Falta pouco para os 65 anos da TV brasileira pág. 11
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Agosto 2015 | Nº 137
editorial
Vida Alves
E chegamos a agosto... O que tem agosto? Diziam, há algum tempo, que não era um mês de sorte para o Brasil. Isso quando nos referíamos à política, a assuntos gerais. Porém, para mim, da Pró-TV, agosto é ótimo, pois foi exatamente na metade desse mês, que num baile no Clube Piratininga , travessa da Avenida Angélica, que foi inaugurada a nossa Associação dos Pioneiros.
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No início demos a ela o nome de APITE (Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira). Depois passamos para APPITE (Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira) e depois, ainda não satisfeitos, passamos a chamá-la de Pró-TV. E assim ficou. E assim ficará. Mas falemos da festa de agosto. Foi em meados do mês, num alegre baile. No palco, entre outros, figuras de proa de nossa televisão: como Blota Júnior, Walter Forster, Ana Maria Newman, Thaís Alves, Walter Ribeiro dos Santos (que era comediante e advogado). E foi ele quem redigiu nosso primeiro estatuto e que vinha trabalhando pela Associação havia alguns meses... e eu. A mim escolheram para presidente. Isso me assustou um pouco, mas não posso negar que me encheu de orgulho. E medo.
Assembléia Geral, novamente vem a pergunta: E a presidente? . Com a seguinte reposta: A Vida Alves, é claro . E isso, minha gente, vai fazer 20 anos, pois a festa inaugural foi em 1995. 20 anos atrás. E, (só pra brincar) eu ainda era quase jovem. E hoje, 20 anos depois, estou quase velha. Gosto de brincar assim, me perdoem, que é pra não desanimar nunca. Essa é minha maneira de ser, de viver: trabalhando sempre, publicando livros, fazendo palestras, recebendo jovens, falando-lhes sobre a história da televisão, pra merecer uma frase que acho que foi o colega Elmo Francfort, que colocou no livro de Nelson Natalino, que escreveu sobre mim. E eu amei tanto a frase, que repito aqui: Vida, Sem Medo de Viver . Amigos, amigas, este é o meu editorial de agosto, nesta revista online, que já tem o número 137. E que você, se Deus quiser, lerá, em seu computador, tablet, sei lá, em seu aparelho moderno, pois com certeza você tem. Então saiba mais. E isso agora é importante: no dia 19 de setembro de 2015, na Biblioteca do Memorial da América Latina, festejaremos esses 20 anos de Pró-TV e mais: 65 anos da Televisão Brasileira.
Sabia eu, mas não exatamente, como seria grande o trabalho, pois no Brasil uma entidade de cunho cultural, sempre tem dificuldades a enfrentar. Principalmente as financeiras, naturalmente. E mais. Como presidente, não tenho direito a receber pagamento. É um trabalho voluntário.
Será uma festa linda, às 15 horas, com música, falas, coquetel, homenagens e venda do livro de Elmo Francfort, que conta a vida de Octávio e Cassiano Gabus Mendes. Com prazer, com alegria e gratidão, esperamos que todos vocês estejam conosco. Venham.
E todo ano, quando chega a época da
De coração, agradecemos a presença, pois vocês estarão ajudando a Pró-TV.
Você sabia? A foto que ilustra a capa desta edição (exposta também ao lado) faz parte do acervo fotográfico da Pró-TV e tem uma grande importância histórica. Nela vemos um grupo de pessoas reunidas em um bar de São Paulo, no dia 18 de setembro de 1950. Mais um dia comum na vida da cidade, certo? Quase... Reparem que todos estão assistindo a televisão localizada no alto do estabelecimento. Pois bem, era a transmissão do primeiro dia da televisão no Brasil: a estreia da TV Tupi, que ficou marcada para sempre e registrada nesta foto.
acervo 3
Lia de Aguiar e Cassiano Gabus Mendes na peรงa "A Herdeira" (TV de Vanguarda / 1953)
Novos programas na Globo A Rede Globo estreou diversas atrações em sua programação, nesse último mês. Destaque para novela Além do Tempo , das 18 horas, que substituiu Sete Vidas . Va l e a s s i s t i r s ó p a r a v e r a interpretação de Irene Ravache e Ana Beatriz Nogueira, que são rivais na trama de época.
