço

escolar e atendimento de pais e alunos). “Penso que já passou da hora de o profes-

sor ser valorizado como merece. Acredito que, na medida em que o professor tiver o respeito devido, a Educação vai melho-

rar gradativamente. As carreiras buscam

reconhecimento e o professor tem que ser valorizado como merece”, conclui.

Atual coordenadora pedagógica do Esperança de Oliveira, Ana Bodo valorizava cada um dos alunos que passaram por suas mãos


34 CÉLIA

ENSINANDO

ARTE Foto: Cíntia Fotografias


NOSSOS MESTRES 35

ATRAVÉS DA MÚSICA, CÉLIA DESCOBRIU A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NA VIDA DOS ALUNOS, TANTO DENTRO QUANTO FORA DA SALA DE AULA

P E R F I L

C

omo aluna, admirava os professores. Como pro-

cedo. Célia estuda piano desde os nove

Assim é Célia Gomes

violão e, aos 17, já começou a dar aulas de

fessora, admira os alunos.

NOME Célia Gomes Bianchini

Bianchini. “Ser professora sempre foi um

TEMPO DE CARREIRA 30 anos

mília tem no DNA a paixão pela música e

ÁREA DE ATUAÇÃO Música FORMAÇÃO Graduação em Letras e curso técnico de piano e violão

A vida como professora começou bem

sonho para mim”. Ela conta que toda a fa-

que o talento foi descoberto com o passar

dos anos. Hoje, Célia trabalha no comércio e ainda leciona (de forma particular) para

alguns alunos. Além disso, trabalha com o Coral Zillo Lorenzetti e é regente do Co-

ral Reverendo Vicente Themudo Lessa, da Igreja Presbiteriana de Lençóis Paulista.

anos de idade. Aos 12, aprendeu a tocar

música. “Alguns amigos começaram a me

procurar porque, naquela época, não havia professores de música na cidade”. Após quase 20 anos ministrando aulas particula-

res, Célia iniciou um trabalho na Cooperelp, em Lençóis Paulista. “Eu tinha vontade de realizar um projeto diferente, para iniciação

de crianças, e foi dessa forma que aconteceu. Eu mesma fiz o meu próprio método”. Para a professora, a leitura musical é


36 CÉLIA

EU SOU PROFESSORA E TENHO A NECESSIDADE DE PASSAR O QUE EU SEI AOS ALUNOS. SE EU GUARDO PARA MIM, SINTO QUE ESTOU ROUBANDO DE ALGUÉM

uma linguagem a mais, que desenvolve co-

conta que sempre se espelhou em Izabel

lembrou de mim. Da mesma forma que

tade era que todos aprendessem, mas isso

Coral Zillo Lorenzetti. “Ela tinha capricho e

gumas matérias, eu utilizo a música para

ordenação, reflexo e atenção. “Minha von-

não é possível. Sempre fui muito sensível e paciente. Em minhas aulas, colocava um grupo de crianças para observar e descobrir

novos sons. Isso exige muito amor. Tam-

bém realizava muitas brincadeiras lúdicas, deixando as aulas legais e dinâmicas. Eu

tinha muito controle das crianças, a habilidade de cativar e de chamar a atenção”.

Dentro da sala de aula, a professora

Cristina Campanari Lorenzetti, regente do zelo pelo aluno”. E esse jeito doce de lecio-

nar gerou algumas histórias que ficaram

o professor usa a musica para reforçar alapresentar um pouco da história”.

Durante todos esses anos como pro-

marcadas na memória de Célia. “Lembro-

fessora, Célia já deu aulas de música para

estudar. Na aula de música, falei sobre a

promessas e se tornaram realidade. “Eu

-me de um aluno que não gostava de MPB (Música Popular Brasileira), que reflete muito a história política do país. No

vestibular, caíram questões sobre as déca-

das de 60 e 70, e esse aluno disse que se

alguns músicos, que despontaram como sonho em deixar as coisas sólidas para

que aquilo permaneça e seja transmitido

sempre”. No entanto, ela sabe que a educação, em todos os sentidos, tem muito


NOSSOS MESTRES 37 Foto: arquivo pessoal

Célia tem em seu DNA o dom pela música e, desde muito cedo, ministra aulas de violão e piano

a evoluir dentro e fora da sala de aula. O

caráter da pessoa. Portanto, ele não deve

Fazendo o que gosta, ela é feliz. Ser feliz

dores nesse Mês do Professor mostra o

de ser um mediador. Para ser professor

momentos de prazer e satisfação. Temos

recado que Célia deixa a todos os educaquanto ela se preocupa com essa situação. “O professor interfere na formação do

deixar que as coisas ruins o façam desistir precisa ter a vocação. A pessoa mais fe-

liz do mundo é a que gosta do que faz.

dando aula e tiver a vocação, encontrará que ser úteis na sociedade e não ir em busca apenas do dinheiro”.


38 EDEVAR

P E R F I L NOME Edevar Moretto TEMPO DE CARREIRA 23 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Matemática, Física e Química FORMAÇÃO Ensino técnico em Química Industrial, licenciatura em Física com habilitação em Matemática e Química e pósgraduação em Química Foto: Cíntia Fotografias


NOSSOS MESTRES 39

PROFESSOR AMIGO DIFERENCIADO COMO PROFESSOR, EDEVAR FAZIA DAS DISCIPLINAS DE EXATAS ALGO BASTANTE PRAZEROSO

D

iferenciado, amigo e sur-

conseguir um ponto a mais. A única orien-

Moretto, um dos professo-

branco. O jovem podia responder qual-

preendente. Esse é Edevar res mais queridos de Len-

çóis Paulista. “Nas provas que eu aplicava, uma das questões valia um ponto, e eu a chamava de surpresa. O assunto, muitas

vezes, não tinha nada a ver com a disci-

plina, mas era a possibilidade de o aluno

tação era não deixar essa questão em quer coisa, mesmo que não tivesse sentido. Eu analisava cada resposta e, dessa

forma, observava onde cada aluno tinha dificuldade. A partir disso, trabalhava essa

dificuldade e estimulava o aprendizado”, lembra o professor aposentado.


40 EDEVAR

Nascido em Lençóis Paulista em 1942,

deve procurar se adaptar rapidamente à

tal na cidade natal. Já o Curso Científico foi

e valorizar o profissional. Em minha vida,

maneira de ensinar do professor, respeitar

Edevar fez o curso primário e o fundamen-

realizado em São Manuel. Após se formar,

EU CRIAVA MEU

técnico em Química Industrial. A primeira

CONTEÚDO DE

São Carlos, como técnico concursado em

ACORDO COM

laboratório. “Tive o privilégio de prestar o vestibular da UFSCAR (Universidade Fede-

AS COISAS QUE

cesso é devido ao meu método de ensino.

ral de São Carlos), onde fiz licenciatura em

OBSERVAVA NA

nosso esforço, apoio e incentivo. Os alunos

Química. Consegui fazer duas pós-gradu-

NATUREZA E NAS

esposa voltamos para Lençóis Paulista

OUTRAS PESSOAS.

