Revista Pró-TV 139

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Esta é uma publicação gratuita da Pró-TV / Museu da TV Brasileira - www.museudatv.com.br

Família Gabus Mendes e os 65 anos da TV pág. 8 Outubro 2015 | Nº 139


editorial

Vida Alves

A vida só vale a pena, se a alma não é pequena Estou parodiando alguém? Claro que sim. E se a frase não é assim, é quase assim. Falo do grande poeta português Fernando Pessoa, criador de poemas imortais.

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Também quero citar uma irmã que tenho, que é jornalista e tem vários livros publicados e um deles tem o sugestivo título: Envelhecer Não Dói . Ela se chama Helle Alves. Claro que ambas as obras têm o intuito de levantar o ânimo, elevar o íntimo, ajudar aos pobres, tão menos inspirados, como nós, a gostar da vida e a valorizá-la, seja em que época for.

comigo mesma: Cada um sabe de si , é verdade, mas se fizermos uma enquete, perceberemos que muitas mulheres têm a vida mais plena, quando chegam à maturidade e se libertam das pequenas obrigações e dos grandes preconceitos. Conhecedora disso, tenho considerações a fazer, nesta quase-conversa-íntima-de irmã idosa para irmã idosa. Ser feliz na 3ª idade, ou em qualquer idade, é ter sonhos, é ter planos, é ter amigos, é fazer exercícios, é ter amor, é ajudar o próximo, é olhar o sol, é olhar a lua, é gostar das flores, é gostar dos animais, é dar abraços, é beijar pessoas, é falar: obrigada , é olhar o céu, é saber rezar, é respeitar as pessoas, é prestar favores, é... é... Deus, será que estou sendo exigente?

Há alguns dias atrás, ouvi em uma sala de espera de um consultório médico, mulheres maduras conversando sobre isso. Uma dizia: Acho ridículo isso de dizerem que velhice é a 'melhor idade'. É falso. E mentira. É exibição . Ao que outra respondia: Cada um sabe de si .

É ser inteira. É ser feliz. E é isso que eu desejo para você, amiga e para mim também.

Calada eu estava. Calada eu fiquei. Mas pensei

Concluindo: Ser feliz é ser útil a alguém.

Betty Lago se foi. Mulher bonita, elegante, apresentadora de televisão, atriz, começou a carreira como modelo. Nascida Elizabeth Lago Netto, ficou 15 anos no exterior, brilhando nas passarelas da França, Itália, Estados Unidos. Mas voltou ao seu país, e resolveu ser atriz. Fez novelas na Rede Globo, de 1992 a 2013. Brilhou em várias delas. Em cinema também fez bons papéis. Por cinco anos foi apresentadora do programa GNT Fashion. E no Saia Justa mostrou sua inteligência e sua personalidade. Todos a admiravam, pois sabia se impor. Sabia marcar. Foi casada por 10 anos com o ator Eduardo Conde, falecido em 2003. E eles tiveram dois filhos: Patrícia e Bernardo. Em fevereiro de 2012, fez uma cirurgia de emergência na vesícula. Aparentemente curada, voltou, porém, a apresentar a doença. E a 13 de setembro de 2015, foi noticiada sua morte. O câncer venceu Betty Lago. Estava com 60 anos, quando nos deixou... Saudade... Muita saudade... V.A.

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Saudade: Betty Lago


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Maria Della Costa e João Restiffe durante programa “O Grande Teatro Tupi”


Um grande final O dia 25 de setembro foi marcado pelo último capítulo de Verdades Secretas (Globo). Um final que é digno de elogios não apenas ao texto de Walcyr Carrasco, como à direção de Mauro Mendonça Filho. Suspense, emoção e interpretações incríveis dos atores. O suspense em torno do tiro dado por Carolina (Drica Moraes) do penúltimo para o último capítulo, como também seu suicídio, são cenas dignas de prêmio. O olhar dissimulado de Angel (Camila Queiroz) também surpreendeu. Rodrigo Lombardi, Rodrigo Lombardi e Camila Queiroz, Marieta Severo e Grazi Massafera protagonistas de “Verdades Secretas” também foram destaque. Verdades Secretas acabou com um gostinho de quero mais . Uma boa história, que trouxe uma trama totalmente inédita para o horário das 11 horas da noite. Parabéns! Divulgação

acontece

Elmo Francfort

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Master Chef Junior A Band, depois do grande sucesso de "Master Chef", traz para o vídeo uma versão infanto-juvenil do programa. O "Master Chef Júnior" feito só com crianças vai mostrar quem são os mini-chefs de cozinha. Já mostraram uma prévia no dia 29 de setembro e ao que parece o programa promete.

