LENÇÓIS PAULISTA // Outubro de 2016 // R$ 5,00 // Ano 7 // Edição Nº 116 // Gente de verdade que faz a história acontecer!
Professoras Silvia,
Camila M. Ramos do Amaral .............. 62
Mariluci e Silvana
Damião Augusto Xavier de Oliveira .... 20
Diego Martins Pinto Guedes............... 16 Edmara F. Machado do Amaral ........... 66 Elizabete F. Rodrigues Velozo ............. 28 Fernanda Torres Dinardi Biasi ............. 52 Gabriele Fernanda Dutra .................... 68 Idario Aparecido Vidal ......................... 40
Maria Ap. Barbosa Finco...................... 44 Maria Helena V. da Silva Nogueira ..... 26 Mariluci Capucho Cavalheiro .............. 13 Neusa Aparecida Faioli Rossi .............. 56 Rodrigo Lopes Staffa ........................... 64 Selma Maria de Souza Vieira .............. 38 Silvana de Oliveira Capucho Cian....... 12 Silvia Adriana Silva Rossi .................... 32 Silvia M. de O. Capucho Germano ...... 14
Tiago Augusto F. de Oliveira Vieira...... 22 Vânia Maria Machado ......................... 48
EDIÇÃO ESPECIAL
NOSSOS MESTRES
Foto: Cíntia Fotografias
Geovana Barral Leme Gomes ............. 60
2design
Com a força do nosso trabalho crescemos e seguimos firmes em direção ao futuro que sonhamos.
Nós somos a energia para o futuro.
06 REVISTA O COMÉRCIO EXP ED IEN T E
ANDERSON
ANGELO
BEATRIZ
BRENO
JURACI
Diretor // Jornalista Responsável [MTB 75.180/SP]
Redação [MTB 66.026/SP]
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Diretor // Diagramação // Arte Final
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LEONARDO
PATRÍCIA
REGINA
RICARDO
VINICIUS
Diagramação // Arte Final
Departamento Comercial
Departamento Comercial
Departamento Comercial
Diagramação // Arte Final
PRADO DE LIMA
MARIANO BOVO
FRANCHINI NETO
PRADO DE LIMA
DE SOUZA VIEIRA
MELLO
CORRÊA MEDOLA
MILANEZZI
RODRIGUES
HUMBERTO DE CASTRO
A REVISTA O COMÉRCIO é uma publicação de Prado & Medola Empreendimentos Editoriais e Publicitários LTDA ME // CNPJ: 10.744.028/0001-97 FOTOGRAFIA Cíntia Fotografias IMPRESSÃO Grafilar | CNPJ: 60.333.853/0002-58 TIRAGEM 5 mil unidades CIRCULAÇÃO Lençóis Paulista REVISTA O COMÉRCIO // Rua Machado de Assis, nº 36 // Vila Antonieta I // Lençóis Paulista // São Paulo // CEP: 18.682-570 // Telefone: (14) 3264-8187 // www.revistaocomercio.com.br // ocomercio@revistaocomercio.com.br. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, portanto, podem corresponder (ou não) à opinião desta revista. Data desta publicação: 28 de outubro de 2016.
nossos mEstrEs 07
Editorial // ExEmplos para toda a vida palmas a esses apoiadores, pois sem eles
tres, em comemoração
A novidade em nosso produto esse
da Revista Nossos Mes-
ao Mês do Professor, e a
cada novo produto uma emoção diferen-
te sentida pela nossa equipe, sentimento
esse que começa a ser transmitido a você, amigo leitor e estimada leitora, a partir
de agora. O que chama a atenção em
todas as entrevistas é a similaridade do
início de cada carreira. Em todos os casos, as professoras enfrentaram as mesmas
dificuldades, encarando estágios e aulas
eventuais. Muitos pensaram em desistir, mas o incentivo e o apoio de profissionais
próximos, familiares e amigos fez com que o sonho não acabasse. Incentivo esse
relatado em cada história e exemplo para os jovens de hoje em dia. Uma salva de
não teríamos os nossos mestres de hoje.
ano fica por conta da assinatura de cada
professor em sua respectiva matéria. Algo simples e relevante, correto? Não, muito pelo contrário. Cada “rabisco”
significa muito e vai além do que podemos imaginar. Nada mais é do que
uma unicidade (singularidade, estado
único), que a faz ser utilizada como for-
Professora Glória Cimó
Camila M. Ramos do Amaral .............. 62 Damião Augusto Xavier de Oliveira .... 20
Diego Martins Pinto Guedes............... 16 Edmara F. Machado do Amaral ........... 66 Elizabete F. Rodrigues Velozo ............. 28 Fernanda Torres Dinardi Biasi ............. 52 Gabriele Fernanda Dutra .................... 68 Geovana Barral Leme Gomes ............. 60 Idario Aparecido Vidal ......................... 40 Maria Ap. Barbosa Finco...................... 44 Maria Helena V. da Silva Nogueira ..... 26 Mariluci Capucho Cavalheiro .............. 13 Neusa Aparecida Faioli Rossi .............. 56 Rodrigo Lopes Staffa ........................... 64 Selma Maria de Souza Vieira .............. 38 Silvana de Oliveira Capucho Cian....... 12 Silvia Adriana Silva Rossi .................... 32 Silvia M. de O. Capucho Germano ...... 14
Tiago Augusto F. de Oliveira Vieira...... 22 Vânia Maria Machado ......................... 48
EDIÇÃO ESPECIAL
NOSSOS MESTRES
Foto: Cíntia Fotografias
C
hegamos à quarta edição
LENÇÓIS PAULISTA // Outubro de 2016 // R$ 5,00 // Ano 7 // Edição Nº 116 // Gente de verdade que faz a história acontecer!
ma de identificação dos nossos mestres.
do professor na vida do aluno. Impor-
marca registrada, personificando ainda
em cada letra, palavra, linha e parágrafo
Ou seja, cada professor coloca ali a sua
mais o nosso material. Esperamos que, assim como aconteceu nos três anos anteriores, essa revista traga a todos nós
um sentimento de gratidão e, ao mesmo tempo, reflexão sobre a importância
tância relatada nos mínimos detalhes, do nosso produto. Um feliz Mês do Pro-
fessor a todos os profissionais da educação. Obrigado por sempre se preocupar conosco e por nos transformar em cidadãos. Uma ótima leitura!
10 SILVANA, MARILUCI E SILVIA
DE IRMÃ PARA IRMÃ APOSENTADAS, MARILUCI, SILVIA E SILVANA SE INSPIRAVAM UMA NA OUTRA PARA TRANSFORMAR A VIDA DE SEUS ALUNOS DENTRO E FORA DA SALA DE AULA
T
va em escola, mas ensinava tudo o que as três irmãs precisavam aprender enquanto seres humanos. Foi o primeiro exemplo de vida de cada uma. Dizia às filhas que gostaria de ter estudado e só não o fez por
rês irmãs, três professoras,
outros cinco irmãos, nenhum deles profes-
vana de Oliveira Capucho
de casa esse apoio tão importante, princi-
um homem muito inteligente, um gênio
na lavoura era considerado mais importante
sua carreira como alfaiate, mas logo voou
três exemplos de vida. Sil-
Cian, Mariluci Capucho
Cavalheiro e Silvia Maria de Oliveira Capucho Germano provam que a sala de aula é um lugar sagrado. Não é fácil realizar o
sonho de lecionar, por isso, o apoio de amigos e familiares é importantíssimo no processo de formação do profissional.
Silvana, Silvia e Mariluci (que ainda têm
sor) são privilegiadas, pois tiveram dentro palmente em uma época na qual o trabalho que os estudos.
OS GRANDES INCENTIVADORES
A mãe, Maria de Lourdes Malavasi Ca-
pucho, era sábia por natureza. Não leciona-
uma questão cultural da época.
O pai, Alfredo de Oliveira Capucho, era
como as três professoras definem. Iniciou
mais alto. Vislumbrava o futuro, tinha um
escritório de contabilidade e gostava de ler livros, tanto que tinha uma biblioteca
dentro de casa. Estudou piano, se tornou professor de música e, hoje, dá nome a uma das ruas de Lençóis Paulista.
NOSSOS MESTRES 11
Foto: CÃntia Fotografias
Mariluci
Silvia
Silvana
12 SILVANA, MARILUCI E SILVIA Foto: arquivo pessoal
P E R F I L NOME Silvana de Oliveira Capucho Cian TEMPO DE CARREIRA 25 anos
SILVANA
“Ninguém se torna grande sozinho”.
É dessa forma que a professora define
ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Infantil e Ensino Fundamental
Maria Aparecida Barbosa Finco, que carinhosamente era chamada de Dona Neca”.
Em 1987, iniciou o seu percurso profissio-
a sua trajetória profissional. Nascida em
nal. Foram anos de aulas eventuais até que,
o cheiro da groselha na lancheira seja a
nova de Barros, a professora Elizeth Vitaliano
Ribeirão do Pinhal (PR), conta que “talvez única lembrança escolar”.
Sempre gostou de brincar de escritório,
fazendo e refazendo contas e tirando a
prova. Também gostava de fazer composição, hoje chamada redação. “Do curso de Magistério, meu maior exemplo foi a Dona
FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia e Magistério
em 1993, na atribuição da escola Idalina Ca-
des, apostilas temáticas, projetos, reuniões
abriu mão de uma classe e deu a oportuni-
fundos para a escola, em uma união entre
dade de trabalho a Silvana. “Sou grata a ela
para sempre”. De lá para cá foram três anos
de pais, exposições e festas para arrecadar alunos, pais, professoras e funcionários”.
No dia 15 de outubro de 2015, assinou
no Idalina Canova de Barros, 14 anos no
a sua aposentadoria. “Talvez o dia mais
Irma Carrit. “Foram horas preparando ativida-
mais incerto para o resto da minha vida”.