Em 1977, Edevar começou a trabalhar

SEMPRE FIZ TUDO

Edevar foi para São Carlos, onde cursou

experiência profissional também foi em

Física com habilitação em Matemática e

ações em Química e, em 1976, eu e minha para ficarmos ao lado da família”, comenta. na escola Virgílio Capoani, onde permaneceu durante 23 anos, até se aposentar. O

conhecimento em diversas áreas (Física, Química e Matemática) e a capacidade pro-

fissional fizeram toda a diferença. “O aluno

COM AMOR

sempre valorizei muito meus professores e tive uma relação impressionante com

meus alunos. Sinto muitas saudades de tudo isso, até hoje. Nunca tive problemas

com meus alunos. Acredito que esse suIsso valoriza cada aluno. Todos merecem o são a esperança do amanhã”, ressalta.

Edevar é apaixonado pela profissão, e

isso fica nítido em cada palavra dita. Para ele, o professor tem uma grande importância na vida do aluno. Aposentado há

mais de 20 anos, Edevar acredita que o perfil dos alunos mudou muito. “Eu ain-

da converso com alguns professores apo-

sentados e que continuam dando aula. Eles dizem que o relacionamento entre o professor e o aluno está cada vez mais


NOSSOS MESTRES 41 Foto: arquivo pessoal

difícil. No entanto, é preciso fazer o melhor para que possamos recuperar certos valores que foram perdidos”.

O professor aposentado lecionava

desde a 5ª série até o Ensino Médio, mas também deu aulas em escolas de formação de professores. “Estudei no Virgílio

Capoani, onde também lecionei. As aulas eram preparadas sempre de acordo

com a disciplina. Eu planejava de acordo

com o conteúdo, mas sempre procurava envolver um acontecimento atual com a matéria explicada”, conta.

Apesar das dificuldades da profissão,

para Edevar, vale a pena insistir, traba-

lhar e se dedicar por inteiro ao aluno. “Eu sempre fiz meu melhor para ajudar o aluno a se desenvolver. Ver ele se transfor-

mar é algo muito gratificante. Os jovens

de hoje vão ajudar as crianças de amanhã no desenvolvimento, portanto, precisam muito ser valorizados”, conclui.

Professor da escola Virgílio Capoani, Edevar procurava diversificar as aulas para torná-las atraentes




44 GIDALVO

PROFESSOR

DEMOCRÁTICO COM BOM HUMOR, COMPETÊNCIA E MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR, GIDALVO ATRAI A ATENÇÃO DE SEUS ALUNOS NA EFOCCO

A

busca pelo ensino téc-

importância de transmitir conhecimen-

ravelmente no país nos

no para o mundo.

nico aumentou conside-

últimos anos. Através

to e, ao mesmo tempo, preparar o aluO professor, que nasceu na Baixada

dele, o jovem tem a possibilidade de

Santista, conta que começou a estudar

melhor formação e conseguir uma ren-

sargento do Exército Brasileiro e presen-

chegar ao mercado de trabalho com da maior. Diante disso, a demanda por

profissionais com perfil técnico tam-

bém vem aumentando. Há dez anos na

sala de aula, Gidalvo dos Santos sabe a

Biologia em 1985. Na época, ele era 3º

ciou alguns dos malefícios da Ditadura Militar. “Mudei-me para Lençóis Paulista e comecei a trabalhar na Lwarcel. Infelizmente, devido à correria do dia a


NOSSOS MESTRES 45

P E R F I L NOME Gidalvo dos Santos TEMPO DE CARREIRA 10 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Química (Tratamento de Resíduos, Geologia, Operações Unitárias, Higiene e Saúde Industrial, Organizações e Normas) FORMAÇÃO Graduação em Biologia, especialização em Meio Ambiente e pós-graduação em Celulose e Papel

Foto: Cíntia Fotografias


46 GIDALVO

dia, não consegui terminar a faculdade”, lembra. Em 1999, Gidalvo decidiu retor-

lecionava para várias turmas dos cursos

nar à vida acadêmica. “Terminei a minha

SER PROFESSOR

sidade do Sagrado Coração), em Bauru.

É PODER APLICAR

Como eu tinha dois filhos pequenos e

O AMOR E FAZER

estresse e não via a hora de terminar os

BRILHAR, NO INTERIOR

licenciatura em Biologia na USC (Univer-

Logo em seguida, fiz a pós-graduação. um terceiro por vir, estava no máximo do cursos”, conta, aos risos.

de Açúcar e Álcool, Química e Farmácia”.

A admiração pelos alunos e a paixão

pela sala de aula logo tomaram conta do

professor. “Procuro a forma mais democrática e descontraída de passar a matéria, para que o aluno tenha vontade de vir

para a escola e aprender. O curso técnico prepara o cidadão para o mercado de tra-

balho que, hoje, está muito exigente na

Nessa época, Gidalvo nem sonhava

DE CADA ALUNO, A

em 2005, um convite mudou a sua vida.

CHAMA SAGRADA

não quer aquele cara que sabe tudo. Ele

“Eu estava em casa e o coordenador do

curso técnico do Instituto Ana Nery me

QUE O CRIADOR ALI

ciável, porque a empresa funciona como

convidou para dar aulas de Agricultura

DEPOSITOU, PARA QUE

mecei a lecionar para apenas uma turma

POSSAMOS TER UM

Gidalvo evoluiu como profissional e

a carga horária do professor começou a

MUNDO MELHOR

técnico, existem alunos com idades di-

em atuar como professor. No entanto,

e Meio Ambiente. Eu, então, aceitei e co-

do curso de Açúcar e Álcool”. Aos poucos, aumentar e, logo, Gidalvo caiu nas graças dos alunos. “Teve um ano que eu

parte prática, teórica e social. O mercado quer o cara que seja comunicativo e so-

uma engrenagem. Se der algo errado, o processo também sai todo errado”.

Durante esses anos na sala de aula,

como pessoa. “Em uma turma de curso ferenciadas. Além disso, você não pode

utilizar a mesma didática para as diver-


NOSSOS MESTRES 47 Foto: arquivo pessoal

sas turmas”. Outra questão interessante

levantada pelo professor da Efocco é a avaliação dos alunos. Para ele, as provas e testes também servem para que o pro-

fissional de educação tenha uma opinião

do próprio trabalho. “Muitas vezes, o professor precisa mudar a didática no meio do caminho, romper modelos ultrapassados e incentivar o aluno a ter criativi-

dade, preparando-o para o mercado de trabalho e para um mundo em que não haja preconceito e hipocrisia”.

Para Gidalvo, o professor inspira

uma sociedade. “É uma das profissões mais nobres que existem. Todos, um

dia, passaram pelas mãos dos mestres. Ser professor é uma arte. Em alguns casos, você acredita que vai ensinar

Através de aulas democráticas e descontraídas, Gidalvo transmite conhecimento e também aprende com os alunos

algo aos alunos, mas, na realidade,

mas o professor é de suma importân-

a qualidade e o seu potencial. Cabe ao

bastante influência sobre a criança e

vida profissional. Não adianta atacar os

esse potencial que, muitas vezes, está

você aprende com eles. A família tem

até na escolha da profissão de um filho,

cia na formação da personalidade e na defeitos do aluno. Precisamos perceber

professor ajudar o aluno a desenvolver escondido”, finaliza.


