29 minute read
Mirna Tônus
from PQN67
by Revista PQN
Arquivo pessoal
Divulgação pqn@pqn.com.br
Advertisement
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo fez uma série especial para celebrar os 134 anos de Uberlândia, comemorado em 31 de agosto. Foram disponibilizados materiais com conteúdos especiais sobre a data festiva. Os materiais foram divulgados durante as quatro primeiras segundas-feiras do mês e deram destaque sob diferentes perspectivas da história do município. O 1º lançamento contou um pouco da criação da cidade, seus pioneiros, estratégias e planos para desenvolver a região, além da conservação e preservação das primeiras estruturas que transformaram uma porção de terra inexplorada em uma grande cidade.
NOVO JORNALÍSTICO
O Jornal Paranaíba, na TV Paranaíba, a liada Record TV para 90 municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Noroeste e Sudoeste de Minas, ganhou o JP Agora. Um boletim jornalístico com duas edições diárias, que estão sendo exibidas de segunda a sexta, com o objetivo de destacar as principais notícias que acontecem no Brasil e que são de interesse da população, complementando ainda mais a grade de programação da emissora. A apresentação é do jornalista Alexandre Leal. para a Destacando-se frente aos indicadores das demais universidades da América Latina e Caribe. Dentre as 72 instituições de ensino superior do Brasil na lista, somente 28 delas ocupam espaço no top 50. No quesito mensurar desempenho das instituições, o Brasil obteve a pontuação média mais alta: índice de 55,6. O desempenho é mensurado utilizando 13 indicadores organizados nas áreas de
Ensino, Pesquisa, Citações, Perspectiva Internacional
Divulgação
DESTAQUE INTERNACIONAL
Classi cada pela terceira vez consecutiva, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) sobe para a 47ª posição no Times Higher Education Latin America University Rankings 2022. Destacando-se frente aos indicadores das demais universidades da América Latina e Caribe. Dentre as 72 instituições de ensino superior do Brasil na lista, somente 28 delas ocupam espaço no top 50. No quesito Ensino, um dos indicadores avaliados pelo ranking para mensurar desempenho das instituições, o Brasil obteve a pontuação média mais alta: índice de 55,6. O desempenho é mensurado utilizando 13 indicadores organizados nas áreas de
Ensino, Pesquisa, Citações, Perspectiva Internacional e Renda da Indústria.
PARABÉNS!
Vinte e cinco professores da Universidade de Uberaba (Uniube) foram citados em um ranking internacional divulgado pela AD Scienti c, que avalia a performance cientí ca e produtiva dos pesquisadores mais produtivos e in uentes do mundo a partir de pesquisas publicadas em revistas cientí cas internacionais. O ranking é uma classi cação que apresenta a produtividade total e dos últimos cinco anos desses pesquisadores, baseados em pontuações e no número de citações no Google Acadêmico.
Divulgação
PREMIAÇÃO
A Azul Viagens, operadora de turismo da Azul Linhas Aéreas, realizou a premiação dos agentes de viagens vencedores da campanha Agente Tá On. O agente Leonardo Morais da agência Hometour, de Uberlândia, foi o vencedor da região e recebeu um Renault Kwid 0km. A campanha aconteceu entre agosto de 2021 e janeiro de 2022 e oferecia prêmios para agentes e agências de viagens que vendessem o maior número de produtos e serviços da operadora. Os participantes foram divididos em três grupos estabelecidos por região e faturamento, sendo elas - 1º grupo SP e MG; 2º grupo GO e PR e 3º grupo outros estados.
JORNALISMO SÉRIO
Alunos das 226 escolas públicas participantes do projeto Arte do Jornalismo – Caminhos da Sustentabilidade receberam em agosto, na volta às aulas, exemplares do livro homônimo do projeto que impactou mais de quatro mil crianças com o desa o de discutir, por meio do jornalismo sério, a sustentabilidade em suas cidades, tendo como foco principal as metas de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidas na agenda da ONU até 2030. De Uberaba, participou o aluno da Escola Estadual Gabriel Toti, Ivonaldo Alves dos
Santos. Ele teve sua reportagem selecionada pelo projeto e publicada no jornal Uberaba
Sustentável. O tema escolhido foi Mulheres na Política e fala sobre a luta que elas tiveram para conquistar um lugar neste ambiente predominantemente masculino.