Marcellino Dayrell Queiroz e sete anos no
emocionante, talvez o mais triste, talvez o
NOSSOS MESTRES 13 Foto: arquivo pessoal
P E R F I L NOME Mariluci Capucho Cavalheiro TEMPO DE CARREIRA 37 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Infantil e Educação Especial FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia
Algum tempo depois, escutou na Rádio
Difusora que a Apae (Associação de Pais e
1974, quando se casou. “Em 1975, fui
do de estagiário. “Nem sabia do que se
de Lençóis Paulista. Comecei no Lar da
Amigos dos Excepcionais) estava precisan-
MARILUCI
“Eu sempre me projetei como professora,
meus pais me incentivava muito”. No começo de 1972, Mariluci já estava com o diploma
na mão. “Aí papai disse que era hora de tra-
balhar e me levou no Francisco Garrido para trabalhar na secretaria, pois ali tinha curso de
Datilografia. Mas não era isso que eu queria”.
Mariluci ficou na Apae até o final de
tratava, apenas que era relacionado a aulas. Conversei com a diretora Regina Orsi e
disse que não conhecia o trabalho da Apae, mas mesmo assim comecei no dia seguinte. Eu era voluntária e tive orientação da Iara Pietrarróia em todo o processo. Não era exatamente uma transmissão de conhecimento, mas sim um acompanhamento”.
para a Educação Infantil do município
Crianças, depois passei pela Walt Disney
e Biquinha (atual Lúcio de Oliveira Lima). Ali foram uns dez anos. Depois fui para a
OCAS (Organização Crista de Ação Social), em um projeto de nutrição da Prefeitura, Irma Carrit e Yvonne Conti Capoani. Por
último, voltei à Biquinha, onde me aposentei em 2009”.
14 SILVANA, MARILUCI E SILVIA Foto: arquivo pessoal
P E R F I L NOME Silvia Maria de Oliveira Capucho Germano TEMPO DE CARREIRA 42 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Infantil, Ensino Fundamental, Educação Especial e EJA FORMAÇÃO Normal e graduação em Pedagogia
SILVIA
em Santo Antonio da Platina (PR), eu
foi em uma fazenda em Santo Antônio
ta. Assim era Silvia, que tinha certa ver-
brincadeira do pai Francisco. Eu me sen-
Lençóis Paulista, no final de 1971. “Eu
Uma aluna acanhada e não tão aber-
gonha dentro da sala de aula. “Eu nunca pensei em ser professora, mas algumas
situações na sala de aula me marcaram muito. Quando a gente ia à biblioteca
sempre ficava com o patinho feio na tia excluída dos outros alunos”.
Silvia conta que optou pelo Magisté-
rio por uma ordem natural dos fatos. A primeira vez que pisou na sala de aula
do Pinhal. Em seguida, a família veio para
queria dar aulas, mas não tinha como”. Nesse momento, o pai foi conversar com
Antônio Lorenzetti Filho, prefeito da épo-
ca. “Ofereceram-me uma sala na fazenda
NOSSOS MESTRES 15 Fotos: arquivo pessoal
Mariluci também seguiu os conselhos dos pais e se tornou uma professora amada pelos seus alunos
Silvia foi a primeira das três irmãs a decidir que a sala de aula seria o seu local de trabalho Para Silvana, estar na escola era sinônimo de realização pessoal e profissional
do Santo Antônio do Caçador, próxima de
4h em um caminhão do leite. O motorista
de 1997. Mas não parou por aí. Deu au-
coisas e fui. Meu pai me levou de fusca
chegava em Borebi, o administrador da
damental e participou de um projeto na
Borebi. Fiquei super feliz, arrumei minhas para eu conhecer o local, que era bem
deserto”. Uma vez por mês, Silvia vinha a Lençóis Paulista para ver a família e parti-
cipar de reuniões. “Na volta, saía daqui às
passava em todas as fazendas e, quando fazenda vinha me buscar de charrete”
Depois passou pela Apae, Alfredo
Guedes e Creche Augusta Parpinelli Zilo, onde se aposentou em 4 de novembro
las particulares, lecionou no Ensino Fun-
educação municipal. Voltou para o ensino especial, foi professora de catequese
e lecionou para alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos).
16 DIEGO MARTINS
P E R F I L Foto: Cíntia Fotografias
NOME Diego Martins Pinto Guedes TEMPO DE CARREIRA 10 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Escola particular e pós-graduação FORMAÇÃO Graduação em Tradução, pós-graduação em Ensino e Aprendizagem de Línguas, MBA em Marketing, pós-graduando em Psicopedagogia e mestrando em Processos e Distúrbios da Comunicação
NOSSOS MESTRES 17
À SUA
Diego Martins Pinto Guedes sempre foi um aluno aplicado, tanto que a sua re-
MANEIRA PROFESSOR DIEGO CRIOU O PRÓPRIO MÉTODO DE ENSINO E HOJE É PROPRIETÁRIO, PROFESSOR E COORDENADOR DA ESCOLA DE INGLÊS MASTER METHOD
O
professor tem papel fun-
damental na sala de aula. É ele quem conduz o alu-
no e, ao lado da família,
prepara crianças e jovens para o mundo.
Componente importante nesse processo, o material didático contribue para estabelecer algumas das condições em que o ensino e a aprendizagem se realizam.
Nascido e criado em Lençóis Paulista,
lação com a escola e com a sala de aula
pode ser considerada de amor e respeito. “O inglês surgiu em minha vida quando eu tinha apenas seis anos de idade. Na
época, o meu primo estudava o idioma
e eu acabei gostando. Fui assistir a uma aula, fiz a prova e ganhei uma bolsa
para estudar inglês”. Diego revela que gostava de ajudar os amigos de sala em
diversas disciplinas. “Ser professor é uma vocação, algo que sempre gostei de fazer com muito amor”. Essa vocação fica clara
quando Diego conta a sua primeira expe-
riência na sala de aula. “Comecei a dar aulas na quinta-série, através do projeto
Amigos da Escola. No Lina Bosi Canova,
eu ensinava aos alunos coisas em inglês, como frutas e alfabeto. Foi algo muito natural, uma alegria enorme. Não fiquei
18 DIEGO MARTINS
com medo algum”.
Apesar de ter em mente o que que-
ria para o seu futuro, algumas dúvidas
ATÉ MESMO OS AUTODIDATAS TÊM MUITO O QUE
relacionada ao inglês e à educação, mas
APRENDER COM OS PROFESSORES
ainda incomodavam Diego. “Queria algo não sabia ao certo”. Decidiu (acertada-
mente) cursar Tradução e logo iniciou uma carreira de sucesso. “Quando terminei a faculdade, abri o meu escritório de
com o escritório de tradução, até que
nou essencial. Isso foi uma das grandes
algumas aulas particulares. Aos poucos
sa foi oficializada”. Hoje, a equipe conta
ainda. O idioma precisa ser visto como
tradução. Paralelamente, comecei a dar
o meu tempo ficou muito mais para as
aulas do que para tradução”. Também estagiou em algumas escolas públicas
e, no ano passado, lecionou no Ensino Médio. Também deu aulas nos cursos de graduação em Letras e Tradução da USC (Universidade do Sagrado Coração).
Durante a faculdade, Diego conta
que começou a escrever todo o material
que hoje é utilizado em sua escola, a Master Method. “A Master surge junto
em 5 de novembro de 2011 a empre-
com dez pessoas e Diego faz questão
de fazer um pouco de tudo, inclusive dar aulas. “O nosso foco na escola é trabalhar com turmas reduzidas e a nossa missão é mudar a vida das pessoas atra-
vés da educação. Todo esse processo foi
gradual, superei desafios após desafios e me preparei para isso”.
Também faz uma análise do avanço
da língua inglesa em todo o mundo. “O inglês deixou de ser algo a mais e se tor-
mudanças, mas temos muito a caminhar uma forma de comunicação. Quando fa-
lamos em aprender uma língua estamos falando também de uma cultura e de
estilos de vida diferentes. É difícil apren-
der, mas é possível e temos condições biológicas para isso. Se você aprendeu
o primeiro idioma, consegue aprender o
segundo e o terceiro. Vale lembrar que o professor faz toda a diferença nesse processo, pois ajuda o aluno a entender o processo”, completa.
NOSSOS MESTRES 19 Fotos: arquivo pessoal
20 GUTO
ENSINANDO E
APRENDENDO EU ENSINO E APRENDO MUITO COM MEUS ALUNOS E BUSCO FAZER SEMPRE O MEU MELHOR PARA CADA UM DELES
GUTO É UM PROFESSOR QUERIDO POR SEUS ALUNOS E PROCURA SEMPRE DEIXAR SUAS AULAS CADA VEZ MAIS ATRATIVAS
L
ecionar para jovens e adolescentes não é uma
tarefa fácil. Eles têm acesso às mais diversas tecno-
logias, como smartphones e tablets. Com
isso, os professores precisam de meios
mais atrativos para conquistar os alunos, e é exatamente esse o desafio do profes-
sor Damião Augusto Xavier de Oliveira, conhecido carinhosamente como Guto. Ele é professor há 22 anos e leciona as disciplinas de Química e Física.
O professor conta que sempre gostou
Foto: Cíntia Fotografias
de exatas e chegou a pensar em cursar
Engenharia, mas optou pela licenciatura e, desde o 1º ano de faculdade, começou
a lecionar. Aos 19 anos, Guto teve a sua
primeira experiência dentro da sala de aula. “Os alunos tinham quase a minha
idade, mas eu não tive dificuldades. A linguagem era quase a mesma e eles me respeitaram desde o começo”.
Terminou a Licenciatura Plena em Fí-
sica com habilitação em Química e Ma-
temática pela Unesp, no ano de 2000, e não parou mais. Para Guto, a educação
muda a cada ano. Como atua em escolas
NOSSOS MESTRES 21
pública e privada, consegue perceber a
P E R F I L
com respeito, para que eu seja tratado da
cima e conseguem acompanhar melhor o
NOME Damião Augusto Xavier de Oliveira
uma relação melhor com eles”.
(estadual), percebo que muitos ali estão
TEMPO DE CARREIRA 22 anos
tros chegam cansados porque trabalham
ÁREA DE ATUAÇÃO Química e Física
no período da noite, mas procuro fazer o
FORMAÇÃO Licenciatura Plena em Física com habilitação em Química e Matemática
diferença da educação em cada esfera. “É claro que nas escolas particulares os pais
cobram mais dos filhos, ficam mais em desempenho deles. Já na escola pública
realmente procurando o melhor, mas ou-
o dia todo. Eu sei que não é fácil estudar meu melhor em todas as escolas em que leciono, porque amo o que faço”.