O retorno da exposição do Castelo Rá-tim-bum Se você já estava com saudade da exposição do Castelo Rá-tim-bum vem aí uma novidade. No dia 12 de outubro a mostra está de volta, mas no Rio de Janeiro. A partir dessa data, Dia das Crianças, o Centro Cultural Banco do Brasil carioca abrigará a exposição. Ela ficará em cartaz até o dia 11 de janeiro de 2016, com visitação de quarta a segunda. O CCBB Rio fica na Rua Primeiro de Março, 66, no bairro carioca do Centro.

Mulheres 35 Anos A TV Gazeta comemorou, com estilo, os 35 anos do programa Mulheres . O programa especial contou com apresentadoras antigas, como Ione Borges, e ainda fez uma série de bolos comemorativos que depois foram servidos ao público, que esperava os doces ansiosamente na frente do Edifício Gazeta, na Avenida Paulista. A festa aconteceu no dia 23 de setembro.

Série sobre televisão no Canal Brasil Os 65 anos da TV no Brasil foram comemorados também pela televisão, a partir de 26 de abril. A Boni Produções criou, com apoio das emissoras e também da Pró-TV, uma série de dez capítulos que foi exibida no Canal Brasil, da NET, intitulada TV no Brasil . A coordenação da série foi de Carlos Alberto Vizeu. Todo seriado foi compilado em dois DVDs, ofertado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, aos presentes na homenagem pelo Dia Nacional da TV. Todos que estiveram no Memorial da América Latina no dia 19 de setembro receberam esta, que foi considerada por Boni, como uma homenagem pessoal ao amigo Cassiano Gabus Mendes homenageado da festa.



Um dos maiores nomes de nossa televisão, de todos os tempos, faleceu, em 17 de setembro de 2015.

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saudade

Carlos Manga nos deixou Carioca, foi no Rio de Janeiro que nasceu e também ali que morreu. Na época das famosas chanchadas da Atlântica, lá estava ele, criando, brilhando, fazendo o público admirá-lo cada vez mais. Foi ele quem criou a dupla inesquecível, com Grande Otelo e Oscarito, em nosso cinema. E quando mudou para a Rede Globo, dirigiu grandes minisséries, como Memorial de Maria Moura , Um Só Coração e outras. Manga era imbatível e admirado por todos. Produtor, roteirista, diretor, sempre foi o homem que mais entendia de televisão. Onde estava seu nome, ali estava o sucesso. Foi ainda publicitário, diretor musical. Fez de tudo em televisão, cinema, teatro. Inteligente, brilhante, sensacional, Carlos Manga nos deixou aos 87 anos. Todos choramos, mas agradecemos a Deus, por podermos tê-lo conhecido. E só me resta então dizer:

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Adeus, grande Carlos Manga. Descanse em paz. V.A.


