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indúsTria de emBalagem comemora crescimenTo na pandemia

Setor se adaptou e criou novas estratégias para atender a demanda do mercado

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Foto: EnvatoElements A pandemia trouxe desafios e aprendizados para a indústria brasileira de embalagens. diante do cenário de incertezas trazido pelo covid-19, em 2020, o setor teve que se adaptar rapidamente a uma nova economia e criar novas estratégias para atender a demanda do mercado de produtos de consumo. o impacto da pandemia no setor de latas de aço para tintas e produtos químicos foi duro. o fechamento do varejo fez as vendas da Brasilata despencarem entre 35% e 40%, em abril do ano passado. Em maio, quando houve a reabertura do comércio, as perdas foram menores, de 20%. Nesse período mais difícil, a empresa se reinventou ao enxergar novas aplicações para a lata de aerossol, como produtos de limpeza, desinfetante, álcool em spray. “São frutos da pandemia que viraram produtos de linha”, afirma tiago Forte, presidente e CEo da Brasilata. a partir de junho, a empresa só experimentou números expressivos. “Uma retomada como nunca antes tinha visto, com recorde de faturamento em volume e vendas”, comemora o executivo. Em 2020, a empresa registrou faturamento bruto de r$ 816 milhões, representando um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Com a pandemia e a necessidade de passar mais tempo em casa, as pessoas estão fazendo pequenas reformas. a repaginação das paredes com uma pintura nova é uma das preferências dos consumidores. Essa mudança de comportamento é responsável pelo aquecimento do consumo de latas de aço para tintas. “Vimos uma expansão das vendas de embalagens de 900 ml e 3,5 litros. Hoje, as vendas se estabilizaram, mas num patamar bastante alto”, explica Forte. Ele acrescenta: “Se o país voltar a crescer, gerar emprego e renda, as pessoas vão voltar a consumir, comprar apartamento. o consumo de tintas ainda tem muito a crescer em relação aos países de primeiro mundo”. o home-office já era uma tendência que foi acelerada pela pandemia. trabalhando em casa, o consumidor deixou de frequentar os restaurantes. o consumo das refeições migrou para dentro de casa. Essa mudança impactou positivamente no segmento de filmes de BoPP para produção de embalagens flexíveis. Segundo osvaldo Coltri, presidente da Vitopel, a empresa registrou aumento de 16% nas vendas de filmes de BoPP em 2020 em relação ao ano de 2019. “Vários produtos utilizados em embalagens maiores nos restaurantes passaram a ser utilizados em casa em tamanhos menores”. “a retração do mercado de foodservice virou uma grande oportunidade para o mercado de embalagens de BoPP, que passaram a ser utilizadas quando houve a migração para tamanhos menores”, explica aldo Mortara, diretor comercial da Vitopel.

Foto: Divulgação

osvaldo coltri, presidente da Vitopel

A empresa registrou aumento de 16% nas vendas de filmes de BOPP em 2020 em relação ao ano de 2019

