REVISTA
FUTURO V OU F GADGETS DA FICÇÃO QUE VIRARAM REALIDADE (OU NÃO)
E mais: Wake na piscina On The Road Rio Dubai retrô Cenas de Tóquio
#46
fevereiro 2011 ano 6
Do Alemão Tuiteiros do morro contam seus planos
NÃO TEM PREÇO
NOTÍCIAS DO PLANALTO Agora é Dilma
CHEGUE CEDO PARA VER O POR DO SOL COM UMA VISTA
PRIVILEGIADA PARA A LAGOA DOS INGLESES!
19/2 ALPHAVILLE lagoa dos ingleses
PROGRAMAÇÃO:
17:00 - DJ Ricardo Lock + aulas e atividades desenvolvidas por professores da Cia Athletica 19:00 - Largada 20:00 - DJ Pedro Meirelles
E MAIS:
Sorteio de 6 planos trimestrais da Cia Athletica e de 6 vouchers da Nike Store Diamond Mall no valor de R$ 400,00 (cada)
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Camiseta 100% poliamida Sandália (pós-evento) Medalha em metal (pós-evento)
APOIO:
© 2011 Doctor’s Associates Inc. SUBWAY® é uma marca comercial registrada de Doctor’s Associates Inc. Prova oficializada pela Federação Mineira de Atletismo. Imagens meramente ilustrativas
PATROCÍNIO:
REALIZAÇÃO:
ESTADO DE MINAS. O GRANDE JORNAL DOS MINEIROS, AGORA TAMBÉM NO IPAD™.
iPad™ and iTunes® are trademarks of Apple Inc.
O Estado de Minas inova mais uma vez: é um dos primeiros jornais do mundo a chegar ao iPadTM. A qualidade, a tradição e a credibilidade de sempre estão em uma nova plataforma, mais interativa, com conteúdo exclusivo de fotos e vídeos. É a versão de lançamento mais avançada entre todos os jornais do país. Assim, o Estado de Minas vai estar sempre com você, onde você estiver. Tudo para continuar sendo, cada vez mais, o grande jornal dos mineiros.
Acesse a App Store e procure: Estado de Minas. Ou saiba mais no site www.ograndejornaldosmineiros.com.br Para utilizar o aplicativo é necessário conexão Wi-Fi ou 3G e o acesso ao conteúdo será gratuito por tempo limitado.
BÚSSOLA
já é de casa 14 ESTILO || CLÁUDIO ALMEIDA 34 NA GRINGA || DUBAI 38 QUEM É RAGGA 50 RAGGA GIRL || IASMIM LEÃO 56 EU QUERO! || FUTURO 62 ON THE ROAD || RIO DE JANEIRO 64 AUMENTA O SOM 72 CULTURA POP INTERATIVA 73 DESTRINCHANDO
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Surge um novo jeito de usar a pranchinha
Gadgets e tendências da ficção que viraram realidade — ou não
Wake na piscina?
Verdade ou mentira
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Na posse de Dilma, nosso repórter Bruno Mateus
Ensaio fotográfico no metrô de Tóquio
Girl power
Do Japão
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Adolescentes tuiteiros do Alemão daqui pra frente
Nosso Produtor musical durão numa conversa sincera
Rede social
Fala, Miranda
EDITORIAL
foi agora Dois mil e quinze será o ano em que Marty McFly e o Dr. Emmett Brown estacionarão seu De Lorean no futuro. Sim, essa era a data que marcava o calendário do clássico filme dos anos 1990. Caramba! Já estamos quase lá. E como foi rápido. É engraçado pensar em como, no passado, o futuro era sempre representado por tecnologias extraordinárias e arquiteturas supermodernas. Realmente, parece que atingimos essa era. Não sei se porque já alcançamos voos altos em relação a avanços tecnológicos, porém, hoje, quando retratamos o futuro, o protagonista parece ser o passado. Afinal, já existe uma projeção mais voltada para uma sobrevivência do planeta, para a sustentabilidade, convívio físico entre as pessoas, reutilização, consumo moderado, envelhecimento saudável, etc. Inclusive, li esses dias que cientistas estão tentando clonar um mamute! Para que, exatamente, não sei, mas está aí mais uma prova de que chegamos no futuro e, agora, queremos voltar atrás. O fato é que “nunca antes na história deste planeta” o
amanhã foi tão incerto. Catástrofes naturais estão cada dia mais intensas. Nunca se vendeu tantos carros. As cidades estão mais superpovoadas, a insônia tomou o lugar das boas noites de sono e as pessoas estão cada dia mais ansiosas e dependentes da antes tão almejada tecnologia. Passamos a ter acesso a tanta informação, que parece que estamos voltando a dar mais atenção ao que é realmente relevante, ao que é referência. Estamos aos poucos percebendo que quanto mais amigos ou seguidores temos nas redes sociais, mais importantes aqueles quatro verdadeiros amigos de infância passam a ser. Quanto mais tempo passamos on-line, mais percebemos a importância de um domingo em família e por aí vai. Até percebermos que o menos, muitas vezes, pode realmente valer mais. Se você não concorda com nada do que foi dito nas linhas acima, dê uma conferida no ensaio fotográfico realizado nos metrôs de Tóquio na página 44 e me diga se algo não está errado. De Tóquio fomos até Brasília acompanhar, debaixo de muita chuva, a posse da nossa nova presidente, para contar como foi o primeiro dia de quatro anos que, certamente, influenciarão seu futuro de alguma forma. Invadimos o morro do Alemão, mas não fomos atrás dos “mocinhos e bandidos” que viraram personagens dos últimos capítulos da nossa novela da vida real. Fomos atrás do futuro da comunidade para saber o que pensam e o que pretendem seus jovens e adolescentes. Essas são algumas das muitas pautas desta edição, que parou um pouco para pensar no amanhã. E você? O que pretende do seu futuro? Boa leitura! Lucas Fonda — Diretor Geral lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br
ARIANNE VAN NOORDT/STOCK.XCHNG
O futuro
STOCK.XCHNG
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DIRETOR GERAL lucas fonda [lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING bruno dib [brunodib.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR FINANCEIRO josé a. toledo [antoniotoledo.mg@diariosassociados.com.br] ASSISTENTE FINANCEIRO nathalia wenchenck GERENTE DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING rodrigo fonseca PROMOÇÃO E EVENTOS ludmilla dourado EDITORA sabrina abreu [sabrinaabreu.mg@diariosassociados.com.br] SUBEDITOR bruno mateus REPÓRTER bernardo biagioni JORNALISTA RESPONSÁVEL luigi zampetti - 5255/mg NÚCLEO WEB lucas oliveira [lucasoliveira.mg@diariosassociados.com.br] ricardo lima DESIGNERS anne pattrice [annepattrice.mg@diariosassociados.com.br] bruno teodoro. isabela daguer. marina teixeira FOTOGRAFIA ana slika
Jéssica Bissuli @bissuli // via Twitter Acabei de receber a edição fotográfica da @revistaragga. Curti um tanto! Débora Drummond @debbiedrumond // via Twitter Bacanérrima a edição da @revistaragga. Um prato cheio pra quem curte fotografia. Francisco César @Xiko_Cesar // via Twitter Achei q muitas fotografias saíram da proposta. E acharia legal se tivesse mais fotos amadoras também. < ERRATA! > Na Ragga #45, o contato de Thiago Pimentel, que teve uma de suas fotos selecionadas para publicação, não saiu. Agora vai: tath1984@hotmail.com.
bruno senna carlos hauck carol vargas romerson araújo ILUSTRADOR CONVIDADO leonardo freitas [leonardofreitas.com] ESTAGIÁRIOS DE REDAÇÃO brenda linhares izabella figueiredo ARTICULISTA lucas machado COLUNISTAS alex capella. cristiana guerra. henrique portugal. kiko ferreira. lucas buzzati. rafinha bastos COLABORADORES alex antunes. patricia duarte. pedro silveira. thiago alcântara PÍLULA POP [www.pilulapop.com.br] RAGGA GIRL MODELO iasmim leão FOTOS carlos hauck MAQUIAGEM iasmim leao
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CAPA making of Demorou para Joe (nascido Tilelesa Joe, nome encontrado em seu pedigree) sensualizar usando a roupa de astronauta feita sob medida para ele. Mas, depois de muito chocolate, até gostou de posar.
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ARTIGO
Digníssimas e democráticas por Lucas Machado
Lá vem ela/Estou de olho nela/Não me importo que ela não me veja/Não me importo que ela não saiba quem eu sou/ Pois eu sei muito bem quem ela é/E fico contente só de ver/Só de ver ela passar/Oba, lá vem ela... Jorge Ben Jor
ANNE PATTRICE
Há algum tempo, quero escrever sobre essas brasileirinhas, principalmente por serem um ícone da nação e pela trajetória marcada por cinco décadas de sucesso. Estou falando das Havaianas, as legítimas, que a cada verão ganham novos modelos e cores. Elas são mineiras, paulistas, cariocas. Ou melhor, são do povo. Existem no mundo poucos produtos tão democráticos quanto as Havaianas, que vestem índios, sem-terras, ricos, pobres, artistas, príncipes e princesas. Quando morei na Califórnia, um companheiro de viagem — para variar — perdeu a mala no aeroporto. Demos queixa na companhia aérea e saímos para fazer uma baladinha com os amigos. No outro dia, na ressaca de Jack Daniel’s, voltamos ao aeroporto e encontramos a mala, mas as Havaianas não estavam lá. A melhor história aconteceu quando eu estava passando uma temporada no Havaí. A moda entre surfistas e skatistas era virar as sandálias ao avesso. Um gringo me parou e perguntou quanto eu queria para vender minha sandália. Nessa hora, meu lado comercial bateu mais forte e mandei o preço: “Cem doletas”. O resultado? Fui descalço de skate para a praia. O nome Havaianas, dado em terras brasileiras, foi bem sugestivo, pois a década de 1960 era sinônimo de sol, praia, surfe e gente bonita. Para iniciarmos a história, é importante saber que, segundo o dicionário Aurélio, chinelo significa “sapato velho e acalcanhado”. E sandália — do latim sandalium — remete a calçado formado por uma sola ligada ao pé por meio de correias. As Havaianas foram inspiradas nas tradicionais sandálias japonesas, chamadas Zori, introduzidas no Brasil por imigrantes japoneses na década de 1960. Eram feitas com tiras em tecido e solado de palha de arroz. Esses modelos foram utilizados em massa por muitos séculos no Japão. Se vocês tiverem a oportunidade de ver algum filme épico do Akira Kurosawa, provavelmente se lembrarão como as sandálias eram usadas, sobretudo acompanhadas do tradicional kimono e de vestimentas tradicionais do país. Quatro décadas depois, as Havaianas fo-
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ram inseridas no mercado oriental como produto de moda. Com design e cores variadas, associadas a um preço bem acessível à classe média, que é maioria no Japão, já virou um case de sucesso por lá. As sandálias foram lançadas no mercado nacional pela São Paulo Alpargatas, do grupo Camargo Corrêa, em 1962, sendo patenteadas em 13 de agosto de 1964. O texto feito pela empresa para o departamento de propriedade industrial continha os seguintes dizeres: “Modelo de palmilha com forquilha”; e o slogan “Todo mundo usa”. Os primeiros modelos eram com o solado branco e as tiras azul-claras e pretas. Como a indústria no Brasil ainda caminhava a passos lentos, algumas saíram com as tiras esverdeadas — na época, isso não valeria nada, mas hoje viraram peças de colecionadores e alucinados pela As Havaianas marca. As Havaianas praticamente são mineiras, criaram o conceito de merchanpaulistas, dising e revolucionaram a pucariocas. blicidade nacional, com diversas personalidades estampando filOu melhor, mes e minidocumentários nos são do povo programas mais famosos entre as décadas de 1960 e 1990. O comediante Chico Anysio, por exemplo, lançava “As Legítimas” com a slogan “Não deformam, não soltam as tiras e não têm cheiro”. Hoje, são vendidas mais de 160 milhões de sandálias por ano. Na Fábrica de Campina Grande, na Paraíba, por exemplo, já foram fabricados cinco pares de sandálias por segundo. Atualmente, a marca está presente em 80 países, nos cinco continentes. O produto passou a ser peça curinga para todos os tipos de armários, masculinos ou femininos. Tipo arroz e feijão na cesta básica. A partir dos anos 2000, a marca foi globalizada, ganhou o mercado americano e europeu. Em 2003, premiou todos os indicados ao Oscar com sandálias exclusivas feitas com rubis e com uma embalagem especial. Já em 2004, em parceria com a H.Stern, fez uma série limitada e cada par tinha ouro 18k e diamante. Digníssima, democrática e mundial. Parafraseando o escritor Jorge Amado, “felicidade é ter uma calça azul desbotada e um bom par de Havaianas”. Não sei se você está lendo essa matéria com uma no pé, se tem uma ou várias. Mas, de uma coisa você pode ter certeza: se não tem, ainda vai ter.
manifestações: articulista.mg@diariosassociados.com.br | Twitter: @lucasmachado1 | Comunidade do Orkut: Destrinchando
J.C.
