REVISTA
Estados Unidos: ame-o ou deixe-o
Conexão Manhattan Lucas Mendes dispara: “O país tem muitos defeitos, mas muito mais qualidades”
Tipo exportação De Governador Valadares, histórias dos imigrantes e suas famílias #44
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não tem preço
dezembro 2010 ano 5
E mais Beisebol, futebol americano e basquete de rua em BH, concursos de miss infantil, viagem à ilha de Elba, Slater decacampeão
S H O P P I N G DI AM O N D MA L L P I S O L 2 31
2512 8042
*NÃO CUMULATIVO COM OUTRAS PROMOÇÕES, DESCONTOS E CONVÊNIOS.
O SEU ANIVERSÁRIO NO PONTO CERTO. PROMOÇÃO VÁLIDA NO DIA DO ANIVERSÁRIO, PARA O RODÍZIO DO ANIVERSARIANTE. INDISPENSÁVEL A APRESENTAÇÃO DO RG E MÍNIMO DE UM ADULTO PAGANTE.
RESERVAS: 31 3293 8787
,
BH E * T O N O I Ã Z A C Í I R D R O P RSA RO O A E N IV AG AN O P NÃ
EDITORIAL
Ame rican Dream Os acordes distorcidos do hino nacional americano dedilhados e roídos por Jimi Hendrix no Woodstock de 1969, ilustram bem o paradoxo que existe quando o assunto é os Estados Unidos da América. Hendrix conseguiu, de forma espontânea, independente e rebelde, contestar uma nação sempre tão imponente. Aliás, a era “flower power” dos anos 1960 teve essa representatividade, remando contra os extremos ideais capitalistas e a violenta guerra do Vietnã. Fatos que transformaram definitivamente a história da nação americana, ou melhor, do mundo como um todo. Afinal de contas, nesse ponto, não se pode negar: acontece nos EUA, acontece no mundo. A verdade é que se juntarmos mais de cinco pessoas e perguntarmos a elas o que acham dos Estados Unidos, certamente as opiniões serão divergentes. E aqui na Ragga isso não foi diferente. Amado por muitos e odiado por tantos outros, a verdade é que não há como ignorar essa superpotência mundial. Uma nação, que apesar de relativamente nova, carrega importantes títulos como: maior economia nacional do mundo; primeira a colocar um homem na lua; e
que recebeu o maior contingente de imigrantes da história da humanidade; são também os “donos” da língua universal e um dos países mais ricos em termos multiculturais. Por outro lado, cresce no mundo e entre eles mesmos um “sentimento antiamericano”: uma verdadeira aversão ao Estados Unidos e sua posição, muitas vezes, prepotente em relação ao resto do planeta. Essa rejeição ultrapassa as barreiras políticas e se torna ainda mais visível se comparada ao modo de vida do cidadão americano, mais baseado em interesses econômicos do que em valores humanos propriamente. Em outras palavras, o bom e velho american way of life. No entanto, o que é rejeitado por uns é sonho para outros tantos, e a cidade mineira de Governador Valadares acabou se tornando um símbolo do american dream. Fomos até lá sentir de perto a relação que o município tem com o país e percebemos, em relatos emocionantes, o quanto o sonho pode ser sedutor. Falando em Minas Gerais, o Perfil desta edição também saiu do estado rumo aos Estados Unidos. Mas, nesse caso, se deu muito bem por lá e, além de conhecer o país como poucos, o apresenta ao mundo à frente do Manhattan Connection, um dos programas mais inteligentes transmitidos pela TV paga brasileira. Lucas Mendes é o nosso Tio Sam da edição de dezembro, que ainda tem: a loucura dos concursos de miss infantil, Kelly Slater e seu 10º título mundial, brasileiros se aventurando em esportes tipicamente norte-americanos, um ensaio fotográfico retratando a diversidade de casais nova-iorquinos e muito mais. Boa leitura!
Lucas Fonda — Diretor Geral lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br twitter.com/lucasfonda
já é de casa
25
10 X Slater
O décimo título mundial do mito do surfe
30
Força na peruca Concursos de miss promovem crianças e bebês montados
36
Valadólares
Tem até velório virtual na terra dos imigrantes
76
From NYC
Notícias de Lucas Mendes, direto de sua cidade preferida
14 QUEM É RAGGA 48 RAGGA GIRL || Tayanne alves 56 EU QUERO! || pé na areia 62 ON THE ROAD || elba 64 AUMENTA O SOM 72 CULTURA POP INTERATIVA 73 PASSANDO A BOLA 74 DESTRINCHANDO
REPRODUÇÃO DA INTERNET
CAIXA DE ENTRADA < PROMOÇÃO > < AYTON SENNA É O CARA! >
Ayrton Senna é o cara mais Ragga da história. Sinônimo de força, garra, honestidade e superação. Liaci Alves Nunes
< CARTAS > < Gracie > Guillermo Tângaril // por e-mail A entrevista com o Rickison Gracie está Phoda! parabéns a todos. Wellington Luiz // por e-mail Quero de panabenizar pela revista. Vocês estão fazendo um ótimo trabalho. Sou um grande fã de artes marciais e vocês fizeram uma ótima reportagem. < Única > Pedro Ribeiro @pedromiko // via Twitter A @revistaragga é demais, a única que consigo ler de verdade. (:
< EXPEDIENTE > DIRETOR GERAL lucas fonda [lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING bruno dib [brunodib.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR FINANCEIRO josé a. toledo [antoniotoledo.mg@diariosassociados.com.br] ASSISTENTE FINANCEIRO nathalia wenchenck GERENTE DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING rodrigo fonseca PROMOÇÃO E EVENTOS ludmilla dourado EDITORA sabrina abreu [sabrinaabreu.mg@diariosassociados.com.br] SUBEDITOR bruno mateus REPÓRTERES bernardo biagioni . flávia denise de magalhães JORNALISTA RESPONSÁVEL luigi zampetti - 5255/mg NÚCLEO WEB lucas oliveira [lucasoliveira.mg@diariosassociados.com.br] ricardo lima ESTAGIÁRIOS DE REDAÇÃO brenda linhares . izabella figueiredo DESIGNERS anne pattrice [annepattrice.mg@diariosassociados.com.br] marina teixeira . isabela daguer . bruno teodoro
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ARTIGO
O cubano
mais famoso do mundo por Lucas Machado
”Como disse Chico Buarque, dinheiro é bom para comprar uísque, charuto e pagar o aluguel” Tom Jobim
ANNE PATTRICE
Vocês devem estar pensando: “Nossa, mais um texto sobre Fidel Castro”. Sem tirar a importância daquele que, para muitos, é um grande ditador, resolvi discorrer algumas linhas não sobre Fidel, mas sobre o produto mais conhecido e reverenciado da ilha cubana: o charuto, que ganha a cada dia mais e mais adeptos e apreciadores, apesar de estarmos vivendo o ápice do antitabagismo. O charuto é uma das mais antigas formas de apreciação do tabaco. Segundo historiadores, a palavra deriva de cherrot, advinda da era vitoriana, vista historicamente como uma das épocas mais marcantes da moda durante o reinado da Rainha Vitória, em meados do século 19. Para o verdadeiro amante de charutos, degustar o sabor e o aroma de um “bom puro”, denominação dos povos de língua espanhola para o charuto feito à mão, é completamente diferente de fumar um Habano, como é chamado qualquer charuto produzido em Cuba. Conhecer a província cubana de San Luis - cidade natal do fidalgo Alejandro Robaina, que faleceu em abril deste ano - é um verdadeiro passeio pela história dessa, sempre, nação ensolarada do Caribe. O “abuelito”, que ficou conhecido além das fronteiras do país de Fidel por produzir as melhores folhas para a produção tabaqueira, recebia na varanda da sua casa os fãs que o procuravam para entender e apreciar a arte de saborear um legítimo puro cubano. Sem fazer distinção alguma, Don Alejandro tratava Sting, Steven Spielberg, Jack Nicholson, Gérard Depardieu, entre outros tantos, com a mesma humildade que o fazia rodar o mundo, voltar para Cuba e não abandonar suas raízes, tradições e toda a beleza natural desse país tão peculiar. A folha de tabaco existe em Cuba desde 1492. Quando Cristóvão Colombo chegou à ilha banhada pelo Oceano Atlântico Norte, deparou-se com nativos que enrolavam folhas de palmeiras, com folhas de tabaco em seu interior, e as queimavam em cerimônias e rituais religiosos. Ao voltar para o continente europeu, o navegador espanhol e sua tripulação foram
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os principais responsáveis por difundir essa cultura na Europa e também nos Estados Unidos. De acordo com estudos recentes, estima-se que a folha de tabaco se encontra na região há quase dois mil anos. Cuba começou a excelência no plantio do tabaco e na produção de charutos com a autorização do rei espanhol Ferdinando VII, no século 19. No ano de 1840, a ilha já era reconhecida internacionalmente como a maior produtora do mundo. Surgiram, então, as principais marcas, Montecristo e Cohiba, que estão no mercado até os dias de hoje. Para os verdadeiros apreciadores de um “double corona”, uma das diferenças de um charuto cubano para os demais produzidos em outras partes do planeta é o clima que predomina em toda a extensão da ilha, qualidades incomparáveis De acordo com de temperatura, de ar e de solo. com estudos Eentre os puros mais importanapesar de cada apreciador recentes, tes, ter seu predileto, temos: Bolivár, estima-se que a Partagás, Hoyo de Monterrey, folha de tabaco Romeo y Julieta, Punch, Rafael González, Ramón Allones, Sanse encontra na cho Panza, Trinidad, Vegas Roregião há quase baina e San Cristóbal. Para os amantes do seu dois mil anos forte e inconfundível aroma, iniciantes ou não, a qualidade e a diferença de um bom charuto cubano se baseiam em seu tamanho, os tipos de folha e a grossura. Mas, o grande charme está na maneira única de fumá-lo e de como as folhas de tabaco são queimadas. Portanto, assim como só se aprende de um bom vinho bebendo-o, só se conhece mais das peculiaridades de um bom puro, fumando-o. Puros são paixão à primeira vista e precisam ser armazenados da melhor maneira possível. Caixas de couro com temperatura ambiente entre 18ºC e 20ºC e umidade do ar entre 70% e 75% são ideais. O ouro cubano deve ser apreciado com uma delicadeza ímpar que nos remete à simplicidade de sua história, suas lendas e seus mitos que, até hoje, rondam o ideal de Che Guevara e Fidel Castro. Parafraseando o folclorista brasileiro Câmara Cascudo, “um bom charuto é um prazer cotidiano, mágica fumaça consoladora”. E não se esqueça, o Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. Mas, se você tiver no seu estoque algum puro cubano, pode enviar para a minha caixa de correio. Ou melhor, eu busco pessoalmente.
manifestações: articulista.mg@diariosassociados.com.br | Twitter: @lucasmachado1 | Comunidade do Orkut: Destrinchando
J.C.
< Para seguir >
Além das novidades da redação, no nosso Twitter há promoções exclusivas para seguidores, como ingressos para os melhores shows, cinemas, baladas e muito mais. Cola lá: twitter/revistaragga.