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acontece 4
Elmo Francfort
Outro programa que estreou na Rede Globo foi uma mistura entre um programa humorístico e um game interativo: Tomara que Caia , com Priscila Fantin, Heloísa Perissé, Ricardo Tozzi, Fabiana Karla, Marcelo Serrado e muitos outros. Alinne Moraes e Rafael Cardoso em “Além do Tempo” No Vale a Pena Ver de Novo retornou ao ar Caminho das Índias , grande sucesso da Rede Globo. E vem aí, A Regra do Jogo , a nova novela de João Emanuel Carneiro, para o horário das 21 horas. 10 anos de Sr. Brasil No mês de julho a TV Cultura comemorou os 10 anos do programa Sr. Brasil , apresentado por Rolando Boldrin. O programa especial (ou festa de aniversário ) aconteceu na Sala São Paulo, no dia 20 de julho. Participaram Mônica Salmaso, Quinteto Violado, Jane Duboc e o Grupo Casuarina. Rolando Boldrin já passou pelas mais diversas emissoras, como TV Tupi, Rede Globo e está com seu Sr. Brasil há uma década, alegrando a todos na TV Cultura, contando seus causos e relembrando histórias, com muita música caipira para alegrar seu público. Parabéns a todos! Um susto, uma estreia O SBT deixou pendente a estreia da novela infantil Cúmplices de um Resgate após um pequeno acidente com a atriz Larissa Manuela, que interpreta as protagonistas gêmeas: Manuela e Isabela. Felizmente a atriz de recuperou e a estreia se deu em 3 de agosto. A trama promete divertir muito o público infanto-juvenil do SBT. Os Dez Mandamentos A trama bíblica da Record, Os Dez Mandamentos , depois de vários meses, finalmente mudou de fase e os personagens envelheceram. O público espera ansioso o momento em que Moisés vai abrir o Mar Vermelho. E fica a pergunta: será por meio de cenografia ou apenas computação gráfica? Lembrando que grandes tramas, inclusive Os Dez Mandamentos já foram feitas no passado pelas TVs Tupi e Paulista, quando nem existia esse recurso computadorizado .
de olho na arte
Diego Nunes
Olhos castanhos Em 1959, a TV Continental do Rio de Janeiro tinha sua programação praticamente toda voltada para os programas musicais, apresentados por nomes como Carlos Galhardo, Vera Lúcia, Hebe Camargo, Ivon Curi e também pelo português Francisco José, que com seu programa, A Figura de Francisco José , era o grande campeão de audiência da emissora. Exibido nas noites de sábado, tornou o lusitano cantor galã no verdadeiro aí Jesus das moças da época. Francisco José Galopin de Carvalho nasceu em 16 de agosto de 1924 em Évora, e poderia ter se tornado engenheiro, curso que frequentou até o quarto ano, mas as vésperas de se formar, participou de um concurso de cantores na Rádio Nacional de Lisboa, e foi aprovado. A engenharia ficou para trás...
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Aracy Cardoso e Francisco José no filme “Teus Olhos Castanhos”
Em 1951, o já cantor gravou em Portugal, a música Olhos Castanhos , que fez enorme sucesso e viria a ser o seu carro chefe musical. Em 1954, Francisco José foi convidado para cantar na TV Tupi do Rio de Janeiro. A atração internacional deveria ficar no ar por um mês, mas o sucesso fez com que seu contrato fosse renovado por quase um ano e sua popularidade no Brasil fez com que ele permanecesse por aqui por muitos anos.
Quando o diretor Ibañez Filho deixou a Tupi para inaugurar a TV Continental, em 1959, levou com ele o cantor português, que viria a ser o grande astro da emissora. Em 1961 o cantor gravou o disco A Figura de Francisco José , que tinha o mesmo nome de seu programa televisivo, e nele regravou Olhos Castanhos , com arranjos brasileiros, que também fez muito sucesso. E foi Ibañez Filho quem também dirigiu o filme Teus Olhos Castanhos , protagonizado pelo cantor e baseado em sua música famosa, no mesmo ano de 1961. Mas ao contrário da fama do cantor, o filme não foi bem sucedido. Francisco José, também produtor do filme, vendeu sua cantina no Rio de Janeiro e com o dinheiro comprou os direitos do filme, e junto com sua esposa e colega de TV Continental, a ex Miss Pernambuco Zaira Pimentel, partiu para Portugal para apresentar o filme em sessões onde também aparecia cantando. Logo recuperou seu dinheiro.