Pedro Silveira é jornalista e, desde 2006, atua como repórter-fotográfico em Minas Gerais. Depois de quatro anos trabalhando em um jornal diário de Belo Horizonte, optou pela vida de freelancer e, com os parceiros Bruno Figueiredo e Victor Schwaner, fundou a Agência Odin. É mineiro do interior, fascinado por boas histórias, como a posse da presidente Dilma Rousseff. São dele as imagens da nossa cobertura Para ficar na história. pedrosilveira.foto@gmail.com
A carioca Patrícia Duarte é jornalista pós-graduada em Comunicação Integrada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). É coordenadora de produção do programa Sem Censura, da TV Brasil, colunista do site Mundo Ela, do Portal Uai e, nesta Ragga, assina a matéria sobre os tuiteiros do Alemão. duartpatricia@yahoo.com.br
Alex Antunes é jornalista, escritor e produtor musical. Nos anos 1980, foi editor da revista Bizz e criador da revista Set. Colaborou com a Veja, Rolling Stone, Bravo!, Animal, General e outras publicações de cultura. Seu romance A Estratégia de Lilith foi lançado pela editora Conrad. Sua primeira entrevista para a Ragga é o Perfil com Miranda, desta edição. nagulha.com.br/sobreaspernas lexlilith.org
< Sua noite, seu tempo >
Você já tem programa para sábado à noite? Depois do sucesso da primeira edição, no último agosto, a Ragga Night Run invade Nova Lima. Desta vez, o circuito escolhido é a Lagoa dos Ingleses (com opções de 5km ou 10km, nas categorias feminino e masculino). Na partida, na chegada e ao longo do trajeto, DJs animam e dão o tom da prova. Inscrições: ragganightrun.com.br, com condições especiais para membros do Clube de Assinantes Estado de Minas.
< Ragga Drops: ano 3 >
Dia 28, o irmão mais novo da Revista Ragga faz aniversário. Apesar de ser dedicado aos adolescentes, seu conteúdo agrada ao público de qualquer idade interessado no que há de novo na música, no comportamento, na cultura pop. Para ler, compre o Estado de Minas ou baixe o aplicativo do EM para iPad, todas as quintas.
< Camarote Donavon >
Na sexta, dia 4, nosso camarote bombou na apresentação que marcou a passagem de Donavon Frankenreiter pela cidade. Outras áreas exclusivas da Ragga fizeram sucesso nos shows de Cris Brown, Locomotivos, The Beautiful Girls, entre outros. Para saber mais e participar de promoções para garantir o ingresso, o segredo é acompanhar nossas redes sociais: @revistaragga, no Twitter e Revista Ragga no Facebook.
MARINA TEIXEIRA
Schlimm/Divulgação
kaly cunha
arquivo pessoal
alexandre c. mota
COLABORADORES
ILUSTRADOR CONVIDADO
Leonardo Freitas [leonardofreitas.com] “Every good painter paints what he is”. Essa frase, do artista norte-americano Paul Jackson Pollock, reflete o que o ilustrador Leonardo Freitas, de 22 anos, busca em seus trabalhos: autoralidade. Seu processo criativo é baseado em muita pesquisa e testes, resultando num trabalho rico em detalhes gráficos. Profissionalmente, o artista se relaciona com design, ilustração, arte, propaganda e projetos experimentais. Alguns de seus trabalhos dialogam com temas históricos e literários, além de explorarem vários estilos tipográficos e de traço. Todo mês, novas ilustrações são postadas em seu site. Vale a pena conferir.
Quer rabiscar a Ragga? Mande seu portfólio para annepattrice.mg@diariosassociados.com.br
COLUNA
Velhice e resoluções
REFLEXÕES REFLEXIVAS DO TWITTER
RENATO STOCKLER
Amigos são pessoas qUE te suportam durante um período. Família é um grupo que te suporta p/ sempre. < RAFINHA BASTOS >
é jornalista, ator de comédia stand-up e apresentador do programa CQC (Custe o Que Custar)
Alimentação saudável deixa a pessoa com cara de doente. Atenção, amiguinhos da imprensa: parem de usar a Copa de 2014 p/ equacionar os problemas do país. NÃO vamos virar a Alemanha em 4 anos. Chamar todo mundo de “mano” é xingar a própria mãe de vagabunda. Pense nisso, amigo paulista.
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A noite foi muito boa. Uma pergunta: em Porto Alegre, estupro também é crime? Só curiosidade.
07:03 – Hora de vc começar esta coisinha medíocre q vc insiste em chamar de vida. Uma velha olhou p/ mim e disse p/ a amiga: "No meu tempo, ñ faziam seres humanos desse tamanho". Só eu tenho dó dos jornalistas que ficam dias de plantão na porta do Hospital do José Alencar?
Dar tiro em artista q faz coraçãozinho com as mãos deixou de ser crime. Parabéns, Congresso Nacional.
Perder a competição: Ruim. Descobrir q o 2° lugar vai p/ Paris e o 1° p/ Guaribas (Piauí): Ótimo. E, p/ vc? O q #podeser?
Eu ñ serei um velho chato. Apenas continuarei sendo eu mesmo.
Em 2011, quero o Cel. Skavurska atropelado por uma escavadeira.
Tô velho. Minha costas doem só de estar vivo. Tá foda.
Quando o Fantástico vai mudar o nome para Puta Bosta?
LEONARDO FREITAS
Resoluções p/ 2011: 3 – Dar uma bica no gogó da Lady Gaga. 2 – Pegar AIDS. 1 – Encontrar a cura da AIDS
Desculpa, pessoal. O celular tava no meu bolso e tuitou sozinho.
para 2011
fale com ele: rafinhabastos.mg@diariosassociados.com.br
COLUNA
Assim é, se lhe parece
ELISA MENDES
PROVADOR
< CRIS GUERRA >
40 anos, é redatora publicitária, ex-consumidora compulsiva, ex-viúva, mãe (parafrancisco. blogspot.com) e modelo do seu próprio blogue de moda (hojevouassim. blogspot.com)
De tanto brincar de vestir a boneca, tomei gosto por me vestir. De tanto gostar de me vestir, finalmente fiz da moda um meio de vida. E hoje ela não só me veste, como também me dá de comer. Ainda é novidade cobrir eventos de moda. O meu olhar é de criança. E assim me permito observar o que os acostumados já não reparam mais. Como nos ensinam nossos filhos ao ver o mundo pela primeira vez. Quando começa um desfile, gosto de adivinhar a inspiração do estilista e não ler antes o que houver de releases sobre a coleção. E assim o que ele quis dizer nem sempre é dito. Ou o que lemos é algo ainda melhor. Como o escritor que é presenteado com novas leituras do que ele mesmo escreveu.
LEONARDO FREITAS
De tanto gostar de me vestir, fiz da moda um meio de vida. Hoje, ela não só me veste, como também me dá de comer
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fale com ela: crisguerra.mg@diariosassociados.com.br
O estilista poderá ter surpresas ao ver como é recebida e apreendida sua nova coleção, assim como tudo o que foi preparado para o desfile: o cabelo, a maquiagem, os acessórios das modelos, a trilha e até o ritmo escolhido para o desfilar de cada peça. Ler o release antes é como ler o livro e depois assistir ao filme. Serão raras as vezes em que o desfile não estará aquém das imagens que criamos durante a leitura. Gosto quando de um texto duvidoso vem o que eu sequer imaginava. Queremos ser surpreendidos a cada instante. E quem cria roupas também poderá se encantar com a arte e criatividade de seu público. Que também imagina formas, proporções, desenha estampas e vestidos na cabeça. E os desfila com aplausos no final. A moda é sonho. Começa quando acordamos e abrimos a porta do armário: uma caixinha de surpresas que podem lhe mostrar o que nunca esperou sobre si mesmo.
extravase o stress.
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ESPORTE < wake >
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Wake não depende mais de uma grande represa e muita gasolina por Teca Lobato fotos Carlos Hauck
Se não fosse o Antônio Teixeira, o Toninho, provavelmente não estaríamos aqui esta noite. Se não fosse o pai dele, Marcos Antônio Rodrigues, aí é que não estaríamos mesmo! Marcos foi considerado pela imprensa especializada,, em 1962, o melhor do ano na categoria esqui aquático, e produzia seus próprios esquis para deslizar na “liseira'” que era a limpa Lagoa da Pampulha — uma prática que fazia sucesso entre os amigos na época e que acabou influenciando o filho algumas décadas depois. Mais precisamente há cinco anos, Toninho teve seu primeiro contato com uma prancha de wakeskate. Bateu o olho na pranchinha e
logo pensou que a experiência do pai poderia ser útil. Molde feito, mudanças bem estudadas e prancha pronta, inverteu a ordem natural das coisas e descobriu seu entusiasmo pelo esporte. A brincadeira era na represa de Furnas, a cerca de 350 quilômetros de BH. Como a distância acabou se tornando um empecilho, a brincadeira tomou o rumo da represa de Itaúna e acabou chegando a um lugar inesperado, uma piscina dentro de um clube de Belo Horizonte. Graças ao acesso que Toninho teve ao guincho de um amigo — um motorzinho elétrico e portátil que vem revolucionando a prática do esporte — as sessões passaram a rolar no clube de
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AndrĂŠ varando o brinquedo de bs shove it
natação de um amigo. A produção dos shapes cresceu e, em 2009, surgiu a Wakebrazuca. Com a ajuda da internet, o hobbie virou negócio e, hoje, conta com quatro representantes por todo o Brasil vendendo wakeskates. Além das pranchas, eles produzem cabos e manetes e estão com projetos ousados para 2011. A sessão em que me infiltrei! Conheci o Toninho em um campeonato de wakeboard. Ele estava expondo seu trabalho no estande de uma loja de surf e skate wear, e não acreditei quando fiquei sabendo das peripécias da produção e sessão de wakeskate na piscina. Quis conhecer melhor. Mas não fui despreparada. O simples fato de reunir uma galera em uma piscina de um clube, para uma sessão noturna de wake e wakeskate dentro da cidade precisava de registro. Por isso, cheguei lá muito bem acompanhada. Estavam na barca o fotógrafo cabuloso Carlos Hauck (você me deve uma, malandrão!), o wakeboarder Daniel Damião e os wakeskaters João Mendes e André Wanderley, este, dono do brinquedo e companhia certa na hora de andar em picos estranhos. Encontrei com Toninho e Cris (sócio do clube e wakeskater) já pilhados. De obstáculos, improviso. Alguns dos vários brinquedos, usados provavelmente nas aulas de natação das crianças, serviram para pular por cima, deslizar, varar ou só carimbar. Os vinte e cinco metros de raia ficaram pequenos para as manobras e, inclusive, para o cabo da
Teca passando pelo mesmo brinquedinho, de ollie
AGORA, O WAKE PODE SER PRATICADO ATÉ NA FONTE DA PRACINHA VIZINHA DA SUA CASA Dani e nossa repórter
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Acidentes acontecem!
manete, que, de tanto bater no concreto da piscina, quebrou no meio. Cabo improvisado, a meta era fazer gracinha para o super flash do Hauck. A madrugada chegou rápido, e a brincadeira foi ficando mais e mais interessante. Mesmo nos ambientando mais e começando a nos acostumar com o espaço, o corpo começava a reclamar e, no relógio, três horas da manhã. Hora da criançada dormir. Pode parecer clichê, mas fiquei de cabeça feita mesmo sem tantas possibilidades de manobra. O simples fato de praticar wake em um novo lugar, com muita mais liberdade, me inspirou a continuar essa busca.. Um esporte antes limitado a barco, muita gasolina e a represas com tamanho considerável, agora pode ser praticado até na fonte da pracinha vizinha da sua casa. É brega, porém, agora, o céu é o limite!
Fs shove it do André
AGRADECIMENTO Academia Mergulho BH mergulhobh.com.br por disponibilizar sua estrutura e ficar aberta até mais tarde, para não estragar a festa.
ORGULHO
DE SER O
1º CENTRO UNIVERSITÁRIO
DE BELO HORIZONTE O UniBH acaba de ser considerado pelo MEC o melhor Centro Universitário de Belo Horizonte e o segundo do Estado*. Motivo de orgulho, claro. Afinal, é o resultado de investimentos contínuos na qualidade de ensino, no corpo docente e na estrutura da Instituição. Mais do que isso, motivo para continuar trabalhando duro. Trabalhando duro para que nossos alunos tenham uma formação cada vez mais sólida e saiam preparados não só para o mercado, mas também para a vida. E o UniBH acredita que isso só é possível quando, por trás de todo o trabalho, existem princípios e valores claros. Ser uma Instituição aberta, sustentável, sociável, inclusiva e de qualidade é bem mais do que um discurso. É a nossa batida.
VENHA SENTIR A NOSSA BATIDA . unibh.br 3319.9500
*Melhor Centro Universitário de Belo Horizonte e segundo melhor Centro Universitário privado de Minas Gerais, segundo avaliação do Índice Geral de Cursos (IGC) – indicador de qualidade do ensino superior brasileiro – divulgado pelo Ministério da Educação (MEC).
FUTURO
Como será o amanhã?
por Izabella Figueiredo
O futuro do homem desperta tanta curiosidade que não é raro ver roteiristas e autores assumirem o posto de videntes e incluírem, em suas obras, previsões marcantes. Algumas se concretizam, outras, irrealizadas, seguem alimentando o sonho dos espectadores — não custa torcer para aquele skate voador, um dia, existir.
