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1ª. PÁGINA

A construção de uma ponte sobre o João Cesário, destruída durante inundação, marca, neste mês do meio ambiente, o início da revitalização do mais importante tributário do Ribeirão das Antas.

Capa - Planeta Água / Fotos - Bruno Velasco - Páginas: 42-43

20 CAPACITAÇÃO CORUMBÁ CONCESSÕES

MINISTRA CURSO DE PINTURA EM TECIDO EM SILVÂNIA

28 CAMPANHA ANÁPOLIS LANÇA A CAMPANHA DO AGASALHO 2023

44 SANEAMENTO CAIADO: DEPOIS DA UNIVERSALIZAÇÃO DA ÁGUA

AGORA É A VEZ DO ESGOTO EM ANÁPOLIS

Mudança na Faculdade Raízes

A Faculdade Evangélica Raízes, credenciada para ministrar o curso de Direito e mantida pela Associação Educativa Evangélica, promoveu reforma em sua sede objetivando melhorar as condições de ensino e aprendizagem para os corpos discente e docente. Situada na região central de Anápolis, a Raízes proporciona um ensino de qualidade e oportunidade de participação em pesquisas com bolsas remuneradas e voluntárias, estágios profissionais e ações solidárias.

12. TRADIÇÃO

Circuito das Cavalhadas 2023 em Goiás será o maior da história

17. LIDERANÇA

Os desafios das novas lideranças

23. OPINIÃO

Moacir Melo comenta sobre o vai e vem do ensino médio brasileiro

27. SAÚDE

Número de seguidores no Instagram facilita acesso a medicamento mais caro do mundo

31. TELECOMUNICAÇÕES

Setor de telecomunicações: Do telégrafo elétrico ao ChatGPT

32. ASSOCIATIVISMO

ACIA empossa nova diretoria para o biênio 2023-2025 em solenidade altamente prestigiada

36. MÚSICA

Roberto Carlos faz shows em Trindade e no Country Clube em Goiânia

40. CIDADES

Roberto Naves visita obras do novo Centro Administrativo

46. CLIMA

Temperatura dos oceanos atinge nível recorde

48. PERISCÓPIO

Confira destaques da vida em sociedade

63. ADVOCACIA

CASAG Anápolis tem novo endereço

67. CARROS

Carro com 1.000 km de autonomia já no mercado

77. MUNICÍPIOS

Em Alexânia ação educativa no trânsito promove segurança no Maio Amarelo

80. REGISTRO

Tina Turner alertou fãs sobre cuidados com a saúde

82. ENERGIA LIMPA

Green Yellow fecha contrato de fornecimento de energia renovável com o Assaí Atacadista

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, concedeu entrevista à ONU News para celebrar o 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa.

António Guterres, Secretário-geral das Nações Unidas falou à ONU News sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa. “Um leitor obsessivo” de História, ele afirma que este hábito o ajuda a lidar com “muitas dinâmicas” de muitos países e que “tem a ver com o passado”. Guterres também comenta sobre paridade de gênero, mudança climática e multilateralismo. António Guterres destacou ainda algumas lembranças de encontros de trabalho e conversas com líderes internacionais que falam a sua língua materna. Para o secretário-geral, a língua portuguesa é um bem comum, e os países que falam o idioma devem seguir apostando no multilateralismo e na construção da paz no mundo.

Está no cargo há seis anos, problemas e desafios não param. E no meio de tudo isso, tem tempo para descarregar um pouco os problemas do mundo e pensar em língua e leitura?

Eu sou um leitor obsessivo sobretudo de História. Portanto, todas as noites, antes de dormir, já na cama, entre uma hora e uma hora e meia, consagro sempre a uma leitura, que não tem a ver com os dossiês ou com os relatórios das Nações Unidas, mas tem a ver com livros que compro, alguma ficção, livros de vários tipos, mas sobretudo de história.

Que autores que o têm influenciado ou inspirado?

Para se ter ação política é muito útil, sobretudo ação política ao nível do secretário-geral das Nações Unidas, que lida com todo o mundo, é muito útil ter tido a oportunidade de ler o mais possível a história. Para compreender as dinâmicas que muitos países hoje têm e que têm muito a ver com o seu passado. E, nesse sentido, eu penso que as minhas lições de história foram muito importantes para me dar capacidade em muitas situações negociais de compreender as motivações profundas dos meus interlocutores, de compreender as razões de fundo que levam a que os problemas sejam o que são hoje, em vários países. E por isso, a ter uma intervenção mais eficaz e mais rigorosa.

Secretário-geral, o mundo da política tem as suas anedotas. Tony Blair disse que conversava com os seus pares, na França, em francês. Há pouco tempo, Angela Merkel conversava em russo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. E Jean Chrétien, do Canadá, disse que sempre conversava com a Rainha, em seus encontros de trabalho, em francês, porque –segundo ele -, ela “detestava o inglês dele”. Existe algum momento, na sua carreira, que o senhor pôde conversar com alguém, um grande líder internacional na sua própria língua?

Mas, com certeza. Tenho falado com dirigentes de países africanos de língua portuguesa. Tenho falado com dirigentes brasileiros, timorenses em português. Isso é sempre, para mim, um enorme prazer. Recordo, com uma memória vivíssima, as conversas que tive com o presidente Fernando Henrique, com o presidente Lula. Recordo também as conversas que tive, ainda há tão pouco tempo, com o presidente Lourenço, de Angola, que está a desempenhar um papel fantástico na criação de condições para a paz, na República Democrática do Congo. Portanto, há muitas situações em que eu tenho a sorte de poder falar com o meu interlocutor numa língua, que ambos conhecemos, portanto não deve haver mal-entendido.