Reprodução
Durante esta estada em Portugal, em 1964, envolveu-se em um escândalo em um programa de TV local. Contratado para apresentar-se na RTP, não concordou com o salário pago para os artistas portugueses, que considerou uma miséria em relação as atrações internacionais. Após cantar algumas músicas ao vivo, denunciou a situação no ar. Por causa da ousadia, foi detido e processado por injúria e difamação e acabou banido da televisão portuguesa até o princípio da década de 1980. Mesma época onde retornou em definitivo para sua terra natal. Francisco José também foi professor universitário, cargo que ocupava quando faleceu em 31 de julho de 1988.
Saudade Oswaldo Bettio, era irmão de Zé Bettio, 4 anos mais novo. Era também radialista. Sua estreia foi na Rádio Record, no horário da madrugada. Criou personagens importantes, como: Zé do Botão e Peppone . Trabalhou também na Rádio Gazeta AM, de São Paulo. Foi ainda diretor da gravadora Copacabana. E foi deputado estadual por duas vezes. Faleceu em 29 de junho de 2015. Estava com 84 anos de idade. Deixou muitos amigos. Todos sentiremos sua falta. V.A.
Um circo eletrônico
para ler
Marcela Bezelga
Explicar o funcionamento da televisão, esse o objetivo do livro O circo eletrônico fazendo TV no Brasil , de autoria do ator e diretor Daniel Filho. A mecânica de um programa de TV, passando pelas diversas fases e pelos muitos profissionais envolvidos, desde produção e direção, até a medição de índices de audiência e concorrência. De forma brilhante o autor proporciona ao leitor um passeio por dentro da construção das produções televisivas, trazendo ainda uma importante contribuição sobre a trajetória de importantes profissionais de TV, incluindo um capítulo inteiramente dedicado à novelista Janete Clair, que ajudaram na construção da TV brasileira. Você poderá apreciar ainda mais de 800 imagens como fotos de cenas de bastidores de diversos programas, figurinos, estrelas da TV, cenários e outras tantas fotos inéditas. Todas essas curiosidades e segredos sobre o funcionamento da televisão brasileira estão disponíveis no livro "O circo eletrônico fazendo de TV no Brasil", de Daniel Filho, e você pode ter acesso a essa obra na biblioteca da Pró-TV. Agende seu horário de visitação de segunda a sexta-feira das 10h às 18h pelo telefone 38727743.
Todas as Marias Vida Alves já lançou 5 livros. O primeiro sobre: Comunicação . Outros sobre rádio e televisão. Sobre a vida dela, quem escreveu foi Nelson Natalino, pela Imprensa Oficial de São Paulo, na Coleção: Aplauso e se chama: Vida, Sem Medo de Viver . Agora, porém, Vida Alves resolveu partir para a criação, para a ficção. É o 6º livro. É um livro de contos, a que ela deu o nome de Todas as Marias . O lançamento foi no dia 11 de julho, na sede da Pró-TV. Numa festa agradável e frater na, os amigos compareceram e houve confraternização e coquetel. Vários livros foram vendidos. Vida Alves ficou muito feliz.
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saudade
Adeus, querida Wilminha... Wilma Bentivegna nasceu em São Paulo, a 17 de junho de 1929. De estatura baixa, sempre pareceu uma menina, sendo chamada por todos de Wilminha. Começou cantando no programa Clube do Papai Noel , de Homero Silva, na Rádio Difusora.
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Começou depois a atuar em radioteatro na Rádio Tupi, sob direção de Otávio Gabus Mendes e na Rádio Difusora, com Oduvaldo Viana. Fazia papeis infantis, pois sua voz também era de menina. Foi a caçula da Caravana da Alegria , que viajou por várias cidades do interior de São Paulo. Wilma Bentivegna atuou já no primeiro dia da TV Tupi, cantando junto com os Garotos Vocalistas . Depois dessa noite memorável, participou de tudo: rádio, televisão e música. Cantava como ninguém. Sua afinação e sua emoção conquistavam todos os que a ouviam. Fez TV de Vanguarda (TV Tupi) e Teledrama Três Leões (TV Paulista), em papeis célebres, em companhia de atores importantes. Foi apresentadora de O Mundo é das Mulheres , ao lado de Hebe Camargo, Lourdes Rocha e Eloísa Mafalda. Mas seu grande sucesso foi mesmo a música. Gravou, entre outras: Hino ao Amor , Marcelino, Pão e Vinho . Hino ao Amor foi criado e lançado pela cantora, no teleteatro Um Filho Para Sua Alteza . Quando seu pai morreu, para ficar mais próxima à mãe, Wilma resolveu mudar-se para Suzano, cidade próxima à capital. Passou a trabalhar na Prefeitura da cidade.