o consumo de doces pelas crianças na escola foi transferido para o lar. “Num primeiro momento, a indústria de balas sentiu uma queda expressiva no consumo destes produtos, com o fechamento das escolas. Mas, isso foi revertido. o auxílio emergencial do Governo Federal permitiu às famílias carentes o consumo de produtos que não faziam parte de sua cesta de compras, como por exemplo, o biscoito recheado”, explica Coltri. a demanda de filme de BoPP utilizado na produção de rótulos de garrafa PEt de água mineral caiu aproximadamente 20%, pois o consumo de garrafas pequenas desapareceu na pandemia. Porém, a demanda de filmes de BoPP para rótulos de frascos para higiene limpeza e para óleo comestível disparou. “Praticamente deu uma compensada. No frigir dos ovos, não houve queda no consumo de filmes de BoPP para rótulos envolventes”, comenta Mortara. Parte deste consumo deve permanecer nos anos 2021/2022 porque muitas empresas declararam que gostaram da experiência e vão adotar o modelo de trabalho híbrido. “Parte da mudança de consumo será sentida nos próximos anos. a outra parte vai voltar ao normal porque um dia vamos ter a vida pré-pandemia com consumo em bares e restaurantes”, diz Coltri. a pandemia tem feito o brasileiro beber mais cerveja. Com as restrições de funcionamento dos bares e restaurantes e o medo do contágio da covid-19, o consumo da loira gelada em casa disparou. Esse novo hábito dos consumidores beneficiou a indústria de garrafas de vidro. a Vidroporto assistiu uma forte retração nas vendas no início da pandemia, nos meses de março e abril, mas não parou a produção. Fez estoque. “o consumo de cervejas saiu das garrafas retornáveis nos bares e restaurantes para migrar para garrafas one way de 300 ml e 350 ml. Esse movimento começou em junho e foi numa escala crescente até o final de 2020. Conseguimos administrar bem, atendendo os clientes na mesma proporção que o ano anterior para ninguém ficar desabastecido e mantendo os mesmos preços”, afirma Edson rossi, presidente da Vidroporto. “isso fortaleceu a nossa relação com o cliente. No ano passado, a nova linha na fábrica de Estância (SE) permitiu aumentar em 20% a nossa capacidade de produção que junto com Porto Ferreira (SP) produz 300 mil toneladas por ano. isso contribuiu para atender o mercado”, acrescenta. a demanda de garrafas de vidro não continua no mesmo padrão do ano passado, mas ainda está em alta. “o Brasil continua importando vidro, mas os custos são muito onerosos por conta do câmbio. Mas, eu espero que no prazo de até um ano e meio, essa situação se resolva. Existem alguns projetos em andamento para aliviar um pouco essa pressão de falta de embalagem”, acredita o executivo. No segmento de rótulos adesivos, o cenário também foi nebuloso no início da pandemia. Em um primeiro momento, a Grif rótulos sentiu uma desaceleração acentuada no volume dos negócios. “Entretanto a partir do segundo semestre de 2020, o volume de negócios aumentou substancialmente em alguns mercados como farmacêutico, alimentício, bebidas e limpeza”, afirma Francisco Paz, presidente da empresa. Em 2020, a Grif contava com 18 linhas de impressão. “Hoje são 22 linhas de impressão e por conta desta capacidade produtiva conseguimos atender

Foto: Divulgação

Wagner castro, gerente comercial da Sicad

ao aumento da demanda. É um crescimento superior a 20% em metros quadrados convertidos”. Para fortalecer a presença da Grif rótulos neste novo cenário, a empresa montou salas para atendimento virtual e aumentou a equipe técnica/comercial para prestar todo o suporte necessário ao desenvolvimento de soluções para novos clientes. Crescimento da Sicad supera os resultados de 2020. a empresa registrou desempenho superior a 15% em volume e acima de 20% em faturamento. “isso se deu por conta de oportunidades de negócios que surgiram no ano passado pela ruptura de fornecimento por parte de nossos concorrentes”, explica Wagner Castro, gerente comercial do segmento de embalagens da Sicad. “Conseguimos abrir novos clientes, que não tínhamos oportunidade ou abertura para fornecimento e que nos deram essa possibilidade. Nós estávamos preparados para atender toda essa demanda, operando com capacidade plena”, revela o executivo. Segundo Castro, a ruptura aconteceu por atrasos no fornecimento de matéria-prima, mas a Sicad não interrompeu o fornecimento para os clientes em nenhum momento. “os prazos de entrega foram alongados, dependendo da localização e do Estado, de 7 a 15 dias para 20 a 25 dias”. a partir de março de 2021, a empresa regularizou os prazos de entrega. “Em alguns casos, a gente conseguiu reduzir o prazo”. as exportações também contribuíram para o desempenho positivo da Sicad. “atendemos o mercado latino americano - convertedores (matéria-prima acabada) e distribuidores de fitas adesivas de PP da Eurocel. Exportamos para toda a américa do Sul e agora para o México. Nós tivemos um crescimento de 17%. o câmbio e a ruptura de fornecimento por parte de nossos concorrentes ajudaram. a Sicad estava muito bem preparada para essa pandemia e nossos concorrentes não acreditavam no que estava por vir”, afirma Castro.