Julia Nogueira é produtora de moda apaixonada por arte e viagens. Chef de cozinha por formação, trocou as panelas pela vida criativa da produção de catálogos, revistas e desfiles. Por aqui, já assinou diversos ensaios da Ragga Girl, incluindo o desta edição. julianogueirac@gmail.com
Graduado em Artes Plásticas pela Escola Guignard, em 2007, Walter Rabelo recebeu a Beca III Milenium Corporation, da Fundacion Karrvaz e, em 2009, foi artista residente do Instituto Rural de Arte Mirador Del Jucar, Espanha e participou da Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante em Lisboa. De volta a Belo Horizonte, dá sequência à suas pesquisas e produção artística. Nesta edição, assina as fotos da matéria “Era uma vez na América”. walterrabelo.carbonmade.com
< Recorde na internet >
Os sites Ragga e Ragga Drops registraram recorde de audiência entre outubro e novembro. Ao todo, 150 mil pessoas passaram pelo portal Ragga, gerando 1,5 milhão de acessos. Com a criação do Núcleo Web da Ragga — equipe focada nos canais digitais e novas mídias —, a expectativa é de resultados cada vez melhores! Dados referentes ao período de 25/10 a 24/11/2010. Fonte: Google Analytics
< Prêmio >
A Ragga é uma das finalistas do Prêmio “Melhores da Comunicação Mineira 2010”, promovido pelo Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de MG (Sinapro-MG) e Associação Mineira de Propaganda. Além da Ragga, concorrem na categoria Melhor Veículo do Ano Revista Impressa a Encontro e a Viver Brasil.
Strike e quando você faz tudo de uma vez.
Jogar boliche, se divertir, levar a namorada, juntar os amigos, queimar calorias, desestressar, tomar um chopp, comemorar um aniversario, fazer um happy hour, comer bem. Tudo isso em um so lugar.
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Diversao sem para ~
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FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
COLABORADORES
ILUSTRADOR CONVIDADO
AP303 Design Studio [ap303.com]
O AP303 é um estúdio de design multidisciplinar sediado em Salvador, criado pelo casal Dandara Almeida e Bruno Biano Moreira. O processo criativo do estúdio se dá através da troca de ideias e a soma delas. Geralmente, para cada projeto há um processo de diálogo, pesquisa de referências, viabilidade do uso de novas formas de experimentação e, por fim, a junção de todas essas fases resultando na criação.
Quer rabiscar a Ragga? Mande seu portfólio para annepattrice.mg@diariosassociados.com.br
COLUNA
Tiririca, ghostwriter
REFLEXÕES REFLEXIVAS DO TWITTER
DE SARAMAGO. E, PARA VOCÊ, O QUE PODE SER?
RENATO STOCKLER
Ir a um cartório é embarcar em uma entediante viagem a 1942.
Quanto é o salário do Eike Batista convertido em pedras de crack?
Open Bar = Adeus, dignidade. < RAFINHA BASTOS >
é jornalista, ator de comédia stand-up e apresentador do programa CQC (Custe o Que Custar)
Por favor, se um dia vc me encontrar passeando pelo Salão do Automóvel, dê um tiro na minha cara e enfie um cabo de vassoura no meu rabo. O Guga EStá na Gabi pedindo a popularização do tênis. Aproveito a deixa para pedir caviar na cesta básica.
A Supernanny do SBT coordenando brincadeiras é como o Hitler animando o campo de concentração.
Tenho a impressão DE que a Eliana toma uns 12 banhos por dia. Ficar s/ gasolina no carro: Péssimo. Cancelar a carona p/ UMA mina insuportável q mora a milhas de distância: Ótimo. E, p/ vc? O q #podeser?
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Seria genial se descobrissem que o Tiririca era ghostwriter do Saramago
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fale com ele: rafinhabastos.mg@diariosassociados.com.br
Interfone tocando às 4h: Irritante. Descobrir q as gêmeas lindas do AP 302 estão se sentindo sozinhas: Delirante. E, p/ vc? O q #podeser? Dez quilos a mais na balança: Ruim. Achar barras de ouro nos bolsos da jaqueta: Muito bom. E, p/ vc? O q #podeser? Ter uma irmã gostosa: Preocupante. Descobrir q ela tem amigas: Confortante. E, p/ vc? O q #podeser?
Ser confundido c/ um estranho: Ofensa. Este estranho ser o Tom Cruise: Elogio (e mentira). E, p/ vc? O q #podeser?
Quem é vc para dizer que eu pequei, padre? Perder a competição: Ruim. Descobrir q o 2° lugar vai p/ Paris e o 1° p/ Guaribas (Piauí): Ótimo. E, p/ vc? O q #podeser?
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O mapa
ELISA MENDES
PROVADOR
< CRIS GUERRA >
40 anos, é redatora publicitária, ex-consumidora compulsiva, ex-viúva, mãe (parafrancisco. blogspot.com) e modelo do seu próprio blogue de moda (hojevouassim. blogspot.com)
Trânsito tumultuado, agenda lotada. Pego meu carro para participar de um programa de TV ao vivo, num endereço nunca antes explorado. Alguém me diz que a rede de TV fica perto da PUC, mas nem presto atenção. Tenho o meu próprio GPS, nada me faltará. E sigo confiante, obedecendo à voz masculina e enigmática do aparelhinho. Depois de um caminho longo e tranquilo, finalmente ouço a voz dizer: “Você chegou ao seu destino”. E que destino horrível, o meu: um terreno abandonado, sem uma viva alma. Dobro à direita a 100 metros e caio numa avenida enorme em busca de informação: um homem simpático e disposto começa a me explicar. Quando ele emite a expressão “anel rodoviário”, o pânico toma conta de mim. O anel rodoviário é como o mar: imenso e perigoso. O homem já está desenhando o trajeto, quando agradeço e entro no carro. O GPS me olha, tecnológico. Gracinha, vou confiar em você de novo. Mais uma vezinha só, ok? Tudo, menos o anel rodoviário.
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Quando ele emite a expressão “anel rodoviário”, o pânico toma conta de mim. O anel rodoviário é como o mar: imenso e perigoso
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fale com ela: crisguerra.mg@diariosassociados.com.br
Costuro, dobro à direita, rotunda, dobro à esquerda, destino: de novo o descampado, o deserto, o ostracismo, o fim. Até que não me resta alternativa: ligo para a rede de TV e um homem — sim, um homem — passa a me guiar remotamente. Pronto. Já sou notícia antes de chegar ao programa de TV, um minuto antes dele ir ao ar. (Está cientificamente explicado: os homens foram mais capacitados para o papel de caçador, por sua habilidade navegacional, enquanto as mulheres foram preparadas para cumprir a tarefa de coletoras de alimentos perto de casa. Perto de casa, repito. Em outras palavras: não me mandem ao anel rodoviário, porque isso não vai dar certo.) Ao voltar para casa, percebo: a TV fica atrás da PUC. O caminho óbvio mora ali ao lado. Lamento a falta de minha mãe. Contrariando as previsões científicas, ela tinha o mapa de Belo Horizonte na cabeça, enquanto meu pai se perdia em plena Prudente de Morais. “Belo Horizonte é feita de ruas com nomes de estados, cruzando com ruas com nomes de índios e dos inconfidentes”, dizia ela. E, assim, com raciocínios simples, ela se guiava na cidade e na vida. Minha mãe era meu GPS. Faz 16 anos que venho me perdendo, inventando meus próprios mapas.
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Dois lados da mesma
É-DUCA!: EDUCAÇÃO E PROPÓSITO
WAGNER VELOSO
moeda
< GLAUSON MENDES >
é líder educador, empresário, e vê na educação a base do novo mundo
Muitas vezes, nos deparamos em nossas vidas com situações nas quais é preciso fazer uma escolha. A existência de diversas opções a respeito de uma determinada circunstância nos faz hesitar em um primeiro momento, em busca da solução mais acertada que se deve seguir. Somos obrigados a optar e a preferência, por essa ou aquela via, passa por várias instâncias de complexidade. “Com que roupa eu vou?”, “qual profissão devo seguir?”, “qual emprego devo escolher?”. Parece simples, mas cada uma dessas escolhas, acertadas ou não, centradas ou não, aleatórias ou não, determinam aquilo que somos e seremos. Você já deve ter ouvido falar da teoria do caos ou do efeito borboleta. A essência dela se baseia em supor que uma mudança, ainda que aparentemente pequena, nas condições iniciais de uma circunstância, pode gerar resultados imprevisíveis e desconhecidos. Assustador? Talvez. Acreditar nisso é pensar que uma
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Ficar parado por não saber para onde ir também é uma opção
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fale com ele: glausonmendes.mg@diariosassociados.com.br
escolha pode definir parte do que você será no futuro e que esses eventos resultantes da opção são imprevisíveis. Como saber que você fez uma escolha acertada, portanto? Escolhendo, é claro. Desde a proposição da teoria até hoje, cientistas formularam argumentos que concluem que essa imprevisibilidade aparece em quase tudo: no movimento das massas, nos jogos de azar, nas cotações da Bolsa de Valores e nas carreiras profissionais. Porém, seria, no mínimo, imprudente afirmar que, independente das escolhas que fazemos em nossas profissões, estamos sujeitos à imprevisibilidade do universo. Ficar parado por não saber para onde ir também é uma escolha. Dalai Lama disse, certa vez, que os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. De certa forma, vivem sempre o amanhã se esquecendo do presente. E o melhor da viagem está na viagem em si e não necessariamente no ponto de chegada. Planejar o futuro é tão importante, sim, mas é também lidar com o imponderável. Ele acontecerá baseado no presente que você vive, escolhe e experimenta. Ou não — parafraseando Caetano. A vida está aí. Aproveite!
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V E JA OS V Í D EOS E XC LU S I VOS N O FAC E B O O K .CO M /Q U I KS I LV E R
QUICKSILVER/ RABEJAC
ESPORTE < surfe >
Na França: competindo na sétima etapa do campeonato mundial deste ano
primeiro e único Colecionador de recordes, o mais jovem e o mais velho atleta a ganhar títulos nos campeonatos realizados pela ASP: Kelly Slater é decacampeão do mundo
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QUICKSILVER/STEVE SHERMAN
Dia 8, o Havaí recebe a última etapa do ASP Tour — campeonato mundial organizado pela Associação dos Surfistas Profissionais, o mais importante do esporte. Mas o resultado principal é conhecido desde novembro, quando Robert Kelly Slater, de 38 anos, foi coroado campeão de 2010, em Porto Rico. Essa é a décima vez que ele vence o mundial da categoria, repetindo as conquistas de 1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006 e 2008. Antes disso, Slater já tinha sido apontado como o surfista número 1 de todos os tempos, seu nome estava gravado no Surfing House of Fame e foi reconhecido pela U.S. House of Representatives como unanimidade dos dois partidos norte-americanos, por seu desempenho sem precedentes e por ser exemplo de vida.
ALGUÉM PODERIA PENSAR QUE NÃO FALTAVA NADA. MAS SLATER QUIS MUITO O DÉCIMO TÍTULO
XXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX
O rei e a crowd comemoram o título
QUICKSILVER/MIKE BALZER
QUICKSILVER/DICK MESEROLL
QUICKSILVER/TOM DUGAN
Três tempos, com a inseparável prancha: em 1984, 1985 e 1988
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QUICKSILVER/MIKE BALZER
Apesar do escrito no capô do carro, em 1993, Slater liderava os surfistas da “nova escola”
Alguém poderia pensar que não faltava mais nada, porém, sobre o decacampeonato, ele declarou estar aliviado: “Foi o título mais estressante, porque era um lugar desconhecido e, na minha idade, as pessoas dizem: ‘Você não deveria estar fazendo isso’. É um desafio acreditar em você mesmo e não no que as outras pessoas falam”. Slater, o mito do surfe, continua realizando o que muitos pensaram ser impossível.
CRIAÇÃO DO BH RESOLVE: 600 SERVIÇOS EM UM SÓ LUGAR.
