Equipe Amanda Sanromã Diretora de Redação
Maria Clara Oliveira Repórter
André Medeiros Editor e Repórter
George Magalhães Repórter
Pedro Tarcízio Diagramador, Diretor de Arte e Serial Killer
Walquíria Reis Repórter
Débora Nogueira Diagramadora, Diretora de Arte e Garota dos Programas
Vinicius Lima Redator e Repórter
Amanda Manzi Diagramadora e Diretora de Arte
Vinicius Remer Repórter e Pixel
Marcelo Takeda Diretor de Arte e Repórter
Akemi Akaoka Repórter e Cyborg
Isabela Japiassu Atendimento
Dannyllo Silveira Repórter
Layane Ferreira Divulgação e Pesquisa
Danielle Katrine Repórter
Vicente Ramos Redator e Repórter
Gusthavo Coelho Redator e Pegador de Gente
Apoio Editorial: André Medeiros. Divulgação: Amanda Sanromã, Danielle Katrine, Dannyllo Silveira, Déborah Andrade, Layane Ferreira, Leylane Marine, Luís Fernando Carvalho, Priscila Lima e Vicente Ramos. Apoio: Luiz Carlos Iasbeck.,Gusthavo Coelho, Isabela Japiassu, Leylane Marine, Rafael Mélo, Vicente Ramos e André Almeida. Revisão: Amanda Sanromã.
EDITORIAL
Ano novo, uhul! Passa rápido, daqui a pouco 2012 já está aí. E o que isso tem a ver? Ora, a Placenta também já está aí, com a simples diferença de que ela não veio acabar com o mundo - pelo menos não agora que a revista saiu. Na verdade, ela veio te mostrar o mundo, esse mundo doido cada vez mais insano e tecnológico (e nós publicitários somos loucos por ele, literalmente), onde você se sente a mosca da bosta do cavalo do bandido se não checar seus emails uma vez por dia ou se não souber quem é o tal do Hadilson Mytiopha (para saber, acesse http://tinyurl.com/hadilson). E o que isso tem a ver com Publicidade? Sabe o que é? A publicidade tá no meio disso. Não só no meio, mas de um lado, do outro, em cima, embaixo, em todos os cantos. Por isso, está no ar, ou melhor, na tela do seu computador, celular, Iphone, Ipad ou o raio que for, a 7ª edição da Revista Placenta, com o tema: Publicidade Digital. Lá embaixo, bem embaixo mesmo, você, caro e-leitor, vai saber como funciona uma campanha eleitoral digital em época de eleição e descobrir como você cai na rede, literalmente. Lá em cima, André Kassu, ganhador do Grand Prix em Cannes 2010, conta como foi fazer a campanha premiada e como se pode trabalhar o concreto no mundo digital. Ainda lá em cima, André Matarazzo, SócioDiretor da Gringo.nu conta um pouco de sua história
e como é trabalhar com o digital. Ali no canto mais próximo, você vai ver como o mundo digital, com as redes sociais e as novas tecnologias, revolucionou o cotidiano do consumidor e e-consumidor. Lá na parte de cima, Sávio Zambrotti explica as mudanças que aconteceram na, agora, Settegraal 2.0 e participa da estreia da nova seção “Abrindo o berreiro”, em que tira uma dúvida da estudante Isabela Cristina Soares. Do ladinho e cheia de charme, é a vez de Camila Pinheiro, a Menina Palito, no “Olha quem está falando agora.” Aqui do outro lado, você vai saber um pouco mais sobre a mudança (literalmente) da Matriz Comunicação, agência que produz essa revista que você está lendo agora - continue lendo, hein. Ali na diagonal, profissionais de Planejamento Estratégico Digital e Inteligência de Mercado falam sobre as áreas e como é pensar para o meio digital. No meio de tudo, está a nossa grande equipe jornalística da revista, composta atualmente mais por publicitários do que por jornalistas na verdade. Modéstia à parte (se é que temos alguma), essa edição tá o máximo. Então para de navegar na internet e vem navegar aqui na Placenta.
Bjumeliga.
Sala de Parto
Primeira Palavra
Interrompemos a sua navegação para o horário eleitoral gratuito. página 7
Oi, posso ajudar?
O Eleitor na rede. página 10
página 17
k-262.
Ultrassonografia
página 37
Olha quem está falando agora
Camila Pinheiro, Menina Palito. página 34 Conta uma história?
Entenda do que a música é feita.
página 42
Abrindo o berreiro
Portfólio: impresso ou online? página 69
Você é o que você come posta.
Sala de Parto
página 67
Conta uma história?
Querido diário. Querido Blog. página 59
Trabalho de Gente Grande
Você é feito de música.página 41 O concreto no mundo digital.página 50 Pai Exemplo
André Matarazzo. página 24
Sala de Parto
Facebook: a publicidade já invadiu esse espaço.página 22 “Vai chegar um dia onde faremos compras em casa.” Opa, esse dia chegou! página 15
Publicidade na TV Digital Interativa: estamos no controle. página 28 Sala de Parto
André Kassu
Inteligência de Mercado x Planejamento Estratégica Digital página 63
Sala de Parto
Sala de Parto
Pai Exemplo
Sala de Parto
Settegraal 2.0.página 53
As classes sociais na Internet: diga-me o que acessas que te direi quem és. página 20 Conta uma história?
Cala Boca, Galvão: Nem o #CalaBoca da sua mãe faz tanto efeito. página 31
Seção E special
Propaganda Eleitoral na Internet Pois é, caros e-leitores. Até os políticos se renderam ao meio digital. Já invadiram a rede, principalmente as redes sociais, onde a interatividade entre candidato e eleitor é garantida. Nesta seção, você vai saber muito mais sobre a relação entre a propaganda e a política. Ahh, e quando o candidato vencer e tomar posse, não se esqueça de cobrar as promessas feitas durante a campanha. Só não sei se 140 caracteres vai ser o suficiente.
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Seção E special
Interrompemos a sua navegação para o horário eleitoral gratuito. Por Maria Clara Oliveira
Durante anos, a propaganda política foi feita unicamente na televisão e no rádio, além dos panfletos popularmente conhecidos como “santinhos”. Com a popularização da internet, porém, se tornou cada vez mais comum encontrarmos candidatos ao governo
Grande parte dos telespectadores considera o horário eleitoral gratuito algo extremamente tedioso.
divulgando suas campanhas no mundo virtual. Por ser um meio de comunicação capaz de atingir um grande público, a internet passou a ser 7
um dos melhores recursos de comunicação entre um candidato e seus eleitores. Embora muitas pessoas ainda não possuam um computador próprio, a maior parte da população tem acesso à rede em lanhouses, fazendo com que a campanha de cada político possa atingir uma quantidade maior de pessoas. Graças a essa facilidade de acesso, cada vez mais candidatos expandem os limites de atuação de suas campanhas. Entre as principais vantagens do uso do meio digital para as campanhas eleitorais, estão a idade média do público-alvo e a opinião que os eleitores tem do horário político transmitido pela televisão. Muitas pessoas de mais idade já criaram uma intimidade com os constantes avanços tecnológicos que ocorrem na internet, mas a rede ainda é ocupada predominantemente
por jovens que, em grande parte das vezes, ainda estão indecisos quanto ao candidato que escolherão para ocupar o posto de Presidente, Governador ou um dos outros cargos. Como esses jovens passam boa parte de seu tempo livre mexendo no computador, políticos associam os tradicionais métodos de campanha (como
No meio virtual, entretanto, a interatividade é garantida. a panfletagem e a realização de comícios) à presença em blogs e redes sociais. Comparada à televisão, a internet
se mostra como uma maneira de atualizar o modo de divulgar as propostas políticas e aumentar o tempo reservado para essa divulgação: grande parte dos telespectadores considera o horário eleitoral gratuito algo extremamente tedioso, e não são poucos os que se refugiam na programação da TV a cabo quando o primeiro candidato começa a falar. Em seus blogs e sites, os aspirantes ao governo abordam o eleitor de forma mais dinâmica, além de não precisarem se preocupar com o limite de tempo para essa abordagem. Além disso, a televisão é um meio de comunicação que trabalha em uma única direção, já que os telespectadores não tem como responder imediatamente aos candidatos o que pensam sobre suas propostas de governo (até porque os programas políticos são gravados). No m e i o virtual,
entretanto, a interatividade é garantida, pois a atuação dos candidatos em redes sociais e hotsites permite que haja um diálogo saudável entre eles e os eleitores que desejam conquistar. A campanha digital de Obama Nas eleições de 2010, a propaganda política na internet se tornou uma tendência absoluta. Todos os candidatos à Presidência da República estão presentes no meio virtual, tanto em websites e hotsites, quanto em várias redes sociais como Twitter, Facebook e Flickr. Além de divulgarem suas propostas, eles também recebem sugestões dos eleitores, que ajudam a campanha de seu candidato tanto com contribuições em dinheiro quanto
recebendo e divulgando materiais de campanha.
A ideia de usar o ambiente digital em campanhas, porém, não começou no Brasil. A eleição presidencial nos Estados Unidos, em 2008, mostrou como a internet pode ser influente para levar um candidato ao cargo pretendido – Barack Obama, atual presidente americano, fez uma ampla utilização do recurso virtual no site “My Barack Obama”, ideia do empresário Sérgio Saad, da agência Pollock8. Nele, os eleitores podiam se registrar e manter um contato contínuo com o candidato, além de encontrarem outras pessoas com os mesmos ideais políticos que os seus. O portal foi um sucesso, já que até as pessoas que não poderiam votar divulgaram o espaço, ampliando o alcance desse tipo de propaganda. Durante uma palestra na Universidade Católica de Brasília em setembro, Sérgio Saad afirmou que o êxito do site também se deve ao fato de que, na internet, não há segmentação do público, mas sim uma possibilidade de personalização. Mesmo após a vitória de Barack Obama, o site continua no ar, de modo que as pessoas cadastradas 8
tem a oportunidade de discutir pelo Presidente, ampliando as decisões tomadas a relação entre candidato e eleitor para além do período da propaganda política. Além do “My Barack Obama”, Nas eleições de a campanha do presidente 2010, a propaganda americano alcançou muitas política na internet pessoas com vídeos postados se tornou uma no Youtube, onde celebridades tendência absoluta. expressavam seu apoio ao candidato e, em outro vídeo, um dos discursos de Obama foi transformado em música.
Essa atualização na forma de fazer campanha política aproxima eleitores e candidatos, derrubando a ideia de que os políticos são extremamente distantes do povo quando não estão em comícios. Com o contato constante via internet, cada candidato tem a oportunidade de saber o que seus eleitores esperam caso ele chegue ao cargo que deseja, gerando um diálogo na tentativa de garantir o progresso do país.
e d a d i l a n o s r e p ª 5 1 a é . a r r r e t e t i S w é T s o o J n n e o d n Art u n m o t l i o d e t @W n e lu f n i s i a m
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Seção E special
O Eleitor na Rede L u i z Ca r l os I a s bec k Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP Professor do Mestrado em Comunicação da UCB
As chamadas “redes sociais” da Web movimentam i m p re s s i o n a n t e s f l u x o s comunicacionais. De um início tímido no início do século, dominam hoje a preferência de 81,9% dos brasileiros que utilizam internet e chegam à assombrosa cifra de 67,5 milhões de aficcionados! Esses dados são categóricos, mas não definitivos: segundo o Ibope/Nielsen, a cada mês, 400 mil brasileiros com mais de 16 anos estreiam na rede, fazendo com que o Brasil se destaque na corrida pela liderança mundial em número de conexões. Atualmente, está em 5º lugar.
