revista
revistaragga.com.br
Julho.2009
JULHO . 2009 . ANO 4
não tem preço
#27
A paixão segundo Wando Histórias de calcinhas, amor e sexo Na zona Redlight District e Rua Guaicurus Brasil Wild . Padre Lebret . Naga Cable Park
O MAIOR NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO JOVEM DE MINAS :: www.ragga.com.br
MOVE.
o que
move
vocĂŞ?
foto: gus benke
A AMIZADE NOS
BÚSSOLA Wakeboard sem lancha?
28
56
Surfe nota 10
Atletas enfrentam quatro dias de competição no Brasil Wild Extreme
Com todo o respeito
38
Conheça as histórias do Padre Lebret, um colégio pra lá de estranho
62
Escolinha da Billabong inicia alunos bons de nota no esporte
32
Gabriela Leite, da Daspu, e sua luta pela dignidade das prostitutas
Pagou, passou
Ela merece!
Ragga recebe homenagem da Câmara Municipal pelos seus 4 anos
Sim, no cable park de Jaguariúna é possível
No limite
22
Visita íntima
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Detentas contam como lidam com o sexo (ou a falta dele)
Don Juan
76
Wando filosofa sobre sexo e calcinhas no nosso Perfil
já é de casa destrinchando estilo
42
quem é ragga
14
46
48 ragga girl: natasha macedo 50 eu quero! // sexo 60 on the road // rua guaicurus
passando a bola
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cultura pop interativa aumenta o som
70
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anne pattrice
EDITORIAL
ESTA edição tá UMA DELÍCIA! Qual o maior canal de informação, pesquisa e entretenimento dos últimos tempos? Acertou quem disse internet. E qual o assunto mais procurado na rede? Acertou novamente quem disse sexo. E não era para menos. Acredito que todos concordam que ele está, sem dúvida alguma, no top 10 das melhores coisas da vida. Woody Allen, inclusive, deixou as outras nove de lado quando disse: “Só existem duas coisas importantes na vida. A primeira é o sexo e a segunda eu não me lembro”. Além de fazer bem para a saúde, ser divertido, gostoso e aumentar a autoestima, o sexo é um grande negócio. Sexo vende, dá audiência. Não é à toa que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo. Graças ao sexo, a Cicciolina ficou tão famosa, e o Wando conseguiu colecionar 15 mil calcinhas jogadas pelas fãs em dias de shows. Falando em Wando, ele conta como começou a praticar a brincadeira nas páginas do nosso Perfil. Sexo também é a inspiração para as coleções de Gabriela Leite, ex-prostituta, criadora e coordenadora da marca Daspu. Até a Coreia do Sul percebeu que o sexo é muito mais que um ato carnal e criou um parque inteiramente dedicado a ele. Nós resolvemos fazer o mesmo. Não um parque, mas uma edição especial e, como não podia deixar de ser, respondemos à tal pergunta: tamanho é documento? Veja na página 44. Lucas Fonda :: Diretor Geral lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br
REVISTA RAGGA
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#19
SAGRADO E PROFANO As insanas repúblicas de uma católica Ouro Preto GRINGAS COM TEMPERO BAIANO Vivendo o lifestyle das top surfistas do mundo em Itacaré
SEU JORGE PÕE FOGO NA BRASA “Droga pra mim é o Lexotan que neguinho toma pra dormir!”
não tem preço
AGO/SET . 2008 . ANO 3
não tem preço não tem preço
SEJA LIBERDADE.
ALEXANDRE FROTA Luxo, lixo, TV, pornô, dinheiro, fama e mais
NATURAL GAMES Esporte radical e os quatro STICKERS . NELSON MOTTA . JETBOARD . MARCHA DA MACONHA? elementos da natureza
#21
#20
WOODSTOCK O que restou do embate entre contracultura e capitalismo CONCURSEIROS PROFISSIONAIS Milhões de brasileiros atrás da estabilidade
não tem preço
acompanha revista JUDÔ
não tem preço
#15
ABRIL . 2009 . ANO 4
www.revistaragga.com.br | outubro/novembro . 2007 . ano 2
EDIÇÃO TEMÁTICA // DINHEIRO
OUT/NOV . 2008 . ANO 3
. ano 3 especial 3 anos www.revistaragga.com.br | junho/julho . 2008WWW.REVISTARAGGA.COM.BR
Homenagem aos 80 anos da primeira revista ilustrada do Brasil
>> NOSSA CAPA É INSPIRADA NA PRIMEIRA EDIÇÃO DE ‘O CRUZEIRO’, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1928. CONFIRA AQUI >>
revista edição temática // recriação
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#24
UMA SÓ AMÉRICA LATINA PRAIAS DA COSTA RICA
ASSINE APOCALIPSE MAIA RETRATOS DA ILHA DE FIDEL
E MAIS: ROGÉRIO FLAUSINO . JORGE BALBI . RODRIGO SANTORO
A GENTE TE CONHECE Você faz parte de um seleto grupo, exigente, que sabe muito bem o que quer, deseja informação e diversão. Certo? VOCÊ CONHECE A GENTE A revista Ragga tem espírito aventureiro, ligado em cultura e aberto às novidades comportamentais. Certo! Nós e você curtimos as variadas expressões artísticas e culturais que compõem o universo urbano. Gostamos dos esportes extremos e do estilo de vida que eles trazem. Sabemos desfrutar a vida com estilo, conforto e criatividade e nos preocupamos com o futuro da sociedade, com responsabilidade social e sustentabilidade. E agora, a Ragga tem assinatura. E você pergunta:
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exemplares Brasil
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cartas CADA VEZ MELHOR Gustavo // por e-mail Olá Lucas Fonda, É com imenso prazer que escrevemos este e-mail. A cada revista que recebemos, ficamos surpresos pela qualidade e escolha das matérias. Poxa, esta última então, vocês arrasaram. Parabéns! A Ragga é uma revista com uma linguagem acessível e clara com temas descolados e desconhecidos. Grande abraço, Gustavo (Gam Moda Ltda.)
Gustavo, receber esse tipo de elogio é nossa maior recompensa. Valeu! Lucas Fonda ESPAÇO DE CRÍTICA Juliano Sacramento // por e-mail (julianosacramento.com) Fiz esta foto pra ilustrar um texto que escrevi no meu blog sobre a política nacional e o porquê de não aprendermos a gostar dela. Vejo na revista espaço para esse tipo de crítica e várias outras. A Ragga é o canal jovem mais interessante sobre comportamento e atitude, principalmente por trazer diversas infos sobre BH.
Juliano, a gente gostou das suas observações e, principalmente, da homenagem à capa da Ragga # 18. Valeu!
expediente DIRETOR GERAL lucas fonda [lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING bruno dib [brunodib.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR FINANCEIRO josé a. toledo [antoniotoledo.mg@diariosassociados.com.br] GERENTE DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING alessandra costa [alessandracosta.mg@diariosassociados.com.br] EXECUTIVOS DE CONTAS lucas machado [lucasmachado.mg@diariosassociados.com.br] thaís pacheco [thaispacheco.mg@diariosassociados.com.br] CIRCULAÇÃO guilherme cançado (guilhermecancado.mg@diariosassociados.com.br) PROMOÇÃO E EVENTOS cláudia latorre [claudialatorre.mg@diariosassociados.com.br] EDITORA sabrina abreu [sabrinaabreu.mg@diariosassociados.com.br] SUBEDITOR bruno mateus [brunomateus.mg@diariosassociados.com.br] JORNALISTA RESPONSÁVEL luigi zampetti - 5255/mg DESIGNERS anne pattrice [annepattrice.mg@diariosassociados.com.br] marina teixeira [marinateixeira.mg@diariosassociados.com.br] maytê lepesqueur [maytelepesqueur.mg@diariosassociados.com.br] ILUSTRADOR matheus dias [xgordinhox.dias@gmail.com] FOTOGRAFIA bruno senna [bsenna.foto@gmail.com] carlos hauck [carloshauck@yahoo.com.br] dudua´s profeta [duduastv@hotmail.com] ILUSTRADOR CONVIDADO juliano augustº [flickr.com/jjbz] ESTAGIÁRIOS DE REDAÇÃO bernardo biagioni [bernardobiagioni.mg@diariosassociados.com.br] daniel ottoni [danielottoni.mg@diariosassociados.com.br] izabella figueiredo ARTICULISTA lucas machado COLUNISTAS alex capella. cristiana guerra. rafinha bastos COLABORADORES angélica paulo. kiko ferreira. pedro kirilos. raquel silva PÍLULA POP [www.pilulapop.com.br] RAGGA GIRL natasha macedo FOTO cisco vasques CABELO tom gaston :: culturarockclub CAPA carlos hauck REVISÃO DE TEXTO vigilantes do texto IMPRESSÃO rona editora REVISTA DIGITAL [www.revistaragga.com.br] :: inkover [inkover.com.br] REDAÇÃO rua do ouro, 136/ 7º andar :: serra :: cep 30220-000 belo horizonte :: mg . [55 31 3225-4400] Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não expressam necessariamente a opinião da Ragga, assim como o conteúdo e fotos publicitárias.
juliano sacramento
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anne pattrice
por Lucas Machado
Ordem e protesto “O dinheiro do meu pai não é capim, eu quero passe livre, sim.”
“Boi, boi, boi, boi da cara preta, se não tem passe livre a gente pula a roleta.” “Meio-passe já, só falta BH.” adiante, vi um ônibus lotado de gambés, com as vestimentas Chega aí! Sempre que ouço falar em passeatas e protesque deixariam qualquer astronauta com inveja crônica, prontos me vem à cabeça a Revolução Cubana. Mesmo polêmicas tos para o ataque. Não aguentei, desci do carro e fui ver de e controversas, algumas atitudes deixaram marcas registraperto. Depois desse dia, fiquei insano para saber tudo sobre das. Por exemplo: Che era argentino, mas abraçou a causa a manifestação que, em meio a vários pedidos, o mais imporda revolução de Fidel. O que mais me fez pensar foi que uma tante e urgente era a liberação do passe livre ou meio-passe das funções dele era resgatar soldados para o exército. Ele para os estudantes. chegava nos lugares e a primeira pergunta era: Quem sabe Pesquisando mais sobre o assunto, descobri que BH coler e escrever? Quem não sabia estava, automaticamente, leciona dois títulos nacionais. O primeiro é por ser a única caeliminado. Durante um bom tempo, isso ficou na minha capital do Brasil que não tem NENHUM benefício no transporte beça. Por que os analfabetos não tinham chances de defencoletivo para estudantes. O segundo troféu a gente levanta der o seu próprio povo? por estarmos entre as MAIORES tarifas de ônibus do país. Há muito tenho estudado sobre grandes líderes que tiveSe liga nos motivos apresentados pelos responsáveis legais mos em toda a história da humanidade. O que faz com que (Legislativo e Executivo): não há como criar o meio-passe essas pessoas passem por cima das próprias vidas em prol porque a prefeitura tem uma díde suas ideologias? E o mais interessante, pensando no coletivo. Vocês Seis estudantes hospitalizados vida de milhões com a BHTrans e que acompanham o Destrinchando pela ação truculenta da polícia: apenas um pequeno orçamento. com certeza se lembram que esti- esse foi o saldo da manifestação Outra justificativa é de que a margem de lucro dos empresários é ve por aqui escrevendo sobre a falmuito pequena. Pois bem, vamos ta de lideranças, principalmente no na Avenida Afonso Pena aos números. Um aluno que estuda na rede pública da região Brasil. Ao longo dos anos, tivemos grandes nomes como: metropolitana, se ele estudar em BH – porque sem peixe ele Emiliano Zapata, fundador do movimento Zapatista no Ménão arruma escola perto de casa – gasta, em média, R$ 3,70 xico. O imperador Dessalines foi primordial na libertação por dia. Tirando as greves e balas perdidas, é 1/4 de salário do Haiti. O guerrilheiro Augusto César Sandino enfrentou mínimo por mês, tornando o transporte o terceiro maior gasa repressão americana na Nicarágua. Joana D’Arc foi conto da maioria das famílias. denada à morte na França por heresia. No Brasil, tivemos Seis estudantes hospitalizados pela ação truculenta da nomes como Antônio Conselheiro e Chico Mendes, que, polícia: esse foi o saldo da manifestação na Avenida Afonso mesmo aprendendo a ler com 20 anos, defendeu a AmazôPena. E o slogan que rola por aí é “Educação, um direito de nia como ninguém. todos.” Voltando à Revolução Cubana, hoje consigo entender E por falar nisso... Há alguns meses, estava voltando do porque Che não queria analfabetos no seu exército. É simCentro de BH e me deparei com uma passeata de estudanples: quanto maior o grau de instrução, menos chances você tes na Avenida Afonso Pena, em frente à Prefeitura de Belo tem de ser enganado. Quanto ao meio-passe, tem que ir pra Horizonte. Devido ao congestionamento, alguns motoristas rua mesmo. E não se esqueça: se for protestar, não quebre gritavam “Vocês não têm nada pra fazer?”, “Vai trabalhar, tudo. E se for quebrar, por favor, me chama. vagabundo!’’, e todos os tipos possíveis de reclamação. Mais J.C.
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manifestações: lucasmachado.mg@diariosassociados.com.br
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COLABORADORES fotos: arquivo pessoal
Brasiliense radicado no Rio, Pedro Kirilos é habitué das páginas. O forte dele é fotografar esportes, com destaque para as partidas de futebol, e retratos, como o que fez de Gabriela Leite, criadora da grife Daspu, na matéria desta edição. pedrokirilos.com // flickr.com/photos/pedrokirilos
A jornalista Angélica Paulo foi repórter do Jornal do Brasil por dois anos. Hoje, se divide entre a assessoria de imprensa da Secretaria de Turismo do Rio, os textos para o site Futebol Exportação, a ser lançado neste mês, e um blog sobre cinema. Por aqui, ela assina a entrevista com Gabriela Leite, criadora da grife Daspu. www.cinemajesthic.blogspot.com
kika antunes
Kiko Ferreira é um nome forte da cultura de BH. Poeta, letrista, crítico de música, radialista, jornalista. Foi diretor artístico das TVs Minas e Horizonte e de rádios como Geraes FM e Inconfidência FM. Hoje, é gerente de programação da Guarani FM e colaborador do jornal Estado de Minas e da revista Mercado Comum. Seu oitavo livro de poemas será lançado até o fim do ano. É com o texto dele que a Ragga presta uma homenagem a Michael Jackson. kikoferreira.mg@diariosassociados.com.br Mineira de 20 anos, Raquel Silva é amante da arte urbana e do rock ‘n’ roll e sonha com um mundo feito de Lego e em comprar um país pequeno para formar a Sociedade dos Indies do Bem (seja lá o que isso signifique). Ela trabalha na Redação do Jornal Estado de Minas e planeja uma pós em cinema. Nesta edição, é dela a matéria sobre a igreja pornô. kelblessed.wordpress.com // raquelsilva.mg@diariosassociados.com.br
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com uma foto sua pegando onda. A foto mais irada leva uma lycra Hang Loose, uma camisa oficial do filme ‘Fábio Fabuloso’, um adesivo Ragga 4 anos para pregar na prancha e uma parafina Ragga, para o pé não despregar. Não se esqueça de colocar seu nome completo, endereço, e-mail e telefone de contato. Boas ondas!
Juliano Augustº [flickr.com/jjbz] [twitter.com/jjbz] "Por terra com mapas, bússolas e astrolábios. Por mares de incertezas, inseguranças, medos & afins. Navegar não é preciso, nada é preciso. Eu não preciso de nada. O impreciso desafia a capacidade de um bom coração de encontrar pouso seguro. Em tempos como tais: Utilize um caleidoscópio para escolher seu destino." [resolviescreverumconto.wordpress.com]
Juliano Augustº, mais conhecido como JJBZ, não sabe escrever nem desenhar, mas insiste nisso. Muitas vezes, finge tão bem que consegue enganar muita gente. Além disso, é designer e gosta de observar as pessoas e as coisas, num mundo que lhe parece às avessas. Coleciona discos de vinil e com estes ferve em fogo alto alguns inferninhos.
