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CIDADE SUSTENTÁVEL
Certamente que Anápolis deve investir em Edifícios com Eficiência Energética, pois é de extrema importância, no momento e no futuro, a diminuição do consumo energético por meio do uso racional da energia, seja na execução da obra de edifícios ou mesmo após, durante seu uso e conservação mais adequado com qualidade e economia pela população local, seja em edifícios privados ou públicos. O Arquiteto e Urbanista brasileiro Siegbert Zanettini afirma que a “arquitetura contemporânea apoia-se em fundamentos que incluem questões sobre ecoeficiência, sustentabilidade, utilização das condições climáticas naturais, incorporação de novas formas de energia [...]”, dentre outros aspectos relevantes e fundamentais diante das condições atuais do planeta, seja na diminuição da exploração dos recursos naturais, da poluição e dos resíduos sólidos ou na utilização da eficiência energética que pode ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Um edifício é mais eficiente energeticamente que o outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo energético. O Engenheiro Sílvio Melhado, Doutor da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, afirma que as edificações com eficiência energética exigem um grau maior de preocupação nas etapas de concepção e projeto, pois as inúmeras possibilidades projetuais de implantação, orientação, uso de materiais, tecnologias, sistemas estruturais e energias alternativas a serem empregados deverão ser analisadas neste período para que não haja aumento de custos em alterações durante a obra. A partir destes dados, a sociedade atual deve promover alterações
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Siemens do Brasil em São Paulo: exemplo de eficiência energética
diversas no seu modo de vida e não apenas no jeito de construir as edificações. A arquiteta francesa Gauzin Müller afirma que “não existem edificações sustentáveis, mas sociedades sustentáveis. No entanto, projetar edificações que consomem muito menos energia é essencial para vencer os desafios ambientais.” Pode-se afirmar que o número de edifícios que se dizem sustentáveis é crescente, sendo representativo o número de novas propostas de edifícios no contexto internacional. Apoiando essa nova geração de projetos, estão os instrumentos legais, seguidos de vantagens ambientais, econômicas e da própria diferenciação da arquitetura. Acreditamos que Anápolis deve sim, investir em novos edifícios que garantam a eficiência energética como exemplo para Goiás, para o Brasil, para o mundo.
O gráfico apresenta o custo acumulado na fase de construção, quando as diversas possibilidades existentes em um projeto não foram resolvidas durante as fases de planejamento; os dados do gráfico valem para o Brasil como um todo e, principalmente, para cidades com grande crescimento imobiliário como é o caso de Anápolis.
RENATO DE MELO ROCHA Doutorando da Universidade de Brasília (UnB), em “Edifícios com qualidade ambiental e eficiência energética” Professor de Construção Sustentável do Instituto de Pós-graduação-IPOG Coordenador geral do REARQ Coletivo arquitetonico. arqrenatorocha@gmail.com (62) 9290 1757 e 8253 0257
Cientistas podem ter comprovado teoria sobre como a energia do Sol é gerada
De acordo com o site Space.com, uma equipe composta por mais de 100 cientistas parece ter detectado os neutrinos criados pelo processo de fusão que ocorre no núcleo solar. A descoberta pode revelar mais informações a respeito dessas partículas e como elas completam sua jornada de milhares de anos desde o coração da estrela até chegarem à superfície do nosso planeta. Os neutrinos provenientes do Sol são produzidos durante as reações de fusão — conhecidas como próton-próton — que ocorrem no núcleo solar. Então, essas partículas são emitidas pela estrela quase na velocidade da luz, e um número estimado em 420 bilhões delas atinge cada milímetro do nosso planeta por segundo. O mais interessante é que enquanto a luz e o calor que vemos e sentimos diariamente leva cerca de oito minutos para viajar do Sol até a Terra, a energia produzida pelo núcleo da estrela demora centenas de milhares de anos para chegar do núcleo até a superfície e, então, ser emitida até nós.