Isso indica um movimento de inclusão ou inserção digital em franca expansão. Os brasileiros acessam a internet de casa (27,5 milhões), no trabalho (36,4 milhões) e isso acontece muitas vezes por semana: 10% acessam de quatro a seis vezes semanalmente, 21%, de duas a três vezes e 18% uma vez por semana, provavelmente nas tediosas tardes de domingo. Pe s q u i s a s indicam também que o brasileiro está gradativamente abandonando as redes de TV para “se fazer” nas redes da Web, embalado pela atração da interatividade, tão prometida e adiada e ainda negada pela TV digital. Nossa natureza solitária não aguenta esperar tanto! Prova disso é a ascensão (e assunção) da WEB como mídia eleitoral. No Brasil, essa tendência se delinou timidamente em meados de 2009, sucedendo
em expectativas positivas e – como sempre, com atraso – os auspiciosos resultados do ano eleitoral estadunidense (2008), quando o grande hit político foram as redes sociais da web. Barack Obama foi sufragado nas urnas, num sucesso que se deveu, em grande parte, às campanhas indiretas na rede. Naquela época,
O Brasil está hoje em 5º lugar na corrida pela liderança mundial em número de conexões. aqui na Américade-Baixo, os marqueteiros das campanhas eleitorais municipais sequer imaginavam que poderiam acionar a internet para obter 10
vantagens tão acachapantes. Acreditava-se que a internet era coisa de “filhinhos de papai”, seres urbanos abastados e sem interesse político. Tudo mudou em apenas dois anos. Hoje as campanhas vão buscar os eleitores nas redes. Verdadeiros arrastões virais de retuites, attachments,
Hoje as campanhas vão buscar os eleitores nas redes. emeesseenes, scraps e e-mails, prometem muito mais – em quantidade e qualidade – do que os famosos “enlarge your penis”, spans genitais que saturam nossas caixas postais. E o apelo direto se diversificou ganhando novos formatos, arrombando as modestas expectativas dos analistas políticos que sequer poderiam imaginar Marina Silva 11
com mais de 1% na preferência popular. E é ela quem mais tem se beneficiado das campanhas, ainda embrionárias, na rede. A candidata se surpreendeu com o planeta web e se rendeu ao Twitter. Hoje, seus fakesassessores tem de trabalhar dobrado - tanto quanto os de Dilma e Serra - para manterem acesos e operantes seus tweets. Sinais dos tempos: a antiga retórica barroca e hiperbólica dos Odoricos Paraguassus foi castrada pelos metonímicos 140 toques do Twitter, pelas mensagens subliminares e ideográficas dos emoticons, pelos não ditos dos scraps no Orkut ou Facebook e pela retórica diet dos e-mails, quase sempre grávidos de attachments. O discurso zipado das novas linguagens da comunicação digital deixa mais “a entender” do que consegue circunscrever. A insegurança provocada pelo inusitado das leituras circulares e periféricas tornou-se estratégica, uma faca surreal de vários gumes que mais ameaça que fere. E assim, tateando os limites indecisos que a tecnologia da informação democraticamente
disponibiliza, comunicadores oficiais começam a se dar conta dos prejuízos que a evolução tecnofágica está promovendo em seus territórios. Adeus gatekeepers: a agenda-setting mudou de dono! De uma mera hipótese, transformou-se numa cruel ditadura do blogtariado. O eleitor é testemunha de tudo isso: a TV tornou-se insuportável, o rádio continua insuperável e a internet surge como o lugar do improvável e do imponderável, espaço de convergência e pouca divergência. Quem sai na frente, quem aprende a navegar com habilidade e sensibilidade no oceano do mundo digital, com certeza vai saber onde colocar a rede. Isso porque o novo eleitor “plugado” não precisa mais de iscas: ele se move em cardumes... e cai fácil nas boas estratégicas da Internet.
E-commerce Não acredito que peguei fila durante todos esses anos. É a primeira coisa que você pensa quando conhece o E-commerce, o famoso Comércio Eletrônico. Mas essa é só uma das grandes mudanças trazidas por ele. Nesta seção, você vai descobrir como esse universo digital revolucionou o mercado de compra e venda e como você, o e-consumidor, atua nele. Boa leitura e, claro, boas compras.
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“Vai chegar o dia em que faremos compras em casa.”
Opa, esse dia chegou!
Po r A k e m i A k a o k a
A internet é responsável por revoluções no modo de viver da sociedade, tais como: o boom de site de relacionamentos, notícias que ganham o mundo em 140 caracteres, 15 minutos de fama internacional com apenas uma webcam, facilidade de divulgar o seu produto a custo zero, dentre muitas outras. Mas hoje falaremos sobre o e-consumidor. Quem antes poderia acreditar que um simples “clique” poderia efetuar a compra do seu microondas e que esse chegaria em sua casa sem o menor trabalho de visitar exaustivamente várias lojas em busca do melhor custo-benefício e depois que essa procura épica acabasse, começaria outra, a da 15
entrega? Ufa! Não vou nem citar de fazer pesquisa do que num detalhes como má vontade do mundo onde as atualizações vendedor, lojas cheias, filas dos são imediatas e frequentes? Em entrevista com Marcelo caixas enormes, maquineta de cartão fora do ar, estacionamento Godói, Sócio da Agência de lotado e longe, ar condicionado Publicidade e Propaganda G3, ele expôs sua opinião quebrado ou inexistente, etc, para não delongar esse parágrafo. Então, que a verdade seja dita, a invenção do Aproximadamente site de compras com certeza foi brilhante. 2,6 milhões de Mesmo que existam pessoas já fizeram pessoas que não comprem pela internet pelo menos uma por conta do receio de compra online. fraude, elas não deixam de pesquisar os preços e as novidades que estão por aí. E tem jeito melhor
quanto ao mercado virtual e quais são as particularidades desse consumidor em potencial. “Acho que o público que estamos trabalhando é da classe AB e com idades em torno de 18 a 35 anos. Eles normalmente não compram por impulso, há uma procura de preços aprofundada antes da efetivação da compra. Não tenho dados para afirmar que é um consumidor que gasta mais e que honra com suas dívidas, mas penso
60% da parcela dos e-consumidores são do sexo masculino. que é um público consumidor que já é grande e que crescerá cada dia mais e mais”, diz Marcelo. Palavras de quem está no mercado, mas o que se sabe desse consumidor que está em crescimento meteórico? Pesquisas no ramo afirmam que aproximadamente 2,6 milhões de pessoas já fizeram 5
pelo menos uma compra online. Apesar do número parecer grande, é pouco se consideramos que já existem cerca de 20 milhões de internautas no Brasil. Sabe-se que a renda média familiar do e-consumidor é de R$3.900,00 e que 60% da parcela dos e-consumidores são do sexo masculino, 40% o público feminino, 57% são graduados e 21% possuem pósgraduação em alguma área. Dados esses adquiridos por meio de uma pesquisa de opinião em que os consumidores são convidados a responder após uma compra efetiva em algum site conveniado a uma das empresas que prestam o serviço de pesquisa de satisfação, em que o pesquisado tem toda a credibilidade e integridade d o s d a d o s p re s e r v a d o s . Com essa pesquisa, identificamos inúmeras diferenças entre o consumidor comum e o e-consumidor. Além do número, percebemos que se trata de um público mais informado e com um senso crítico apurado, tornandose assim um consumidor mais exigente no momento
da compra, o que para nós publicitários muda muita coisa. Com o surgimento desse consumidor em questão, toda forma de divulgar um
Trata-se de um público mais informado e com um senso crítico apurado. produto terá que se adequar e formular novas formas de abordagem nas chamadas mídias online, no mercado virtual. Vira a página e vamos falar mais sobre esse mercado virtual. .
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Foto: Marcelo Amaral
OI,POSSO AJUDAR? Entrevistado: Paulo Kendzerski Por Marcelo Takeda
Seu vendedor preferido nunca foi tão quadrado. Oi posso ajudar? Esse é um dos primeiros contatos que temos quando procuramos uma compra convencional, pelo menos era o que acontecia 17
quando se entrava nas lojas. Você deve estar se perguntando o que raios estou falando. Bom, falaremos um pouco sobre o chamado e-commerce. Muitos o definem como comércio digital, mas é muito mais que isso. Uma definição mais completa diz o seguinte: é o conjunto de transações comerciais d e p ro d u t o s o u s e r v i ç o s
transformou a Booknet no do meio tradicional, onde o Submarino, o maior varejista da trabalho se encerra quando internet brasileira. Em segundo, o anúncio é publicado, na o site Amélia, do Grupo Pão de internet o trabalho maior é Açúcar, como a empresa de varejo tradicional, a primeira a investir em Comércio “Na publicidade Eletrônico no Brasil. digital, o e-commerce é Segundo ele, o responsável pela maior comércio eletrônico está se popularizando. Em parte do investimento países como a Alemanha, na área.” existem empresas como Grupo Otto, em que mais de 50% do faturamento vem do comércio eletrônico. exatamente no momento em No Brasil, temos exemplos que a publicidade é inserida nos como Magazine Luiza e Lojas portais, mecanismos de busca Colombo, que chegam a 15% do (link patrocinado) e redes sociais. faturamento total do grupo. Isso O monitoramento constante e representa um faturamento em a possibilidade de mudança nas torno de 50% das lojas físicas. peças publicitárias em tempo real Livraria Saraiva passa de 35% são dois dos principais benefícios do faturamento vindo da web. que a publicidade online oferece. A tendência é que em Quem não souber explorar isso menos de três anos essas terá pouco retorno”, afirma Paulo. “Na internet o trabalho empresas cheguem a O meio digital atrai grandes algo em torno de 50% investimentos, na publicidade maior é exatamente do seu faturamento d i g i t a l o e - c o m m e r c e é no momento em vindo dos meios digitais. responsável pela maior parte Visto que a internet é um do investimento na área, estes que a publicidade é meio relativamente novo, são modelos de negócios com inserida.” requer um planejamento total mensuração. “Para cada maior. “Diferentemente R$1,00 investido, o gestor de
efetuados por meio da internet ou de outros meios digitais. O conceito de e-commerce é anterior à Web, em 1970 surgiram o EDI (Electronic Data Interchange) e o EFT (Electronic Funds Tansfer), que por meio de redes informatizadas privadas, constituíam formas de efetuar transações intraempresas e interempresas. De acordo com Paulo Kendzerski, Diretor de Marketing da WBI Brasil, temos duas empresa que foram pioneiras em e-commerce no país. A Netpoint, empresa do carioca Jack London, criou em 1995 a livraria virtual Booknet, depois de ter visitado no ano anterior a iniciante Amazon, nos Estados Unidos. Em junho de 1999, o executivo vendeu sua empresa para a GP Investimentos, que
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mídia online consegue saber quanto irá gerar de resultados, mesmo que a pessoa não clique no anúncio no momento da visualização”, diz Paulo. O universo digital, hoje, é responsável por uma gama de possibilidades. As interações sociais se tornaram um grande aliado no alavanque do marketing de vendas das empresas, descobriu-se que as redes sociais são uma
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grande ferramenta para isso. Segundo ele, as redes sociais estão mudando a forma como as empresas estão se comunicando com o mercado online. As que conseguirem entender esta mudança irão obter excelentes resultados. “Há diversos exemplos de empresas com uma forte atuação nas redes sociais e uma conversão nas vendas online entre as três principais fontes de geração de
vendas”, afirma Paulo Kendzerski. A tecnologia cada vez mais tende a tornar a vida de qualquer um mais fácil, traz comodidade, velocidade, praticidade. Com o advento de uma real TV digital, ou seja, interatividade, em momento real, com qualquer programa, a vida ficará mais fácil, porém somente para aqueles que poderão pagar por isso, visto que a popularização desse tipo de tecnologia é um processo lento.
vendem o ã n a d in a il s a r jo do B e r a v e d s e d e r maiores 0 8 s a d 0 4 e p i @plannerfel Evar). IB e t n o F 9 0 20 pela Internet ( Quanto . is ia c o s s ia íd o em m lh a b a r t o a t s nto cu a u Q c r e m m co 3pz8J / y .l w o / :/ p t t h @CursoDeE sociais s ia íd m m e o merce é m vale o trabalh o c e o : o conclu u e l a t a N o a o ali. o d u im t x á ó r T p . s o o d n a n a eg últimos s o n i v e @ a x c d n t Ch u q s ticidade a r p s e r io a m uma das
As classes sociais
na Internet
Diga-me o que acessas, que te direi quem és.
Todo mundo junto e misturado. Milhões de pessoas de lugares diferentes, com gostos diferentes, hábitos diferentes. E também perfis diferentes, literalmente. Então, como atingir o público-alvo na Internet? Quem é quem? Leia a matéria e descubra com quem você está falando ou até mesmo quem é você.