conseguimos abrir novos clientes, que não tínhamos oportunidade ou abertura para fornecimento e que nos deram essa possibilidade

AumentOs de custOs

Custo da indústria de embalagens aumentou na pandemia, com alta dos preços de insumos e matérias-primas. “Existia uma incerteza muito grande no começo da pandemia. todo mundo e o próprio varejo reduziram os estoques. Quando houve a retomada, tinha um consumo represado muito grande, e isso gerou uma corrida enorme e falta de insumos. Não só aço, mas também tintas, vernizes, caixas de papelão, arame, enfim todos os insumos utilizados na cadeia e a indústria não conseguiu suprir isso num curto prazo”, conta o presidente da Brasilata. os preços subiram e houve escassez durante algum tempo. “o período de junho a setembro foi o mais crítico, depois foi pontual. isso gerou um desconforto e uma demanda maior que a oferta. indústrias de base como a CSN não está estruturada para aumentar a demanda tão abruptamente entre 20% e 30%”, afirma. os preços na cadeia do aço estão elevados e continuam subindo. “Este ano, de janeiro para cá, nós já tivemos três aumentos no preço do aço, que já soma 35%. É um custo que a gente não consegue absorver, lamentavelmente tivemos que repassar para

Foto: Divulgação

tiago Forte, presidente da brasilata

Vimos uma expansão das vendas de embalagens de 900 ml e 3,5 litros. Hoje, as vendas se estabilizaram, mas num patamar bastante alto

o cliente, porque no nosso caso, o aço representa 70% do custo da embalagem”, lamenta Forte. Na cadeia de embalagens flexíveis, o custo da matéria-prima aumentou 70% durante o ano de 2020. “o dólar chegou a r$ 5,90 rapidamente. toda matéria-prima que a gente utiliza é dolarizada. Não podemos bancar um aumento de custo desta proporção sem repassar aos clientes. É questão de sobrevivência”, argumenta osvaldo Coltri, presidente da Vitopel. “a gente tem uma responsabilidade grande que é atender o end user através dos convertedores. tem end user como Nestlé, Pepsico e Mondelez que especificam o filme de BoPP da Vitopel. Para isso, trabalhamos com médias históricas de consumo para atender clientes fidelizados”, enfatiza aldo Mortara, diretor comercial da Vitopel.

Edson rossi, presidente da Vidroporto

Foto: Divulgação

Faltou resina no mercado. “Uma coisa interessante que a gente não se dá conta é que a resina utilizada na produção de filme para embalagens de batata frita é a mesma que faz a máscara de tNt. tem uma diferença de grade, mas é PP. o material é utilizado no jaleco do médico e dentro do ambiente hospitalar. É óbvio que a indústria mundial não estava preparada para uma explosão de consumo desse tipo”, revela Coltri. Ele continua: “até porque grande parte do material hospitalar é produzida na China. o país tinha capacidade de produzir, mas fechou as porteiras. Quem tinha estoque foi consumindo. o fato é que as matérias-primas a preços internacionais estão se mantendo em alta”. a indústria de embalagens de vidro também sofreu com alta dos insumos, como plástico e palete de madeira, que aumentaram 70%. “E a nossa decisão foi de manter o preço. a gente sofreu muito em alguns insumos e tudo que é importado. Mas, em janeiro de 2021, aumentamos o preço. Existem alguns fatores que têm um peso importante e que não temos controle, como o gás natural, cujo preço está relacionado ao câmbio e a cotação do barril de petróleo”, informa Edson rossi, presidente da Vidroporto. “Este ano, o gás natural sofreu um aumento de 35% em uma unidade e 30% na outra planta fabril. Quando você considera que o gás representa mais de 20% de custo de produção, há um aumento integrado de 6% e você tem que suportar isso. Estamos buscando algumas alternativas como o gás natural liquefeito, algum outro tipo de insumo ou aumentar o uso de energia em detrimento do gás. Mas, são projetos que levam um tempo para implementar. o gás está entre os três maiores custos do setor”, acrescenta rossi. a pandemia também impactou nos custos de produção de rótulos autoadesivos. “os fornecedores de matérias-primas reajustaram os preços em uma média acima de 30% e muitas empresas atrasaram as entregas. Porém, no caso da Grif, o efeito não foi tão forte, uma vez que estrategicamente mantemos estoques para consumo de no mínimo 90 dias”, diz Francisco Paz, presidente da Grif rótulos. os custos aumentaram significativamente na cadeia de fitas adesivas. algumas matériasprimas, segundo Castro, aumentaram 150% no período de março 2020 a março 2021. “o câmbio também impactou bastante no custo do produto final. Nós tivemos que repassar os custos para os clientes, não em sua totalidade, senão lá na frente, a conta não fecha. Em 2020, tivemos quatro aumentos. Este ano, dois reajustes, o último foi em março, agora acredito que daqui para frente, não tenha mais aumento de preço”.