FOTOS/IMAGENS: REPRODUÇÃO
Dos roteiros futurísticos, o que se realizou e o que continua sendo pura fantasia
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REALIDADE Em De volta para o futuro 2, filme de 1989 que se passa no ano de 2015, Marty (Michael J. Fox) está em uma lanchonete jogando fliperama com um consolepistola para impressionar duas crianças. Elas, por sua vez, fazem pouco caso quando descobrem que o jogo “ainda tem que usar as mãos”. Em 2011, já existe o Mindflex, um brinquedo da Mattel que utiliza ondas cerebrais para mover uma bolinha.
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Em 2001: uma odisseia no espaço, o que impressiona são as televisões individuais em assentos de voos longos com a possibilidade de escolha de diversos canais. Nascida nos anos 1980, hoje já é recurso comum para afastar o tédio provocado por voos internacionais.
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No clássico desenho animado Os Jetsons, dos anos 1960, é comum ver George Jetson e seu chefe se falarem por videoconferência. Hoje, além das populares webcams, o iPhone 4 deu o que falar com o Facetime, software exclusivo para a realização de videochamadas via celular.
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Em seu livro 1984, George Orwell põe o personagem Winston em total paranoia por suspeitar que estivesse sendo vigiado por câmeras. O nome do responsável pelas instalações de câmeras por toda a parte? Um ditador chamado Grande Irmão — ou Big Brother.
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No conto From the London times of 1904, publicado em 1898, o autor Mark Twain faz uma previsão perfeita do que viria a ser a internet: “Ligações de longa distância sem limite e a rotina do mundo para todos verem e ouvirem”.
Em As Patricinhas de Beverly Hills (1995), Cher (Alicia Silverstone) escolhe a roupa que usará com a ajuda de um software que tem catalogado todas as peças do seu armário e que possibilita combiná-las entre si. Basta um toque na tela para visualizar todos os itens disponíveis. Quinze anos depois do lançamento do filme, aplicativos como Closet e Wardrobe Manager para iPhone exercem exatamente a mesma função do programa de computador criado exclusivo para Cher. Basta fotografar as peças do seu armário e “experimentá-las” pela tela do celular. O touchscreen usado no filme (e que soou como elemento futurístico durante muito tempo) também está presente no filme Minority Report, de 2002 que se passa em 2054. Nunca imaginaríamos que o display visual acionado pelos dedos tornaria-se popular em tão pouco tempo.
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MERA FICÇÃO
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No filme No mundo de 2020, de 1973, nada é mais antiquado do que mastigar alimentos. O uso das “pílulas de comida” é lei para satisfazer a fome de uma Nova York futurista e com 40 milhões de habitantes. A pouco de 2020, a maioria não dispensa uma saborosa mastigação.
De acordo com 2001: uma odisseia no espaço, nos anos 2000 já teríamos uma enorme estação espacial e voos sem escala para o espaço. Considerando que, em 2011, ainda se discute a veracidade da chegada do homem à Lua, podemos dizer que, nesse ponto, o roteirista “viajou”.
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Em O 5º elemento, Blade Runner e De volta para o futuro 2, carros ganham uma segunda via de circulação: o céu. O que isso significaria? Placas flutuantes, desvio de nuvens e muitos, muitos acidentes aéreos por dia. Não se realizou. Ainda em De Volta para o futuro 2, o brinquedo dos sonhos de todo jovem que assistiu ao filme está longe de se concretizar: o fabuloso “Hover Board”, skate flutuante fabricado na ficção pela Mattel, nunca chegou às nossas prateleiras.
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Gattaca, de 1997, se passa no futuro e uma das tecnologias disponíveis mais impressionantes é a possibilidade de saber as qualidades de uma pessoa por meio do seu DNA. No filme, mulheres aproveitam a saliva dos homens que acabaram de beijar e levam a um laboratório para conferir se o cara é mesmo um “bom partido”.
Lançado em 1995, o filme Estranhos prazeres, que se passa em 1999 e prevê a hegemonia dos minidiscs, pecou duas vezes. Primeiro porque, no início dos anos 2000, o formato de arquivo MP3 já começava a tomar o lugar dos CDs. E outra: de acordo com o filme, esses mesmos minidiscs seriam usados para gravarmos qualquer tipo de sentimento. Esse recurso, infelizmente, ainda não existe. comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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FUTURO
PARA FICAR NA HISTÓRIA por Bruno Mateus fotos Pedro Silveira
Gente em cima de árvores, chuva, lama e excitação: a posse da primeira mulher a governar o Brasil teve ares de Woodstock
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“Vamos de táxi para evitar dor de cabeça”, disse o fotógrafo, enquanto fumávamos o primeiro cigarro do dia, acompanhado de uns tragos de café. No caminho, o taxista contava como terminou sua noite de Réveillon, ria como quem não queria rir, envergonhado, e nos olhava pedindo clemência. Nos despedimos, e fiquei pensando como aquele senhor reagiria quando a angústia lhe apertasse o peito. Era pouco menos de 13h e o movimento em frente à Catedral de Brasília já denunciava a festa que estava por vir. Pessoas com camisas do PT, de movimentos sindicais, do Brasil e com fotos de Dilma Rousseff e Lula começavam a chegar, balançando bandeiras, cantando e tirando fotos. O som dos helicópteros invadia a Esplanada dos Ministérios. “Se ligue na TV, vai passar daqui a pouquinho. A TV está ligada?”, falava ao celular um jovem eufórico enrolado à bandeira do Brasil. O baiano de Catité Sidney Lucas estava acompanhado de três amigos e esperava ansiosamente pela chegada de Dilma. “É a primeira posse que vejo. O sentimento é do primeiro
documento, do primeiro filho, aquela coisa única. É de rachar, meu irmãozinho. Sensacional!” As árvores que margeavam a avenida serviam de camarote. “Dilma, cadê você?”, gritavam lá de cima. Vestido de verde e amarelo da cabeça aos pés, Wilson Alves de Castro tinha o olhar perdido. Com um passado marcado pela militância — foi secretário-geral do Partido Comunista aos 15 anos —, agora, ele se diz afastado de siglas partidárias e anulou o voto por protesto. Nem queria saber da presidente. “Duas meninas piscaram para mim e já anotei o telefone delas. Vou escolher com qual passarei a noite”, diz o jovem senhor de 37 anos, “porque, na realidade, a vida começa aos 40”. Sorri e vai embora jurando que não precisa tomar Viagra. Em pé, tentando se equilibrar num banquinho de plástico, um repórter de TV recebeu uma informação pelo rádio e disse ao cinegrafista: “Ela acabou de sair da Granja do Torto”. Minutos depois, juntamente com a presidente, chegou a chuva, que já se desenhava no horizonte da capital federal, mas que não foi capaz de tirar o entusiasmo de ninguém. Pessoas de todas as idades corriam na grama enlameada. Corriam, gritavam, pulavam. Os dois guarda-chuvas que compramos ao descer do táxi eram inúteis. O jeito era correr, segurar as mochilas e nos divertir como se estivéssemos em Woodstock.
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PESSOAS COM CAMISAS DO PT, DE MOVIMENTOS SINDICAIS, DO BRASIL E COM FOTOS DE DILMA ROUSSEFF E LULA COMEÇAVAM A CHEGAR, BALANÇANDO BANDEIRAS, CANTANDO E TIRANDO FOTOS
Quase barrados
Em Brasília, 16h
Na Praça dos Três Poderes, depois de ziguezaguearmos herculeamente pela fila, passarmos pelo detector de metais e, enfim, pisarmos na área reservada ao público. O agente da Polícia Federal, ereto em seus quase dois metros, fez um sinal indicando a área da imprensa e nos colocou para fora. “É para lá que vocês devem ir.” Teríamos que enfrentar novamente a fila, e isso estava fora de cogitação. Com o olhar cuidadoso, nos analisou, quis saber o motivo de termos blocos e câmeras fotográficas. Depois de tentar convencê-lo de que não éramos jornalistas — vocês têm cara de jornalistas, discordou — e que se estivéssemos a trabalho teríamos nos credenciado como imprensa, ele nos liberou, não sem antes consultar dois superiores. “Mineiro é foda, né? Podem passar.”
No parlatório do Palácio do Planalto, já com a faixa presidencial, a presidente discursou para o povo pela primeira vez depois de empossada. Reafirmou o compromisso de erradicar a miséria, citou a importância da mulher — “Para além da minha pessoa, a valorização da mulher melhora a nossa sociedade e valoriza a nossa democracia” — e lembrou os tempos em que lutou contra o regime ditatorial — “Aos companheiros meus, que tombaram nessa caminhada, minha comovida homenagem e minha eterna lembrança”. No fim, teve a voz atropelada pelo choro e disse que governará para todos os brasileiros e todas as brasileiras. Essa foi a terceira vez que o vendedor ambulante Marcos Aurélio Brandão compareceu a uma posse — foi tam-
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bém às duas de Lula. “Vim para ganhar um dinheirinho e fazer uma presença para a presidente. Estou vendendo bem, a faixa da Dilma vende bastante.” Para a paranaense Maria de Fátima Carvalho, que mora em Brasília há 36 anos, é um orgulho participar desse momento: “Sou militante pelos direitos humanos e pela igualdade de gêneros desde a época da faculdade. Essa [posse] tem um grande significado por ser uma mulher no governo, e, por outro lado, pelo gosto de ver o governo Lula reconhecido com a eleição de Dilma Rousseff”. Maria Clara estava acompanhada dos pais. “Estou gostando. Acho a Dilma legal”, mostrando a terna timidez de seus 7 anos. “Quero ver o Lulinha, quero ver o Lulinha”, repetia a senhora próxima a mim. E Lula protagonizou o que talvez tenha sido a cena mais emocionante daquele dia nu-
blado. Descendo a rampa ao lado de sua esposa, Marisa, de Dilma e do vice-presidente, Michel Temer, o ex-presidente desabotoou o paletó e foi em direção à multidão, repetindo a cena tão corriqueira nos seus oito anos de governo, mas dessa vez em tom de despedida. Chorando, com o rosto rubro, entre gritos e empurra-empurra, Lula não disse nada, apenas abraçou e deixou-se abraçar. “Sei que ele não pôde falar porque estava muito emocionado, assim como eu, mas só o abraço que me deu e ter me reconhecido aqui já é o máximo”, disse o militante Robson Messias Lucas, que saiu do Pará e ficou 10 dias acampado em Brasília. “Acredito que estaremos em boas mãos no mandato da companheira Dilma e estamos aqui para apoiar.” Gratidão a Lula e confiança no governo Dilma fizeram com que o catador de papel Fernando Fábio Teixeira dos Santos saísse de Goiânia rumo à capital federal, tendo apenas seu cachorro como companhia. “Saí de Goiânia com o carrinho e o Beethoven para vir prestigiar. Vim pelo Lula e pela Dilma. Tem três dias que estou aqui.” Para o sujeito magro de sorriso fácil e desavergonhado, a emoção daquele momento se misturava à esperança de um futuro melhor. “Ôxe, eu estava chorando ali e pedindo: tomara que o Lula não chore, senão vou chorar mais ainda. É emocionante demais participar, ficar na história. É a primeira mulher, né? Vou falar para os meus filhos: “Seu pai estava lá. Eu mais o Beethoven”.
Sai pra lá, Dilma: alvo de olhares nada inocentes de duas garotas, Wilson Alves de Castro iria decidir com qual passaria a noite
O catador de papel Fernando Fábio e seu companheiro Beethoven saíram de Goiânia para se despedirem de Lula e darem as boas-vindas à presidente Dilma
comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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ESTILO
cláudio almeida por Lucas Machado fotos Carlos Hauck
< kit sobrevivência >
Cláudio Almeida, o Claudinho, com certeza não sabia que se tornaria um dos maiores assessores de imprensa do país, quando morava no bairro paulistano de Vila Maria, onde nasceu e passou sua infância. Formado em relações públicas, iniciou sua vida profissional muito cedo, aos 18 anos. “Comecei fazendo teatro, na Escola de Arte Dramática da USP. Fiz peças infantis e algumas produções teatrais, até que minha amiga Cláudia Tinoco me convidou para um cargo de assessoria. Depois disso, nunca mais parei”, comenta. Claudinho, que é virginiano, se considera metódico, por influência de seu signo astrológico. Adora a cantora Maria Bethânia e não nega que gostaria de ver um show de Barbra Streisand na primeira fila. Gosta do Leste Europeu, e não esconde a admiração pela cultura oriental. Considera a moda um grande negócio, porém, acredita que, para uma pessoa se dar bem na área, é preciso estar muito antenado. Até onde contamos, além de ter estado à frente da comunicação do Teatro Municipal de São Paulo e do Grupo Corpo, ele fez a assessoria de imprensa dos seguintes eventos: Mercado Mundo Mix, Oi Fashion Tour, Morumbi Fashion, SPFW, Fashion Rio, Oi Fashion Rocks e das sete edições do terceiro maior evento de moda do Brasil, o Minas Trend Preview. Já podemos considerar que a moda mineira ganha fama nos mercados do Rio e de São Paulo para além do doce de leite e do pão de queijo.
< Cláudio usa > blusa e sapato Zara calça Calvin Klein anel H.Stern
smartphone BlackBerry
óculos Paul Frank
relógio Breitiling – 1884
laptop Sony
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perfume Burberry Brit – França J.C.