Por Maria Clara Oliveira
Ao ligar o computador, a primeira coisa que a maioria das pessoas fazem é acessar as mais variadas redes sociais. Justamente por isso, cada vez mais empresas utilizam essas plataformas digitais como uma ferramenta extra para se aproximar de seu público. Mas, se no ambiente real a sociedade se divide em classes sociais diferentes, surge o questionamento sobre essa separação de classes também na internet.t. De acordo com alguns especialistas, essa divisão existe, sim, no mundo virtual – e se expressa na escolha dos internautas pela rede social a ser mais acessada. Há uma tendência em que cada classe dá mais atenção a uma plataforma digital, delineando o perfil dos usuários. Segundo o Professor em Cursos de Ecommerce e Marketing Online Mauricio Salvador, essa situação pode ser visualizada quando se compara, por exemplo, o Orkut e o Facebook. Em seu artigo “A divisão socioeconômica nas redes sociais no Brasil”, disponível 20
digitalmente, Salvador afirma que as classes C e D utilizam mais o Orkut, enquanto o Facebook é mais popular entre as camadas mais altas da população. Existem várias opiniões sobre o porquê dessa diferença, mas uma delas é a de que o Orkut interessaria mais aos usuários das classes C e D que estão ingressando no ambiente virtual. A diferença entre os internautas que se dedicam a cada rede social também pode ser ilustrada no uso do Twitter e do Youtube: enquanto os usuários do microblog, em sua maioria, possuem maior nível de instrução e pertencem a classes mais elevadas, o site de compartilhamento de vídeos se apresenta como um espaço no qual qualquer pessoa pode mexer. Independentemente dos motivos que levam cada classe a escolher determinada rede social, a publicidade precisa desenvolver métodos para atingir seu público de maneira condizente com o perfil que ele apresenta, e isso inclui um planejamento diferenciado para cada plataforma digital a ser abordada. Em uma matéria no site da revista Exame, em 04 de outubro de 2010, o Vice-Presidente de Criação da Wunderman, Paulo Sanna, afirmou que é preciso mapear a “jornada digital do consumidor
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para definir quais canais serão trabalhados na internet” ainda antes da criação de campanhas. Mas como decidir a forma como cada tipo de usuário será alcançado pelas campanhas? É necessário que o planejamento leve em consideração as opções oferecidas por cada plataforma digital, fazendo uso das melhores para convencer o internauta a comprar determinado produto. Essas opções são diferentes em cada rede social – enquanto o Orkut e o Facebook oferecem jogos que ligam a marca a seu consumidor, o Twitter se mostra mais útil em promoções, e em fazer com que uma pessoa apresente o produto a seus próprios amigos, gerando uma espécie de rede que faça a divulgação. Mesmo com opções diferenciadas – talvez, até mesmo por causa dessa variedade – os resultados obtidos com campanhas em redes sociais tendem a ser satisfatórios, já que se aproximam dos consumidores e de seus hábitos no mundo virtual. As pessoas acessam a internet diariamente, o que aumenta as chances de que o produto seja visto. Além disso, a característica social dessas redes faz com que um usuário conheça o produto e fale dele para seus contatos e amigos, garantindo que cada vez mais pessoas sejam levadas à marca.
Facebook A Publicidade já invadiu esse espaço. Taí uma discussão que não quer calar: o que o Facebook pode oferecer para empresas brasileiras em oportunidades para campanhas integradas? Uma opção a mais ou o pilar para todas elas? Não sabemos ainda, mas podemos desvendar. Uma certeza temos, Marker Zuckerberg, criador do Facebook, não esperava tanto sucesso. Uma rede criada inicialmente para estudantes de Harvard e que hoje tem cerca de 500 milhões de usuários ativos não é uma ideia que você tem do dia pra noite. Fazendo logo um recorte e trazendo para nosso foco, o Facebook ainda encontra uma grande barreira sociocultural para esbanjar toda sua força no Brasil: o Orkut. Não vamos entrar em detalhes quanto a isso, afinal a maioria dos blogs referentes 5
E aí, curtiu? Pois é, o Facebook já virou ferramenta publicitária. Mas será mesmo que ela é bem explorada? Leia a matéria e descubra.
a mídias digitais já o fazem. Em uma palestra realizada na Universidade Católica de Brasília, Sérgio Saad, Sócio Presidente da Pollock 8 e Coordenador de Redes Sociais de Barak Obama na América Latina, durante sua campanha, contou que o próprio Zuckerberg visitou o país apenas para tentar entender o porquê de mais de 50% do Orkut ser constituído de brasileiros. Segundo Carol Caixeta, da Digital Group, esse fator cultural continuará sendo decisivo. Ela diz que a plataforma do Orkut é baseada na facilidade de operação, entendimento da ferramenta. Logo, no Facebook já está tudo pronto, criado sobre uma cultura americana, ou você se adapta ou se adapta. Resultado disso é uma predominância de quem já migrou pro Facebook
Por Dannyllo Silveira
ser de uma classe AB e os que ainda resistem no Orkut pertencerem às classes C, D ou E. Nossa segunda certeza é que essa plataforma ainda é mal explorada tanto pelas pessoas em geral, como por nós publicitários. Ultimamente, o Facebook possui formas, através de suas próprias aplicações, de mensurar números de usuários ativos na sua página, número de page views do seu perfil e o mais interessante, a quantidade de likes que sua ação ou mensagem recebeu. Espera, isso é justamente o que tentamos fazer o tempo todo, mensurar resultados de campanhas realizadas na internet de forma dinâmica. É exatamente onde quero chegar. O digital é moda? É tendência? É realidade, meu caro. Empresas buscam formas de colocar suas 22
marcas na internet, porque isso é cool, é onde o povo está. Errado não é, mas sem pensar pode ser equivocado. Particularmente, como planejador, sei o quanto é difícil traçar uma estratégia perfeita entre redes sociais, para que todas trabalhem em conjunto. O Facebook faz isso de graça. Interliga Twitter, Blog, Formspring, tudo com um login, uma senha, na distância de alguns clicks. Tudo postado é em conjunto mostrado no perfil do Face, aquela aplicação te permite uma brand experience sem sair da cadeira, o teste de uma ideia nova pode ser mensurado por meio dos likes. Que mundo louco é esse? É a plataforma mais publicitária existente hoje na internet. Tudo bem até agora, mas onde vão entrar as empresas brasileiras nisso? Digamos que gira tudo em torno de uma única palavra: OPORTUNIDADE. Lembro que o Frank, Diretor de Planejamento da Casanova Brasília (e que foi entrevistado para essa edição da Revista Placenta), um dia me contou que quando existe uma grande revolução, um movimento em 23
prol de algo, se você entra na frente de todos e balança a bandeira caminhando na frente daquele movimento, todos vão ver você como o líder, precursor e idealista daquela causa. Essa marcha já começou. Muitas empresas já abriram seus olhos para esse palanque vazio em praça pública e foram ali divulgar suas marcas. Enfim, o mundo é feito de protagonistas e coadjuvantes, fica a critério de cada um escolher logo seu lado. .
Se falarmos que ele é um dos maiores nomes da Publicidade Online no Brasil, Sócio-Diretor da Gringo, que atende clientes como Coca-Cola, Sony e IBM, acho que é uma boa chamada pra ler essa entrevista, né? Nosso querido repórter André Medeiros foi até São Paulo para entrevistá-lo. Leia a entrevista na íntegra.
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E: André, como surgiu esse interesse em explorar o mercado online? A.M.: Iniciou, na verdade, meio que por sorte. Em 97 fui fazer um estágio num provedor de acesso em Campinas, onde eu morava com meu pai. Era o comecinho da internet no Brasil, eu estagiava com um pessoal do webdesign. Foi um mundo onde eu aprendi rápido, muitas vezes já sabia mais
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do que as pessoas que me ensinavam. Acabei entrando em uma agência de publicidade digital no Brasil, depois de algum tempo fui para os EUA, Holanda, depois fiz uma carreira mais voltada para a parte digital mesmo, mesmo tendo caído de paraquedas no início. Quando voltei pro Brasil, em 2006, criei com a minha sócia Fernanda a “Gringo”, queria fazer mais e melhor do que já tinha no Brasil no que se dizia respeito ao digital. E: E de onde veio a inspiração para montar a Gringo? Passar um tempo fora do Brasil teve i n f l u ê n c i a n e s s a d e c i s ão ? A.M.: Boa pergunta. Quando comecei a Gringo, éramos uma produtora só. Produzíamos sites pra outras agências. Eu me inspirava muito numa agência que trabalhei na Suécia chamada “Farfar”, que infelizmente já fechou as portas, mas pra mim foi a agência mais criativa do mundo. Me inspirei muito no modelo de sucesso deles. Eles ficaram mais pro lado da produção e nós acabamos nos tornando uma agência no final das contas. Outra coisa que me inspirou muito foi o fato de viajar e trabalhar em vários lugares diferentes, como no Canadá por
três anos, Holanda e Suécia por um ano e meio, e no Japão onde passei só três meses. É muito legal perceber a diferença cultural entre esses países, e como a publicidade lida com isso. No Japão, por exemplo, é mais poético, não precisa de muitas explicações , enquanto no Canadá e nos EUA é tudo mais petrificado. Muitas coisas que trago hoje, e o diferencial da Gringo, vem muito de ter visto isso fora do Brasil. E: Como é trabalhar com a Coca-
Cola? Criar esse universo dentro do digital e movimentar em poucas horas milhões de brasileiros, ter vários acessos, ter uma resposta imediata em pouco tempo, já que na publicidade você vende uma ideia, mas sempre esperando meses para ver se ela irá dar certo. Como é isso? A.M .: Bem, são duas coisas. A Coca-Cola é muito desafiadora, pois é uma marca muito grande, gera grandes expectativas e tem objetivos altos, e tem a parte difícil, por exemplo, atingir 70% do Brasil, mesmo com muita mídia é muito complicado. Ao mesmo tempo, eles sempre estão querendo inovar, e tem uma frase deles bem legal: “Só a Coca-Cola pode fazer”. Esse é o grande lance, em que podemos fazer algo e dizer: “Só a Coca-Cola pode fazer”. Se for, acabamos produzindo. Isso é trabalhar com cliente grande, muitas cadeias de aprovação interna, em que às vezes acabam matando ideias boas, mas ao mesmo tempo tem muita gente criativa que pega ideias pequenas e transformam em algo gigantesco, e acabamos produzindo. Esses são os desafios bons e ruins de se trabalhar com uma marca tão grande como essa. De um lado, a resposta super rápida do mundo digital 26
é super gratificante. Eu particularmente, quando fico muito interessado, gosto de acompanhar de perto todo projeto que fazemos, que lançamos, ao menos nos primeiros dias. Canso de postar algo no Twitter da Gringo (@gringo_nu) e ver a repercussão que isso tomou, as pessoas respondendo, repassando, muito legal. Temos um pessoal especializado pra isso, Business Inteligence, que fazem relatórios e acompanham tudo isso. Na Coca-Cola não temos um acesso tão rápido a essas informações, mas imagino que deve ser imensa a repercussão em pouco tempo. E: Trabalhar com publicidade digital requer um planejamento maior? A.M.: Não necessariamente. Acho que planejamento de comunicação é um pouco de entender qual o momento da marca, onde estão as pessoas, quais são os objetivos, ter toda a informação sobre o que você irá fazer, quais mídias irá usar. Talvez seja tão complicado quanto. O mais difícil na produção digital é a produção. É você falar: “Vou fazer um filme de 30s”. Faz o roteiro, cliente aprova alguma coisa, debate uns dias, manda pra produtora, um bom diretor, faz inteiro e pronto. Agora fazer um site requer conteúdo e muito 27
conteúdo. Tem que debater o conteúdo, o design, a arquitetura de formação, tem que debater, debater, produz, produz, corrigir bugs, volta, tem teste. A produção digital é extremamente mais complicada e cansativa. Eu gosto muito mais, mas fazer digital bem feito é foda, muito difícil (risos).