O consumo de cervejas saiu das garrafas retornáveis nos bares e restaurantes para migrar para garrafas one way de 300 ml e 350 ml

InVestImentOs

a pandemia não frustrou os planos de investimentos da indústria de embalagens. a Brasilata realizou o maior investimento de sua história em 2020, segundo o presidente da companhia. “Quando o mercado deu uma parada, nós

mudamos a principal planta da empresa, na Barra Funda (SP), para Jundiaí, interior do Estado, e mudamos para uma fábrica nova localizada a 12 km da CSN no rio de Janeiro. Este projeto demandaria entre 6 e 8 meses e fizemos na metade do tempo”. a Brasilata acelerou a mudança na pandemia, aproveitando o mercado fraco. “Conseguimos mudar e nos estruturamos para atender o mercado interno e externo. Hoje estamos muito mais preparados do que há um ano. Crescemos no primeiro trimestre de 2021 e, parte disso, eu acredito que é participação de mercado em função de ter atendido bem os clientes”, afirma Forte. o mercado de aerossol foi muito bem no ano passado, com crescimento de 10% e vendas de 170 milhões de unidades. as exportações que sempre responderam em torno de 5% das vendas da Brasilata registram aumento de 15% no primeiro trimestre deste ano. Parte deste resultado é atribuído à exportação de latas de aerossol para países da américa do Sul, mas principalmente para argentina e Paraguai. a linha de produção de aerossol está operando com capacidade plena e, no segundo semestre de 2021, a empresa vai implantar uma segunda linha, ampliando a capacidade para 230 milhões de latas de aerossol. o início da operação está previsto para agosto. “Estamos vislumbrando o crescimento deste mercado e atender clientes fora do Brasil, principalmente na argentina. Enxergamos oportunidade de aplicação em cosméticos que ainda é dominado pela embalagem de alumínio. Na Europa e nos Estados Unidos, alguma coisa já migrou para o aço e acredito que vai chegar ao Brasil. temos um plano de entrada no segmento de personal care. Parte deste investimento tem a ver com isso”, revela o presidente da Brasilata. Na planta de Jundiaí, a Brasilata investiu para entrar, este ano, no mercado de latas para o segmento de nutrição infantil. instalou uma sala limpa para evitar contaminação dos alimentos. “o maior cliente é a danone (baby food). É um mercado que a gente quis investir porque o setor de tintas e aerossol têm vendas muito sazonais”, revela Forte. a Vitopel investiu em diversas frentes. a empresa adquiriu uma nova máquina de corte do filme da embalagem final para exportação e ampliou a capacidade de produção que atualmente é de 75 mil toneladas por ano. “internamente, nós investimos no time de engenharia, com especialistas em processo para ganhar velocidade com segurança nas fábricas”, diz osvaldo Coltri, presidente da Vitopel. Um fator adicional é a questão da sustentabilidade. “Hoje, as empresas estão buscando harmonização das embalagens em termos de substratos. Estamos tendo uma demanda contínua de soluções de embalagens que eliminem laminados