Talento e carisma Nascido em 2 de fevereiro de 1934, na sueca Gotemburgo, filho do diplomata Amador Sanchez que, juntamente com sua esposa Helena Blanco, moravam naquela cidade, como representantes do Consulado da Espanha. Vieram os tempos de guerra do final dos anos 30 e a família Blanco, que também contava com Helenita Sanchez, irmã de Luis, emigraram para o Brasil. Chegando em São Paulo, Amador foi convidado para ser professor de língua hispânica na Faculdade de Filosofia, Ciências de Letras da USP. Já Helenita ingressou nos anos 40 no mundo radiofônico paulistano. Nos corredores da Cidade do Rádio , no Sumaré, surgiu o namoro de Helenita Sanchez com Cassiano Gabus Mendes, jovem e já elogiado ator da Rádio Tupi e na década seguinte, escolhido para ser o primeiro Diretor Artístico de Televisão da América do Sul, a partir da inauguração da TV Tupi. Logo após a instalação da TV pioneira, Cassiano convidou Luis Gustavo para trabalhar na parte da emissora, onde exerceu funções de câmera-man e de cabo-man. Em 1953, Luis Gustavo estreou como ator, na mesma Tupi, no Teleteatro A Casa de Estranhos , de Jerome Weidman, adaptado por Walter George Durst e dirigido por Cassiano Gabus Mendes, com destacada exibição no dominical TV de Vanguarda . Durante a década de 50 e parte dos anos 60, Luis atuou em dezenas de teleteatros, na Tupi, como TV de Comédia , Contador de Histórias e o já citado TV de Vanguarda . Com o advento das telenovelas diárias, pela emissora de Assis Chateaubriand em 1964, fez parte do elenco de uma destas primeiras produções: Se o Mar Contasse , escrito por Ivani Ribeiro. No final daquele mesmo ano, Luiz Gustavo figurava no histórico elenco da novela O Direito de Nascer , adaptada por Thalma de Oliveira e Teixeira Filho, com direção de Jose Parisi, sendo que seu personagem Osvaldo, logrou importante destaque na trama. Cinco anos depois, o máximo e merecido sucesso apareceu, com o papel em Beto Rockfeller , ousado e inovador texto do dramaturgo Bráulio Pedroso, e direção de Lima Duarte. Por esse

personagem, Luis Gustavo foi ovacionado pela crítica e pelo público. Na década de 70, após breve passagem na TV Record (novela Editora Mayo, Bom Dia , de Walter Negrão) e retorno à Tupi, Luis estreou na Globo, na primeira novela do cunhado, também estreante na emissora, 'Anjo Mau , em 1976. Seis anos depois, e após rápida passagem pela TV Bandeirantes, onde atuou em Cara a Cara de Vicente Sesso, em 1979, foi em Elas por Elas , também escrita por Cassiano, onde obteve novo sucesso, com o detetive Mario Fofoca, que a exemplo de Beto Rockfeller, deu um Troféu Imprensa para o ator e gerou um filme de longametragem. Na década de 80, ainda registrou mais dois marcantes trabalhos: Victor Valentim em Ti Ti Ti , de Cassiano Gabus Mendes em 1985 e Juca Pirama em O Salvador da Pátria de Lauro Cesa Muniz em 1989. Em 1996, como o Tio Vavá em Sai de Baixo , criação de Daniel Filho, Luis expôs ao público televisivo, mais uma vez, sua veia da comicidade, com grande sucesso, e reencontrando sua querida colega tupiniana, a grande atriz Aracy Balabanian. Luis Gustavo também brilhou na ribalta, em históricas peças, como nos textos escritos por seu colegas de elenco da Tupi: Quando as Maquinas Param (1967), de Plínio Marcos e Meno Male (1987) de Juca de Oliveira. Este é um breve perfil biográfico de Luis Gustavo Sanchez Blanco, ator em 30 novelas, um dos maiores e mais carismáticos artistas que a televisão brasileira já produziu. Viva Tatá!!! Divulgação

Beto Rockfeller, Mario Fofoca, Juca Pirama, Victor Valentim. Todos marcantes personagem da história da televisão brasileira, vivificados por um singular e querido ator: Luis Gustavo.