INAUGURAÇÃO DO MAIOR RESTAURANTE POPULAR DO BRASIL.
15 NOVAS ACADEMIAS DA CIDADE, TOTALIZANDO 23 UNIDADES.
SAMU: NOVA SEDE E NOVAS AMBULÂNCIAS. MAIS PROFISSIONAIS, MÉDICOS E ENFERMEIROS.
19 NOVAS UMEIS – UNIDADES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL, TOTALIZANDO 57 UNIDADES.
INAUGURAÇÃO DO AQUÁRIO DO RIO SÃO FRANCISCO, O MAIOR AQUÁRIO TEMÁTICO DO BRASIL. MAIS DE 4 MIL NOVAS MORADIAS.
10 NOVOS CENTROS DE SAÚDE E 19 UNIDADES REFORMADAS. CRIAÇÃO DO “MELHOR EMPREGO”: PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL.
MUITA COISA BOA EM MUITO POUCO TEMPO CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA POSSO AJUDAR EM TODAS AS UNIDADES DE SAÚDE DE BH.
78 NOVAS ESCOLAS INTEGRADAS, TOTALIZANDO 128 UNIDADES E MAIS DE 33 MIL VAGAS.
WWW.PBH.GOV.BR | DISQUE 156
HIGH GLITZ POR SUSAN ANDERSON PUBLICADO PELA POWERHOUSE BOOKS
COMPORTAMENTO
Allison, de 10 anos, Nashville, Tennessee 2008
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Mini BARBIE Quantos tubos de glitter são necessários para construir uma pequena miss?
por Izabella Figueiredo Quem assistiu ao filme Pequena Miss Sunshine sabe como é. Elas entram para as coxias correndo, cabelos levemente desgrenhados e roupinhas casuais. Nos bastidores, são seguidas de perto por dois acompanhantes: as respectivas mães e um closet móvel abarrotado de roupas, cosméticos e acessórios. De lá, saem conforme o esperado: maquiadas, penteadas e embutidas em vestidos de lycra e pedrarias. Os concursos de beleza infantil surgiram nos Estados Unidos (alguém está surpreso?), nos anos 1920. Inicialmente, a proposta era alavancar o turismo de alguns estados promovendo a competição entre crianças a partir de 13 anos. O negócio funcionou tão bem que, em 1960, a idade mínima para se inscrever em um desses concursos foi diminuída consideravelmente. A partir de seis meses de idade, já era possível sacolejar, sapatear e se exibir em um palco iluminado seduzida pela promessa de faturar até 10 mil dólares. Latas de bronzeador artificial, “butt glue” (espécie de cola que garante o máximo de aderência entre corpo e lycra; muito usada em campanhas de lingerie), vestido “bolo de noiva” com no mínimo três camadas de tule; bijuterias; pares de cílios falsos; unhas postiças (mais de um pacote, já que elas se descolam facilmente e unhas curtas não são admitidas); tufos de cabelo de nylon (para incrementar o visual já que devido à pouca idade, as competidoras ainda não têm cabelo suficiente para fazer um penteado “impactante”); baby liss
(para cachear os poucos fios autênticos); moldeira dental para branquear os dentes e camuflar a falha deixada por um possível dentinho de leite que acabou de cair (meninas banguelas não têm chance); chapinha; laquê; rolinhos térmicos de cabelo (sim, isso existe); capas de sapato (impedem que o couro desgaste antes de a competição começar) e glitter facial. O kit de sobrevivência básico das pequenas Miss Sunshine é de dar inveja em qualquer chacrete. É nos salões de convenções de hotéis de cidades do interior dos EUA que são realizadas as competições que elegem a criança mais bela. Classificadas por faixa etária, as competidoras enfrentam meses de preparação para encarar a bateria de concursos (a maioria delas participa de um concurso por fim de semana em diferentes localidades, coisa profissional). Nas coxias, um ambiente que em nada fica devendo para os circuitos internacionais de moda: provas de roupa, ensaios de coreografias, barulho ensurdecedor de secador e muitos “ais” resultantes das queimaduras de chapinha na orelha. Essas meninas de 5 anos não sabem ficar quietas mesmo. Para levar a melhor, as concorrentes devem se sobressair em algumas provas, como desfile em traje esportivo, de banho e de passeio, além de terem sua naturalidade, confiança e intimidade com a passarela avaliadas por uma comissão julgadora. “Há quem fale dos concursos como se fossem um tipo de crime cometido contra a criança. Não é nada disso”, defende Cassidy Roulstone, de 42 anos, mãe da pequena competidora Melinda, de 6. Para a moradora do estado de Wyoming, os concursos devem ser encarados de forma natural: “Usamos spray, em vez de câmaras de bronzeamento e perucas e moldeiras são usadas temporariamente, por exemplo. Minha filha sabe perfeitamente que a Melinda dos concursos não é a Melinda real e, mesmo assim, ela adora fazer parte deles. Além disso, não importa que seja um palco, um estádio ou uma arena,
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FOTOS: HIGH GLITZ POR SUSAN ANDERSON PUBLICADO PELA POWERHOUSE BOOKS
PARA LEVAR A MELHOR, AS CONCORRENTES DEVEM SE SOBRESSAIR EM ALGUMAS PROVAS, COMO DESFILE EM TRAJE ESPORTIVO, DE BANHO E DE PASSEIO
Jacklyn, de 7, Las Vegas, Nevada 2006 Ashley, de 8, Nashville, Tennessee 2008
Katy, de 5, Las Vegas, Nevada 2006
a competição é sempre cruel, seja você um nadador, uma cheerleader ou uma candidata a miss”, completa. Erica Renihan, de 38, de Iowa, não concorda. Mãe de Cecile, de 9 e Tyniel, de 7 ela explica porque jamais permitira que uma de suas filhas participasse de um concurso de beleza: “Sinto repulsa pelos pais que incentivam essa prática. O que há de errado com eles? Gastando milhares de dólares em vestidos e lambuzando seus filhos com spray artificial. Me enoja saber que estão ensinando a seus filhos que beleza artificial é algo importante. Não sou uma pessoa extremamente apegada a valores morais, mas fico surpreendida com esse tipo de concurso. Nem que meus filhos pedissem eu os permitiria participar”, afirma. As fotos que você vê nesta matéria são da americana Susan Anderson, que teve a ideia de registrar os bastidores dos concursos e, a partir delas, criou o livro High glitz: The extravagant world of beauty pageants (Muito glitter: o extravagante mundo dos concursos de beleza, sem tradução para o português). Sobre o que vivenciou para produzir sua obra, a fotógrafa diz que preferiu exercer seu trabalho de forma neutra, sem criar juízo de valor algum. “Espero que as pessoas vejam o livro e tirem suas próprias conclusões.” O mesmo nós fizemos.
Sara, de 5, Las Vegas, Nevada 2006
NOITE ADENTRO
Investindo no ecletismo musical, o clube dDuck tem uma vibe underground, porém com uma certa sofisticação. A casa atrai um público mais exigente que curte uma programação diversificada e cheia de novidades. Com um espaço confortável e iluminação em led, a dDuck é famosa também por ter uma vasta carta de drinques e cervejas importadas. fotos Bárbara Dutra
DJ RESIDENTE
Dj Feliz DJ residente e proprietário da dDuck e da Mary in Hell, o DJ Feliz promove festas e eventos em Belo Horizonte há 4 anos, e sempre trás atrações de peso e grandes nomes da cena nacional para discotecarem em seus clubes. Seus sets pessoais têm influências do rock, eletrônico e músicas dos anos 1980, sempre fazendo um som divertido e dançante.
DJ CONVIDADA
Lovefoxx DJs convidados também fazem a diferença na programação. Lovefoxxx, internacionalmente conhecida por ser vocalista da banda Cansei de Ser Sexy, é um dos grandes nomes que já assumiu a discotecagem da casa — e por duas vezes —, para alegria dos eletro-rockers.
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HISTÓRIA
ERA UMA VEZ na América por Bruno Mateus fotos Walter Rabelo
Há mais de 40 anos, os primeiros imigrantes deram início à diáspora valadarense rumo à maior potência mundial Há um ditado que diz: “Todo valadarense tem uma bicicleta e um parente nos Estados Unidos”. É fato. Em Governador Valadares, a 324km de Belo Horizonte, há até funerária que transmite velórios e funerais em tempo real pela internet para aqueles que estão no exterior possam se despedir de seus familiares. Nacionalmente conhecida como a maior exportadora de imigrantes para a terra de Obama, a cidade faz jus à fama que carrega. No ano em que o Brasil sofreu o golpe militar, em 1964, 17 valadarenses saíram da cidade sem saber que seriam pioneiros de um fenômeno que já dura mais de 40 anos. Eram jovens de classe alta e foram com visto de trabalho. Alguns anos depois, cada um deles começou a receber visitas de 30 conterrâneos, que, por sua vez, depois de estabelecidos, também receberam parentes e amigos. Hoje, não há estimativas precisas a respeito do número de cidadãos do município no país, no entanto, fala-se em 40 mil espalhados pelo mundo, a maioria nos EUA. O boom da emigração ocorreu na segunda metade da década de 1980. A crise no país e o achatamento da classe média alavancam as estatísticas. “Para o valadarense, era mais fácil
Márcio rodeado por televisões, computador, vídeo game e celular: tudo made in USA
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ir para os EUA, porque ele tinha quem o recebesse no aeroporto, o acolhesse em casa e o ajudasse a conseguir emprego”, afirma a doutora em sociologia e política e pesquisadora da Universidade do Vale do Rio Doce (Univale), Sueli Siqueira. Os estados de Connecticut e Massachusetts são os dois pontos de maior fluxo migratório. Segundo a pesquisadora, houve um retrocesso nesse fluxo a partir da crise de 2008, quando o custo-benefício da mudança passou a não ser tão recompensador financeiramente. Porém, a economia de Valadares ainda conta com a importante participação dos dólares que são enviados pelos expatriados às suas famílias. Embora as remessas tenham diminuído, continuam resultando em investimentos na área de comércio e nas compras de imóveis para aluguel. Sueli credita à ideia que faz parte do cotidiano da população que imigrar é um bom negócio, e de como a riqueza é distribuída, as razões que impulsionam a saída do Brasil. De acordo com a pesquisadora, poucos são os que conseguem ascender socialmente, “a maioria vive nos bairros de periferia, nos mais pobres, e tem um padrão de vida que está aquém da sociedade americana”. O american dream pode ser desastroso para alguns, glorioso para outros. A certeza é que sempre haverá uma comunidade valadarense nos Estados Unidos. Queira, ou não, o Tio Sam. Sobre coiotes e prisões A mãe foi a primeira da família a morar nos EUA, em 1989. Quinze anos depois, com o incentivo do irmão, ele não pensou duas vezes e também foi. Sem visto de entrada no país, a solução foi arrumar um esquema em Valadares e conseguir chegar à terra sonhada por uma maneira alternativa: com os famosos – e igualmente perigosos — traficantes de imigrantes, conhecidos como coiotes. Após uma semana na cidade-fronteira de Reynosa, em uma casa com brasileiros, chineses e colombianos, a travessia que duraria uma noite acabou
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se enrolando por três. Comida e água não foram suficientes e o frio aumentava a tensão. Para piorar, o guia mexicano abandonou a empreitada. “Senti bastante medo em quase toda a viagem. Nunca tinha saído Brasil.” Era um domingo, dia de final de Super Bowl, o maior evento esportivo americano. “Andamos e achamos uma cerca que sumia para os dois lados. Escolhemos um e seguimos.” Pedindo ajuda na estrada, bastaram cinco minutos para aparecer helicóptero e carros da imigração. Os policiais deram água e comida e o levaram para a delegacia, junto com outras 10 pessoas. O relato com um quê cinematográfico é a história de Márcio Pena Martins, de 28 anos, que, em 2004, foi em busca dos dólares e do tão pop american way of life.
