Uma publicação da Pró-TV Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira Responsável: Vida Alves Tiragem: 1000 exemplares
15 ANOS
JULHO 2010
Nº 84
Editorial.................. 2 Aniversários............ 2 Evento .................... 3 Acontece................. 4 Saudade ................. 5 Memória ................. 6 Em Destaque .......... 7 Recordar ................ 8
Dia Nacional da TV No dia 18 de setembro de 2010, a televisão fará 60 anos. A Pró-TV homenageará muitos artistas no Memorial da América Latina. Leia mais na pág. 2
E
Vida Alves
DITORIAL
Presidente da Pró-TV
60 anos da Televisão O evento principal deste ano de 2010, quando a televisão completa 60 anos no Brasil, será no próprio dia 18 de setembro, às 20 horas, no Memorial da América Latina. Por que 18 de setembro? É que foi em 18 de setembro de 1950, que Assis Chateaubriand, o pioneiro, inaugurou a Televisão TUPI, em São Paulo. Há 60 anos atrás. E também porque essa data foi instituída por lei federal, como o Dia N a c i o n a l d a Televisão Brasileira, num trabalho conjunto entre a PRÓ-TV e o O deputado federal Duilio Pisaneschi discursa em 18/09/2001 (Dia Nacional da TV) então deputado federal Duílio Pisaneschi. Na data, fomos à Câmara Federal, presenciar o feito. A caravana paulista era de praticamente dez artistas, entre eles diretores da Associação dos Pioneiros. Depois fomos recebidos em cerimônia carinhosa na residência do então presidente da Câmara, Aécio Neves. Nada mais justo, portanto, que festejemos o dia 18 de setembro. É claro, porém, que não vamos homenagear só os pioneiros, que hoje estão em número pequeno, mas vários artistas que marcaram a televisão, esse meio de comunicação, que nasceu na metade do século 20, e deu início ao grande progresso da globalização. Somos agora um mundo só. Somos agora um povo só. A televisão nos mostrou, nos exibiu, nos uniu. Dia 18 de setembro, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura, do Memorial da América Latina e de todos os artistas convidados, haveremos de fazer uma grande festa, que será um evento-show, para o qual você também está convidado.
ANIVERSÁRIOS JULHO 01 03 04 04 04 04 05 05 05
Alceu Valença Carlos Alberto Riccelli Alberico B. Sobreira Jr. Hugo Carvana Adriana Gallão João Lôredo Didi Campos Mauro Gianfrancesco Laurindo Guzzi
07 07 09 10 11 15 15 16 16 17 19
Lina de Roma Victor Silva Navas Carmen Marinho Giba Um Lisa Negri André Martins Telê Cardim Marcos Mora Ana Paula Arosio Walter Forster Júnior Álvaro de Moya
02
19 19 20 20 21 23 23 25 25 25 25
Gilda Camacho Ricardo Côrte-Real Adriano Reys Dado Dolabella Jane Batista Luiz Mendes Jesus T. Pires Elias de Souza Leonardo Villar Alfredo Germani Francisco Gothilf
26 26 27 27 27 28 29 29 30
Rosa Maria Fernando Rancoleta Luiz Teixeira Torres Carlito Adese Ney Latorraca Ana Maria Freitas Mario Fanucchi Carlos Miranda Flávio Galvão
EVENTO A itinerância da exposição: “Marcos da Televisão Brasileira” em Jaboticabal
O povo de Jaboticabal visita a exposição
“É um presente para nós”. Foi com essas palavras que a simpática recepcionista, da prefeitura da cidade de Jaboticabal, interior do estado de São Paulo, recebeu a exposição: “Marcos da Televisão Brasileira”. Isso aconteceu no dia 2 de julho e ficará até dia 25 de agosto, na cidade. A exposição foi aberta por Mônica Reino, responsável pela área de cultura de Jaboticabal, diante de um público especialmente convidado, que estava à frente da Pinacoteca Municipal Charny Leite Bueno Sobrinho, um lindo espaço, no lugar em que existiu uma antiga igreja. Em seguida, falou Vida Alves, a presidente da Pró-TV, que junto com seus assistentes Elmo Francfort e Luciana Bandeira, foram à cidade de Jaboticabal, para a cerimônia de abertura da exposição. Depois dela, falou o Secretário Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Cláudio Almeida, que demonstrava alegria, por poder dar um pouco de cultura, ao seu município. As portas do espaço cultural foram abertas e a exposição foi entregue ao público.