NOITE ADENTRO
Inspirado nos pubs londrinos, o Lord Pub surgiu em Belo Horizonte, em 2005, com a ideia de trazer um estilo inovador de bar, onde os amantes do rock pudessem se encontrar para ouvir suas músicas preferidas. Além de curtir um ambiente descontraído e agradável, os clientes se divertem com as várias atrações que passam pelo palco da casa de quarta a domingo, sempre com as melhores e mais conceituadas bandas do rock mineiro. O Lord Pub vem contribuindo para a formação e renovação do cenário musical da cidade, abrindo espaço às bandas tradicionais e aos talentos da nova safra. fotos Carol Vargas
DJ RESIDENTE
DJ oficial do Lord Pub, Don Glauco apresenta um set que pega os primórdios do rock ‘n’ roll, como Chuck Berry e Elvis, passando por AC/DC e Pearl Jam até bandas atuais, como The Strokes. Além de tocar no Lord, o DJ está à frente do projeto Joker Music, que visa expandir cultura musical associada a eventos beneficentes.
Don Glauco
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NA GRINGA < dubai >
Ficou chato ser moderno por Victor Motta fotos Esam Hassanyeh
Nada de arranha-céus e ilhas artificiais. A melhor parte de Dubai é seu passado
De deserto a arranha-céus, shoppings centers e hotéis, entender Dubai, um dos sete Emirados Árabes Unidos, é tarefa complexa. O mesmo serve para sua cidade mais importante, que leva o mesmo nome. Nos últimos 20 anos, o crescimento dela foi acelerado. Há quem argumente que o caminho mais rápido para a modernização foi criar um lugar sem cultura própria. Tal como a minha amiga brasileira Shadya Hamad disse uma vez: "É como se um beduíno descesse de seu camelo no meio do deserto, tirasse de seu bolso as chaves de sua Ferrari, Lamborghini ou Maserati e começasse a dirigir ". O desenvolvimento chegou rápido assim. Um encontro de superlativos. Parece que
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alguém acordou um dia e decidiu que Dubai teria o hotel mais caro do mundo, o edifício mais alto, o maior aeroporto, os mais luxuosos hotéis, shoppings, uma ilha artificial no formato de palmeira. Mas, contrastando com toda a modernidade que foi exposta na mídia nas duas últimas décadas, há uma Dubai mais antiga da qual pouco se ouve falar. Nela, não há engarrafamento, prédios altos, mulheres desfilando suas burcas da Prada (sim, isso existe). Dubai tem história e cultura própria e lá os relacionamentos são pessoais. Parte dessa riqueza cultural – que resistiu, embora ofuscada pelo brilho do ouro nos olhos dos seus habitantes – encontra-se no Centro Antigo. O passeio pelo Bastakiya, bairro tradicional, leva a tradicionais casas árabes com aspecto roots, “embora tenham sido restauradas para parecerem assim, já que, na verdade, muito da arquitetura típica se perdeu”, como conta o fotógrafo desta matéria Esam Hassanyeh.
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À moda antiga, mas nem tanto: no mercado de Deira, paquistaneses e indianos vendem peças “made in China”
Se tiver a fim de espairecer e sair do frenético ritmo da cidade, o Creek, rio que atravessa o coração da velha Dubai, é uma boa opção. Além de tranquilas, suas águas ajudam a contar a história do mercantilismo dubaiano. Bem cultural. E por falar em cultura não transformada em petrodólares patrocinados por turistas russos (ou seria lavagem de dinheiro?), é indispensável reservar um tempo para percorrer o Museu Dubai: com objetos e explicações que repassam os fatos históricos do emirado e uma vista privilegiada para o forte Al-Fahidi, construído em 1799. E, como é impossível fugir do desejo
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NA PARTE MAIS ANTIGA, NÃO HÁ ENGARRAFAMENTO, PRÉDIOS ALTOS, MULHERES DESFILANDO SUAS BURCAS PRADA
Muito da arquitetura tĂpica se perdeu, mas as casas da vizinhança Bastakiya foram restauradas para exibir o aspecto roots
de fazer compras, esqueça os ostensivos shoppings e vá aos souks (mercados árabes) de Deira. Localizado no coração da antiga Dubai, o bairro abrange vários bazares vendendo tudo o que um souk tradicional vende: esculturas artesanais, especiarias, tapeçaria, tecidos de todas as cores e ouro, muito ouro. Também com ofertas “made in China”. Esse é meu lugar favorito de Dubai, onde ainda há contato com as pessoas locais — embora indianos e paquistaneses também marquem presença massiva, como . Mantenha seu poder de negociação em alta. Será preciso. Essa é a Dubai que quis conhecer e recomendo. Não a das capas de revistas, mas a tradicional, cultural, artística, que conserva ainda sorrisos sinceros pelas ruas. Foi explorando-a que descobri as raízes que fazem a Dubai moderna mais interessante. À primeira vista, pode não parecer, mas o contemporâneo convive com o antigo ali. É só procurar.
À PRIMEIRA VISTA, PODE NÃO PARECER, MAS O CONTEMPORÂNEO CONVIVE COM O ANTIGO ALI. É SÓ PROCURAR
ENSAIO
Hora rush
do
Rostos na multidão do metrô de Tóquio
por Sabrina Abreu fotos Michael Wolf/Laif/Other Images
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Michael Wolf nasceu na Alemanha, cresceu no Canadá e nos Estados Unidos, mas ficou conhecido por capturar imagens, especialmente, na Ásia. Tokyo Compression é a série realizada por ele na metrópole japonesa, escolhida por ser “uma das cidades mais rápidas do mundo, com metrôs entre os mais cheios e pessoas tão orientadas para o futuro, com os gadgets e a tecnologia”, como conta Michael. Durante 30 dias, o fotógrafo se posicionou em plataformas de uma mesma estação de metrô, entre 7h e 8h45, e registrou os rostos de homens e mulheres, dentro dos vagões, no horário mais corrido do dia. Apesar da situação desconfortável, as imagens revelam serenidade. Uma delicadeza tipicamente oriental.
QUEM É fotos Carlos Hauck, Carol Vargas e Romerson Araújo
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COLUNA
#FalaNaFrente MARCO AURÉLIO PRATES
FRENTE DIGITAL O PROGRAMA DOS ARTISTAS INDEPENDENTES
< HENRIQUE PORTUGAL >
produtor e tecladista da banda Skank twitter.com/ programafrente
O rap no Brasil sempre foi um estilo marginalizado e com pouca força de apoio da mídia. Hoje, o cenário está mudando. A que você atribuiu essa mudança? O rap tem tido uma maior aceitação de público por processos que ajudaram a popularizar o estilo no país, trabalhos como Racionais, Gabriel o Pensador, Marcelo D2. As pessoas passaram a compreender melhor o que é a proposta do rap e do hip hop hoje. Como é a cena do rap hoje em Minas Gerais e no Brasil? Bastante diversificada. Há trabalhos no contexto do rap em vários estilos, como o Retrato Radical, que existe há 20 anos e tem um projeto mais voltado para a periferia, ou o Gurila Mangani, o Renegado, com uma veia mais urbana. O que acontece em BH reflete o que é o rap no país, que é marcado pela diversidade. É uma cena rica e crescente em termos de estilo.
Dicas de Cds
SMS Envie Frente para 49810 e receba diariamente notícias sobre o cenário independente brasileiro
Artista: Marcelo Jeneci Disco: Feito pra acabar Selo: SLAP Ano: 2010
Artista: Jair Naves Disco: Araguari Selo: Travolta Discos Ano: 2010
Artista: Violins Disco: Greve das navalhas Selo: Monstro Discos Ano: 2010
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fale com ele: contato@frentedigital.com.br
Lançado em 2008, o disco No foco do caos teve boa aceitação por parte de público e crítica. Como foi gravar e trabalhar esse disco e quais serão os próximos passos? Ele foi feito totalmente independente e temos muito orgulho dele. Foi produzido pelo Sérgio Giffoni, que é o DJ da banda, e foi gravado em seu estúdio. Rolou uma repercussão interessante, mas quando o lançamos não sabíamos exatamente como trabalhar um disco. O próximo será um EP com quatro faixas, que mostrará o que temos feito nos últimos anos. Ele terá o papel de mostrar a maturidade musical que alcançamos.
Qual é a da música Cama nasceu em junho de 2008, logo após o lançamento do Pareço moderno. Acordei depois de uma noite em que discotequei, peguei o violão e a música veio, com o refrão em primeiro lugar. Comecei a gravar tudo e durante o dia fui fechando a letra e o arranjo. Na madrugada do mesmo dia, estava com ela totalmente pronta. Não demorou muito e Cama entrou no nosso show em novembro de 2008, mas só a lançamos em 2010. Gosto muito dessa canção e me emociono toda vez que a tocamos nos shows. EDU MORAES
WÉBER PÁDUA
O rap em foco. Falando com o Frente, Roger Deff, da banda mineira Julgamento;
Há pouco tempo não se via banda de rap em festivais onde predominam o rock e o indie rock e hoje vocês já se apresentam nesses festivais. Como é dividir o palco e o espaço com bandas de outros gêneros? Sou a favor do estabelecimento do diálogo com outras vertentes musicais, culturais. O barato do festival é essa diversidade de tons. Ir para ver uma banda de rock e acabar vendo uma de rap ou samba pode ser interessante. Essa multiplicidade é muito importante.
Música: Cama Composição: Tatá Aeroplano Banda: Cérebro Eletrônico Disco: Deus e o diabo no liquidificador Chore seu sorriso louco Vista sua delicadeza Sinta seu corpo em chamas Se eu lhe chamar Bote um padê poderoso Cante uma canção do Cohen Trague comigo essa ponta e vamos delirar Que eu só saio dessa cama Que eu só saio dessa cama Que eu só saio dessa cama Quando você me disser Decidida Que me ama Dispa-se delicadamente Diz para mim o que pega Não se apegue ao passado Se eu decidir ficar Sonhe com algo bacana Faça de conta que vai tudo bem Leia minha mão O futuro há de nos pertencer Ó, mulher! Não vou mais lhe dizer Que eu quero, quero, quero só você
COLUNA
A MÚSICA
e o tema Lembrando
o FUTURO por Kiko Ferreira
Gil Rodrigues/Esp. Aqui BH-DA Press
Nana Moraes/Divulgação
Adriana Partimpim, de Adriana Calcanhoto, e Cê, de Caetano Veloso, estão na lista dos melhores discos dos anos 2000
Dia desses me pediram uma lista dos cinco melhores discos brasileiros dos anos 2000. O prazo de pesquisa era curto e me vieram à cabeça discos que ajudaram a definir a sonoridade da primeira década desse futuro sem bug de milênio: Ventura e Bloco do eu sozinho, do Los Hermanos; Máquina de escrever música, do Moreno + 2; Jet samba, do Marcos Valle; À procura da batida perfeita, do Marcelo D2; o primeiro e melhor do Seu Jorge, Samba esporte fino; Mallu Magalhães, mais pelo hype do que pela música; Orchestra Klaxon, do Max de Castro, simbolizando a turma da gravadora Trama; Tribalistas, por reunir três bambas do pop, Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes; Achados e perdidos, do Curumim; Método tufo de experiências, do Cidadão Instigado; Cine baronesa, do Guinga; Carioca, do Chico Buarque, representando a resistência da MPB tradicional; o primeiro da Céu; as estreias de Vanguart e Mombojó, dignos representantes da geração Abrafin, dos festivais independentes; e algum de Bebel Gilberto, Tom Zé e Bossacucanova, que recolocaram a música brasileira no planeta, ao lado do Cansei de ser sexy. Com exceção do Marcos Valle, do Chico e do Guinga, todos os outros discos são difíceis de ouvir inteiros, da primeira à última faixa. Tem sempre uma barriga, duas ou três faixas que não precisavam estar ali. Enfim, não funcionam como álbuns. Para fazer a lista dos cinco melhores, que, na verdade, fechei em seis, nenhum deles entrou. A relação final ficou com Ouro negro (Moacir Santos), Adriana Partimpim (Adriana Calcanhotto), Slow motion bossa nova (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos), Meu tempo é hoje ou Acústico MTV (Paulinho da Viola), Cê (Caetano Veloso) e Cosmotron (Skank). Todos os artistas de antes dos anos 1990 — exceto o quarteto mineiro, quando o disco funcionava como um conjunto de músicas com um conceito e um ritmo. Justificando: Moacir Santos foi — morreu recentemente — um gênio. Morou nos Estados Unidos por muitos anos e maravilhou ins-
trumentistas do mundo inteiro com sua música densa, com orquestrações sofisticadas e muito suingue. Com o codinome de Adriana Partimpim, Adriana Calcanhotto mudou a concepção de disco infantil. Já Celso Fonseca, que foi guitarrista das bandas de Gil e Caetano, mostrou que aprendeu as lições dos mestres e fez uma música sofisticada e, ao mesmo tempo, comercial. O Japão adorou. Os vendedores de sandália também. Mestre Paulinho da Viola, numa época em que o samba volta a ser moda entre muitos jovens ouvintes, dá aula de samba feito com arte e sabedoria. Já Caetano, Zelig (procurem no Google) musical, se reinventou pela milésima vez e juntou um(a) bando(a) de jovens músicos para adequar suas músicas a tempos minimalistas. E, por último, o Skank. Depois do encontro com Lô Borges, Samuel Rosa sofisticou seu jeito de compor e levou a banda junto. Cosmotron é a continuação natural de Maquinarama e eleva, em muitos graus, a música da banda mineira. O tema da coluna deste mês é o futuro da música. Por isso, comecei com toda essa conversa. Apesar do vinil estar de volta e de muita gente ainda gostar de comprar e ouvir CDs inteiros, a época é de baixar música, ouvir em dispositivos com qualidade de som duvidosa, sem prestar atenção aos nomes de músicas, artistas ou autores, a não ser que o candidato a astro esteja em uma de suas listas de redes sociais. Talvez, o futuro aponte para o fim do CD como conceito de reunião de músicas que retratem uma fase ou uma época na vida de um artista. E, com ele, ou com sua ausência, uma terra de ninguém própria dos tempos de internet, em que fama nem sempre tem a ver com talento. Ou de um tempo no qual a predominância de fenômenos virtuais, como a cantora japonesa Hatsune Miku, que faz concorridos shows holográficos para plateias reais, ou o Gorillaz, versão moderna de Josie and the Pussycats e The Archies — seja ainda mais comum. Afinal, cada vez mais, como ironizava aquele comercial, o que vale é a imagem.