história

Fábio Siqueira

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A festa foi um sucesso Para homenagear a Televisão Brasileira, que fez em 18 de setembro, 65 anos, e a Pró-TV, nossa entidade, que está com 20 anos, fizemos uma festa que, felizmente foi um sucesso! Cerca de 400 pessoas estiveram presentes. O local foi a Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, que fica no Memorial da América Latina. Cassiano Gabus Mendes, nosso grande diretor-menino, gênio incontestável, foi o tema do livro de Elmo Francfort. Por isso toda a sua família esteve presente. A viúva Helenita Sanches, que foi atriz e apareceu no 1º dia da televisão, no programa TV na Taba , Luiz Gustavo, o grande Tatá, que fez Beto Rockfeller, também estiveram os dois filhos do Cassiano: Tato Gabus Mendes e Cassio Gabus Mendes, grande atores da Rede Globo de Televisão. E a emoção jorrou a cada instante. A Orquestra da ABCD Nossa Casa, do maestro Renato Loyola emocionou, pois na maioria, os elementos são estudantes, e ali estavam executando músicas clássicas. A cantora Yvete Mattos também agradou a todos, pois é alegre e grande comunicadora. A presença de artistas, como Eva Wilma, Lima Duarte, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni e Carlos Alberto Vizeu, seu assessor, vieram especialmente do Rio, para abrilhantar a reunião. Thais Alves, a apresentadora, soube bem conduzir a festa. Vida Alves falou com emoção. Elmo Francfort, o autor do livro, levou Mauro Alencar e mais convidados. E Silvia Cury, que representou o São Paulo Futebol Clube, deu a camisa 10 do time, aos filhos de Cassiano (que era são-paulino fanático). O público cantou, vibrou. E houve um belo trabalho projetado, feito por Elmo e seus alunos da FAP Faculdade do Povo. Emoção, alegria, risos, cantos. E foram dados brindes, além de um belo coquetel. Todos os presentes irradiaram contentamento. E nós, da Pró-TV, demonstramos gratidão. Não podia ser melhor, e mais bela, a nossa festa deste ano. V.A.

Acima: Elmo Francfort e Vida Alves com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Abaixo: Thais Alves; e ao lado, Eva Wilma.


Quando organizamos uma festa, como a que fizemos em 19 de setembro de 2015, é claro que temos que contar com amigos. Este artigo da Revista Pró-TV é inteiramente dedicado a isto: agradecimentos.

ANOS

Batemos em várias portas e todas se abriram para nós. REALIZAÇÃO:

9 PATROCÍNIO:

Para o coquetel, procuramos a Ildete, da Detes Eventos. Para as flores, a Família Ramiro Decorações. Para as bebidas, a Vinícola Lucano. Para as TVs, procuramos a Sony. Para apoio com a ambulância, fomos à Única Emergências Médicas. Para apresentação, chamamos Thais Alves. Para as músicas, nossa amiga Solange Torelli, da ABCD Nossa Casa, trouxe a orquestra e o maestro Renato Loyola e ainda a maravilhosa cantora Yvette Matos. Tivemos ainda a Cacau Show, que presenteou a todos, com seu novo lançamento. A equipe de alunos da FAP-SP, onde Elmo Francfort é professor, colaborou em tudo, até no vídeo que foi dirigido por Elmo e criado por Inagê Brandies e Florinda Rochard.

AGRADECIMENTOS:

APOIO:

Márcio Martelli, da Editora In House, esteve vendendo o livro Gabus Mendes: Grandes Mestres do Rádio e Televisão . Nelson Natalino foi o diretor do evento. Mauro Alencar, grande nome da televisão, doou o Galardão ao Tato Gabus Mendes e Cassio Gabus Mendes, filhos de Cassiano Gabus Mendes, o homenageado da festa. Silvia Cury, em nome do São Paulo Futebol Clube, deu uma camisa 10 do São Paulo, à família do homenageado. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho e Carlos Vizeu deram a todos os presentes uma cópia do DVD, que conta toda a história da televisão do Brasil. Trabalho maravilhoso. Faby Oliveira, grande amiga, colaborou buscando apoios. E a equipe da Pró-TV: Luciana Bandeira, Élida Alves, Nalva Novais, Fabiano Novais, e Nelson Gonçalves estiveram à frente de tudo, e conseguiram que o encontro fosse alegre, festivo e resultasse realmente numa grande confraternização. Nosso agradecimento portanto é sincero, e extensivo a todos aqui citados. É claro que temos ainda quer agradecer a imprensa, que muito nos prestigiou e a sócios especiais, que colaboraram com alguma contribuição extra e nos permitiram fazer uma festa bonita. De coração, obrigada a todos. V.A.