O AMERICAN DREAM PODE SER DESASTROSO PARA ALGUNS, GLORIOSO PARA OUTROS. A CERTEZA É QUE SEMPRE HAVERÁ UMA COMUNIDADE VALADARENSE NOS ESTADOS UNIDOS. QUEIRA, OU NÃO, O TIO SAM
Uma vez nas mãos da imigração, Márcio passou dois meses detido. Sua família pagou a fiança e ele pôde responder o processo em liberdade. Nos tempos de Danbury, seu primeiro destino no país, no estado de Connecticut, trabalhou como pintor e chegou a ganhar 800 dólares por semana. Viajou, viu shows do Limp Bizkit, Slipknot e de outras bandas que tanto gostava. Estudou inglês, casou-se na tentativa de conseguir o visto de permanência. Descasou-se. Passados dois anos e meio, mudou-se para Boston, entretanto, outro domingo esbarraria em seu caminho. Márcio dirigia o carro de um amigo, um veículo em situação irregular. “A polícia me parou por causa da placa. Expliquei que o carro não era meu, mas fui preso. Eles conseguiram puxar minha história da entrada no país.” Por conta disso, foi levado à delegacia e , mais tarde, compareceu à audiência na Suprema Corte. Dessa vez, foi deportado. Apesar disso, os três anos e meio nos EUA lhe trazem boas lembranças. “Mesmo tendo passado pelo que passei, não tenho raiva nenhuma, gosto demais do país, do estilo de vida de lá. Não me arrependo de nada, foi muito bom como experiência de vida. Hoje sou outra pessoa.” Green card tamanho família A chuva vespertina refrescara Valadares e o calor já não impregnava aquela noite de quarta-feira. Sentado à mesa em meio aos livros de exercícios de seu curso de inglês, Celso Bragança de Oliveira, 56, lembra que, há 11 anos, a esperança de mudar de vida fez com que tentasse obter o visto americano. Foi negado. Restou a ele entrar pelo México. Pegou um avião de Macali para Houston, e, de lá, seguiu rumo a Boston. Mesmo contando com a ajuda de alguns conhecidos, o começo foi complicado: “Difícil mesmo foi a saudade da família. Nos primeiros dias, sentei na escada e chorei”. Após oito meses trabalhando em uma fábrica de peças, Celso pensou em retornar ao Brasil, mas a ajuda de um colega, que queria ter brasileiro entre seus funcionários, mudaria
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os planos. “Expliquei que minha família estava em Minas, que eu não tinha documentos. Alguns dias depois, ele trouxe um papel para eu assinar.” O agora amigo, com quem ainda trabalha, havia dado a entrada nos documentos dele e da família. Em junho de 2003, recebeu o tão sonhado Green Card e, em 2006, pôde levar a família para viver em solo norte-americano. A esposa, Diva Rosa Soares de Oliveira, 54, lembra os anos de distância: “Sentia muita saudade. Quando nos falávamos, chorávamos muito. Nunca imaginei que pudesse morar lá, mas para estar perto dos meus filhos e do meu marido, vou para qualquer lugar do mundo”. Passando um período de 90 dias no Brasil, Celso volta para os EUA no fim de janeiro. Lá, o dia a dia é corrido, quase não sobra tempo para passeios. O valadarense não tem profissão fixa, “às vezes limpeza de banco, outras de piso”. Fez amizades com brasileiros, americanos, conheceu diferentes culturas, se vira com o idioma e afirma que nunca sofreu preconceito por ser imigrante. Ele quer quitar o imóvel onde mora em Everett, no estado do Massachusetts, com a mulher e três filhos. Diz que não pode reclamar do Brasil, contudo, admite que dificilmente conseguiria aqui o que conseguiu lá. “Gosto daqui e de lá, quero os dois países juntos comigo. Se fosse preciso, faria tudo de novo.” No fim da entrevista, Luciene Soares, 33, a única filha que está no Brasil, entra pela sala e se senta ao lado de Celso. Quando pergunto como é ficar longe de toda a família, ela repousa a cabeça no ombro de seu pai como quem busca acalanto. “É horrível. Toda hora dá vontade de ir para lá”, diz, chorando, enquanto o pai lhe dá um beijo e promete: “Vamos levar você no meio do ano que vem”. Celso e sua coleção de passaportes. Ao lado, com a filha Luciene, a única da família que ainda mora em Valadares
SUMMERTIME
ESPORTE
A Associação de Beisebol e Softbol de Belo Horizonte, fundada em 2005, participa de torneios pelo interior de Minas
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Score
fotos Carlos Hauck
Em Belo Horizonte, times de beisebol, futebol americano e basquete de rua treinam em busca do perfeito touchdown, home run ou downtown â&#x20AC;&#x201D; a boa e velha cesta de trĂŞs pontos
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O Minas Locomotiva se prepara para disputar a LBFA (Liga Brasileira de Futebol Americano), na temporada de 2011
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O time de basquete de rua da Central Única das Favelas (CUFA-BH) realiza apresentações em escolas e eventos
AGRADECIMENTOS Associação Social Minas Locomotiva minaslocomotiva.com.br Central Única das Favelas (CUFA-BH) cufabh.org Associação de Beisebol e Softbol de Belo Horizonte (ABSBH) beisebolbh.argos.uni5.net
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QUEM É
ARQUIVO PESSOAL
fotos Ana Slika
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COLUNA
A MÚSICA
e o tema Iustres DESCO NHECIDOS
por Kiko Ferreira
Scott Gries/Getty Images/AFP
Chris Pizzello/AP Photo
Bruce Springsteen e Tom Waits são dois artistas que se dão bem nos EUA, mas por aqui...
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Durante a ditadura, um lema que dava arrepio em qualquer líder de oposição era a máxima “o que é bom para o Estados Unidos é bom para o Brasil”. Muita gente deixou de ouvir rock, não via filme americano nem mascava chicletes, símbolos máximos do imperialismo ianque. Até a bossa nova recebeu muitas críticas, por ter influência do jazz e ser muito bem aceita no mercado de Stan Getz e cia. Hoje, mesmo que uma ou outra iniciativa do legislativo tente derrubar palavras estrangeiras de uso corrente e alguns prefiram usar o termo sítio ao invés de site para determinar um endereço eletrônico, o radicalismo não dá as cartas de maneira tão dura, e já podemos apreciar o que o maior mercado de música do mundo tem a oferecer. Mesmo assim, e apesar de tentativas sazonais de divulgação e propaganda, alguns artistas não conseguem cair no gosto do brasileiro. E são muitos exemplos, ao longo da história. Um grupo que parece ser o melhor símbolo do descompasso é o Grateful Dead. Os senhores dos longos solos e do som viajante contam com fã clube e admiradores brasileiros, mas estão longe de ser um sucesso de vendas por aqui. Habituais frequentadores das listas de dez artistas que mais faturam no mercado doméstico, eles estão em 19º lugar na relação dos campeões de DVDs de rock do site RockinDVD e são bons de venda e de acessos por lá. Nas lojas brasileiras, sempre tiveram vendas medíocres. Campeão de outro tipo de viagem, Kenny Chesney faturou mais de 35 milhões de dólares com shows e discos e ocupou o 4º lugar dos topsellers de 2008 e 10º no ano passado. No Brasil, quase ninguém conhece o moço, que é chamado de “Jimmy Buffet new age”, uma comparação com outro artista bom de dólar e ruim de real. Bruce Springsteen, The Boss, que tem também um fã clube fiel por aqui, nunca foi bom vendedor de discos. E a maioria dos ouvintes dele em solo brasileiro só conhece Born in U.S.A. e o tema do filme Philadelphia. Na América de Obama, é segundo colocado na mesma lista de Chesney. Cher, uma das rainhas de operações plás-
ticas no mundo, teve sua turnê Living´Proof: The Farewell Tour classificada em 7º lugar na relação dos shows mais vistos de todos os tempos, com mais de 3,5 milhões de pagantes. Ao lado dela, artistas que são estrelas para os brasileiros, como U2, Michael Jackson e Madonna. Mas Cher, só para americano ver. E ouvir. Outro craque da música que pode passear tranquilo por qualquer rua brasileira sem ser reconhecido é o compositor Randy Newman, habitual concorrente ao Oscar e compositor de hits milionários. O colega Billy “The Piano Man” Joel, apesar de ter sucessos por aqui, como Just the way you are e Honesty, não tem a mesma importância para o ouvido tupiniquim. E se falarmos de mega vendedores, como Garth Brooks e Billy Ray Cyrus, o gap fica maior. Quando o assunto passa a ser selos que ajudaram a definir a maior música pop do planeta, a impressão continua. Experimente qualquer relação de, por exemplo, os mil maiores hits da Motown e, pior, da Stax. Noves fora Marvin Gaye, Stevie Wonder, Michael Jackson e mais meia dúzia de superestrelas, o restante só tocou em rádio por lá. E aqui, só quem conhece é especialista. Se formos para um território mais cult, a coisa piora. Peça a qualquer brasileiro médio para cantarolar alguma música de Joni Mitchell, Nick Drake, Lou Reed (não vale Walk on the wild side), Velvet Underground, ZZ Top, Tom Waits, Nico, Tim Buckley, Big Star, Todd Rundgren, Waylon Jennings, Gil Scott-Heron, Robert Wyatt, Gene Clark, Tom Petty, Ryan Adams, Wilco, Rufus Wainwright (canadense, como Joni Mitchell e Leonard Cohen) e até do genial Solomon Burke, que nos deixou recentemente. Todos esses artistas estão no livro 1001 discos para ouvir antes de morrer, que passou a ser uma referência mundial nos quesitos qualidade e importância. Mas, restritos a grupos de fãs, críticos e especialistas. Com o excesso de informação na internet, a coisa piora. Todo mundo só conhece mesmo os fenômenos de massa, como Jonas Brothers, Lady Gaga e Lilly Allen. Os outros, como diz a canção, são os outros e só.
DIA E NOITE
Sorriso Risoteria e Café
A Heineken está presente em algumas das casas mais badaladas de BH e, nos próximos meses, você confere aqui as melhores dicas para curtir seus dias e noites na capital mineira. Restaurantes, bares e boates. São opções para todos os gostos!
Uma ótima pedida é o requintado prato Due de Brie com crisp de alho poró. A ideia de montar uma risoteria surgiu da cumplicidade entre os quatro sócios da casa, que tinham um ponto iluminado nas mãos — no bairro de Lourdes — e muita vontade de receber bem um público cada vez mais antenado nas novidades do mundo da gastronomia. Com um ambiente despojado e alegre, surgiu o nome Sorriso, que se associa à palavra “riso” (em italiano, “arroz”, a base da especialidade da casa que é o risoto) e, claro, a um lugar onde os amigos são sempre bem-vindos para se divertir.
CARLOS HAUCK
VALE A PENA!
SERVIÇO
DICA HEINEKEN
Quer variar? A Sorriso oferece diferentes risotos de segunda a sexta-feira no horário de almoço (até as 15h). Vale perguntar aos garçons o risoto do dia.