48 GLÓRIA

P E R F I L Foto: Cíntia Fotografias

NOME Glória Maria Cimó Coneglian TEMPO DE CARREIRA 39 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Básico (alfabetização) FORMAÇÃO Graduação em Magistério


NOSSOS MESTRES 49

VIDAS TRANSFORMADAS A

alfabetização é um pro-

cesso demorado e re-

quer muita paciência e

atenção do professor.

Normalmente, acontece no primeiro e

segundo ano do Ensino Básico, quando a criança aprende a ler e a escrever. Essa

preparação para os anos que estão por

APAIXONADA PELA SALA DE AULA DESDE PEQUENA, GLÓRIA CIMÓ SEMPRE ATUOU NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO ENSINO BÁSICO

vir sempre foi a paixão de Glória Maria

Cimó Coneglian. A sua carreira dentro da sala de aula foi marcada pela dedicação e empenho, em um dos momentos mais importantes da vida de uma criança.

Quando criança, Glória Cimó convida-

va as amigas para brincar de escolinha em sua casa. Foi nesse momento que


50 GLÓRIA

a paixão começou. Ela concluiu o Ensino

culdades. Hoje, todas essas lembranças

Fundamental e passou pelo Magistério.

TODOS OS

professora na escola Virgílio Capoani,

PROFISSIONAIS

alfabetizadora, me apaixonei. Sempre

PASSAM PELAS MÃOS

que foram importantes para o início da

Aos 19 anos, começou a trabalhar como

onde lecionou no curso Primário Anexo, de 1970 até 1980.

“Foi uma escolha espontânea, nin-

guém fez a minha cabeça para ser pro-

DO PROFESSOR E É POR

aposentei nova, por ter começado a traba-

ISSO QUE ELE MERECE

de respeito e admiração pelos meus pro-

SER VALORIZADO

fessora. Eu sempre gostei, tanto que me

lhar muito cedo. Sempre tive uma relação

fessores e me dediquei para ser uma boa aluna”, comenta.

Após a experiência no Virgílio Capo-

Braga Franco Giacomini. Em 1987, come-

em julho de 1980. Em dezembro do mes-

se aposentou em 1996. Quem pensa que

mo ano, decidiu se transferir para a escola Isolada da Duraflora, onde permaneceu durante três anos. Passou, também, pelo Bairro Lageado (dois anos) e escola Vera

“Desde que iniciei na educação como

estive ao lado de professoras muito boas, minha carreira. Aprendi demais com

cada uma delas e nunca tive vergonha de perguntar nada. Trabalhei boa parte da

minha carreira com crianças do segundo

ano do Ensino Básico. Entrar na sala era uma coisa mágica, eu esquecia todos os meus problemas fora da escola. Sempre

tive uma relação de amor com meus

ani, Glória Cimó foi efetivada em Nova

Odessa (SP), cidade próxima a Americana,

emocionam e causam saudades.

çou a ministrar aulas no Paulo Zillo, onde

alunos, eu era como uma mãe para eles. Pensava em cada um deles e na importância de alfabetizá-los”, ressalta.

Para a Glória Cimó, o professor é um

Glória Cimó abandou de vez a vida de

educador dentro da sala de aula. Já fora

seguida, começou a dar aulas particulares

que é ensinado na escola será aplicado na

professora está bem enganado. Logo em de alfabetização para crianças com difi-

dela, precisa ser o exemplo, porque tudo o sociedade. “A alfabetização é tudo na edu-


NOSSOS MESTRES 51 Foto: arquivo pessoal

Dentro da sala de aula, Glória Cimó tinha uma relação de admiração e amor pelos alunos

cação. Os dois primeiros anos são os mais

Os novos profissionais não devem

achar que a Educação não tem mais jeito.

zação, a carreira é gratificante e especial.

por nossas crianças, pois elas são o futuro.

importantes no desenvolvimento, pois

desistir, pois, mesmo com a pouca valori-

a ler o mundo de uma forma diferente.

O professor ensina e, ao mesmo tempo,

quando a criança é alfabetizada, ela passa Para nós, alfabetizadores, isso é muito gratificante. Vemos a transformação da

criança e isso nos deixa extremamente felizes”, relata, visivelmente emocionada.

aprende com o aluno. “Nas aulas particulares, meus alunos me falavam sobre

o modo como está a Educação. Tudo

mudou muito rápido, mas não podemos

Temos que insistir até o final e batalhar O professor tem que exigir o reconheci-

mento da sociedade e dos governantes, mas nunca deixar de lado o papel de en-

sinar os alunos. Sem educação, nada vai para frente”, conclui.


52 MARIA

P E R F I L NOME Maria Aparecida de Mattos

Foto: Cíntia Fotografias

TEMPO DE CARREIRA 41 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Educação Artística e diretoria de escola FORMAÇÃO Graduação em Desenho e complementação em Educação Artística e Pedagogia com Administração Escolar


NOSSOS MESTRES 53

AMIGA MARIA AO TODO, MARIA DE MATTOS TRABALHOU NA EDUCAÇÃO LENÇOENSE DURANTE 41 ANOS; HOJE, ELA VIVE DE BOAS LEMBRANÇAS E SAUDADES

P

oucas pessoas têm uma

história profissional tão

incrível como a de Maria

Aparecida de Mattos. Pro-

fessora admirada e diretora competente, ela indicava aos seus alunos o caminho a ser seguido, através de aulas marcadas pela qualidade na apresentação do con-

teúdo e, principalmente, pelo respeito ao aluno.

Maria de Mattos nasceu em Lençóis

Paulista e sempre sonhou em ser profes-

sora. “Na escola, eu admirava os meus mestres e, ao mesmo tempo, era crítica quando não concordava com algo. Alguns professores não queriam nem que a gente

virasse a cabeça e, por isso, eu vivia fora da sala de aula. Cheguei a falar para um deles que ele que era muito ditador. O mes-


54 MARIA

tre tem que ensinar e mostrar o caminho

fui brava, mas era exigente. Sempre fui

alização de algum trabalho, a professora

E essa postura acompanhou Maria de

minho que tinham que seguir. Em minha

chamava eles de lado e perguntava se a

para nós, mas não ser ditador”, lembra.

Mattos durante toda a sua vida profissio-

nal. “Eu nunca dei bronca nos alunos. Ou

eles gostavam das aulas e as assistiam, ou ficavam para fora da sala. Eu nunca

amiga dos alunos e mostrava a eles o cavida, gosto de fazer as coisas bem feitas, para não precisar fazer duas vezes, e den-

tro da sala de aula também era assim”. Caso os alunos não caprichassem na re-

aposentada fazia questão de cobrar. “Eu atividade estava bem feita. Se respondes-

sem que não, então, jogava o trabalho no lixo e pedia para refazer”.

Maria de Mattos lecionou em três

SE O ALUNO TEM UM PROFESSOR BOM, QUE SE DEDIQUE, ENSINE E ACOMPANHE OS PROCESSOS, DIFICILMENTE ESSE ALUNO VAI PARA CAMINHOS TORTOS importantes escolas de Lençóis Paulis-

cisa administrar a escola para as crianças.

professores me respeitavam”, conta.