Ele continua muito lindo!
Ícone de gerações, Fiat 500 completa 65 anos de muitas histórias na indústria automobilística
RAPHAEL LUCCA
Era uma vez um lindo e pequeno carro italiano que atravessou as fronteiras e conquistou o mundo. Mas aí você pode pensar que vários modelos já zeram isso. Mas poucos viraram obra de arte e entraram para o acervo permanente do MoMA (The Museum of Modern Art), em Nova York. Mas, passados 65 anos, só o Fiat 500 conseguiu essa e outras façanhas na indústria automobilística.
Com o seu design singular e inconfundível, além de estilo único, o Fiat 500 tornou-se um ícone e importante personagem não só da história da Fiat Automóveis, mas da indústria automotiva mundial. Inspirando mudanças desde 1957, o modelo chegou aos tempos atuais mais moderno do que nunca.
COMO TUDO COMEÇOU
O carro foi projetado pelo engenheiro Dante Giacosa, e lançado em 4 de julho de 1957, na Europa, após a Segunda Guerra Mundial. Assim, havia uma enorme necessidade de dar mobilidade às populações, mas poucos meios. A saída foram os automóveis pequenos e baratos – no preço, na produção e, sobretudo, no consumo de combustível. Dessa forma, surgia o Fiat 500 na Itália. Seu pequeno motor de 479 cm³ e dois cilindros produzia 13 cavalos de potência. Com seus três metros de comprimento e 500 kg de peso, ele trafegava com desenvoltura pelas estreitas ruas europeias. Suas portas se abriam para a frente, com dobradiças na metade do carro.
Em seus primeiros anos de vida (até 1975), cerca de quatro milhões de unidades do Fiat 500 original foram produzidas na Europa. O carro contribuiu para a motorização do continente naquela época. O sucesso foi tanto que, em 2007, quando seu lançamento completou 50 anos, ele foi reestilizado, unindo o autêntico padrão retrô à modernidade. Ele voltou ao mercado com o mesmo espírito e jeito cool, mas com mais segurança, tecnologia e requinte. Vale dizer que mais de dois milhões de unidades do Fiat 500 relançado em 2007 já foram vendidas até hoje.
FIAT 500 NO BRASIL
Pouco depois, em 2009, foi a vez do Brasil nalmente poder ter o pequeno em suas ruas. O 500 chegou bem equipado com itens como direção elétrica Dual Drive e ar-condicionado digital.
O modelo foi o primeiro Fiat vendido no Brasil com Hill Holder. o pioneirismo faz parte do DNA da Fiat e com o 500 não é diferente. Ele foi o primeiro automóvel a oferecer sete airbags de série, a oferecer ESP avançado em todos os seus motores. E nele estreou a família de motores TwinAir de dois cilindros. Foi também o primeiro carro com apenas 3,55 metros que conseguiu receber as cinco estrelas do EuroNCAP.
O Fiat 500 chegou radicalmente renovado por aqui em sua terceira geração. Desenvolvido sobre a nova plataforma Mini EV, ele cou maior, mais conectado e muito completo. Com o objetivo de apresentar aos consumidores brasileiros como a Fiat está atenta às demandas da sociedade atual, que busca uma mobilidade sustentável, urbana, conectada e autônoma, o modelo foi lançado no mercado brasileiro em 2021 apenas na versão elétrica.
Seu design reinterpreta o visual icônico do modelo clássico, com linhas que o tornam ainda mais elegante e escultural. Com dimensões maiores, privilegia o espaço interno, mas mantém a agilidade na cidade.
Muito tecnológico, o Fiat 500e que custa a partir de R$ 256 mil, conta com itens como o Co-Driver, formado pelo Sistema Avançado de Condução Assistida (ADAS) de última geração, atingindo classi cação nível 2 na escala SAE. Ele traz ainda o Fiat Connect Me, plataforma de conectividade que oferece mais conveniência, assistência e segurança, fornecendo toda a comodidade também por meio do smartphone, smartwatch ou assistente virtual como a Alexa, da Amazon.