E isso aconteceu com o apoio da Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo, através do SISEMSP – Sistema Estadual de Museus – tendo este a colaboração da ACAM Portinari – Associação Cultural dos Amigos do Museu Casa de Portinari, entidade cultural de São Paulo, que está patrocinando a itinerância desse trabalho da Pró-TV, pelo interior paulista. E a quem agradecemos sinceramente.
Equipes da Pró-TV e da Secretaria da Cultura de Jaboticabal
EXPEDIENTE Direção: Vida Alves Coord. de Comunicação: Elmo Francfort Secretaria: Lú Bandeira Esta publicação é de responsabilidade da Pró-TV - Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da TV Brasileira.
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Sede Pró-TV: R. Vargem do Cedro, 140 - Sumaré - São Paulo / SP CEP: 01252-050 - ( (11) 3872.7743 Site: www.museudatv.com.br E-mail: protv@museudatv.com.br Expediente: Segunda a sexta - 10h/18h Venha nos visitar. Agende sua visita!
ACONTECE
Elmo Francfort
Reprises no SBT O mês de julho foi também de mudanças no SBT. Antes apenas com a reprise de “A “História de Ana Raio e Zé Trovão” (da Manchete), o SBT resolveu colocar às tardes - em horário até então ocupado pelo “Cinema em Casa” a reprise de outras novelas (todas produzidas pelo SBT). É o caso de “Pérola Negra” (foto) e “Esmeralda”. Em agosto, à noite, é a vez de “Canavial de Paixões”.
Metodista premia Pró-TV No dia 24 de junho a Pró-TV recebeu no Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano do Sul (SP), o “Prêmio Destaque 2010”. Foi pelas mãos do diretor da Faculdade de Comunicação, o Prof. Dr. Paulo Rogério Tarsitano. A premiação é promovida pela Universidade Metodista, fiel parceira da Pró-TV. Foi uma honra para nós.
Faculdade do Povo A Faculdade do Povo (FAP) homenageará o 60º aniversário da TV e Vida Alves durante o evento “Televisão no Brasil: 60 Anos de Vida”. A premiação acontecerá na Câmara Municipal dos Vereadores de São Paulo no dia 2 de agosto, às 10 horas da manhã. A Câmara fica no Palácio Anchieta – Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista. Compareçam!
Olga Bongiovanni agora é da Gazeta A apresentadora retornou ao VHF da TV aberta, após um período na TV Aparecida. Com a saída de Ione Borges do “Manhã Gazeta” (TV Gazeta), Olga Bongiovanni assumiu a apresentação do programa ao lado de Claudete Troiano. A atração é dividida em duas partes: a primeira, das 9h às 11h, e a segunda, das 11h às 13h30. Olga comanda o primeiro horário e Claudete passou agora a fazer o segundo, em que estava Ione.
Marco Luque e o Formigueiro O comediante Marco Luque estreou novo programa na Band: “O Formigueiro”. Nele o apresentador sempre fará entrevistas, experiências científicas e truques de mágica. Luque ainda contracena com dois bonecos de formigas: Tana e Jura. O programa é a versão brasileira do espanhol “El Hormiguero”. Com o novo programa no ar desde 25 de julho, Marco Luque continua também no “CQC”.
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SAUDADE... Antonino Seabra Antonino Seabra foi um dos primeiros diretores de TV do país e um dos mais conhecidos. Antes foi também câmeraman e sonoplasta. Nas últimas décadas, destacou-se como diretor de novelas, sendo sua última "Marisol" (SBT), em 2002. Trabalhou na TV Paulista, TV Tupi, TV Continental, TV Rio, TV Excelsior, TV Bandeirantes, TV Record e SBT. O diretor faleceu em São Paulo, no dia 4 de julho.
Fábio Pillar
Gibe
O ator e diretor Fábio Pillar morreu no dia 14 de julho, no Rio de Janeiro (RJ). Foi diretor de diversos espetáculos teatrais. Na televisão atuou nas novelas “Baila Comigo”, “Bebê a Bordo”, “Top Model” e “Pátria Minha” – todas na Rede Globo.
O humorista Gibe Fernandes faleceu no dia 16 de julho. Trabalhou na TV Tupi, TV Record, SBT e Globo. Recentemente fazia parte do elenco da “Turma do Didi” na Globo, mas consagrou na década de 1980 com o personagem “Papai Papudo” (ao lado), do programa infantil “Bozo”. Fez ainda as pegadinhas do “Topa Tudo Por Dinheiro”, também no SBT.