Guto dá aulas na Cooperelp há mais
ou menos 14 anos, no Colégio Francisco
blemas grandes com seus alunos. Como
leciona na Escola Vera Braga Franco Gia-
conversam muito, mas o respeito mútuo
comini. O professor passou por outras es-
colas da cidade, como Rubens Pietraróia, Virgílio Capoani, Antonieta Grassi Mala-
trasi e Paulo Zillo. Guto nunca teve pro-
troca e, assim, conseguimos construir A maior gratidão do professor é ver
seus alunos encaminhados na vida. “Já
encontrei com muitos que, hoje, são profissionais muito bem sucedidos, e
isso me faz bem. Acredito que, para nós professores, não existe nada melhor. O
professor sempre ensina aprendendo, nós fazemos tudo buscando o melhor para os alunos, mesmo que muitos deles
não enxerguem isso. Sei que faço o meu
Garrido há mais de oito anos e no Preve Objetivo há seis anos. No estado, ele
mesma forma. Acho importante ter essa
todo professor, há dias em que os alunos faz tudo entrar nos eixos. Além disso, também tem uma ótima relação com os
pais de seus alunos, que também o res-
peitam. “Eu procuro sempre tratar a todos
melhor e vou continuar fazendo. Apesar das teorias não mudarem, procuro atua-
lizar minha forma de lecionar, sempre colocando algo a mais nas aulas para atrair
a atenção e conseguir fazer com que os alunos aprendam sem grandes dificuldades. Isso sem contar que estou sempre à disposição para esclarecer dúvidas”.
22 TIAGO
P E R F I L NOME Tiago Augusto Fagundes de Oliveira Vieira Foto: Cíntia Fotografias
TEMPO DE CARREIRA 5 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Escola de idiomas, Ensino Fundamental e Ensino Médio (inglês, espanhol e francês) FORMAÇÃO Graduação em Letras (Português/Inglês) e pós-graduação em Língua Inglesa
NOSSOS MESTRES 23
DO YOU SPEAK APÓS UM COMERCIAL DO MEC, O PROFESSOR DE IDIOMAS TIAGO TEVE A CERTEZA DE QUE A SALA DE AULA SERIA O SEU LUGAR NO MUNDO
ENGLISH? A
língua pátria do Brasil é
to Fagundes de Oliveira Vieira, que saiu
segredo para ninguém
“Passei por alguns testes vocacionais,
o português, mas não é
do Ensino Médio com muitas dúvidas.
que o inglês, o espanhol
que deram como resultado professor,
mamente importantes em diversas situa-
humanas”. Para não ficar parado, Tiago
e outros idiomas estrangeiros são extre-
ções: viagens, trabalho ou simplesmente a curiosidade em conhecer uma nova cultura. E foi isso que chamou (e ainda
chama) a atenção do jovem Tiago Augus-
psicólogo e outras profissões na área de fez alguns cursos de curta duração em
Informática e Administração, mas percebeu que o seu futuro reservava outros desafios a serem superados. “Como
24 TIAGO
eu sempre gostei de idiomas, pensei em
ser tradutor. Era uma área que eu achava muito interessante, mas para ser um bom
O PROFESSOR TEM UMA FUNÇÃO SOCIAL, POIS
idioma e, logo, acaba ensinando a si pró-
SEMPRE PENSA EM UM COLETIVO
tradutor você tem que aprender bem um prio. A partir daí, pensei: se eu ensino a
mim mesmo, por que não posso ensinar aos outros? Nesse momento me dei conta de que, como aluno, eu sempre ajuda-
escola me pediu para cobrir essa falta”.
No mesmo ano, lecionou como professor
professor dentro de mim e eu não sabia”.
sua primeira experiência dentro de uma
Em 2016, foi aprovado em processo sele-
va os meus colegas de classe. Havia um Um comercial do MEC (Ministério da
Educação) também chamou a atenção de Tiago. “Nele, as pessoas falavam a palavra ‘professor’ em vários idiomas”. Foi ali que o jovem decidiu qual seria a sua profis-
são. “Quando estava no segundo ano da
Tiago garante que se sentiu à vontade em
sala de aula. “Foi muito enriquecedor, os alunos participaram bastante, pois tudo
aquilo era uma novidade para eles e para mim. Não precisei ser autoritário, apenas coloquei algumas regras”.
Após dois anos como estagiário, co-
faculdade de Letras, eu passei no proces-
meçou a dar aulas em uma escola de
Furtunata Coneglian Borcat. No segundo
Na escola de idiomas, os objetivos são di-
so seletivo para ser estagiário no Guiomar dia de estágio, a professora do terceiro
ano do Ensino Fundamental faltou e a
idiomas, em 2015. “Ali tudo é diferente. ferentes se comparados aos da escola pú-
blica, onde o inglês é instrumentalizado”.
contratado na escola Lina Bosi Canova. tivo, renovou o seu contrato com o muni-
cípio e voltou a atuar nas escolas Idalina
Canova de Barros e Guiomar Furtunata
Coneglian Borcat. Também dá aulas na
ETEC Cidade do Livro, no Ensino Médio. “Lidar com a Geração Y é desafiador e, ao
mesmo tempo, prazeroso. Desafiador, pois devemos estar dispostos a acompa-
nhar a evolução da tecnologia. Prazeroso, pois é uma geração aberta. Sou exigente
e cobro resultados deles, pois só assim
NOSSOS MESTRES 25 Foto: arquivo pessoal
conseguimos avaliar o nosso trabalho”.
os professores estão no século 20 devido à
de mudança do indivíduo na sociedade.
ensino, Tiago acredita que o Brasil tem
adaptar à realidade e acompanhar a cons-
alienado e é aberto a novos conhecimen-
Ainda analisando o atual sistema de
muito que evoluir em alguns aspectos. “Os alunos estão no século 21, enquanto
estrutura oferecida. O grande desafio é se tante evolução dessa geração. A educação
é a maior ferramenta contra a alienação,
O sujeito que busca conhecimento não é tos e experiências. Por isso, a educação tem a função libertária e construtiva”.
26 MARIA HELENA
Foto: Cíntia Fotografias
LENA PROCURA SER MAIS QUE PROFESSORA, AFINAL, SER AMIGO TAMBÉM É MUITO IMPORTANTE PARA O DESENVOLVIMENTO NA SALA DE AULA
P E R F I L NOME Maria Helena Vieira da Silva Nogueira TEMPO DE CARREIRA 30 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental e Ensino Médio FORMAÇÃO Magistério, Normal Superior, graduação em Estudos Sociais e em Geografia
PAIXÃO
POR ENSINAR
NOSSOS MESTRES 27
A
profissão de professora
de Botucatu) e, em seguida, Geografia na
Grassi Malatrasi, Vera Braga Franco Giaco-
principalmente por li-
Já o início de sua carreira profissional
e Rubens Pietraróia, onde ficou até a apo-
é uma das mais difíceis, dar com muitos alunos
ao mesmo tempo. A responsabilidade é uma marca registrada e, para a maioria
dos professores, essa é uma rotina diária
- Maria Helena Vieira da Silva Nogueira sabe bem disso. São 30 anos na mesma
profissão, mais de dez mil dias fazendo
USC (Universidade do Sagrado Coração). foi na Rede Estadual de Ensino. “O início
foi complicado, mas com o tempo eu fui aprendendo. A prática me ajudou a crescer em minha profissão. Aprendi a dar au-
las e, com isso, me tornei uma professora de verdade”, comenta a professora.
ciais na UNIFAC (Faculdades Integradas
do pediu remoção para a escola Guiomar Fortunata Coneglian Borcat.
Há pouco mais de dez anos, aconteceu
“Muitos alunos não têm mais vontade de
por algumas escolas da cidade e deixou
Quando já lecionava, cursou Estudos So-
cola Luiz Zillo, onde ficou até 2010, quan-
Municipal. Durante sua carreira, passou
começou no Magistério, que na época era
Normal Superior e se formou em 1985.
em 2006, Lena começou a lecionar na es-
a municipalização do Ensino Fundamen-
era uma professora das redes Estadual e
incluso ao Ensino Médio. Depois, cursou
sentadoria do estado. Na Rede Municipal,
Até o dia 18 de agosto desse ano, Lena
sempre o mesmo trabalho: ensinar.
Lena, como é conhecida pelos alunos,
mini, Virgílio Capoani, Doutor Paulo Zillo
sua marca em diversos alunos. A profes-
sora passou por Santo Antônio do Rio Claro, São José do Passinho e Fazenda
Duratex. Depois, pelas escolas Antonieta Fotos: arquivo pessoal
tal 1. Para Lena, muitas coisas mudaram. estudar, eles querem tudo rápido. Com
as tecnologias, isso piora ainda mais. A internet dá as respostas imediatamente e, na escola, isso fica bem difícil. Os alu-
nos não têm mais paciência de estudar e
nem esperam o tempo de aprendizado. Isso começa desde muito cedo, desde as
crianças até os mais adultos. Eu procuro
sempre dar o meu melhor para eles e ser, acima de tudo, amiga de cada um”.
Atualmente, é professora do quinto
ano na escola Guiomar Fortunata Coneglian Borcat. “A apostila ajuda muito
a dar o norte que a aula precisa, mas o professor precisa acrescentar mais teo-
rias. Precisamos utilizar métodos que, de alguma forma, conseguem atrair os alu-
nos. Dessa forma conseguimos ganhá-los
e orientá-los da forma que precisamos”. Hoje, trabalha com 31 alunos em sala
de aula, inclusive com alunos especiais. Ela conta que, no Brasil, há uma grande
desvalorização dos professores e muitos deles perdem a paixão por lecionar.
“Tenho momentos de alegria, de choro
e de brincadeiras com os alunos. São mo-
mentos únicos para nós. Os professores
que estão chegando precisam de paciência,
dedicação, coragem, preparo e humildade. Sem essas características não é possível
marcar o aluno positivamente. Quem é pro-
fessor ou pretende ser deve ter em mente
que ensinar é muito mais que profissão. É renunciar a vida social, os momentos de lazer com a família e muitos outros prazeres que outros profissionais vivenciam”.