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amsterdã
DA LUZ VERMELHA
texto e fotos Sabrina Abreu
Tons do Redlight District que não estão expostos nos guias de turismo Uma das lendas para a descoberta do daltonismo reza que o primeiro passo foi dado depois que o cientista John Dalton comprou um vestido vermelho, cor do sexo e do pecado, para sua santa mãezinha. A escolha do tecido não poderia ter sido mais infeliz. Apenas uma prostituta poderia usá-lo. Investigando a razão de seu vexame, o cientista concluiu que, como tantos outros, ele era incapaz de distinguir certas cores. Passados três séculos, as prostitutas perderam o monopólio sobre o uso do vermelho. Ele foi liberado também para donas de casa e virgens em geral. Decotes, comprimentos mínimos e transparências, antes exclusivos de quem vendia o corpo, hoje fazem a alegria de tchutchucas e cachorras mundo afora. Mas existe um lugar onde a cor ainda é sinônimo de prostituição: o Redlight District, bairro de Amsterdã dedicado exclusivamente à atividade sexual remunerada. Por lá, as mulheres esperam seus clientes dentro de quartos que têm uma porta transparente. Há uma luz vermelha acima de cada uma das portas, através das quais as prostitutas podem ser vistas fazendo charme para os clientes e, outras vezes, parecendo entediadas, folheando revistas ou ouvindo música no MP3. Os quartos ocupados podem ser
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identificados quando as cortinas, também vermelhas, estão fechadas. Completando o cenário, dezenas de sex shops, clubes de strip-tease, cinemas e teatros de sexo explícito, lojas de souvenirs de gostos duvidosos e restaurantes, a maioria de cozinha asiática, já que China Town é logo ali ao lado. São 480 “vitrines”, como as entradas dos quartos são chamadas. Quem passa pela rua confere a oferta de mulheres e elas selecionam os clientes. “É o meio mais independente de se prostituir, porque se não quiser receber alguém, tudo o que se tem que fazer é manter a porta fechada”, afirma Mariska Majoor, ex-prostituta que hoje dirige o Centro de Informação sobre a Prostituição, instalado no Bairro da Luz Vermelha. Entretanto, não é fácil manter a porta fechada. As prostitutas têm altos gastos fixos, como o pagamento diário de 80 a 120 euros para os donos dos quartos, e os impostos para o governo, já que na Holanda a profissão é legalizada. Elas recebem bem para dar conta de tudo. Os clientes pagam entre 35 e 50 euros por, no máximo, 20 minutos dentro do quarto. E não entenda “dentro do quarto” como um eufemismo para sexo, porque o ato costuma durar menos que isso. “Na verdade, se acontecer de um homem gastar apenas dois minu-
ilícitas. A prefeitura de Amsterdã é acusada de ter forçado a situação apenas para cumprir seu objetivo de “revitalizar a área”. Para Mariska, “tudo é um jogo sujo”. Para Hugo, uma estupidez. “É a vizinhança mais segura da cidade. Em qualquer outro lugar, uma bicicleta sem cadeado será roubada em dois minutos. Aqui, a pessoa pode deixar uma bicicleta parada, sem nenhuma proteção e ela estará no mesmo local, dois dias depois”, assegura. A prostituta Sandra concorda: “Trabalho em segurança, enquanto junto dinheiro”. Algumas irregularidades, no entanto, parecem ser visíveis. Têm permissão para trabalhar nas vitrines apenas mulheres provenientes da União Europeia ou com documentos que regularizem a residência e o direito de trabalho na Holanda. Porém, é fácil ver africanas e sul-americanas que parecem não preencher os requisitos. “Há muitas [prostitutas] ilegais. No entanto, a maior parte é de imigrantes legais, mulheres entre os 18 e 30 anos, vindas de países do Leste Europeu, como Bulgária, Romênia e Hungria”, afirma Mariska. A ex-prostituta, que há 15 anos fundou o Centro de Informação sobre a Prostituição (ou PIC, na sigla em inglês), também é uma escritora e empreendedora de sucesso – dona da loja Rood (vermelho, em holandês), que fica nas proximidades do bairro. Sua história se parece com a de tantas outras mulheres por trás das cortinas vermelhas. Como sempre teve uma relação difícil com os pais, Mariska saiu de casa aos 14 anos. Até os 16, pulou de sofá em sofá, implorando para dormir na casa de amigos ou desconhecidos, mas viu essa situação mudar depois que começou a se prostituir – tomou a decisão porque queria comprar um Pastor Alemão. Conse-
fotos: sacha lannoye
tos para gozar, ele terá que sair imediatamente, pagando a mesma quantia”, explica, sem frescuras, o tailandês Glenn, que há 15 anos frequenta a região, considerada por ele seu “playground particular”. Para permanecer no quarto por uma hora é necessário desembolsar cerca de 150 euros. Glenn prefere se identificar só com o primeiro nome. A prática é popular naquela área. Também omitiram o nome de família, Hugo, um homem de quase dois metros de altura, com pinta de segurança, mas que, na verdade, é dono de algumas janelas, e a prostituta Sandra, imigrante da República Dominicana que ganha a vida na parte do Redlight District chamada de “Pequena África”. O modo como alguns entrevistados são evasivos, o fato de não falarem o nome completo e não se deixarem fotografar dão pistas de que a prostituição, apesar de legalizada no país, ainda flerta com o submundo. Mariska explica que isso ocorre porque há muito dinheiro envolvido e o governo anda com vontade de conseguir uma parte maior do bolo. “O Redlight tem alguns dos prédios mais antigos da cidade, do século XV e XVI. Restaurantes e hotéis poderiam fazer muito dinheiro e, por isso, o governo tem feito campanha para retirar parte das prostitutas daqui, mesclando a oferta de sexo com outros produtos e serviços, além de arte”, esclarece. Há dois anos, 100 janelas foram fechadas. O governo alegou que havia irregularidades, como o emprego de mulheres enviadas à Europa por traficantes de pessoas ou a impossibilidade de provar que a receita de certas prostitutas ou proprietários das janelas vinha exclusivamente da prostituição e não de outra fonte suja de dinheiro, como a venda de drogas
Para entrar no clima, turistas posam para fotos fingindo ser prostitutas. Com 10 €, você também pode ter a sua
As prostitutas têm altos gastos fixos, como o pagamento diário de 80 a 120 euros para os donos dos quartos, e os impostos para o governo, já que na Holanda a profissão é legalizada
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É expressamente proibido fotografar as vitrines com cortinas abertas ou fechadas. Mas, a dominicana Sandra deixou a gente mostrar qual é seu local de trabalho. Também na vizinhança a loja Rood que, como o nome em holandês diz, só vende peças em vermelho. E um dos escritórios de design que fazem parte do bairro hoje em dia
guiu com apenas um dia vendendo sexo. Além do cachorro, que era seu sonho de consumo, ela pôde pagar o aluguel e comprar comida. “A prostituição me deu independência e dignidade. Antes, minha vida era implorar até pelas coisas mais básicas”, garante. Por isso, ela defende a legalização da prostituição em todos os países do mundo. Hoje, Mariska organiza, no PIC, palestras e visitas guiadas pelo Redlight, que são pagas pelos turistas. Numa das palestras, o episódio do cachorro é recebido às gargalhadas. Outros momentos, no entanto, deixam a plateia em silêncio – Mariska afirma que, quando se prostituía, acreditava que a sociedade a enxergava “como um tipo especial de macaco ou um ser vindo de outro planeta”. Turista sul-africano, Andrew Blohm
assistiu à palestra. Começou fazendo piadas e rindo, mas, no final, acabou dando um depoimento em tom mais sério: “As prostitutas não fazem mal a ninguém, não há porque se importar com elas. Se a prefeitura de Amsterdã quer modificar o bairro, acho uma pena. É o ponto turístico mais importante daqui, além de ser um modelo para outros países, como o meu, onde a legalização da profissão está sendo discutida. Sou a favor, porque sem a proteção da lei, as prostitutas ficam à mercê da violência”, acredita. Se o Redlight consegue se destacar como um dos principais pontos turísticos de uma cidade que tem entre suas atrações a Casa de Anne Frank e o Museu Van Gogh, é claro que todos querem um pouco desse bairro. No centro da dispu-
ta entre o governo e as prostitutas, estão os jovens artistas de Amsterdã, que têm recebido incentivos para tomar conta de parte do bairro – muitos deles se instalaram em alguns daqueles 100 quartos desapropriados há dois anos. Há diversos projetos em andamento no local. Em comum, eles têm o fato de serem temporários e se alimentarem do entorno para criar peças de design, moda ou arte. Alguns artistas estão ligados ao Redlight Fashion, Redlight Art e Redlight Design, que têm laços mais estreitos com o governo, uma vez que é ele quem aprova os projetos e determina o tempo e o espaço que cada profissional ocupará na região. Também existe um movimento mais independente, como o Designer Hookers (do inglês, “Designers Prostitutos”), que
Mariska afirma que, quando se prostituía, acreditava que a sociedade a enxergava “como um tipo especial de macaco ou um ser vindo de outro planeta”
Mistura: a ex-prostituta Mariska divide a vizinhança com artistas e designers como Esther e Sacha. No detalhe, o chaveiro de cinta liga inspirado no Redlight
ocupa um quarto do Redlight com suas criações. Lá, é possível conferir o chaveiro que a designer Esther Nijdam fez a partir de uma cinta-liga ou tirar fotos fingindo ser uma profissional do sexo, posando por detrás de uma tela branca, trabalho desenvolvido pela designer Sacha Lannoye. “Tudo aqui é meio chocante, mesmo para uma residente de Amsterdã, como eu. Por isso mesmo, é um ambiente muito criativo”, explica Sacha. Em relação ao descontentamento das prostitutas com os planos do governo de modificar o Redlight, ela se mostra compreensiva: “Algumas mulheres trabalharam aqui durante toda a vida. Então, é um assunto sensível, mas há lugar para todo mundo. Quando chegamos, elas foram educadas, mas avisaram que não queriam conversa conosco. Hoje, já temos, pelo menos, algum contato visual e trocamos sorrisos”. Alguém pode pensar que seja também questão de tempo para Sacha deixar de achar tudo no Redlight “meio chocante”, mas é a própria Mariska, tão acostumada com o ambiente, quem discorda: “A prostituição não é algo normal. Não é o melhor trabalho, mas tem que ser respeitada, porque todos têm direito à segurança e respeito. Ao se tornar prostituta, a mulher se abre para tudo no mundo: clientes, donos dos quartos e religiosos que querem tirá-la dessa vida. Já o mundo não parece tão aberto para quem se prostitui.” Há muito mais mistérios entre as cortinas vermelhas e a rua do que pode julgar a rápida e divertida multidão de turistas. comente! redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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wake
flávia pichler
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BATE-E-VOLTA
NO NAGA CABLE PARK Aventuras de uma rider na Disney do wakeboard
Não sei como expressar o sentimento da maioria dos wakeboarders brasileiros com a notícia que recebemos: agora temos o primeiro cable park da América Latina, em Jaguariúna, São Paulo. Eu nem esperei inaugurar o cable e já juntei minhas trouxinhas. Em uma sexta-feira qualquer de abril, resolvi, de última hora, junto com o Daniel Alemão, pegar um “busão” convencional e tomar o rumo de Campinas. Chegando lá, mais um ônibus em direção a Jaguariúna após uma noite muito mal dormida. Isso tudo sabendo que seria realmente um bate-evolta: no mesmo dia em que cheguei, teria que enfrentar outro ônibus de volta a Belo Horizonte.
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por Teca Lobato
Para você entender o que move uma pessoa a ponto de enfrentar 16 horas de viagem (ida + volta) em um mesmo dia, vou explicar. O cable park está para os wakeboarders como a Disney está para as criancinhas. E o que é melhor: não temos, na primeira opção, o mala do Mickey para pentelhar. Nosso brinquedinho em questão é um sistema de cabos que permite a prática de qualquer modalidade de esqui sem precisar de um barco. No caso do Naga Cable Park de Jaguariúna, a 120 quilômetros da capital paulista, a estrutura que encontramos foi uma pequena represa cheia de obstáculos, entre eles o Kicker (rampa para saltos), os Sliders (similares ao corrimão do skate), o Table Top (um corrimão um pouco mais largo) e um
mariana martins igor boito
mariana martins
Mesmo sem lancha, dá para curtir e mandar as manobras. Para atletas, cable park de Jaguariúna vai incentivar a prática do esporte
O cable park está para os wakeboarders como a Disney está para as criancinhas. E o que é melhor: não temos, na primeira opção, o mala do Mickey para pentelhar motor elétrico que, através dos cabos de aço e do mecanismo de torres, consegue substituir perfeitamente um barco. Para o tetracampeão brasileiro de wakeboard, Mário Manzolli, o Marito, a estrutura promete revolucionar o esporte no país. “O cable é uma das coisas mais importantes que aconteceu para o wake no Brasil. Muito mais gente vai ter chance de aprender a andar, principalmente quem não tem acesso a uma lancha.” Diferente de qualquer esqui aquático, no cable podem andar, ao mesmo tempo, nove atletas. Já imaginou o que é ver seus amigos passando nos obstáculos e mandando manobras iradas na sua frente e do outro lado da represa? E o que é melhor, sem precisar de um barco ou de gasolina. Foi o que aconteceu no sábado, quando alguns dos principais atletas do Brasil se encontraram para um test-drive. Além de Marito, compareceram alguns nomes bem conhecidos no esporte, como Mariana Martins, tetracampeã brasileira, Daniel Garcia, Eduardo Jovem, instrutor da Marreco Wake School, e Igor Boito, editor da revista Wake Brasil, entre vários outros amigos e companheiros de sessão e campeonatos. De 10h às 17h, a maioria dos nomes citados acima andou sem parar. O complexo de 84 mil metros quadrados e capacidade para abrigar 1,5 mil pessoas por dia foi inaugurado oficialmente em 21 de maio. O responsável por trazer o cable ao Brasil e pela administração do mesmo, Pedro Paulo Caldas, conta como se interessou pelo projeto. “Há uns quatro anos conheci o OWC,
principal cable park de Orlando, e fiquei amarradão. De cara, percebi que o Brasil tem excelente potencial para abraçar o conceito e resolvemos encarar o projeto, pois já era um sonho nosso conseguir juntar o útil ao agradável.” Quando perguntei sobre a escolha da cidade como sede do empreendimento, me surpreendi. “Ao pesquisarmos a região, percebemos que sua população, PIB, IDH, clima e vocação turística formavam o conjunto ideal para viabilizar o cable park. Em Jaguariúna, achamos o ponto ideal para instalar o parque. Aqui temos lago pronto, proximidade de grandes centros, fácil acesso e interesse da cidade em nos apoiar”, conta Pedro Paulo. O que rolou por lá foi uma sessão de wakeboard de, aproximadamente, sete horas de duração com pausas estratégicas para descanso, papo-furado e churrasco. A estrutura do Naga Cable Park é perfeita para estimular o crescimento do esporte, realização de campeonatos, fazer novos amigos e para, acima de tudo, esgotá-lo fisicamente, mesmo que recarregue emocionalmente. O pico de Jaguariúna, ideal para o surgimento de novos talentos, também dá oportunidade para quem sempre curtiu o esporte, mas nunca conseguiu praticar. No dia seguinte, descobri alguns músculos que não sabia que existiam no corpo humano. Por causa do meu abuso e da maior sessão que já fiz na vida, fiquei mais de uma semana com dores. Desta vez, aquela dorzinha boa, que faz você lembrar o fim de semana com os amigos, sol e dorflex.
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REFLEXÕES REFLEXIVAS > rafinha bastos > é jornalista, ator de comédia stand-up e apresentador divulgação
do programa ‘CQC’ (Custe o Que Custar)
DIRETO DO TWITTER _ POLÍTICA
_ MICHAEL JACKSON
:: Estudantes de jornalismo: Estudem para aprender e não para ter prisão especial. Foda-se o diploma.
:: ANJINHOS, PONHAM A ROUPA!!! AGORA!!!
:: O MORDOMO DA ROSEANA GANHA DO SENADO. NESSA CASA, O ALFREDO TRABALHA MUITO, PORQUE A FAMÍLIA SÓ FAZ MERDA.
:: Michael Jackson teve um ataque cardíaco. Malditos motéis com espelho no teto.
:: "Sai do chããão", uma frase que empolga os foliões, mas que ofende profundamente os mendigos.
:: DEPOIS DAS PIADAS INEVITÁVEIS, VOU ADMITIR: FIQUEI CHATEADO. SEMPRE FUI MUITO FÃ DO MICHAEL.
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:: Supla, estou aqui para lembrá-lo de uma informação importante: O senhor tem 43 anos. Obrigado. :: SOU FÃ DA MULHER-SAMAMBAIA. GRANDE VANESSA DA MATA!
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:: A Fazenda? Passa no Canal Rural? É um reality show de cavalos, burros e vacas? Mas esse programa já não existe?
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_ COTIDIANO :: SOUBE HOJE QUE MEU AVÔ MORREU MUITO CEDO. MEU PAI SOFREU DEMAIS, AFINAL, FUNERAL ÀS 7 DA MANHÃ NÃO É PRA QUALQUER UM. :: Desejo a todos um domingo de senador: pouco trabalho e muita mordomia.
Meu ar-condicionado é muito eficiente. Dormi com ele ligado no modo "resfriar" e acordei tossindo.