Publicidade na Tv Digital Interativa
Estamos no controle. Quando vem os comerciais, a primeira coisa que você faz é ir ao banheiro ou fazer aquela boquinha enquanto o programa não começa? Você nunca dá bola pro apresentador do programa quando ele diz: “A gente volta já, não saia daí, hein?”. Bom, isso está prestes a mudar. Sabe por quê? Cosette Castro responde. Um hábito enraizado em quase toda a população brasileira vem sofrendo uma transformação. O modo convencional e passivo do qual estamos acostumados a assistir TV está sendo modificado, graças à Televisão Digital Interativa (TVDI), que permite uma qualidade de imagem e som impecáveis e promove a interação entre telespectador e programas (e até comerciais). Estima-se que o encerramento das transmissões analógicas de TV em todo o Brasil ocorra em junho de 2016. Daí vem a importância
Por Vinicius Lima
de estar por dentro do assunto e assim descobrir os limites, as vantagens e as formas de como poderá ser usada essa tecnologia em prol da publicidade em um futuro bem próximo. Considerando a interatividade como um dos diferenciais para a forma inovadora que a tecnologia apresenta é que o Brasil desenvolveu o Ginga, um middleware adotado pelo Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), “que permite a interatividade, mobilidade, portabilidade e interoperabilidade. Há vários níveis de interatividades usando o controle remoto na TV, desde uma mais simples, em que a pessoa pode receber informações sobre saúde, cidadania, ensino a distância, com informações já previamente delimitadas pelo campo da produção (empresas públicas ou privadas)”, diz Cosette Castro, Professora da Universidade Católica de Brasília e Coordenadora da 1ª Semana da TV Digital Interativa da UCB. Sobre os limites dessa inovação, Cosette explica: “Ela não usa internet nesse nível (de 28
interação). Depois há vários níveis intermediários até chegar à interatividade total. É difícil dizer até onde a interatividade pode chegar, porque é um processo tecnológico em desenvolvimento no mundo. O mais importante é que em países como o Brasil os conteúdos digitais interativos cheguem de forma gratuita à população - com exceção da publicidade ou serviços pagos”. Em países onde o sistema está mais adiantado é possível imaginar como funcionará esse mecanismo em nosso país. É o caso do comercial de lançamento do carro Nissan Qashqai, na Holanda. A propaganda de 45s segue até a opção de ativar a interatividade. Tendo ativado, somos levados para uma tela onde podemos conferir informações mais detalhadas do carro. Enquanto isso, a programação normal segue minimizada no canto superior direito da tela. Assim, podemos ver quando o horário comercial termina e continuamos assistindo a programação, ao mesmo tempo em que mexemos na aplicação do produto. Mas a publicidade deve ir muito mais além do que é mostrado nesse exemplo acima. “Na TDV Interativa, o público
pode acessar os produtos que lhe interessar no meio de um documentário, filme, série ou telenovela. Roupas, bijuterias, móveis e materiais de decoração poderiam ser acessados pelo público, que saberá onde podem encontrá-los. Uma propaganda de supermercado pode ser acessada e o público comprar os produtos que lhe interessam de uma promoção, e entre outros”, diz Cosette. Assim, não esquecendo que a TV é o meio de maior impacto em todas as classes, torna-se cada vez mais necessário o ato de pensar em maneiras diferentes e criativas de atingir o público-alvo com este advento. Mesmo a publicidade tradicional existindo, é essencial que haja a produção de conteúdo para uma propaganda ou ação de merchandising, com a finalidade de criar um diferencial para os anunciantes. Desta forma, tornase mais fácil para o telespectador ativo efetuar a compra do produto e/ou estabelecer uma empatia com as marcas que fizerem uso da tecnologia. .
e quando usar e dad tivi cria a r liza uti o and qu er Sab ing nn Pla @D igi tal do por todos, sca bu ser ve de e qu nto me eci nh co um é ão raz ra a mais pu pessoas e empresas. 29
“Um segundo para twittar, um segundo para salvar uma vida”. Se você sabe o que isso significa, é porque viveu o suficiente para ter visto um dos maiores fenômenos que surgiu na internet nos últimos meses. Considerado por muitos como a maior piada interna do mundo, o #CalaBocaGalvão chegou para ficar. Basta ver o Brasil se revoltar com alguma celebridade e lá estará nas hashtags do Twitter: Cala Boca Fulano. E assim segue até que se esgote o uso dessa antiga, porém muita usada expressão. Há alguns fatores deste fenômeno que
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podem ser explorados, vistos de uma ótica publicitária, comunicativa, etc. O primeiro deles é a disseminação bem sucedida da mensagem, caracterizando o movimento como um verdadeiro viral. Abusando do uso da expressão popular, cada um se sentiu dono dela, tendo até realmente dito a expressão em algum momento de sua vida. O Twitter apenas deu a essas pessoas a chance de soltar da garganta o que estava há anos lá entalado. Deu certo, sobretudo, porque todos os envolvidos se identificaram com a mensagem. Mas isso não era o bastante. Como uma resposta ao que os gringos perguntavam, sobre o que se tratava esse movimento, era preciso ser feito algo de impacto, criativo e aparentemente espontâneo. Foi aí que a equipe do @NerdsKamikaze agiu rápido e criou uma campanha fictícia para o salvamento da ave
SILENTIUM GALVANUS. Os brasileiros curtiram ainda mais a ideia e, se tratando de pregar uma peça nos gringos, cuidaram de propagar ainda mais a campanha. O resultado da piada interna foi a geração de uma mídia espontânea absurda. Até em jornais internacionais de prestígio, como o The New York Times, dedicaram uma matéria em seu portal online. Fora isso,
sa gerar s o p a c o #CalaB m u e u ode até q p r l a a s it n ig e d p o É difícil o mund n s matéria a a M . ia o e ã L ç . a l is naciona muita fa r e t o que in u s e a d ir e a r r c a o romper b omo esse #CalaB ac e descubr falar. s Lima iu ic in V r o P
diversos programas brasileiros humorísticos passaram o vídeo à exaustão para milhares de telespectadores, fazendo com que a mensagem chegasse até o principal alvo da brincadeira, Galvão Bueno – aquele nosso querido narrador. Portanto, é preciso pensar melhor antes de querer viralizar uma campanha nas redes sociais. É vital saber se o que se deseja anunciar irá se tornar domínio público, ou seja, se a campanha tem potencial para ser difundida e disseminada pelas massas e, sobretudo, certa dose de coragem e liberdade para deixar as pessoas brincarem com a marca, para assim criarem um valor positivo ao seu redor. Se há algo que o Cala Boca Galvão ensinou é que boas ideias podem vingar, tanto na internet quanto nas mídias tradicionais – mesmo que ela seja uma piada.
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á t s e m e u q a h l O : a r o g a o d falan
e m o lh a u Q . m ta n e s re p q u e a s re o lg a m te u o e notar a m d e a n fi ix e e d d to o u ã a n , e s to li que Menina Pa a rc a m a E x is te m m a rc a s e c e neca e a h o n b o c a u a o v a h te n s e e s v e e d iro n ç a , C a m il a a ri c o d n para Camila Pinhe a u Q beu que a . e ra rc o e d p a , s ri c o c x u o o p ã ç s a c ri tificação. Ao n e id r o p id e n ti fi c a ç ã o fi e l te n e a um fusca b m s lo g le n p e im e s u , q to a li ri a P tó a om uma his C . o h n o chamava de Menin s m u a, hoje com r il a z m li a a C re , a o ã a -l m á à d s ju a a a e produzid s a d a n io menininha poderi c c fe n o ompanhada c c a s , a a p c u li ro tó a e C a e m d s a e m na Universid e d a id c estilizado por ela rnada. li b jo u a P u s e e d d e o tr c s u e o m p e o 8° s e conta um r e u q e u q o e 23 anos, cursando b a s namorado, e io c ó s galhães a l, ra M a e m rg A o e s u G e r o th P a M de
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Camila
Uma “Menina Palito”pode
Como é a história da Menina Palito? Eu desenho a boneca desde pequena e colocava esse nome por me identificar com ela. O nome chamava atenção, e assim nasceu a Menina Palito. No início, eu produzia pra mim mesma e amigas e colocava pra vender na porta da minha igreja, com um fusca que meu pai me deu. Eu enfeitei o fusca e saí por aí vendendo e fazendo entregas. Não era vergonha, mas sim um estilo. Eu vendia tudo na porta da igreja e na volta pra casa torcia pra ele não quebrar, como já aconteceu muitas vezes.
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Como era sua produção no começo e como é agora? Hoje eu terceirizo. Penso, desenho a coleção, estilizo e mando reproduzir. Mas no início era eu que fazia uma por uma, à mão, pintava e bordava. E o Matheus sempre me ajuda com a administração e venda. Já dá pra viver com a marca? Hoje, nosso pensamento é investir na marca Menina Palito.Tudo que nós temos no bolso ou que sobra, nós investimos na Menina Palito. Todas as pessoas que hoje tem uma grande marca e fazem sucesso já se privaram de muitas coisas e com a gente não é diferente. Procuro sempre agregar valor à marca. São pequenos detalhes que fazem toda
a diferença. Ofereço um produto com qualidade em tecido e acabamento e com um preço justo e acessível ao meu público-alvo. Qual o estilo Menina Palito e o qual seu diferencial? O estilo Menina Palito é atitude. A Menina Palito n ã o é s ó ro u p a , m a s sim conceito e defende valores. Meu diferencial é passar sentimento, emoção e sonhos por meio das roupas. Quero ver meninas usando minhas camisetas pelo que elas transmitem para a vida delas. Qual seu público-alvo e como você faz publicidade? Meninas de 15 a 25 anos, meigas, românticas, que g o s t a m d e c o re s , q u e
Pinheiro
ser mais forte do que parece. queiram ser saudáveis e cuidam do corpo, meninas batalhadoras e sonhadoras. São as it-girls, meninas que estão ligadas na moda, mas não são fúteis. Procuro aproveitar o máximo de toda publicidade gratuita, internet, blog, vídeos e redes sociais e tenho retorno com isso. É incrível o poder das redes sociais e como nós podemos explorá-las. Muitas pessoas desistem de investir em moda em Brasília por acreditar que não dá pra competir com o mercado RJ-SP. Como são as oportunidades e o mercado de Brasília? O mercado de moda em Brasília está crescendo. Brasília está com novos estilistas e novos talentos
e estamos conquistando nosso espaço. As pessoas aqui são exigentes, tem u m n í v e l d e c u l t u ra e conhecimento muito grande e isso é muito bom. Hoje eu sei que, se faço sucesso aqui em Brasília, faço no Brasil todo. Por meio do meu blog “Estilo Menina Palito”, meninas de várias cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Tocantins, Recife, Piauí, Bahia e até mesmo o exterior já estão conhecendo a marca Menina Palito e já compram pela internet.
meninas se espelhem em mim, não somente pelo meu estilo Menina Palito de me de vestir, mas pelo que acredito e vivo também. Aprendi a sonhar, estou vivendo esses sonhos e posso ver meninas aprendendo a sonhar também. A garota que usa Menina Palito tem essência, tem base e eu tento passar isso pra elas. .