Fazia trabalhos manuais com muito capricho e arte, tendo amigos que a consideravam pessoa da família, uma irmã, uma mãe. A doce Wilminha jamais perdeu sua ternura, seu jeito carinhoso de ser. E sua voz...verdadeiro presente de Deus...continuou a mesma até o final da vida. Faleceu em 2 de julho de 2015, aos 86 anos. Que imensa saudade... V.A.
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Eventualmente atendia a convites e cantava em eventos. Mas sua mãe também veio a falecer e Wilma, estando então sem seus pais, e apesar da imensa tristeza que sobre ela se abateu, continuava sempre sendo muito amada e admirada.
Em julho de 1991, o "VI Criança Esperança" foi organizado em homenagem aos 25 anos de "Os Trapalhões", que já era um trio, pois Zacarias havia falecido. Em 25 horas de programação, Didi, Dedé e Mussum participaram de todas as atrações da grade lembrando o público de contribuírem para a campanha. Foi nessa edição que aconteceu um momento antológico: Renato Aragão beijando a mão do Cristo Redentor, no Rio.
Você já teve a curiosidade de saber como começaram as campanhas beneficentes na TV brasileira? Pois saiba que a extinta TV Excelsior foi a precursora. Nos anos 60, a emissora, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, promovia no Dia da Criança e no Natal, uma grande campanha beneficente para a arrecadação de fundos e donativos para crianças carentes: "Grande Noite de Vigília da Criança Brasileira".
O SBT, em maio de 1998, organizou pela primeira vez a campanha "Teleton", promovendo ajuda à Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para a construção e manutenção dos centros de reabilitação aos deficientes físicos, com um programa de auditório de 27 horas de duração comandado pelos apresentadores da emissora e a participação anual de cerca de 200 artistas.
Com o fim da TV Excelsior, as campanhas de solidariedade desapareceram. Só voltaram em dezembro de 1978, na Rede Globo. Com a chegada do Ano Internacional da Criança (1979), a emissora permaneceu no ar por 24 horas, com uma programação especial mobilizando o Brasil em favor das crianças carentes. Quem comandou a maratona foi o "Rei" Roberto Carlos, que contou com a ajuda de todo o elenco global. O tema da campanha era "Um Milhão de Amigos", em alusão a música "Eu Quero Apenas".
Inspirado numa campanha organizada pelo comediante Jerry Lewis em 1966 nos EUA, a AACD a implantou no Brasil através do SBT.
A Globo em 28 de junho de 1981, permaneceu 8 horas seguidas para celebrar os 15 anos do grupo "Os Trapalhões" e a emissora aproveitou o embalo para que Renato Aragão, Dedé Santana, M u s s u m e Z a c a r i a s o rg a n i z a s s e m u m a campanha em favor do deficiente físico, com um jogo de basquete em cadeira de rodas e incentivo à doação de córneas a deficientes visuais.
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Em 18 de setembro de 1983, após uma série de reportagens retratando o descaso provocado pela seca no sertão nordestino, a Globo promoveu em parceria com a Legião Brasileira de Assistência (LBA) a campanha "Nordeste Urgente", onde o público podia doar alimentos não-perecíveis ou quantias em dinheiro, em socorro aos flagelados pela seca. O programa especial, com 12 horas de duração, contou com a presença de 300 artistas e teve o comando de Renato Aragão, Chacrinha, Marília Gabriela e Osmar Santos.