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PROVADOR > cristiana guerra > 38 anos, é redatora publicitária, ex-consumista compulsiva, viúva, mãe (parafrancisco. blogspot.com) e modelo do seu próprio blogue de moda (hojevouassim.blogspot.com) elisa mendes
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COMBINANDO TUDO SEM COMBINAR NADA
juliano augustº
Um dia, você acorda atrasada, e a empregada não veio. Ou o gerente do banco liga bem na hora do café da manhã. Você se lembra de que na gaveta do quarto do bebê só restam duas fraldas. E a babá avisa que o chuveiro elétrico do banheiro dela queimou. Como se vestir no meio do furacão e sair feliz, se a inspiração passa longe de tanto estresse? Faço a você um desafio: aproveite o caos e vista-se como nunca se vestiu antes. Não pense, não raciocine, vá vestindo. As melhores coisas acontecem por acaso. Resista a fórmulas prontas, como jeans, camisa branca, sapatilha-porque-agora-é-moda e a minibolsa-que-no-momento-é-o-máximo. Receitinhas assim são perfeitas para tornar você invisível. Moda não é uniforme. Use a roupa como terapia: abra o armário e sinta o que quer vestir. Escolha a primeira peça da produção. O resto vem vindo. O cansaço está estampado no rosto? Use um vestido romântico, fluido, transparente, algo que conduza você para bem longe da realidade. Levou um pé na bunda? Salto alto é um santo remédio. Vai passar o dia se deslocando de um local a outro? Um tênis pode ser o começo de uma produção muito divertida. Experimente pegar aquela bota cowboy que há meses você tenta estrear, mas nunca consegue. Use com aquele
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vestido de corte geométrico, estampa moderninha e uma combinação de cores que em nada lembra a bota. Esqueça as regras, as revistas, os conselhos, a paleta de cores. Vá testando e veja no que dá. Finalize com o cintinho de onça que estava no fundo da gaveta e olhe-se no espelho. Confie, ele é o cara. É ele que vai revelar se aquela mistura ficou uma aberração ou se pode ser a revolução do seu dia. E a pressa, nessas horas, serve pra tirar a censura do caminho. O segredo para combinar tudo sem combinar nada? Confiança e coragem. Para experimentar e encarar o mundo vestindo aquilo que não está nas revistas, não está nos manuais de moda, mas ficou muito bem em você. Como me ensinou um cara que um dia cortou meus cabelos e fez um penteado bem arrepiado: "Você vai passando a cera e usando as mãos. Quando não tiver coragem de sair de casa, tá pronta". Simples assim.
Faço a você um desafio: aproveite o caos e vista-se como nunca se vestiu antes. Não pense, não raciocine, vá vestindo. As melhores coisas acontecem por acaso
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O sol como testemunha >>
aventura
por Alex Capella
Brasil Wild Extreme 2009 leva atletas do céu ao inferno
togumi / brasil wild
Junho de 1967. O diretor norte-americano Howard Hawks mostra nas telas de cinema uma das obras-primas do western: o enredo psicológico de ‘El Dorado’ conta a história de quatro pessoas tentando desesperadamente escapar da vingança de um inimigo cruel. Junho de 2009: o empresário Júlio Pieroni leva para Tocantins (região Norte) uma das mais duras provas de corrida de aventura vistas no país: o Brasil Wild Extreme narrou a saga de uma equipe de quatro atletas desafiando um adversário implacável: o calor escaldante do deserto do Jalapão. O estado de Tocantins passou a existir em 1º de janeiro de 1989. Assim como uma típica cidade do Velho Oeste americano, a região atraiu centenas de forasteiros em busca de oportunidades. Os estrangeiros se concentraram na capital Palmas, localizada entre a Serra do Carmo e o Rio Lajeado, que forma a represa da hidrelétrica batizada com o nome do rio. Cidade planejada, com amplas avenidas e terrenos enormes, Palmas tem hoje cerca de 200 mil habitantes. Por causa do sol inclemente e da extensão territorial, o que menos se vê é gente pelas ruas. No interior do estado, mais precisamente na faixa de terra de 34 mil quilômetros quadrados que forma o Jalapão, gente é artigo de luxo. Lá, a densidade populacional é de 1,3 habitante por quilômetro quadrado e a quase inexistência de pessoas batizou a região de deserto, ainda que o Jalapão não seja propriamente uma área com ausência de água. Por debaixo de sua terra árida corre uma complexa rede fluvial, que desemboca em cachoeiras e rios com águas cristalinas, contrastando com secas paisagens, como as surpreendentes dunas e os infinitos campos de cerrado com suas veredas, canelas-de-ema e sempre-vivas. Foi nesse cenário cortado por estradas poeirentas, passando pelos municípios de Ponte Alta do Tocantins, São Felix do Jalapão e Mateiros, que o quarteto paulista Quasar Lontra viu a morte de perto. A equipe, formada por Rafael Campos, Tiago Bonini, Erasmo Cardoso, o Chiquito, e Tessa Roorda, venceu o desafio depois completar os 476 quilômetros em 81 horas de prova, praticamente ininterrupta. Ao chegar à Praia da Graciosa, em Palmas, com o pôr-do-sol emoldurando a paisagem, o quarteto fez uma comemoração comedida.
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Talvez, mais do que evidenciar a capacidade do homem de se adaptar a condições extremas, o gesto dos quatro atletas, com a euforia contida, foi uma espécie de recado àqueles que subestimam a força da natureza. Com as marcas do esforço brutal no corpo, exaurido pelos quatro dias de prova e poucas horas de sono, o capitão da equipe, Rafael Campos, revelou que teve medo de morrer. “No segundo dia, optamos por descer um paredão na Serra do Jalapinho. Era de noite e a Tessa caiu na descida. Naquele instante, pensei no pior. Tive medo de morrer”, disse Campos, revelando que a vitória foi construída a partir daquele momento de dificuldade. TROTAMUNDO LEVA MELHOR ENTRE MINEIROS De Minas, seguiram para o desafio no Jalapão os quartetos Trotamundo, Quimera e Sempre Viva, além da dupla Advogado Aventureiro. Quem se deu melhor entre os quartetos foi a equipe Trotamundo, que terminou o Brasil Wild Extreme na terceira colocação geral, depois de completar o desafio em 91h05. A equipe mineira, formada por Ezio Rubbioli, Flávio Viana, Alexandre Ferreira e Larissa Lima, ultrapassou a equipe Selva nos momentos finais da corrida. O quarteto mineiro foi o único time entre os primeiros colocados que alcançou o Posto de Controle Virtual 7 (PCV 7), que deu a eles duas horas e meia de bônus. Sexta colocada na primeira edição do Brasil Wild Extreme, a equipe entrou na prova em busca de melhor classificação. Na opinião de Ferreira, a prova de 2009 foi mais difícil do que a de 2008. “Na
outra edição, as cidades nos davam maior apoio, tinham mais infraestrutura. Agora, ficamos em locais mais simples, o que dificultou na questão da logística”, comparou. De todo o percurso, Ferreira considerou os trechos longos de trekking os mais complicados. Mas, segundo o mineiro, a modalidade foi fundamental para o resultado da equipe. “O calor foi uma das maiores dificuldades. A equipe estava preparada para o longo trecho de trekking e acho que isso foi nosso diferencial e o determinante para o resultado”, revelou o atleta que, assim como os companheiros, dormiu uma hora por noite para não perder rendimento durante a prova. A equipe Quimera, formada por Carlos Ribeiro, o Cagui, Adriano Costa, Eduardo Pereira, o Grande, e Mariza Souza, foi obrigada a abandonar devido a uma contusão no joelho de Cagui. “Vínhamos bem na prova, mas, infelizmente, esse tipo de coisa acontece”, afirmou Grande. TUAREGUES NO DESERTO BRASILEIRO Assim como a Quasar Lontra, outros 32 quartetos e 11 duplas, num total de 166 competidores de vários estados brasileiros e da Argentina, tentaram vencer os desafios da natureza. Apenas a equipe Canoar chegou a incomodar os paulistas, terminando o desafio em segundo lugar, depois de 82h31 de prova. Muitas ficaram literalmente perdidas pelo caminho, sendo resgatadas pelo pessoal da organização. Além dos desafios propostos pela competição e do calor infernal, os times tiveram de lidar com um enigma peculiar togumi / brasil wild
Em fila indiana, competidores testam sua resistência. Para eles, mais do que nunca, caminhar é preciso
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fotos: togumi / brasil wild
A prova teve início no dia sete de junho. A largada foi no povoado de Mumbuca, a 500 quilômetros de Palmas. No lugar, totalmente desplugado do mundo, vivem cerca de 150 moradores descendentes de escravos
A beleza do cenário ajuda a aliviar a tensão. Abaixo, atleta enfrenta o cansaço e os desafios da natureza
do lugar: a geografia. Afinal, a capital do Tocantins gaba-se por estar localizada no ponto mais central do Brasil. O marco zero está definido no Palácio Araguaia, sede do governo do estado. Mas qualquer estudante ginasial aprende nos livros de geografia que o estado pertence à região Norte, ao lado do Pará, Amapá, Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia. Sem a parafernália das equipes de apoio, o senso de orientação superou o aspecto físico e tornou a prova altamente estratégica, fazendo com que muitos quartetos e duplas sucumbissem antes da metade do desafio. Chegou ao final quem mostrou maturidade e lucidez para tomar as melhores decisões. A prova teve início em 7 de junho. A largada foi no povoado de Mumbuca, a 500 quilômetros de Palmas. No lugar, totalmente desplugado do mundo, vivem cerca de 150 moradores descendentes de escravos. Assim como a formação de Minas Gerais, os filhos dos quilombolas foram atraídos para o lugar pelo brilho dourado de um tesouro encontrado em toda a região. Não se trata de ouro e sim do capim dourado, usado nas sofisticadas peças do artesanato. Das mãos habilidosas das mulheres de Mumbuca, saem verdadeiras joias distribuídas em todo o Brasil e diversos países. Abrigados nas casas dos moradores, os competidores se concentraram para uma das etapas iniciais: os primeiros 45 quilômetros de trekking pelas dunas do Jalapão. Além do calor, os atletas tiveram que se preocupar com as cobras abundantes na região. Nascida e criada em Mumbuca, Neide Ribeiro Gomes se transformou numa espécie de apoio para as equipes Quasar Lontra, Canoar e Selva. Os conselhos da senhora deram resultado. Afinal, da casa dela saíram as duas primeiras colocadas. “Eles devem tomar cuidado com as cobras. Agora, o perigo mesmo é a água”, alertou Neide. No Brasil desde janeiro, a jovem socióloga francesa Lina Champetier, de 26 anos, nascida na emblemática região da Normandia, quis conhecer o Jalapão, especificamente o povoado quilombola, depois de ter passado por Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Bem ao estilo “mochileira”, a francesa disse que vem percorrendo o país de carona e a pé. “Além das belezas naturais, o que mais me chamou a atenção no Brasil é a questão da diferença social. Nesse tipo de evento, a competição é importante. Mas, acima de tudo, o que deve prevalecer é o espírito de cooperação. Essa é a mensagem que deveria ser difundida ao longo da prova”, lembrou. ÁGUA FRIA É REFRESCO PARA OS OUTROS Cooperação não faltou na descida do temido Rio Novo e suas corredeiras traiçoeiras. As equipes fizeram flutuação e rafting por uma distância de 40 quilômetros, sendo que os 26 finais fo-
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fotos: david santos junior
Depois de caminhar 47 km pelo deserto, eles merecem cair na água. De tão fria, até incomodou algumas equipes
ram percorridos obrigatoriamente durante o dia, pois o trecho é considerado de risco. Depois do calor da caminhada de 47 quilômetros pelo deserto, a baixa temperatura da água, límpida e totalmente potável, incomodou boa parte das equipes. À beira do rio, numa área rústica, sem água quente, iluminada apenas por uma bateria, o casal Antônio e Nilma ganha a vida desde que deixou Goiânia (GO), há dois anos, por dificuldades financeiras. O ex-vaqueiro e a mulher, que também trabalha com o capim dourado, montaram uma pequena pousada para receber visitantes. Mesmo no meio do nada, os dois garantem que os cinco chalés estão sempre cheios de turistas que, assim como a socióloga francesa, mostram interesse em conhecer o lugar e difundir o espírito de preservação e integração com o meio ambiente. “Muitas pessoas chegam ao local por causa do rafting. Mas, ao conhecer a beleza da região, voltam depois. Temos muita alegria em receber todos aqui nesse pedaço de chão. É uma pena quando vão embora”, lamentou Antônio. Depois do Rio Novo, os competidores encararam trechos de mountain bike, num total de 230 quilômetros, somando trekking e remo. O primeiro encontro com as caixas de suprimento foi no terceiro dia, em Ponte Alta, com cerca de 7 mil habitantes. A cidade abriga as maiores atrações do Jalapão, como as cachoeiras do Lajeado e da Fumaça, a Lagoa dos Caldeirões, a Pedra Furada, a Gruta do Suçuapara e a Lagoa Azul.
O barqueiro Carmelindo Dias Furtado, 43, nasceu na região. Com boa conversa e um sorriso no rosto comum a quem não liga para os problemas do cotidiano, disse que leva a vida no ritmo das águas. “Aqui, se eu acordo com algum problema, pego o barco e navego pelo Rio Novo. Entro em contato com a natureza e relaxo. Agora, o que esse pessoal faz é ‘doidura’ das bravas”, classificou o barqueiro, com a sabedoria de homem simples do interior do país. Fora da água, a Serra dos Jabutis foi cenário do primeiro encontro de equipes. Dezenas de pessoas, andando de um lado para o outro, pela madrugada, com lanternas na cabeça procurando os PCV’s. A situação foi inusitada, coisa de filme de ficção científica. Já no final do percurso, a prova chegou a Taquaruçu, distrito de Palmas, cidade serrana com 80 cachoeiras catalogadas. Para chegar lá, as equipes encararam um trekking de 21 quilômetros. Nas cachoeiras da região, os competidores enfrentaram um rapel de 70m de altura e uma ascenção de 20m de altura, colocando em prática suas habilidades nas técnicas verticais. Para encerrar a prova, quem ainda se manteve na disputa finalizou o desafio com um remo de 22 quilômetros até a Praia da Graciosa, em Palmas, reta de chegada do Brasil Wild Extreme 2009. Em terra firme, como não poderia deixar de ser, vencedores e vencidos foram aplaudidos. Palmas para todos. O jornalista viajou a convite da organização.