Você já é referência para muitas meninas que querem ser como você. Como você encara isso? E u q u e ro s e r e s s a referência. Quero que
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Não, não é um código secreto, nem o número do meu apartamento (bem que você queria, hein?). Mas é bom você gravar ou anotar em algum lugar. K-262 é o novo endereço da Matriz Comunicação. Pois é, após muita luta conseguimos. Leia a matéria e veja nossa trajetória, cheia de conquistas - e perrengues. Por Danielle Katrine 37
Mudanças nem sempre são bem-vindas. Há o medo do novo, o medo de mudar. Essa constante é comum do ser humano que, involuntariamente, tem dificuldade em aceitar o novo. Mas todo bom publicitário sabe o quão importante é inovar e dar espaço a novas possibilidades. Há cerca de sete anos, começou-se a batalha por uma nova sala para a Matriz Comunicação (Agência Júnior de Publicidade da Universidade Católica de Brasília), que começou a crescer. Foram chegando mais e mais clientes e mais estagiários. Ou seja, cada vez mais pessoas e menos espaço. No início, a sede ficava no térreo do bloco K; depois subiu para a sala K-135, onde ficou instalada por anos. O atual Coordenador do Núcleo de Fotografia, Chico Ferreira, recorda:
“Desde antes da minha geração já era desejado esse processo de mudança, lembro que tentamos invadir a K-023, mas o Ronaldo, Coordenador da Matriz, sempre falava pra gente ir com calma e fazer tudo do modo certo”. Foram várias tentativas e longas conversas com os Diretores do Curso de Comunicação Social da UCB, muitas delas frustrantes e sem retorno. E foram chegando cada vez mais estagiários e a sala cada vez mais apertada. Num local minúsculo, já eram cerca de 30 pessoas trabalhando em apenas 16 máquinas. Na tentativa de conseguir outro espaço para a Matriz, tiverama a ideia de tomar o corredor do 2º andar do bloco K como sendo da Comunicação Social. Já tinham instalados os laboratórios de Produção, Rádio, TV e o Núcleo de Fotografia, ter a Matriz ali perto de todos esses pilares seria ótimo para completar
o “Corredor da Comunicação”. Otimistas, os matrizes continuaram persistindo com a ideia de mudar de sala que, dessa vez, depois de conversas com a UADA (Unidade de Assessoria Didática Administrativa), estava definida: seria a K-262. “Perturbamos muito o André (Diretor do Curso de Comunicação Social); todos nós da Matriz, antes de falar qualquer coisa com ele, dizíamos ‘262’ e depois vinha o assunto a ser tratado”, diz. É de extrema importância ressaltar que a mudança só foi possível, porque a Matriz contava com o apoio do Diretor do Curso, André Carvalho. Então, Reginaldo Cruz, Everson de Menezes e Ailton Santana, da UADA, colaboraram para a transição das salas, além é claro de Lisane Teixeira, supervisora 38
da UADA, que foi quem bateu o martelo, junto ao Diretor André Carvalho. Kássio Borba, ex-Matriz e Diretor de Arte foi quem fez a planta da sala K-262, que seria ocupada pela Matriz mais tarde. E após muito esforço, conversa, dedicação e paciência, era oficial: a sala K-262 era a mais nova sede da Matriz. Mas, opa! A luta não acabou por aqui. Quando finalmente a K-262 foi oficializada como sendo a Matriz, começou uma outra luta: não era possível tomar posse de uma sala ainda ocupando outra (K-135). Enquanto na K-135 estavam sendo retirados os móveis e adesivos da Matriz, o pessoal ficou na sala de Produção, lugar que o professor de Produção Gráfica, Frederico Barbosa, gentilmente cedeu. Era época de SECOMUNICA (Semana de Comunicação da UCB) e Caça-talentos (Processo Seletivo da Matriz), fora os outros clientes que estávamos atendendo. “Foi algo surreal. Na sala provisória onde estávamos não tinha telefone e a conexão com a internet era terrível, então toda vez que era preciso usar a internet, tinha que ir pro laboratório de informática e quando 39
era necessário usar o telefone, subir pra Direção do curso”, diz o Diretor de Produção da Matriz, Luís Carvalho. O combinado era que após duas semanas a nova sede da Matriz fosse entregue. Mas após as duas semanas, a K-262 ainda não estava pronta e tiveram que liberar a sala provisória. Sem teto, todos foram para o laboratório de informática. Foi um período difícil, mas deram um jeito de realizar os jobs, mesmo com todas as dificuldades. “A nova sala da Matriz foi mais que uma conquista, podemos mostrar que não estamos aqui pra brincar, que estamos pra coisa séria, a funcionalidade da agência melhorou. Agora que estamos junto aos outros núcleos, parece que fazemos mais parte do curso de Comunicação”, ressalta Pedro Tarcízio, Diretor de Arte da Matriz. Segundo Rafael Mélo, Diretor de Atendimento e Presidente da Matriz, com a sala maior é possível até mesmo colocar em prática alguns projetos que estão no papel há algum tempo: “Com a ampliação do espaço, foi possível fazer alguns ajustes internos, como separar melhor as
áreas, comprar os MACs, trocar mesas, cadeiras, e até aumentar o número de estagiários. Esse espaço maior nos deu mais liberdade não só fisicamente, mas também em relação ao crescimento da própria Matriz em si”. Hoje a Matriz conta com cerca de 25 estagiários no ápice da criatividade e proatividade, e é importante destacar mais uma vez: a mudança da K-135 para K-262 foi muito mais do que ampliar o espaço físico.
Você é feito de música E a música, é feita de quê? Nesta seção, você vai acompanhar uma super entrevista exclusiva pra Placenta com André Kassu, o Redator mais premiado do Festival de Cannes 2010, diretamente da AlmapBBDO, eleita agência do ano no festival. Ai, tô apaixonada, tem música romântica? 41
Entenda do que a música é feita. Por Vicente Ramos
Após 17 anos, uma peça brasileira foi premiada em Cannes. Quanta emoção! É como ouvir aquela música clássica, que fica em seus ouvidos e toca em seu coração, trazendo lembranças, marcando momentos, algo mágico e inexplicável. E pensar que muitos não acreditavam que um clássico poderia surgir na publicidade brasileira após tanto tempo. Quem não gosta de música? Independente do estilo, do volume, a música é o marco de uma geração, de uma cultura, de uma pessoa. Por onde se passa, existe música. E na publicidade, onde a vida é a maior referência, não existe música? Quem não se lembra de campanhas em que
a música trazia uma harmonia incrível, em que a mensagem era passada com clareza e precisão? Assim acertou a AlmapBBDO com sua campanha para a Billboard. Você é feito de música. Desde seu nascimento, em que cantam pra você dormir, pra te ver sorrir. Seu primeiro beijo, seu primeiro emprego, suas festas,
tudo em sua vida possui uma música. Talvez você não tenha a música da sua vida, mas a sua vida possui uma trilha sonora. Quem nunca se pegou cantarolando ou
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assobiando uma música que acabara de ouvir? Genial. A ideia de expandir essa campanha para a mídia digital, onde é possível a própria pessoa ter seu rosto formado por artistas, literalmente deixando a música com a cara dela! Teria como transmitir ainda mais o significado daqueles artistas para aquela pessoa? Conseguir explorar um universo que sempre esteve presente em nossa frente, de uma maneira criativa, e que parece ao mesmo tempo tão comum? Utilizar técnicas, com a ideia e um conceito, que combinam perfeitamente, entram em uma harmonia musical.
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Como uma música de sucesso, a campanha mereceu o prêmio. Merece ser reconhecida. Quem ganha somos nós, os fãs, o público. Pois a Publicidade é como a música. Feita de pessoas para pessoas. Mesmo tendo fins comerciais, existem sentimentos, vontade de fazer. O sucesso é consequência de um trabalho sério e apaixonado. Você é feito de música, e a música é feita de você. A sua cara. A publicidade, também.
Leão de Prata - “Música. Entenda do que é feita”, para Billboard. De Marcos Medeiros, Danilo Boer e André Kassu.
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André Kassu
Ele era músico, apaixonado por música e hoje é Redator apaixonado por publicidade. Misturou os dois e ganhou Grand Prix na categoria Press em Cannes, prêmio que o Brasil não ganhava há 17 anos. André Kassu, vem pra cá, o palco é todo seu. Por André Medeiros
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E.: A AlmapBBDO ganhou o GP na categoria Press em Cannes, prêmio que o Brasil não ganhava há mais ou menos 17 anos. Qual é o sentimento em saber que você recebeu esse prêmio? A.K.: Primeiro uma alegria incalculável, porque não era esperado. A gente nunca prevê que um prêmio desse tamanho venha a você. Na verdade, em Cannes, eu achava que em algum momento eu ia entender o que aconteceu, e até agora eu continuo sem entender o tamanho, e eu prefiro que as coisas continuem assim. Eu entendo o valor do prêmio, acho que é um prêmio de um valor incalculável para a Almap, para os profissionais que estavam envolvidos e para a publicidade brasileira, mas eu não tenho uma dimensão desse valor exato, ele é tão impensável que é difícil dar uma exatidão pra esse valor, mas de vez em quando a gente se pega rindo pensando nisso. E.: E durante todo o processo de criação vocês tiveram algumas dificuldades?
A.K.: Primeiro a gente chegou ao conceito “Você é feito de música” e a gente achava o conceito forte e desenvolvemos algumas abordagens pra esse conceito, como mostrar que você é feito de música, as pessoas são feitas de músicas ou música: entenda do que ela é feita. Então isso surgiu junto. Você tenta várias ideias, depois esmiúça pra chegar naquela que a gente acredita, pelo menos é o modo que a gente tem de trabalhar. Por mais que uma ideia seja boa, a gente desenvolve mais, sempre muito mais, pra testar que aquela era realmente a melhor ideia para aquele momento. Então, nesse caso, a gente desenvolveu uma série de campanhas em cima desse conceito, várias abordagens, até chegar nesse formato. Quando a gente bateu nesse formato, achamos ele poderoso visualmente, e aí a gente começou a estudar como deixar ele um pouquinho melhor, por exemplo, a linha preta que era do Cemic, só virou a ponta de maldade depois que a gente pensou o seguinte: “Pera, acho que tem uma ideia a mais aqui nessa coisa, não é só fazer as
quatro influências, são as três influências principais mais uma que é a ponta de maldade”. Então, a gente foi esmiuçando durante muito tempo, tivemos tempo pra ficar montados nesse trabalho, olhando atentamente, testando e voltando, até achar o formato, quer dizer, é um processo longo de muito estudo mesmo, pra realizá-lo da melhor maneira possível. E.: Quanto tempo demorou esse processo mais ou menos? A.K.: De 4 a 6 meses. Foi um processo cansativo, mas muito divertido de fazer. E.: Quando você finalizou, foi fácil a aprovação do cliente? A.K.: Foi. O cliente foi muito mais apaixonado pela peça do que a gente foi em algum momento. Eu, particularmente, tenho bastante pudor em taxar isso como: “Nossa! Eu acho essa peça muito boa”. É sempre melhor quando outra pessoa fala. A reação dele quando viu a peça foi de uma alegria, o cara ficou louco com a peça, “Quando é que eu posso 46
ter a peça?”, “Quando é que eu posso divulgar?”, “Quando é que eu posso colocar na revista?”. Aí a gente mandou em digital, já jogou no Facebook, já começou a fazer um barulho, ele ficou muito empolgado. Tanto que ele apresentou isso na Billboard Internacional, e o cara da Bilboard, o Sr. Blilboard tem na sala dele um dos posters da campanha. Então é um processo em que ele foi o cara mais apaixonado, talvez, do momento. Esse encontro de um trabalho que a gente acredita e gosta, com o cliente que acredita e gosta também, dificilmente dá um resultado ruim, não quer dizer que vai dar prêmio. Todo mundo saiu muito satisfeito do processo, todo mundo saiu feliz do jeito que o processo aconteceu e o que ele foi virando. Quer dizer, primeiro era mídia impressa, aí a mídia impressa virou a máquina, que era o painel interativo, o painel interativo provavelmente agora vai virar uma mecânica no Facebook, onde a gente vai poder “se fazer” com a foto do profile do Facebook com as suas influências. É um trabalho que foi só crescendo, a gente tem realização de spot, foi 47
aumentando muito o número de spots, devido a essa paixão do cliente que foi cobrando a gente de fazer mais. Até o momento em que a gente chegou na tecnologia da máquina. E.: Sobre os direitos autorais das imagens dos artistas que saíram na campanha, como funciona? A.K: Na verdade, como a Billboard é uma mídia do meio musical, isso facilita muito o nosso trabalho na questão do direito autoral. Na verdade, é uma grande homenagem às pessoas que estão ali representadas, elas são realmente grandes ícones da música pop, que é o assunto que a Billboard trata, e a gente teve o apoio total do cliente nesse sentido, uma questão que ele sempre se preocupou. O cliente comprou e vendeu, e isso se inverteu, agora a gente tem as gravadoras pedindo para fazer seus artistas dentro da campanha. Então a gente fez o Angus Young, fez o Steven Tyler, do Aerosmith, Michael Jackson. A gente fez uma série de novos artistas a pedido das gravadoras.
