ENTREVISTA

Roberto Naves “2022 será o ano da retomada”

Roberto Naves, ao final do primeiro ano de seu segundo mandato à frente da Prefeitura de Anápolis, comenta com otimismo as possibilidades de crescimento e desenvolvimento da segunda mais importante cidade do interior de Goiás. Faz, ao mesmo tempo, um balanço do que foi o trabalho realizado ao longo do período crítico da pandemia destacando as ações que tornaram Anápolis uma referência quanto a essa questão e antecipa detalhes do planejamento nas áreas de saúde, esporte, segurança e meio ambiente para 2022.

Que balanço o senhor faz deste seu primeiro ano do segundo mandato?

É um reinício de trabalho e a consolidação de um modelo de gestão. Porque apesar da continuidade da administração, após a aprovação nas urnas do primeiro mandato, este primeiro ano ainda recebeu forte influência da pandemia em todo o primeiro semestre. Portanto, somente após a vacinação pudemos tratar da retomada. Tanto a retomada econômica quanto a retomada dos nossos projetos que foram interrompidos para que pudéssemos dar atenção à nossa população acometida com a Covid-19. Então, somente agora, por exemplo, pudemos fazer os investimentos na Saúde dentro do nosso plano de ampliação do atendimento à nossa população. Nosso primeiro ano já mostrou o quanto conseguimos, ao nos unirmos, diminuir os impactos da pandemia na Economia: Anápolis é uma das cidades com os melhores índices econômicos de crescimento e geração de emprego do Centro Oeste e é destaque no Brasil nos dados aferidos nacionalmente.

Com o recrudescimento da pandemia causada pela Covid-19 haverá mudanças na estratégia de combate à doença?

Já atingimos este avanço. O fechamento do Hospital Municipal Norma Pizzari foi um marco na vitória de Anápolis sobre a Covid. Era uma unidade criada para atender os pacientes e que deixou de funcionar por falta de demanda. Com isto, os investimentos municipais que tiramos das demais áreas para salvar vidas nas nossas unidades, como foi o caso do Hospital Norma Pizzari, agora poderão ser remanejadas para as prioridades e desafios do dia-a-dia.

Os investimentos em Saúde são comprovados com ações como a da inauguração do Hospital Municipal Alfredo Abrahão. Isso tem sido suficiente para se dizer que a Saúde vai bem em Anápolis?

Eu acredito que o principal indicativo de que a Saúde vai bem é que quando a pandemia chegou atingindo como uma avalanche a todos os municípios brasileiros, algumas cidades sentiram menos seu impacto. E Anápolis foi uma delas. A razão para isto é que já vínhamos cuidando da Saúde com investimentos significativos e, sobretudo, estratégicos visando a modernização no atendimento, o uso da tecnologia em todas as etapas da prestação do serviço e a aquisição de novos equipamentos nas unidades. Este projeto, ao ser executado nos dois primeiros anos, foi o que nos permitiu redefinir os investimentos para a Covid e diminuir a força do golpe que a doença trouxe. Agora, o que a cidade está acompanhando em termos de inaugurações e entrega de obras é a parte do projeto que precisou ser atrasado. O exemplo mais claro disto é que o próprio Alfredo Abrahão foi usado como unidade de UTI Covid no auge da segunda onda. Ou seja: só tivemos a chance de usar uma unidade porque ela estava pronta, porque o investimento já havia sido feito em prol da sociedade.

O que a população pode esperar para 2022 nas áreas da saúde, educação e segurança?

Nosso plano de metas é o mesmo e vamos retomar os investimentos que foram congelados em mais de um ano e meio. Na Educação, assim como falamos agora da Saúde, vamos seguir apostando na modernização e no uso das ferramentas tecnológicas para otimizar o ensino, com a possibilidade de acompanhamento remoto, que é uma realidade que veio para ficar. Mas para isto é preciso dar qualidade, gerar uma produção de aulas sem perdas, longe do improviso. Isto é o que já estamos fazendo e queremos incrementar. Também queremos aumentar a nossa rede de proteção social aliada à Educação a fim de criar um ambiente propício ao Conhecimento. Colocar o aluno dentro da sala de aula é uma pequena parte da tarefa. É fundamental colocar este aluno bem alimentado, cercado de cuidados que gerem tranquilidade para que ele de fato se dedique a aprender. Foi isto que levou Anápolis a ser destaque em um painel sobre Educação e Inclusão Social em Barcelona, no mês passado. Quanto à Segurança Pública, vamos avançar no nosso sistema de monitoramento, dentro do projeto de cidades inteligentes ao qual Anápolis já está inserida e dar esta contribuição para o Estado, que é o verdadeiro agente responsável pelos cuidados com a Segurança.

O orçamento tem permitido investimentos significativos em áreas como as do esporte, cultura e lazer?

Estes são temas importantes para trazer vida à nossa cidade. Para falar deles, temos de fazer um breve histórico: quando assumimos a gestão em 2017, foi preciso cortar na carne da administração para fazer ajustes a fim de garantir a sobrevivência financeira da cidade, por isto tivemos de suspender ações nestas áreas. A previsão era de uma retomada conforme fôssemos melhorando os

números e assim fizemos com outros cortes que foram aos poucos retornando com melhoramentos. E então veio a pandemia que impediu que aglomerações, típicas do esporte, dos eventos, pudesse acontecer. Agora, estamos retornando. Temos condições de realizar um trabalho de recuperação, assim como fizemos com a cidade, nestas áreas. O Natal de Coração já é uma vitória de todos, ao permitir que a Prefeitura leve aos bairros apresentações artísticas musicais e reúna a comunidade como o que ela é, uma grande família. Teremos novidades para a população em 2022.