Divulgação
Adriana Mulls: foco e propósito, principais elementos que colocaram o Diário do
Comércio nos trilhos
Capa De volta à essência!
Aos 50 anos, casada e mãe da pequena Mariana, de quatro anos, a jornalista Adriana Mulls se divide entre a maternidade e a tarefa de ser a presidente do Diário do Comércio, tradicional jornal econômico de Belo Horizonte que completa 90 anos em 2023. Serena, focada e tranquila, ela nos encanta com sua determinação em continuar a trajetória do jornal criado por seu avô, o jornalista José Costa. Com novo propósito, ela trabalha para que o DC possa continuar contribuindo com o desenvolvimento de Minas Gerais por meio de um jornalismo econômico de qualidade, responsável e de consistência editorial.
ROBHSON ABREU
Ahistória da jornalista mineira Adriana Mulls na Comunicação começou bem antes de ela aceitar um dos grandes desa os da sua vida - ser a presidente do Diário do Comércio, tradicional jornal econômico que circula há quase 90 anos no mercado mineiro. Ela já empreendeu, teve sua própria empresa, foi assessora de comunicação, além de ter atuado em algumas grandes assessorias de imprensa da capital mineira e aprender um pouco de tudo – produção de conteúdo, publicidade, marketing e imprensa. E foi nesta ocasião que ela começou a entender o seu propósito com a Comunicação – in uenciar, de alguma forma, positivamente a vida das pessoas! Aliado a isso tudo, ela viu que era possível e fundamental trazer a empatia, a simplicidade e o afeto para o ambiente de trabalho.
Mesmo tendo optado em cursar Jornalismo, Adriana nunca teve, inicialmente, a intenção de trabalhar na empresa do avô, embora ele tenha sido sua grande inspiração ao lado dos tios, também jornalistas – Marcílio e Luiz Carlos Costa. Especializada em Comunicação para Gestão de Crise, em 2006, ela começou a se envolver em alguns projetos do Diário do Comércio e passou a acompanhar o dia a dia e os desa os do jornal, muito pela proximidade com seu irmão, o administrador Yvan Mulls, que estava à frente da empresa em companhia a Luiz Carlos, presidente do DC de 1998 a 2019.
E seu envolvimento só foi aumentando. Em 2016, assumiu a Gestão de Relacionamento. Em 2017 a Diretoria Editorial e, em 2019, a presidência do Diário do Comércio, que tem atualmente 40 colaboradores entre pro ssionais da redação e administrativo. Com toda a sua bagagem pro ssional, ela conseguiu conectar seus propósitos com a empresa do avô e percebeu que eles estavam muito alinhados com a trajetória, com a história do jornal.
Nestes três anos como presidente, Adriana não teve muito tempo para hobbies, mas procurou sempre se cuidar. Hoje ela está em busca de autoconhecimento, autoamor e autocuidado. “Só assim contribuirei de forma efetiva para a evolução do nosso propósito e da sociedade. Agora me sinto pronta para buscar meu tempo, prazeres e hobbies como ler, ver bons lmes e relaxar em contato com a natureza. Sei que o grande desa o é trazer equilíbrio nos diversos papéis que exercemos”, a rma. E pelo visto, ela está conseguindo!
O DC segue sua trajetória do bem informar com ética e reponsabilidade, mas sem esquecer de todos os sacrifícios que o zeram chegar a estes 90 anos. Con ra nosso papo e conheça um pouco mais dessa pro ssional admirável!
1 – O Diário do Comércio tem uma história muito bonita e triste na imprensa mineira. Ele é fruto de um trabalho árduo e que foi ameaçado por uma tragédia familiar no nal da década de 90. Como a empresa deu a volta por cima e conseguiu se manter neste competitivo mercado da comunicação?
O nal da década de 90 foram anos difíceis para o Diário do Comércio (DC). Tivemos uma sequência de fatos. Em 1995, o falecimento do fundador José Costa. Três anos depois, de seu sucessor, Marcílio Gonçalves. Após isso, quem assumiu a presidência foi o lho José Motta Costa, que também veio a falecer. Foram duros golpes, mas não se pode atribuir que estes fatos ameaçaram a trajetória do jornal única e exclusivamente. Impactaram sim, com certeza!