Edwaldo Roque Bianchini, Idalina Canova

atividades com os alunos. Já com os pro-

precisou interromper essa bonita traje-

trava os dentes e fazia questão de relevar

exames, descobriu que estava com câncer.

ta, deixando a sua marca em todas elas: de Barros e Virgílio Capoani. Em 2001, assumiu a diretoria da escola Edwaldo

Roque Bianchini. “O diretor exerce um trabalho diferente do professor, pois pre-

Eu era amiga, brincava e participava das fessores, impunha respeito, mas não mos-

muita coisa. Tinha duas facetas: as crianças diziam que eu era legal, enquanto os

No entanto, em 2012, Maria de Mattos

tória na educação. “Após realizar alguns

O médico se mostrava bastante assustado, mas eu mantive a calma. Fiz a cirurgia e,


NOSSOS MESTRES 55 Foto: arquivo pessoal

Maria de Mattos era uma professora querida pelos alunos e respeitada pelos companheiros de trabalho

hoje, continuo aqui, firme e forte”. Hoje,

inclusive, vêm em casa para me visitar”.

família, as paredes são os professores.

primeira vez, a professora aposentada con-

ao citar a importância do professor para a

formados e exercendo as suas profissões

la. “Essa é a minha praia. Em alguns mo-

faz uma comparação bem simples entre o

41 anos após entrar na sala de aula pela

fessa que sente saudades da vida na escomentos, chego a sonhar com as crianças e

com as minhas professoras. Alguns deles,

Maria de Mattos não mede palavras

vida do aluno. E isso fica claro quando ela

profissional e a família. “A base do aluno, em casa, é a família. Se o alicerce é essa

Fico feliz quando vejo os meus ex-alunos

de médicos, engenheiros ou jornalistas. Encontro alguns em diversos cantos da

cidade e eles se lembram de mim. Essa é a minha maior alegria”, finaliza.


56 MARIA LUIZA

P E R F I L Foto: Cíntia Fotografias

NOME Maria Luiza Martins de Souza TEMPO DE CARREIRA 25 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Maternal FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia


NOSSOS MESTRES 57

APRENDER BRINCANDO LÚ MARTINS TINHA UMA CARACTERÍSTICA QUE A

A

metodologia de ensino era um pouco diferente das demais, mas o resultado era o mesmo. Maria Luiza Martins de Souza, mais conhecida como Lú

Martins, utilizava brincadeiras para transmitir o

DIFERENCIAVA DOS DEMAIS

conteúdo necessário aos seus alunos do maternal (crianças de, no

PROFESSORES: TRANSMITIR

máximo, quatro anos de idade). “O que eles mais gostavam era

CONHECIMENTOS ATRAVÉS

areia, água e baldinho. Durante as aulas, eu deixava meus alunos a vontade para brincar no parque e, dessa forma, conseguia mos-

DE BRINCADEIRAS

trar para eles os conceitos de cheio, vazio ou metade, por exemplo. Dentro de cada uma das brincadeiras, eu direcionava o que eles


58 MARIA LUIZA

EU ACREDITO QUE A BRINCADEIRA É A MELHOR FORMA DE TRANSMITIR CONHECIMENTO PARA CRIANÇAS ATÉ QUATRO ANOS. QUANDO EU LECIONAVA, MEUS ALUNOS VOLTAVAM IMUNDOS PARA CASA, POIS TODOS BRINCAVAM. DESSA FORMA, A ESCOLA SE TORNAVA UM LUGAR GOSTOSO DE FREQUENTAR

precisavam aprender. Além disso, as atividades promoviam a so-

Também fingia que era uma bruxa e corria atrás deles. No final do

Com uma professora dessas, não havia um aluno sequer que

aposentada, os momentos ao lado dos pequenos estimulavam

cialização, que é o principal objetivo nessa idade”, comenta.

não gostasse das divertidas aulas. Dedicada, Lú Martins fazia

questão de participar de todas as brincadeiras. “Eles vinham, me

abraçavam, me seguravam e eu fingia que desmaiava. Logo em

seguida, tentavam me levantar e eu ficava deitava novamente.

dia, eu estava cansada e eles com a corda toda”. Para a professora o aluno a ir para a escola. No entanto, ela ressalta que alguns

profissionais não aprovavam a metodologia de ensino utilizada. “Todos os meus ex-alunos se deram bem na vida e são muito bem sucedidos”, ressalta.


NOSSOS MESTRES 59

Antes de começar a lecionar na cidade, Lú Martins deu

cobrança dos pais é enorme, mas a criança não evolui tanto.

Eliza Pereira de Barros, Walt Disney, entre outras. No entanto,

tins também se diz adepta às novas tecnologias. “A tecnologia

aulas na Usina Barra Grande. Também passou pelas escolas foi na escola Lúcio de Oliveira Lima que a professora aposentada passou a maior parte de sua vida profissional. “Quando

comecei aqui em Lençóis Paulista, eu era a única pedagoga e,

Eles acham chato quando a professora começa a falar”. Lú Marestá disseminada e não tem como fugir dela. É preciso inserir nas escolas, porque as crianças acompanham isso”, comenta.

A professora aposentada também foi vereadora de 1972 a

por isso, consegui o 1º lugar em pontos. Procurei fazer com

1992, e defendeu a Educação em Lençóis Paulista. Ela ressalta

vado cientificamente que os pequenos conseguem reservar

te da profissão. “Eu fico brava quando uma pessoa mente.

que essa experiência fosse a mais prazerosa possível. É proapenas um minuto de atenção. Eu colocava as brincadeiras

nas aulas para que eles pudessem fixar o conteúdo mais rapidamente”, conta.

“Sinto-me recompensada por tudo. É claro, as críticas sem-

pre me acompanharam, mas me lembro de Piaget, que dizia

que a pré-escola é um descompromisso com o saber normal. Atualmente, uma criança de três anos é muito avaliada, prin-

cipalmente, quando o aluno estuda em escolas particulares. A

que sempre prezou pela justiça e pela verdade, independen-

Sempre acreditei que a verdade e a justiça são os melhores caminhos. Trabalhar com crianças era uma responsabilidade imensa, pois eu era uma babá dos alunos. Quando uma crian-

ça chega, é preciso dar toda a atenção a elas, porque elas são rápidas no raciocínio. Quando você percebe, já fizeram muitas

coisas e podem acabar se machucando. Portanto, sempre pro-

curei ficar perto dos alunos para cuidar deles e acompanhá-los em tudo”, finaliza.