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Endereço: Rua Curitiba, 2307 – Lourdes Fone: (31) 3653 2023 Capacidade: 65 pessoas Formas de pagamento: Dinheiro e cartão, exceto American Express Funcionamento: Segunda a quinta, das 12h à 01h Sexta e sábado, das 12h às 02h Domingo, até as 23h Na internet: sorriso@sorriso-lourdes.com www.sorriso-lourdes.com.br
CLICK
fotos Carlos Hauck
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1. Fernando Bretz e Christiane Penna 2. Francisco Mascarenhas, Marcela Lins e Henrique Fontoura 3. Samira Teixeira e Paula Zagnoli 4. Frederico Lacerda e Bianca Diniz 5. Juliano Vale, Marina Carvalho e Raphael Dantas 6. Luciana Menicucci, Julien Nomdedeu e Lorena Melgaço 7. Luiza Clementino e Matheus Almeida 8. Júlia Almeida e Elisa Dardot 9. Nicole Lettieri e Henrique Dumont 10. Lílian Carneiro e Flávia Viana
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COLUNA
#FalaNaFrente MARCELO STAMMER
FRENTE DIGITAL O PROGRAMA DOS ARTISTAS INDEPENDENTES
fora do país. Elas remetem à temática dos relacionamentos a distância. A gravação foi uma grande conquista. Como independentes, levou um bom tempo para levantarmos recursos e entrar em estúdio. Quando chegou a hora, estávamos um pouco nervosos [risos]. Foi a realização de um pequeno sonho: ter aquele CD na mão.
WÉBER PÁDUA
De casa para os palcos. Nascido de forma descompromissada e simples, o Rosie and Me vem abrindo espaço no mercado nacional com o EP Bird and Whale. Falando com o Frente, a compositora e vocalista Rosanne Machado:
< HENRIQUE PORTUGAL >
produtor e tecladista da banda Skank twitter.com/ programafrente
O fato de comporem em inglês já foi barreira em algum momento? Não que a gente saiba. Sentimos que o público está mais tolerante quanto a isso, talvez pelo fato de bandas de outros países adotarem essa característica também. Me sinto mais confortável para compor e cantar em inglês. E acho que o folk combina um pouco melhor se cantado em inglês, mas compor em português pode ser uma vertente futura também.
Como surgiu a Rosie and me? No fim de 2006, resolvi registrar uns projetos que tinha em casa, gravados de maneira amadora mesmo, e enviava para um amigo no Rio que colocava vozes, teclado, etc. Desse intercâmbio de arquivos, todos foram levando o nome rosieandme.mp3, e essas demos acabaram caindo em algumas redes sociais, sites, em blogs de música de fora do Brasil e nos deu um retorno muito bom. Devido a isso, decidimos convidar alguns amigos e investir, transformar o projeto numa banda de fato — levar a música de casa para os palcos.
Lançado o EP, qual é o próximo? Gravar um CD completo. Sentimos uma evolução desde a gravação do EP. Incorporamos uma guitarra, banjo, novos elementos e será legal poder transmitir isso em uma nova gravação. Temos material suficiente para um álbum inteiro.
Como foi o processo de composição e gravação do EP Bird and Whale? As músicas do EP foram escritas quando passei um tempo
Envie Frente para 49810 e receba diariamente notícias sobre o cenário independente brasileiro
Qual é a da música
Artista: Holger Disco: Sunga
Escrevi Primeiro de agosto quando morava em Los Angeles, por volta de 2003. A letra provisória era em inglês e a musica tinha outro refrão. De volta ao Brasil, em 2006, surgiu a frase “primeiro de agosto esqueci o seu rosto”. Comecei a trabalhar a letra em cima dela. Quis fazer o relato de um ciclo de perda e reconstrução meio autobiográfica, tendo a ideia inicial como âncora. O grande desafio foi mesclar a aridez dos primeiros meses do ano com a atmosfera de esperança do refrão.
Selo: Trama Ano: 2010
Artista: Fusile Disco: The Coconut Revolution Selo: Independente Ano: 2010
Artista: Martin e Eduardo Disco: Dezenove vezes amor Selo: Cornucópia Discos Ano: 2010
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fale com ele: contato@frentedigital.com.br
RAQUEL VERSIUX
SMS
Dicas de Cds
Música: Primeiro de agosto Composição: Thiago Corrêa Banda: Transmissor Disco: Sociedade do Crivo Mútuo Já não passo o tempo sem contar Janeiro, tudo fora de lugar Fevereiro é só escombros Março, um maço gasto e eu não me acho Mas eu vou tentar, em outro lugar Abriu o peito pra não mais entrar Maio, mais que um mês pra me lembrar e eu não sei, não me lembro Junho, julho, eu juro Eu vou tentar em outro lugar Primeiro de agosto, esqueci o teu rosto foi como voltar a respirar Veio setembro e eu já nem me lembro motivos pra não chorar Primeiro de agosto, esqueci o desgosto um novo motivo pra ficar Outubro, novembro, espero dezembro Já não passo o tempo sem contar E o mundo inteiro fora de lugar E eu não sei, não me lembro Junho, julho, eu juro Eu vou tentar em outro lugar
blusa Sandra Castro
RAGGA modelo Tayanne Alves fotos Ana Slika
Aquele olhar por Bruno Mateus
Me fascina seu olhar. Me encanta quando ele brilha, ofuscando qualquer sinal de beleza a sua volta. Transborda de seus olhos um sentimento absurdo, incontrolável. Desafiame, pois bem sei o que neles esconde. De nada adianta recorrer a filósofos, astrólogos ou vagabundos iluminados. Eles não entenderiam. Assim como na vida, para você não há resposta. Eu soube disso naquela manhã quando nos cruzamos torpes pela calçada que ainda sente o peso dos nossos passos descompassados. Seu olhar mostrou-me o indizível, o que nem Nelson Rodrigues conseguiu decifrar em sua incessante busca pelo desnudamento da alma. Coisa de um tolo apaixonado, seguramente diria um rufião melancólico. Não me importa, realmente. Naquela fração de segundo, vi a eternidade, voei ao som de Nessun Dorma e repousei, sorrindo, atônito, na nuvem ali cuidadosamente pincelada. E agora, diante da realidade desses dias sem graça, a chuva cai, despretensiosa, borrando da minha memória aquela reveladora manhã.
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biquini Rip Curl colares Mary Design
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camiseta Rip Curl luvas Butic Bardot
MODELO Tayanne Alves FOTO Ana Slika TRATAMENTO DE IMAGEM Flávia Babino PRODUÇÃO Julia Nogueira (31) 8476 7267 — MAQUIAGEM Camila Grandinetti (31) 8484 6467
Butic Bardot (31) 7811 0667 Mary Design (31) 3055 0005 Rip Curl/Território (31) 3415 6206 Sandra Castro (31) 3427 0688
camiseta, biquini e tênis Rip Curl
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
CONSUMO
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Eu Pé na areia por Brenda Linhares e Sabrina Abreu
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Ele está chegando, outra vez. Que o verão seja bem-vindo e sua duração, desfrutada ao máximo: ao ar livre, ao gosto de cada um, sob o sol ou a sombra fresca. A estação mais quente e festiva do ano tem a ver só com os compromissos mais prazerosos — das recepções do trabalho às reuniões familiares. E tem ainda mais a ver com a falta completa de compromissos, um tempinho para ficar à toa, de preferência, com os pés na areia. Homens, ao mar!
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1. < Must-have >
Quando dezembro chega, uma compra obrigatória da mulherada é — pelo menos — um biquíni novo. Certamente, nenhum homem criticaria o consumo de um item tão necessário para o bem-viver. R$ 214 cila.com.br
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2. < No escuro > Parece o Wayfarer que você usou no verão passado, mas é outro modelo da mesma marca. O Clubmaster, da Ray Ban, fica bom para homens e mulheres — dos mais estilosos. R$ 670
3. < Abas >
Saído dos anos 1970 para marcar presença em grandes desfiles brasileiros do verão 2010/2011, o chapéu Floppy tem tudo para ser o acessório complemento-chave dos looks praianos.
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4. < De pé > Mineiros, uni-vos. Chegou a época do ano ideal para praticar o surfe, esporte que muita gente pensa que não combina com seu local de nascimento. Prove que combina, sim, em cima desta prancha, da Rip Curl. R$ 1.450 ripcurl.com.br
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5. < Passarinho >
6. < Que preguiça >
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ON THE ROAD < ELBA >
Bicicleta roubada, sol de verão e uma barraca nas costas. Ainda restam 20km até o porto
Ela, Elba por Bernardo Biagioni fotos Fernando Biagioni
Lembranças desencontradas de quatro noites de sol, bicicletas antigas e vinho na ilha de Napoleão Bonaparte
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Se dizem que é em certo ponto da nossa vida que a gente aprende a ver as transformações no mundo, posso dizer que tudo começou comigo enquanto eu pedalava uma bicicleta de 1976, roubada por uma estrada da Itália, cuidando para que não fosse atropelado por caminhões em alta velocidade, torcendo para não ser confundido pela polícia como um imigrante ilegal, como um forasteiro da lei que saiu por aí para experimentar uma nova sensação sobre tudo. Era uma ideia do meu irmão fotógrafo Fernando Biagioni, que prometia ininterruptamente que “já tinha feito isso antes” e que “era tranquilo”, desde que “cuidássemos de desarmar as nossas barracas todas as manhãs antes dos primeiros banhistas chegarem à praia”. Quer dizer, a gente estava deixando Florença em uma terça-feira de calor para ver o mar. Ou talvez fugir para o mar. E tinha que ser de bicicleta. E ilegal, é claro. Além de não termos muito dinheiro no bolso, nada soa mais reconfortante do que assumir uma aventura dessa como um objetivo claro de vida, uma meta a ser cumprida na conta da alma. Um hotel nos
custaria não menos do que 40 ou 50 euros. Isso era tudo que a gente precisava para gastar com comida em um mês. De Florença, saímos em cinco com as bicicletas no trem regional e seguimos até a estação de Baratti, uma cidade provinciana encostada na costa, de costas para as montanhas verdes e amarelas da Toscana, a 200km da casa que eu estava morando há poucos dois meses. De lá, pedalamos por mais de 33km, entre subidas e descidas, até chegarmos em um ponto da praia onde pudéssemos estender a nossa barraca por uma noite. Jogamos frisbe na escuridão, iluminados pelos filetes de lua que mergulhavam por entre os galhos de uma árvore sombria que desaparecia no céu estrelado. Na manhã seguinte, sem muitos planos, sem nenhum combinado estabelecido na ordem do destino, decidimos pegar nossas bicicletas e pedalar mais 20km até Piombino, de onde uma balsa poderia nos levar à Ilha de Elba. Cruzamos uma curva do continente sob o sol quente do primeiro verão de 2010, um ano bom e importante para se estar vivo. Não levou muito mais do que uma hora para mudar tudo. Dormimos na praia por mais duas noites — ou seriam três?
CRUZAMOS UMA CURVA DO CONTINENTE SOB O SOL QUENTE DO PRIMEIRO VERÃO DE 2010, UM ANO BOM E IMPORTANTE PARA SE ESTAR VIVO
—, porém, dessa vez, nem de barracas precisamos. Fechávamos os olhos depois de horas de água, de vinho, de conversas desencontradas sobre os mistérios do planeta. Era sempre como se os nossos suspiros pudessem provocar uma avalanche de conforto no mundo, uma sensação iminente e desconcertante de liberdade, de querer largar tudo para sentir os caminhos espalhados pelo tempo. Por quatro dias, nossa vida se resumiu a respirar e, em alguns rápidos intervalos, mergulhávamos nossas cabeças na água azul e cristalina para tentar enxergar a natureza do mar. Talvez tenham sido os meus primeiros dias de verdade nesta década, na qual tudo começou a rodar com sentido, com força, com vontade de deixar o barco navegar. Por quatro dias, fomos livres, jovens e eternos. Plenamente eternos. E o melhor: a gente sabia de tudo isso.