Formado em Administração, Marcílio ampliou o olhar empresarial e de mercado para o DC. Com ações robustas na gestão, com ênfase em marketing, quali cação e ampliação das equipes de redação tanto do DC quanto do Jornal de Casa (JC), implementação de sistemas e compras de equipamentos. 1996 e 1997 talvez tenham sido os anos de maior faturamento e crescimento da empresa a partir do DC e JC.
O DC havia feito um alto investimento para a mudança de sua sede e o mercado aceitou muito bem a visão empresarial do Marcílio. Mas, junto com esse bom momento empresarial do jornal, havia necessidade de ajuste no setor. Os meios de comunicação já começavam a sofrer pelas mudanças advindas da internet e formas de produção. Nesse percurso, ocorreu o falecimento do Marcílio, e junto com o abalo da perda, o Jornal Pampulha, da Sempre Editora, estava entrando no mercado, concorrendo diretamente com o Jornal de Casa.
Em 1998, Luiz Carlos Costa, diretor de redação e único remanescente da segunda geração que atuava à época, assumiu a presidência com apoio da irmã economista Lúcia Costa. A ideia era de nir uma estratégia para vender a empresa.
Em 1999, uma crise econômica sem precedentes afetou nossa capacidade de compra, por exemplo, da matéria-prima, que era dolarizada. O JC, que chegava a 120.000 exemplares, teve seu custo de impressão dobrado da noite para o dia. Iniciamos os anos 2000 com muitas di culdades.
Naquele momento, meu irmão, Yvan Mulls, que já trabalhava na empresa e havia passado por diversas áreas do Financeiro, acompanhou tudo muito de perto. Ele estava desenvolvendo um projeto para implementar o setor de custos, com foco em identi car a margem de contribuição do DC e do JC. A tentativa de venda perdurou por três anos e muitas di culdades se acumularam no período, como atraso de salários e pagamento de fornecedores, gerando também um contencioso trabalhista grande.
Em 2001, Yvan assumiu a diretoria administrativa e nanceira. Ele e o Luiz Carlos estavam na linha de frente cinco anos depois de um dos maiores crescimentos que a empresa havia vivido. Mas que talvez precisasse de uma continuidade do planejamento de seus idealizadores, que naquele momento, já não estavam mais presentes. E, diante de todo o cenário que se apresentava, os anos seguintes não foram fáceis, mas de muita resiliência e vontade de continuar no mercado.
Pressão dos sindicatos e do Ministério Público (MP) com os atrasos salariais e contencioso trabalhista, somado à frustração de uma venda que poderia ser a solução não efetivada. O ambiente interno era de descon ança e desesperança. O primeiro movimento da nova diretoria foi, justamente, resgatar a con ança dos colaboradores, criando um comitê interno de gestão, com representantes de cada área.
Na sequência, houve uma decisão importante feita pelo MP em designar um perito para acompanhar as ações e elaborar um plano de contingência
Equipe do Diário do Comércio: unidos pelo propósito da boa informação, da responsabilidade e ética pro ssional
para um eventual acordo na Justiça do Trabalho. Uma das decisões tomadas a partir do plano foi o m de circulação do JC e a decisão estratégica de focar apenas no DC, compreendendo que esse era a essência e DNA de seu fundador.
O acordo trabalhista foi rmado de forma inédita, pois conseguiu reunir em uma única vara do trabalho todos os processos vigentes e espalhados, sem a devida consequência de pagamentos, o que oneraria ainda mais a frágil situação nanceira na época. Com o acordo rmado e as ações de reestruturação sendo realizadas, aos poucos, a direção ganhava a con ança e o fôlego necessários para cumprir suas obrigações. O mercado passou a reconhecer o esforço e a recuperação do DC e seu retorno às ‘origens’.
O comprometimento de todos neste processo, sobretudo da diretoria e colaboradores, com a causa do DC, e o apoio dos leitores e parceiros, foram fundamentais para que superássemos aquele momento e estarmos aqui hoje, celebrando estes 90 anos.