Outras campanhas surgiram na TV como "O Dia de Fazer a Diferença", organizado pela Rede Record e Sociedade Pestalozzi; o "Tele-APAE" pela Band e Canal 21 e "Direito de Viver" em prol do Hospital do Câncer de Barretos, que perambulou por Band, Rede Vida e, atualmente, Rede TV! Então, vamos ajudar as crianças carentes, os deficientes físicos e os que lutam contra o câncer a terem uma vida melhor?
em foco
Solidariedade na TV
CEDOC / TV Globo
Êgon Bonfim
Em 28 de dezembro de 1986, para comemorar os 20 Anos de "Os Trapalhões", o quarteto promoveu nova maratona beneficente, dando início ao "Criança Esperança". Foram 9 horas seguidas de programas especiais sobre o tema, enquanto se angariava fundos para a "Campanha do Menor Carente" do Governo Federal. Logo, ganha reconhecimento mundial da UNICEF e UNESCO e a partir de então, a Globo decide promovê-lo anualmente.
Os Trapalhões tiveram sua história ligada diretamente ao Criança Esperança
nós, da pró-tv
Paixão pela pesquisa Chegou a vez desta sessão abrir espaço para falar de Diego Nunes, que colabora com a Revista Pró-TV e é muito ligado à preservação da memória audiovisual. Vamos às perguntas: Qual seu nome? Diego Nunes. No que é formado? Sou formando em Rádio e TV, pela Universidade Metodista de São Paulo.
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Trabalha em televisão, não? Sim, trabalho há quase dez anos no departamento de arquivo e pesquisa da TV Record. Mas além disso, sabemos que exerce outras atividades no meio audiovisual. Conte para nós. Além do meu emprego convencional, tenho também formação em computação gráfica, e faço algumas animações. E também me dedico à pesquisa da memória audiovisual. Tem livros publicados? Conte-nos sobre eles. Tenho dois livros publicados, o primeiro deles escrito a seis mãos, junto com Fábio Siqueira (que também é membro da diretoria da Pró-TV) e com a pesquisadora Thais Matarazzo, chamado Salomé Parísio, o Rouxinol do Norte . O segundo é meu primeiro livro solo, um livro memória do cinema, chamado Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico entre o Brasil e Portugal , que lancei também em Portugal. Como foi essa experiência em Portugal? Portugal é incrível, foi minha primeira visita ao p a í s . F u i m u i t o b e m re c e b i d o e t i v e a oportunidade de divulgar meu trabalho em diversas cidades. O público português ama o Brasil, e se interessa muito sobre os assuntos que relacionam a cultura dos países irmãos. Fui muito bem recebido, pude fazer novas pesquisas, entrevistas e pretendo voltar lá sempre que possível. Como conheceu a Pró-TV? Conheci a Pró-TV em 2004, em uma palestra no Instituto Itaú Cultural, quando do lançamento do livro Pioneiros do Rádio e da TV no Brasil , de David José Lessa Mattos. Nesta ocasião conversei com Vida Alves e Elmo Francfort, mas não mantivemos contato. Em 2005 reencontrei o Elmo durante os trabalhos de uma webnovela, e ficamos amigos e gradativamente fui me aproximando da Pró-TV, e hoje posso dizer com orgulho que faço parte dela.
Desde quando e por que escreve para a Revista Pró-TV? Escrevo para a Pró-TV aproximadamente há um ano. Comecei a escrever por convite de Vida Alves, que aceitei com muito prazer. E a sua paixão por cinema? De onde vem? Desde criança, é daquelas coisas que você não sabe dizer como começou. Mas comecei a pesquisar em 1995, quando celebravam o centenário da invenção do cinema, eu tinha então quatorze anos e não perdia uma sessão de filmes chamada 100 Anos de Cinema Clássico, exibida pela TV Cultura, com apresentação e comentários de Rubens Edwald Filho. Eu gravava em fitas VHS, e a internet ainda não era muito popular, e n t ã o p e s q u i s a v a e m re v i s t a s , j o r n a i s , bibliotecas. Morava no interior do Rio Grande do Sul, e minha cidade não tinha cinemas. É feliz? Quais são seus planos para o futuro? Sou muito feliz, tenho uma família e amigos incríveis. Sou de uma família humilde, e conquistei muitas coisas ao longo da vida que em certos momentos nem cogitava sonhar. Não tenho grandes planos para o futuro, apenas continuar vivendo tranquilo, com muita saúde e cercado de amigos, e viajando sempre que posso, pois acho o melhor investimento que podemos fazer em vida. Não sei se novos livros virão, mas posso garantir que continuarei pesquisando, pois faço isso com amor, e não por dinheiro.