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CULTURA
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NOAH/DIVULGAÇÃO
Livre
por Izabella Figueiredo
Ele já havia dropado incontáveis ondas mil quando, beirando os 30 anos, descobriu que cantar e compor fazia parte de suas habilidades “comecei tarde porque nunca imaginei que poderia cantar antes de conhecer a minha esposa”. Hoje, o californiano Donavon Frankenreiter, aos 38 anos, dois filhos e quatro discos gravados, continua prezando a mesma liberdade que tinha quando era apenas um surfista despretensioso: “Ser livre é fazer o que seu coração e alma mandam”, reflete o autor do sucesso Free. Embora surf music seja o estilo ao qual o som de Donavon mais se aproximaria, este mesmo se recusa a rotular seu trabalho “o que faço é música. Chame do que quiser”, diz se esquivando de comparações. A mesma ideia de ser alforriado de maiores compromissos com o mundo se estende para os outros campos. O último álbum Glow foi gravado por seu próprio selo, o Liquid Tambourine Records “gravo pelo meu selo e o Independent Label Group distribue para mim. É um combo magnífico”, comenta o californiano que também tem um bar e restaurante com seu nome em Maui no Havaí, o Donavon Frankenreiter Margarita. “Vale a visita”, ele convida.
Surfista Freestyle e músico independente: o compromisso de Donavon Frankenreiter é consigo mesmo
< Olha isto > Fotos do camarote Ragga no show do Donavon em BH: revistaragga.com.br
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RAGGA modelo Iasmim Leão fotos Carlos Hauck
Para francês ver por Carlos Hauck
Não é a primeira vez que fotografo Iasmim. Enquanto espero no carro, ela me aparece linda — como era de se esperar —, esbanjando o sorriso que caracteriza seu jeito bem-humorado e divertido. Vamos a caminho da locação ao som da banda francesa Phoenix e, claro, de sua voz suave, delicada. Iasmim tem um jeito de menina meiga, mas assim que os cliques começam ela se mostra uma bela mulher e deixa claro que as lentes a amam. A modelo confessa que prefere o lado esquerdo do rosto, entretanto fico até sem saber de qual gosto mais. Nascida em Entre Rios de Minas, mudou-se para Belo Horizonte aos 17 anos, quando entrou no curso de Moda. Hoje, já pensa um pouco no futuro e pretende trabalhar com estamparia, produção ou fotografia. Esta última é uma paixão tanto na frente das lentes como por trás, mesmo como amadora. Adora escutar música — principalmente Pink Floyd, sua banda preferida —, ficar junto com a família e, sempre que pode, visitar sua cidade natal. Se fosse escolher um lugar para conhecer, ela não pensa duas vezes: França, para poder ver de perto a moda parisiense. E, certamente, os franceses poderão admirar a bela Iasmim bem de perto.
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MODELO Iasmim Le達o FOTO Carlos Hauck MAQUIAGEM Iasmim Le達o
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
CONSUMO
CARLOS HAUCK
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Eu Futuro por Frederico Bottrel
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Para prever o futuro, em matéria de gadgets e tecnologia, não é preciso uma conexão especial com o mundo espiritual ou conhecimentos esotéricos. Muito do que vai povoar as prateleiras nos próximos anos é tendência hoje. Além dos aparelhinhos turbinados, vale prestar atenção em como o futuro imaginado no passado marca presença moderninha em muitos desses brinquedos: o R2D2 e o Exterminador do futuro estão aí, para não deixar a gente mentir.
1. < Melhor prevenir >
Com a camada de ozônio indo para o buraco, se a ideia é aproveitar bem o futuro, não é bom dar bobeira. O bloqueador solar filtro 100 da Photoderm dá uma mãozinha: tem fotoprotetores diretos (são filtros dos raios UVA e UVB) formulados com base reestruturante. Tudo num mega esforço antienvelhecimento. É resistente à água e footestável. Para fugir do botox mais tarde. R$ 102 araujo.com.br
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2. < Projeta com o R2 > Um dos mais simpáticos robozinhos do cinema, o R2D2, virou projetor. Em vez daquela caixinha sem-graça-de-sempre, ele é cópia fiel do personagem dos clássicos futuristas de George Lucas. Pesa 10 quilos, lê DVDs e reproduz arquivos como DivX e mp4, formatos populares de vídeos na internet. Tem também doca para iPod. A partir de US$ 2,5 mil tinyurl.com/5vatyc
3. < Na dúvida, os dois >
Enquanto o pessoal não decide se os tablets vão acabar com os notebooks, o espertinho Tablet Transformer, da Asus, dá um golpe de versatilidade e mostra que é possível ser as duas coisas. Com articulações na tela, é só girar tudo para usar o teclado físico, ou se jogar na tela sensível ao toque, se for o caso. Chega em abril. US$ 400 asus.com
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4. < Kinect para pular > Para fazer esquecer de tapetes, controles ou outros "intermediários" entre você e os games, o Kinect é o sensor de movimento para X-Box 360. Com o brinquedo, você é o controle. Os movimentos do corpo são interpretados em comandos para o jogo. Dá para se sentir em Minority Report. A partir de R$ 500, o sensor. O X-Box custa, pelo menos, R$ 1 mil xbox.com/pt-br/kinect
5. < Azulão >
6. < Exterminador vintage >
Se a viagem de James Cameron estava correta, os avatares vão ser azuis com tranças psicodélicas no futuro. Se o chá que ele tomou estava estragado, ao menos as figuras criadas para o filme são ricas em detalhes e propõem divertido jogo: cada uma vem com um cartão para registro no portal.avataritag.com. Com ele, é possível mergulhar num universo de realidade aumentada, e jogar com os personagens do filme. R$ 20 americanas.com.br
Agora que não é mais governador da Califórnia, Arnold Schwarnegger planeja sua volta aos cinemas, mas dificilmente vai superar o sucesso que alcançou em O Exterminador do Futuro. O ciborgue mauzão e seus companheiros são bonecos que não saem das prateleiras. Este aqui, o T-600 da Hot Toys, tem luz nos olhos, uma metralhadora e uma maleta para munição nas costas. R$ 720 fnac.com.br
comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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ON THE ROAD < rio de janeiro >
TOMA ROQUE por Bernardo Biagioni
Rio de Janeiro além do que se vê
Let me be your everlasting light, e aqui estamos todos ondulados, nossos fios de cabelo juntos no vento, Ponte Rio Niterói, 557 carros acelerando além dos marcadores de velocidade acesos no painel. “Esse tá fazendo”, alguém diz, no banco de trás, cuidando pouco para que as cinzas não atropelem o tecido frágil do banco. “Quantas vezes passamos aqui hoje?”, eu pergunto. Talvez alguém tenha me respondido, e logo a Marcela volta a pincelar o cigarro na janela, voa tudo nos meus olhos, e eu fico ali só sorrindo, subindo e descendo a mão direita pela maresia. No empório, parei de me preocupar , um barzinho encostado na rua que beira a praia em Ipanema. “Só toca rock”, diz o garçom. E está mesmo tocando Franz Ferdinand logo depois de um... Guns 'n' Roses. Ninguém parece muito se preocupar com o DJ que está lá trás do balcão com os olhos espancados, folheando devagar os discos que gravou hoje
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cedo antes de sair para a praia. Bastou dois chopes com groselha para eu esquecer de vez de polícia, de traficante, da lei, do caos e vice-versa. Não demorei muito a aceitar o convite de “Conhecer a Prainha” que alguém da mesa soltou antes de eu pedir para a garçonete Amanda fechar a conta. É diferente estar no Rio de Janeiro agora, depois de dois ou três anos sem pisar nas ondas azuis da calçada de Copacabana, sem sentir o cheiro de madeira e história do Centro e sem andar pela Lapa e conseguir ficar perdido entre um quarteirão e outro. Talvez isso esteja acontecendo por conta destas companhias: duas cariocas de vinte e poucos anos que nunca foram sequer roubadas na porta da escola. “Nem nunca vimos o BOPE”, garantem. E elas têm a pele daquela cor assim meio dourada, que parece que brilha, que parece que queima, que parece muito mais transparente do que a água da Baía de Guanabara. Ou talvez seja tudo culpa d'O Sentimento, do verão e deste disco novo do Black Keys, que faz a gente querer dirigir para sempre até onde a estrada não tenha mais fim. Ontem, saímos sem direção e fomos parar no Pista 3, receitado algumas vezes por um velho amigo como “uma das opções de balada indie do Rio”. Encontramos, lá dentro, a banda local Sobrado 112, que mistura samba com polca, com reggae, com maconha, com café e com doze ou treze loiras falsas bronzeadas que dançam seus sapatinhos modernos pelo espaço sujo e escuro. Acontece que é verão e não há almas que não queimem no verão. “Nosso corpo é quase inteiro feito de água. E o que acontece com a água quando ela ferve?”, pergunta Camille, uma das guias cariocas que nos leva pelo Litoral. É ela que está agora ao meu lado, acelerando o carro a 140km/h por cima da Ponte Rio Niterói. Parece que, para ela, o mundo inteiro ainda não está rápido o bastante para viver de verdade. Camille corta cinco carros em uma curva só, os dedos deslizam pelo volante com uma suavidade que somente quem dirige no Rio (ou na Índia) pode entender como é. “Olha pra mim se posso ir”, me pede. Mas sem ouvir a
resposta já está pegando a marginal à direita, sentido Linha Amarela, sentido Barra, sentido Prainha, sem nada fazer sentido nenhum. Prainha é o paraíso na terra encostado nas pedras gigantes do Rio, um filete esticado de praia a 40 minutos do Centro, sem prédios, sem asfalto bacana, sem construções, com apenas dois quiosques pequenos que não vendem muito mais do que água de coco, queijo quente e seda de fumo. “É a praia dos surfistas”, esclarece a tia do balcão, uma carioca sorridente que não se incomoda com os quarenta e tantos graus que desce escorrendo em suor pela Serra. E logo alguém inventa de subir a Serra. E lá vamos nós todos de novo, juntos e separados, cortando a montanha a pé por uma trilha de terra inclinada. Tem lama e caos no caminho. “Caralho! Uma cobra!”, Marcela grita. Porém, todo mundo continua, porque é verão e a gente tem mesmo é que continuar se quisermos chegar em algum lugar que não seja no chão, com os pés no chão. Lá em cima, a vista se perde onde se perde o mar, “onde dormem os marinheiros”, diz alguém. E os nossos olhos estão mergulhando no horizonte lá do fundo, na margem que se vê do mundo. Estamos, enfim, no topo, no nosso topo do Rio, silenciando com os nossos pensamentos particulares e enxergando tudo, enxergando além, e vendo sem esforço o que esperamos para o futuro. “Viver”’, escuto. E é viver sem ter nenhum porto seguro.
Talvez seja por conta destas companhias: duas cariocas de vinte e poucos, daquela cor assim meio dourada, que parece que brilha, que parece que queima, que parece muito mais transparente do que a água da Baía de Guanabara
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ON THE ROAD < rio de janeiro >
RIO WE GO Tudo que sobra é o futuro
Bernardo B. @Ponte Rio-Niteroi (Ponte Pres. Costa e Silva - RJ) at 04:20am Tip: Se passar alguma coisa do seu lado a 150km/h, relaxe: é só um Uno 1997 voltando para casa.
Oi, estou na India.
STOCK.XCHNG
galeria de fotos Bernardo Biagioni Fernando Biagioni Gregorio Kuwada
Bernardo B. @Pier Maua Fashion (Rio de Janeiro - RJ) at 07:54pm Tip: Você também não sabe como veio parar aqui?
Acho que tô mal vestido #fashionrio
Bernardo B. @Pista 3 (Rio de Janeiro - RJ) at 01:10am
Sobrado 112. “Ska a noite inteira”, tão dizendo aqui.
Bernardo B. @Ponte Rio-Niteroi (Ponte Pres. Costa e Silva - RJ) at 10:20am
Partiu tomar caldos na Prainha.