2 – O jornal tentou nos anos 2000 ampliar sua linha editorial e seu projeto grá co. Porém, não obteve tanto êxito e voltou à sua fórmula original e tradicional. O que a diretoria aprendeu com isso e quais acertos puderam ser incorporados ao DC de hoje? Quando se pensou em vender a empresa, entre 1998 e 2001, foram contratadas algumas consultorias. E, uma delas, apontou a necessidade de ampliar o público e alcance do DC, uma vez que o Jornal de Casa sofria um forte impacto com a concorrência. Não mudamos a linha editorial, mas ampliamos os temas, como por exemplo, a criação de uma seção de esportes. Mas sempre el ao seu mercado, economia, gestão e negócios. Porém, com um olhar mais ampliado.
3 – Com a sua entrada na presidência do DC, o que ganhou o ‘seu jeito’, a sua ‘marca’?
O processo de sucessão do Diário do Comércio foi fruto de um trabalho com o nosso Conselho Consultivo, que identi cou a necessidade de mudança. Não foi um processo fácil, mas foi muito bonito, porque foi respeitoso e houve consenso.
Estávamos focados no DC. Na verdade, o grande e maravilhoso desa o de assumir a presidência foi honrar toda a história que nos trouxe até aqui, de muita luta, e, ao mesmo tempo, provocar a mudança na engrenagem, dando o meu ‘tom’. Já era visão comum que precisávamos evoluir com a nossa gestão e na digitalização. E estamos fazendo isso! E também em uma estruturação da nossa área de Mercado. Mas, penso que a minha marca foi trazer para a discussão o jornalismo propositivo. Fizemos uma re exão profunda do nosso papel como veículo de comunicação em momento de tanta complexidade. A mídia tem um papel fundamental para uma transformação que precisamos fazer acontecer. É preciso ter uma relação bilateral com a audiência, construir um jornalismo colaborativo e ter uma abordagem mais construtiva. Isso não signi ca não falar das mazelas da nossa sociedade, ao contrário. Mas é preciso apontar soluções, mostrar referências positivas de caminhos e iniciativas que deram certo.
Voltamos à essência do DC e atualizamos o nosso propósito – contribuir com o desenvolvimento de Minas Gerais, por meio de um jornalismo econômico propositivo, sob os preceitos do capitalismo consciente.
Este também é um movimento que defendo e participo, como conselheira do Capítulo MG. Trouxemos com muita intensidade os movimentos da nova economia e das agendas urgentes, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Tanto que organizamos, desde 2017, o Movimento Minas 2032 que tem como objetivo articular a sociedade para a construção de um projeto de futuro, tendo como premissa os ODS, instituídos pela ONU. Tudo isso chamando sempre a atenção para a
urgência de articulação dos setores e lideranças. Acreditamos que, como foi no passado, só por meio de um projeto de Estado com a participação das lideranças empresariais e da sociedade organizada, superaremos os grandes dilemas que enfrentamos hoje como sociedade.
4 – Quais os seus desa os como jornalista, mulher e mãe à frente do DC?
Assumi a presidência e logo depois veio a pandemia. Os desa os foram potencializados. No DC e pessoalmente, com uma lha pequena. No Diário do Comércio, acho que o maior desa o vem sendo ampli car a nossa voz, ocupar o lugar que merecemos. E, em cima de uma história bem alicerçada, poder projetar o futuro com toda sua potencialidade. E junto com a minha voz, dar voz a outras mulheres e à diversidade para acharmos as convergências e assim, construir um futuro mais igualitário.
5 – Em algum momento você sentiu preconceito nos mercados editorial e publicitário?
Não especi camente nestes mercados. Mas, infelizmente, temos uma sociedade machista. Basta olharmos tantos acontecimentos tristes ocorridos recentemente. No meu caso, sinto, em algumas ocasiões, um preconceito velado que percebo de algumas formas. A mais comum é um olhar e uma fala que não são direcionadas a mim e sim ao homem que me acompanha. Mas não me abalo, tomo meu lugar de fala. Por outro lado, tive muito reconhecimento e manifestações positivas quando assumi.
6 – Falar de economia em um país com índices tão preocupantes e de política insustentável, é um assunto árduo para a maioria dos leitores. Como o DC orienta seus colaboradores a trabalhar essa narrativa tão complexa?
