O Polvo - Especial Mostratec

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Para cada problema, uma solução Prevenindo acidentes de trânsito

A motivação para criar um projeto para a Mostratec pode ser um problema simples ou complexo, mas que ninguém parou para pensar em uma maneira de resolver. Pronto, já está aí a ideia que todo pesquisador precisa para seguir adiante e descobrir algo que vai ajudar a vida das pessoas. Foi nisto que pensaram estes jovens cientistas. Confere aí as suas soluções:

Os estudantes da Fundação Liberato Cassia Schuch, 17, e Matheus da Luz, 19, resolver atacar bem de perto um problema bem comum: os acidentes de trânsito. E para isto, pesquisaram quais são os principais motivos e descobriram que o sono é um deles. A partir disto, desenvolveram um sensor capaz de acordar qualquer motorista dorminhoco.

Como funciona: um equipamento é instalado dentro do veículo

que captura o movimento dos olhos do motorista. Se ele fechar os olhos por dois segundos, imediatamente um alarme sonoro vai disparar, acordando o condutor. Há também um controlador de tempo que, depois de quatro horas, avisa ao motorista que está na hora de descansar. Ah, funciona bem à noite, no escuro, período em que mais acontecem os acidentes por sono.

Protegendo sua vida Os sequestros relâmpagos, infelizmente, são uma realidade bem comum onde o estudante Pedro Gomes, 17, mora. Ele é aluno da Escola Técnica Rezende Rammel, do Rio de Janeiro, e observou o quanto o problema está afetando a vida das pessoas. Pensando em diminuir o risco de vida das pessoas que sofrem este tipo de violência, desenvolveu um sistema de senhas alternativas para saques em caixas eletrônicos.

Como funciona:

quando a pessoa for vítima de sequestro relâmpago e for obrigada a fazer saques da sua conta bancária, ela irá digitar uma senha diferente da sua, que fará o bloqueio parcial do seu dinheiro. Desta forma, o assaltante não saberá o valor real que ela possui, protegendo o seu dinheiro, mas também “enganando” o ladrão, pois não é dada nenhuma informação no visor do caixa eletrônico de que há algo “escondido” na conta. O sistema ainda pode enviar um e-mail para agentes de segurança da agência bancária informando o assalto.

Como ler sem enxergar o texto?

Vinicius Weiler, 18, e Gabriel Fernandes, 19, já participaram da Mostratec do ano passado, mas com pesquisas bem diferentes. Agora, os estudantes da Liberato retornam com um projeto para auxiliar deficientes visuais a ler textos que não são escritos em braile. E, para testar a invenção, contaram com a ajuda do pessoal da Adevis, de Novo Hamburgo, que aprovou a ideia.

Como funciona: utilizando um

iphone, o deficiente visual fará uma fotografia do texto escrito em um papel. Para ajudar a posicionar corretamente o aparelho sobre a folha, o sistema voice over vai dar as dicas de todos os passos. Feita a foto, o aplicativo transforma a imagem em áudio, que pode ser ouvida na mesma hora ou armazenado num arquivo para mais tarde. O aplicativo Pocket Reader está disponível da AppStore.

As aulas podem ser mais divertidas

Aulas de geografia não precisam ser monótonas e cansativas. Ao contrário, podem ser divertidas e ainda ajudarem os alunos a entender melhor a matéria. Para melhorar as aulas dos alunos da cidade de Monte Mor (SP), os estudantes Tamires Pereira, 17, Leticia Motezel, 17, e Everton dos Anjos, 17, criaram um método para docentes de geografia que se mostrou bem eficiente das sete escolas em que foram testadas.

Como funciona: um jogo

de tabuleiro, com dicas sobre os estados brasileiros, com aspectos políticos e físicos foi criado. Os alunos do 9º ano experimentaram o game e, após, fizeram o mesmo teste de conhecimentos que outros estudantes que não participaram do jogo. E o resultado? Quem teve contato com o jogo teve um desempenho muito melhor que os outros e, ainda melhor, teve uma aula de geografia bem divertida!


Sebastiano veio caracterizado para mostrar que em seu país eles valorizam muito a sua cultura. A máscara dele representa um espírito tradicional do país, que além de ter duas caras, é metade homem e metade cabra. Todo ano eles comemoram a data desta entidade.