ENSAIO
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Amantes de Nova York
por Sabrina Abreu
Diferenças e semelhanças dos casais no cotidiano da metrópole Desde que Leon Levinstein, nascido no estado da Virgínia, elegeu os nativos e imigrantes de Nova York como principal objeto de sua fotografia, entre 1946 e 1981, as lentes de profissionais de diversos países nunca mais deixaram de mirar os personagens e ruas da cidade. Há cinco meses morando no East Village, a fotógrafa Elisa Mendes também lançou seu olhar para as esquinas e parques nova-iorquinos. O que encontrou foram casais nos quais um amante se parece muito com o outro, seres quase miméticos. Também encontrou outros pares, exuberantemente diferentes, resultado imediato da variedade étnica e cultural da metrópole: “Uma celebração ao não preconceito e à liberdade” — como define a fotógrafa. Do olhar de Elisa nasceu a série New York Lovers, um trabalho que está em andamento, agora mesmo, em alguma vizinhança de Manhattan, do Brooklyn ou de Staten Island.
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< Olha isto > VocĂŞ vĂŞ mais trabalhos da Elisa no bonitoisso.wordpress.com e no myelisa.com
comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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AUMENTA O SOM
Morrendo do coração por Renné França
divulgação
Cérebro Ponta: já ganhou uma abertura estilosa em O clube da luta e praticamente todo A origem se passa dentro dele. Chance de estrelato: pode dar um bom vilão em alguma pseudo-superprodução. Transplantado coadjuvante de luxo: Sharon Stone. É loira e tem QI de gênio. Precisa de mais?
Inspirada no conto O coração delator, de Edgar Allan Poe, a história de Instinto de vingança é uma das coisas mais absurdas que alguém pode sonhar escrever: homem transplantado começa a matar aqueles que assassinaram seu doador. Mas ele não faz isso porque conhecia o homem de quem veio o coração ou por algum senso de justiça. Ele é, digamos, “mandado” pelo órgão a cometer tais atos. Sem nem saber direito o motivo. Um dos piores filmes do ano, essa bomba produzida por Ridley Scott e escrita por Dave Callaham (Os mercenários) tem um furo atrás do outro, demora a passar e faz a gente tremer só de pensar nas outras partes do corpo humano que também podem acabar virando estrelas de cinema:
Prata DA CASA
Intestino Ponta: ganhou novamente os holofotes em Machete, mas já havia chamado a atenção ao lado de Robert Duvall em Apocalypse Now. Chance de estrelato: um intestino que resolve ficar “solto” toda vez que o dono come aquilo que o desagrada daria uma ótima comédia. Transplantado coadjuvante de luxo: Jeff Daniels. Já teve que lidar com um intestino rebelde em Debi e Lóide.
2Little DIVULGAÇÃO
por Lucas Buzatti
Não é segredo que a música eletrônica invadiu a capital mineira. O “tunx tunx” tem multiplicado boates e baladas, além de revelar e exportar DJs. Nessa toada, surge a dupla 2Little, formada por Marcelinho e Fred Penna. Os amigos começaram a tocar juntos por acaso, em 2008, sem imaginar o alcance do projeto. O 2Little utiliza a tecnologia para inserir efeitos e dar nova roupagem a sucessos da música eletrônica. Fugindo da coqueluche dos festivais de trance, a dupla optou pelo house, vertente mais cadenciada, dedicada a ambientes internos. Marcelinho cita DJs renomados que influenciam o projeto, como D-Nox, Gaz James e Jay Lumen. Hoje, a dupla é residente no Deputamadre, mas já passou pelas principais casas de BH e por grandes festivais, como XXXperience, Universo Paralello e Creamfields. Sobre o futuro, Marcelinho fala dos próximos passos. “Em 2011, estamos com quatro datas confirmadas no badalado verão de Trancoso, no 303artfestival e ainda uma turnê pelo interior de Minas Gerais, pelo projeto Conecte-se”, conta.
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Pulmão Ponta: teve grande destaque no início de O exterminador do futuro 2, quando o T-800 dá uma “olhada raio-x” em um sujeito que está fumando. Chance de estrelato: poderia fazer um filme no qual o pulmão controla o personagem simplesmente cortando seu ar. Assim, o protagonista seria obrigado a fazer as vontades do órgão. Transplantado coadjuvante de luxo: Gérard Depardieu. Possui um nariz respeitável. E é francês, o que pode render uma obra intelectual-surreal-filosófica.
Olha isto: soundcloud.com/2little Leia mais: revistaragga.com.br
Saia da garagem! Convença-nos de que vale a pena gastar papel e tinta com sua banda. Envie um e-mail para redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br com fotos, músicas em MP3 e a sua história.
Top 10
CULTURA POP INTERATIVA
ESCÂNDALOS
Além dos planos para dominar o mundo, barracos são especialidade de políticos e celebridades americanas. Você decide: qual é o pior — ou o melhor — escândalo?
1º Bill Clinton e Monica Lewinsky 2º Governador de Nova York e cafetina brasileira
Eliot Spitzer perdeu o cargo graças a Andréia Schwartz, brasileira que agenciava prostitutas e também exercia, ela mesma, o ofício mais antigo do planeta.
3º Caso Watergate
Por causa de escutas telefônicas, Nixon renunciou à presidência. O livro Todos os homens do Presidente foi escrito, virou filme e ganhou quatro Oscars. Resumindo, foi isso.
4º Sarah Palin e sua filha Bristol
Contra a educação sexual na escola, Sarah Palin, governadora do Alaska, viu sua filha ligeiramente grávida aos 17 anos. O famoso “pagou língua”.
5º John F. Kennedy, Jackie e Marilyn Monroe
GUSTAVO AZEREDO/Agência Globo
O sobrenome da estagiária saiu do Salão Oval e virou sinônimo de boquete. A gíria é meio antiga, mas, se passar pelos EUA e quiser utilizá-la, o pessoal ainda entende.
último ranking
Embates cabulosos
Mesmo tendo Jacqueline como primeira-dama, fora de casa, JFK queria mais. E encontrou em Marilyn. Dizem que a CIA matou a atriz por isso — mas também dizem que a CIA matou Kurt Cobain, e ele nem dormiu com JFK.
Dado Dolabella, além de ser vencedor de reality show rural, é também o ganhador do nosso TOP 10. E com tríplice coroa. No pódio, só deu ele, do começo ao fim. A única variação foi o nome — e o resultado do exame de corpo de delito — de cada vítima.
6º Hugh Grant e Divine Brown
1º
Você deve estar se perguntando: “Mas Grant não é inglês?”. Sim, caro leitor, mas foi em Los Angeles que a polícia pegou o cara sem calças e sua acompanhante de boca cheia.
7º Tiger Woods e o adultério
Ele tem compulsão por sexo. E traiu a esposa. É errado, mas será superescândalo? Os patrocinadores acharam que sim.
8º Justin Timberlake e Janet Jackson
A mais pudica das passistas da Marquês de Sapucaí usa um tapa-mamilo menor do que o da estrela que Janet usava naquele intervalo do Super Bowl. Ainda não entendi a razão do escândalo.
9º Michael Jackson, Macaulay Culkin e
outras criancinhas
Michael não era pedófilo. Mas os pais que deixavam seus filhos dormirem na casa do astro eram loucos. Com certeza.
10°Cantores, atrizes e modelos em rehab
Dado X Cenário do João Gordo na MTV 59,30% Ele agrediu o cenário. Já João Gordo saiu ileso. Dizem que isso aconteceu não tanto pelo fato de o apresentador da MTV ser maior que Dado, mas porque, na hora de bater, o dublê de cantor e ator se especializou em atacar mulheres. A confusão rendeu o primeiro lugar.
2º
Dado X Luana Piovani 10,88%
O segundo lugar é uma homenagem às mulheres que sentiram a fúria do dublê de cantor e ator. Luana é a mais famosa, mas não é a única. Medalha de prata para ela(s).
3º
Dado X Théo Becker 9,12%
Outro homem com quem Dado se desentendeu, mas não partiu para a porrada, confirmando a teoria de que ele prefere as adversárias aos adversários. Ao saber do terceiro lugar, Théo mandou um “viva Cazuza”. E está tudo bem.
Até tu, Demi Lovato?
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PASSANDO A BOLA
Batalha final fotos Carlos Hauck Está marcado: dia 9, em Paris, Nedu Lopes, de Belo Horizonte, defende o Brasil no último desafio da batalha internacional de DJs Red Bull Thre3style. O caminho rumo a França foi iniciado no Deputamadre, quando venceu uma das três eliminatórias brasileiras. Mais tarde, na final nacional, em outubro, no Rio de Janeiro, levou a melhor em relação a seus sete competidores. Quanto à apresentação na última batalha do ano, ele revelou que vai mostrar, sim, uma música que remeta a seu país de origem, como o público da gringa espera. “Mas não de uma forma óbvia”, frisa. Nedu lembra como dois pontos altos de sua carreira a oportunidade de ter tocado no clube D-Edge, em São Paulo, e num barco ancorado no rio Danúbio, na Bratislava, Eslováquia. A final do Thre3Style tem tudo para entrar nesta lista. Vamos torcer.
< Olha isto > redbullthre3style.com
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PERFIL
LUCAS IN DA houz
por Sabrina Abreu fotos Elisa Mendes Quando chegou aos Estados Unidos, aos 25 anos, o jornalista Lucas Mendes alimentava dentro de si um certo antiamericanismo. Mas o sentimento desvaneceu no dia a dia vivendo no país, que, como ele descobriu mais tarde, “tem muitos defeitos, mas muito mais qualidades”. De lá para cá, já são 42 anos em solo americano. Dezessete deles à frente do Manhattan Connection, do canal pago GNT. Maior sucesso da TV a cabo brasileira, o programa foi ideia de Lucas. Em diferentes formações, foi composto por Paulo Francis, Nelson Motta, Arnaldo Jabor e Lúcia Guimarães. Hoje, Lucas divide a bancada com Ricardo Amorim, baseado no Rio, e Diogo Mainardi, em Veneza, além de Pedro Andrade e Caio Blinder, em Nova York. Caio é o único companheiro remanescente da formação original e esteve conosco enquanto esta entrevista foi realizada — corrigindo datas e lembrando nomes. A vida profissional nos Estados Unidos — que inclui, atualmente, colunas semanais para a BBC e entrevistas para o programa Milênio, da Globo News — teve passagens como correspondente internacional das TVs Cultura, Record e Globo. Sua primeira matéria para o Jornal Nacional, em 1976, foi sobre uma brasileira ferida em um atentado a bomba no aeroporto La Guardia. Anos mais tarde, em 26 de fevereiro de 1993, a gravação do piloto do Manhattan ocorreu no mesmo dia em que o primeiro ataque terrorista às Torres Gêmeas foi registrado. A definitiva investida contra os prédios, em 11 de setembro de 2001, deixou lembranças, como o cheiro que tomou conta do Sul da cidade nos meses seguintes, e, como repórter, a correria para cobrir o atentado. Em 1º de setembro deste ano, um carro-bomba foi identificado antes de ser detonado na Times Square — endereço do escritório do jornalista, o mesmo onde nos encontramos. O terrorismo leva Lucas a se perguntar, dia a dia: “Será hoje?”. Mas ele escolheu não pensar muito sobre isso.