multi-materiais. o fato de o BoPP ser muito versátil, tem nos favorecido muito”, acrescenta aldo Mortara, diretor comercial da Vitopel. os projetos de sustentabilidade não sofreram nenhuma interrupção. a demanda pela redução de espessura do filme ou da estrutura (ao invés de laminar 2 ou 3 filmes diferentes) para facilitar a reciclagem foi acelerada. “a gente recebe semanalmente demanda para tratar esses pontos de estruturas complexas e ajudar a ter estruturas mais simples”, acrescenta Coltri. a fabricante de embalagens de vidro Vidroporto comprou a indústria Vidreira do Nordeste, localizada em Estância (SE), para atender a indústria cervejeira da região. “No final de 2020, concluímos o investimento na planta para aumentar em 70% a sua capacidade de produção. Esta fábrica atende de forma mais competitiva os clientes do Nordeste do que a planta de Porto Ferreira (SP)”, explica Edson rossi, presidente da Vidroporto. a Grif rótulos trabalha com reserva de produção estratégica, que tem por objetivo atender os seus clientes com prazos curtos de entrega. “de fato, só precisamos fortalecer algumas áreas de suporte e acabamento para atender ao aumento da demanda”, conta Francisco Paz, presidente da empresa. Em 2019, a empresa adquiriu dois novos equipamentos da dinamarquesa Nilpeter. “Estes novos equipamentos de última geração possuem capacidade de impressão de até 10 cores, com sistemas combinados com serigrafia, cold stamping, laminação, impressão e Braile e heptacromia. tudo isto para oferecer soluções diferenciadas ao mercado, fortalecendo também, nosso compromisso com a redução de desperdício, consumo de energia, produtividade, tudo isto dentro do nosso programa de sustentabilidade”, acrescenta Paz. “Graças aos investimentos efetuados em 2019 e ao longo de 2020, vemos que estamos mais bem preparados ainda para atender mercados onde antes não tínhamos tanta participação, como é o caso de higiene e limpeza, bebidas e alimentício”, completa o presidente da Grif rótulos. a Sicad investiu para melhorar o processo produtivo e aumentar a capacidade produtiva. a empresa adquiriu duas máquinas italianas de corte de fita, embalagem e paletização e filme stretch que chegaram em março de 2020, o que permitiu atender a demanda do mercado. “Este ano, está previsto mais investimentos, com a aquisição de novas máquinas italianas de embalagem e corte que chegam ao final de 2021. Estamos substituindo uma linha manual para termos uma produção 100% automatizada”, afirma Wagner Castro, gerente comercial da empresa.

Francisco paz, presidente da grif rótulos

Foto: Divulgação

A partir do segundo semestre de 2020, o volume de negócios aumentou substancialmente em alguns mercados como farmacêutico, alimentício, bebidas e limpeza

“todo ano, nós fazemos investimentos, desde 1998. o nosso crescimento de quatro anos para cá, com exceção de 2020, foi entre 30% a 35%. os investimentos fazem a diferença porque a empresa ganha em capacidade de corte e produtividade porque a fita adesiva é um produto commoditie. Se não investir na produtividade de corte dos equipamentos, aumenta o seu custo”, continua Castro.

