Setembro é um mês especial, com muitas comemorações para os brasileiros: a Independência do País (dia 7), a implantação da televisão com a criação da TV Tupi (dia 18), a chegada da primavera (dia 23) e os 40 anos da FPA - Fundação Padre Anchieta (dia 26). Ao Centro de Memória Audiovisual cabe lembrar dos fatos da vida da FPA e de suas emissoras de rádio e televisão. Porém, aqui serão omitidos aspectos tão importantes quanto os citados, por respeito ao espaço disponível. Essa é uma história escrita no dia a dia do trabalho de centenas de profissionais dedicados que ajudaram na criação e transmissão de programações culturais e educativas, como informação e entretenimento de qualidade. Um primeiro nome a destacar é o do Governador Roberto Costa de Abreu Sodré, que propôs à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, a criação da FPA, como Centro Paulista de Rádio e Televisão Educativa. A Lei foi aprovada e publicada em 26 de setembro de 1967. Sodré criou uma entidade sustentada com dinheiro público, mas com uma administração independente do Governo, assegurada pela constituição de seu Conselho de Curadores. O primeiro presidente da nova entidade foi o empresário José Bonifácio Coutinho Nogueira. Após a construção de prédios e estúdios em terrenos na Água Branca em São Paulo, a TV e a Rádio Cultura iniciaram suas transmissões normais em 16 de junho de 1969. A Coutinho Nogueira sucederam-se os presidentes: Raphael Noschese, Antônio Guimarães Ferri, Ruy Nogueira Martins, Antônio Soares Amora, Renato Ferrari, Roberto Muylaert, Jorge da Cunha Lima, Marcos Mendonça e, recentemente, Paulo Markun. Pelo Conselho Curador passaram mais de 300 representantes que souberam defender na Justiça os estatutos da entidade, bem como ao longo desses 40 anos corrigir os rumos da administração ou da programação das emissoras. A população, certamente, poderá lembrar dos programas de música erudita da Cultura FM, os de música popular brasileira da Cultura AM, a variada programação da TV Cultura, ou mais recentemente, dos programas da TV Rá Tim Bum, a primeira emissora brasileira por assinatura, criada para as crianças, em 2004, uma infinidade de títulos: Jovem Urgente, Vila Sésamo, Teatro 2, Vox Populi, È Proibido Colar, Roda Viva, Bambalalão, Festa Baile, Castelo Rá Tim Bum, O Choro das Sextas-Feiras, Orientação, Estrela da Manhã, Jornal da Cultura, MPB Especial, Universidade da Madrugada, Revistinha, Vitória, Viola Minha Viola... e todos os outros que cada leitor recordar... A Fundação Padre Anchieta criou uma nova maneira de se fazer programas de rádio e de televisão, com equipes altamente profissionalizadas trabalhando de modo cooperativo, em equipe, cada um contribuído com o melhor de seu talento para o todo. A mesma corrente humana que, em 1986, salvou de mão em mão, fitas do acervo da área que sofreu um incêndio. Esse é um ambiente raro, que ninguém esquece. A comemoração é de todos: profissionais e telespectadores! Texto produzido pelo CMA Centro de Memória Audiovisual da Fundação Padre Anchieta. Rua Vladimir Herzog, 75, Água Branca, São Paulo SP, CEP 05036-900, (11) 2182-3456.
Teledramaturgia tupiniquim em livro