60 MARIA ZULEICA

Foto: Cíntia Fotografias

P E R F I L NOME Maria Zuleica Boso TEMPO DE CARREIRA 29 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Educação Infantil, Educação Especial e Biblioteca FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia


NOSSOS MESTRES 61

EDUCAÇÃO ATUALMENTE NA BIBLIOTECA DA

ESCOLA GUIOMAR BORCAT, ZULEICA

TAMBÉM LECIONOU NA APAE E EM

DIVERSAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

DE LENÇÓIS PAULISTA

LITERÁRIA T

rabalhar em diversos se-

a sua vida como professora.

poucos. O contato com os

Lençóis Paulista, Zuleica sempre sonhou

ambientes é algo tão prazeroso quanto a

tério, ela já começou a dar aulas. “Eu mi-

tores da educação é para

alunos nos mais diversos

emoção de formar um cidadão. Professora da Rede Municipal de Ensino de Lençóis Paulista há 29 anos, Maria Zuleica

Boso é uma dessas privilegiadas. Doce

em suas palavras, ela conta, com emoção,

Nascida em Alfredo Guedes, distrito de

em ser professora. Após terminar o Magisnistrava aulas como professora substituta na escola Monteiro Lobato e em bairros rurais de Lençóis Paulista, como na Fazen-

da São Sebastião, Duratex e Duraflora. Em 1986, uma vizinha me chamou pelo


62 MARIA ZULEICA

muro de casa e me ofereceu algumas au-

minha vida. Ensinava muitas coisas às

dos Excepcionais)”. Começavam, ali, os

mas que faziam e fazem toda a diferença”.

las na Apae (Associação de Pais e Amigos

SER PROFESSORA É SE DEDICAR

melhores momentos da vida de Zuleica.

nistrativa da Apae, Zuleica precisou deixar

tros lugares. Valia a pena o sacrifício e o es-

lecionar na escola Nelson Brollo, onde con-

realizados à praia, Barra Bonita, entre ou-

forço durante o ano, pois muitas crianças

À PROFISSÃO,

do portão de casa devido à deficiência”.

com necessidades especiais nem saíam

Ao todo foram 22 anos na Apae, onde a

BUSCANDO

professora se realizou profissionalmente.

NOVOS RUMOS E

vida”. Em 1991, Zuleica foi aprovada em

EDUCAÇÃO

Após uma reestruturação na parte admi-

“O que mais me marcou foram os passeios

INTEIRAMENTE

CONHECIMENTOS À

crianças, coisas que pareciam simples,

“Aqueles alunos eram a paixão da minha um concurso na área de Educação Infantil, mas não deixou a entidade. Ela traba-

a entidade e, logo em seguida, começou a

seguiu alfabetizar, em dois anos, 25 crian-

ças portadoras de deficiência com inclusão. Desde 2011, é professora readaptada e atua

como bibliotecária na escola Guiomar Furtunata Coneglian Borcat. No local é realizado o projeto Ler é Preciso, em parceria com a Du-

ratex, no qual toda a comunidade pode retirar livros e mergulhar na magia da leitura.

“No começo, eu tinha certo receio de vir

lhou durante dez anos na escola Marcelli-

para cá (escola Guiomar), pois não sabia o

sobre a profissão. “Já no início eu sentia

ceio virou realização. Hoje, atendo cerca de

no Dayrell Queiroz, onde aprendeu muito

um amor enorme pelas crianças. Nessa longa trajetória, adquiri conhecimento

e sabedoria, que vou levar pelo resto de

que ia encontrar. No entanto, logo esse re-

500 alunos semanalmente para retirada de livros. Tenho muito contato com os alunos e eles gostam muito de mim. É gratificante


NOSSOS MESTRES 63 Foto: arquivo pessoal

Zuleica viveu momentos inesquecíveis na Apae de Lençóis Paulista, onde trabalhou durante 22 anos

participar da vida dos jovens, que viajam

saudades da sala de aula, mas estou feliz

mim. É isso que me fortalece. Às vezes

de teatro, de conhecimento e de diversos

Zuleica diz ser realizada profissional-

era estudante, pois vivi momentos ines-

através de uma boa leitura, de uma peça

por trabalhar como professora readaptada”.

tipos de textos. Além de atender às crian-

mente, devido à história que escreveu na

alunos me chamam de tia e avó, e alguns

fizeram faculdade, se tornaram grandes

ças, faço outras atividades, como teatro. Os

deles me visitam aqui na biblioteca. Sinto

Educação lençoense. “Vejo alunos que já profissionais e nunca se esqueceram de

me flagro pensando no tempo em que quecíveis. O professor é como se fosse um segundo pai ou uma segunda mãe para o aluno. Se ele transmite coisas boas, com certeza, transmitirá confiança”, completa.


64 RAQUEL

OLHAR

DIFERENTE ASSISTENTE TÉCNICO PEDAGÓGICO, RAQUEL RAMOS ROMANI CONHECE TODA A ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL Foto: Cíntia Fotografias


NOSSOS MESTRES 65

P E R F I L NOME Raquel Ramos Romani

R

aquel Ramos Romani

enxerga a Educação em

Lençóis Paulista com outros olhos. A professora

atuou durante 15 anos dentro da sala de aula com Educação Infantil e Educação Especial e, hoje, trabalha como assistente

técnico pedagógico, o que proporciona a

ela melhor compreensão do sistema edu-

cacional em um âmbito geral. Também leciona em Ensino Superior, na Facol (Fa-

TEMPO DE CARREIRA 30 anos

culdade Orígenes Lessa).

“Aqui (Diretoria de Educação) eu

ÁREA DE ATUAÇÃO Educação Especial, Educação Infantil e Educação Superior

posso olhar para as 33 escolas de Ensi-

FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia, especialização em Metodologia da Educação Infantil (Psicopedagogia) e em Gestão Escolar e mestrado em Educação

não seria possível enxergar, pois, como

no Municipal. Hoje, consigo ver alguns

problemas que, dentro da sala de aula, professora, a atenção é dedicada inteiramente aos alunos”.

A paixão pela profissão começou

muito cedo. Influenciada pela mãe e pela tia, que trabalharam com Educa-


66 RAQUEL

ção, Raquel sempre admirou a profissão.

Após terminar o Magistério em 1985,

Quando pequena, ela gostava de brincar

EU TIVE ALUNOS

a professora Maria Zélia chamou Raquel

de qual seria o seu futuro. Após terminar

NA PRÉ-ESCOLA

na Apae (Associação de Pais e Amigos dos

Ensino Médio, que já tinha o Magistério

QUE FORAM

cursou Pedagogia e se especializou em

MEUS ALUNOS NO

“Tive educadores muito bons e os

ENSINO SUPERIOR

Sempre fui muito dedicada. Respeitava

E, HOJE, JÁ ESTÃO

como aluna. Já como professora, procurei

TRABALHANDO

la Irma Carrit, onde trabalhei com a Etapa

ser mais afetiva com meus alunos, afinal, as crianças são muito carinhosas. Tudo

COMO

escola Walt Disney. Convidada para ser

foi e continua sendo muito encantador.

PROFESSORES.

retoria de Educação, Raquel prontamente

o professor precisa desenvolver a arte de

ISSO É MUITO

possível construir o caminho da aprendi-

GRATIFICANTE

de ser professora, dando mostras claras

o Ensino Fundamental, entrou para o

na grade curricular. Logo em seguida, algumas áreas.

levo como exemplo na minha profissão. os professores e tinha um perfil tranquilo

Mesmo nos momentos de dificuldade, ouvir os alunos e observar. Dessa forma é zagem”, ressalta.

para fazer um curso de Educação Especial Excepcionais). Em 1986, foi chamada para

lecionar na entidade, um desafio e tanto na carreira da professora. Em 1990, pres-

tou dois concursos, um para Educação In-

fantil e outro para Educação Especial, sen-

do aprovada e efetivada. No ano seguinte, Raquel começou a dar aulas na Educação Infantil. “Fiquei por muito tempo na esco2 da pré-escola”. Também trabalhou na coordenadora da Educação Infantil na Di-

aceitou. “Passei por vários setores e, agora, sou assistente técnico pedagógico”.