fotos: david santos junior
Sob o sol escaldante, preparo físico e disposição não podem faltar aos altetas. Depois de quatro dias de prova, os vencedores (ao lado) têm mesmo é que comemorar
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SEXO
MULHER DA VIDA
por Angélica Paulo foto Pedro Kirilos
Sem medo de preconceitos e moralismos, Gabriela Leite, da Daspu, defende a bandeira da prostituição
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Gabriela afirma que saber ouvir os desabafos dos clientes é mais um dos mandamentos de uma boa garota de programa. Outro segredo está na arte de fingir. Orgasmo, principalmente Filha, mãe, avó e puta. O título do livro autobiográfico da prostituta aposentada Gabriela Leite, lançado em maio passado, não poderia ser mais descritivo. De seus 58 anos, mais da metade foram gastos sob a forma de dar e, porque não, receber prazer. Lapidada na Boca do Lixo, em São Paulo, no auge da década de 1970, a criadora da grife Daspu revela que sua opção por uma vida regada a muito sexo não teve nada a ver com necessidade e, sim, com escolha de vida. “Nunca tive o menor problema em ser puta. É uma profissão como outra qualquer”, afirma. E que tem regras a serem seguidas. Satisfazer as fantasias dos clientes faz parte da rotina de uma prostituta. O beijo na boca segue proibido para garotas de programa na etiqueta do cotidiano. De formação católica, Gabriela teve que lidar com as consequências de suas escolhas. Desde que decidiu trocar o curso de sociologia pelas esquinas e calçadas, o preconceito tornou-se companheiro constante. As relações familiares não foram diferentes e ela chegou a perder a guarda de suas duas filhas. A reconciliação só veio anos mais tarde, já na fase adulta das meninas. “Hoje me dou muito bem com minha família. Eles me aceitam como sou. Minha neta tem o maior orgulho da avó”, diz Gabriela, referindo-se à neta Tatiana. Mas a prostituição também agrega violência e uso de drogas. Com Gabriela não foi diferente. Mesmo avessa à euforia química, aceitou uma “bolinha” de uma colega, em um momento de cansaço sexual. Acabou se viciando. Certo dia, drogada, tentou tirar à força um homem do elevador do prédio onde dava atendimento para que pudessem transar. No auge do escândalo, se deu conta do que estava fazendo e deixou as drogas de lado. Gabriela afirma que saber ouvir os desabafos dos clientes é mais um dos mandamentos de uma boa garota de programa. Outro segredo está na arte de fingir. Orgasmo, principalmente. Segundo ela, homens adoram saber que a prostituta, além de realizar suas fantasias, ainda goza junto com eles. Mesmo que isso seja uma deslavada mentira. Nos anos 1980, Gabriela trabalhou na zona boêmia belohorizontina. Certa vez, disse que as transas por aqui são bem rapidinhas. A batalha pela melhoria da profissão continuou e, em 1992, surgiu a ONG Davida. Um ano antes, conheceu o jornalista Flavio Lenz, que também militava pelos direitos das prostitutas. Dividiu com ele suas ideias, além da cama. A união dura até hoje. Em 2005, criou a Daspu, grife cujo nome brinca com a Daslu, de São Paulo, e que arrebatou a mídia. Os congressos se avolumam e a rotina é cada dia mais intensa. Mas nem isso tira de Gabriela a motivação para continuar militando. A vida de prostituta, hoje, é resumida às memórias comente! contidas em seu livro. redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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bon ishikawa
SEXO
Ela deixa saudades... Em filmes ou no Parlamento, Cicciolina, musa maior do porn么 dos anos 1980, sempre fez o que tanto gostava: chocar e mostrar as tetas
por Bruno Mateus
comente! redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br Aos 57 anos, e há 20 fora do mundo pornô, Cicciolina participa de feiras e festivais sobre sexo e ainda é referência no assunto alberto pellaschiar
Durante a Guerra do Golfo, preocupada com a paz mundial, se ofereceu para transar com Saddam Hussein se ele retirasse as tropas do Irã
o programa ‘Voulez-vous coucher avec moi?’ em uma rádio italiana. Além da fama, foi nesse programa que ela ganhou o apelido pelo qual é mundialmente conhecida e que pode ser traduzido como fofinha ou rechonchudinha. Em 1987, já com uma carreira consolidada no pornô, lançou-se candidata ao Parlamento Italiano. Com uma campanha calcada em mostrar os seios – Cicciolina também deixou as tetas de fora no parlamento português e na TV israelense –, foi eleita deputada, cargo que exerceu até 1992, com cerca de 20 mil votos. Imagine uma mesa de reunião tendo Cicciolina e o mafioso Berlusconi lado a lado. Em 1989, fez seu último filme pornô, deixando uma inesquecível contribuição para as artes do sexo. Dois anos depois, casou-se com o artista plástico americano Jeff Koons. Da união, seu segundo casamento, nasce, em 1992, o único filho. Pouco antes, se separou de Koons. Em 1997, deu o ar da graça por aqui e participou dos capítulos finais da novela ‘Xica da Silva’. Enquanto os atores ficavam em um simples hotel, Cicciolina se hospedou no Copacabana Palace, causando mal-estar entre elenco e produção. Há dois anos, lançou o livro autobiográfico ‘Per amore e per forza’. Nele, ela não relata suas aventuras sexuais e diz que sua personagem “não era uma representação”. Cicciolina mostrava como Ilona realmente era: “uma garota espontânea, que gostava de sexo, de exibir seu erotismo e de transgredir o senso de pudor”. Durante a Guerra do Golfo, preocupada com a paz mundial, se ofereceu para transar com Saddam Hussein se ele retirasse as tropas do Irã. Ex-atriz pornô, ex-deputada e já tendo atacado de cantora, só falta um filme sobre a vida de Cicciolina. E, como já declarou, ela sabe o roteiro: “Com uma menina belíssima e um pouco ingênua, como eu era, rodeada por um mundo de imbecis".
andre durand / afp photo
Nascida em Budapeste, na Hungria, Cicciolina se tornou um verdadeiro ícone do mundo pornô na década de 1980. Com muita sensualidade, ousadia e dando uma banana para falsos moralistas e puritanos, ela passeou pelo imaginário dos homens do mundo todo, ganhou dinheiro, notoriedade e polêmicas; passou por casamentos turbulentos e já declarou que nunca foi amada, mas, sim, usada pelos homens para quem se entregou. Em 26 de novembro de 1951, em plena Guerra Fria, veio ao mundo Ilona Staller, verdadeiro nome de Cicciolina. De infância pobre e moradora do subúrbio de Budapeste, aos 13 anos, depois de ver sua mãe chorar por não ter dinheiro para comprar comida, decidiu ser modelo. Aos 20, casou-se com um italiano 25 anos mais velho. Assim, conseguiu a nacionalidade italiana. O casamento, cheio de confusões, durou apenas três meses. Cicciolina chegou à Itália em 1972 e começou a trabalhar como modelo para importantes agências de Milão. Mas a consagração veio mesmo em 1976 com
fotos: arquivo Brasileirinhas
SEXO
ELE TURBINOU A CENA por Daniel Ottoni
José Gaspar é considerado um dos maiores diretores pornográficos que o Brasil já teve. Mas agora ele sai do ramo, deixando para o mercado sua contribuição diferenciada José Gaspar relutou em conversar com a Ragga sobre os mais de 50 filmes pornográficos que dirigiu. Afinal, ele está fora desse mercado há dois anos e agora tem como meta a produção de um longa-metragem. Mesmo assim, insistimos para trocar uma ideia com o cara, que é referência no assunto. Não é para menos. José Gaspar deu um toque (no bom sentido) diferente na produção de filmes eróticos, com um cuidado maior em alguns aspectos, como encenação e iluminação. “Quando comecei a trabalhar com filmes eróticos, percebi que os trabalhos eram muito ruins. A minha
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proposta era fazer uma coisa organizada, com um mínimo de qualidade e estrutura, tendo equipe com diretor de fotografia, contrarregra, produtor etc. Mas até hoje a melhora foi pequena”, conta. A ideia partiu das suas experiências anteriores com a gravação de comerciais, principalmente. “Acredito que essa mudança que introduzi fez os outros trabalhos subirem um degrau. Até os espectadores ficaram mais exigentes. É bem diferente você ver um trabalho de qualidade, com uma iluminação boa e atores com uma técnica mais apurada”, relata. Um dos maiores desafios de Gaspar foi trabalhar a sensualidade das cenas. “Não queria ser diretor para ir para um quarto de motel e ficar filmando uma cena de sexo durante horas. Minha intenção era trabalhar a forma de fazer ficção, mexendo com os personagens”, garante.
Ele admite que caiu de para-quedas no mercado pornográfico. Jose Gaspar é formado em física pela USP e trabalha com cinema e vídeo há 15 anos. Entre um contato e outro, se aproximou da produtora Brasileirinhas, responsável por diversas produções que contaram com participações de Alexandre Frota e Rita Cadillac. Ele garante que nunca foi espectador do estilo, mas sempre o considerou como uma outra forma de fazer cinema, sem nenhum preconceito. Nos trabalhos que contavam com a participação dos famosos, o orçamento era estrelar. “Compensava mais do que fazer comerciais”, lembra. Depois de quase sete anos trabalhando no ramo, ele diz que se cansou e agora foca em novos projetos, mesmo com as dificuldades. “Fazer um longa no Brasil é muito difícil. Não é todo dia que se faz um trabalho desses. Um produtor de longa lança um trabalho a cada cinco ou 10 anos e ainda precisa de incentivo do governo. No caso do pornô é diferente, já virou uma indústria que conta com incentivo privado, onde o giro é muito maior”, afirma. Depois da saída dos famosos, parece que o mercado pornô deu uma leve brochada. Quem sabe, em breve, apareça uma nova figura responsável por turbinar esse ramo. Espectadores não faltam... comente! redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br A experiência de Gaspar foi fundamental para o avanço do pornô nacional
Gaspar: da faculdade de física da USP para os estúdios pornográficos
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Escola às avessas
HISTÓRIA
por Bruno Mateus fotos Carlos Hauck ilustrações Juliano Augustº
Manicômio, açougue, bordel ou até mesmo uma galeria de lojas de R$ 1,99. O Padre Lebret parecia tudo, menos um colégio Tá com medo de tomar bomba? Aquele diretor cretino e impiedoso pega no seu pé e convidou você a se retirar do colégio? Seu desempenho vai de mal a pior e você não pode repetir mais um ano, pois vão zoar e chamar você de burro? Seus problemas acabaram! Vá para o Padre Lebret e dê um fim aos pesadelos escolares. Se esse anúncio fosse feito pelas Organizações Tabajara, a publicidade do Padre Lebret poderia muito bem ser assim. Instalado no Bairro Floresta, o colégio ganhou fama pelos casos lunáticos e engraçados que mais pareciam contos de realismo fantástico. Outras lendas são dignas de rechear páginas de Edgar Allan Poe. Com um método de aprovação nada ortodoxo, baseado no “pagou, passou”, o colégio marcou época e decepcionou muitos pais que sonhavam com um filho mais aplicado na escola. Nas páginas da história do colégio há capítulos de venda de gabaritos pelo porteiro, discussões acaloradas entre aluno e professor, cantina com salgados intragáveis e uma certa fumacinha branca e cheirosa que vinha do pequeno pátio no fundo da escola. Você já ouviu falar em greve de professores de colégio particular? Pois no Padre Lebret, até isso rolou. Corredores sem luz, banheiros em estado preocupante, salas de aula que pareciam celas de cadeia e até um boato de que antes ali funcionara um açougue. Seria total exagero dizer que almas inescrupulosas em busca de conforto rondavam as dependências do Padre Lebret? Se você acha que
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QUEM VIU VIU...
sim, dá uma olhada: “Do cassino até os banheiros que explodiam, costumo dizer que nos anos que estudei lá só não vi nave espacial pousar no pátio. O resto... vi tudo”. Essa é a descrição na comunidade do Padre Lebret no Orkut. Depois do contato da reportagem, a comunidade, misteriosamente, sumiu do ar. Mas quem foi o sujeito que deu nome ao saudoso colégio, que mais parecia um supermercado de ensino médio? LouisJoseph Lebret, conhecido por estas bandas como Padre Lebret, foi um economista e religioso católico dominicano. Nascido em 1897, na região da Bretanha, oeste da França, Lebret, de família tradicional, estudou na escola naval, formou-se oficial da marinha e participou da Primeira Guerra Mundial. Em 1923, deixou as forças armadas para se tornar dominicano. Dentro da Igreja Católica, foi um dos primeiros a se preocupar com questões sociais de nações subdesenvolvidas e a se solidarizar com países pobres. Muito empenhado em ajudar o próximo, criou, em 1942, o centro de pesquisas Economia e Humanidade e outras associações de desenvolvimento social. Trabalhou no Senegal, Líbano, Costa do Marfim, Colômbia, Venezuela e Brasil. Por aqui, deu cursos de como aliar economia e projetos humanitários. Pisou em terras tupiniquins em duas oportunidades: 1947 e 1952. Figura importante no mundo religioso, deu nome a ruas e colégios em todo o país. Louis-Joseph Lebret faleceu em 1966.
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O estudante de relações públicas Bruno de Carvalho Vieira, de 23 anos, viu sua situação se complicar no colégio em que estudava. Qual foi a solução? “Fiquei com medo de tomar bomba. Alguns da minha sala foram para o Padre Lebret e fui junto. Achei que era a única opção”, afirma. Ele estudou lá durante todo o segundo semestre de 2003. No Padre Lebret era assim: poucos alunos no primeiro semestre. Já no segundo, a galera começava a chegar. Quando Bruno entrou, em agosto, eram cerca de 25 alunos na sala. No fim do ano, quase 50. Em casa, a decisão não foi muito bem recebida. “Tive que conversar muito com meus pais.” O estudante não foi poupado das brincadeiras de alguns colegas, mas levou numa boa. “Muitos zoaram, mas não senti vergonha. Foi uma experiência diferente. Colégio igual ao Padre Lebret não existe mais”, divaga, nostálgico. Bruno volta no tempo para lembrar histórias que só poderiam acontecer no cabuloso colégio: “Tinha muita discussão entre aluno e professor, mas briga não chegou a rolar. Era uma zona danada”. Os intervalos eram, por assim dizer, diferentes dos que rolam nos colégios tradicionais. Quem fumava maconha ia para o pátio, o escuro corredor era o lugar para fumar cigarro, e a sala de aula era para quem não tragava nenhum tipo de fumaça. O estudante conta que o colégio ficou de greve por duas semanas. O motivo foi o não pagamento dos salários aos professores. “Ninguém avisava nada. Tínhamos que ir todos os dias para a aula. Se a porta estivesse fechada, voltávamos para casa. Nem contei para os meus pais”, diz. Até aquele frio na barriga que dá quando se vai buscar o boletim no Padre Lebret é diferente: “Na hora de pegar o resultado, me perguntaram se eu havia pagado todas as mensalidades. Quando respondi que sim, me falaram: ok, você passou”. “Foi a melhor época da minha vida.” É assim que a estudante de enfermagem Andréia Henriques Gonçalves, 23, define os dois anos – 2002 e 2003 – em que estudou no Padre Lebret. Quando muitos podem pensar que o colégio só recebia alunos no fim do ano, Andréia prova, com seus dois anos consecutivos dedicados ao Lebret, que também havia alunos no primeiro semestre. Poucos, é verdade. “No máximo 15. No fim do ano nem cabia na sala”, afirma Andréia. “Quem entrava no primeiro semestre pagava uma certa mensalidade. No fim do ano, era bem mais caro.” Ela também não escapou das zoações. “Me chamavam de ‘PPP’ (Papai Pagou, Passou)”, lembra. A publicitária Leila*, 30, já tinha tomado bomba no Colégio Promove quando, em 1997, estudou no Padre Lebret durante um mês. O bom e velho esquema: só para passar de ano. Diferentemente de Andréia, Leila não lembra com muita ternura desse tempo. “Lá era muito sujo, nojento. Do Padre Lebret eu tenho zero de saudade”, confessa. “Aquilo ali não era uma escola, parecia mais um mercado de passar gente.” Professora do Padre Lebret em 2002 e 2003, Heloísa* conta que não teve infortúnios no colégio. “Alguns alunos eram muitos engraçadinhos, mas não cheguei a ter problemas mais sérios.” Ela trabalhou no período em que ficaram
Parece uma penitenciária, mas essa era a portaria pela qual os alunos entravam. Hoje, ninguém entra e ninguém sai
Com um método de aprovação nada ortodoxo, baseado no “pagou, passou”, o colégio marcou época e decepcionou muitos pais que sonhavam com um filho mais aplicado na escola seis meses sem receber salários. Com outros professores, recorreu à Justiça e ganhou uma boa grana. Apesar de achar que a experiência foi válida, Heloísa ressalta: “Uma escola nesse formato, do ponto de vista educacional, não é o ideal. Para dar certo, teria que haver boa estrutura e mudança de filosofia. Tinha bons profissionais, mas os diretores não davam boas condições para trabalhar”. “O cano do banheiro estourou, a água invadiu o corredor e as salas. O banheiro estava completamente alagado.” Não, isso não é o relato de alguém que teve a casa destruída pela enchente, mas sim as reminiscências da estudante Luciana*, 30, que foi aluna no segundo semestre de 1995. “Sinto saudade dos meus tempos de colégio, mas não do Padre Lebret”, afirma, enquanto se lembra que, certa vez, parece ter visto assombrações no colégio. Para alguns, ele deixa saudades; outros preferem esquecer que estudaram lá. O colégio fechou as portas em 2004. Posteriormente, o local foi usado por uma escola técnica de enfermagem, que mudou de endereço há pouco menos de um ano. Desde então, ninguém ocupa as dependências onde outrora foi construída a história do Padre Lebret. Resta saber se espíritos errantes ainda se divertem por lá. *Os nomes com asterisco são fictícios.
FÊ MELLO
por Lucas Machado fotos Bruno Senna
“Não sou muito boa de falar, gosto mesmo é de escrever” Fernanda usa: Blusa Zhizha, Calça Colcci e Pulseira Elane Niskier Muita forma e muito conteúdo. Você deve estar olhando para essa foto e dizendo: “Nossa, que mulher é essa?” Pois o melhor ainda está por vir. Fernanda Mello é uma verdadeira multitalento. Publicitária, jornalista, poeta e compositora, desde pequena a escrita foi o seu ponto forte. “Comecei a escrever na 4ª série primária, participei de um concurso de redação e o texto foi escolhido para o livro do colégio. Não sou muito boa de falar, gosto mesmo é de escrever”, chicoteia. Fernanda adora gatos, é viciada em calça jeans e tem nove tatoos. “A tatuagem de que mais gosto é a que fiz com minha afilhada. Ensinei ela a falar latim e fizemos juntas ‘ad infinitum’, que significa ‘para sempre’”. Seu blog é bombado, ela tem 14 comunidades no Orkut e quando o assunto é web, admite: “Sou internet total. Trabalho e componho pela internet, por skype, com pessoas que nunca vi e nem conheci, melodia de lá e eu compondo daqui, facilita”. A compositora carrega no seu baú letras com as bandas Tianastácia e Jota Quest e artistas como Wanessa Camargo, Felipe Dylon, Lorenza Pozza e por aí vai. No começo de julho, Fê lançou o primeiro livro. “São crônicas e poesias que falam das contradições do ser humano, os luxos e lixos”. E se você está pensando que vai ler um livro das patricinhas de Beverly Hills, se liga no titulo: ‘Princesa de rua’.