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Belo-horizontino radicado há quatro décadas em Nova York, o criador do Manhattan Connection, Lucas Mendes, fala sobre jornalismo, sexo, religião, Dilma e Aécio
Em seu escrit贸rio, na Times Square
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COMO É QUE A DILMA NÃO FEZ UMA CORREÇÃO DENTÁRIA? ELA PRECISA
Tempos de repórter das publicações Bloch, com o presidente Nixon
Quando resolveu ser jornalista, que tipo de carreira imaginou ter?
NA VERDADE, nem escolhi ser jornalista. Estava estudando no Rio para fazer concurso para o Instituo Rio Branco. Queria ser diplomata. Morava com um primo que era ótimo jornalista, ótimo escritor. Ele era secretário de redação da [revista] Manchete e secretário do Arnaldo Mesquier, que foi ministro da Educação e hoje está na Academia Brasileira de Letras. Ele falou: “Tem uma vaga na [revista] Fatos e Fotos. O Paulo Henrique Amorim está saindo de lá. Por que você não tenta um freela?”. Respondi que não sabia escrever e ele disse: “Você acha que não, mas sabe. Todo mundo sabe escrever”. Tinham umas cinco ou seis pessoas disputando a vaga. Nos testes, nas primeiras cinco vezes, eu apurava e escrevia a matéria, ele reescrevia tudo. O pessoal achava todas ótimas. Eu e o Carlos Castilho passamos e dividimos a vaga. Cada um ficou com uma metade do salário, 250 pratas para cada, e a gente já vivia bem. Eu tinha 25 anos. Depois passaram a gente para 500 pratas. Na época, era dinheiro. De repente, a gente só comia em restaurante bom. Foi um período maravilhoso morar no Rio, de 1964 a 1968. Você concorda que todo mundo sabe escrever?
NÃO É BEM ASSIM. Mas todo mundo pode aprender a escrever. Isso é verdade. Se eu aprendi, todo mundo pode aprender. Mas você tem isso no sangue.
TENHO O TIO Murilo [Mendes, poeta] e o Zé Guilherme [tio, correspondente internacional do jornal Última Hora]. Tem uma turma aí que escrevia direito. Como foi a infância em Belo Horizonte?
FAMÍLIA DE CLASSE MÉDIA no [bairro] São Lucas, na [rua] Padre Rolim, numa época em que só tinham três ou quatro carros nas ruas. Adorável: rua larga, com árvores,
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ARQUIVO PESSOAL
Também optou por não pensar nos pontos altos de sua carreira. Não lê as críticas que fazem sobre ele e não se importa com o que quer que elas digam. Também não relê o que ele mesmo escreveu, porque “a melhor história está sempre por vir”. O mesmo serve para as entrevistas. Apesar de ter entrevistado gente como Yasser Arafat e Muhammad Ali, nenhuma delas é a preferida ou lembrada com especial atenção. Mesmo à distância, ele guardou de Minas a modéstia. E a boa vontade para contar casos.
Na redação de Nova York, com os candidatos à presidência dos EUA nas eleições 2008
muitos campinhos de pelada. Ia para a escola, aos 8 ou 9 anos, sozinho de ônibus. Estudei no Instituto de Educação, no [Colégio] Militar e no [Colégio] Arnaldo. Passei dois anos e meio no internato em Pará de Minas, [Ginásio] São Francisco. Eu e o [cartunista] Henfil fomos colegas de sala, dividíamos a mesma carteira, no Colégio Arnaldo. Ele estava colando e o professor cismou que era eu, me deu zero na prova de português. Já tinha repetido duas vezes no Colégio Militar, em matemática, não podia tomar bomba em português, no Arnaldo. Meu pai falou: “Se você não gosta de estudar, o que a gente pode fazer? Quer ir para o colégio interno?”. Meu irmão já estava lá. Duvidei de que gostaria, mas achei que pudesse ser uma boa solução. Acabei gostando. Eram uns padres holandeses muito liberais. Foi bom para a minha disciplina e lá aprendi a gostar de ler, de estudar. Precisava de uma nota alta e aprendi mesmo português foi dessa vez. De BH você foi para o Rio.
Quando fui ao Rio pela primeira vez, aos 14 anos, disse: “Vou morar aqui”. Foi uma paixão instantânea. E quando fiz 21, fui numa boa. Falei com o velho. Ele disse que eu poderia fazer o que quisesse, mas que se continuasse em BH, ele assumiria as despesas com a faculdade. Mas mudei para o Rio, morei com um primo que era muito meu amigo. Durante um ano, a gente passou muito aperto, falta de dinheiro. Comíamos bem nas quartas-feiras, numa cantina italiana, e aos sábados um tio
convidava a gente para comer na casa dele. Então, eram os dois dias da semana em que comíamos direito. O resto era marmita e muito perrengue. E quando começou a escrever como jornalista, gostou?
GOSTEI DO JORNALISMO. Gostava do deboche da redação, da gozação, da camaradagem. Aquele ambiente mais da boemia. Tinha muita boemia naquela época no Rio. E mesmo em BH, a gente já tinha uma vida no Maleta de intensa boemia, dos 18 aos 21 anos. Na época, era muito mais complicado o negócio do namoro. Com as meninas, não tinha essa coisa de “ficar”, nem de sexo antes do casamento. Era difícil demais. Como vocês se viravam?
COM AS PROFISSIONAIS, meninas de programa. Quando perdeu a virgindade?
NO INTERNATO, com uma profissional. A gente ia numa turma, uns três ou quatro, para o puteiro, ligava para os freis e avisava: “Tá cheio de alunos de vocês aqui” [risos]. Fazia isso para ver se o frei Canarinho aparecia com a caminhonete do internato para caçar a gente pelas ruas. A gente se divertia. Fazia duas coisas: namorava e atormentava o frei Canarinho [risos]. Qual é a relação do ex-aluno dos padres holandeses com a religião?
EU ERA o secretário da Congregação Mariana. Mais carola, impossível. Comunhão diária. Um dia, o frade confiscou um livro, Furacão sobre Cuba, que eu tinha ganhado do tio José Guilherme, com autógrafo do Sartre. O frade devolveu o livro com o carimbo da escola e a assinatura dele em cima da do Sartre. Nunca mais comunguei na vida e perdi o interesse pelo Catolicismo. Sou ateu, mas confuso sobre as questões mineiras: “Onkovim? Onkovô?” [De onde vim? Para onde vou?]. Depois do Rio, você veio para os Estados Unidos.
TINHA O DESEJO de ter uma experiência na Europa. Depois morei por três meses em Londres, trabalhando, pela Globo, numa temporada substituindo a Sandra Passarinho, em 1967. Tinha recebido um convite para ir para a Veja, quando veio o resultado do concurso da bolsa de estudos [para jornalistas profissionais, patrocinada pela organização Reader’s digest]. Achei que não tinha sido escolhido, mas passei. Quem me recomendou foi o Nilo Martins. O irmão dele era o Franklin Martins [ministro da Comunicação Social], que estava no Brasil sequestrando o embaixador [Charles B. Elbrick, em 1969]. O Nilo, que tinha a
bolsa, resolveu voltar ao Brasil para cuidar do irmão. Antes de sair, me recomendou. E deu certo. Na época, eles estavam com muito dinheiro e traziam 15 jornalistas de países diferentes para fazer lavagem cerebral [gargalhadas]. E funcionava. Eram todos um bando de esquerdistas. Os únicos reacionários eram os [de países] comunistas, o tcheco adorava os Estados Unidos. Já nós, que somos latinos, o inglês e australiano, todo mundo detestava os EUA. Aí, eles fizeram a lavagem cerebral e a gente viu que aqueles chavões, aquele antiamericanismo eram, de fato, infantis, [a gente viu] que o país tem um monte de defeitos, mas tem muito mais qualidades. Você chegou antiamericano. E depois?
ACHAVA que tudo era comprado pelas grandes empresas, que elas eram donas de tudo. Mas não era assim, quando você ia ver uma sessão do Supremo, aprendia que a imprensa não era de ninguém: havia uma imprensa livre, um Judiciário fantástico e até o Congresso emperrava, mas funcionava. E o país é de uma influência extraordinária, país rico. Mas a gente também viu a parte pobre, o país fodido, às margens do Mississípi, o Delta do Mississípi e as montanhas de minério da Virgínia. Lembra a primeira vez em Nova York?
CHEGUEI no fim da tarde e foi igual ao Rio: paixão instantânea. Morei nas duas cidades em que senti “cheguei e tô em casa” — em Londres, nunca senti isso; Paris, que adoro e visito sempre, também não. Em NY, havia um voo que chegava às 5h da tarde, vim de avião do Rio, e os Blochs me emprestaram um apartamento que eles tinham em Manhattan — foram muito simpáticos. Era na Rua 63, entre segunda e terceira Avenidas, no 16º ou 20º andar. Era um apartamento alto, eu não sacava que a cidade tinha tanta água em volta. A gente sabe que Manhattan é uma ilha, mas eu não tinha uma noção do tamanho das pontes, da iluminação, do verde, da proporção dos prédios, da grandeza dessa cidade. Não é bonita como Paris, mas é muito mais monumental, é quase uma vocação trágica para morrer com uma bomba. Ela tem isso: parece ter sido feita para ser destruída, para ser derrubada pelo Osama ou algum outro louco. Onde você estava em 11 de setembro de 2001?
ESTAVA AQUI, com nosso amigo Caio [Blinder], subindo para tomar café da manhã. A gente passou por aquelas televisões e viu: “Tem algum negócio ali nas Torres, parece um teco-teco, um helicóptero” [Caio interrompe e diz: “Estávamos fazendo a pauta do programa”]. Aquilo me afligiu, porque minha enteada morava muito perto das Torres e ela viu aquele pessoal pular. A Rose, minha mulher, viu a hora que desabou. Perto lá de casa, na rua 12 esquina com 5ª Avenida, você tinha uma vista incrível das Torres. E fiquei aqui preso fazendo BBC por telefone, por sorte consegui uma linha. Também trabalhava para a TV Cultura e não conseguia falar com eles. O Caio teve sorte e saiu fora, ficou na casa dele fazendo [o programa da] Rádio Jovem Pan. Depois, o cheiro muito forte durou uns seis, sete meses — dependendo de para onde o vento estava soprando, você sentia. E não era bem um cheiro de morte, porque já senti isso muito, por causa de terremoto, furacão, enfim. Era um cheiro diferente, um negócio assado. Você não sabia o que era aquilo, sentia que era uma coisa acre, não sabia distinguir. Ano que vem, faz 10 anos desde o atentado. Você que
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estava aqui, na época, pensou: “Isso vai dar em tal coisa”?
NÃO. A gente estava no número zero, no piloto do Manhattan [Connection], dia 31 [Caio corrige: 26 de fevereiro]. Foi o dia do primeiro ataque às Torres Gêmeas, que feriu mil e matou 6 pessoas. A gente estava gravando no estúdio na Terceira Avenida, e o pessoal falou: “Parece que houve um incêndio no metrô, embaixo das Torres”. Duas horas depois, já sabiam que era um atentado. O Francis dizia: “É preciso liquidar estes muçulmanos radicais, esses caras são bandidos. E isso vai ser muito pior daqui para frente” [risos]. Mas a gente não sabia quem era Bin Laden. Mesmo em 11 de setembro, ele não estava no vocabulário. Deveria, mas o governo comeu mosca em várias oportunidades. Você tem medo do terrorismo — como o atentado de 1º de maio, na Times Square [onde fica o estúdio do Manhattan Connection]?