Anápolis é destaque na área ambiental com premiações nacionais, inclusive. O senhor pretende aumentar as ações de recuperação, preservação e conservação do meio ambiente? Já existem projetos para tal?

A questão ambiental em Anápolis demanda a resolução de dois desafios: a preservação de fontes naturais, como os nossos mananciais e nascentes e o uso integrado destes espaços com a população. Não queremos criar santuários, mas sim, espaços de união da população com o meio ambiente, criando uma mensagem de respeito e conscientização da preservação. Temos três parques em construção, o Parque Linear, o São Silvestre e o Parque das Águas. Estes dois últimos possuem forte apelo na preservação uma vez que resguardam nascentes fundamentais para a cidade. E todos os três cumprem uma função social que acreditamos ser estratégica: descentralizar os espaços de lazer, de prática esportiva e de contemplação ambiental na cidade. Anápolis tem seus espaços de referência, e o Parque das Águas será o novo cartão portal dos anapolinos, mas não queremos que toda a cidade precise se deslocar para um único bairro, ao contrário: queremos levar diversão, espaços esteticamente aprazíveis e repletos de integração com o Verde para os bairros, para quem antes sonhava com uma praça, agora poderá ter a praça e o parque. Além disto, temos feito um trabalho atento na questão ambiental que poucos acompanham que é o tratamento do lixo, o respeito ao plano diretor, dando noção lógica ao crescimento da cidade, evitando um “estouro da boiada” num crescimento predatório que coloque nossas riquezas naturais em risco.

A Saneago vem cumprindo o contrato firmado com o Município?

A relação de Anápolis com a Saneago é de uma cobrança constante. Temos sido parceiros do Governo de Goiás e em especial da Saneago, e isto também significa realizar cobranças, fazer pedidos, monitorar com a nossa Agência de Regulação. É indiscutível que a empresa adotou um novo modelo de gestão em seus investimentos, que receberam um novo fôlego. Este era um compromisso do governador Ronaldo Caiado com a nossa administração e com toda a cidade e vem sendo cumprido. Tivemos falta d’água na cidade, mas num índice bem

“A questão ambiental em Anápolis demanda a resolução de dois desafios:

A preservação de fontes naturais, como os nossos mananciais e nascentes e o uso integrado destes espaços com a população”

menor, o que evidencia que os investimentos realizados e que terão continuidade têm o poder de mudar esta triste realidade de ao menos 30 anos, que é a falta de abastecimento.

Já existe um cronograma para as obras de conclusão do prédio inacabado da Praça 31 de Julho?

Sim. Esta foi uma conquista das áreas técnicas da nossa gestão, do setor jurídico, da infraestrutura e com a ajuda das áreas políticas, uma vez que conseguimos um consenso com a Câmara Municipal a fim de dar àquele imóvel uma finalidade estratégica, valorizando arquitetonicamente uma região tradicional e de grande movimento da cidade. Vamos entregar o prédio, que será a nova sede da administração Municipal e criar um espaço para reuniões populares, para eventos, enfim, um grande monumento à Democracia em nossa cidade. Concluiremos nosso mandato com aquela sede em funcionamento.

Projetos em andamento na área ambiental atestam o incremento dos investimentos que têm sido feitos nesse setor. De que forma a população pode contribuir com esse tipo iniciativa da Prefeitura de Anápolis?

Todo projeto público tem sua qualidade de resolução e sucesso atrelado e dependente da participação da população. No Meio Ambiente, é ainda mais profunda esta relação, uma vez que quase sempre é a população quem assume o protagonismo nas ações. A gestão municipal realiza os estudos, lança o projeto, apresenta a proposta e investe. Mas é a população que é a usuária diária do espaço, ou a frequentadora ou até mesmo residente daquelas áreas é que precisam abraçar a causa e fazer acontecer. Temos dificuldades a serem superadas com as populações ribeirinhas na questão do assoreamento e da ocupação irregular das margens dos nossos cursos d’água. O que estamos fazendo é olhar a questão com a amplitude que ela merece. Ninguém causa um dano ambiental em Anápolis por interesse em destruir ou só por algum capricho. A nossa realidade aponta em outra direção: o uso para tocar pequenos negócios que visam a subsistência e muitos de seus autores agem com desconhecimento. Precisamos levar conscientização, informação, possibilidade de uso racional dos recursos e, aí sim, punir quem deliberadamente quiser continuar com tais práticas.

Prefeito Roberto Naves, qual é a sua mensagem de Natal e Ano Novo para os anapolinos?

A mensagem para este ano é de Esperança. Nós, que lutamos incansavelmente contra a covid, que cuidamos uns dos outros, que perdemos pessoas queridas do nosso convívio, temos uma missão de fé: a de valorizar a vida, celebrar a nossa existência na Terra e, em um homenagem àqueles que se foram, ter Esperança. Esperança renovada no nascimento do menino Jesus, que representa uma nova vida, uma nova perspectiva para a humanidade. Que possamos crer que o pior já passou, que 2022 será um ano de retomada, de grandes desafios, é claro, mas também de avanços e conquistas que nos permitam deixar para trás o que passamos de ruim, de tristezas. Nossa melhor homenagem a quem lutou, como os profissionais de Saúde que foram heróis, e a quem a Covid nos tirou do convívio, é termos Esperança. E o Natal é o momento ideal para esta celebração e reflexão. Feliz Natal a toda a Família Anapolina!