28 BETE VELOZO
ADMINISTRANDO E
EDUCANDO BETE VELOZO É VICE-DIRETORA DO COLÉGIO FRANCISCO GARRIDO E RESSALTA A IMPORTÂNCIA DE OFERECER AOS ALUNOS AS MELHORES CONDIÇÕES DE ESTUDO
Q
uieta e aplicada. Essas
mestres, os quais Bete via como referên-
que definiam Elizabete
e o trabalho dos professores”.
são
as
características
Francisca Rodrigues Ve-
cia profissional. “Eu admirava a dedicação Uma relação tão admirável como
lozo enquanto aluna. “Apesar de tímida,
essa só podia ter um resultado. “Desde
com questionamentos ao professor. Era
fessora, pois na maioria do tempo eu
sempre procurava participar das aulas dedicada e buscava sempre as melhores notas, não como competição, mas sim por realização pessoal”, ressalta. E isso se refletia em uma boa relação com todos os
a minha infância sonhava em ser probrincava de escolinha. Então, quando jovem, alimentei esse sonho e me dediquei para que este se tornasse realidade”. Formou-se no Magistério em
NOSSOS MESTRES 29
P E R F I L NOME Elizabete Francisca Rodrigues Velozo Foto: Cíntia Fotografias
TEMPO DE CARREIRA 25 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Infantil ao Ensino Médio FORMAÇÃO Graduação em Letras e Pedagogia, especialização em Educação Infantil e em Educação Inclusiva
30 BETE VELOZO
Fotos: arquivo pessoal
Areiópolis, já que Lençóis Paulista não tinha esse curso na época. Naquele momento, Bete teve a certeza de que havia feito a escolha certa. “A minha maior ins-
piração foi a professora Maria Cecília (in
memorian)”. Após concluir essa etapa e
com o incentivo do esposo Jair Velozo, deu continuidade aos estudos inician-
do os cursos de Letras e Pedagogia. Também se especializou em Educação Infantil e Educação Inclusiva.
Bete deu início à sua carreira profissio-
nal no Colégio Francisco Garrido, como auxiliar de sala. “Na primeira vez que entrei em uma sala de aula, fiquei encantada com o acolhimento dos alunos. Após alguns anos, assumi minha primeira sala de aula e atuei como professora por cer-
ca de 15 anos nessa mesma escola. Em
seguida, dei início às minhas atividades
como professora de Português e Educa-
NOSSOS MESTRES 31
ção Especial, no Colégio São José, onde
direitos do aluno e também ensina quais
atuei por aproximadamente três anos.
ENSINAR É UM EXERCÍCIO
Francisco Garrido, onde tenho atuado na
DE IMORTALIDADE.
dedicação e organização com o trabalho
de 2013. É uma grande satisfação estar
DE ALGUMA FORMA
visando à melhora do aprendizado e da
Após esse período, retornei ao Colégio direção sob o cargo de vice-diretora des-
em contato com pais e alunos e poder
orientar professores, também trocando experiências com eles.
Como educadora, a professora se clas-
A rotina de um professor exige muita
em sala de aula (e também fora dela),
CONTINUAMOS A VIVER
participação ativa dos alunos durante as
NAQUELES CUJOS OLHOS
ta que os objetivos não são diferentes
sifica como exigente e amiga, buscando
APRENDERAM A VER O
nando momentos de reflexões a eles.
MUNDO PELA MAGIA
sempre orientar os alunos e proporcio-
são os deveres do jovem cidadão”.
aulas. Como vice-diretora, Bete acredie, para isso, exige um intenso trabalho
nos bastidores para que a unidade edu-
cativa se reflita em trabalho em equipe,
dedicação aos alunos e, principalmente,
“Penso que o professor tem um papel
DA NOSSA PALAVRA. O
excelência do aprendizado. “Quando a
pois com auxílio e orientação desse pro-
PROFESSOR, ASSIM, NÃO
educação, esta deve ter em mente que a
des e desperta os seus sonhos para uma
MORRE JAMAIS
fessor tem o poder de incluir o aluno na
RUBEM ALVES
fundamental na vida do ser humano, fissional o aluno descobre suas habilida-
carreira profissional. Além disso, o pro-
sociedade, uma vez que ele apresenta os
pessoa escolhe como profissão a área da
atualização de seus conhecimentos e habilidades são vitais para a qualidade no ensino”, complementa, levando em con-
sideração a importância de o professor estar sempre atento às novidades.
32 SILVIA ADRIANA
SILVIA SONHAVA EM TRABALHAR NA POLÍCIA CIVIL, MAS LOGO A VIDA LHE MOSTROU QUE A SALA DE AULA ERA REALMENTE O SEU LUGAR
DE DELEGADA
Foto: Cíntia Fotografias
A R O S S E F O R ÀP
NOSSOS MESTRES 33 Foto: arquivo pessoal
C
oordenar e conduzir investigações, administrar
uma delegacia de Polícia Civil. No início, esses
eram os objetivos de vida de Silvia Adria-
na Silva Rossi, que garante: suas disciplinas preferidas sempre foram voltadas
à Matemática e Física. “Eu era bastante dedicada aos estudos, mas não era con-
siderada a CDF”, brinca. Nascida em Promissão e criada em Barra Bonita, não gos-
tava muito de Português, mas adorava ler. “Em casa, eu não conseguia estudar
sem ouvir música. Minha mãe me cobrava muito, mas eu precisava disso”.
Terminado o Ensino Médio, surgiu a
dúvida de qual carreira seguir. “Eu achava que ia fazer Direito, pois queria me tornar delegada. No entanto, quando fui fazer a
faculdade, optei pela área de informática. Era uma novidade na época”. Silvia decidiu fazer Fatec em Taquaritinga. “Foi o
34 SILVIA ADRIANA
meu primeiro contato com o Centro Pau-
CDI e me descobri professora”. Em 1997,
classe descentralizada, funções que de-
alguns professores a convidassem para
meçou a trabalhar na ETEC Comendador
de 2010, se tornou diretora da escola ETEC
la Souza”. O talento de Silvia fez com que ser monitora na escola. “Ajudava um ou
outro na sala de aula, mas não acreditava que eu tinha capacidade para isso”.
Finalizada a faculdade, ingressou na
área da educação no ano de 1996. “Come-
cei a dar aulas em uma escola chamada
após a indicação de uma amiga, Silvia co-
João Rays, em Barra Bonita. “Aos poucos fui assumindo mais aulas e me encontrei
sempenhei até 2010”. Em 1º de dezembro Cidade do Livro, em Lençóis Paulista.
Silvia confessa que sente falta da sala
na área da educação. Tanto que passei a
de aula, mas isso não é obstáculo para
em 1998 e, no ano seguinte, assumi a
escola. “Não tem como dirigir uma esco-
cuidar da rede de informática da escola coordenação de curso e a coordenação de
Foto: arquivo pessoal
que conheça a fundo o que acontece na
la se desligando totalmente da sala de aula. Além disso, procuro transmitir toda a minha experiência como coordenadora
para os nossos profissionais. O professor não é obrigado a conhecer tudo ao mes-
mo tempo, mas é o caminho pelo qual o aluno acaba aprendendo ou despertando para alguma coisa”. Também ressalta que
os diretores do Centro Paula Souza são eleitos democraticamente, portanto, Sil-
via pode voltar à sala de aula assim que seu mandato terminar. “Nós não somos diretores, estamos diretores”.
A ETEC Cidade do Livro conta com o
NOSSOS MESTRES 35
ETIN (Ensino Técnico Integrado), no qual
P E R F I L
os alunos do Ensino Médio já têm contato com diversas áreas do mercado de traba-
lho. “O aluno que faz o ETIN estará preparado para a faculdade e também para
A ESCOLA ESTÁ
tato com professores de áreas diferentes, como psicólogos, profissionais da área de
PARA TRANSMITIR O
marketing, direito e gestão”. E faz um aler-
CONHECIMENTO, MAS
ta. “Eu sempre digo aos alunos para não
ter pressa, pois eles podem não gostar do
OS RUMOS QUE ESSA
o primeiro emprego. Ele passa a ter con-
curso. Procure conhecer as mais diversas áreas, a internet está aí para isso”.
O exemplo da vida da própria Silvia
serve como inspiração para os alunos.
INSTITUIÇÃO ESCOLHE É QUE VÃO DEFINIR
“Meus pais não tinham estudo. Minha
O PROFISSIONAL E O
hoje é técnica em enfermagem. Já meu
CIDADÃO
mãe voltou a estudar recentemente, e
pai terminou o Ensino Fundamental 1 e sempre trabalhou na construção civil. Ele tinha uma grande facilidade com cálcu-
los, fazia contas de cabeça. Ambos não
NOME Silvia Adriana Silva Rossi TEMPO DE CARREIRA 20 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Técnico FORMAÇÃO Licenciatura em Informática, técnico em Processamento de Dados, pós-graduação em Informática na Educação e MBA em Gestão de Projetos (cursando)
tiveram a possibilidade de estudar, mas fizeram o que foi possível para que as
filhas estudassem. Enquanto muitos di-
ziam para nós não estudarmos, eles nos incentivavam”, finaliza.