Raquel é professora de Ensino Supe-

rior há 14 anos. Trabalhou durante dez na

IMESSM (Instituto Municipal de Ensino


NOSSOS MESTRES 67 Foto: arquivo pessoal

Professora de Ensino Superior e assistente técnico pedagógico, Raquel teve o privilégio de trabalhar, também, com Educação Infantil

Superior de São Manuel), onde lecionou

Hoje, tenho a oportunidade de atuar na

da convivência da diversidade. Atender

anos na Facol, a professora, atualmente,

Para Raquel, que se aposentou do

da sala de aula, o professor é modelo, pre-

para o curso de Pedagogia e Letras. Há 14

formação de profissionais”, conta.

ministra aulas para os cursos de Educação

cargo da Educação Especial no início

de estar na pré-escola e trabalhar com a

conhecimento dentro da sala de aula. Ele

Física e Pedagogia. “Tive a oportunidade

base no ensino da criança. Como coordenadora, eu ficava nas creches e via o

desenvolvimento de cada um dos alunos.

desse ano, o professor é o mediador do

é o responsável por aquele espaço e pre-

cisa liderar, mas nunca mandar. “Temos que olhar para a questão do respeito e

essas questões é muito importante. Fora

cisa ter cuidado com a sua forma de ser e de se portar, principalmente, em cida-

des menores. Você convive com o aluno o tempo todo e acaba cruzando com ele

diariamente. Portanto, temos que ter uma conduta exemplar”, finaliza.


68 ROSANA

FORMAÇÃO SUPERIOR EXIGENTE E MÃEZONA DOS ALUNOS, ROSANA TRANSMITE CONHECIMENTOS E, AO MESMO TEMPO, FORMA CIDADÃOS PARA O MUNDO

L

ecionar em ensino supe-

fibra se tornasse uma excelente profes-

e dedicação. Além de ter

mando cidadãos.

rior exige conhecimento gabarito, o profissional

sora, transmitindo conhecimentos e forRosana fez faculdade na Unesp (Uni-

precisa saber como lidar com alunos

versidade Estadual Paulista) de Arara-

trabalho. No início, Rosana Rossi Ferrei-

montar uma farmácia, mas logo essa

que estão partindo para o mercado de

ra não imaginava que a sala de aula se-

ria o seu futuro profissional. No entanto, o destino fez com que essa mulher de

quara. Após se especializar, planejou decisão foi repensada. “Fui monitora de Hematologia durante a graduação e a situação financeira em casa estava difí-


NOSSOS MESTRES 69

P E R F I L NOME Rosana Rossi Ferreira TEMPO DE CARREIRA 31 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Hematologia, Hemoterapia e Farmacologia FORMAÇÃO Graduação em Farmácia Bioquímica, mestrado em Ciências Biológicas e doutorado em Fisiopatologia em Clínica Médica

cil. Portanto, ser professora era a forma

de eu começar a ganhar um dinheiro razoável no início da minha carreira”. Em 1984, com apenas 24 anos, Rosana foi

Foto: Cíntia Fotografias


70 ROSANA

O PAPEL DO PROFESSOR NÃO É SOMENTE PREGAR, MAS TAMBÉM FAZER. ELE PARTICIPA DA FORMAÇÃO DE PESSOAS E DE PROFISSIONAIS QUE VÃO TRABALHAR NESSE PAÍS

aprovada em um concurso público na própria Unesp. “Na época, eu auxiliava meus mestres e dava aulas práticas aos alunos que foram meus bichos”, lembra.

culdade, os alunos me fazem esquecer tudo, a aula flui e os meus problemas desaparecem”.

O perfil de Rosana dentro da sala de aula une carinho e com-

Rosana conta que sempre admirou o trabalho de seus profes-

prometimento. “Os meus alunos dizem que sou uma mãezona,

aula fosse inevitável. “A transição de professora auxiliar para efeti-

as minhas regras, principalmente, em termos de horário, com-

sores. Isso foi determinante para que o sucesso dentro da sala de va foi bastante tranquila, pois sempre gostei de dar aulas”. A pro-

fissão encanta Rosana, que se sente bem ao lado de seus alunos. Hoje, ela leciona para o curso de Biologia, na Unesp de Bauru, e auxilia o curso de Medicina em Botucatu. “Quando estou na fa-

embora exigente. No primeiro dia de aula, deixo claro quais são

portamento e uso de celular. Ali, dentro da sala de aula, sou eu quem manda. A partir desse momento, os alunos se tornam meus

amigos e o semestre flui naturalmente”. Após 31 anos de carreira, Rosana se orgulha em dizer que nunca teve problema com alunos.


NOSSOS MESTRES 71 Foto: arquivo pessoal

“A graduação mais difícil que lecionei foi Educação Física, pois eles são mais enérgicos”.

Já o perfil dos alunos dentro da graduação mudou muito. Ro-

sana acredita que eles ficaram mais criativos e estão prontos para

o mercado de trabalho. “O raciocínio está mais rápido e eu preciso acompanhar, principalmente, quando o assunto é informática”. No

entanto, ela acredita que existem alguns pontos negativos. “Os

alunos também estão mais imaturos e egocêntricos. Por isso, preciso bater muito na questão da humildade”. A professora da Unesp aproveita a oportunidade para fazer uma análise da estrutura das

faculdades públicas que, segundo ela, tem uma condição razoável

de ensino. “Temos uma belíssima estrutura, com salas climatizadas, projetores, microfones e grandes profissionais”.

Para finalizar, Rosana resume a importância do professor na for-

mação do cidadão. “O professor tem que ser uma referência, não só

no conteúdo transmitido, mas também na questão da cidadania. Não adianta nada falar uma coisa e agir de outra forma. O que falta

muito na pesquisa é a ética. Temos que ensinar com qualidade, mas, também, direcionar o estudante para que ele seja um profissional digno e ético. Tudo isso deve envolver responsabilidade”.

Rosana é professora da Unesp de Bauru e ainda auxilia o curso de Medicina em Botucatu


72 SANDRA

SUPERANDO

OBSTÁCULOS

M

ovida a desafios. Essa

é a diretora do Colégio

Francisco Garrido, Sandra Pereira de Lima. E ven-

cer esses desafios parece estar no dia a

dia dessa competente profissional, que

administra uma das escolas mais respei-

tadas da região. “Hoje, o meu desafio se tornou mais leve e recompensador, pois voltei para a escola que aprendi, cresci e

DIRETORA DO COLÉGIO FRANCISCO GARRIDO, SANDRA VÊ EM SEUS MESTRES DO PASSADO A INSPIRAÇÃO PARA O PRESENTE

ensinei. Toda essa trajetória me fez amar mais ainda a minha profissão e entender melhor o meu papel de educadora”.