E.: Então esse job ainda continua? A.K.: Sou. Eu era um músico, na verdade vim para a publicidade, A.K.: Continua. Na verdade, porque eu descobri que música ele é infindável. A gente que não ia me dar dinheiro. Eu era em um determinado momento um gaiatista de blues no Rio de falou: “Não, chega, precisamos Janeiro, toquei com banda durante fazer outra campanha”. Tem muito tempo, viajei, investi um uma potência, é super divertido tempo e aquilo não me dava tentar descobrir quem são os retorno e eu estava na faculdade. três ali dos artistas e qual é a Então, pensei: “Pô, preciso graça, qual é essa pitada de fazer um estágio para justificar humor que tem dentro dele. essa faculdade para a minha Pra gente é infindável, mas uma mãe”. E aí comecei a estagiar hora a gente vai ter que parar, em publicidade na Artplan, no já está próximo, a gente já está Rio de Janeiro, em redação, e pensando em outra campanha e fiquei meio que balanceando música e publicidade. Até que sequências da campanha. um determinado momento a E.: Para finalizar, uma brincadeira. publicidade se tornou maior E você André Kassu, você é feito que a música. Billboard pra mim é incrível, porque ela é a de música?
junção de uma coisa que eu acredito muito, que é a música, e outra que eu amo fazer, que é publicidade, então é um trabalho único pra mim. São duas coisas que eu amo fazer, e uma por um acaso acabou se tornando mais importante que a outra, mas eu ter conseguido unir essas coisas no mesmo trabalho foi sensacional. Sempre que a gente pode colocar nossas paixões, que não só da publicidade, no trabalho, acho que enriquece, ajuda.
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Temos duas notícias pra você: 1
uma ruim e uma boa.
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A ruim: a entrevista com o André Kassu acabou de terminar na página anterior. A boa: vai começar outra com o Kassu na página seguinte.
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O concreto no mundo digital Como trabalhar o concreto no meio digital? E mais, como fica a mídia impressa nesse mundo cada vez mais tecnológico? Você tem ideia? Isso é o que não falta para André Kassu. Por André Medeiros
E.: André, em Cannes o Marcello Serpa defendeu o valor do papel em um mundo cada vez mais tecnológico. O que você acha disso? A.K.: O Marcello Serpa falou numa palestra uma coisa que eu acredito muito: “No online/offline só uma coisa vai sobreviver, a ideia”. Esse é o condutor
poderoso que vai continuar movimentando a indústria, bons criativos vão continuar fazendo boas ideias para qual mídia for. Então, eu fico muito feliz do GP nesse ponto, de reforçar o poder da mídia impressa brasileira, mas não ficar só na mídia impressa, quer dizer, é uma mídia impressa que virou outras plataformas, das mais modernas que se tem hoje. 50
E.: Como você vê o meio digital gente criar um Chocolat Rain, para divulgação de ações? mas como meio poderoso de distribuição é impressionante. A.K.: Eu acredito na internet como Quando a campanha entrou, a a maior força de democratização gente jogou os spots de rádio da ideia. A internet potencializa no Facebook, o que a gente muito a força de uma ideia. atingiu naquele espaço de 24 Por outro lado, acho que nem horas foi um absurdo. A própria tudo se resolve na internet. A mídia que as pessoas tendem a gente tem visto cada vez mais matar, coitada, que é o rádio, “o “quero um viral” e talvez, para rádio acabou”. Não, a internet aquele cliente, um viral não seja democratizou o rádio, eu escuto a melhor solução, talvez uma rádio em qualquer lugar. mídia tradicional solucione muito bem o que ele está precisando. E.: No seu texto “O Título Então é esse equilíbrio que a Sumiu”, você relaciona o Twitter gente tem que achar sempre, com a perda do critério e da não ir só pela empolgação do magia dos títulos. O que isso meio e sim pela funcionalidade significa? da ideia para aquele cliente. A internet, quando usada como A.K.: Eu acho que o Twitter, qualquer outra mídia, e bem quando usado como uma usada, é fenomenal, tem uma ferramenta de disputa de frase, capacidade, aí sim, de viralização acho ele bobo, pequeno. Então, sem ser essa coisa triviral. A às vezes eu sinto que as pessoas gente brinca aqui que é o trivial querem fazer a melhor frase viral, que falam tanto do viral, para aquele momento. E é aí o viral, que já virou triviral. E o que momento em que se perde o é um viral? É muito difícil prever critério. Quando a gente faz título, o que vai acontecer, se você em geral, você faz cinquenta olhar os grandes virais “o que é títulos e escolhe aquele que é que fez isso ser um sucesso, o o melhor para aquele momento. que é que fez o Chocolat Rain Como o Twitter é muito ser um sucesso?”. É difícil da imediato, às vezes, não estou 51
falando que é sempre, às vezes esse critério se perde, digita-se qualquer coisa e você tem um universo de qualquer coisa. É óbvio que pela ferramenta de você seguir, você rapidamente vai fazer um filtro e falar “esse cara twitta coisas banais demais e este tem uma média muito boa”. Então eu acho que tem sim um critério desnivelado, até pelo excesso de mensagem, mas tem-se a possibilidade de filtrar isso e escolher quem vale a pena seguir. Não é questão de ser contra o Twitter, eu não tenho Twitter, mas não sou radicalmente contra. Eu só estou falando que assim ele não me preenche o vazio do título. O criador é um belíssimo twitteiro, tem um menino chamado Pedro Leite, o Bruno Mazzeo de vez em quando tem uma leva boa, esses humoristas estão trabalhando bem, o Millor Fernandes tem frases geniais, enfim, você vai pinçando aquilo e óbvio que você vai ter no montante muita coisa boa. Tem que saber filtrar. E.: O Marcello Serpa defendeu o papel em Cannes afirmando que o digital é espetacular, mas
quando você dá ao consumidor algo mais concreto, ele dá mais valor ainda, e que a gente tende a esquecer que as coisas precisam ter sua forma concreta. Segundo ele, trabalhar no digital e no concreto é o grande desafio. O que você acha disso? A.K.: De novo, vou bater na mesma tecla sempre, só uma coisa não morreu na transição de todas as mídias. Quando as mídias foram se somando, sempre parecia que uma ia morrer: a TV vai matar o rádio, a internet vai matar a TV, sempre tem alguém que precisa morrer. Só uma coisa sobreviveu esse tempo todo: a ideia, a boa ideia. Isso sobrevive, a gente olha para algumas coisas hoje feitas um tempo atrás e a gente pode até achá-las datadas, uso de photoshop, por exemplo, na mídia impressa, é datada de uma determinada época, mas para aquela época era muito bom. As boas ideias conseguem passar por todas essas épocas e bem. Tem filmes de Cannes de 1980 que você olha hoje e percebe que eles poderiam estar no ar hoje, tem filmes de Cannes de 1970 que geram
ideias de internet, quer dizer, a boa ideia sempre vai sobreviver. Não acredito que o meio ou a ferramenta seja maior que a ideia. E.: Qual o recado que você deixa para quem está começando agora?
Tem filmes de Cannes de 1980 que você olha hoje e percebe que eles poderiam estar no ar.
A.K.: Eu trabalhei com grandes, com o Fábio Fernandes, com o Eduardo Lima, agora Marcello Serpa, Dulcidio Caldeira, com uma série de caras que são nomes importantíssimos da propaganda, e tem uma coisa que é comum a todos eles: eles fazem muito para chegar no resultado que eles tem. Não existe essa intuição da novela, dos filmes, o que eu vejo como denominador comum dos
criativos que eu mais admiro é que eles realmente trabalham muito para chegar em uma boa ideia. Então, a primeira regra é nunca achar que está bom, acho que é uma boa regra, porque é aonde começa a desnivelar, você sempre ter uma visão crítica sobre o seu próprio trabalho, sempre se cobrar de que você pode fazer mais e melhor, e não ter vergonha de perguntar aos outros o que eles acham do seu trabalho, ter essa democratização, essa visão geral. Uma das coisas que me fortaleceu muito quando eu estava começando foi ter rodado a pasta, foi ter feito um portfólio e mostrado para pessoas que eu admirava. Então essa junção “dar a cara a tapa” me ajudou muito no processo. Eu continuo acreditando nessa mesma fórmula, fazer muito, ter uma visão crítica do seu próprio trabalho e saber ouvir quem você admira.
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Entrevista com Sávio Zambrotti, Sócio-Diretor da Settegraal 2.0. A entrevista foi tão boa que o editor preferiu não mexer em nada. Nem no layout. Confira a entrevista na íntegra.
Settegraal 2.0
Por George Magalhães
“O Brasil ainda não é digital”, afirma Sávio Zambrotti. Como é que é, Sávio? Isso mesmo. Não se interessar por contratos públicos milionários, montar sede fora de Brasília para cumprir ideais de empresa e, principalmente, abrir os olhos de quem pensa que o melhor profissional de hoje pensa digitalmente. Sávio Zambrotti, Sócio-Diretor de Criação da, agora, Setegraal 2.0, explica as mudanças ocorridas na agência (além do nome) e como vem tocando sua empresa nesse mundo cada vez mais dinâmico.
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E.: Qual a história da Setegraal Campinas, por conta de uma reestruturação e de abertura de 2.0 e sua estrutura? uma série de lojas pelo país. S.Z: Estamos indo para o 15° ano A agência, então, acompanhou de agência, então já passamos esse desenvolvimento por por vários momentos da nossa meio de uma estrutura montada história. Já fomos parceiros de em Campinas para atendêuma empresa de SP, fomos los. Sempre estamos muito independentes, já nos unimos próximos do nosso cliente e algumas vezes com outras atuamos em conjunto com o empresas para ganhar força e departamento de marketing. hoje podemos nos considerar Não basta você fazer a u m a a g ê n c i a c o m p l e t a . comunicação, tem que ser um Temos aproximadamente 40 parceiro de negócios. Outro pessoas trabalhando aqui e cliente que nos exigiu mudanças todos os departamentos que foi a Drogaria Rosário. Quando uma agência do nosso porte nós começamos a atendê-los, precisa ter. A Sette tem uma eles tinham por volta de 60 lojas característica: tem clientes de e eles vão fechar o ano com 100 longa data. Eu tenho clientes lojas, se uniu à rede de drogaria aqui na agência há mais de distrital e, recentemente, teve 10 anos. Então já existe uma parte de seu capital comprado relação muito próxima com por um fundo de investimentos. cada um deles. E cada um acaba Tudo isso exige que a agência sendo atendido de uma forma acompanhe esse momento de diferente. Não acreditamos, crescimento de cada cliente nem praticamos um modelo e ajude-o nesses processos único de atendimento. Cada de expansão. Isso é muito cliente tem a sua necessidade, individual, cada cliente tem que a s u a c a r ê n c i a e n ó s ter sua atenção nesse processo. desenvolvemos um modelo específico de atendimento. A E.: Qual foi a trajetória da Sette CTIS, por exemplo, transferiu até chegar ao que é hoje? a área de marketing deles para
S.Z.: Há alguns anos, nós tivemos uma separação societária. Éramos quatro e dois saíram. Então, eu e meu sócio, Roberto Bueno, nos vimos em uma empresa com uma estrutura grande, mas que teve perda de clientes por conta dessa divisão. Alguns clientes saíram, outros permaneceram. E nós entendemos que o mercado de Brasília se profissionalizou muito nos últimos anos. Não há mais espaço para uma agência pequena e pouco estruturada. Dentro dessa realidade, há 5 anos a gente passou por uma fusão com outra agência chamada Nossa Agência e nosso nome, inclusive nos últimos anos, era SetegraaalNossaAgência. Foi um processo de aproximar duas culturas, duas realidades de empresas diferentes pra que elas se somassem. Ano passado, esse processo foi finalizado e vimos que era o momento correto de não mais ter duas empresas funcionando juntas e sim, ser uma só. Então, esta transformação vem acontecendo há vários anos para ser completa agora. Foi um processo muito bem 54
planejado. Foram 5 anos de ajustes e planejamentos pra gente poder encerrar esse processo e hoje termos a Setegraal 2.0. A empresa tinha que estar preparada para esse mundo de fusões, aquisições e dinamismo. Novos segmentos de mercado vão surgindo e outros vão desaparecendo. Esse processo é muito rápido e dinâmico e a empresa tem que estar pronta para isso. E.: Quais os riscos e as vantagens de uma mudança como essa? S.Z.: Os nossos interesses e o nosso trabalho sempre foram focados no cliente. Brasília sempre se caracterizou pelo que a gente chama de agência iô-iô, agências que buscam contratos com o governo e conseguem essa conta, passam quatro anos ganhando dinheiro, só que quando o contrato acaba, muitas vezes perdem o contrato. Nesses quatro anos, elas pegam contas locais como forma de oxigenar a criação e ter mais clientes. Só que quando perdem a conta principal (governo), 55