Um esforço árduo e permanente que tentamos cumprir oferecendo aos leitores coerência, independência e isenção, que são as verdadeiras matérias-primas do fazer jornalismo. Com estes instrumentos procuramos buscar fontes igualmente con áveis e independentes. Oferecemos mais que informações e conhecimentos que permitam ao leitor se situar, fazer seus próprios julgamentos e escolhas, orientando sua vida pro ssional ou seus negócios.
Outra ferramenta importante são os artigos assinados por especialistas igualmente independentes e reconhecidos em suas áreas. Um esforço em que mais que relatar o acontecido, buscamos antecipar tendências e movimentos, tanto quanto possível antecipando o futuro. Acompanhamos as curvas da economia, com toda sua dinâmica e buscamos torná-la acessível a todos. A nal ela afeta a vida de cada um de nós, com riscos e oportunidades. Temos uma equipe competente, apaixonada pelo bom jornalismo e alinhada com o propósito do DC.
7 – Há mais de duas décadas, especialistas em comunicação continuam a bater na tecla de que o futuro do impresso é o digital. O Diário do Comércio vem se preparando para este contexto e poderá se tornar um veículo multiplataformas?
Nesse ponto acreditamos que as respostas ainda não são de nitivas. Na verdade, talvez as perguntas que os especialistas tenham feito possam estar apenas na vertente do consumo da notícia e meios para se chegar ao público. Lançam-se no ‘digital’ sem verdadeiramente levar junto sua proposta de valor mais importante e nobre, que está muito ligado à essência do jornalismo e sua função. Isso talvez precise ser mais debatido pelo próprio meio. E também as perguntas podem ser feitas na vertente das fontes.
Outro dia encontramos um renomado advogado que atua em grandes empresas e se envolve em grandes causas jurídicas. Ele nos enviou um exemplar de 1971 com um artigo que havia escrito. Ou seja, o impresso pode ter sua relevância, sua funcionalidade. Não necessariamente de apenas dar a notícia, porque aí, realmente não
José Luiz, Adriana e Yvan: boas estratégias que deram fôlego ao jornal
compete com a velocidade das redes sociais e com desejo das pessoas em consumir por ali os acontecimentos. Mas será que ainda não teria a função de registro, de validação, de contextualização e opinião?
Com certeza, e num futuro que nos parece não muito distante, haverá mudança de plataforma, o que signi ca incorporar todos os benefícios que a moderna tecnologia oferece. O que não signi ca, como alguns a rmam, que o impresso acabará. Será exatamente o contrário, com um ganho de agilidade, capacidade de produção e de entrega que multiplicam oportunidades.
Para o Diário do Comércio, na realidade um processo de continuidade, que começou nos anos 1980 com introdução da informática na redação, processo em que fomos pioneiros no Brasil e que hoje facilita nossa inserção nesse novo mundo. Já disponibilizamos versão digital do jornal, além de uma variada gama de serviços que utilizam estas plataformas. Assim levamos mais conteúdo com mais agilidade a um número maior de leitores, que são alcançados com a mesma velocidade - estejam em Belo Horizonte ou do outro lado do mundo. Tudo isso só enriquece e fortalece o jornalismo, criando oportunidades para as quais estamos atentos. Mas, mais uma vez, acreditando que o jornalismo propositivo e o caminho de apontar soluções permeiam essas re exões.
8 – O jornal aposta em novos formatos e produtos para um público que cada vez lê menos? Como atrair essa nova geração de leitores?
Sim. Nós, do Diário do Comércio, estamos investindo no futuro com a experiência da tradição, a força da juventude e a coragem do pioneirismo. Estamos enfrentando os desa os e nos adaptando às mudanças exigidas pelo mundo, as quais possuem no rol de transformações a linguagem.
O Diário do Comércio tem investido em plataformas web voltadas para o UI e UX Design, na legibilidade dos conteúdos, na diversi cação das mídias e na interatividade do usuário. Além disso, caminhamos a passos rmes para a oferta de experiências propositivas para nossos stakeholders, clientes e consumidores. A cada dia, aprendemos mais sobre o redemoinho da digitalização e contribuímos signi cativamente para a rede comunicativa do Estado, com modelos inovadores de apresentação das notícias em nossas redes sociais abertas e fechadas. São podcasts, galerias, vídeos, sonoras, infogra as e diversos hipertextos que atraem e fortalecem a experiência personalizada dos usuários das nossas plataformas. Mas entendendo também que temos uma boa parcela que sim, lê e valoriza profundidade. E que, apenas aprofundando nos temas e nas grandes questões do desenvolvimento socioeconômico, conseguiremos ser transformadores. Parece contraditório, mas este é o maior desa o.