CEDOC / TV Globo

Primeiramente fomos ao Memorial da América Latina e o nosso amigo João Batista de Andrade, seu presidente, reservou para nós um espaço. Agradecemos ainda a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

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Agradecimentos


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Acima: Orquestra ABCD Nossa Casa e equipe Pró-TV com Márcio Martelli, Diretor da Editora In House. Ao centro, Mauro Alencar; Vida Alves com Tato Gabus Mendes. E abaixo, Tato com Helenita Sanches, Cassio Gabus Mendes, Lidia Brondi e Pedro Mendes.


matéria de capa Créditos das fotos 65 anos da TV: Marcela Bezelga, Márcio Martelli, Paulo Pi, Wanderlei Guedes, Agência FAPSP e Greg Salibian/Folhapress - Folha de SP

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Acima: João Batista de Andrade, Presidente do Memorial; Elmo Francfort com Maria Adelaide Amaral e Luis Gustavo. Ao centro, Wanderley Guedes, Clery Cunha, Cassio Gabus Mendes, Faby Oliveira e Lidia Brondi; Vicente Sesso. E abaixo, Lima Duarte com José Armando Vanucci.


Duas grandes perdas No dia 25 de setembro morreu o ator Walter Portela, um dos maiores expoentes do teatro paulista.

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Diego Nunes

Portela foi parceiro de trabalho do diretor Antunes Filhos no Centro de Pesquisa Teatral (CPT) por vinte anos, tendo atuado na lendária montagem de Macunaíma , que foi apresentada em mais de vinte países e também no projeto Nelson Rodrigues Eterno Retorno que remontou textos famosos do autor, como O Beijo no Asfalto e Bonitinha , Mas Ordinária . Atualmente, Portela fazia parte do grupo Velha Companhia de Kiko Marques. O ator atuou em diversos filmes, e fez participações em algumas novelas, como Tchan, A Grande Sacada (1976, Tupi), O Dono do Mundo (1991, Globo), Xica da Silva (1996, Manchete), Brida (1998, Manchete), Suave Veneno (1999, Globo), Pequena Travessa (2002, SBT) e Duas Caras (2007, Globo). Walter Portela residia no Palacete dos Artistas, e tinha 79 anos.

Walter Portella

Dias antes, em 8 de setembro, faleceu o pioneiro ator da televisão Georges Ohnet, figura constante nos teleteatros das décadas de 50 e 60. Nascido em 21 de setembro de 1931, à Rua Frei Caneca em São Paulo, mas morou com a família por muitos anos no bairro da Casa Verde. Seu nome foi um pedido do avô, que queria homenagear o escritor francês George Ohnet, autor de O Grande Industrial . O primeiro contato do ator com as artes foi ainda na década de 30, quando foi escolhido (ainda bebê) para ser o garoto propaganda da campanha do Nestogeno, um produto da Nestlé. Sua família inteira trabalhava na Estrada de Ferro Sorocabana, e foi lá que o jovem Georges teve seu primeiro emprego, mas o rapaz queria ser ator. Como não teve oportunidades em São Paulo, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Cia De Chianca de Garcia em 1954. Depois ingressou na Cia de Teatro Infantil de Alfredo Jacob e Kleber Afonso, com a qual viajou por todo o Brasil apresentado a peça Pluft o Fantasminha e Simbita e o Dragão . Depois disto passou pela companhia de Walter D'Avila, com quem teve um desentendimento e acabou retornando a São Paulo.

Reprodução

Na capital paulista, conseguiu seu primeiro emprego na televisão, atuando no infantil Macaquito o Delegado , na TV Paulista. O ano era 1958. Nesta época, Georges Ohnet entrou para o TESP (Teatro Escola de São Paulo), cujo elenco fazia programas na TV Tupi. Em 1962 o ator Hervê Leblon adoeceu, e o diretor Júlio Gouveia convidou Ohnet para substituí-lo no papel de Visconde de Sabugosa, no programa Sítio do Pica Pau Amarelo . Além de interpretar o Visconde de Sabugosa, Georges atou em diversos episódios dos programas Grande Teatro Tupi e TV de Vanguarda , destacando-se como o Vovô Tanaka na peça O Soldado Tanaka , encenada em 1959. Em 1963 mudou-se para o Maranhão, onde ajudou a fundar a TV Difusora, atuando como diretor artístico da recém inaugurada TV, onde permaneceu por um ano. Em 1964 retornou a São Paulo, mas muito ferido após sofrer um atropelamento, o que o obrigou a se afastar por um tempo das atividades artísticas. Durante a recuperação, estudou muito, e conseguiu passar em um concurso público, o que o afastou definitivamente da televisão. Atualmente morava em Cotia, onde trabalhava como terapeuta holístico. Faleceu durante uma cirurgia, às vésperas de completar 84 anos.