simplesmente fecham as portas e os clientes locais ficam perdidos. Isso nós vemos há vinte, trinta anos por aqui. Como a Sette nasceu no varejo, nasceu na iniciativa privada, nós temos essa mentalidade. Atendemos grandes contas, e em momento algum deixamos de atender nossos clientes locais. Nosso objetivo sempre foi o mercado privado. Todo nosso planejamento local é pra atender bem aquele cliente local e estamos chegando ao nosso sexto ano sem perder nenhum cliente. Já deixamos de atender cliente por uma filosofia de trabalho que não combinava, mas não perdemos cliente, justamente por essa proximidade. Daí a necessidade que a gente sentiu de buscar parcerias, visando ser uma empresa mais estruturada de forma a entregar o melhor trabalho ao nosso cliente. Se você não se reinventar o tempo todo, você acaba indo mal. O ciclo de vida de cada empresa tem que ser avaliado com muito cuidado, até porque ano passado e esse ano foram anos muito ruins para a publicidade
de Brasília. Nós tivemos algumas agências históricas que fecharam as portas. A Sette sempre se posicionou nesses focos. Primeiro, fazer um grande trabalho. Segundo, a permanência dos nossos clientes. Em um mundo de constante movimento, se você para, você fica pra trás. As empresas não podem parar nunca. E.: E agora é Settegraal 2.0. O que mudou, além do nome? S.Z.: A grande diferença é que a Sette antes fazia propaganda e hoje faz comunicação em todos os seus formatos e segmentos. Antigamente, a gente tinha um mundo muito claramente definido. Nesse mundo, as agências sempre navegaram com tranquilidade. Tínhamos grandes mercados atingidos por grandes veículos de comunicação. E hoje há uma multiplicação de veículos de mídia e canais de comunicação que estão obrigando as agências a se reencontrarem com seus consumidores, ao mesmo tempo em que os consumidores
estão cada vez mais ganhando força na cadeia produtiva. Antes tínhamos grandes empresas que usavam grandes veículos de comunicação pra falar com um grande número de pessoas. Hoje, existem grandes empresas muito pulverizadas, se fundindo com um mundo empresarial dinâmico que usa um número muito maior de formas para se comunicar. E você tem consumidores que, por terem muito mais canais de comunicação, influem muito mais no processo. Há trinta ou quarenta anos você tinha uma televisão x que era boa e a outra y que era ruim. Nos últimos anos, tivemos uma revolução da qualidade. Hoje você obriga a ter serviços bons, senão as empresas fecham. A concorrência está muito maior. Dentro desse mercado, tem um consumidor que está mudando rapidamente seu consumo de mídia. Eu tenho uma filha de 16 anos que já é consumidora e daqui a pouco já vai trabalhar e estar no mercado de consumo mais fortemente. A minha filha não assiste TV. Ela vai crescer e, daqui a alguns anos, como eu
S.Z.: Tem que estar perfeitamente adaptado a esse novo mundo. Mas ele hoje, talvez daqui a alguns anos, não seja assim. Hoje, se ele for um profissional somente digital, ele vai ter problemas também, porque o Brasil não é digital. Dos 180 milhões de brasileiros, existem por volta de 140 milhões que ainda não são digitais e são consumidores. Nós vamos passar ainda uns 15 anos com uma realidade que ainda não é 100% digital e por isso é importante que qualquer profissional domine e conheça os dois mundos. E aí pode gerar um problema, porque os jovens que saem hoje pro mercado já são digitais e não sabem o que é inflação, nem o que é disquete, filme de 36 poses. Não sabem nada de analógico. Existe uma aceleração nas faculdades e os jovens estão saindo 100% digitais e chegam em um mercado que ainda é analógico e muitos se desencantam. Os clientes normais ainda não E.: Hoje, quem sai da faculdade pagam o suficiente para o mundo tem estar preparado para o digital e nós hoje vivemos uma digital e estar em constante situação quase esquizofrênica. O mundo quer ser digital, mas adaptação? vou atingir uma consumidora que não assiste televisão? TV a cabo ela assiste a um ou a outro programa muito específico. Mesmo assim, muito pouco. O consumo de televisão e de mídias abertas está diminuindo muito. O maior consumo dela é o computador. Que bom, então vamos anunciar no computador. Mas o computador não tem uma televisão. Ou seja, as agências tem que redescobrir como trabalhar sem o “tempo interrompido”. Eu estou vendo um filme, vou interromper um filme e vou passar a minha publicidade. Ele está parado de frente para a tela e vê sua publicidade. Sempre foi assim. No computador você não pode parar a navegação dele no site para exibir um comercial. Portanto, eu não vou ter mais um tempo interrompido no futuro. Temos que descobrir como fazer isso. O mercado está procurando e buscando novas formas de comunicação.
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o mundo não quer pagar por isso. Um exemplo disso é o Correio Braziliense. Hoje, não é mais um jornal. Se você parar pra conversar com o marketing deles, ele vai ter dizer: “Eu não sou um jornal. Eu tenho um jornal, também tenho um site na internet, uma agência de notícias, um banco de imagens”. Hoje o Correio é uma marca de provimento de conteúdo. Isso é uma mudança importante. Por outro lado, a receita ainda vem de publicidade. Nenhum jornal do mundo conseguiu fazer a transição de milhões recebidos no impresso para a internet. Esse é o grande desafio dos veículos de comunicação, principalmente dos impressos. A informação impressa, hoje está em uma sinuca de bico, porque os jovens não estão lendo jornal. Entretanto, uma publicidade em um jornal é muito caro. Na internet é 1/50 avos do preço. O que se investe em publicidade em jornais e revistas é 100 vezes mais do que se investe nos sites dessas mesmas empresas. Por isso, ainda não dá pra sair só online. E as agências estão no meio 57
desse tiroteio e não sabem pra da internet para sobrevivência onde vão. e vender seus produtos. E.: Em termos de comunicação, E.: O que você espera do o que dá mais retorno aqui no profissional ou estagiário que vem bater na sua porta e de Brasil? quem trabalha na Sette? S.Z.: O Brasil ainda está há vários anos de uma digitalização maior, S.Z.: Principalmente que eles então nada é mais eficiente gostem da profissão que estão ainda do que os veículos de entrando. O mais complicado massa. É uma realidade muito hoje no mercado, e em clara a internet crescendo e específico na nossa praça que se tornado relevante, mas a é o Df , é o pensamento do internet ainda é um mundo concurso público. Toda uma infinitamente pequeno para as geração que poderia ser muito empresas. Ricardo Eletro, Ponto talentosa para várias áreas está Frio, as Casas Bahia, nenhum em busca de trabalhar pouco, cliente de varejo consegue fazer ganhar razoavelmente pouco um trabalho de venda imediata ou razoavelmente bem. O pela internet como se faz em razoável nunca é bom. Ou é uma campanha de TV aberta. mais ou menos ruim, ou é mais A internet hoje é muito forte ou menos bom, mas nunca como formadora de opinião. A deixa de ser mais ou menos. Volkswagen tem um segmento Toda uma geração que acha preocupado com opinião. Mas que a felicidade é ter uma não são verbas para vendas estabilidade, ganhar um salário de carro. São verbas para mediano e ser uma pessoa redes sociais, para saber qual mediana o resto da vida. E a opinião das pessoas sobre isso é muito triste, porque a marca. A internet é uma acaba criando um número plataforma relevante para todas muito grande de pessoas as empresas, mas não tem preguiçosas. Em um mercado como nenhuma delas depender dinâmico, como Comunicação
e Publicidade, não dá pra ser preguiçoso. Então, o que eu gostaria aqui é de ter sempre aqueles alunos que nunca estão satisfeitos com terem tirado uma nota 7 no seu trabalho. Que não estejam só satisfeitos em passar de ano e se formar o mais rápido possível. Aquele cara que tentou uma vez e desistiu e se formou não tem vida longa no mercado. Ele é um cara preguiçoso. O bom é o batalhador, que o que for fazer vai fazer bem feito e vai pesquisar e correr atrás. Quando for criativo, quando for Redator, vai receber um Briefing e não vai sentar no computador e fazer 3 títulos em 10 minutos. Ele vai pesquisar o cliente, olhar o mercado que esse cliente está, pegar matérias sobre o cliente, ver o filme sobre aquele mercado que saiu e vai me trazer uma série de informações completas. Desde a faculdade, tem que se destacar. E a maioria que eu encontro aqui infelizmente é preguiçosa. O mercado está muito difícil. Tem pouca gente estudando. Eu vejo Diretores de Arte que são excelentes
pilotos de Photoshop, mas que não são bons Diretores de Arte. O cara prefere ralar em cima de softwares, mas nunca estudou história da arte. Ele não é um Diretor de Arte. Hoje, o que eu gostaria de ver é um aluno valorizando seus cursos e suas faculdades, tirando delas o que elas tem pra oferecer e não correndo pra se formar rápido e se livrar. Tem que aproveitar a faculdade para fazer um bom networking e sair dali empregado. Os melhores alunos são pinçados na faculdade. Aqui a gente procura gente com “sangue no olho”, com vontade de aprender e de ralar muito. E.: E daqui pra frente?
capacitados do mercado vieram e deram treinamento pra quem está aqui. Então estamos hoje em uma fase de qualificação e estruturação dessa equipe e dos equipamentos para que estejamos antenados e atualizados. Todos os funcionários da empresa que quiserem fazer um curso relativo à área, nós pagamos 50% das despesas. Hoje, estamos menos preocupados em ganhar o cliente e sim ter uma agência muito séria, focada e profissional. A consequência disso é um bom trabalho e, consequentemente, ganhar clientes. É essa a equação que nós queremos pra nós e pro futuro.
S.Z.: Insistir na política do nosso crescimento e isso implica em ter pessoas aqui muito competentes, com muito conteúdo. A agência hoje está muito preocupada com a formação da sua equipe. Passamos os últimos dois meses em treinamentos, um para a área de Atendimento e outro para a área de Criação. Profissionais 58
Se faltasse um computador, seria quase impossível escrever uma crônica. Lembro da época das máquinas de escrever: teclas duras e era um esforço sobrehumano para escrever algumas frases; e quando errávamos? Não existia uma tecla pra apagar. Certa vez ouvi um garoto perguntando para a mãe aonde que imprimia depois de escrever na máquina. Ao mesmo tempo que escrevo, tenho várias janelas do computador abertas em redes sociais, são tantas que às vezes esqueço determinada senha. Hoje o frenesi é tanto que
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existe até testamento virtual, para que após a morte, alguém cancele nossas contas virtuais. Já se imaginou sem internet? Já imaginou que existem pessoas que nem sabem o que é isso? O que esse mundo carregado de informações tem a nos oferecer? Muitos jovens, assim como eu, passam horas conectados. Se não soubermos lidar com esse mundo virtual, ficamos prejudicados. Existem pessoas que levam outra vida, como no Second Life, um simulador da vida real e lá criam histórias que realmente gostariam que fosse o mesmo na realidade. Tenho
amigos que só conheço por meio da internet e são grandes amizades. Ficou tudo mais dinâmico, trocamos as cartas pelo email e os diários pelo blog. É válido usar a internet para nos beneficiar, principalmente para aprimorar o conhecimento. O problema é quando mantemos contato só virtualmente e esquecemos o contato físico. Somos bombardeados por anúncios e se uma empresa acha que investir em internet é bobagem, estão completamente enganados. Muitos, mas muitos usuários fazem compras virtuais e procuram saber sobre determinada marca na internet, e até o que outros usuários estão comentando sobre ela. É fácil achar comunidades virtuais relacionadas a determinados produtos, que vão da exaltação ao ódio. Eu mesmo já fiz uma compra virtual. A encomenda chegou perfeitamente e não foi preciso sair de casa. Como as empresas podem investir em publicidade digital? Conhecendo seu consumidor e levando a informação ao seu público alvo. Uma boa dica
são as celebridades da web, como os vlogger. Um exemplo é o vídeo do Pc Siqueira: Paguei a Língua – luta de boxe, onde ele faz merchandising para a Renault. Ou seja, uma pessoa famosa na internet participando de um anúncio que foi veiculado no meio virtual. Existem várias possibilidades de usufruir esse espaço cibernético, seja para notarmos determinadas marcas, seja para nos promover pessoalmente, profissionalmente, socialmente e/ou culturalmente. Saber lidar com esse novo mundo é fácil, adaptar-se também, mas saber usufruir é para poucos. Aproveitar essa infinidade de informação de maneira saudável cabe a nós. Existe um mundo inteiro dentro e fora da realidade. E mesmo depois da crônica terminada continuo conectado.