38 SELMA VIEIRA
Foto: Cíntia Fotografias
SEMPRE DEDICADA A ENSINAR OS SEUS ALUNOS, SELMA É PROFESSORA DE EDUCAÇÃO INFANTIL HÁ 12 ANOS E JÁ PASSOU POR DIVERSAS ESCOLAS DA CIDADE
P E R F I L NOME Selma Maria de Souza Vieira TEMPO DE CARREIRA 30 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Educação Infantil FORMAÇÃO Normal Superior e pós-graduação em Coordenação e Gestão Escolar
PREPARANDO OS PEQUENOS PARA O MUNDO
NOSSOS MESTRES 39
A
Educação Infantil requer
rava seus professores. Achava todos muito
o apoio de professores efetivos e mais
professores. São crianças
me inspiraram a não desistir da minha
tavam os desafios e venciam. Foi assim
um cuidado especial dos de três a seis anos, que
são colocadas na vida escolar ainda muito
pequenos. Os professores, por sua vez, se tornam os melhores amigos de seus alu-
nos, heróis e espelhos para a vida toda. Algumas crianças acabam até optando pela profissão de professor, prova dessa
influência positiva, e foi exatamente isso
que aconteceu com Selma Maria de Souza Vieira. “Eu sempre gostei de brincar de
professora de escolinha. Quando estava na quarta série, a minha professora (Dona
elegantes, charmosos e inteligentes. “Eles escolha de ser professora”. No período em que cursava o Magistério, fazia estágio como professora de observação e tinha
a possibilidade de ser substituta quando algum professor faltava. As substituições
contavam horas de estágio, um aprendiza-
de aula e a ensinar, mesmo com muitos
obstáculos. “Acho que esses desafios me levaram a gostar ainda mais da minha profissão e me motivaram a prosseguir”.
A professora comenta que a educa-
ção passa por muitas transformações.
bons modelos de professoras e, quando
do era tradicional e acabou passando
servar as professoras efetivas. “Tínhamos terminei o curso, já pegava substituições eventuais ou afastamentos”, lembra.
O início não foi nada fácil, já que os
profissionais recém-formados assumiam
era sempre a mesma: professora”.
tamento e aprendizagem. No entanto,
Selma era uma das crianças que admi-
que Selma aprendeu a controlar as salas
do muito grande já que Selma podia ob-
Nancy) costumava perguntar o que querí-
amos ser quando crescer. Minha resposta
experientes. Através dessa ajuda, enfren-
salas com certos problemas de compor-
todos os recém-formados contavam com
Quando começou a lecionar, o métopelo construtivismo. “Foi um momento
muito difícil, mas muito importante na
educação”. A educação é um processo natural, toda criança já nasce com uma
bagagem e aprende uma infinidade de
coisas importantes desde muito cedo. Para Selma, os professores precisam preparar as crianças e promover har-
monia, compreensão, tolerância e paz na sociedade. O processo ensino-apren-
AMO OS MEUS ALUNOS, NOSSA RELAÇÃO É DE CARINHO, AMOR E RESPEITO. EU SEMPRE FAÇO O MEU MELHOR PARA VER O MELHOR DELES
dizagem nos dias atuais requer uma
série de fatores internos e externos ao
ambiente escolar. “A criança já traz uma
bagagem de conhecimento de fora da escola, da comunidade em que vive e da família a qual pertence. Essa bagagem
precisa ser lapidada pelo professor, para que a criança leve de volta à comunidade somente coisas boas e construtivas”. Foto: arquivo pessoal
Para ela, ensinar e aprender é uma
troca entre professor e aluno. Selma trabalha desde 2004 com Educação Infan-
til, na escola Maria Cordeiro Fernandes Orsi. Após já passar por todas as etapas de ensino, ela atua com a etapa 1 (crian-
ças de quatro anos). “Amo o que eu faço, amo os meus alunos. Nossa relação é de carinho, amor e respeito. Eles são muito
pequenos ainda, por isso precisamos envolvê-los e estimulá-los de forma lúdica
e prazerosa, despertando neles o interes-
se pelo conteúdo trabalhado. A grande
maioria das crianças é muito estimulada. São crianças muito espertas e amáveis, é
muito bom estar diariamente com elas. É uma troca de amor”.
40 IDARIO
COMPARTILHANDO
EXPERIÊNCIAS TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO PELA FOCUS OCUPACIONAL, IDARIO TREINA TRABALHADORES PARA QUE POSSAM LIDAR COM SITUAÇÕES CRÍTICAS
NOSSOS MESTRES 41
A
experiência profissional fez com que o técnico
em Segurança do Trabalho da Focus Ocupacio-
nal, Idario Aparecido Vidal, se transfor-
masse em um educador e transmissor de conteúdo. E tudo começou quando Idario era soldador de manutenção na Brahma, hoje Imbev. “Ali conheci muita coisa sobre Segurança do Trabalho, que
na época não era um assunto tão debatido no Brasil”.
Logo em seguida, trabalhou por
“quatro anos, 11 meses e 20 dias” na delegacia de Lençóis Paulista, como Foto: Cíntia Fotografias
42 IDARIO
ele mesmo lembra. “Quando trabalhava
garante. Na Zilor, passou a encarrega-
no Estado, a minha intenção era cursar
TODO MATERIAL É
tituto Toledo de Ensino). Como nossa
PREPARADO ANTES
tões, eu acabei perdendo aulas e tive a frequência comprometida”. Após alguns
DOS TREINAMENTOS,
anos, o sonho de Idario iria se realizar.
PARA QUE O OBJETIVO
“Então, decidi cursar técnico em super-
visor de Segurança do Trabalho. A mi-
DO TREINAMENTO
nha turma foi a terceira a se formar na
SEJA ALCANÇADO. E
CIPA (Comissão Interna de Prevenção
Nesse momento, o diretor da Zilor
É NESSE MOMENTO
nhecimento ao restante dos profissio-
Direito e, em 1979, entrei na ITE (Ins-
equipe na delegacia fazia muitos plan-
região de Bauru”, lembra.
propôs um bom salário, e Idario não
hesitou. “Eu não gostava de trabalhar
QUE A MINHA
sair do Estado, pois era concursado”.
EXPERIÊNCIA ENTRA
sional uma rica possibilidade de apren-
EM CENA
na delegacia e fui muito criticado por No entanto, a usina oferecia ao profisdizagem. “Aprendi muita coisa como
técnico em Segurança do Trabalho”,
do, chefe e coordenador de Segurança do Trabalho. Foi nesse momento que
decidiu tentar mais uma vez estudar Direito. “O curso iria complementar o
meu conhecimento no assunto, e foi isso o que aconteceu. A usina me aju-
dou muito nos estudos, assim como faz com todos os seus funcinários”.
Na Zilor, participava de reuniões da
de Acidentes) e já transmitia o seu conais. “Um trabalho que me marcou foi na Copersucar, em 1983. Nós precisávamos preparar o ambiente para começar a fornecer proteção auricular aos trabalhadores. Lá me passaram todo o mate-
rial e eu realizei a apresentação para to-
dos dentro da usina. Ao todo foram mais de 1,2 mil profissionais atendidos”.
NOSSOS MESTRES 43
Foram 28 anos até que Idario se apo-
sentou. Em seguida, foi convidado pelo Instituo Técnico Ana Nery a lecionar em
2008. “Foi uma surpresa muito grande, pois convivia com adultos que já estavam no mercado e, de repente, me vi ao lado
P E R F I L
nelo na sala de aula. Eu chamava a aten-
NOME Idario Aparecido Vidal
a entender e a perceber que não era bem
TEMPO DE CARREIRA 36 anos
de jovens descolados e que usavam chi-
ção do pessoal, mas aos poucos comecei daquela forma. Eles me respeitavam muito, pela minha experiência no ramo e
pelo cabelo branco”, brinca. Tornou-se coordenador do curso de Técnico em Segu-
rança do Trabalho e, um ano mais tarde, deixou a sala de aula.
Há quatro anos trabalha na Focus
Ocupacional e realiza treinamentos de Segurança do Trabalho em diversas em-
presas. “Trabalho para que os trabalhadores estejam preparados em lidar com
FORMAÇÃO Graduação em Direito e técnico em Segurança do Trabalho ÁREA DE ATUAÇÃO Treinamentos em segurança do trabalho
situações críticas. Hoje, a legislação do
trabalho conta com 36 NRs (Normas Re-
gulamentadoras) em vigor, que trazem a obrigatoriedade das empresas em capacitar o trabalhador”.
Para finalizar, Idario faz uma análise
positiva sobre a preocupação das empresas com a segurança do trabalhador. “A visão das empresas sobre a importância da
Segurança do Trabalho mudou bastante, mas ainda há muita coisa a ser percorri-
da. Estamos no caminho certo, pois as empresas se policiam muito e estão conscientes de suas obrigações. A legislação é pesada com relação a isso e, quando há
um acidente, a empresa é onerada de forma bem pesada”.
44 MARIA FINCO
FORMANDO
CIDADÃOS HOJE APOSENTADA, MARIA APARECIDA SE TORNOU UMA DAS EDUCADORAS MAIS QUERIDAS DE LENÇÓIS PAULISTA
A
sala de aula é, para muitos,
Como aluna, Maria Aparecida era consi-
um lugar sagrado. Já outros
derada “certinha”, como ela mesma define.
administrativa nas escolas,
participativa. Gostava de conversar com os
preferem participar da vida
planejando e cuidando do destino de crian-
ças e jovens estudantes. Nascida em Campo Grande (MS), Maria Aparecida Barbosa Finco é uma dessas profissionais que fez carreira na direção de instituições de ensino, mas que não esconde a saudade da sala de aula.
“Não era tão estudiosa, mas muito atenta e professores, embora houvesse alguns bas-
tante enérgicos”. Cursou Científico por gostar muito de Biologia, mas após conversar
com uma prima formada em Línguas, decidiu realmente o seu futuro profissional. “Ela sugeriu que eu fizesse Pedagogia, que
NOSSOS MESTRES 45
P E R F I L Foto: Cíntia Fotografias
NOME Maria Aparecida Barbosa Finco TEMPO DE CARREIRA 32 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia (complemento com Estudos Sociais e Geografia)
46 MARIA FINCO
Fotos: arquivo pessoal
está ligado ao Magistério”. Naquela época, a Pedagogia habilitava os profissionais em
três áreas: administração, professores do Magistério e orientação vocacional.
Maria Aparecida se formou na Fafil (Fa-
culdade de Filosofia Ciências e Letras do
Sagrado Coração) de Bauru, vinculada ao
Colégio São José. O primeiro contato com
a sala de aula foi como estagiária e gerou
uma expectativa enorme na professora, que precisou se preparar muito para esse
grande momento. “Quando eu ia dar aulas,
procurava ler e me preparar. Dessa forma, inibia a ansiedade de enfrentar um grupo
de pessoas que você não sabe o que pode lhe perguntar ou oferecer”. Três anos após terminar a faculdade, se mudou para Len-
çóis Paulista, cidade onde o pai trabalhava.