Exato. Isso é muito importante na política e em qualquer relação. Mas não houve nenhum estrangeiro com o qual o senhor pudesse conversar e que soubesse português, por acaso?

Às vezes, há situações extraordinárias em que, normalmente não ao nível de liderança, mas por exemplo embaixadores de países que estiveram em Portugal, ou estiveram no Brasil, ou estiveram em Angola ou em Moçambique e que aprenderam a falar português, mas são situações, relativamente, raras.

Vamos agora falar sobre algumas bandeiras que o senhor tem defendido. Uma delas é a promoção da igualdade de gênero, mas também a participação dos jovens em processos de decisão. O que o senhor está fazendo para combater o aquecimento global?

Bem. Esta é uma prioridade fundamental da ação das Nações Unidas. As Nações Unidas não só são a sede em que todos os países se juntam, a Conferência dos Estados-Partes para as suas reuniões anuais em que, nós desejaríamos que fossem muito mais longas, em matéria de ação climática, mas as Nações Unidas têm tido, creio que hoje todos o reconhecem, um papel liderante no por em cima da mesa, com clareza, a agenda que é necessário cumprir. Uma agenda drástica à aceleração da redução das emissões. Em que fazemos exigências muito fortes a todos os países, nesse sentido, mas não só aos países. Também à indústria nos mais diversos setores, o nosso combate pelas energias renováveis para que nos livremos, progressivamente, dos combustíveis fósseis que têm causado uma parte substancial do aquecimento do planeta. A nossa intervenção é em favor da justiça climática requerendo dos países mais desenvolvidos que cumpram os seus compromissos em relação aos países em desenvolvimento. Batemos muito para que aumente o financiamento, a chamada adaptação, ou seja, aos investimentos que os países devem fazer para aumentar a capacidade de resistência das suas infraestruturas, da resiliência de suas populações ao impacto climático. Tivemos, recentemente, uma grande vitória com a aprovação do Fundo para o chamado Loss and Damage, Perdas e Danos, portanto, digamos, esta é uma área que penso poder dizer com verdade que estamos na vanguarda das posições mais determinantes, no sentido de obrigar àqueles que têm que tomar decisões: os Estados, as empresas, obrigá-los a fazer o que é preciso para que nós possamos derrotar as mudanças climáticas. Infelizmente, Estados, empresas e, muitas vezes, a sociedade têm andado muito mais lentamente do que seria necessário para um combate realmente eficaz ao aquecimento global.

É muito importante também para os países de língua portuguesa porque todos eles têm saída para o mar. Vamos a um deles, a Guiné-Bissau continuando a nossa viagem e falar de uma outra bandeira que tem levantado. Há uma jovem, que se chama Jovania, que lhe pergunta como as mulheres podem se preparar para se tornar secretária-geral da ONU tendo em conta que até agora só houve homens?

Eu acho que a primeira coisa a fazer é que as mulheres se candidatem e que os países candidatem mulheres nas próximas eleições, que ocorrerão daqui a um pouco mais daqui a três anos e meio. Mas há uma coisa que nós estamos a fazer nas Nações Unidas e que eu acho muito importante. As Nações Unidas tinham um predomínio de homens nos seus órgãos de direção. Hoje, nos 170 altos dirigentes das Nações Unidas, há mais mulheres que homens. Uma pequena diferença, mas há mais mulheres que homens. E nos nossos representantes nos países, os chamados coordenadores residentes, da ação das Nações Unidas nos diversos países, há mais mulheres que o número de homens nessas funções. E isto está também, cada vez mais, a refletir-se quando olhamos para a estrutura. Ainda não estamos lá, em paridade, mas temos vindo, cada ano, a aumentar 1% a porcentagem das mulheres. E, espero que o meu objetivo, que é atingir a paridade em 2028, eu já cá não estarei, mas que tudo faremos enquanto eu cá estiver, para garantir que esse objetivo é um objetivo perfeitamente alcançável.

A língua portuguesa, para uns, é a identidade deles. Para outros é a pátria, para lembrar de Fernando Pessoa. Para alguns pode ser o mar, Vergílio Ferreira: “Da minha língua vê-se o mar”. O que é a língua portuguesa para o senhor?

Eu acho que é a riqueza da diversidade. Eu estou a ouvi-la a falar em português do Brasil, que é muito diferente no som do português que eu falo. Mas é isto que é a nossa riqueza comum. A língua portuguesa está em quatro continentes e é uma ponte de união entre mulheres e homens de todo o mundo e que podem utilizar a língua portuguesa para incrementar o diálogo e a cooperação internacional e para serem todos eles fatores de paz porque paz é o bem mais precioso e infelizmente é um bem que estamos longe de dar por adquirido neste momento.

Secretário-geral, por último, algo mais a dizer a este mundo lusófono nos quatro cantos do planeta?

Eu faço meu apelo para que todos os países de língua portuguesa continuem firmes em seu propósito por uma aposta forte no multilateralismo. A sua aposta forte no cumprimento da Carta das Nações Unidas. A sua aposta forte no cumprimento da lei internacional e a sua aposta forte em transformar o nosso mundo num mundo mais justo sobretudo do ponto de vista econômico e financeiro. Hoje, vemos os países em desenvolvimento com dramáticos problemas por causa das desigualdades criadas pelas injustiças, que profundamente impregnam o nosso sistema econômico e financeiro. E tendo países, nos vários continentes, países mais desenvolvidos, países menos desenvolvidos, penso que os países de língua portuguesa estão numa posição ótima de ser uma ponte que aproxime os vários Estados da compreensão de que é preciso fazermos algumas reformas profundas para que haja mais justiça e mais igualdade no mundo. (ONU News)

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