ESPECIAL NA MOSTRATEC /outubro 2013 > opolvo.com.br

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Tecnologia em prol do social A população de muitos países ainda convive com muitos problemas sociais e falta de infraestrutura básica para a sua sobrevivência. Pensando nessa questão social, alguns dos jovens cientistas da Mostratec elaboraram projetos que visam facilitar a vida das pessoas de baixa renda, seja com meios de transporte alternativos ou com abrigos contra a chuva.

Robô teleoperado

Abrigo Funcional “Huellas”

Os equatorianos Paola Bonifaz e Sebastiano vieram para mostrar que é possível criar um robô com tecnologia avançada, gastando pouco dinheiro. O projeto feito à base de material reciclado possui um painel que capta a energia solar e o carrega automaticamente. Ele serve para monitorar ambientes e ajudar na segurança.

As uruguaias Belén Cersvasante e Mariana Cuello criaram uma capa capaz de proteger quem a usa do frio e da chuva. A vestimenta foi desenvolvida para auxiliar as crianças e jovens que tem que se locomover até a escola a pé ou de bicicleta (o que é comum no país). As meninas contam que a ideia surgiu porque no Uruguai há um prêmio para os alunos que não faltam às aulas. Porém como a dificuldade para chegar à escola é grande, o projeto delas auxiliaria os jovens não faltarem aula e ganharem essa honraria.

Como funciona:

por onde ele passa, envia imagens para um aplicativo android que pode ser monitorado pelo dono. Enquanto você está no trabalho, pode verificar se a sua casa está segura, além de controlar os passos do robô através do app.

Como funciona: a capa é feita de tiras plásticas de PVC,

o que a torna barata. O plástico protege da chuva e cria uma sensação térmica. Como ela protege do frio, acaba se tornando muito mais que uma simples capa de chuva.

Hydro Powered Car Pac H2O O Mexicano Hebert Raúl Gallardo conta que em algumas cidades pobres do México diversas doenças causadas pela qualidade da água atingem a população. Isso, porque essas pessoas não possuem dinheiro suficiente para comprar água tratada. Então a ideia dele foi criar um filtro potente, pequeno e de baixo custo.

Como funciona: o protótipo é feito de materiais simples e mede em

torno de um metro e meio de altura. Fácil para ser guardado em casa, o produto custaria em torno de 50 dólares, que, uma vez investidos, garantiriam água tratada para a família, eliminando o surgimento de doenças.

Pela primeira vez na Mostratec temos um projeto da Índia. Os garotos Chinar Kokaje e Dhaval Shrishrimal, de 14 anos, criaram o protótipo de um carro movido a energia solar e elétrica. O veículo não só seria muito útil no país em que vivem, como também no mundo todo. A preocupação dos estudantes é tanto social quanto em respeito à saúde da população indiana. Isto porque na Índia, 18% da poluição do ar de Mumbai é causada pela fumaça dos carros movidos a combustível. A solução estaria em um veículo desse tipo. Assim, diversas doenças respiratórias seriam evitadas.

Como funciona:

o veículo é indicado para lugares de muito sol. Como ele é feito com material simples, o custo sairia em torno de 6500 dólares e seria um preço acessível para as pessoas.


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Eles já foram

pesquisadores Quem vê os coordenadores da Mostratec andando pelos corredores dos Pavilhões da Fenac, não imagina que eles também já foram alunos. E mais, também já foram pesquisadores. Será que foram premiados, ganharam alguma bolsa de estudo na universidade, viajaram para a IntelIsef? Conversamos com alguns professores, que fizeram um exercício para lembrar como era na sua época:

André Luís Viegas Coordenador Geral da Mostratec

“Fui aluno de Química da Fundação Liberato, mas nunca participei de nenhuma Mostratec”, admite André. Ele lembra que o seu gosto pela pesquisa só foi despertado depois, quando já estava trabalhando. “Na indústria agroquímica, era uma necessidade no meu trabalho pesquisar soluções para os problemas.” Mas foi realmente como professor que ele se encantou pela atividade e nunca mais parou. “Temos uma responsabilidade ainda maior quando somos orientadores. Precisamos dar apoio aos alunos e trabalhamos bem junto a eles.” Aliás, foi talvez pela falta de apoio que na época da faculdade, sua pesquisa sobre tipo de cactus não foi adiante. Mas para sua realização pessoal, este ano, um grupo de alunos da Liberato está apresentando um projeto sobre este mesmo tipo de cactus. Legal, né?