“Fiz inscrição em todas as escolas da cidade. Quando tinha aulas de substituição, eu era chamada pela escala de pontuação”.
NOSSOS MESTRES 47
Na Cidade do Livro, Maria Aparecida co-
mento deixa a professora emocionada.
gica e exigente com seus alunos, também
sempre conversamos sobre os velhos
meçou a lecionar no Virgílio Capoani. Enér-
“Tenho amizade com muitos alunos e
passou por outras escolas, como Paulo
tempos. Alguns se lembram de detalhes
Zillo, Leonina Alves Coneglian e Esperança de Oliveira. “Dava aulas de Psicologia e
que acabamos esquecendo com o tempo.
Filosofia da Educação, além de Geografia”.
PARA EXERCER O
sora, mas foram poucos meses em sala de
MAGISTÉRIO, EU ERA
carreira na direção do Virgílio Capoani. Ali
MUITO DEDICADA E
sentou. “Na época, eu também trabalhava
TRABALHAVA SEMPRE
escola particular da cidade, cargo esse que
QUE NECESSÁRIO
Em 1985, se efetivou no cargo de profesaula. Em março daquele ano, iniciava sua
permaneceu até 1995, quando se apo-
como coordenadora pedagógica de uma
desempenhei até 2001”. Agora sim, Maria Aparecida decidia parar definitivamente de fazer o que sempre amou.
Muitos alunos ainda se lembram de
Maria Aparecida quando a veem pelas ruas de Lençóis Paulista. E o reconheci-
É muito prazeroso saber que eles estão
se saindo bem profissionalmente”. E boa
parte desses alunos ficou na memória da
professora. “Eu tinha memória auditiva. Fazia a chamada de cabeça baixa e reco-
nhecia o aluno pelo número dele dentro da sala de aula, pela voz e pelo nome”.
Um componente essencial na vida de
um cidadão. Assim Maria Aparecida anali-
sa a importância do professor. “O professor é aquele que educa, mas a principal finali-
dade é transformar aquilo que ele ensina
em algo prático na vida. Muitos acreditam que o professor tem que educar a criança em todos os sentidos, mas ele não pode abarcar o compromisso da família”.
48 VÂNIA MACHADO
CRESCENDO E
APRENDENDO VÂNIA É PROFESSORA APOSENTADA DE EDUCAÇÃO INFANTIL E DEDICOU 25 ANOS DE SUA VIDA AOS PEQUENINOS
“O
s meus pequeninos”.
aos estudos. Paralelamente, trabalhei
Ensino Infantil chamam
por seis anos. Estudava até meia noite
Muitos professores do
seus alunos dessa forma,
prova do amor e carinho desses profissionais exemplares. Com Vânia Maria
como encadernadora em uma gráfica e, no outro dia, levantava às 6h para ir trabalhar às 7h”.
Após terminar o primeiro grau, Vânia
Machado não foi diferente. E essa paixão
já havia definido o que queria para a sua
ainda estudava. “Eu sempre respeitei os
com as crianças pela primeira vez. A pro-
pela sala de aula começa quando Vânia
meus professores e me dedicava demais
vida. “Durante os estágios, tive contato fessora me deixava bem à vontade,
NOSSOS MESTRES 49
Foto: Cíntia Fotografias
P E R F I L NOME Vânia Maria Machado TEMPO DE CARREIRA 25 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Infantil FORMAÇÃO Magistério e pós-graduação em Educação Infantil
50 VÂNIA MACHADO Foto: arquivo pessoal
e isso foi muito importante para mim”.
Eu dava aula apenas meio período, mas
e aposentou. “O último dia de aula foi
miu como professora substituta em uma
Logo em seguida, trabalhou nas escolas
escola fez uma homenagem a mim. No
Logo após se formar no Magistério, assuescola da Duraflora. Foram seis meses
com uma rotina bastante puxada. “Pe-
gava a Perua às 7h e voltava às 16h30.
precisava esperar a condução de volta”. Yvonne Conti Capoani Eeim e Maria Cordeiro Fernandes Orsi. Vânia permaneceu
dez anos nessa última, onde se efetivou
triste. Chorei bastante, pois o pessoal da primeiro mês de aposentadoria descan-
sei bastante, mas depois senti falta das crianças e das amigas”.
NOSSOS MESTRES 51
Encarou alguns desafios durante a
estamos ali para formar o cidadão em
aula, entre eles os problemas familiares
os profissionais sem os educadores? É
época em que esteve dentro da sala de
todos os aspectos. O que seria de todos
dos alunos. “Uma situação ficou marcada
gostoso ver que o aluno se tornou um
em minha vida. Uma de minhas alunas
grande profissional”. No entanto, ela faz
tinha medo de estouro de balão. Quando
uma análise sobre o perfil das crianças de
tinha festas ela sempre ficava traumatiza-
hoje em dia. “As crianças estão cada vez
da. Até que, um dia, a avó me contou que a criança tinha presenciado o pai atiran-
É PAPEL DOS PAIS
mais difíceis de lidar, pois os problemas
do na mãe, em São Paulo. E o barulho da
arma traumatizou a garota. Aquilo me to-
SE INTERESSAR PELA
so, os professores tinham mais contato
cou profundamente”. Lidar com esse tipo
VIDA EDUCATIVA DOS
te da vida escolar de seus filhos”.
ra, mas o amor pelos pequenos sempre
FILHOS
de situação não era fácil para a professofalava mais alto. “O aprendizado que nós temos com eles é algo que fascina. É muito amor e aconchego”.
Vânia se classifica como uma profes-
sora amiga e carinhosa, mas que sabe impor limites. “Nessa idade, a parte pe-
dagógica é mais lúdica e voltada a brin-
cadeiras. É importante lembrar que nós
familiares aumentaram muito. Além discom os pais, que participavam ativamenMesmo longe da sala de aula, Vâ-
nia ainda pratica a sua vocação. Avó de
quatro netos, ela sempre faz questão de cuidar dos pequenos. “Eu amo de paixão estar com eles. Às vezes tem alguns
desentendimentos e eu preciso colocar ordem na casa. Saio para passear, levo
os três à biblioteca, enfim, não faço somente o papel de avó, mas também de educadora”, completa.
52 FERNANDA BIASI
P E R F I L NOME Fernanda Torres Dinardi Biasi TEMPO DE CARREIRA 5 anos Foto: Cíntia Fotografias
ÁREA DE ATUAÇÃO Berçário FORMAÇÃO Graduação em Pedagogia
NOSSOS MESTRES 53
OS PRIMEIROS
PASSOS PROFESSORA E PROPRIETÁRIA DO BERÇÁRIO ANJINHO DA GUARDA, FERNANDA CONTA UM POUCO SOBRE A SUA PAIXÃO PELA SALA DE AULA
A
função do professor é ensinar, transmitir co-
nhecimentos e preparar o aluno para a vida. Quan-
do esse aluno é um pequeno marinheiro
que acabou de chegar ao mundo, a tarefa do se torna ainda mais importante. A admiração e o respeito pelo trabalho desse importante profissional foram decisivos
para que Fernanda Torres Dinardi Biasi decidisse qual seria o seu futuro.
“Quando criança, eu lia livros para
os meus pais e brincava de escolinha. Sempre admirei os meus professores, e
desde a Educação Infantil eu nunca tive problemas ou divergência com nenhum deles. Acredito que a educação vem de
casa e meus pais sempre prezaram por isso. Esse comportamento se refletiu em
mim enquanto aluna”. Fernanda achava
“chique” a postura de seus professores dentro da sala de aula, e essa admira-
54 FERNANDA BIASI
ção só se fez crescer. “Tudo se resume à admiração e ao respeito”.
O caminho a ser trilhado pela jovem não
comigo, pois naquela época conheci a
GRATIDÃO É A
professora Ana Bodo. Sou muito grata a
ela, porque me ajudou a enfrentar as ad-
podia ser outro. “Quando terminei o Ensino
PALAVRA QUE RESUME
versidades naturais de qualquer início
ção”. Com 19 anos iniciou a graduação em
A MINHA VIDA
ser monitora no Ensino Infantil, passou
tarde. “Nesse período eu sempre trabalhei
DENTRO DA SALA DE
até que começou a trabalhar em outra
meiro dia como estagiária na sala de aula
AULA
Médio, decidi partir para a área da educaPedagogia, que terminou quatro anos mais
com educação, nunca em outra área”. O prinão foi nada fácil. “Queria sair correndo”, brinca. O motivo? Ela mesma conta. “Era um
ra vista”. Foi dois anos monitora de uma
“Com amor, fé e educação tudo se torna
rada. “Logo em seguida fui aprovada em
do Ensino Infantil. “Foi paixão à primei-
administrativa do negócio e tive a ideia
pais, conseguiu realizar mais um gran-
tão leve”. Aos poucos, Fernanda começou a
Em seguida, foi picada pelo bichinho
nheci muito sobre a parte burocrática e
Com o apoio do esposo Hugo e dos
foi uma situação diferente. Eu não podia
mais fácil e menos doloroso”.
escola particular. “Nesse momento, co-
Nascia o Berçário Anjinho da Guarda.
ca. Eles eram amigos do meu irmão, então,
amadurecer a ideia de ser uma professora.
novamente pela Casa Abrigo Amorada,
de montar a minha própria escolinha”.
Ensino Fundamental, quinta-série, na épo-
ser tão rígida com eles, mas também não
de profissão”. Um ano depois, voltou a
escola particular e da Casa Abrigo Amo-
concurso público para assumir uma sala e voltei para o quarto ano, na escola Es-
perança de Oliveira. Deus foi muito bom
de sonho. “Aqui no berçário atendemos
crianças de quatro meses a um ano e 11
meses. A nossa escola é no estilo ‘casei-
rinha’ e familiar. Não quero perder essa essência”. Fernanda, que mesmo sendo
empresária não abandona a sala de aula, lembra que crianças nessa idade
NOSSOS MESTRES 55 Foto: arquivo pessoal
requerem muitos cuidados especiais.
independentes, vamos dizer assim. Eles
Mas aí você começa a conhecer pessoas
mos que calcular o tempo que eles pre-
Para finalizar, deixa um recado a to-
nal. Também aprendi que não podemos
“Os bebês requerem mais atenção. Te-
já sabem pedir e questionar”.
cisam de água ou comida, além de es-
dos os professores que estão no início de
comportamento. Já os maiores são mais
pensei em desistir em diversas ocasiões.
tarmos atentos a qualquer mudança no
suas caminhadas. “O início é muito difícil,
muito boas durante a trajetória profissioser mais um, temos que fazer a diferen-
ça. Nós lidamos com vidas e precisamos sempre estar dispostos”.