Bernardo B. @Prainha (Rio de Janeiro - RJ) at 11:30am
Bernardo B. @Mirante Da Prainha (Rio de Janeiro - RJ) at 04:20pm Tip: Cerca de 30 minutos de trilha. Apareceram umas cobras no caminho, mas nada assustador. Vale a pena arriscar! < Olha isto > Navegue por esta matéria em revistaragga.com.br
FUTURO
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Guerra e paz
Tuiteiros do Morro do AlemĂŁo aproveitam os dias de sossego, sem esquecer que hĂĄ mais batalhas a serem vencidas
por PatrĂcia Duarte fotos Pedro Kirilos
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Rene ficou conhecido por ser editorchefe do jornal Voz da Comunidade. Abaixo, com os companheiros de redação Jackson (repórter), Gabriela (redatora) e Débora (repórter)
O futuro já começou para Rene Silva Santos, de 17 anos, Igor Santos, de 15, Jackson Alves, de 14, Gabriela Santos, de 13, e Débora Mendes, de 11. Os “Tuiteiros do Complexo do Alemão”, que se destacaram na cobertura jornalística da maior operação policial do Rio de Janeiro — a tomada do conjunto de favelas pelas forças de segurança, em novembro de 2010 —, já vivem uma nova era dentro da comunidade. Mudanças que podem ser percebidas nos tweets de cada um. No lugar de notícias sobre o confronto entre policiais e traficantes, sugestões culturais para os internautas da região: como uma ida ao cinema de Nova Brasília, para assistir ao filme Desenrola. O CineCarioca, instalado em Nova Brasília, uma das 13 favelas do Complexo do Alemão, é a primeira sala de projeções instalada numa favela da cidade. Entre 23 de dezembro do ano passado, data da inauguração, e 5 de janeiro, 85% de ocupação (equivalente a 3.766 ingressos vendidos), número duas vezes maior do que a ocupação média das salas de cinema nacionais, que é de 40%. Rene e seus amigos, antes da pacificação, tinham medo de sair à noite e eram poucas opções de lazer dentro da comunidade. Segundo a Riofilme, distribuidora de produções da prefeitura da capital fluminense, 95% dos moradores do Complexo nunca havia assistido a um filme na telona, antes da instalação da nova sala. A opção mais próxima dos milhares de habitantes da comunidade era descer ao asfalto, até as salas dos shoppings da Zona Norte carioca. Distante dos morros e com preços que chegavam a R$ 24, a sétima arte realmente não era a melhor pedida para a galera. Agora, porém, quem vai ao CineCarioca paga R$ 4 pelo ingresso da sessão, não gasta muito tempo para chegar e ainda assiste filmes em 3D. Um dos moradores mais populares do Alemão, Rene Silva colhe os frutos do seu trabalho nesses novos tempos de paz. Ele está prestes a realizar seu maior sonho: cursar a faculdade de jornalismo. Tal objetivo, agora, depende só dele, pois a Universidade Estácio de Sá destinou cinco bolsas de estudos a toda a equipe da Voz da Comunidade, jornal comunitário do qual Rene é fundador e editor-chefe. Tudo começou há cinco anos, quando ele passou a colaborar no jornalzinho da escola em que estudava. Nessa época, com 11 anos, não tinha computador e nem sabia navegar na web. Mas gostou tanto da experiência no grêmio escolar, que teve a ideia de criar um informativo para os moradores do Morro do Adeus, onde reside. Ele sentia falta de um canal por meio do qual seus vizinhos pudessem expor os problemas que viviam dentro da comunidade. Atualmente, o jornal tem circulação mensal e conta com o patrocínio de uma operadora de telefonia italiana. A partir deste mês, o periódico terá uma tiragem de cinco mil exemplares, mais do que o dobro das anteriores, passando a alcançar todo o Complexo do Alemão. Entre os planos do editor-chefe está a criação da TV Voz da Comunidade e de um portal de notícias do Alemão. Na parceria Enquanto o diploma não vem, Rene segue bombando. Por meio do perfil @vozdacomunidade, leio vários tweets disparados do seu i-Phone, diretamente da Campus Party, maior
É CEDO PARA DIZER QUE O COMPLEXO ESTÁ PACIFICADO. ENQUANTO ESCREVO ESTA MATÉRIA, RENE INFORMA: “TRÁFICO VOLTA AO COMPLEXO DO ALEMÃO, DIZ EXÉRCITO” evento de inovação tecnológica, internet e entretenimento eletrônico em redes do mundo, realizado em São Paulo — o adolescente é um dos maiores destaques do encontro. Outra prova de reconhecimento foi o prêmio Faz a Diferença, que recebeu do jornal O Globo, na categoria Megazine, que reconhece o empenho de jovens talentos. “Fiquei muito feliz por concorrer a um prêmio tão importante. Foi aí que percebi que o meu trabalho está dando resultado”, afirma o adolescente, órfão de pai, que vive com a mãe e os irmãos na casa dos avós. Para o coordenador do grupo AfroReggae, José Júnior, Rene Silva é um grande talento e um exemplo para o futuro da região. “O trabalho desse jovem é fundamental pela inovação e empreendedorismo que focam a comunidade, mostrando suas qualidades e suas mazelas da região”, acredita. Rene atribui a boa repercussão da Voz da Comunidade ao apoio de pessoas famosas, como o jornalista Marcelo Tas, a autora de novelas Glória Perez e a atriz Fernanda Paes Leme, seguidores que divulgavam em seus perfis no Twitter o que era postado por ele e seus amigos, na época da tomada do morro. Glória já conhecia o trabalho de Rene antes de ele ficar famoso. “A Voz da Comunidade é o que o nome diz: a realidade local retratada pelas pessoas que a vivem, diretamente, sem intermediários, sem intérpretes. É do ponto de vista do jornal, da sensibilidade dos seus pequenos jornalistas, que nós vamos poder acompanhar a inclusão do Complexo do Alemão na cidadania”, acredita a dramaturga, orgulhosa por ocupar o posto de madrinha do periódico. Já o programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo, presenteou a turma do jornal com uma redação toda equipada. Antes, a equipe trabalhava na sala da casa dos avós de Rene. Atualmente, o Complexo do Alemão está ocupado pelas tropas do Exército e por policiais militares. A região, que até pouco tempo era dominada pelos bandidos mais perigosos do Rio, vive tempos mais calmos. Mas é cedo para dizer que o Conjunto de Favelas do Alemão está totalmente pacificado. Enquanto escrevo esta matéria, recebo um tweet do perfil de Rene (@Rene_Silva_RJ), que informa: “Tráfico volta ao Complexo do Alemão, diz Exército”. No início de janeiro, documentos confidenciais do Centro de Inteligência do Exército (CIE) apontaram que o comércio ilegal de drogas voltou a ser praticado no local. O comando da Força de Pacificação também já admite a presença de uma espécie peculiar de traficantes, conhecida como “formiguinhas”, criminosos que não têm passagem pela polícia, nas comunidades do complexo e na vizinha Vila Cruzeiro. Os repórteres do Alemão apuram o caso, agora mesmo. Informações devem aparecer nos próximos números do jornal ou, todos os dias, no Twitter. comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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AUMENTA O SOM
FOTOS: DIVULGAÇÃO
los fãs de quadrinhos) ganha o rosto de Ryan Reynolds e um filme para toda a família. Estreia 17/6
O homem do futuro
As aventuras de Tintim
por Renné França Ano novo, filmes novos. Aqui estão 10 produções de cinema que podem fazer — e muito — o preço do ingresso valer a pena neste 2011.
Your highness Natalie Portman e Zooey Deschanel em uma comédia passada na Idade Média e que tem James Franco em uma jornada contra um maligno feiticeiro. Estreia 26/8 Se beber não case 2 A turma do filme original agora vai para a Tailândia, com direito a participação especial do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Estreia 27/5
A árvore da vida O cultuado Terrence Malick conta a história da humanidade do Big Bang ao fim dos tempos. Com Brad Pitt e Sean Penn. Estreia 1/7
O homem do futuro Comédia em que Wagner Moura faz um cientista que volta ao passado para reconquistar a Alinne Moraes. Estreia 2/9
A dangerous method David Cronenberg dirige Viggo Mortensen vivendo Freud. E ainda tem Keira Knightley como uma paciente de Jung. Estreia 4/11
As aventuras de Tintim – O segredo do Licorne Steven Spielberg e Peter Jackson juntos adaptando o clássico personagem de quadrinhos. Tudo em motion capture e 3D. Estreia 11/11
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 O último capítulo da saga promete mortes, clima sombrio e a maior batalha de varinhas mágicas de toda a série. Estreia 15/7
A iInvenção de Hugo Cabret Martin Scorsese faz um filme infantil em 3D, passado na Paris do início do século XX e que tem Sacha Baron Cohen (Borat) e... robôs! Estreia: 9/12.
Lanterna Verde O herói pouco conhecido pelo grande público (mas adorado pe-
Você encontra mais sobre os filmes em: pilulapop.com.br
Prata DA CASA
Chakal
DIVULGAÇÃO
por Lucas Buzatti
O Prata da Casa abre espaço para um pesado elemento da música mineira: o metal. Berço do gênero no Brasil, na década de 1980, BH foi muito além do Sepultura e deu cria a baluartes da música pesada como WitchHammer, Sarcófago, Overdose e, é claro, o Chakal. Veteranos da cena, a banda, formada em 1985, gravou clássicos como The man is his own Jackal, Abominable Anno Domini e Demon King. O thrash metal dos riffs agressivos de Mark, da bateria acelerada de Wiz, dos temas de terror e do vocal sujo de Korg permeia toda a discografia e marca, também, o novo álbum, que sai este ano. "O disco é mais do mesmo, mas é um mesmo melhor. O Chakal nunca esteve tão maduro", conta o vocalista, ressaltando que a mudança tange a técnica, não o conteúdo. "Serão melhores músicas, com melhor gravação, mas um disco de metal. É isso que fazemos. O Chakal é uma entidade que, quando chamada para aparecer, não dá opção, é como um lobisomem: ou você corre, ou morre."
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Thor Mais uma adaptação de quadrinhos. O trágico deus do trovão será dirigido pelo shakespeariano Kenneth Branagh. Estreia 29/4
Olha isto: myspace.com/chakalbr
Saia da garagem! Convença-nos de que vale a pena gastar papel e tinta com sua banda. Envie um e-mail para redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br com fotos, músicas em MP3 e a sua história.
T0P # 10
CULTURA POP INTERATIVA 1) Guilherme de Pádua
Era um galã da novela das 8 que, na vida real, matou a mocinha. Converteu-se. Os pecados podem ser perdoados. Mas a carreira de ator já era.
2) Rubens Ricúpero
O então ministro da Fazenda, que se parecia com Mr. Burns, dos Simpsons, se preparava para uma entrevista, quando declarou: "Não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". Por acidente, a afirmação vazou para todo o país. Ele renunciou ao cargo.
fizeram com que ela assinasse outros contratos, ainda melhores. Está mais rica, mais bonita. Será que também mais viciada em pó? Ah, quem se importa?
10) Dado Dolabella
Frequentador contumaz do nosso TOP 10. Mesmo após despedaçar o coração de Wanessa (ex-Camargo), brigar com João Gordo, agredir Luana Piovani e uma sexagenária, conseguiu vencer um reality show. Depois, foi acusado de violência doméstica contra outra mulher. Haverá segunda — ou quinta, sexta — chance para ele?
3) Susana Vieira
Eis aqui dez clássicos casos de gente que jogou o futuro na lata do lixo. Alguns deram a volta por cima, outros não acharam o caminho da reciclagem. Nós perguntamos: qual dos candidatos desperdiçou mais oportunidades?
AP Photo-Indepedent Counsel
Desperdício
Até o fechamento dessa edição, o último vexame da atriz foi exibir os mamilos amarronzados no Faustão. Abdicou das novelas em favor dos reality shows.
4) Dunga
Não levou Neymar e Ganso para a Copa. Ofendeu 955 vezes os jornalistas presentes nas coletivas. Perdeu a Copa. Foi demitido pelo telefone.
5) Fernando Vanucci
Ficou na geladeira da Rede Globo por aparecer em rede nacional comendo biscoito na hora de apresentar o jornal esportivo. Ganhou 2 milhões de reais de indenização e está no ar noutra emissora. Qual mesmo?
6) Boris Casoy
Falou mal de garis, varredores de rua, que trabalham geralmente sorrindo. Isso foi uma vergonha!
7) Rafael, do Polegar
O único registro de que se tem notícia de um ex-famoso que tenha engolido pilhas é dele. Depois dessa, Rafael deixou de ser convidado para aparecer até nos programas de Gugu Liberato — assumido fã e apoiador de boy-bands.
8) Nelsinho Piquet
Em 2009, o atleta se envolveu, propositalmente, num acidente para ajudar Fernando Alonso, então companheiro de equipe na Renault. Desde então, saiu da Fórmula 1. E o pior: só Nelson, o pai, notou a ausência.
9) Kate Moss
Depois de ser flagrada por fotógrafos com o nariz na farinha, a supermodelo teve contratos cancelados. Mas reações de amigos, como Steve McQueen (de saudosa memória),
Último ranking >>Escândalos Como em janeiro, nossa edição foi dedica apenas às fotos, demorou para sair o resultado da enquete sobre os escândalos americanos (Ragga #44). Mas chegou a hora. And the winner is... .
1) Bill Clinton e a estagiária da Casa Branca – 40% Nos Estados Unidos, o nome de Monica Lewinsky virou sinônimo de boquete. E é por estender o léxico e a imaginação popular que ela e Mr. Presidente ocupam o primeiro lugar do pódio. 2) Caso Watergate – 25,88% Se jornalistas investigativos não tivessem descoberto aquelas escutas telefônicas, Nixon não teria saído da presidência. E pior: o livro e o filme, Todos os homens do Presidente, não teriam sido lançados. Merece a prata. 3) Demi Lovato, Lindsay Lohan e cia. – 9,41% O terceiro lugar foi reservado para as celebridades que atravessam momentos difíceis e estão internadas por estresse. E apenas por estresse (longe de nós pensar que seres tão angelicais têm qualquer vício).