Georges Ohnet como o Visconde de Sabugosa


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Claudionor F. Vieira Laerte B. Rodrigues Rafael Fialho Cléo Pires Mércia Garção Adriana Calcanhoto José Mayer Zé Ramalho Tarcísio Meira Clélia Simone Romeu Montresor Tathiana Helena Homero Silva Filho Karina Bacchi Paulo Planet Buarque Edi Cerri Marina S. Daloubeix Sílvia Cury Tom Zé Clarice Amaral Fúlvio Stefanini Fagner

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Alexandre Frota Carla Camurati Arlete Montenegro Bianca Rinaldi Denise Fraga Edgard R. do Amorim Santo Morales Agnaldo Timóteo Antonio Carlos Sartini Fernanda Montenegro Helena Magalhães Nuno Leal Maia Antonio Aguilar Aroldo Teixeira Anali Álvares Domingos Mattei Neto Glória Menezes Jonas Melo Magno Salerno Maria Zilda Ana Beatriz Nogueira Marcos Zago

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Nelson P. dos Santos Rolando Boldrin Walter Ferrari Iracema Reis Moler Francisco Ancona Lopes Rosamaria Murtinho Isa Berenice Elisabetisky Belchior Idalina de Oliveira Milton Nascimento Salomão Ésper Yara Pugielli Luigi Calvano Heitor Gasparinetti José Moura Zélia Duncan Claudete Troiano Simone Spoladore Thais Alves Allan Thalles G. Costa Tom Morais

Marcela Bezelga

Um verdadeiro campeão Entender a construção da Rede Globo a partir do ponto de vista de quem participou dela, essa é uma das possibilidades encontradas na leitura do livro O Campeão de Audiência , de autoria do jornalista Gabriel Priolli. Em sua segunda edição, uma vez que a primeira lançada em 1991 se esgotou completamente nas livrarias e na editora, o livro é uma biografia de Walter Clark, um dos mais enigmáticos executivos de TV da história da televisão brasileira. A obra traz as memórias de Walter Clark sobre episódios importantes da história da televisão, como a fase áurea da TV Rio, a criação e a evolução da Rede Globo, envolvendo também muitas polêmicas. Clark fala da criação do exaltado padrão Globo de qualidade, o lançamento do Jornal Nacional, a montagem da grade de programação da emissora e muitos outros fatos. Clark, que faleceu em 1997, chegou a ter salário mensal na US$ 1 milhão por mês, e era um dos executivos mais bem pagos do Brasil. Gostava de aparecer em público e foi amigo pessoal de Roberto Marinho e Boni, até ser demitido da Globo em 1977. Em O Campeão de Audiência , Clark traz também muitos relatos corajosos, cheios de confissões e sem nada de censura, escritos de maneira clara e objetiva por Gabriel Priolli, numa leitura agradável e bastante envolvente. Considerado o primeiro relato biográfico de um dos protagonistas da história da Rede Globo, O Campeão de Audiência é uma obra fundamental tanto para os estudiosos da comunicação quanto para os amantes da televisão brasileira e está disponível na biblioteca da Pró-TV para consulta. Agende a sua visita de segunda a sexta-feira das 10h às 18h pelo telefone 3872-7743.

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Expediente Direção: Vida Alves | Design: Nelson Gonçalves Junior | Redação: Vida Alves, Elmo Francfort, Élida Alves, Fábio Siqueira, Nelson Gonçalves Junior, Diego Nunes, Marcela Bezelga, Marcos Zago e Êgon Bonfim. Fotos: Francisco Rosa e Acervo Pró-TV | Secretaria: Lú Bandeira Tel: (11) 3872.7743 | Site: www.museudatv.com.br | Twitter: @museudatv E-mail: protv.museudatv@gmail.com | Facebook: www.facebook.com/museudatelevisao.protv Expediente: Segunda a sexta - 10h/18h | Venha nos visitar. Agende sua visita!

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