9 –Há 89 anos o DC se posiciona como fonte de informação con ável ao desenvolvimento socioeconômico do Estado. Você acredita que em algum momento isso se perdeu ou que a missão iniciada por seu avô é ainda uma bandeira arduamente levantada pelo jornal?
Nunca deixamos de ser fonte con ável de informação para o desenvolvimento de Minas. Este é o nosso maior ativo. A força da nossa marca está na coerência da nossa trajetória, sempre pautada em relevância, veracidade e con ança. O que pode ter acontecido, em função de grandes di culdades vividas nos primeiros anos da década de 2000, foi a canalização do esforço para superá-las. E conseguimos!
De uns anos pra cá, o que temos feito é recuperar o espaço que nos cabe. Ampliando nossa atuação e, em um momento de extrema complexidade, nos apropriando da nossa responsabilidade como veículo de comunicação. Além de provocar temas essenciais, articular e buscar ser luz e orientação para uma nova economia, oferecendo um jornalismo propositivo, transformador, e que está em nossa essência.
10 – Quais as ações planejadas para comemorar os 90 anos do DC?
A primeira iniciativa foi a campanha de 90 anos que já está no ar, sendo veiculada em vários canais, fora do DC, inclusive. O objetivo da campanha é mostrar a dimensão do que são os 90 anos e suas várias transformações. Sempre acompanhadas pelo DC. Não é pouca coisa! Nosso slogan é Debates Conscientes há 90 anos. A partir daí, de nimos por algumas produções de conteúdo alinhadas à nossa história e com a projeção de futuro.
O Há 90 anos oferece à nossa audiência um resgate da história de cada década, principais marcos e relação com o Diário do Comércio. Já entregamos as décadas de 30 e 40. Está maravilhoso! A ideia é entender o passado para construir nosso futuro. Tem boas referências lá, de erros e acertos, basta estarmos atentos.
Nas décadas de 70 e 80, por exemplo, por meio de articulação das lideranças e de um projeto de Desenvolvimento, Minas Gerais superou uma grande crise, conquistou grandes feitos e se posicionou em um contexto de enorme relevância no cenário nacional. Será que não nos falta hoje, projeto de futuro e articulação das cabeças pensantes para resolver os dilemas que enfrentamos?
Também lançamos o Quem fez história, que traz a trajetória das empresas mais longevas do Estado. Muitas curiosidades, lutas, superações e exemplos a serem seguidos, ou pelo menos, conhecidos pela sociedade.
Já o Diálogos DC 90 é uma proposta de debate e de mobilização em prol da construção de uma sociedade justa, democrática, desenvolvida e soberana que queremos. O objetivo é ir além da notícia e contribuir de forma ainda mais ativa na construção do projeto
da nação. Serão convidados convidados para os diálogos para os diálogos indivíduos, entidades, indivíduos, entidades, instituições e demais instituições e demais coletividades que compõem o tecido social mineiro para discutir propostas e ações estratégicas, capazes de dar um novo rumo à sociedade brasileira. Para pautar o debate estamos trazendo os ODS, organizados em eixos estruturantes como Qualidade da Cultura e Educação (já disponível nos nossos canais); Qualidade da Inovação & Produção Tecnológica; Qualidade da Cidadania & da Democracia; Qualidade de Vida & Ambiental; Produção Responsável & Competitividade e Geração & Distribuição de Riqueza. É o Diário do Comércio atuando como agente mediador propositivo para o fortalecimento da economia mineira, além de propor um diálogo saudável.
O conteúdo será entregue em diversos formatos. E daremos continuidade às novas produções e surpresas no Ano 90, que vai até outubro de 2023.
11 – Sobre o consagrado Prêmio José Costa, qual novidade dessa edição?
A grande novidade do Prêmio este ano é justamente estar no contexto das comemorações dos 90 anos do Diário do Comércio. E, desde que lançamos, em 2007, além da premiação, trazemos um debate que julgamos importante. Hoje, acreditamos que a maior crise que vivemos é a crise de liderança. Então, vamos provocar essa discussão.