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FUTURO
Com o gás todo
por Alex Capella ilustração Leonardo Freitas
Cidade mineira se transforma em cemitério das geladeiras, para, mais tarde, ajudar a frear o aquecimento global
existam no Brasil cerca de 20 milhões de geladeiras à base de CFC — boa parte jogada em algum lixão, prestes a liberar os gases nocivos ao meio ambiente. “O país precisa dar a destinação correta a desses equipamentos antigos. Muitos acabam parando em aterros e lixões, com o escape dos gases para o ambiente. Se esse gás todo fosse liberado ao mesmo tempo, resultaria num grande desastre ambiental”, alerta Pablo Magalhães, diretor executivo da Revert Brasil. A empresa terá capacidade para fazer o processamento de 450 mil geladeiras por ano, a partir de 2013. O maquinário que realiza a transformação das geladeiras veio da Alemanha, país que encabeça as discussões sobre a preservação do planeta. A fábrica deu início às operações em Minas Gerais com 12 mil geladeiras para serem recicladas, a maioria proveniente dos programas de troca de refrigeradores gerenciados por concessionários de energia elétrica, como a Cemig. O Governo Federal quer reciclar dez milhões de geladeiras do tempo das vovós. “É um trabalho que tende a ser economicamente viável, apesar do alto custo de implantação. Mas você ganha, em grande escala, com os resíduos que são vendidos como sucata e com a geração de créditos de carbono”, explica o executivo.
O GOVERNO FEDERAL QUER RECICLAR DEZ MILHÕES DE GELADEIRAS DO TEMPO DA VOVÓ. EM CAREAÇU, SERÃO 450 MIL, POR ANO REVERT BRASIL/DIVULGAÇÃO
Quem entra no casario simples da pequena Careaçu não imagina que o município do Sul de Minas tenha duas geladeiras para cada um de seus seis mil habitantes. Também, não poderia ser diferente. Afinal, na maior parte das casas da cidade, que ganhou as páginas dos jornais este ano em função dos estragos provocados pelas chuvas, o equipamento ainda é artigo de luxo. Mas, não muito longe da bucólica praça central, o que se vê é uma paisagem repleta de refrigeradores empilhados. Assim como as tempestades, o fenômeno começou a ser formado no início de 2011 com a chegada de uma fábrica que, além de gerar renda, pode ajudar a frear o aquecimento global. Única no país com capital 100% nacional, a Revert Brasil realiza a manufatura reversa (reaproveitamento) de geladeiras e aparelhos de ar-condicionado. O processo consiste na desmontagem dos equipamentos antigos, com reciclagem dos componentes como aço, alumínio e plásticos e, principalmente, a retirada dos gases CFC (clorofluorcarbonetos), um dos principais responsáveis pela redução da camada de ozônio, que protege a Terra do excesso de raios ultravioletas, capazes de causar doenças como o câncer de pele. Além disso, esse gás contribui para o aquecimento global. Uma geladeira antiga possui meio quilo de CFC, o que corresponde a dez toneladas de CO 2 (gás carbônico), formador da camada de ozônio. Se o gás de apenas um refrigerador fosse liberado na atmosfera, ele equivaleria à poluição gerada por um automóvel depois de ter rodado 30 mil quilômetros. Estima-se que
PERFIL
Brutus
TAMBÉM
ama
Numa conversa sobre temas muito além da música, Miranda revela que odeia U2 e Oliver Stone. Mas sobra afeto para muitas bandas e diretores de cinema — além dos personagens de quadrinhos: do Godzilla ao arqui-inimigo de Popeye
por Alex Antunes fotos Cisco Vasques Carlos Eduardo Miranda é uma criatura pop, não só por seu incrível apetite por CDs, DVDs, livros, quadrinhos, bonecos ou seja o que for — durante as sessões de entrevista e fotografia, o acompanhamos em visitas a lojas do centro e da região da Av. Paulista, em São Paulo, onde ele comprou dezenas de CDs e DVDs, nacionais e importados — e a sua casa é, desde sempre, uma espécie de museu de artefatos culturais e brinquedos. Nessas saídas, Miranda comprou de tudo, de uma caixa com os oito primeiros álbuns de Bob Dylan em mono (“A voz de Dylan é para se ouvir em mono”), até alguns filmes indescritivelmente vagabundos de terror, por R$ 5 cada. Mas Miranda é uma criatura pop principalmente por sua compreensão do funcionamento dessa cultura. Depois que se tornou jurado dos programas Ídolos, Astros e Qual É O Seu Talento?, do SBT, Miranda se converteu em celebridade, como aquelas de que antes era produtor, desde a década de 1990. Antes disso, ele já era produtor musical alternativo no Rio Grande do Sul, mas, quando foi para São Paulo, trabalhou como jornalista nas revistas Bizz e General. Numa entrevista com os Titãs, fez amizade com o pessoal da banda, com o qual fundou o selo Banguela. De cara, descobriu os Raimundos, que estouraram com um primeiro álbum independente, em 1994. Desde então, suas parcerias com artistas como Sepultura, Skank, Mundo Livre S/A, Lobão, Cansei de Ser Sexy, Cordel do Fogo Encantado, O Rappa, Móveis Coloniais de Acaju e tantos outros, além de terem concebido o site Trama Virtual, o credenciaram como um dos produtores mais requisitados do rock nacional. Rigoroso, Miranda escolhe a dedo seus produzidos — e já chegou a interferir na formação das bandas, como no caso daquela em que dispensou todo mundo, exceto o vocalista. É o mesmo perfil desbocado, contundente e pouco conciliador que ele exibe como
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jurado na TV. Porém, ele alega razões, mais do que artísticas, metafísicas para isso. Quem já o viu preparando uma banda para a fase das gravações sabe que é verdade — e que ele pode ser tão carinhoso e protetor quanto é algoz, às vezes. Absolutamente paciente e atencioso, Miranda também é dessa forma com o público que lhe aborda — dezenas de pessoas, todos os dias, sempre que pisa nas ruas, pedem fotos, autógrafos e um pouco de atenção. Ou um ou outro que quer engrossar com ele. A seguir, o “Método Miranda” para lidar com o Universo, com muito amor, e alguma porrada. Você gostou de passar para o lado de lá das câmeras, de virar celebridade? Você já tirava uma casquinha do sucesso, quando era empresário ou produtor das bandas?
PELO CONTRÁRIO. Minha experiência anterior me preparou para ser essa figura pública que eu acabei virando, sim. Mas no sentido de que eu não me iludo com nada. Trabalhei com bandas quando elas estavam estourando, como o Sepultura, os Raimundos, e vi que, quando você mexe com a emoção das pessoas, você tem que se preparar para certas coisas. Não se preparar no sentido moral, odeio moralismo. A groupie, por exemplo, é uma personagem que faz parte do mundo do rock. E quem tem que pegar as groupies são os artistas. Eu sempre fui o empresário, então era eu quem organizava o puteiro. Organizar as groupies é uma função, como ser o roadie, o técnico de som. Faz parte do negócio. Mas nunca misturei minha vida com as groupies. E as drogas?
NADA ME DEIXA mais louco do que já sou normalmente. Bebida, droga, nada. Então, para mim, também não tem muita importância essa questão. Você é bem atencioso com os fãs. Sempre tem alguém te abordando, e nunca vi você ser impaciente.
RESPEITO muito o público. Entendo que as pessoas queiram chegar perto, tirar fotos, até entendo que fiquem com raiva de mim. Como eu disse, se você mexe com as emoções das pessoas, tem que entender que elas têm o direito de expressar isso. Na televisão, sou o arquétipo do cara durão, do cara que bota pra foder. Então, compreendo até alguém que queira se expressar criando encrenca, porque foi assim que mexi com
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a imaginação dele. Cabe a mim mesmo me policiar e não ir a lugares onde tem um monte de gente. Ou não ficar nos lugares até tarde, depois que as pessoas já tiveram tempo de beber. Têm lugares e horários que é bom evitar dar mole. Mas, se acontece alguma situação mais tensa, em geral, sei razoavelmente bem escapar delas. Sempre fui muito de casa e muito da rua. Então, sei me recolher e também me colocar quando precisa.
No processo de produção, você interfere muito na identidade do artista? Muda coisas no som?
QUANDO SOU PRODUTOR, o cara me paga para eu ser o máximo que posso. Eles me pagam para colocar pressão. Sou muito ligado no conceito. A gente vive numa cultura de coisas vazias, calcadas na ideia de “sucesso”. Então, entro para brigar pelo conceito. E de quem é esse conceito?
Mas você sente falta de um pouco de liberdade?
NÃO ME INSERI no círculo de celebridades. Não porque as pessoas não sejam legais — descobri que, entre as celebridades, daria para me relacionar com muita gente. São pessoas simpáticas, que dão suas festas, têm seus amigos. Mas prefiro ficar fora disso, não tenho muita paciência para o “mundo celebritista”. Não namoro com atriz famosa nem brigo com paparazzi [na verdade, Miranda namora com uma atriz, no entanto, de perfil mais cult, a Camila Raffanti, da série de televisão Mothern e da peça Confissões de Mulheres de 30]. Só vou ao restaurante Celeiro, no Rio, porque gosto das saladas de lá. Lá tem um monte de paparazzi me fotografando, mas, pelo menos, as fotos nunca saem [risos]. Claro que sinto falta de algumas coisas, de caminhar pelo centro das cidades sem ser notado. Outro dia, em Porto Alegre, estava uma chuva pesada, não tinha ninguém na rua. Então, saí andando debaixo de chuva. Também gosto de tomar café na esquina. Como é bom isso!. Tomo café na esquina... de outra cidade [risos]. Tenho vontade, às vezes, de ter uma rotina, viajar menos, não ter essa exposição. Onde você compra suas roupas?
NA VERDADE, mando fazer todas as minhas roupas. Quem faz é a Adriane, da Pimpin’, de São Paulo. Calças, camisas, cueca, regata, tudo. Você criou um personagem nos programas de jurados da TV? Aquele tipo de antagonista clássico, como o Pedro de Lara ou a Aracy de Almeida [risos]?
NÃO, NÃO. Sou sempre eu mesmo, inclusive na televisão. O público me idealiza, claro, mas como idealiza qualquer pessoa, inclusive a mãe dele [risos]. Eu, como sou eu mesmo, a pessoa me percebe mais íntima, reconhece isso. Se você vê o programa, sabe que sou assim. Até já chorei na televisão, vendo coisas bonitas. Sem ser piegas, claro [risos]. Só não consigo me controlar quando tenho um ataque de timidez, se encontro alguém tipo a Ana Hickman ou o Moacyr Franco que me diz: “Vou te dar um abraço, me dá um negócio muito bom quando te vejo”. Não sei se é uma timidez, ou um medo da responsabilidade de ter tocado alguém. E como produtor? Você também acredita no que produz?
EU SÓ PRODUZO o que me interessa — nem é só o que eu gosto, mas o que gosto e em que posso colaborar. Às vezes, não funciona. O disco do Cordel do fogo encantado que produzi, por exemplo, era uma transição, uma preparação para o grande disco que eles fariam depois. Mas o Lirinha resolveu acabar com a banda quando o novo repertório já estava sendo composto.
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PARA MIM, produzir um disco é muito mais ligado à alma. O produtor tem que olhar a alma do artista — “eu estou vendo isso aqui em ti” —, até que este olhe para ele mesmo, fique se parecendo com ele mesmo. Mas você até já tirou gente de banda.
NO CASO do Totonho e os Cabra, sugeri que a banda quase inteira saísse [risos]. Mas o essencial era o Totonho. [Era preciso] tirar a banda para a música aparecer. Acompanhando seu trabalho com o Mini Box Lunar, em Macapá, vi você fazer sessões de audição de gravações de outros artistas, sugerir filmes, leituras, promover troca de impressões, bate-papo.
ISSO. Produção é muito mais o dia a dia, as conversas com os artistas, do que a produção em si. O produtor é tipo um médium. Primeiro enxerga a alma do artista. Aí, faz o possível para que isso atravesse os fios, os computadores, as cordas, os cabos, até chegar à alma do público, de alma para alma. Chego a misturar meu universo com o do artista. Desligo todos os sentidos, deixo só a audição. No estúdio, relaxo tanto que chego a roncar [risos]. Fico “vendo” a música aparecer. “Vejo” uma corda desafinar, como se um elemento pulasse fora da música. Muitos produtores são engenheiros de som e só querem o som cada vez melhor. Mas daí pode sair algo asséptico. Os aspectos técnicos têm que estar subordinados; detesto disco bem-gravado e sem alma. Claro que quando se fala em música pop, existe uma expectativa – a canção tem que ser muito certeira. Mas esse “certeiro” também tem que vir do artista. Por isso, penso que música tem que ser ou muito louca, ou muito careta. Não gosto de meio-termo, só se for radicalmente meio-termo [risos]. Odeio Rage Against the Machine, U2, Metallica, não ouço nada disso. Por que são bandas que fazem média com o público?
OU QUE APARENTEMENTE não fazem média. Uma banda como o Sonic Youth também é muito pensada, não tem nada direto da alma. Aí, barulho por barulho, prefiro o Jesus and Mary Chain, que é mais burrinho [risos]. Ou então o grupo experimental erudito do Glenn Branca, no qual os guitarristas do Sonic Youth saíram. Lá era de verdade. Quer dizer que a divisão entre sons “comerciais” e “não comerciais” não faz sentido?