ESPECIAL NA MOSTRATEC / outubro 2013 > opolvo.com.br

O trio da avaliação   É claro que participar da Mostratec já é um prêmio e tanto. Afinal, os 352 trabalhos aqui expostos são os melhores entre mais de 13 mil alunos que mostraram as suas ideias em dezenas de feiras científicas espalhadas pelo mundo. Mas o que todos almejam mesmo é ganhar um dos tantos prêmios oferecidos. E os mais desejados, são as bolsas de estudo e as credenciais para participar das Feiras Internacionais. Para organizar tudo isto, existe a Comissão de Avaliação. Este ano, a sua coordenação é feita por Kátia Rech, com a ajuda do vice-coordenador Claudius Soares e da professora Lucinara Link. Eles destacam que, para esta tarefa, todos precisam ser isentos, não podem orientar nenhum trabalhos de pesquisa dos alunos. “A avaliação é feita por representantes das empresas que oferecem os prêmios. Nós não nos envolvemos nos resultados”, confirma Kátia.   A professora Lucinara já foi avaliada. Isto mesmo. Ela expôs na 9ª Mostratec e pesquisou sobre o Controle de Qualidade do Vinho, aplicando o método do Ministério da Agricultura. “Não ganhei nenhum prêmio, mas vou muito bom ter participado da feira. Ela era pequena, acontecia ainda na Liberato, e sempre falo para os meus alunos que estar aqui já é um grande prêmio”.   O professor Claudius lamenta o fato de ter tido esta experiência quando era aluno do curso técnico, lá na Federal de Pelotas. “A pesquisa não era uma hábito nas escolas. Hoje nossos alunos já entram na faculdade muito mais capacitados. Vários conseguem bolsas de iniciação científica porque já aprenderam com desenvolver um projeto.”

A cada edição da Mostratec mais e mais jovens ficam impressionados com a diversidade de trabalhos apresentados durante a feira. Com projetos de todas as áreas da ciência, a mostra une ideias e tecnologia pensando em um mundo melhor. É a primeira vez que visito a Mostratec e estou impressionada com os trabalhos. O que mais me chamou atenção foi a parte da robótica.Também achei muito legal a presença de uma parte do Museu da Puc.

Roberto Ronnau

Coordenador da Subcomissão de Robótica Roberto estudou em Sapiranga e por lá lembra que participou de uma Feira Científica na cidade. Junto com outros colegas da escola, mostrou uma pesquisa sobre Técnica de Escovação de Dentes. Bom, a ideia parou por aí mesmo, até porque o que ele mais gostava de fazer era desmontar e montar caixas e amplificadores de som. Daí foi um passo para entrar de vez na robótica. “Pesquisa é um sinônimo de formação continuada, o que precisamos exercitar sempre quando somos professores”, explica. E, junto com o grupo de robótica da Liberato, é desafiado constantemente a encontrar diferentes usos para os novos materiais tecnológicos, algo até bem parecido com aquele antigo hábito de ficar desmontando caixas de som...

Luani Fonseca Sarmento - 13 anos - Escola Estadual de Ensino Fundamental Portão Velho

Sou aluno do curso de Eletrônica da Liberato, então acompanho a feira todos os anos. O que mais gosto é de ver os projetos que os meus colegas apresentam.

Murilo Maciel - 17 anos - Fundação Liberato

O Polvo – Especial Mostratec 2013

Nunca tinha visitado a Mostratec antes, gostei muito da Feira e pretendo voltar ano que vem. Os projetos fazem nos fazem entender melhor como o mundo funciona, além de apresentar diversas tecnologias novas. A parte de robótica foi a que mais gostei.

Alessandro Kirsh - 16 anos - Colégio Estadual Farroupilha

Vim por causa dos trabalhos da área de Biologia. Como pretendo fazer uma faculdade voltada para essa área, acho muito interessante pesquisas biológicas.

Talia Postal - 16 anos - Escola Estadual Padre Fernando Direção – Maurício Carvalho / Coordenação – Alexandra Korndorfer Reportagem – Maria Carolina Bastos e Élen Guimarães Fotografia – Homero Schuch e Leonardo Borba / Arte – Matheus Chisté


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