“São cinco e sessenta” (bordão de Papai Papudo, personagem de Gibe)
A PROCIMAR APÓIA A DIGITALIZAÇÃO DO ACERVO DA PRÓ-TV Rua Dr. Cândido Espinheira, 396 - Térreo, Perdizes - São Paulo - SP - Brasil Tel / Fax: (11) 3873.5888 Horário de atendimento: de 2ª à 6ª-feira, 9h às 19h - Plantão: sábados - 10h às 13h
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MEMÓRIA
Hélio Jacintho*
A arte da sonoplastia .Novela, uma mania nacional. Faz 60 anos que o Brasil acompanha enredos que emocionam, irritam, encantam, provocam ódio, amor, ternura e até devoção. Quando senta à frente da tv, o telespectador interage com aquela que pode ser a “sua” história. O que nem todos percebem, é que um detalhe que parece sutil é o grande responsável por complementar a trama: a música. É aqui que entra o trabalho do sonoplasta, que escolhe a moldura da obra dos grandes mestres do texto, direção e interpretação. E quando se fala em sonoplasta (quem escolhe as músicas), a TV brasileira não pode esquecer de Pedro Jacintho Netto, que dedicou 32 anos de sua vida às novelas. Nascido em Osasco, na Grande São Paulo, no dia 19 outubro de 1935, foi levado para Pederneiras, na região de Bauru, onde cresceu junto à natureza, de onde parece ter extraído a sensibilidade para perceber a hora certa para executar, ou não, a melodia ou efeito para abrilhantar uma cena. Com 16 anos de idade, Pedro Jacintho Netto veio para a capital paulista, para estudar. Fez um curso de contabilidade e começou a trabalhar no Banco Bandeirantes. O destino, todavia, parecia traçado. Em 1954, candidatou-se a uma vaga de datilógrafo na Rádio Bandeirantes (o mesmo nome do banco) e ali iniciou uma trajetória vitoriosa. Chegou a ser até radioator, mas como esse, decididamente, não era o seu caminho, logo passou a aprender a arte da sonoplastia. Em 1964, depois de uma rápida passagem pela extinta TV Excelsior, foi contratado pela TV Tupi, onde permaneceu durante 17 anos. Além da TV de Comédia e TV de Vanguarda, o “baxinho” , como ficou conhecido, deu contornos corretos a várias novelas. Logo na estréia, em 1964, fez o “O Direito de Nascer”, que já estava no ar. Foi a primeira novela diária de sucesso, exibida, desde o seu início, diariamente no Brasil. Quem viveu naquela época jamais esqueceu de Mamãe Dolores, de Albertinho Limonta e Maria Helena, que afinavam cada vez mais a parceria com o público. Toda vez que Pedro Jacintho acionava o seu disco de vinil junto com os principais atores da época, e ao lado de amigos como Walter Avancini, Cassiano Gabus Mendes, Carlos Zara, Hamilton Fernandes, Henrique Martins, Ana Rosa, Cleide Yáconis, Nicete Bruno e tantos outros, o sonoplasta criado em Perderneiras fez várias novelas, como “Superplá” (1969); “As Bruxas” (1970); Toninho On The Rocks” (1970); “Bel-Ami” (1972); Os Inocentes” (1974); “Meu Rico Português” (1975); “Um Dia O Amor” (1975); “Os Apóstolos de Judas” (1976); “Um Sol Maior” (1977); e “Como Salvar Meu Casamento” (1979), além de “Beto Rockefeller” que, em 1968, escreveu um novo capítulo na história da novela no Brasil. Com uma linguagem irreverente para a época, do personagem vivido por Luis Gustavo, “Beto Rockefeller” rompeu a tradição das musicais instrumentais e foi a primeira a exibir músicas cantadas. Um pioneirisimo que rendeu a Pedro Jacintho Netto, o prêmio Roquete Pinto de melhor sonoplasta daquele ano. Em 1981, ele foi para a TV Cultura e, 3 anos depois, para o SBT, onde permaneceu até 1996, quando se aposentou, por problemas médicos. Atualmente, mora na zona sul de São Paulo, onde vive com Adélia Pereira Jacintho, com quem se casou há 55 anos e teve 5 filhos: Dagma, Hélio, Débora, Ricardo e Adriano. Tanto tempo se passou e, ainda hoje, Pedro Jacintho Netto diz que se emociona quando, ao acompanhar uma novela, sente que a música escolhida foi feita sob medida para a cena ou personagem. Às vezes chora, ao provar do mesmo bálsamo que ele mesmo preparou, para milhões de almas brasileiras, ao longo de décadas de uma carreira marcada por muita dedicação e talento. * - Texto produzido pelo jornalista Hélio Jacintho em homenagem ao pai Pedro Jacintho Netto.