Para trazer um per l de liderança transformadora, basta olhar a história e entender o per l e ações do próprio José Costa e de tantas outras personalidades que contribuíram com o desenvolvimento de Minas. Pessoas que atuaram entendendo a necessidade de articulação para pôr em prática um projeto de desenvolvimento do Estado. Mas, antes de tudo, é preciso que as lideranças atuais entendam e internalizem as urgências que temos como sociedade. Assim como elas nos dizem respeito e que é preciso se apropriar de nossas responsabilidades para uma transformação necessária, que nos garanta um futuro possível, com mais igualdade e responsabilidade com o ambiente e com as pessoas, sem deixar ninguém para traz.
12 – Como o mercado publicitário vem absorvendo as mudanças ocorridas no DC nos últimos anos?
A partir da minha gestão, traçamos alguns desa os que já vinham sendo discutidos internamente. O primeiro foi olhar para a gestão, com um diagnóstico realizado pelo Instituto Áquila para medir a maturidade da nossa governança. Depois, revisitamos nosso propósito, atualizando-o com a ajuda da Legacy4business, sob a luz do Capitalismo Consciente. E alinhamos propósito e valores com nossa equipe, fortalecendo nossa cultura organizacional.
Depois focamos na construção do Planejamento Estratégico e Plano de Presença Digital. Em 2021, mais um passo importante, trouxemos a LFi Propaganda como parceira estratégica para nos ajudar no processo de transformação digital, como foco em audiência e mercado. Uma das primeiras ações foi estruturar a área de mercado, trazendo o José Luiz Borel como diretor, que tem feito um trabalho excepcional de representatividade comercial, de aproximação com o mercado publicitário e agências. Mas, fundamentalmente, porque ele internalizou a essência do DC e tem levado ao mercado as potencialidades e oportunidades que proporcionamos diariamente ao trazermos informações e temas que orientam o ambiente empresarial e conectam ideias e pessoas.
Isso é ir além dos formatos tradicionais de venda de anúncios. O DC ocupou novamente o seu espaço nos planos de mídia dos anunciantes brasileiros. Aumentou a percepção de parceiro estratégico, ajudando na construção de marcas fortes no mercado. A transformação digital auxiliou muito no aumento de percepção da marca DC pelo mercado anunciante. Todo o recall positivo da nossa edição impressa, estamos conseguindo levar para o digital.
13 – Atualmente, a publicidade anda escassa em todos os veículos de comunicação. Como honrar a folha de pagamento? Os relatórios e balanços ainda são as principais fontes de receita do DC?
Sim, a publicidade legal e publicação dos resultados nanceiros ainda são as principais fontes de receita do DC. Mas temos crescido no digital e em outros formatos. Graças a Deus, temos tido êxito em nossas ações e cumprido rigorosamente nossas obrigações. A mais importante delas, com nossos colaboradores.
14 – O DC sempre foi o celeiro de competentes jornalistas. A empresa investe em seus talentos? Qual a política motivacional utilizada?
O DC investe em um jornalismo sério e não abre mão da sua linha editorial e credibilidade. Acho que isso atrai o bom jornalista. De fato, muita gente bacana passou pelo DC e contribuíram com essa história. E hoje, temos uma equipe competente e apaixonada pelo que faz. Acho que este é o segredo.
Em termos de gestão, tentamos implementar uma gestão humanizada, com caminho aberto para conversas e trocas de ideias. Mas, diria que ainda tenho um desa o pessoal que é trazer uma gestão cada vez mais horizontalizada e descentralizada, com foco no bem-estar de cada um dos nossos colaboradores. Participamos por dois anos (este será o terceiro) da pesquisa Empresas Humanizadas e tivemos ótima avaliação. Mas há sempre espaço para evoluir.
15 – Qual o legado que o DC pretende deixar para a sociedade mineira, principalmente com o Movimento Minas 2032, por meio do projeto Diálogos do DC?
O de um jornalismo transformador, que se apropria de sua responsabilidade para a construção de um mundo mais sustentável e responsável, mais justo e igualitário. Provocando a união de Minas para um projeto de futuro.