Detector
O problema em se confirmar esse processo é que os neutrinos são capazes de passar pela matéria praticamente sem sofrer maiores alterações, o que os torna bem difíceis de detectar. Assim, durante os experimentos, os pesquisadores evidentemente não foram até o Sol nem mandaram sondas espaciais até lá, mas empregaram um instrumento ultrassensível chamado Borexino que fica localizado na Itália. Esse equipamento fica enterrado a 1,4 km de profundidade e é um dos detectores de neutrinos mais sensíveis do mundo. O que os cientistas fizeram foi reproduzir as reações de fusão que ocorrem no núcleo do Sol e depois comparar os dois tipos de energia solar irradiada — na forma de neutrinos e na forma de luz que chega à superfície —, confirmando o processo que dá origem à energia emitida pelo astro.
A nobre renovação do bambu
Pesquisa realizada na UEG comprova o potencial do bambu para a construção civil
Bambus no lugar de tijolos e habitações mais baratas construídas em uma perspectiva sustentável. Essas são as premissas que marcaram a trajetória acadêmica da professora doutora em Arquitetura e Urbanismo Anelizabete Alves Teixeira. O interesse pelo uso de materiais alternativos em construções civis começou na graduação e levou a professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG) a elaborar pesquisa pioneira na aplicabilidade dos bambus como opção estrutural em edificações populares.
Tecnologia
A tese de doutorado da professora do câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas - “Desempenho de painéis de bambu argamassados para habitações econômicas: aplicação na arquitetura e ensaios de durabilidade” - é um desmembramento de pesquisas que se iniciaram em seu trabalho de conclusão de curso e passaram pelo mestrado. O objetivo da tese foi desenvolver uma tecnologia capaz de criar painéis de vedação, que seriam as paredes de uma construção, com uma argamassa com aderência adequada, além de investigar a questão da durabilidade desses painéis. “Na Colômbia e na Costa Rica, países que já utilizam construções com o bambu, percebíamos que a argamassa se soltava das estruturas utilizadas”, revela a professora. Depois de voltar de um congresso na Costa Rica, Anelizabete quis estudar a eficiência desses painéis de bambu.
Para que tijolos?
A pesquisadora explica que a produção desses painéis parte da substituição dos blocos cerâmicos, ou seja, dos tijolos comuns, pelo bambu. Uma estrutura de bambu é então montada e coberta por uma matriz de cimento, uma argamassa. “Existem muitos tipos de painéis de vedação. O que eu fiz foi elaborar uma tecnologia de produção desses painéis. A contribuição do meu trabalho vem no sentido de criar um tratamento desses bambus e avaliar a durabilidade dessas estruturas”, revela. Para tanto, Anelizabete desenvolveu uma metodologia, por meio de ensaios com um processo de envelhecimento acelerado, para conseguir projetar a vida útil dessas estruturas. Os resultados positivos do trabalho colocaram a tese da professora Anelizabete em destaque no campo da inovação tecnológica na produção e utilização desses painéis de bambu argamassados. O trabalho teve projeção mundial e foi discutido em congressos internacionais. Além disso, profissionais de todo o Brasil entraram em contato com a professora para falar que estavam colocando em prática a tecnologia elaborada a partir da pesquisa realizada na UEG.
Reconhecimento
O reconhecimento do trabalho o colocou entre um dos indicados ao Prêmio Capes de Teses 2014. Segundo a professora, a projeção foi muito gratificante, uma vez que existem poucos autores e autoras que trabalham esse aspecto específico da construção civil, o que, para ela, é um desperdício do potencial quando se trata da planta. Aos olhos de Anelizabete, a pouca utilização do bambu na construção civil é uma questão cultural em nosso País. “O Brasil é o país que apresenta o maior número de espécies nativas de bambus. Para se ter uma ideia, a área de bambus plantados no Acre representa, aproximadamente, a extensão do território da Inglaterra”, revela a pesquisadora. Ela afirma que do ponto de vista da sustentabilidade os atrativos da planta são muitos: o bambu cresce rápido e sua renovação ocorre em um pequeno intervalo de tempo; ele se adapta com facilidade aos solos e climas de todo o território brasileiro; as plantações não exigem mão de obra especializada; e o beneficiamento do bambu não exige gastos com energia. (Alisson Caetano| CGCom| UEG)