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surfe márcio rodrigues / fotocom.net
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Rico de Souza comemora seu quinto recorde do Guinness
TAMANHO É DOCUMENTO por Bernardo Biagioni
Quando o assunto é quebrar um recorde mundial, qualquer centímetro pode fazer a diferença Rico de Souza não costuma ficar mais de 10 minutos na água sem conseguir uma boa onda. Dono de seis títulos brasileiros de surfe, três deles em cima de um longboard, o carioca de 57 anos também leva no currículo um vice-campeonato mundial amador, disputado em 1989. Porém, na manhã de 12 de junho, sob um sol escaldante e seguido pelo olhar atento de centenas de espectadores que acompanhavam o Petrobras Longboard Classic, em Jacaraípe, o surfista apresentava dificuldades para subir na prancha. “O mar estava grande e tinha muito vento. Achei que não ia conseguir nem
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atravessar a rebentação”, conta. As condições climáticas não seriam nenhum problema para Rico de Souza se aquele fosse só mais um dia de surfe no Espírito Santo. O que realmente estava atrapalhando eram as especificações da prancha que o surfista arrastava por cima das ondas com dificuldade. “Tinha exatamente 9,42m e pesava cerca de 100kg. Se eu perdesse o controle do long, ele poderia acertar alguém, quebrar uma perna e até desacordar uma pessoa”, explica. Era nada menos que a maior prancha de surfe do mundo, equivalente a quase três andares de um prédio. Se o carioca conseguisse surfar a “invenção” por mais de 10 segundos, seu nome seria estampado no famigerado livro dos recordes, o 'Guinness Book', e consolidaria ainda mais sua trajetória na história do esporte. Havia silêncio e expectativa em cada canto da praia. Em todo caso, Rico já estava se familiarizando com aquela sensação pouco confortante de ansiedade. Há quatro anos,
márcio rodrigues / fotocom.net
O surfista mostra a medida da maior prancha de surfe do mundo: 9,42m
MAIOR
LONGBOARD (SKATE) DO BRASIL No skate longboard, a história de bater recordes não tem sido muito diferente. José Aparecido Santanna, ou “Suicida do Asfalto”, de 37 anos, é responsável pelo maior shape do país, segundo o livro Rank Brasil. “Tem 2,20m. Usei cerca de 30 lâminas de madeira para fazer”, conta, pelo telefone, lá de Fortaleza. Apesar do elevado peso, 15kg sem as rodas e os trucks, Santanna garante que dá para andar: “Se não fosse funcional não valia. O shape suporta mais de duas pessoas tranquilamente”. E o cearense vai continuar quebrando recordes: “Quero construir um de 12m agora. Assim que conseguir um patrocínio, o projeto sai do papel”, aponta.
arquivo pessoal
o carioca colocou o Brasil no Guinness ao tirar da Austrália o recorde de “maior número de surfistas descendo a mesma onda”. “Eles tinham juntado 38 pessoas. Eu me candidatei e consegui bater com 42”, conta. Em 2007, o sul-africano Paul Botha, responsável pela organização dos campeonatos do WCT da Billabong, criou o Earth Wake (no Brasil ficou conhecido como “Onda Global”), propondo que vários países se organizassem para colocar o maior número de surfistas em uma única onda. Rico de Souza defendeu a primeira posição do Brasil ao reunir 84 pranchas para o recorde e, em 2008, conseguiu elevar essa cifra para 100. Mas naquela sexta-feira dos namorados, 12 de junho, não era o número de surfistas que estava em jogo. Rico queria pegar de volta um recorde que já havia sido dele. “Entrei para o Guinness em 2006 ao surfar numa prancha de 8,5m, na Praia da Macumba, no Rio. Dois anos depois, bati o meu próprio recorde surfando uma de 9,16m”, aponta. Porém, logo em seguida, um japonês roubou o “título” do carioca ao construir um longboard de 9,20m. “Tive que refazer a minha prancha, coloquei mais envergadura e troquei a cor”, lembra. Na hora certa, Rico de Souza jogou a prancha na água e foi remando com calma. Atravessou a zona de rebentação, achou uma posição confortável e esperou a onda ideal. “Fiquei mais de uma hora tentando e nada. Quando consegui, nem acreditei. Só precisava surfar por 10 segundos, acabei ficando 29”, conta. O carioca saiu da água carregado pelos espectadores e, sem negar seu empenho e dedicação, hoje fala: “O nome do estado era Espírito Santo e a capital, Vitória. Posso ser sincero? Não podia ter dado errado”.
quem
é RAGGA
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fotos Dudua’s Profeta
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move
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rua guaicurus
CORREDORES DO SEXO
Luzes estimulantes criam um clima especial nos prédios do Centro. Por trás da porta, alguém está descendo o cacete
Nosso repórter da fanfarra foi ver o pau quebrar. Rá, rá, rá
Agora são algo em torno de 3h da madrugada. O silêncio é reconfortante, todas as entranhas da cidade estão, enfim, estiradas para o descanso. Dormem os velhos, os novos, os músicos e dormem os taxistas, essa legião selvagem que perambula pelas veias asfaltadas dos centros imundos e mal iluminados. Escrevo do 21º andar de um prédio de azulejos brancos e pequenos, estão todos descascando e perdendo o brilho. Pela janela correm os últimos carros do fim de semana. Aceleram, correm e vão. Vão para onde devem ir. Puxo na prateleira uma caixinha de CD, rodo o disco entre os dedos e preparo a televisão. Calculo o volume, apago as luzes sem parcimônia e deito na cama. Estou pronto para um pornô. A recomendação foi de um amigo: "Chegando em casa, assista a um filme bem sacana, cara!" Ele estava visivelmente preocupado com o deadline desta minha reportagem. Na verdade, sempre me interessei pelas "histórias" dos filmes pornôs. Grandes loiras nuas vestidas de salva-vidas em lojas de departamento abandonadas depois de uma terceira Guerra Mundial. Elas socorrem um sargento no vestiário, começam com uma respiração boca-a-boca e aí não param mais. Muito "eletrizante", digamos. Eu precisava de inspiração e talvez essas aventuras pudessem ajudar.
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do Biagioni por Bernar
Senna fotos Bruno
Estabelecimento da Rua Guaicurus não recomendado para menores de 18 anos
Mais de mil pessoas entram e saem pelo prédio diariamente. São pedreiros, advogados, vendedores de pipoca, economistas e peruanos tocadores de flauta Hoje, acordei às 14h e liguei para o fotógrafo Bruno Senna ainda na cama. "Vamos lá na Guaicurus?" Minha pauta era sobre os "corredores do sexo" clandestinos de Belo Horizonte, velhos prédios apagados e criminalmente preocupantes que avançam sobre o céu do shopping Oiapoque, no Centro da cidade. Não vou falar se ele se entusiasmou ou não, porque isso pode ferir sua dignidade (animou na hora). Nos encontramos na Savassi e partimos para o coração do sexo. Qualquer mineiro que tenha passagem pelo submundo da capital sabe muito bem que ali o pau quebra. Literalmente. Jesus teria dito: é a Babilônia. Mas quem atendeu a gente em um dos estabelecimentos não foi Jesus. Rogério Santiago, cujo sobrenome inventei agora, contava notas de cinquenta reais com as duas mãos trabalhando em perfeita sincronia. "Estamos passando por algumas reformas no prédio e as luzes ainda não foram acesas. Aqui já dá problema iluminado. Sem luz então...", soltou, como um filósofo imaculado por uma sabedoria grega, nômade e tropical. Disse que poderíamos fazer as fotos, "desde que as meninas aceitem", e apertou algumas de nossas mãos com firmeza. Rogério é gerente da Pensão, uma das construções mais visitadas da Guaicurus, e ganha a vida alugando pequenos quartos para "moças de família". Cada garota organiza o seu próprio quadrado. Uma cama, uma prateleira, um rolo de papel higiênico e um som tímido e dissonante. Escutam funk, "mexem a cadeira", arriscam caretas de cachorra e se lambem carinhosamente. "Quero gozar", gritam as mais afoitas e indelicadas. O fotografo Bruno Senna tenta negociar uma foto e enquanto está montando o tripé, a morena pergunta: "Tá armando a barraca, gostoso?" Ele nega, têm as bochechas
Tráfego pouco intenso no corredor da Brilhante, um dos comércios mais lucrativos da região Duas horas para conseguir uma única foto com a gracinha aí. E ainda desembolsamos R$10
coradas, e ganha um aperto na bunda. "Gostoso!", provoca de novo a desonesta. Toda a atmosfera carrega um cheiro denso e pesado. Misturado ao desinfetante vencido, o resultado é entorpecente, enjoativo e pouco estimulante. Apesar disso, mais de mil pessoas entram e saem pelo prédio diariamente. São pedreiros, marceneiros, advogados, vendedores de pipoca, economistas e peruanos tocadores de flauta. Eles sobem as escadas, correm os olhos pelos corredores em busca da “presa” e são catapultados pelas investidas extasiantes das dançarinas do amor. Poucos resistem. O programa varia entre R$ 15 e R$ 45, tudo depende do tempo em que o serviço será prestado – como uma lan-house. Elas cobram adiantado, não escondem o sorriso pecaminoso depois de garantir um cliente e gritam escandalosamente. "Quanto mais alto o grito, melhor a trepada", aconselha um sujeito. E todo mundo desce o cacete. A eguinha pocotó não se cansa de afogar o ganso. Tudo isso no Centro, tudo isso a quinze minutinhos da sua casa. Enquanto você folheia essa revista e cria cenas perversas na cabeça, algum outro corpo agoniza seus valores sacros nos "corredores da cidade". É a dança libertina, inescrupulosa e lucrativa do sexo. Sempre o sexo. comente! redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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RAGGA fotos Cisco Vasques modelo Natasha Macedo
INSPIRAÇÃO por Daniel Ottoni De longe, ela não fazia a menor ideia de que eu a filmava. Filmava com os olhos, com a boca, com tudo mais que era possível. Ela parecia imóvel naquele colchão, virada para a parede, usando tão e somente uma certa parte de baixo. Parecia repousar como um anjo, mas eu sabia que ela não dormia. Tinha os olhos abertos e o pensamento pulsante, bem distante ali. O que estaria em seus devaneios eu não tinha a menor ideia. Mesmo através da distância podia ver e sentir os mínimos detalhes daquela... Como chamar aquilo? Musa, diva, deusa? Acho que era pouco. Podia ver seus olhos verdes e as várias sardas, que davam um toque de menina naquele corpo escultural. As tatuagens eram de tirar qualquer um do sério. Uma nas costas, de um cavalo com asas, provavelmente um desejo de criança de ter um animal diferente, que a pudesse levar para onde ordenasse. A outra, de um pequeno grupo de borboletas, na altura da cintura. Sortudas borboletas. Com certeza, desejavam ter a condição de voar e passear por ali, como se estivessem em um campo, cheio de lugares para explorar. Seus companheiros eram apenas um cão e um gato, inimigos históricos, mas, que naquela paz, não tinham porque brigar. Estragar aquele momento seria um desperdício. Melhor ficarem por ali e entre um instante e outro, ganharem uma carícia pelas mãos de quem gostariam que fosse sua dona eterna. A prancha de bodyboard mostrava um pouco de sua personalidade, fã de esportes e aventuras. Parecia perfeição. Quando levantou do colchão em passos silenciosos pelo piso de madeira, mordeu o canto da boca, como se estivesse sem direção. Foi quando a perdi de vista. A partir dali, somente em meu pensamento podia voltar a ter aquela visão. Cada segundo valeu a pena. Agora eu saberia para onde olhar quando estivesse em busca de inspiração.
comente! redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br *Este é um ensaio realizado para o site Acesse ehgata.com.br e confira o ensaio completo.
MODELO natasha macedo FOTO/MAQUIAGEM/EDIÇÃO cisco vasques :: ciscovasques.com CABELO tom gaston :: culturarockclub ASSISTÊNCIA carol zat LOCAÇÃO armação/florianópolis-sc
COSA NOSTRA
Bruno Dib, Lucas Fonda e Antônio Toledo recebem placa do vereador Léo Burguês. Abaixo, a comemoração da redação e dos amigos
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Uma
homenagem
e tanto por Lucas Fonda fotos Dudua's Profeta
Em noite especial, Câmara Municipal mostra que também é Ragga Os leitores da Revista Ragga já devem ter percebido que sempre no começo da revista publicamos uma seção chamada Cosa Nostra, que tem o objetivo de retratar fatos internos que valem a pena ser divulgados. Coisas que consideramos relevantes no dia a dia da empresa, que nos deixam felizes e merecem ser compartilhadas com nossos leitores. Nesta edição, resolvemos ampliar a seção de forma proporcional à satisfação que sentimos ao publicar essa notícia. No dia 19 de junho, por iniciativa do vereador Léo Burguês de Castro, o Núcleo de Comunicação Ragga recebeu na Câmara Municipal de Belo Horizonte uma homenagem pelos seus quatro anos. Esse prêmio representa um agradecimento da cidade pelos serviços prestados pela Ragga à ju-
ventude mineira. Ficamos honrados e, sem falsa modéstia, acreditamos que a Ragga desenvolve um trabalho verdadeiro em prol de Minas Gerais. Provamos nesses quatro anos que nosso estado tem toda a capacidade de gerar conteúdo interessante, mostrar para o mundo tudo o que acontece aqui e trazer para os mineiros tudo o que rola no mundo. Durante seus quatro anos, a Ragga já produziu mais de 2,7 mil páginas de cultura, comportamento, moda, tecnologia, esportes extremos, entrevistas e curiosidades. Teve um crescimento de mais de 16 mil vezes na internet. Dobrou sua tiragem e sua periodicidade. Lançou um Gol da Volkswagen com seu nome. Produziu matérias de mais de 25 países diferentes nos cinco continentes. Realizou a maior etapa de um circuito mundial esportivo. Criou um programa de rádio, um suplemento semanal dentro do maior jornal do estado (Estado de Minas), uma editora e um departamento de promoções e eventos. Compartilhamos com nossos leitores toda a nossa satisfação. E, mais uma vez, agradecemos ao vereador Léo Burguês de Castro, que, em sua caminhada política, não poupou esforços em prol do jovem mineiro.
Abaixo, os diretores com o companheiro e amigo Lucas Machado: amizade e parceria que deram certo
COSA NOSTRA
ENTENDA O NÚCLEO RAGGA A Ragga, que começou com uma revista, hoje se transformou em um núcleo de comunicação jovem, distribuindo seu conteúdo em diferentes mídias. Confira abaixo seus diferentes produtos e formas de atuação:
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vistara
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gga.com
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09 Maio.20 revistaragga.com.br
Junho.2009
O que move
Edição de aniversário #26
. ANO 4
ço não tem pre
MAIO . 2009
MSN raggadrops@hotmail.com
quinta-feira, 6 de março de 2008
direto do
fundão
ano 4
quinta-feira,
Publicação mensal distribuída gratuitamente, com 10 mil exemplares. A revista Ragga é direcionada ao público de espírito jovem e aventureiro, que tem como expressão de sua liberdade e estilo de vida o interesse por cultura, comportamento urbano e esportes extremos. A Ragga se consolidou como referência do que é conceito jovem. Além dos esportes, a revista pesquisa e informa sobre tendências e novidades comportamentais e culturais, por meio de uma cobertura feita com colaboradores espalhados por todas as regiões do Brasil e em vários países do mundo, formando opinião e fidelizando cada vez mais leitores.
A 98 FM leva o conteúdo da revista Ragga para o rádio, trazendo o melhor do comportamento urbano, cultura, esportes extremos e meio ambiente. Os drops são veiculados de segunda a domingo, com cinco edições diárias de 1 minuto.
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Caderno publicado toda quinta-feira no jornal Estado de Minas, com 80 mil exemplares, é direcionado ao público adolescente que curte esportes, estilo de vida saudável, música, moda, comportamento e cultura em geral. Os textos são leves e rápidos, mas nem por isso menos interessantes. Parte do conteúdo é produzido pelo leitor, fazendo do suplemento um veículo de comunicação interativo, verdadeiro e moderno.
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Agenda Já sabe quais são as melhores baladas desta semana?
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JUNHO . 2009 . ANO 4
você?
4 ANOS
PROMOÇÃO E EVENTOS
Os endereços www.revistaragga.com.br e www.raggadrops.com.br, hospedados dentro do portal UAI, com o conteúdo do grupo Diários Associados permitem a continuação, expansão e rápida atualização de conteúdo da revista e do suplemento adolescente produzido pela Ragga. Um departamento focado em criar soluções de ações externas, complementares ou não para campanhas institucionais, estreitando o relacionamento da marca com o consumidor final. As ações são focadas no contato direto com o público, sempre de forma criativa e causando alto impacto. Além disso, o departamento realiza os eventos da própria Ragga, que já são referência para o público jovem mineiro.