NENHUM. Isso são preconceitos. No Brasil, o público é preconceituoso — quer dizer, não muito preconceituoso, nada é “muito” no Brasil. Quem gostava de forró universitário era quem ouvia trance e pop de universitário. Mas dá para quebrar mais fronteiras, exercitar mais os limites dos gêneros. No projeto que fiz para a Coca-Cola, juntei vários artistas, e
ROCK É A MÚSICA PARA VELHO SE SENTIR POTENTE E FAZER FILHINHO
cada caso foi diferente. Natiruts com DJ Marlboro deu muito trabalho. Não consegui chegar onde queria, mas foi o mais intrigante. Me cansei muito. Queria ter mais tempo. Já Paralamas com Calypso, o que fiz foi só juntar e ficar assistindo dar certo, as músicas de um ficarem perfeitas com o outro. Por isso, foi meio sem graça para o produtor [risos]. Chitãozinho e Xororó com Fresno foi o mais equilibrado para mim. Levou o tempo e dedicação certos, como uma boa palavra cruzada Picolé [risos]. Natiruts com Marlboro foi uma palavra cruzada mais hermética, Racha Cuca. Mas, nos momentos em que deu certo, foi tudo muito legal. Primeiro, para vender refrigerante [risos], mas também para ampliar as fronteiras da música, rasgar preconceito. O que você acha da postura das gravadoras hoje?
A INDÚSTRIA está toda voltada para a reprodução, para a “música de fazer filhinho”. Tem música de dancinha, o axé, que é para fazer filhinho. Tem o sertanejo, que é música de corno, para “abrir o coração da mulher”... e fazer filhinho. Tem a MPB de barzinho, para encher a mulher de bebida e fazer filhinho. Hoje, um artista de sucesso de MPB, como o Jorge Vercillo, é um cover de si mesmo, virou barzinho. E tem o rock, que é a música para velho se sentir potente e fazer filhinho [risos]. Rock é para velho?
QUALQUER SHOW GRANDE de rock o ingresso custa R$ 500. Então é. Mas tem também a música dos filhinhos, que é o Restart [risos]. Você acha que, no Brasil, as coisas são
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TRAMA/DIVULGAÇÃO
Ao lado do presidente da Trama, André Szajman, e da banda Cansei de ser sexy
energia — ter um inimigo contra quem soltar seu espírito guerreiro. Só que, dentro da legalidade, é difícil lidar com essas energias, sem hipocrisia. O Brizola entrou no jogo, mas foi por debaixo dos panos. Porque, na verdade, não tem bandido e não tem mocinho nessa história, é todo mundo vítima de uma situação.
luiz coruja
Então, você acha que tudo pode ser visto como um jogo?
ACHO QUE todo mundo pode ser bem usado. Na igreja evangélica, quando chega um bandido, eles põem o cara de segurança, e ele fica contente [risos]. Não tenho uma crítica a nada, as coisas são como são. Não vou dizer quem está errado. Só lamento quando tem gente morrendo. Tenho uma história interessante de quando eu trabalhava com o Sepultura, e fizemos aquele show gratuito na praça Charles Miller, na frente do Pacaembu, em São Paulo, em 1991, no qual apareceram 40 mil pessoas, muito mais do que poderíamos esperar. Lá pelo meio do show, soubemos que um rapaz tinha sido assassinado no meio do público. A polícia só precisava desse pretexto para parar o show — e aí seria um massacre na certa. Tive que fazer o meio de campo entre o comando do policiamento e a banda — avisei só o Igor Cavalera, pois avisar o Max também poderia ser jogar lenha na fogueira —, abaixando a bola do público e administrando a tensão até o show acabar. Como eu disse, tem que administrar essas energias para não passar de um certo limite. Você está falando de forças espirituais?
Com os colegas de bancada do programa Ídolos, do SBT mais medíocres?
NÃO, mas tem que profissionalizar. Veja o caso da invasão do morro do Alemão, no Rio. Os comandos do crime iam fazer o que durante a Copa? Vender drogas. Alguém tem que vender drogas durante a Copa. Então, os comandos são sócios do Estado, no fundo, eles querem a mesma coisa. A Yakuza, no Japão, era uma sociedade que tinha um caráter muito parecido com o das milícias old school, aquelas que dão um certo amparo à população. Não essas milícias mais turbulentas. Depois da guerra, com o Japão dizimado, a Yakuza ia ajudando a população e cobrando um preço. Aí, o estado foi se organizando para o enfrentamento. No Rio, a fundação da Liga das Escolas de Samba surgiu quando os bicheiros aprenderam a sentar e conversar, e essa old school colocou tudo sob controle durante um tempo. Agora, o governador se reelegeu e veio botar pressão. Espero que, atrás desses soldados do Rio, venham os médicos, os professores, os assistentes sociais. Não é só bater e botar o policial na esquina.
É TUDO um pouco como a magia, a religião. Tem que lidar com coisas que não têm nome, ninguém sabe o que é, mas tem que lidar com elas. Então, você estipula algumas regras, cria alguns nomes para lidar com aquilo. A arte só é arte quando alguém diz que é. Em compensação, quando alguém acha que é arte, é arte — não tem a questão da qualidade. A religião é um código e uma ética para lidar com as forças — como a arte também é. O pop em si é isso. Roy Lichtenstein, Andy Warhol explicitaram. Por que colocar a arte em um pedestal intocável? Quem coloca, às vezes é um inocente, às vezes, é um acadêmico, às vezes, é um fraudador. Por isso, odeio [o diretor de cinema] Oliver Stone, mais do que o Sonic Youth, que ainda respeito. Em vez de ver uma denúncia do Michael Moore, prefiro F for Fake [Verdades e Mentiras], do Orson Welles, que é um filme-exercício sobre a dúvida, a relatividade da verdade. Odeio quem quer transformar um ponto de vista em uma verdade absoluta. É tudo relativo. No meu trabalho, só preciso saber usar o código correto na produção que estou fazendo. Já que você mencionou cinema, você vê de tudo, não é?
DURMO MUITO POUCO. Então, uma das coisas que mais faço, em casa, é ver DVDs. Vou dormir muito tarde e quando acordo já escolho um filme. Para mim, ver um filme do Godard ou um do 007 é a mesma coisa. Agora, estou assistindo filmes de terror. Encomendei todos os filmes de terror que eu não tinha assistido — todos mesmo — na Amazon. Quais são os seus prediletos?
Mas o Rio tem que mostrar segurança ao mundo, para a Copa.
O FUTEBOL serve para dar vazão a essa mesma
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MEUS FILMES prediletos são 2001 — esse vi umas 30 mil vezes —; Pinocchio;, A volta dos mortos vivos — o do Dan O’Bannon, acho melhor que o original do George Romero —;
Ano passado em Marienbad, do Resnais; Moby Dick, do John Huston; Alexandre Nevsky, do Eisentein; Cléo de 5 às 7, da Agnés Varda. Tem um do Frank Capra com o Cary Grant, das velhas que dão arsênico para as pessoas [Este Mundo é Um Hospício, 1944]. Só não consigo ver séries de TV. Só se eu ficar três dias vendo a série inteira. E gosto muito de terror oriental. Tem o Ichi, o Assassino, do Takashi Miike, que, a meu ver, é o melhor diretor contemporâneo. Acho Ichi melhor do que o Audition e o Visitor Q, que são considerados os melhores dele. Dele também adoro a Alegria dos Katakuris, um musical sobre um hotel nas montanhas, onde as pessoas que se hospedam morrem por um motivo ou outro. Aí os mortos voltam e fazem umas danças [Miranda discorre longamente e com muito entusiasmo sobre a obra de Miike e outros filmes fantásticos e extremos japoneses, como Onibaba, a Mulher Demônio — Kaneto Shindo, 1964 —; Kaidan, As quatro faces do medo — Masaki Kobaiashi, 1964 —; Ninguém pode saber — Hirokazu Koreeda, 2004 —; O pacto — Sion Sono, 2001 — e vários outros]. Não
gosto de circo. Odeio palhaço, essas coisas. Mas faço uma exceção para o Sion Sono, em Strange circus. Nesse filme, o pai fica transando com a mãe e com a filha alternadamente, sempre com a outra trancada dentro de uma caixa de violoncelo [risos]. Você tem medo de palhaço [risos]?
ODEIO COISA LÚDICA, Fellini, Charles Chaplin. E também não gosto de psicanálise, tipo Woody Allen. Curto só quem coloca a análise de uma maneira mais louca, como Jodorowsky, Bergman, Buñuel. Gosto de cinema ou "cabeça", ou "cabeça de vento". Procurando Amy [do diretor Kevin Smith] quase me fez jogar a TV pela janela, de verdade — o cara descobre que a mulher está ficando com outra, e se vinga dela beijando o amigo? O que é isso? [risos] Do Kevin Smith só tolero o Dogma, em que tem um 13º apóstolo negro e Deus é a Alanis Morissette. Vamos falar de quadrinhos. O Rafael Grampá homenageou você na história do Wolverine que ele fez para a compilação gringa Strange
GOSTO DO BRUTUS, DO POPEYE. MAS, SE PUDESSE SER UM PERSONAGEM, ESCOLHERIA O GODZILLA, SÓ PARA PODER PISOTEAR TÓQUIO Tales II.
É. A Strange Tales Marvel convida quadrinistas mais independentes para recriar seus personagens, e ele escolheu logo o Wolverine. Grampá fez uma história bem ousada e me colocou como chefe das lutas dos mutantes. É um personagem que tem a minha cara e o meu nome mesmo. Juiz de luta de mutantes parece ser um personagem adequado [risos]. Se você pudesse ser um personagem, de cinema ou dos quadrinhos, quem você escolheria?
GOSTO DO BRUTUS, do Popeye. Mas vou dizer o Godzilla, só para poder pisotear Tóquio [risos].
SCRAP por Alex Capella
SA
fale com ele: alexcapella.mg@diariosassociados.com.br A coluna Scrap S/A foi fechada no dia 20 de janeiro. Sugestões e informações para a edição de março, entre em contato pelo e-mail da coluna.
IMAGENS/FOTOS: DIVULGAÇÃO
/ Pedala BH / Depois de muita promessa, a prefeitura colocará em prática o "Pedala BH", lançado ano passado pelo grupo “Mountain Bike BH”. A ideia é construir seis ciclovias que abrangerão várias regiões da cidade. Cerca de 20 quilômetros serão implantados, anualmente, num custo total estimado de R$ 1,5 milhão, considerado baixo por especialistas do setor. A expectativa é que as obras ganhem um ritmo mais acelerado a partir de março. É esperar para ver.
/ No ar / A companhia aérea Copa Airlines vai reforçar, a partir de julho, o número de voos diários para cidades como Toronto (Canadá), Porto Alegre (Brasil) e Nassau (Bahamas). A empresa transportou em 2010 mais de 5,2 milhões de passageiros. Com índices de pontualidade acima de 90%, de acordo com padrões estabelecidos pelo Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT). Para este ano, com a chegada de dez novas aeronaves Boeing 737-800, a expectativa é de crescimento ainda maior. A empresa também prevê a abertura de mais de mil postos de trabalho, entre pilotos, técnicos, tripulação e equipe administrativa.
Para quem curte cinema, o complexo do Boulevard Shopping, no Santa Efigênia, acaba de ser inaugurado. São seis salas em formato stadium, uma delas 3D, totalizando 1.680 lugares. Todas as poltronas do complexo são revestidas em couro ecológico, mostrando a preocupação com a sustentabilidade. Nas primeiras quatro fileiras de todas as salas, o conforto extra é garantido por poltronas reclináveis, enquanto as duas últimas são reservadas às poltronas maiores com apoio e braço reclinável. Agora, é aguardar a seleção dos filmes.
/ Programa família / Nos dias 26 e 27 de fevereiro, o Hotel Tauá, de Caeté, recebe o SIX!,primeira prova de seis horas de mountain bike do Estado. A proposta é realizar um evento que mescle competição com lazer e diversão, não só para o atleta, mas para todos os presentes. Para isso, os organizadores conseguiram uma tarifa super especial no hotel. A diária a partir de R$ 90,00, inclui café da manhã e o jantar do sábado, além de toda a infraestrutura do espaço. Os acompanhantes dos atletas poderão aproveitar o SPA, massagens, banheiras de hidromassagem na sauna, boate e muitas outras atrações. Já que é começo da temporada, a ideia é que os atletas usem esta prova como parte do treinamento de base. Para as crianças, o leque de opções é maior ainda: boliche, piscina aquecida, toboágua, sala de jogos, kids club, playground e uma programação especial.
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/ Cinéfilos /
/ Presença forte / Diante dos investimentos feitos na divulgação da sua coleção de inverno/2011, a mineira La Ví espera um crescimento de 30% nas vendas na comparação com a coleção anterior. Em Belo Horizonte, as peças podem ser encontradas nos principais bairros da cidade. As próximas criações exclusivas da marca também poderão ser conferidas na edição do Minas Trend Preview, referência em Minas de pré-lançamentos de tendências para cada temporada. Além da participação nos eventos de moda, a empresa também vem ampliado em todo o Brasil a distribuição de seus produtos.
OS CRAQUES JÁ ESTÃO EM CAMPO. E VOCÊ JÁ PODE COMEÇAR A TORCER.
CA
Ç A TALENTO S DO F U TE B O L
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