exPectAtIVAs PArA 2021

Como estão as expectativas para a indústria de embalagens em 2021? Sabemos que 2020 foi um ano desafiador em diversos âmbitos por conta da pandemia do novo coronavírus, que ainda não acabou. No entanto, 2021 traz uma visão mais otimista da situação, ao menos por conta das vacinas. a Brasilata prevê um crescimento bem agressivo, em volume de 11% e 25% em faturamento. “Já conseguimos crescer no primeiro trimestre. o segundo semestre é um desafio, mas vamos conseguir atingir os resultados”, acredita tiago Forte, presidente da Brasilata. “Sou um otimista nato. industrial que não tem otimismo morre. Sou otimista com a empresa e com o Brasil e eu acho que vai ser um grande ano”. a expectativa da Vitopel é repetir o desempenho de 2020, o que segundo osvaldo Coltri, presidente da empresa, já é um bom resultado. “Mais do que isso, é um desafio. a repetição será um desafio até porque a ajuda social do Governo Federal à população não foi tão grande. E os custos na cadeia aumentaram significativamente. São fatores adversos”, argumenta. “Nós tiramos água de pedra. Conseguimos atender um volume maior no mercado externo e manter nossos clientes no mercado interno. Em 2021, nosso compromisso é com a cadeia interna. Se for menos demandante, vamos para o mercado externo”, afirma aldo Mortara, diretor comercial da Vitopel. a expectativa da Vidroporto para 2021 é muito próxima de 2020 em função da linha nova instalada no final do ano passado. “aumentamos a nossa capacidade de produção e o volume de vendas deve ser muito parecido”, acredita Edson rossi, presidente da empresa. os brasileiros são muito empreendedores. “Em 2020, a gente tinha que montar uma linha em Sergipe e a pandemia impediu os técnicos de vir ao Brasil. Criamos uma equipe em Porto Ferreira e fomos para Sergipe. Com a ajuda da web, nós conseguimos montar a máquina”, destaca rossi. Ele continua: “Nunca tínhamos feito isso. É um aprendizado para nunca mais esquecer. Encontramos barreiras o tempo todo e não podemos nos entregar. Eu acredito muito na capacidade do brasileiro. Por isso, sou muito otimista. E apesar de toda dificuldade, vamos superar. Vamos ter um ano razoável. a consciência do empresariado está melhor do que no passado. Eu acho que essa visão mais ampla é muito positiva”. Crescer, crescer e crescer é a perspectiva da Grif rótulos para 2021. “ todo o investimento realizado somado ao fortalecimento da estrutura devem resultar em uma maior presença no mercado e capacidade para conquistar novos negócios e clientes com inovação e tecnologia de ponta”, afirma Francisco Paz, presidente da empresa. Ele continua: “No nosso caso e graças aos investimentos efetuados em 2019 e ao longo de 2020, vemos que estamos mais bem preparados ainda para atender mercados onde antes não tínhamos tanta participação, como higiene e limpeza, bebidas e alimentício”. o cenário também é positivo para a Sicad. Sem revelar números, a empresa espera um crescimento de 13% em volume e de 15% em faturamento. “a continuidade da pandemia não amenizou o cenário de crise, mas o mais importante é que estamos trabalhando dentro dos nossos objetivos e de vendas elaborados para este primeiro semestre”, diz Wagner Castro, gerente comercial do segmento de embalagens da Sicad.

Mudança fortAlece víNculo emocioNAl coM consuMidores

Osito, o mascote das marcas Pullman e Plusvita, que está presente na memória afetiva dos consumidores, ganha destaque nas embalagens

Foto: Divulgação D iante de prateleiras repletas de iguais o que atrai a atenção dos consumidores é o design da embalagem. o belo influencia na tomada de decisão de compra, por isso tantas marcas investem sempre na roupagem do seu produto. Pullman e Plusvita ganharam nova identidade visual assinada pela dentsumcgarrybowen que começou a ser desenhada em abril de 2020. a mudança teve como objetivo gerar maior conexão emocional com seus consumidores e diferenciação nos pontos de venda espalhados por todas as regiões do

País. a nova roupagem está presente em toda a linha de panificados e bolos familiares das marcas, com destaque para os pães, que terão maior exposição dos produtos em seus pacotes.

“as novas embalagens trazem as cores das marcas mais presentes, o osito com mais expressão como se estivesse se comunicando com o consumidor e a toalha já usada pelas marcas agora está mais presente.

Estes elementos juntos fortalecem as marcas e intensificam a associação de Pullman - sinônimo de categoria e conhecida pela sua tradição - e Plusvita com seu mascote. o ursinho das marcas, com ternura e alegria, apresenta o frescor de seus produtos nas

embalagens, representando os “padeiros” da Bimbo - responsáveis por garantir a qualidade do pão em todo mundo, ressaltando a companhia como a empresa que mais entende de panificação”, comenta alejandro Lacorte, diretor de marketing e inovação da Bimbo Brasil. Para Filipe Cuvero, VP de Criação da agência dentsumcgarrybowen, “o design de uma embalagem é a última chance de prender a atenção e criar o desejo do consumidor. E com esse redesenho conseguimos fazer isso simplificando os principais assets da marca, desde a fofura do mascote e dos pães, até a personalidade da marca, de uma forma clean e direta.” a expectativa, segundo Lacorte, é gerar diferenciação nas gôndolas, ou seja, que os consumidores reconheçam mais facilmente cada marca nos pontos de venda e identifiquem os produtos por meio de suas respectivas cores e características, por exemplo, o amarelo de Plusvita e o azul de Pullman, assim como suas toalhinhas xadrez. “além disso, o objetivo é aumentar a conexão com a marca por meio do mascote, o osito, que passa a falar diretamente com os consumidores”. Pesquisa em são Paulo e Rio de JaneiRo