Sandra confessa que não pensava em

trilhar pelo caminho da Educação. No en-

tanto, um importante incentivador começou a entrar em cena. “Meu pai, José Perei-

ra de Lima, queria muito que eu seguisse a mesma carreira de professora como a

minha irmã, Ivanilda Lima, que sempre foi


NOSSOS MESTRES 73

P E R F I L NOME Sandra Pereira de Lima TEMPO DE CARREIRA 24 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Direção e português FORMAÇÃO Graduação em Letras e Pedagogia

um exemplo para nós. A princípio, como

a maioria dos adolescentes, fui relutante. Pensei em fazer Serviço Social, mas, por

fim, acabei fazendo o antigo Magistério. Assim, poderia decidir melhor e argumen-

tar a minha escolha”. Sandra só teve certeza da escolha profissional após a primeira

Foto: Cíntia Fotografias


74 SANDRA

aula de estágio, que era dirigido pela com-

“Após alguns anos, o professor Afonso

O dia a dia da diretora é muito intenso

petente e exigente professora Maria Apa-

Placca Filho me chamou para assumir as

e, ao mesmo tempo, de muita responsa-

preparar as aulas com muita dedicação. Foi

lecionei por oito anos e fui chamada para

em dia, é muito diferente do que antiga-

recida Barbosa Finco. “Ela me motivou a assim que ministrei a minha primeira aula”. O início foi desafiador. Sandra teve

muita sorte, como ela mesma define, pois antes de terminar a faculdade já

lecionava. “Ouvi experientes colegas

de trabalho para absorver experiências, como o querido professor Dário de Souza e a exemplar professora Lupércia Ranzani Galli. Hoje, sou grata a eles pelo incenti-

vo e pela motivação”. O primeiro dia em

sala de aula, ainda cursando a faculdade, foi na escola Leonina Alves Coneglian, onde foi muito bem recebida pela diretora Lourdes Trecenti, a primeira a confiar

no trabalho de Sandra. Após poucos me-

ses, foi chamada na escola Virgílio Capoani que, na época, era a primeira Escola Padrão de Lençóis Paulista.

aulas no Colégio Francisco Garrido, onde substituir a competentíssima coordena-

dora Elizabeth Elena Pavanato. Os desa-

fios foram aumentando a cada proposta, pois substituir a Betinha era assumir uma

responsabilidade muito grande. Mas, só tenho a agradecê-la, pois ela foi uma

grande mestra e amiga que me ajudou

e me preparou para seguir em frente”. Após cinco anos de coordenação no Colégio Francisco Garrido, Sandra começou

a trabalhar no COC, em Bauru. Logo em

seguida, ministrou aulas em Rio Claro.

bilidade e compromisso. “Educar, hoje mente. Temos que estar envolvidos por

completo com alunos, pais e professores. A escola é uma extensão da família e exige que tenhamos olhos para a realidade

e para as divergências de cada um. Uma

das ações que gosto de fazer são os pro-

jetos. Penso que, através deles, podemos chegar mais longe e atingir os objetivos de forma mais eficaz e consciente. O alu-

no tem que vivenciar para aprender, par-

ticipar para ser ativo e produzir para fixar”. Para Sandra, não há segredo em ser

‘Fiquei seis anos longe da minha terra e

professor. “O profissional precisa ter vo-

para o crescimento profissional. Nesse

os outros. Além disso, ser estudioso, atu-

do conforto familiar, mas foi necessário

ano de 2015, com muita alegria, retornei

ao Francisco Garrido, para a minha escola do coração, como diretora.

cação, o dom de ensinar e aprender com

alizado e comprometido com o saber. O professor tem grande influência perante os alunos, por isso, ele deve ser ético e ter


NOSSOS MESTRES 75 Foto: arquivo pessoal

SE HOJE ME TORNEI ESTA PROFISSIONAL, FOI PORQUE TIVE AO MEU LADO MESTRES COM SABEDORIA E DEDICAÇÃO

valores enraizados. A missão do educador

não é nada fácil, somos responsáveis por cada um que passa por nós, mas, com mui-

ta dedicação, responsabilidade e amor, po-

demos mudar a vida de muitas pessoas. Por isso, nunca desistam dos desafios, pois a vitória é compensadora”, finaliza.

Para Sandra, o professor deve ter um relacionamento de respeito e carinho com os alunos para que a convivência seja cada dia melhor


76 SHEILA

BEMESTAR P E R F I L

T

rabalho

individualizado

e personalizado. Esse é o

SHEILA É FORMADA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E, HOJE, SE DEDICA AO CONDICIONAMENTO FÍSICO DE SEUS ALUNOS que o aluno precisa”, conta Sheila.

Formada em Educação Física no ano de

foco da Personal Trainer

1999, Sheila iniciou sua vida profissional

NOME Sheila Murador

aluno tem o seu potencial, por isso, aten-

sora de natação. “O esporte ajudou a en-

TEMPO DE CARREIRA 15 anos

Dessa forma, conseguimos atingir os obje-

ÁREA DE ATUAÇÃO Personal Trainer FORMAÇÃO Graduação em Educação Física

Sheila Murador. “Cada

demos no máximo três alunos por horário. tivos e metas”. Na academia Extreme Perso-

nal Fitness, a professora conta com grupos

de até 25 alunos. “Conheço cada um deles

e, por isso, criamos um vínculo muito forte. Em alguns casos eu trabalho mais devagar, mas, em todos os casos, procuro saber o

no último ano de faculdade, como profestender melhor o corpo humano. Eu trabalhava com muitas recomendações médicas

e indicações de exercícios físicos. Após dez anos, fui convidada para trabalhar na Apae

(Associação de Pais e Amigos dos Excepcio-

nais) onde fiquei por dois anos. Para mim, foi um grande aprendizado. Deparei-me

com alunos que tinham uma série de difi-


NOSSOS MESTRES 77

PROCURO TRATAR BEM MEUS ALUNOS. SE ELES ESTÃO FALTANDO DEMAIS, ENTRO EM CONTATO E TENTO SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO Foto: Cíntia Fotografias

culdades, tanto físicas quanto mentais, e isso me deixou um pouco nervosa no início”. Com muita dedicação, Sheila cresceu como pessoa e como profissional.

A professora trabalha com musculação e ginástica aeróbica desde 2001. Para

se aperfeiçoar, Sheila fez diversos cursos na área e percebeu que Lençóis Paulis-

ta conta com um número pequeno de profissionais voltados para a área aeróbica. No entanto, ela acredita que esse cenário deva mudar nos próximos anos.

“Alguns dos meus alunos têm muita vergonha e eu preciso estar pronta

para conseguir encorajá-los. Além disso, o meu objetivo profissional é atingir

o objetivo do aluno e isso depende de uma série de fatores. Em alguns dias sou mais divertida. Em outros, preciso ser mais rígida. Sinto orgulho em ser professora. Quando comecei na profissão, achei que não iria dar conta e nem

continuar na carreira. No entanto, encarei a timidez e consegui me consolidar na Educação Física, da qual eu gosto muito”, conclui.


