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Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
Quem vai pagar a conta? As máscaras não escondem!
Estamos quase no primeiro aniversário da Covid no Brasil e a turma do “quanto pior melhor” celebra a plenos pulmões apostando nos palanques de 2022. Quanta hipocrisia, quanta acefalia, quanta bastardia!
De quem? De todos! E talvez seja a melhor resposta. Claro que os “mais bastardos”, se for possível esta definição, são aqueles que praticaram atos ilícitos com a situação como aqueles que vislumbram benefícios políticos ou financeiros com a crise ou aqueles pseudo profissionais de saúde que simulam a aplicação da vacina nos nossos idosos, entre outros, e haja “outros”. O modelo de democracia é perfeito, mas os homens… como somos falíveis.
De acordo com o portal Tesouro “nacional” Transparente¹, serão necessários até agora valores da ordem de R$ 38 bilhões para pagar a conta, sendo R$ 23 bilhões relativos às vacinas, mais de R$ 10 bilhões para auxílio emergencial para cidadãos em situação de vulnerabilidade e manutenção de emprego e renda e outros R$ 5 bilhões de outras despesas.
O valor da conta pode parecer desprezível em relação ao PIB do Brasil, da ordem de R$ 7,5 trilhões, mas a comparação exige avaliação de forma realista e o orçamento da União é que garantirá o pagamento das despesas. Aqueles que tentam tocar seus negócios e suas famílias diuturnamente aprenderam com seus avós que dinheiro não aceita desaforo, e aqui não é diferente, ou se aperta o cinto, ou se trabalha mais, ou gasta a sua poupança para cobrir o rombo.
Há um senão, pois estamos tratando de economia pública e entram outras variáveis; os sócios do Estado que somos nós seremos convidados a aportar o capital que está faltando para fechar a conta. Sim, meu amigo, eu, você e o seu Mané do botequim seremos chamados a aportar o que falta para fechar a conta. Sim meu amigo, eu, você e o seu Mané apesar de já pagarmos impostos sobre nosso faturamento de serviços da ordem de 20% a 25%, se a nossa margem líquida de onde retiramos nossa subsistência e reinvestimentos for de 10%, ou seja, a cada real que ganhamos com nosso suor e riscos, pagamos mais de 2 a 2,5 reais para manter um Estado que fornece aos cidadãos saúde, educação, segurança e outros desejos de forma absoluta sofrível. Já eu, você e o seu Mané, se não entregarmos os nossos serviços aos clientes além do prometido, teremos que buscar clientes em outras freguesias.
O Estado brasileiro tem uma estrutura cara para o serviço que entrega. Já passou da hora de rever os conceitos, que tal aproveitar a tal da pandemia como estímulo?
A tal da reforma administrativa não foi prometida? Vem ou não vem? A reforma fiscal que já está no ar vai nos achatar, e “achacar” mais ainda? Mais sacrifícios? Por enquanto o que comprávamos com R$ 3,00 agora são necessários quase R$ 6,00! Onde iremos parar?
Por favor, senhores, reduzam o tamanho do Estado e parem de brigar pelos seus mesquinhos interesses, nós não suportamos mais. Deixar a conta aos nossos filhos e netos é no mínimo antiético. Pode xingar Presidente, seus gritos, palavrões e incredulidades são também as nossas, mas tenha a certeza de que as nossas razões são bem maiores que as vossas. ¹Fonte: https://www.tesourotransparente. gov.br/visualizacao/painel-demonitoramentos-dos-gastos-com-covid-19