56 NEUSA FAIOLI
P E R F I L NOME Neusa Aparecida Faioli Rossi Foto: Cíntia Fotografias
TEMPO DE CARREIRA 45 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental FORMAÇÃO Graduação em Ciências, Pedagogia e pós-graduação em Letramento e Alfabetização
NOSSOS MESTRES 57
ENSINANDO A LER E A ESCREVER PROFESSORA ALFABETIZADORA NO COLÉGIO SÃO JOSÉ, NEUSA FAIOLI MUDA FREQUENTEMENTE O SEU MÉTODO EDUCACIONAL, SEMPRE LIGADO À TECNOLOGIA
N
a alfabetização, o aluno aprende a ler, escrever e
a desenvolver algumas habilidades que até então não havia desenvolvido. É na faixa dos seis a sete
anos de idade que a criança tem mais anseio de
aprender e de conhecer coisas novas. Com esse objetivo, Neusa
Aparecida Faioli é alfabetizadora e está na educação desde 1971. No início, tudo era uma grande novidade. Fez o Magistério e, então, já começou a trabalhar com crianças. Sentiu-se tão bem que decidiu não parar mais. Na vida de professores, é comum que eles trabalhem com diferentes faixas etárias, mas Neusa é uma ex-
58 NEUSA FAIOLI
ceção. Em toda a sua carreira, a professora
o alfabetizou. Como professora, Neusa co-
Fundamental, a antiga 1ª série.
ter medo e acreditar no que faz. Mesmo
sempre lecionou para o 2º ano do Ensino
menta que é preciso mudar sempre, não
Neusa, como conhecedora da educa-
após 45 anos de carreira, continua traba-
ção, comenta que a instituição escolar é
lhando com a linguagem escrita, que se
muito conservadora e muda com certa
dá através dos textos. “Essa aprendiza-
dificuldade. “Este é um momento interes-
gem não acontece com a junção de várias
sante pelo avanço tecnológico, que põe a
escola um pouco em crise. Existem coisas
EU ACREDITO NA
partes que aparentemente formam um
que poderiam ter constituído avanço, mas foram muito mal compreendidas.
TRANSFORMAÇÃO DO
das ao longo de um processo que não se
Na fase do construtivismo, acreditava-
ALUNO ATRAVÉS DA
pressupõe a compreensão”. Na escola em
leitura pela criança mudavam por si só e
ALFABETIZAÇÃO
-se que os níveis de conceitualização da que não era preciso ensinar, apenas dei-
xar que a criança sozinha construísse o conhecimento. A criança não vai construir
seu próprio conhecimento se não tiver
todo, mas a partir das hipóteses construí-
reduz à memorização. É um processo que que trabalha, Neusa tem a oportunidade
de utilizar esse processo de compreen-
são. Lá, os conteúdos não são explorados
de forma isolada e nem fragmentada, mas sim integrada e dialógica.
Para a professora, as novas tecnolo-
elementos para isso”.
gias trouxeram mudanças importantes
marcada na vida do aluno, que com cer-
é preciso aceitar que o conceito de alfa-
A fase da alfabetização sempre ficará
teza lembrará quem foi a professora que
na alfabetização. Ela ainda ressalta que
betização não é fixo, mas uma construção
NOSSOS MESTRES 59 Foto: arquivo pessoal
histórica que muda conforme a alteração
fazendo uma pesquisa na internet é um
em uma biblioteca. Eu incentivo muito a
Para ela, os novos meios entram não
ções e tomando decisões rapidamente. O
forma de incentivo. A leitura pode mudar
das exigências sociais e tecnológicas. somente na vida profissional, mas no
cotidiano pessoal de uma criança. “Ler
modo particular de ler, tirando informa-
mais comum é que se faça um uso ágil da internet. Mas, não é o mesmo que entrar
leitura e leio muito para os alunos, é uma
toda a vida desse aluno que adquire esse importante hábito”.
60 GEOVANA GOMES
Foto: Cíntia Fotografias
TRABALHANDO PELOS
PEQUENOS
GEOVANA GOMES É PROFESSORA DE ALFABETIZAÇÃO E TAMBÉM DIRETORA DA ESCOLA NOVO MUNDO
A
Educação Infantil é o primeiro contato do
aluno com a escola, a primeira impressão dele do mundo lá fora. Por isso, o traba-
lho do professor dentro da sala de aula
deve ser diferenciado. Geovana Barral Leme Gomes é
uma dessas professoras que nunca será esquecida pelo trabalho que faz ao lado dos alunos. Com 12 anos de carreira, ela ressalta a importância do amor para que o trabalho seja bem feito.
Geovana começou como professora auxiliar e, após
NOSSOS MESTRES 61
dois anos, se formou da faculdade de
Normal Superior. Tornou-se professora efetiva, passando pelas escolas Odila
Galli, Caic Cristo Rei e creche Desidério
Minetto, todas situadas em Macatuba. Em Lençóis Paulista, lecionou no Colé-
gio São José e na Escola Novo Mundo, onde assumiu a direção no início desse
SEM O AMOR NÃO CHEGAMOS A LUGAR ALGUM E NÃO CONSEGUIMOS ENSINAR O ALUNO
ano. “Aqui consigo fazer atividades para desenvolvimento das crianças e conto
a dia. Na minha sala, conto com apeMundo, onde as salas contam com no
NOME Geovana Barral Leme Gomes
de idade. Dessa forma eu consigo dar a
TEMPO DE CARREIRA 12 anos
nas 13 crianças. É um padrão do Novo máximo 16 crianças de um a seis anos atenção necessária a todos os alunos”.
Com essa nova responsabilidade
administrativa, Geovana passou a ter a
rotina ainda mais corrida e divide seus
dias entre sala de aula e direção. Ela precisa sempre estar à disposição de
aos alunos. “Lidar com as crianças é di-
ferente de lidar com os pais e com os demais professores. Tenho uma ótima
equipe, composta por 18 colaboradores, e sei que posso contar com eles”.
Geovana gosta muito de lecionar
e não se imagina fazendo outra coisa em sua vida. “Aqui, como trabalho
P E R F I L
com os recursos que preciso no meu dia
pais e professores, além de dar atenção
ÁREA DE ATUAÇÃO Alfabetização e direção FORMAÇÃO Normal superior e especialização em Pedagogia
com alfabetização, sempre temos uma
coisa nova para transmitir aos alunos. Sempre faço o que posso para que eles aprendam e saiam daqui com uma boa
bagagem, para que se desenvolvam
cada vez mais. É muito gratificante ver que o nosso trabalho tem dado certo e
que estamos no caminho correto. Eu gosto muito do que faço e vou con-
tinuar trabalhando pelos pequenos, porque sei que aqui é o lugar onde me
encontrei e onde pretendo trabalhar por muitos anos”.
62 CAMILA AMARAL
ELES SÃO
Foto: Cíntia Fotografias
ESPECIAIS
CAMILA AMARAL É PROFESSORA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, ÁREA PELA QUAL SEMPRE FOI APAIXONADA
L
idar com crianças especiais parece ser
uma tarefa muito difícil, na qual é preciso um dom para exercer. As crianças espe-
ciais têm os mesmos direitos dentro da
escola regular e de ter uma educação de qualidade, por Foto: Cíntia Fotografias
isso os professores são tão importantes para as escolas.
NOSSOS MESTRES 63
Camila Macedo Ramos do Amaral está
na Educação Especial há cinco anos e lembra que o desejo de trabalhar nessa área já é antigo. “Sempre fui apaixonada
pelos ‘especiais’, desde pequena. Quan-
do criança, eu tinha colegas com necessidades especiais e sempre escolhia brin-
car com eles. Minha primeira experiência
EU AMO LIDAR COM CRIANÇAS ESPECIAIS E SEI QUE POSSO FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DE CADA UMA DELAS
profissional foi em uma escola particular
de Bauru, onde eu era auxiliar de classe va de auxílio em várias atividades. Mesna área, usava minha intuição e bom
NOME Camila Macedo Ramos do Amaral
quei me especializar. Tive a bênção de ter
TEMPO DE CARREIRA 5 anos
mo sem ainda ter muito conhecimento
senso para ajudá-la e, desde então, busgrandes mestres nesta área que abriram meus horizontes”.
A professora acredita que, para lidar
com crianças especiais, é preciso muita criatividade e sensibilidade. “É prazeroso
e, ao mesmo tempo, muito imprevisível.
em grande transformação. Estamos em processo de reconstrução de paradigmas
e sei que podemos melhorar o currículo, tornando-o mais acessível e funcional”.
Sobre trabalhar com crianças espe-
ciais, lembra que, na Rede Municipal, existe o AEE (Atendimento Educacional Especializado). “Atendemos as crianças
P E R F I L
com uma aluna cadeirante e que precisa-
Eu vejo a educação especial como algo
ÁREA DE ATUAÇÃO Educação Especial FORMAÇÃO PROFISSIONAL Graduação em Pedagogia
público alvo da educação especial, em
contraturno de sua classe regular. Tenho
com meus alunos uma relação de respeito e profissionalismo. Eles têm grande
vontade de aprender, mas na maioria das vezes, por já terem uma experiência de ineficiência com a aprendizagem, acabam desistindo de se esforçar. E esse é o meu desafio”. Camila passou pelas esco-
las Edwaldo Roque Bianchini, Elisa Perei-
ra de Barros, Amélia Benta e, atualmente, está no Esperança de Oliveira e na Maria Tereza da Silva Coelho Jacon.