78 VÂNIA

SEGUNDA LÍNGUA DIRETORA DO FISK EM LENÇÓIS PAULISTA, VÂNIA ACREDITA QUE NASCEU PARA TRANSMITIR CONHECIMENTO

Foto: Cíntia Fotografias

D

iretora do Fisk em Lençóis Paulista, Vânia Ferreira

de Moura nasceu para transmitir conhecimento. Com apenas 16 anos, a professora de inglês já

lecionava para uma turma de alunos. “Fui apro-

vada para lecionar inglês na escola que estudava. Comecei com


NOSSOS MESTRES 79

muito entusiasmo e nunca mais parei. Os

alunos gostavam muito das minhas au-

O PROFESSOR TEM A

anos, os professores mais novos assistiam

MISSÃO DE MOSTRAR

las, pois eu era dinâmica. Durante alguns as minhas aulas para treinar”.

No início, Vânia confessa que pensou em

O CAMINHO AO ALUNO

cursar Arquitetura. No entanto, ela se sentia

“Eu gosto de trabalhar em escolas particu-

abençoada por trabalhar em um local onde

NOME Vânia Ferreira de Moura

ela, a sala de aula transforma o dia a dia. “Se

TEMPO DE CARREIRA 32 anos

lares e com grupos pequenos. Sinto-me os alunos buscam o conhecimento”. Para

eu estou com os alunos, todos os problemas

desaparecem e meu dia se torna mais leve”. Nascida em Goiânia (GO), Vânia se mu-

dou para Lençóis Paulista, onde encon-

trou a sua verdadeira casa. “Eu amo essa cidade”, afirma. Em 2001, após passar por

fissionalmente. “Aqui (Fisk) tentamos preparar os alunos para que eles possam se comunicar melhor, pois, assim, ele sai na frente dos demais. Hoje, o inglês é uma

uma grande empresa. Além disso, na área

P E R F I L

trou aulas de inglês para pequenos grupos.

a diretoria do Fisk, onde se realizou pro-

necessidade. Sem ele, você não entra em

bem dentro da sala de aula. Durante esses

32 anos de carreira, a professora só minis-

diversas escolas de idiomas, ela assumiu

ÁREA DE ATUAÇÃO Línguas FORMAÇÃO Graduação em Letras (Inglês e Português)

de biológicas, muitos artigos e livros são em inglês”. Vânia é extremamente preocupada com a educação de seus alunos e de

sua família. Tanto que uma das filhas, Maria Vitória, também é professora do Fisk.

A professora acredita que ser professor é

ter vocação para o magistério. Além disso, ela

considera que o educador é extremamente importante para a formação de profissionais

e de cidadãos. “O professor tem que amar a sua profissão, para que ele possa realizar a sua missão da forma mais iluminada, verdadeira e bem sucedida possível”, completa.


80 ZULEIKA

P E R F I L Foto: Cíntia Fotografias

NOME Zuleika Boso Radichi TEMPO DE CARREIRA 36 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental e Educação Especial FORMAÇÃO Graduação em Normal, Administração Escolar e Pedagogia


NOSSOS MESTRES 81

CONTANDO HISTÓRIAS O

s olhos brilham e as pa-

lavras parecem fluir com

ainda mais naturalidade. Quando Zuleika Boso Radi-

chi começa a se lembrar do passado, parece

que o mundo se torna ainda mais colorido. O amor pelos alunos, a admiração pelos

professores e a vontade de fazer a sociedade cada vez melhor transformam essa grande profissional em uma figura importantíssima

na história da Educação em Lençóis Paulista.

UMA DAS PRIMEIRAS PROFESSORAS DA

ESCOLA ANTONIETA

GRASSI MALATRASI,

ZULEIKA LEMBRA OS BONS MOMENTOS

VIVIDOS NA EDUCAÇÃO

“Eu nasci para dar aula. Ser professor é

uma vocação”. É dessa forma que Zuleika define a sua escolha profissional. Após

se formar, começou a dar aulas no bair-

ro Fazendinha, onde ficou por um ano e meio. Nessa época, ela conheceu figuras

que ficaram marcadas para sempre em

sua memória. “Naquela época, havia um

inspetor que parava o carro a mais de um quilômetro de distância, e ia pé ante pé até a escola. Quando percebíamos, ele


82 ZULEIKA

já estava dentro da sala de aula. Tenho

Tive um apoio enorme dela como incenti-

de aposentadoria concluído, quando apa-

Logo Zuleika conseguiu uma transfe-

fora de série”, lembra Zuleika, visivelmente

pelas colegas, fui fazer a prova e acabei

lembranças incríveis daquela época”.

rência para o Segundo Grupo Escolar de

Lençóis Paulista, que anos mais tarde se

vadora e apoiadora. Foi uma profissional emocionada ao relembrar da amiga.

Anos mais tarde, surgiu a escola Anto-

tornaria a Escola Estadual Dr. Paulo Zillo.

nieta Grassi Malatrasi e alguns professores

cionada aos professores que tivessem a

ciar a escola, entre eles Zuleika. “O critério

“Na época havia a cadeira Premium, dire-

média de notas maior do que nove durante o curso Normal. Esse foi o motivo que me

levou a trabalhar como professora efetiva em Lençóis Paulista logo no início da mi-

nha carreira. Só tenho a agradecer pela minha vida profissional, que foi muito boa”.

Na escola Paulo Zillo, a professora apo-

sentada reencontrou uma pessoa que a

ajudou durante muitos anos. “Em 1965, reencontrei a minha professora de terceiro ano de grupo, Maria Conceição Viegas Gar-

do Paulo Zillo foram convocados para iniutilizado era o tempo de magistério. Como

eu era uma das mais novas, fui transferida. Todos nós, professores, fomos felicíssimas na nova escola criada. Lá eu fiquei até pra-

ticamente me aposentar”. Anos mais tarde,

passando”. Agora diretora, Zuleika foi trans-

ferida para a escola Maria Aparecida Justo Salvador, em Pratânia, onde ficou apenas

dois meses. “Conclui meu tempo para aposentadoria em Alfredo Guedes”. De 2001 a

2009, a professora aposentada trabalhou

na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Lençóis Paulista e exerceu um papel importante na entidade.

Hoje, Zuleika coloca todas as suas lem-

a professora aposentada retornou à escola

branças em um blog que, segundo ela, une

veira. “Tenho lembranças lindas dessa épo-

jetória profissional. “O maior orgulho que

onde iniciou os estudos, o Esperança de Oli-

ca. Eu era muito exigente e os meus alunos tinham que ser os melhores”, lembra.

Zuleika confessa que nunca teve a pre-

bino. Ela se tornou a minha primeira dire-

tensão de atuar na direção de escolas. No

da Dona Maria, que fazia de tudo por eles.

ela. “Eu já estava quase com o meu tempo

tora escolar. Os professores eram as jóias

receu um concurso de diretor. Motivada

entanto, a vida reservou algumas coisas a

BANHO

o desejo de registrar a história e a sua tra-

eu tenho é estar na rua, na farmácia, no

supermercado ou na igreja e ser reconheci-

da”. Para finalizar, ela deixa um recado aos professores. “Continuem a trabalhar e não desanimem. Os problemas não podem acabar com o sonho de educar”, finaliza.

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