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Pensament
digital
Como é pensar digitalmente? E qual a necessidade de se pensar digitalmente? É diferente? Já pensou nisso? Nas matérias seguintes, você vai descobrir a relação entre Planejamento Digital e Inteligência de Mercado e como o mundo digital pode influenciar uma marca.
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Felipe Morais Gerente de Planejamento Estratégico
Digital da TVI.com
Toda marca, ao se lançar no mercado, busca várias formas de se manter e conquistar clientes. Para que ela alcance o sucesso, porém, não basta oferecer bons produtos ou serviços – é preciso saber se relacionar com os consumidores tanto quanto com a concorrência. Para ajudar nessas relações, existem o Planejamento Estratégico e a Inteligência de Mercado. À primeira vista, as duas atividades podem se parecer bastante, já que ambas trabalham com a comunicação da empresa com o mundo externo. A diferença, entretanto, existe. Enquanto o Planejamento Estratégico busca 63
Inteligência de Mercado ligar a marca ao consumidor, a Inteligência de Mercado analisa o ambiente mercadológico para definir as medidas que devem ser adotadas pela empresa. Segundo Felipe Morais, especialista e autor do livro Planejamento Estratégico Digital, além de Gerente de Planejamento Estratégico Digital da TV1.com, a missão do Planner é “entender o comportamento do consumidor e ligar esse consumidor à marca”. Para isso, são feitas pesquisas que permitam saber as características do público-alvo e direcionar a campanha a ser criada pela agência de publicidade. Os profissionais da área de Inteligência de Mercado tem uma tarefa parecida: devem analisar e monitorar o mercado, oferecendo caminhos para que as decisões tomadas levem a empresa a crescer. Tanto para o Planejamento quanto para a Inteligência de
X
X Estratégico Digital
Planejamento Por Maria Clara
Mercado, não existem grandes diferenças no trabalho quando os profissionais passam a atuar no meio digital. As atividades exercidas são as mesmas, apenas considerando o fato de que a marca precisa se adaptar à internet, onde pode se aproximar de seu público por meio de sites e redes sociais – e onde precisa continuar a se preocupar com a concorrência, já que praticamente todas as empresas atuais já se renderam ao ambiente virtual. Segundo Robson Alberoni, Presidente do Ibramerc – Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado, “a base é a informação e não o meio como ela é transmitida”. As pesquisas e análises desenvolvidas por Planners e Inteligentes de Mercado, na web, são as mesmas realizadas no ambiente real, o que muda é o ambiente onde os dados coletados circulam e
Robson Alberoni Presidente da Ibramerc
o público é encontrado. O foco principal é perceber as tendências que surgem e descobrir a melhor maneira de fazer com que a marca se adapte a elas. Mas como as marcas se beneficiam do Planejamento Estratégico e da Inteligência de Mercado? Toda marca se preocupa com o que suas concorrentes fazem, para garantir que estará à frente delas. Para tomar conhecimento das inovações de outras empresas, a marca pode recorrer ao trabalho desempenhado pelos profissionais de Inteligência de Mercado. Mas esses profissionais não estão atentos somente 64
às outras empresas, também precisam monitorar os parceiros, fornecedores e procurar maneiras de encontrar os clientes. No mundo digital, também é necessário descobrir meios de manter a popularidade da marca – por exemplo, deve-se garantir que ela esteja sempre em posição de destaque em sites de busca. A tarefa pode parecer bastante simples, mas é importante que cada marca conheça o ambiente mercadológico para alcançar o sucesso. Na internet, o ambiente para pesquisas é muito grande, e é preciso que existam profissionais específicos para esse trabalho. “O processo de Inteligência de Mercado é utilizado há muito tempo no mundo dos negócios, porém com o aumento da quantidade de informações disponíveis, tornouse fundamental a criação de áreas responsáveis pela organização e análise das informações”, explica Robson Alberoni. Em pesquisas com clientes, o mundo virtual é um trunfo. Se por métodos convencionais algumas pessoas se sentem desconfortáveis e não respondem as perguntas com sinceridade, 65
certo modo, protegidas pelo computador (há a sensação de que ninguém descobrirá a identidade da pessoa, já que A base é a seu rosto não é visto se ela não informação quiser). Não se pode esquecer, porém, e não o meio que a internet não excluiu como ela é o ambiente real. “Devemos entender o comportamento transmitida. no ambiente on e offline, pois as pessoas vivem nos dois ambientes”, afirma Felipe Morais. toda essa timidez vai embora As pesquisas virtuais não podem quando a pesquisa é feita por comprometer as pesquisas no meio de redes sociais, por mundo real, pois os resultados exemplo. Na internet, as pessoas se sentem m a i s l i v re s t a n t o por estarem em seu próprio espaço quanto por se sentirem, de
das duas são valiosos para a marca – elas devem caminhar juntas, para fazer com que a marca se destaque no mercado e saiba se relacionar com seus clientes. Qual das duas atividades escolher? Tanto a Inteligência de Mercado quanto o Planejamento Estratégico favorecem a marca, mas muitos se perguntam: a qual das duas atividades devo recorrer? O que será melhor para o posicionamento de minha
empresa no mercado? As duas atividades podem funcionar em conjunto, trabalhando juntas para o crescimento da marca, já que ambas buscam entender como a marca pode se relacionar com seus clientes e com seus competidores e realizam pesquisas para chegar às decisões que devem ser tomadas para que o sucesso seja alcançado. Segundo Robson Alberoni, a Inteligência de Mercado e o Planejamento podem ser relacionados “com base no
processo de análise, em que eles podem ter a relação de cliente e fornecedor interno”. Desse modo, agências de publicidade podem contar com profissionais em Inteligência de Mercado entre seus funcionários – o que levaria ao crescimento da própria agência, já que os clientes provavelmente darão preferência a uma agência que ofereça um serviço mais completo, com tudo o que é necessário para divulgar sua marca.
se is a it ig d s io egóc n e os d iç v s r o l e s e d m o e m o e nã lguns s A a g id in ir n u n q a d l a P gens a t n @Digital a v m e e bas m o c m a t n e im. s s a sust m a r u d . Não ia c n ê l e c x e de 66
O marketing pessoal é a possibilidade de apresentar a sua imagem positivamente perante outros, aumentar seu ciclo social e ter maior produtividade no trabalho. Hábitos como tratar as pessoas bem, ter postura, educação e empatia são traços marcantes no sucesso do seu marketing. É preciso estar atento também ao modo como você se veste, anda e fala, pois são pequenos detalhes da personalidade e comportamento que compõem a visão geral que as pessoas terão a seu respeito. Fazer seu próprio marketing surgiu da necessidade de ter um diferencial no mercado de trabalho que se torna cada vez mais competitivo, mas também, mais nivelado. A pessoa que trabalha sua própria imagem ganha maior destaque, seja no ambiente profissional ou pessoal. No trabalho, o 67
indivíduo ainda colabora não só para o seu próprio sucesso, mas também para o progresso da empresa. Frank Engelbert, Planner da, agora, Monumenta fez uma correlação entre o branding e o marketing pessoal. Segundo ele, a estratégia de branding não está relacionada somente com a logomarca ou produto, mas também se fundamenta em todos os pontos de contato com o seu público. Transferindo isso para o marketing pessoal é válido ter uma visão abrangente, avaliando não só o seu nome ou aparência, como também suas ideias, princípios e valores em todas as formas de contato com as pessoas. Ele ressaltou também que se deve analisar quais valores da pessoa (marca) são únicos e reconhecidos pelo público como um diferencial. Desta avaliação, o indivíduo teria seu
Por Walquíria Reis “posicionamento” definido, sendo assim mais fácil fazer seu marketing pessoal de forma clara e impactante. A internet se tornou uma excelente ferramenta para fazer a sua divulgação. No ambiente virtual, as pessoas conseguem ter maior visibilidade sobre a sua imagem. Engelbert ainda afirma que o marketing pessoal feito na internet foi um grande salto para pessoas que antes possuíam um network pequeno, composto por um restrito grupo de conhecidos, como colegas e familiares. Com a internet, as possibilidades de aumentar os contatos e ser reconhecido aumentaram consideravelmente. O nível de exposição na web ainda é algo que confunde as pessoas. Alguns acham que, necessariamente aparecendo mais na internet, estarão fazendo melhor seu próprio
marketing. Tudo depende do conteúdo que você gera na rede. É necessário ter bom senso com o que se irá publicar. Muitas vezes, aparecer na internet com discrição é melhor para a sua imagem ou não. O contato com outros internautas podem ajudar seu marketing. No Twitter, por meio de um tweet interessante que você postou, alguém que te segue pode retwittar, sendo assim, visto por outras pessoas que você não conhece e poderão, de repente, começar a te seguir também. Se você está à procura de um trabalho e possui conta no Orkut, fique atento ao seu perfil. Tenha cuidado com comunidades que você adiciona, fotos e com o que você escreve. Isso vale também para suas postagens no Twitter, Facebook e outras redes. Cada
vez mais as empresas estão adquirindo o hábito de visitar as redes sociais dos candidatos ao emprego para avaliar melhor a pessoa. Até quem já está empregado precisa ter cautela, pois o seu nome está associado ao nome da empresa. Fazer seu marketing é um bom caminho para que você tenha maior visibilidade e reconhecimento. Mais oportunidades podem aparecer, mais contatos e o seu crescimento pessoal certamente poderá ser percebido com o tempo. Associar uma ferramenta tão poderosa como a internet para fazer seu marketing pode ser comparado a unir o útil ao agradável.
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Abrindo o berrei ro Oba, seção nova! Então, caro leitor, sabe quando o bebê abre o berreiro só pra mãe fazer sua vontade? Pois é, esta seção foi feita pra você também abrir o berreiro. E adivinha quem vai fazer as suas vontades? É, isso mesmo, nós (Putz, quem inventou essa seção?). Quer saber como você pode abrir o berreiro? É só fazer a pergunta que quiser e o melhor, pra quem você quiser. Ou seja, você pergunta numa boa e a Placenta se lasca desdobra pra correr atrás do profissional que você escolheu pra dar a resposta. Como a gente sabe que você tem o espírito comunicador publicitário cara de pau aflorado e não tem medo de perguntar, abra logo o berreiro e envie a sua pergunta para placenta@matrizcomunicacao.com.br, com os seus dados (nome, sobrenome, idade, o que faz) e os dados do profissional (nome, sobrenome, agência ou empresa que trabalha). Mas vê se faz uma boa pergunta, porque será uma pergunta por edição. E se a sua não for escolhida nessa, não vale abrir o berreiro por causa disso, ok? 69
Isabela Cristina Soares, aluna do 5º semestre do Curso de Comunicação da Universidade Católica de Brasília, abriu o berreiro e a Placenta foi atrás de Sávio Zambrotti, Sócio-Diretor da Settegraal 2.0. Berreiro: Sávio, muitos estudantes que buscam seguir a área de Criação, quando vão procurar estágio, tem muitas dúvidas sobre como mostrar o portfólio. Então, como devemos mostrar o portfólio: impresso ou online? S.Z.: Hoje, online. Há poucos anos, tinha que ser impresso. O melhor é transferir as regras do manual do estagiário, do Eugênio Mohallem, pra web: a ordem das peças, etc. Outro ponto-chave: o mundo exige ser multiplataforma/colaborativo/ relacional/experiencing. Ou seja: a pasta TEM que ter ações, web, redes sociais, interatividade, relacionamento, brand experience, guerrilha. Mas não esqueça que o mais importante é o conceito, a ideia, o layout limpo e lindo. Não troque um bom anúncio por um sitezinho meiaboca, ok?
Berreiro: E o currículo, é importante? S.Z.: Depende. Pra criação, quase nada. A não ser que o cara queira ser Planning, ou seja um criativo de web com X cursos no exterior. Mas o currículo básico, tipo “fiz faculdade e uns cursinhos de corel” pode deixar na gaveta.
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