Para definir a embalagem preferida do consumidor, a marca realizou uma pesquisa com 867 participantes, sendo 432 em São Paulo e 435 no rio de Janeiro. as entrevistas foram feitas com mulheres das classes aBC1, de 25 a 50 anos, compradoras e consumidoras de Pão Branco e/ ou integral, das marcas Pulman/ PlusVita e concorrência. Foram identificadas formas distintas de compras nas duas cidades, que impactaram diretamente na escolha das embalagens para cada marca. “Entre tantas informações, a pesquisa destacou que o desenho e as cores são os principais atributos que corroboram para identificação de marca. Com o destaque maior para o osito, em ambas as praças, as principais ideias transmitidas pelo Urso são de produto fresco, e sensações de ternura, alegria”, informa o diretor de marketing e inovação da Bimbo Brasil. Ele continua: “Já considerando as diferenças de praças, nossas novas embalagens, em São Paulo, passam a ideia de um produto saboroso e de qualidade, “dá vontade de comprar”. Já no rio de Janeiro, ela é percebida como inovadora, atrativa e diferente do que se vê no mercado”.

laTas que encanTam Todas as idades

Foto: FuturePack

assunta napoLitano caMiLo* S empre encontramos muitas latas de aço decorativas que surpreendem e encantam a todos, desde as tradicionais e famosas latas dos biscoitos dinamarqueses. Quem se lembra das grandes latas quadradas de biscoitos da Campineira que eram vendidos nas feiras livres e antigos empórios? Fazem parte da memória afetiva de muitos consumidores até hoje. além de serem objetos de desejo de tantos outros. recentemente, visitando o ponto de venda, achei uma embalagem de aço incrível e inovadora. trata-se de uma lata de três partes com movimento giratório independente, que a Santa Edwiges chamou de lata quebra-cabeça. ao girar as três peças, o pequeno consumidor monta os personagens da Liga da Justiça. as latas tiveram inicialmente edições especiais no Natal, porém o sucesso indica que devem se manter nas gôndolas por muito tempo. as crianças ficam encantadas com a brincadeira. a marca oferece as versões da Mulher Maravilha com a Mulher Gato e do Batman com o Super-Homem. Para os maiores, a Santa Edwiges lançou latas decorativas, com inclusão de “adereços”, que imitam pedras para sofisticar embalagens de biscoitos, que rapidamente se tornaram opções para presentear os melhores amigos. a marca também lançou latas com laços de fitas, que são incorporados nas tampas, criando um efeito especial muito bonito. a decoração dispensa até mesmo uma sobreembalagem de presente. depoimentos de quem presenteou e quem foi presenteado confirmam que a agradável e bela surpresa encanta os adultos de qualquer idade ou classe social. Embalagem inovadora sempre surpreende os consumidores e elevam o reconhecimento da marca que as utilizam. Embalagem melhor, Mundo melhor. Sempre!

Se quiser mais informações e fotos dos produtos, é possível obtê-las no site: www.clubedaembalagem.com.br

*Assunta Napolitano Camilo: Diretora da FuturePack – Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens – Ensino & Pesquisa. Articulista, professora e palestrante internacional de embalagens. Recebeu diversos prêmios, entre eles o de Profissional do Ano e o de Melhor Embalagem do Ano. Coordenadora dos livros: Embalagens Flexíveis; Embalagens de Papelcartão; Guia de embalagens para produtos orgânicos; Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas & Sustentabilidade, entre outros. Diretora do Kit de Referências de Embalagens e da coleção Better Packaging. Better World.

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