Falaremos novamente sobre nossa festa de setembro. Será dia 19 de setembro de 2015, às 15 horas, na Biblioteca do Memorial da América Latina, bem em frente àquela famosa mão, que enfeita tanto o local. A festa contará com música, coquetel, e principalmente uma bela homenagem ao chefinho , como era chamado Cassiano Gabus Mendes, que foi Diretor da TV Tupi, com apenas 22 anos de idade. Inicialmente ele assessorava Demerval Costa Lima, o Diretor Geral, que após uns dois anos saiu, indo para a Rádio Nacional, e passando para Cassiano o seu cargo.
matéria de capa
Os 65 anos da Televisão brasileira
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À homenagem estarão presentes os filhos de Cassiano, os atores da Rede Globo: Cassio Gabus Mendes e Tato Gabus Mendes, e a viúva de Cassiano, a também atriz Helenita Sanches. E haverá ainda a venda do livro de Elmo Francfort, que relata detalhadamente a evolução do cinema, do rádio e da televisão no Brasil, através da biografia conjunta de Octávio e Cassiano Gabus Mendes, pai e filho. A obra "Gabus Mendes: Grandes Mestres do Rádio e Televisão" (Coleção Pró-TV, Editora In House), inclui também a criação da TV Tupi, a pioneira do Brasil. Será uma festa memorável. Contamos com sua presença. V.A.
Memória Pró-TV Já que falamos da inauguração da TV Tupi de São Paulo, aqui vai mais uma foto histórica, tirada em junho de 1950, estreia experimental da emissora. Nela temos o primeiro apresentador da TV brasileira Homero Silva (a esquerda) junto ao popular frei e cantor mexicano José Mojica e ao ator Walter Forster.
A mais longa da história O ano de 2015 representa o centenário do autor de novelas e radialista Raimundo Lopes e tornase bastante propício homenageá-lo relembrando sua mais importante criação: a novela Redenção .
Tudo isso regido pela direção geral de Waldemar de Moraes, que a exemplo do novelista Raimundo Lopes, também tinha brilhado nas radionovelas da Rádio São Paulo, seguindo o legado de Oduvaldo Vianna.
O folhetim estreou em 16 de maio de 1966, no horário das 19 horas, na TV Excelsior, já com grande repercussão na imprensa e com altos índices de audiência, mesmo concorrendo com outras destacadas novelas no mesmo horário, como O Amor tem Cara de Mulher de Cassiano Gabus Mendes, na Tupi.
E como forma de afiançar o alto nível da equipe de produção de Redenção , podemos citar a cenografia de Luiz Edu Marinho, a sonoplastia de Laurino Salvador, a iluminação de Amadeu de Oliveira, a maquiagem de Jorge Pisani, a assistência de direção de Reynaldo Boury, compondo um time de ouro fundamental para o sucesso desta produção do Canal 9.
O enredo de Redenção parecia muito simples, seguindo as diretrizes de um folhetim clássico: um médico, Doutor Fernando, interpretado por Francisco Cuoco, chegava à cidade, que dava o nome à novela, e tempos depois se casava com a mocinha Ângela (Miriam Mehler). A vilã Marisa, interpretada por Lourdes Rocha, filha do Prefeito de Redenção Juvenal (Rodolfo Mayer) destilava maldades contra o protagonista e a jovem Lola (Márcia Real) que também nutria uma grande paixão por Fernando. Além desses entrechos românticos, Redenção se destacava pela força de seu elenco que reunia consagrados profissionais vindos de muitos segmentos e veículos. Do teatro, além de Rodolfo Mayer, a novela contava com Procópio Ferreira e Lelia Abramo. Do rádio paulista foram escalados grandes nomes como Fernando Balleroni, Turíbio Ruiz, Newton Prado e Vicente Leporace. E todos esses renomados valores artísticos se juntaram a jovens nomes recentemente surgidos no panorama televisivo, como Armando Bogus, Silvio Francisco, Geórgia Gomide, Edson França, Lurdinha Felix, Rita Cleos, dentre muitos outros.