TODOS OS DIAS, chegando e saindo da Times Square, pergunto: “Será hoje?”. E esqueço. Até que ponto a política no Brasil tem o poder de lhe deixar com raiva?
SOU SÓ uma parte interessada, não chega a mexer com minha emoção. A gente teve um período muito bom, desde o Fernando Henrique. E mesmo com o Lula — que acho que tem certos perigos, por causa do PT — foi o período de mais longa prosperidade de que me lembro. Nem a década de 1970 foi tão boa. Se a gente conseguisse conter o PT e a corrupção, o Brasil teria tudo para dar certo. É uma fase ótima para acreditar no país, investir nele e também em Minas: o Aécio fez um belo governo lá, o estado melhorou muito.
Mas tem uma mais querida, que demorou muito para conseguir?
TEM UMAS que demorei mais para fazer, foram mais difíceis como a com o... [pergunta para o Caio: “Como chama meu entrevistado, no Líbano?”. Caio responde: “Yasser Arafat [risos]”. Fiquei lá três semanas [em 1979]. Você e o Caio são superamigos?
NÃO, há 17 anos a gente se aguenta [gargalhadas dos dois]. É uma convivência forçada. Estou ficando muito gagá, o Caio ajuda. Ultimamente, tenho pedido menos, mas antigamente sempre pedia [sugestão de] título, um jeito para fechar a coluna. Ele é rápido, sempre manda umas três na hora. E o Caio sempre foi o mais brother dos companheiros de bancada?
HOJE os outros não ficam mais aqui. Só sobraram ele e a Angélica. Mas, mesmo noutra época, sempre fomos nós dois, porque trabalhamos juntos na cozinha do programa [decidindo as pautas]. Quando pedia uma ideia de pauta ao Francis, ele não tinha. Se tinha, não era boa. E se a pauta vingasse, ele mesmo reclamava: “Quem sugeriu este assunto de merda?”.
Você lê o que sai sobre você? Coloca seu nome no Google?
Como faz para selecionar qual assunto deve ser notícia?
NÃO LEIO o que sai sobre mim, não leio
O Caio é bom “pauteiro”. Com o tempo, fomos pegando a mecânica de como falar de um assunto que todo mundo já falou, com uma abordagem diferente. Nesta eleição, o Caio falou para a gente fazer uma matéria sobre a Bulgária — já que o pai da Dilma é búlgaro — e gerou comentários indignados. Ela tem mesmo cara de búlgara [gargalhadas]. Ela precisa fazer um tratamento de ortodontia. O Diogo [Mainardi] estava falando mal do sorriso do Serra, que só tem gengiva. Mas como é que ela não fez uma correção dentária? A Dilma também precisa.
NOVA YORK NÃO É BONITA COMO PARIS, MAS É MUITO MAIS MONUMENTAL. É QUASE UMA VOCAÇÃO TRÁGICA PARA MORRER COM UMA BOMBA
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o que escrevo, não vejo matéria minha, desde a época da Globo. Escrevo, sento com o editor, digo minha ideia, o editor faz o que ele quiser. Se ele tiver alguma dúvida e me perguntar, dou palpite. Na hora que acabo de gravar, a história morreu e já estou interessado na seguinte. Acho que aprendi com o tio Zé Guilherme, que dizia que, para o jornalista, a melhor história que existe é a próxima. Não existe a melhor entrevista, a melhor reportagem. Entrevistei tanta gente, mas não tem a melhor.
Bonito mesmo é o sorriso da Marina.
O DA MARINA É LINDO. Você tem dentes ótimos também. Fez tratamento? Usei aparelho. Todo mundo da minha geração usou.
EU USEI também. Há seis anos. Minha irmã colocou aparelho em todo mundo da família. Só os cachorros escaparam. Você tem dois filhos e uma enteada. Como acha que se saiu como pai?
PODERIA ter sido melhor, mas a gente tem boas relações. Somos muito camaradas. Jantamos todo sábado juntos, são obrigados a falar português. Li, numa matéria da Folha [de São Paulo], que seu filho só arranha o português.
SÓ ARRANHA. Fala um português de índio. Os dois falam errado. Mas quando vão ao Brasil e passam duas ou três semanas, dão uma arrumada no português. Mas são preguiçosos: não veem filmes brasileiros — e um faz cinema. O outro, que faz literatura, não lê livros brasileiros. Sem ler, é muito difícil falar português direito. No seu próprio trabalho, você faz e não vê mais. E o trabalho dos seus filhos?
COM OS FILHOS eu vejo, curto. O Paulo, que escreve, gosta demais de ouvir palpite, até pede. Mas, se Antônio está escrevendo o roteiro dele, você nem pensa em ver. Nem vem que não tem. Quando está escrevendo, você se importa se os outros derem sugestões — além do Caio, claro?
[Risos]. OS DOIS LIVROS, quando me procuraram, só dei uma condição [para publicarem]: não leio nenhuma coluna, você lê, corrige, edita. Não queria saber da história. Fiz a burrice de fazer noite de autógrafos, que nunca mais vou fazer. Foi a pior coisa que já fiz, porque não conheço mais as pessoas. Elas te veem na televisão e te conhecem, te tratam com aquela intimidade, como se conhecessem de ontem. Eu vi essas pessoas há 40, 30 anos. O que você acha de perder a intimidade com tantas pessoas?
VOU AO BRASIL três vezes por ano. São visitas curtas, mas em julho ou agosto fico três semanas. Tenho conexões muito fortes: com a família e com um grupo de amigos desde a infância, cinco ou seis
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
muito íntimos. Encontramos duas vezes ao ano: ou na Europa ou eles vêm aqui e eu vou lá. É uma relação muito forte, mais com Minas, mais com o Retiro das Pedras. A Belo Horizonte, raramente vou. Leu Os irmãos Karamabloch [livro sobre a família Bloch]? Gostou?
GOSTEI. A primeira parte achei um pouco chata. Mas era aquilo mesmo, a gente via aquelas brigas. E era muito divertido, porque trabalhava na Frei Caneca e o Adolpho subia com a Manchetinha, que era a cachorra, e ela ficava com a gente na mesa, ela cheirava nosso prato de comida. Nesse ponto, era muito democrático, todo mundo falava com o Adolpho. Ele dava acesso para todos, faziam piada com ele e com a cachorra, ele também gozava todo mundo. Quando foi para a Praia do Russo, ficou mais discriminada, não era tão democrático. Mas a intimidade que a gente tinha com o Oscar Bloch — a gente ia para as festas — era quase orgia, todos juntos, uma molecagem danada.
Cenário da infância em Minas: a casa da Rua Padre Rolim, número 110
Já pensou em escrever ficção ou seu negócio é a realidade mesmo?
JÁ PENSEI. Até recebi um e-mail dizendo que eu deveria escrever ficção. Acho que saberia escrever uma história de humor. Não sei se uma forma de roteiro de filme. Gostaria de tentar um roteiro de filme de humor, para compensar o mau humor dos filmes do meu filho. E está pensando em fazer isso a sério?
Com a mulher Rose e os filhos Antônio e Paulo, em Ouro Preto
ESTOU PENSANDO. Não sei quanto tempo mais fico neste programa, espero que dure mais uns dois ou três anos, para fazer 20 anos. Aí, saio, tiro esta cara da televisão. Esta cara está velha. Eles põem um garoto bonitão aí no meu lugar. Antes desta entrevista, reli uma matéria da Veja [“Conexão entre dois mundos”, 12 de março de 2008] que dizia que não importa quem seja o polêmico do programa: Francis, Jabor ou Mainardi, você é quem faz a diferença.
A VEJA escreveu isso? Escreveu. Você não lê, então, tenho que lhe contar.
SACANAGEM da Veja [risos]. Isso é só porque o editor é meu amigo.
Três formações do Manhattan: primeiro com Paulo Francis (acima), a segunda com Jabor e Nelson Motta (ao lado) e, a atual, com Ricardo Amorim, Diogo Mainardi e Pedro Andrade
comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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SCRAP
SA
por Alex Capella
fale com ele: alexcapella.mg@diariosassociados.com.br A coluna Scrap S/A foi fechada no dia 20 de novembro. Sugestões e informações para a edição de fevereiro, favor entre em contato pelo e-mail da coluna.
/ Pão com tudo /
IMAGENS/FOTOS: DIVULGAÇÃO
O grupo mineiro Meet investiu R$ 1 milhão na abertura da Pão.com, sanduicheria que nasce com a proposta de se transformar numa alternativa de refeição rápida, mas valorizando os produtos brasileiros como linguiça, mortadela, pernil e picanha nos recheios dos pães. A casa foi instalada no coração da Savassi (na esquina da Tomé de Souza com Pernambuco) e promete aliar a modernidade do fast-food à tradição do sanduíche feito com gostinho caseiro. Para botar o empreendimento em funcionamento, foram abertos 35 novos postos de trabalho.
/ Um ano / No último dia 27, a Cinco comemorou seu primeiro aniversário. Desde sua inauguração, a boate funcionou, aproximadamente, 140 vezes, recepcionou mais de 30 eventos corporativos e recebeu cerca de 60 mil pessoas. Pela Cinco passaram DJs internacionais como Sander Van Dorn, Ron Carroll, Edward Maya, Christian Luke, além dos brasileiros Fabrício Peçanha, Thiago Mansur, entre outros.
/ Animais na Pista /
/ Miss Globo /
Gladyston Rodrigues
A jovem Lily Amaral, de 19 anos, foi a grande vencedora do Miss Globo, edição Minas Gerais. Agora, a mineira da cidade de Nepomuceno representará o estado no Miss Brasil Globo, em abril do ano que vem, em Brasília. O evento foi organizado e promovido pela agência House Models. Um júri formado por personalidades da moda mineira e formadores de opinião foi responsável por escolher a vencedora do concurso. Todas as 17 finalistas ganharam um contrato com a agência de modelos House TMA e as cinco primeiras colocadas receberam isenção de mensalidade na academia Alta Energia. A ganhadora ganhou a inscrição para o Miss Brasil Globo no valor de R$ 7,5 mil, além das passagens e hospedagem.
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Belo Horizonte foi palco do projeto Animais na pista, evento de skate promovido pela Volcom, marca que vende uma postura contra o “sistema”, patrocina feras do esporte e bandas de punk rock e underground. O público pôde curtir as manobras radicais na pista do Blunt Skate Park. Entre os presentes estavam os skatistas Ricardo Porva, Filipe Ortiz e Guilherme Trakinas.
/ Bebida da moda / Os apaixonados por frozen yogurt ganharão mais duas opões em Belo Horizonte. A Yoggi se prepara para abrir mais dois pontos na Zona Sul da capital mineira. Um no BH Shopping e outro na Savassi. A marca vem conquistando adeptos por todo o país, principalmente, depois que a loja passou a ser cenário até de uma novela da moda. O iogurte, visto como produto de consumo de verão, tornou-se alternativa de alimento para todas as horas e estações.
/ Show de fogos / Maior espetáculo pirotécnico embarcado em lagoa do Brasil, o Show Alterosa de Fogos chega à sua 21ª edição. A expectativa é de que o evento, aberto ao público, no dia 31 de dezembro, a partir das 20h, reúna meio milhão de pessoas ao redor da Lagoa da Pampulha. Este ano, além da queima de fogos de aproximadamente 20 minutos de duração, a festa trará shows como o da dupla sertaneja Don e Juan.
D E T R O I T • CA I X A D E 5 0 M M • A ÇO I N OX I D Á V E L • D ATA & H O R A • T E S TA D O À P ROVA D ’ Á G UA 100M
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