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EU
QUERO!
Aumentar o prazer a partir do estímulo aos cinco sentidos não é só papo daquela revista que sua tia assina. Vale a pena dar uma olhada à sua volta e descobrir formas de tornar a experiência sexual mais divertida. Há produtos que ajudam nisso - e não estamos falando de vibradores e camisinhas comestíveis. Deixe de mesmice e descubra novas leituras, texturas e cheiros capazes de fazer o que é bom ser melhor ainda. O prazer é todo seu.
Rendas vermelhas e estampas de oncinha que me perdoem, mas são as calcinhas de algodão que deixam as meninas mais sexies. Se tiver uma estampa sacaninha, como esta, da Puket, melhor ainda. R$ 29,90
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Brinquedinhos
...SEXO
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NA Kama
Dos mais remotos bailes do sertão brasileiro até a profusão das festinhas do forró universitário, a catuaba sempre foi uma aliada dos homens de bem, dando aquele fôlego – ou fogo – extra depois do trabalho pesado ou dos estudos, para dar conta do que realmente importa nesta vida: o xenhenhem. R$ 6,28
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*Os preços foram divulgados em junho e são sujeitos a ajustes.
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Você já viu no Discovery Channel que machos e fêmeas são loucamente atraídos pelo olfato, garantindo a sobrevivência das espécies. A culpa é dos tais feromônios. A boa notícia é que, mesmo longe da selva, você não precisa ficar fora da festa. Avant L´Amour promete ser "mais que uma simples colônia feminina, um perfume de atração sexual baseado na química atrativa do 'Alpha Androstenol'”. E tem também a versão masculina. Mesmo sem saber o que é Androstenol, dá para ficar curioso. Alguém aí me diz onde compro esse negócio?
Pelo nariz
Fogo extra
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surfe
BOM NA PRANCHA,
BOM NA VIDA
por Daniel Ottoni fotos Ari Lobo
Projeto da Billabong inicia alunos de São Sebastião na prática do surfe. Boas notas e frequência escolar são fundamentais para a participação São Sebastião é a cidade mais antiga do litoral norte paulista. As mais de 30 praias fazem a alegria dos nativos o ano todo. Mas alegre mesmo está a molecada que, graças a uma parceria entre a Billabong, a prefeitura e escolas do município, tem a oportunidade de ser introduzida no surfe. Para isso, frequência escolar e boas notas são imprescindíveis. O projeto Bom na Escola Bom no Surf começou em 2004 com 43 alunos e apenas uma escola. A ideia partiu de José Paulo Ferreira, team manager da Billabong e representante da seleção brasileira de surfe no mundial de Porto Rico, em 1988. O local escolhido foi a Praia da Baleia. “As ondas por lá são perfeitas para quem quer aprender a surfar”, garante o ex-atleta. Para dar aquela força, José Paulo entrou em contato com Ari Lobo, professor de educação física da Secretaria Municipal de Esportes. No começo, eram somente os dois por conta de tudo. “Dar aulas de surfe, ainda mais para um grande número de crianças, é complicado. Tem a questão do mar envolvida, temos que ficar atentos o tempo todo. É bem diferente de uma aula de futebol, onde uma pessoa consegue dar conta do recado”, compara Ari. Com o passar dos anos, mais interessados apareceram. O número de crianças e jovens cresceu e novas escolas
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foram incorporadas. Atualmente, são 85 beneficiados nas duas aulas semanais. Fora os que estão na lista de espera. “O bacana desse projeto é o estímulo que é dado aos alunos para frequentar a escola. Ainda mais sendo realizado por uma empresa que é referência no esporte”, conta Anny Cruz, diretora da Escola Estadual Walkir Vergani. Ela garante que, além das notas, os alunos cuidam do corpo e da mente, o que influencia no desempenho escolar. Para participar do projeto, a nota deve ser superior à média escolar. A assiduidade é pré-requisito fundamental. Mas nem só de bons alunos vive o projeto. “Fazemos uma seleção de alunos interessados, com boas notas e frequência. Mas, às vezes, indicamos outros, que precisam de uma motivação extra para superar algumas dificuldades”, conta Anny. José Paulo ressalta a parceria com a prefeitura. “A atual gestão ajuda bastante e esse apoio é fundamental para a continuidade do projeto”, relata. A Billabong, que patrocina grandes nomes do surfe como Silvana Lima, representante do Brasil no WCT feminino, e Maya Gabeira, a big rider que encara ondas de até 20m, fornece material e equipamentos e os monitores passam por um treinamento do Corpo de Bombeiros, onde aprendem a proceder em casos de emergência. A idade dos alunos varia entre 8 e 16 anos e a ideia é iniciálos no surfe, até o momento em que aprendem a se virar em cima da prancha. “Quando eles já estão em um nível razoável, fazemos uma troca. A partir dali, eles já têm condições de pegarem ondas por conta própria e chega a hora de iniciarmos outros alunos na prática”, afirma Ari. Em alguns casos, talentos acabam surgindo. “Alunos que foram iniciados pelo projeto já participam de competições municipais e estaduais”, indica Ferreira. Um dos exemplos é William Guimarães, de 16 anos. Ele diz que, com a inscrição no projeto, há dois anos, teve que se dedicar mais à escola. William conseguiu chegar às semifinais de um dos campeonatos municipais que disputou e garante que seu surfe hoje é bem melhor que o de antes. “Não é muito fácil aprender, mas com dedicação, dá para pegar o jeito”, conta. Os alunos do projeto ainda não devem ter noção da oportunidade que estão tendo. Melhor não deixar a peteca cair.
Além das notas, os alunos cuidam do corpo e da mente, o que influencia no desempenho escolar Alguns dos alunos do projeto já disputam campeonatos estaduais e municipais
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A Praia da Baleia possui as condições ideais para quem está aprendendo a surfar
por Thaís Pacheco
fotos: divulgação
a música e o tema “Baba, baby”* Não deixe de ler ‘A história sexual da MPB’. O livro é uma ultrapesquisa feita pelo jornalista e produtor musical Rodrigo Faour. Casos que a gente nem imagina e um incrível paralelo entre a história da música popular brasileira e a relação dela com o sexo. É inspirada nele que a Ragga faz a relação do tema desta edição de julho – o sexo – com a música. 1950 Até o fim dos anos 1950, os compositores do Brasil eram quase exclusivamente homens. Logo, a culpa de tudo era da mulher. “De modo geral, as músicas travam o sentimento do sujeito pela mulher de duas formas: como musa distante ou o diabo de saias”, conta o livro. Um dos grandes sucessos dessa onda foi ‘Deusa da minha rua’, lançada em 1939: “Espelhos da minha mágoa / meus olhos são poços d’ água / sonhando com seu olhar...”
priscila prade / vip
“Que me venha esse homem, de músculos exatos, com desejo agreste, com cheiro de mato”**
1980
Segundo o livro, “o culto aos amores desastrados deixou de ser uma constante na MPB”. Mas ainda tinha a bossa nova. Seria um de seus representantes Vinícius de Moraes, o responsável por uma das fortes mudanças: “Ele foi o grande revolucionário em termos de letras (...) com palavras nunca usadas, deixa os chavões todos esquecidos”, lembra Maria Bethânia.
As Frenéticas lotavam shows com o que Rodrigo Faour chama de “postura agressiva de mulher – ao mesmo tempo fatal, meio perua e cheia de atitude, de forte acento gay”. Mas nenhuma delas teria sido nada, não fosse a ousadia de Gal Costa em 1973 com a capa do LP ‘Índia’. Em 1981, Erasmo Carlos deu sua contribuição para a mudança lançando ‘Minha superstar’, que falava de uma mulher que dava gostoso: “no fim do ato, bato palmas, peço bis”. Viva o Tremendão!
1970
1990 / 2000
É a hora da mulher mostrar a que veio. (E mostrar as pernas, os seios...) Em 1977, a supercorajosa cantora Joyce abriu caminho para as mulheres ficarem à vontade na MPB com a faixa ‘Feminina’: “Costura o fio da vida só para poder cortar / Depois se larga no mundo, pra nunca mais voltar”. Independente ela, não? Sem falar nas compositoras, que apareceram aos montes, e em alguns nomes bem polêmicos, como Rita Lee.
Graças a Gals, Ângelas Marias, Elises, Erasmos e tantos outros, e graças a mudanças de valores que rolaram naturalmente, a música dos anos 1990 já acredita que não sofre de amor, não reprime a mulher e não ataca o homem. Se mostra cheia de duplos sentidos e de um forte apelo ao erotismo. Mas Faour bem lembra: “A música popular brasileira desde as suas origens sempre teve um lado muito libertário.” (Ah, o patropi!) Quem não lembra os famosos versos “Quer dançar, quer dançar, o tigrão vai te ensinar (...) vou aparar pela rabiola, assim, assim”? E olha que foi tanto sucesso no rádio quanto ‘Isaura’, da década de 1940: “Se eu cair em teus braços não há despertador que me faça acordar.” Qualquer semelhança de tema nas duas faixas será mera coincidência. Afinal, quem é que pensa em sexo?
1960
* Sucesso na voz de Kelly Key, ‘Baba, baby’, escrita por ela e por Andinho, que é autor de letras de funk. Tocou até arranhar rádios e TVs no ano de 2000. ** ‘Que me venha esse homem’, música de David Tygel, com versos da atriz Bruna Lombardi. Lançado – sem sucesso – por Amelinha, em 1978, estourou no LP ‘Estrela radiante’, lançado pela peituda e decotada Fafá de Belém, em 1979, causando polêmica e muita provocação.
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CULTURA
O rei do pop está morto. Viva o rei! Michael Jackson deixa um legado inesquecível para o mundo pop
mark lennihan / ap photo
por Kiko Ferreira
chuva de Fred Astaire. Se David Bowie sempre foi chamado de camaleão, o que dizer do risonho garoto negro black power que foi ficando branco, triste, melancólico, acuado e doente? Milionário endividado, acreditou tanto na comparação com Elvis Presley que se casou com a filha do antigo rei do rock. O historiador americano Elijah Wald, autor de 'Como os Beatles destruíram o rock', afirma que, antes do grupo britânico, James Brown era um artista de rock. O rock era negro. Depois dos Fab Four, de quem Michael Jackson comprou 50% dos direitos, o rock embranqueceu. Quando, em 'Beat It', ele usa a guitarra de Edward Van Halen, traz o rock de volta ao convívio do soul, do funk, do rap, do hip hop.
Sem o autor de 'Billy Jean' e 'Thriller', as louras platinadas de Los Angeles talvez não elegessem os rappers para campeões do hit parade do novo milênio. Com um legado musical tão sólido e atemporal quanto Jimi Hendrix, Elvis e outro ex-garoto genial e genioso, Stevie Wonder, o filho de Joseph Jackson, aquele João Bafo-de-Onça de olhar diabólico, foi mais que um artista: um ícone. Basta frequentar uma boa festa à fantasia, seja em Bangkok ou Cachoeiro de Itapemirim. Sempre haverá um Chaplin, um Batman, um Drácula, uma bruxa, uma Marilyn Monroe, um Elvis... e um Michael Jackson.
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divulgação
beth a. keiser / ap photo
Michael Jackson, joia mais resplandecente da coroa da indústria musical pop do século passado, deixa este mundo, vasto mundo, justamente no momento de maior encruzilhada vivida pelas empresas antigamente conhecidas como gravadoras. Compositor de pegada bilíngue, para rádio e pista, o Dorian Gray às avessas, que queria ser Peter Pan e nunca ter cabelos grisalhos, foi um fenômeno legítimo. Criado e treinado por um pai perfeccionista, que submetia os filhos a horas e horas de ensaios de dança e canto, Michael Jackson vale o clichê: um artista completo. Foi o maior vendedor de discos de todos os tempos, tornou o videoclipe uma forma de arte mesclada com peça de marketing, inventou uma forma de dançar tão importante quanto a dança na
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fotos: afp photo
SEXOLÂNDIA
por Izabella Figueiredo
murilo vargas
Localizado em Cheju, na Coreia do Sul, Love Land é um parque temático cujo tamanho equivale a dois estádios de futebol. Lá as atrações são estátuas, fotografias, esculturas – tudo inspirado em sexo. Cheju carrega o título de “destino favorito dos recémcasados”. Depois da festa, eles vão diretamente para lá, mais precisamente para hotéis especializados em receber casais, onde finalmente se acostumam com a ideia de estarem ligados a tal pessoa pelo resto da vida. No fim dos anos 1980, o jornalista inglês Simon Winchester constatou que funcionários desses hotéis se encarregavam de ajudar os casais a adquirirem espontaneidade sexual. Programas de entretenimento erótico, como strip-teases, eram oferecidos tendo como proposta “ajudar os tímidos recémcasados a relaxarem e fornecer ideias para os mesmos”. Desde 2004, Cheju conta com um reforço turístico pra lá de inusitado: o parque Jeju Love Land. Logo na entrada, uma acrobática escultura referenciando um ménage à trois recepciona os visitantes. Pernas gigantes entrelaçadas e sons orgásmicos vindos das caixas de som compõem a atmosfera local. A montanha em forma de seio coroado por um mamilo cor de rosa ou o robusto pênis ereto que emerge de um bucólico lago com peixinhos dourados chegam a soar poéticos sob a iluminação especial reservada para o período em que o sol se põe. O parque conta com 140 esculturas, pedras moldadas em forma de genitais, um espaço para exibição de filmes educativos sobre sexo e “equipamentos especiais”, como a “bicicleta para masturbação”.
Após visitar Love Land, o chinês Lu Xiaoqing teve a ideia de construir algo semelhante na cidade de Chonqing, em seu país. Seguindo os moldes do irmão coreano, o parque também ofereceria workshops sobre técnicas e educação sexual com a finalidade de ajudar adultos a terem uma vida sexual mais harmoniosa. “Estamos construindo Love Land para o bem do público”, diz Lu. A tentativa, entretanto, causou extremo furor antes mesmo de o local ser construído. Autoridades chinesas ordenaram a interrupção da construção do parque “antes que se transformasse em algo incontrolável”. A população chinesa se dividiu em manifestações realizadas via internet. Alguns afirmam que o sexo não deve mesmo ser termo de discussão aberta, enquanto outros dizem que a China precisa urgentemente considerar a educação sexual como fator importante. A ordem de demolição evidencia visões conflitantes do sexo na China moderna. Enquanto a pornografia é banida e quase não se ouve falar de “educação sexual”, o sexo fora do casamento é tolerado e é comum ver políticos chineses acompanhados de garotas de programa, muitas delas menores de idade.
Esporte: Escalada Cidade: Belo Horizonte, MG Idade: 29 anos Ricardo Maia (Magrão) Altura: 1,95m Peso: 75kg Naturalidade: Belo Horizonte, MG Por que pratica? A escalada não é apenas um esporte, é uma opção de alto estilo de vida. A prática mantém minha mente aberta, meu corpo ativo e meu contato freqüente com a natureza.
intensamente à escalada esportiva de vias longas.
Melhor resultado em competições:
Mandar graus à vista (8b) e trabalhados
Compete desde: 2001 (10b). Metas para 2009: Continuar me dedicando Contato: escmaia@yahoo.com.br
Atenção, atleta em busca de patrocínio, cadastre-se na seção Adote um Atleta no portal Ragga (revistaragga.com.br), ou escreva para: redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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imagens: alline luz/daniel gizo/equipe sexxxchurch
Deus e o sexo nunca foram tão íntimos por Raquel Silva
Tudo começou em 2002, quando Craig Gross, pastor norte-americano, descobriu que a indústria pornô fatura anualmente US$ 60 bilhões em todo o mundo. O cara se revoltou com tanta “promiscuidade” e resolveu criar o seu próprio site pornô. Hã? Não entendeu? Isso mesmo, o pastor decidiu que já estava na hora de convencer criancinhas, adolescentes e adultos viciados em conteúdos impróprios que existe um camarada chamado Deus, que os ama e que não gosta de pornografia. Então, resolveu criar o xxxchurch.com, mais conhecido como o primeiro site cristão pornô. Os mediadores americanos desprezam as abordagens moralistas e garantem que o princípio básico do projeto não é apontar o dedo para ninguém. Influenciada pelo pastor Craig Gross, uma galera de São Paulo decidiu criar o sexxxchurch.com. O projeto é tocado pelo designer Jota Mossad, que alugou um espaço na Rua Augusta, um dos maiores pontos de prostituição de São Paulo. “Começamos a evangelizar e percebemos que algumas prostitutas não podiam ir além da Rua Augusta.