No final de 1966, a novela e o protagonista Cuoco receberam o Troféu Imprensa e o Prêmio Roquette Pinto. Em seguida, Redenção emplacava o seu segundo ano, ganhando novos personagens, como Dona Marocas, uma vizinha fofoqueira da cidade, brilhantemente interpretada por Maria Aparecida Baxter. E naquele ano, Cuoco recebeu ainda o segundo Troféu Imprensa por sua atuação em Redenção , fato único na história da telenovela brasileira, um mesmo personagem receber o prêmio dois anos consecutivos. Após 596 capítulos e quase dois anos ininterruptos de exibição, a novela apresentou ao telespectador, em 2 de maio de 1968, seu último capítulo, encerrando assim um exemplo de êxito de público e de critica. E em 2011, ao lado da cidade cenográfica da novela, em São Bernardo do Campo, nasceu a Cidade da TV, uma histórica realização da PróTV, que reconstruiu a célebre Vila Redenção .
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história 12
Fábio Siqueira
Vila Redenção foi a primeira cidade cenográfica da teledramaturgia brasileira
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Bruna Lombardi João Kléber Suzana Alves Beatriz de Oliveira Bruna Marquezine Daisy Fonseca Natália Thimberg Irene Ravache Luís Carlos Barbano Mauro Salles Wanderley Villa Nova Caetano Veloso Élio Tozzi Lú Bandeira Vera Holtz Yoná Magalhães Zé Paraibuna
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Valdemar Jorge Filho Fafá de Belém Paulo Sérgio Cardoso Raimundo José Fábio Assunção Amália Mattei Júlia Gray Edney Giovenazzi Vera Nunes Elba Ramalho Osmar Prado Heloísa Perissé Marcos Palmeira Rubens Caribé Roberto R. Alves Ary Toledo Rodrigo Santoro
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Élida Alves Glória Pires Susana Vieira Tônia Carrero Tony Ramos Dori Caymmi Luiz Guimarães Sandra de Sá Walter Massis Henrique Martins Márcia Dorce Alessandra Negrini Edu Lobo Luana Piovani Nelson Xavier Ermínio Chagas Gomes Sandra R. B. Godinho
Diego Nunes
Palacete dos Artistas Localizado na Avenida São João, 613, próximo à famosa esquina com a Avenida Ipiranga, está localizado o Palacete dos Artistas, no prédio onde funcionou por muitos anos o Hotel Cineasta. ,= O prédio, de 1910, que outrora foi sinônimo de luxo e glamour na cidade de São Paulo, e que hospedou artistas como Oscartiro e Dercy Gonçalves, agora abriga outros artistas, que também brilharam na cidade em outros tempos.
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Fechado em 2001, o prédio ficou um bom tempo abandonado, mas foi comprado pela prefeitura, e através do Programa Renova Centro, foi restaurado e reinaugurado em 12 de dezembro de 2012, pelo prefeito Fernando Haddad. Atualmente, o local passou a ser re s i d ê n c i a d e 5 0 a r t i s t a s , q u e encontraram no centro de São Paulo um lugar para viver sossegado, mesmo em meio de toda a movimentação da Avenida São João. Entre os residentes, estão os cantores Roberto Luna, Raimundo José e a cantora Penha Maria, e os atores Sebastião Apolônio, Walter Portella e a atriz Vic Millitelo. Além dos 50 apartamentos, os artistas são amparados com área médica, além de enfermagem, fisioterapia, odontologia, área de lazer, salão de festas, salas multiuso, horta, refeitório e lavanderia comunitária.
Cantor Roberto Luna em frente ao Palacete dos Artistas
Finalmente São Paulo pode contar com uma casa similar ao Retiro dos Artistas do Rio de Janeiro, que apoia seus artistas veteranos, que apesar do sucesso e inúmeros anos de carreira, se encontravam desamparados. Que venham muitos outros projetos como este.
aniversariantes
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Expediente Direção: Vida Alves | Design: Nelson Gonçalves Junior | Redação: Vida Alves, Elmo Francfort, Élida Alves, Fábio Siqueira, Nelson Gonçalves Junior, Diego Nunes, Marcela Bezelga, Marcos Zago e Êgon Bonfim. Fotos: Francisco Rosa e Acervo Pró-TV | Secretaria: Lú Bandeira Tel: (11) 3872.7743 | Site: www.museudatv.com.br | Twitter: @museudatv E-mail: protv.museudatv@gmail.com | Facebook: www.facebook.com/museudatelevisao.protv Expediente: Segunda a sexta - 10h/18h | Venha nos visitar. Agende sua visita!
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