64 RODRIGO STAFFA
FOCO E DETERMINAÇÃO RODRIGO STAFFA É PROFESSOR DE GINÁSTICA NO CLUBE ESPORTIVO MARIMBONDO E INCENTIVA SEUS ALUNOS A ALCANÇAR OBJETIVOS CADA VEZ MAIORES
S
abe aquele professor
Metropolitanas Unidas) desde 2003.
sou a fazer o papel de personal trainer
nos
em São Paulo, Rodrigo foi chamado
nando sua rotina entre natação, perso-
que incentiva os alu-
incansavelmente?
Na atividade física, é
sempre necessário ter um profissional desse perfil, que mostra aonde é possível chegar. Rodrigo Lopes Staffa é um
desses exemplos, pois sempre dá o seu melhor em seus trabalhos.
Rodrigo está em Lençóis Paulis-
ta há quatro anos. Ele é formado em
Educação Física pela FMU (Faculdades
Após se formar e atuar por um tempo para trabalhar em uma plataforma de petróleo no Rio de Janeiro, onde ficou por seis anos exercendo sua função
como educador físico. Além de graduado, procurou sempre fazer cursos para se especializar.
A carreira profissional começou na
natação, na qual teve seu primeiro contato com alunos. Logo em seguida, pas-
em academias. Após um período alternal trainer, professor de futebol e pro-
fessor de ginástica, Rodrigo passou a se dedicar mais à ginástica. Hoje, trabalha
com ginástica em 80% do seu tempo, complementando com personal trainer e esportes, como voleibol e futsal.
“Acredito totalmente em tudo o que
faço e abro mão de muita coisa para
entregar o meu melhor em cada aula.
NOSSOS MESTRES 65
Comigo não tem conversa mole. Se é para fazer, que seja feito com amor. O
P E R F I L
meus alunos sabem disso. Se pego no
NOME Rodrigo Lopes Staffa
esse aluno tem algo a oferecer”. Atual-
TEMPO DE CARREIRA 13 anos
portivo Marimbondo.
ÁREA DE ATUAÇÃO Ginástica
sorriso no final da aula me realiza, e
pé é porque sei que posso cobrar, pois mente, Rodrigo trabalha no Clube Es-
“Tentar obter resultados o ano todo
em poucos meses não é uma boa saída. Além disso, não se deve acreditar que fazer mais de uma aula no mesmo dia
FORMAÇÃO Graduação em Educação Física
é saudável, e treinar sem periodização correta não é recomendado. As pessoas precisam entender que resultados de-
moram e o corpo tem limites. Exageros
podem acabar com seu verão, causando
lesões graves. Seja coerente, procure
orientação de um profissional da área, um profissional da nutrição e tenha
paciência. Treine o ano todo. Estabeleça objetivos e tenha foco”.
Foto: Cíntia Fotografias
66 EDMARA
EDMARA AMARAL É PROFESSORA HÁ 25 ANOS E, COM O DESENROLAR DO CURSO SUPERIOR, TEVE A CERTEZA DE QUE ESTAVA FAZENDO ALGO QUE GOSTAVA
Foto: Cíntia Fotografias
P E R F I L NOME Edmara Flávia Machado do Amaral TEMPO DE CARREIRA 25 anos ÁREA DE ATUAÇÃO Ensino Fundamental Ciclo 2 e Ensino Médio FORMAÇÃO Graduação em Letras
UMA RELAÇÃO
DE AMIZADE
NOSSOS MESTRES 67
E
nsinar Língua Portuguesa
ra substituta em várias escolas estaduais.
maneira de tratar o aluno. É muito difícil
Porém, não é algo tão sim-
apoio de diversas pessoas. O resultado
posso citar uma que, em minha opinião,
parece uma tarefa fácil. ples. A língua falada no
Brasil é uma das mais difíceis de aprender no mundo. São muitas regras, palavras
iguais com significados diferentes e, por isso, os professores de Língua Portuguesa
têm uma tarefa árdua dentro das escolas, mesmo que todos já falem o português.
Edmara Flávia Machado do Amaral é
formada em Letras pela USC (Universida-
de Sagrado Coração), em Bauru. A princípio, a escolha da profissão aconteceu
através da possibilidade de receber bolsa de estudo da empresa em que trabalha-
Rapidamente conquistou o respeito e o disso foi que as escolas sempre recebe-
ram Edmara de portas abertas. “A minha motivação foi (e continua sendo) fazer
aquilo que gosto e acreditar sempre na possibilidade de poder influenciar posi-
tivamente a vida das pessoas que convivem comigo. Acredito que todo professor
tenha essa motivação de poder fazer a diferença na vida de alguém”. Em 25 anos
Hoje, a família tem uma estrutura diferen-
te de 25 anos atrás e os pais, na maioria das vezes, passam pouquíssimo tempo
com seus filhos. Isso nos afeta também, pois temos que lidar com lacunas emocionais que não temos como suprir”.
Para Edmara, a educação é a base e o
tamental da sociedade como um todo.
expectativa de vida maior e é a melhor he-
ela, principalmente no aspecto comporTodas as mudanças (sejam elas sociais,
o desenrolar do curso”.
de aula. “Essa mudança passa por nós
Ela começou dando aulas como professo-
familiar da vida educacional dos filhos.
caminho para mudanças, é um dos princi-
políticas ou familiares) acabam impactan-
Como toda profissão, o início foi difícil.
é bastante significativa: o distanciamento
de profissão, muita coisa mudou. Para
va. “A certeza de que eu estava fazendo algo que eu realmente gostava veio com
pontuar qual a principal mudança, mas
do o comportamento do aluno em sala também, que precisamos rever frequen-
temente nossa prática docente e nossa Fotos: arquivo pessoal
pais pilares para que a pessoa tenha uma
rança que os pais podem desejar para seus
filhos. Quando a profissional fala em educação, refere-se à educação formal, acadê-
mica, recebida nas instituições escolares, e à educação informal, a que é recebida
dentro de cada lar, que envolve valores como respeito, honestidade, justiça e temor a Deus. “Nada que envolva educação
é fácil, pois educar é um processo longo, complexo e cansativo, cujos resultados só
serão vistos a longo prazo. Envolve amor, disciplina, tempo e comprometimento. E não tem manual de instrução”.
Atualmente, Edmara divide sua rotina
em duas escolas. Uma delas da rede pú-
blica, a Escola Estadual Virgílio Capoani, e outra da rede particular, o Colégio São
José. Ela conta ainda que tem muitas colegas de profissão na mesma situação e que não é uma jornada nada fácil, mas todos
têm feito de tudo para propiciar o acesso ao conhecimento. Ressalta ainda que
procura desenvolver seu trabalho de forma igualitária, utilizando as ferramentas
oferecidas em ambas as redes de ensino. “Considero minha convivência com meus alunos muito boa. Graças a Deus temos conquistado uma relação de respeito mú-
tuo. E essa é a melhor parte dessa profissão. Começamos como aluno-professor e
terminamos, na maioria das vezes, como amigos. E posso garantir que em 25 anos ganhei muitos bons amigos”.
68 GABRIELE DUTRA
HOJE ALUNA,
AMANHÃ PROFESSORA GABRIELE DUTRA É ESTUDANTE DE PEDAGOGIA E SONHA COM UMA CARREIRA VOLTADA À EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS
N
o final do Ensino Médio, os jovens começam a pensar no que
farão para o resto de suas vidas. É fato que decidir o futuro na
faixa antes dos 18 anos é uma responsabilidade daquelas, e muitos optam por carreiras promissoras, principalmente
quando a questão financeira é colocada em pauta. No entanto, existem aqueFoto: Cíntia Fotografias
les que deixam o dinheiro de lado e preferem a realização pessoal.
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NOSSOS MESTRES 69
A jovem Gabriele Fernanda Dutra, de
23 anos, escolheu a profissão mais espe-
cial de todas. Ela está no 6º semestre de
Pedagogia, mas nem sempre foi assim. Cursou técnico em Edificações e pensou em seguir na carreira de Arquitetura ou
Engenharia Civil, mas a paixão pela sala de aula falou mais alto. “Sempre gostei muito
fazer algo para melhorar o mundo, ela
A INOCÊNCIA DAS CRIANÇAS É MUITO INTERESSANTE, É ALGO QUE ME FAZ SENTIR VIVA
de crianças e o desejo de fazer algo para
termos um mundo melhor me cativou”, mostrado a ela própria que a escolha foi
trabalhar na Educação Infantil, passar para
NOME Gabriele Fernanda Dutra
como coordenadora ou diretora de alguma
IDADE 23 anos
mais do que certa. “Após me formar, quero o Ensino Fundamental e chegar à gestão, escola. Quando entrar no meu último ano, pretendo começar a prestar concurso para ingressar na Rede Municipal, onde eu sempre quis dar aulas”, conta a jovem.
As expectativas de Gabriele com a pro-
fissão são ótimas. Com o pensamento de
3263-1057 // 3269-1717
3263-1567
ra e de uma educação de qualidade. “Eu
amo crianças, sempre cuidei bem delas. Gostava de brincar de ser professora, era
algo que estava dentro de mim. Quando comecei a estudar, já trabalhava na empre-
sa que estou hoje (Nelson Paschoalotto) e, por isso, ainda não tive a oportunidade de
P E R F I L
comenta. Gabriele conta que o curso tem
quer se dedicar à construção de sua carrei-
trabalhar ou estagiar na minha área”.
No terceiro ano do curso, Gabriele leva
uma rotina bastante puxada. No período
da manhã, trabalha em Bauru. À tarde, volta para Lençóis Paulista, descansa um pouco e, em seguida, volta a Bauru para
estudar. Para ela, é uma rotina corrida, mas a realização profissional e a expecta-
CURSO 6º semestre de Pedagogia ÁREA EM QUE DESEJA ATUAR Educação Infantil
3263-2310 // 3263-3903
tiva pela conclusão do curso falam mais
alto. “A gente vai seguindo a rotina. Tenho
somente mais um ano e alguns meses pela frente e quero logo realizar o meu sonho de ser professora”, finaliza.
99764-0952
98162-2458
JACKSON NAVES A R Q U I T E TO & U R B A N I S TA
3263-7112
99788-8166
99632-6995
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3264-1045
99681-9723
3263-5463 // 99643-5463
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3263-1912 // 99715-4168
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3264-2648