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EM DESTAQUE A memória da TV brasileira preservada em imagens A Pró-TV possui um importante acervo de imagens que conta a história dos primeiros anos de vida da televisão no país. Esse importante material, mais que simplesmente guardado, necessitava de um trabalho profissional para avaliação, tratamento adequado e disponibilização. Os primeiros e importantes passos já foram dados. O Projeto Brasil Televisão e Memória, realizado com o patrocínio da Caixa Cultural, teve fundamental importância para a constituição do acervo da Pró-TV porque, num primeiro momento, possibilitou o tratamento de uma boa parcela de seus documentos iconográficos. Isto significa que todas as fotografias foram identificadas e numeradas, de acordo com as normas da Arquivística. Essa numeração organizou as fotos para que
Fotos em tamanho maior já acondicionadas em jaquetas de poliéster
possam entrar num banco de dados informatizado e também para que fossem digitalizadas. Com o patrocínio da Caixa Cultural, o acervo iconográfico foi o primeiro a receber um novo acondicionamento adequado para sua preservação. Foram identificadas e numeradas 8.188 fotos. Desse total, foram cadastradas 2.000 no banco de dados e, ao mesmo tempo, e estão sendo digitalizadas em baixa resolução para exibição via web e em alta resolução para preservação. A digitalização está sendo feita em parceria com a empresa Procimar Vídeo. Material fotográfico acondicionado em jaqueta de poliéster e pasta suspensa
O resultado, por hora, desse trabalho, é que 2.000 fotos do Catálogo Virtual poderão ser consultadas no site da Pró-TV. Uma prestação de serviço para pesquisadores, estudantes e interessados na memória da televisão brasileira.
Conheça o nosso Centro de Memória na Internet: www.museudatv.com.br/centrodememoria/
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RECORDAR As quatro mães felizes O lugar era simples: o Bar do Jordão. Mas todos os artistas ficavam ali. Almoçavam, tomavam café, conversavam... As quatro mães tomavam chá e falavam, logicamente sobre suas filhas, que eram quatro garotas do rádio e da televisão recém inaugurada. Dona Ester, delicada, miúda, casada com o músico Feguinho, falava de Hebe, naturalmente ,que tinha tudo para ser uma grande estrela. Dona Amélia, viúva e bonita, era funcionária pública. Trazia à cabeça um chapeuzinho discreto, como usava na época e falava sobre Vida, naturalmente, que para seu grande orgulho, entrara na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Maria, dona de casa, com orgulho falava de Lia, que era a estrela maior do rádio e também da T.V. Aparecera no programa inaugural da televisão, entrevistando a madrinha da cerimônia de inauguração, que era a convidada principal de Assis Chateaubriand, jornalista arrojado, “Rei da Comunicação do Brasil”, dono das Emissoras de Rádio, de Televisão e de Jornais Associados. A 4ª mãezinha era simples, espanhola, moradora da Zona Leste, mas não deixava nunca de acompanhar sua filha, a mais bonita, com certeza, a única de olhos verdes e que cantara o Hino da Televisão, na inauguração. E dona Izolina falava de Lolita, naturalmente. Era o ano de 1950. E as quatro mães, vaidosas de suas filhas, tinham toda razão de sentir orgulho delas e “torcer por suas crias”. Todas prometiam tanto.... 60 anos se passaram. É o ano de 2010. Dona Ester, dona Amélia, dona Maria e dona Izolina, mães de Hebe, Vida, Lia e Lolita... as quatro mãezinhas já estão no céu. O Bar do Jordão já não existe. Nem as Emissoras Associadas existem mais em São Paulo. O Bar do Jordão, que servia almoço, café e o carinhoso chá da tarde, para as mãezinhas felizes falarem de suas filhas, as estrelinhas, este, com aquela cena, continua a existir, com sua imagem esmaecida... apagada, diluída, mas carinhosamente lembrada para sempre, na imaginação dos que ainda estão vivos, e que ali viveram tantas emoções e um pedaço tão importante de suas vidas... V.A.
Hebe: o orgulho de Dona Ester
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