Então, resolvemos iniciar a base ali, e montamos a igreja Vineyard Capital exatamente no local que nenhuma outra igreja iria estar.” Em Belo Horizonte, um gerador de energia alimentado por gasolina sustenta a guitarra, o baixo e o microfone em algumas horas de música e pregação dos cultos realizados mensalmente na Rua Guaicurus, um dos principais pontos de comércio sexual da cidade. Tudo organizado pela igreja Comunidade Cristã Caverna de Adulão, localizada no Bairro Funcionários. Segundo Geraldo Luiz, pastor da instituição, a ideia é abordar a questão humana. “Entramos nos prostíbulos com rosas e bíblias, batemos à porta e somos recebidos por mulheres usando apenas calcinha e sutiã. Colocamos a rosa nas mãos delas, entregamos a bíblia e falamos do amor de Deus por elas.” Os frequentadores são, em sua maioria, metaleiros, góticos e punks. E se você ainda é daqueles que associa a palavra pastor àquele cara que vive de terno e gravata no sol de 40 graus, gritando na Praça Sete, está enganado. “Tenho piercing em uma das orelhas, já tive mais, mas houve rejeição. Também tive cabelo grande e dread”, conta Geraldo Luiz. Fala sério, pastor, e isso não é pecado? “Acreditamos que Deus ama as pessoas pelo que elas são, e não pelo que aparentam ser ou pela forma que se vestem.”
1°Wando
_Quinze mil calcinhas e este nome. Precisa falar mais alguma coisa?
2°Roberto Carlos
_ Ou você continua achando que ‘São tantas emoções’ não tem nada a ver com sexo? Quanta inocência...
3°Gretchen/Monique Evans/Rita Cadillac
_ O trio ‘parada dura’ continua com tudo mesmo depois do centenário. Parece o Galo. Aham.
4°Latino
_ Podemos dividir o Brasil em dois grupos de pessoas. Um formado por aquelas que “fizeram amor com o Latino”. E o outro por aqueles que “queriam fazer amor com o Latino”. Eu estou fora disso.
5° Tom Jobim/Vinicius de Moraes/Chico Buarque _ Essa poesia toda não me engana, não!
6°Reginaldo Rossi
_ Porque a canção mais apaixonante da “música popular brasileira” é dele: “Garçom, aqui, nesta mesa de bar...”
7°Dercy Gonçalves
_ Não fazemos piadas com pessoas que já morreram. Obrigado.
8°Serguei
_ O Mick Jagger brasileiro mandou até a Janis Joplin. Tudo bem que naquela época o amor era “livre”, mas isso sim, que é currículo.
9°Ronaldinho Gaúcho
_ E não é por causa do di-
nheiro, viu?
10°Cauby Peixoto
_ Quando ele grita “Conceição”, até os hormônios mais primitivos da sua avó ficam à flor da pele. Segura coração.
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último ranking
Algumas pessoas vão ficar chateadas com esta lista, disso temos certeza. Afinal, ficou faltando Silvio Santos, Ivete Sangalo, Faustão e toda uma turma que consegue despertar os nossos instintos mais selvagens com um simples olhar conquistador. Mas não faz mal. O Wando está em primeiro lugar e não esquecemos do Latino. Não vai faltar amor no Brasil enquanto esses dois nomes tão singelos rebolarem pelos palcos do país.
sxc
Sex Symbols do Brasil
top 10
Bolo/velas/ brigadeiro Na última edição, a Ragga completou quatro anos de existência e a gente perguntou: “Quais são as coisas que não podem faltar em uma festa de aniversário?” Insistimos no “primo drogado” e no “vizinho mala”, mas as peças mais importantes de uma comemoração foram outras. Olha aí: 1º) Bolo/velas/brigadeiro (46%) 2º) Um tio bêbado (20%) 3º) Presentes toscos (13%) Como não podia deixar de ser, bolos, velas e brigadeiros ficaram com o primeiro lugar do pódio. A gente já havia avisado: o aniversariante que se foda. Importante mesmo é comer muito, roubar os docinhos e estocar o maior número de balas possível dentro do bolso. Em segundo lugar, vem o tio bêbado. Cambaleando, é claro. Chegou mais cedo que todo mundo e já estava cheirando a álcool. Derrubou a árvore de Natal estacionada no canto da sala, xingou alguém e não deu parabéns ao aniversariante. Quando cortaram a bebida, fugiu para o bar da esquina. E por último, os presentes toscos. Porque aniversário sem presentes toscos é como futebol sem bola (linda a comparação, ficou parecendo uma música do Claudinho e Bochecha). Meus queridos leitores, entendam de uma vez por todas: meias, sabões especiais e toalhas de banho não são presentes. Ok?
JÁ INVENTARAM
por Thaís Pacheco
Brega, não. Excêntrico
fotos: divulgação
Não vamos julgar fetiches alheios. Nem dar a cara a tapa para apostar no que pode ou não virar sucesso na indústria do sexo. Mas, vale saber que já existe a Love Light, da Technosex. Com o slogan Turn it on – rise and shine (ui!), ela tem até selo de qualidade ISO e a graça é brilhar no escuro: verde fluorescente. Basta deixar a camisinha exposta à luz durante 30 segundos. Ela vai brilhar por uns 15 minutos. Não vende no Brasil, mas o dono pediu para avisar que está em busca de revendedores. lovelightcondoms.com
Ultra widescreen Tem coisas que, definitivamente, a gente não precisa, mas quer. Por exemplo, um supermonitor widescreen, curvado, com 43 polegadas, resolução de 2880 x 900 pixels e tempo de resposta de 0.02 milésimos de segundo. É coisa dos japoneses na NEC e tem 1,05m de diâmetro, 53cm de altura e 24cm de largura. Ah, sim, o preço sugerido – quando ele começar a ser vendido, sabe-se lá em qual país, ainda este mês – é de US$ 7.999.
Le whif
Travesseiro de laptop
Por essa você não esperava: “um novo jeito de comer chocolate”. Como? Respirando o Le whif. A ideia foi de um professor de Harvard. Ele disse que, ao longo dos séculos, estamos comendo menos, em quantidades e intervalos menores. O que ele chama de nova culinária é uma bombinha, tipo aquelas de asma, onde você dá baforadas de chocolate com menta, framboesa, manga e ao leite.
Para agradar ao seu note, ou seu colo, tente um travesseiro de notebook em forma de uma pilha de vigas. Feito de fibra natural, ele usa casca de trigo mourisco no material interno e ainda é fechado com material orgânico. O Log Pillow promete estrutura com conforto para você e esquema de ventilação para o colo e o computador. Não vende no Brasil, mas rola de comprar no intelligentforms.net por US$ 55.
PEPÊ E NENÉM divulgação / virgin
Tudo começou quando elas imitaram as músicas de Michael Jackson no programa do Jô. Com trajetória de vida humilde e personalidades divertidas, Pepê e Neném fizeram sucesso lá pelos idos de 1999 e até ganharam disco de ouro das mãos de Xuxa. Desde então, as irmãs gêmeas caíram no anonimato. Se você sabe o paradeiro da dupla, envie sua pista para: redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br Se lembrar de mais alguém que um dia foi reconhecido pelas ruas mas, hoje, inexiste no imaginário popular, nos avise.
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O hype cai no samba por Rodrigo Ortega
Friendly Fires leva o carnaval para a cena alternativa inglesa e negocia shows no Brasil
No lugar de batidas eletrônicas modernas, tambores de escola de samba. Em vez da pose blasè e movimentos desajeitados, passistas profissionais, com direito a plumas e paetês. A cena tem se repetido nos palcos de festivais e clubes de rock moderninho na Inglaterra. O responsável pelo carnaval fora de época (e de contexto) é o trio britânico Friendly Fires, que deve estrear em palcos brasileiros em agosto. O álbum de estreia, que mistura indie rock com disco music, entrou nas principais listas de melhores de 2008, como da revista inglesa 'NME' e da americana 'Rolling Stone'. O grupo tem sido aclamado pelas boas composições, como o hit 'Paris', e pela sonoridade inventiva. Mas a curiosidade musical do trio extrapolou os limites do pop anglo-saxônico desde o final do ano passado, na concorrida apresentação do festival Reading, quando levaram músicos e dançarinas de uma escola de samba para o palco. “Pouco antes do festival, na época do carnaval de Nothing Hill, em Londres, nós tivemos essa ideia”, conta o vocalista Ed Macfarlane, em entrevista por telefone. “Então, começamos a procurar percussionistas e acabamos chegando à London School of Samba. Ensaiamos um dia antes e ficou incrível, se encaixou na atmosfera que estávamos procurando. Foi um dos melhores shows da minha vida. A hora em que as dançarinas entraram no paco foi surreal, brilhante.” A escola de samba preferida do músico, com o nome oficial de G.R.E.S. Unidos de Londres, existe há 22 anos na capital inglesa, conta com cerca de 200 músicos e já ensinou mais de 15 mil gringos a sambar em suas oficinas, com informações reunidas no www.londonschoolofsamba.co.uk. “Estamos tocando tanto juntos que já sinto que eles fazem parte da nossa banda”, exagera o vocalista. O que poderia ser apenas um momento excêntrico dos jovens ingleses passou a se repetir em outras apresentações e se mostrou definitivo quando o grupo declarou que seu próximo disco vai trocar as batidas eletrônicas quadradas pela in-
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fluência do samba. “Sempre que eu descubro algo novo tento incorporar no que estamos fazendo”, justifica. Macfarlane deu a entrevista um dia antes de terminar a gravação do próximo single da banda, 'Kiss of life', que sai em agosto. A nova faixa já mostra Friendly Fires imersa nestas influências brasileiras. “É um passo à frente de 'Jump in the pool', faixa do último disco que já busca essa sonoridade. É baseada no ritmo de samba tradicional e é muito eufórica. Uma das melhores coisas que já escrevemos”, garante o líder da banda. O produtor é Paul Epworth, o mesmo de artistas britânicos como Kate Nash, Bloc Party, Primal Scream e Maximo Park, que também trabalhou na estreia do grupo. Mas Macfarlane promete que eles não vão se repetir: “Nós não estamos simplesmente fugindo da disco music, mas só não queremos nos tornar uma banda de batidas 4/4 previsíveis. Queremos que as coisas se tornem muito mais interessantes”. O Friendly Fires vai poder conhecer o berço de suas novas influências musicais. “Ainda não está 100% confirmado, mas temos duas datas de shows para agosto deste ano, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo”, informa o agente da banda, Phil Morais. No entanto, Ed Macfarlane não tem pretensão de mostrar o samba aos seus criadores. “Nós não queremos levar esses percussionistas e dançarinas para o palco no Brasil, porque não funcionaria”, adianta ele, admitindo que é novato em relação ao tema. “Conheço o carnaval principalmente por vídeos no Youtube. Não sei muito sobre música brasileira e, para ser honesto, este é exatamente o motivo da minha atração por ela: sinto-me como uma criança descobrindo coisas novas, é excitante para mim. Sei que há muita pobreza no Brasil e que tenho essa visão romântica e idealista de como é o país.” Para ele é o mesmo sentimento de que fala a música 'Paris': o fascínio de se imaginar em outro lugar quando você não está, e ter essa visão romântica de como será.
fotos: divulgação
Na Rede por Taís Oliveira Hino dance da Spektor? ouça em tinyurl.com/pilulaspektor ‘Dance Anthem of the 80's’ é o nome de uma das faixas de Far, novo disco da russa radicada em Nova York Regina Spektor. O título dá a impressão errada: Regina não trocou o piano por um sintetizador. A faixa é animada, mas é um hino dançante à maneira lírica de Spektor.
Pronto para o fim de semana :: ouça em tinyurl.com/pilulacalvin Para quem curte novidades eletrônicas para as pistas, o novo single do inglês Calvin Harris, ‘Ready for the weekend’, tem vocais da cantora Mary Pearce e vai estar no disco com o mesmo nome, que sai 17 de agosto, junto com ‘I'm not alone’, que vazou em janeiro.. Scorsese e o Paciente :: assista em tinyurl.com/pilulascorcese Já está rolando na internet o trailer de 'Paciente 67'. Martin Scorsese é o diretor e o roteiro é baseado no livro de Dennis Lehane ('Sobre meninos e lobos', 'Medo da verdade'). O filme tem estreia marcada no Brasil para 9 de outubro. Meias trocadas :: assista e ouça em tinyurl.com/pilulamonograma O Monograma é uma das melhores novidades musicais de Beagá neste ano. ‘Meias Trocadas’ é uma das faixas do EP 'Conto do Faz de Conta, que tem cinco músicas. Vale a pena conferir também o clipe de ‘Monomotor’, gravado no saudoso Parque Guanabara, na Pampulha. Cachorros dançam e gravam assista e ouça em tinyurl.com/pilulacachorro O primeiro single do quinto disco do Cachorro Grande, 'Cinema', saiu em versão de estúdio. A Deckdisc, gravadora dos gaúchos, também soltou um vídeo que mostra os músicos gravando o álbum. Parece que na dúvida entre as influências dos anos 1960 e 1980, eles acharam um meio termo nos 1970.
por Bernardo Biagioni
na areia e a outra metade se afundando em pequenas marolas ressaqueadas. Quando a banda surgiu, em 2004, Carolina, saxofonista e flautista, ainda não estava ligada em fazer parte de algo novo. O Rosa Crioula tomou formas nas mãos do vocalista Filipe Rocha, que já vinha tocando o projeto Panela de Expressão. Durante os primeiros anos, o grupo esteve concentrado em apresentar releituras de clássicos populares consagrados nos arranjos de Chico Science e de Ney Matogrosso,. A cobrança por algo autoral veio em seguida, abrindo espaço para letras que vão desde urbanização até a indústria cultural. Hoje, Carolina divide o palco com David Rocha (guitarra), Rafa Nunes (percussão), Caio Silva (bateria), Rafael Landeo (violão) e Ravel Veiga (baixo), além do vocalista Filipe. “A gente vem tentando aprimorar nosso espetáculo e
Vai lá: myspace.com/rosacrioula
estamos preparando para gravar nosso primeiro CD”, indica a saxofonista. Enquanto a gravação não sai, Carolina escreve: “Fica o grande sonho de que a música permaneça sempre mais forte que o mercado, e de que todo mundo seja livre para criar e compartilhar as incontáveis influências que preenchem esse universo musical”. Se rolar a chance, assista Rosa Crioula! marco aurélio prates
Carolina Estrela não gosta dos substantivos tradicionais que buscam caracterizar uma banda. Rosa Crioula, segundo ela, não pode ser apenas uma mistura de congado mineiro, salsa, funk e maracatu. Ou ainda uma combinação perfeita entre Toquinho, Bach e Nação Zumbi. A verdade é que fica muito mais fácil definir uma arte tendo como base algo já existente. Difícil mesmo é saber notar o que é novo, o que é ousado e o que carrega claras dosagens de originalidade. “Rosa Crioula é a textura do mar e a textura do Cerrado”, arrisca Carolina. Se as duas definições fossem catalogadas como gêneros musicais consolidados, poderíamos colocar Caymmi e Vinícius de Moraes como promulgadores do oceano e os índios do Norte de Minas como os aventureiros do cerrado brasileiro. Rosa Crioula ficaria ali no meio, como um barco com metade da proa
Rosa Crioula
victor schwaner
da A T PRACA SA \\
Saia da garagem! Convença-nos de que vale a pena gastar papel e tinta com sua banda. Envie um e-mail para redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br com fotos, músicas em MP3 e a sua história. www.revistaragga.com.br
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SEM LIBERDADE E SEM SEXO por Thaís Pacheco fotos Carlos Hauck ilustrações Juliano Augustº
Detentas da Penitenciária Estêvão Pinto, em Belo Horizonte, contam como lidam com a quase inexistência de visitas íntimas no sistema prisional feminino Exceto a razão de nossa presença, uma reportagem, no Complexo Penitenciário Feminino Estêvão Pinto funciona assim: visita social – aquela que a família pode entrar e visitar as presas em uma área comum do pátio – tem dia e hora. Sábado e domingo, das 8h às 17h. Para fazê-la é necessário um cadastro prévio e a apresentação de documentos comprovando parentesco. Presentes podem ser entregues na visita social ou durante a semana, mas há uma série de normas. Por exemplo: mexerica só entra depois de descascada e condicionador de cabelo tem que estar em um recipiente transparente. A visita íntima é bem diferente. Tanto pelo processo burocrático, quanto pelos dados assustadores que podem remeter diretamente à ideia de abandono. Na Estevão Pinto há lugar para 343 detentas. Hoje, 317 mulheres estão lá. Destas, três recebem visitas íntimas. “As filas na penitenciária masculina começam quarta-feira para esperar o dia da visita íntima, que é sábado”, conta Natália Nascimento Rodrigues, diretora-geral da Estêvão Pinto. “É difícil falar por que acontece na masculina e não na feminina. O que faz uma pessoa se afastar da outra? Podem ser N questões e uma delas é o aprisionamento. O homem que quiser vir precisa passar por uma revista que é vexatória mesmo, por ordem de segurança. É preciso amar muito.” O que ela quis dizer com vexatória foi a exigência de que, antes da visita, o homem fique completamente nu diante de um agente de segurança, que vai verificar se ele não está levando nada proibido... você sabe onde. Mas não é só isso. O processo de autorização é lento. É preciso fazer o cadastro, comprovar o vínculo e fazer exames “que comprovem que o visitante tem boa saúde”, conta Natália, ao explicar a razão. “Qualquer problema de saúde com esse visitante é um problema que afeta o cidadão.” Quem provou dessa morosidade foi Aparecida dos Santos, de 44 anos, presa por tráfico de drogas desde julho de 2007. Nas cadeias pelas quais passou, não existia a possibilidade de visita íntima. Assim que chegou à Estêvão Pinto, em outubro de 2008, seu namorado começou a agilizar a documentação para conseguir o direito. A primeira visita só rolou em junho de 2009. O encontro é liberado toda quinta-feira das18h às 6h. Mas, e as outras 314 detentas? Como se viram sem sexo e afeto? Homossexualidade é comum dentro das penitenciá-
rias femininas, apesar de proibida. “A questão não é namorar. Existem normas de segurança. Dentro de uma unidade prisional isso não pode acontecer. Mas, como não há condições de vigiar uma pessoa 24 horas por dia, acaba acontecendo”, relata Natália, que sempre trabalhou na área de saúde e, agora, dirige a penitenciária com todas essas mulheres e garante que a homossexualidade tem relação com a situação em que elas se encontram. “Mulher é muito mais sensível que homem. Quando entram aqui são abandonadas por eles, mas dificilmente você vê uma delas abandonando o filho, filha ou marido. Aqui estão numa situação em que todos são iguais. É humanamente impossível evitar esse tipo de relação”, define, antes de indicar a razão da proibição: “Não é uma questão de não ter direito à afetividade e à sexualidade. São regras de disciplina. Você está vivendo dentro de um alojamento com mais 20. Nem todo mundo precisa aceitar isso.” E conclui: “A gente mostra para elas que isso é uma questão temporária. Muitas se envolvem com mulheres aqui dentro, mas são casadas ou têm namorado lá fora”. Só que esses namoricos na penitenciária feminina chegam a virar problema de segurança lá dentro. “Isso atrapalha. Tem muito ciúme. Às vezes, uma namora a outra e fica com uma terceira. Isso gera briga no alojamento,” conta Luciana de Oliveira, diretora de segurança da penitenciária. E é tudo verdade. A doméstica Wilma de Oliveira, 41, presa há dois anos e seis meses por furto, diz que nunca tinha se envolvido com mulheres antes de ser presa e, quando sair, pretende ficar solteira, sem homem, nem mulher. Até lá, vai evitar as relações homossexuais: “Não quero mais mexer com isso. Primeiro, porque Deus não perdoa esses trem. E também porque dá muita briga. Elas ficam com ciúme, uma mete a caneta no braço da outra. Aí vem uma e dá tapa na cara. Já teve duas que brigaram por minha causa. Não vou mexer com isso mais não, para evitar confusão e nome sujo no atestado depois, né?” Deve ser. Mas aquele mundo reserva mais que visitas íntimas e homossexualidade. Existe, ali, uma indiferença quanto à falta de sexo, uma ocupação maior e, principalmente, uma relação traumática com os homens. Das sete mulheres que conversamos, três afirmaram estar lá porque fizeram alguma cagada por amor, como ajudar o namorado no tráfico. E uma – que está sendo julgada por homicídio – foi presa, grávida, junto ao namorado, investigado pelo mesmo crime.
Na Estêvão Pinto há lugar para 343 detentas. Hoje, 317 mulheres estão lá. Destas, três recebem visitas íntimas www.revistaragga.com.br
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Joyce Bispo de Carvalho, 23, presa em 2007 por tráfico de drogas. É homossexual. Na Estêvão Pinto, gostava de uma menina que foi liberada. A ex-detenta liga para Joyce, mas não vai visitá-la. QUANDO SAIR VOCÊ VAI ATRÁS DELA? Mulher é a última coisa que pretendo pensar. Antes, tenho que voltar para minha vida, construir uma coisa nova, trabalhar. Regina Cássia, 31, presa em 2007 por tráfico de drogas. Quando foi presa, namorava o pai de sua filha. Segundo Regina, era ele quem vendia a droga, motivo pelo qual foi detida. Ela é uma das quatro detentas que tem direito a
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Regina
Joyce
fazer faculdade, ainda que vá e volte sob escolta. NA FACULDADE TEM UNS GATINHOS? Vários, mas é tanta coisa: trabalho, exercício, coisas novas na faculdade... Fora que a gente tem que cumprir um regime. E sair de presidiária para virar universitária é um salto, né? Não quero perder isso por coisa boba e namorinhos que não vão garantir meu futuro. Caroline, 21, presa em 2007 por tráfico de drogas. Garante que foi presa por culpa do namorado, com quem não tem mais contato, mas sabe que foi preso. O QUE FAZIA ANTES DE SER PRESA? Trabalhava como secretária em um escritório de advocacia e estudava. Tinha uma vida normal, comum, fazia auto-escola... VOCÊ TINHA GRANA? MORAVA EM QUAL BAIRRO? Na minha família todo mundo trabalha e é bem estruturado financeiramente. Morava no Bairro Lourdes, na Fernandes Tourinho. POR QUE SE ENVOLVEU COM O TRÁFICO DE DROGAS? Por causa de amor. Não tinha nenhum benefício em questão de dinheiro. Ele resolvia tudo. Eu tinha minhas coisas e ele tinha as dele. Só que teve uma ligação telefônica grampeada e acabei me envolvendo. QUERIA ENTENDER A RELAÇÃO DAS DETENTAS COM A ABSTINÊNCIA SEXUAL, MAS TODAS DIZEM QUE É TRANQUILO E, QUANDO SAÍREM, SEXO NÃO SERÁ PRIORIDADE. Verdade. Sexo é o de menos. Aqui dentro a gente aprende a suprir as necessidades de outras formas. A gente lê, fica mais perto de Deus, porque precisa disso psicologicamente. Uma coisa substitui a outra. É tranquilo demais em relação a sexo e namoro. Tem tanta coisa para pensar, saudade de casa, problema para resolver, é uma ansiedade fora do comum...
ROTINA
Caroline
Vera Lúcia Ferreira da Silva, 31, presa em 1993 por homicídio. Ganhou regime semi-aberto e fugiu. Ficou foragida oito anos, casou e teve um filho. Foi recapturada e, desde 2004, recebe a visita do marido, que nunca se envolveu com crimes e casou sabendo que ela era foragida. Nunca, nos últimos três anos, ele faltou a uma visita íntima sequer. VOCÊ ACHA QUE É PRIVILEGIADA? Demais. Só de ele passar ali pelo procedimento de tirar roupa, aguardar e, às vezes, não conseguir entrar no horário certo...
Vera Lúcia
Poliana Poliana Cristina Lousada, 21, presa em 2008 por suspeita de homicídio. Grávida de nove meses. O namorado, pai do filho, não pode visitá-la, pois está preso sob a mesma acusação. COMO É A VIDA DE ESTAR GRÁVIDA E PRESA? Não deixo de estar presa, né? Mas entre aqui e a cadeia que estava antes é outra coisa... Aqui são quartos, lá é cela e você até dorme no chão. A PENITENCIÁRIA TEM CUIDADO ESPECIAL COM SUA ALIMENTAÇÃO? Com todas as grávidas. Aqui tem médico o dia inteiro, já cheguei a passar mal e eles me levaram para um hospital.
E elas têm mesmo outras coisas para se ocupar. Se liga na rotina: 6h :: Acordar, se arrumar, fazer a cama e ficar pronta para o café. O silêncio é obrigatório até às 7h. 7h :: Café da manhã. 8h :: Trabalhar. Trabalhos autônomos, como artesanato; internos, como capinagem e limpeza do pátio; e externos, como a confecção dos uniformes da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), que paga pela produção. 11h :: Almoço e descanso. 12h30 :: Mais trabalho. 16h :: Fim do trabalho e hora de ir para a escola, que fica dentro da penitenciária. 22h :: Silêncio total. Todas precisam ir dormir. A cada três dias trabalhados, a detenta tem a redução de um dia na pena. Porém, quem não estuda não tem direito de trabalhar. Logo, a maioria opta por aprender uma profissão e conseguir um diploma. Pelo menos na Estevão Pinto, o diabo não vai achar cabeça vazia para montar sua oficina. E a falta de sexo não vai virar problema. comente! redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
Romântico e sem-vergonha por Bruno Mateus fotos Carlos Hauck
Conhecido pelo romantismo e por ser o rei das calcinhas, Wando visita a Ragga, dá conselhos amorosos e revela detalhes picantes de sua vida
Mineiro de Cajuri, Wanderley Alves dos Reis, o Wando, já foi motorista de caminhão e feirante. A estreia musical veio com o álbum ‘Glória a Deus no céu e samba na Terra’, de 1973. De lá pra cá, o cantor já vendeu mais de 10 milhões de cópias e embalou incontáveis namoros, brigas e reconciliações de casais Brasil afora. Famoso por sucessos como ‘Moça’, ‘Coisa cristalina’ e ‘Fogo e paixão’ (aquela do meu iá-iá, meu iôiô), assumiu, de bom grado, a condição de cantar o amor “para quem gosta de amar” e rechaça o rótulo de cantor de
música brega. Pai de cinco filhos, está em seu terceiro casamento. Da atual união com a belo-horizontina Renata, nasceu Maria Sabrina, de 2 anos. Aos 7, viu a primeira calcinha. Era amarela e da professora de português, “uma gata bonita”. O debute sexual aconteceu em casa, com sua prima, quando ele tinha 13. Ele já falhou na hora H, tomou fora, deu muitos outros – em homem e mulher – e se gaba de ser o único homem que pode chegar em casa com calcinhas no bolso e a mulher não brigar. Por falar em calcinha, sua coleção tem mais de 15 mil e ele pretende montar um museu na internet. Wando, que chegou com pinta de conquistador e óculos Ray-Ban, veio à redação da Ragga para conversar sobre romantismo, calcinhas, amor e sexo. Muito sexo.
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Acho que sexo para a vida das pessoas tem uma importância primeira. Quando se é mais jovem, come qualquer coisa. O que aparece na sua frente você traça. Com o tempo, você vai ficando mais seletivo, mais experiente Wando, como começou essa história com calcinhas? Eu fiz um disco em 1987 de nome ‘Tenda dos prazeres’. Sempre gostei muito dessa coisa de mídia. Acho que é a única forma de você mover o mundo e alertar as pessoas. Sempre achei que as capas de discos eram muito parecidas umas com as outras, então precisava de alguma coisa que chamasse a atenção e resolvi colocar uma calcinha na capa do disco. Por quê? Porque o disco se chamava ‘Tenda dos prazeres’ e quando você olhava a calcinha na capa ficava realmente parecendo uma tenda. Coube perfeitamente. E isso para as agências de publicidade bateu como um canhão. “Pô, como esse cara foi pensar numa coisa tão simples em se tratando de publicidade?” Se transformou em uma mídia muito forte em todos os meios de comunicação e acabou virando uma moda. Aí, comecei a distribuir algumas peças íntimas nos shows. Então, foi assim que veio todo essa relação com calcinhas...
português. E era amarela. Na verdade, tinha 7. Estava fazendo o primário em Juiz de Fora, porque me mudei de uma cidade pequena [Cajuri], fui pra Juiz de Fora e tive que continuar fazendo o primário nessa escola. E tinha uma professora de nome Alice. Ela tinha 19 anos, uma gata bonita, noiva de um cara chamado João. Está tudo na memória, né? Isso foi uma coisa que nunca esqueci, porque tinha ciúme do João. E eu fui o cara que viu a calcinha amarela da Alice. Foi um negócio superlegal, porque cria uma fantasia na sua cabeça muito bacana, tanto é que é difícil você ver uma mulher de calcinha amarela. Aquele amarelo forte, amarelo-ovo. Mas ela era morena e essa imagem é que ficou para mim de alguma forma. Então, com isso, aprendi o seguinte: com tempo, essa coisa da intimidade, do homem querer sempre ver calcinha de mulher, o cara vira um sonhador próximo dessa mulher, porque ele não viu a cor da sua calcinha. Então, ele acaba se casando com ela para ver a cor da sua calcinha com mais facilidade. Ou sem, né? [Risos] Como era a relação com o sexo na sua adolescência? Como foi começar a despertar na sua cabeça o sexo, o tesão, a libido? Tive o meu primeiro relacionamento com 13 anos. Onde? Com quem?
Isso, aí começou essa história. As mulheres começaram a levar suas peças íntimas com telefone e recados de amor. Começamos a fazer uma troca no show: eu dava uma calcinha que levava, e recebia outra. Como você escolhia a pessoa presenteada? Não existe um critério de escolha. Quando você está fazendo um show, você percebe a mulher que está mais prejudicada, entendeu? Às vezes, a mulher que pensa que está lá na frente e vai ganhar uma, não leva. Leva aquela mais feinha ali atrás, ou que se acha mais feinha, porque mulher nunca é feia. Aquela mais envergonhada, eu sempre favoreço. E, claro, tem mulher bonita também que não pode deixar de ganhar uma. Li que a primeira calcinha que você viu foi aos 10 anos, de uma professora de
Na minha casa, com minha prima. As mulheres de 19 [a professora Alice também tinha 19] apareceram na minha vida. Minha prima tinha 19 e eu 13. Casa pequena, poucas camas para dormir, obviamente, ela dormiu na minha cama. E eu fui, na verdade, iniciado por ela. Ela que me ajeitou. Sabe, fiquei muito empolgado com minha prima e fiquei com raiva da mamãe por um tempo, porque ela sacou e separou a gente. Como foi na hora H na primeira vez? Você ficou nervoso, não sabia direito como agir? A gente não sabe, na verdade. O homem, quando começa, é sempre comandado. Eu, pelo menos, fui comandado. Quer dizer, vamos dizer assim, ela que encaminhou, criou toda a situação. E você, quando tem 13 anos, é um coelho. É rápido, mas você é viril, se recupera fácil. E aquilo pra mim foi uma coisa muito bacana, muito boa. Sonhava com as visitas da minha prima. E rolou outras vezes com ela? Rolou, rolou um bom tempo. Uma coisa em off, desconfiada, “será que alguém sabe?”. Mãe é um negócio sério, mãe
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Acho que os homens deveriam se casar aos 40. É uma idade boa, para o homem se casar porque está mais centrado. Você está com a sua metralhadora mais organizada, não fica disparando para todos os lados Eu sou de cidade do interior. Sempre acreditei nas histórias de romance. Vivi a história do namoro escondido na minha iniciação, depois namoro escondido, o pai não queria, a mãe também não, entendeu? Cidade de interior é um pouco diferente. Você fazia serenata para a mulher, cantava ou fazia uma canção de amor para a mulher. Era muito mais valorizado. Os homens se casavam mais, as mulheres também. Na verdade, não me casei tão novo. Tive muitas namoradas. Me casei com 31 anos. Com a experiência que tenho hoje, acho que os homens deveriam se casar aos 40. É uma idade boa para o homem se casar, porque está mais centrado. Você está com a sua metralhadora mais organizada, não fica disparando para todos os lados. E, com certeza, você vai dar mais segurança para essa mulher que pode até ter uma idade muito menor. Não quero dizer que os homens de 29, 30, não podem ou não devem se casar. Às vezes, a paixão é uma coisa muito louca, faz o cara chutar todo o balde do mundo. Com essa cara, você tem dúvidas que ele é o rei das calcinhas?
percebe, além de ser ciumenta. Um dia eu a vi brigando com minha prima. Teve até expulsão, “não apareça mais”... Depois disso, qual importância o sexo ganhou na sua vida, tanto pessoal como profissional? Acho que sexo para a vida das pessoas tem uma importância primeira. Quando se é mais jovem, come qualquer coisa. O que aparece na sua frente você traça. Com o tempo, você vai ficando mais seletivo, mais experiente. Com certeza, dependendo da faixa de idade, menos cuidadoso. Isso é um dos maiores problemas do mundo, porque os jovens são descuidados. Eu fui descuidado em muitos momentos da minha vida. Hoje, tenho a certeza de que jamais faria determinadas coisas que fiz. Só que não posso pensar na minha época como a época atual. Hoje, você vê uma mulher linda, maravilhosa, num oferecimento estonteante. E, daí a pouco, às vezes, você está descapitalizado, não tem uma camisinha ou ela não tem, e aí é um problema sério: “Eu como ou jogo fora?” É difícil o cara giletar, é muito complicado.
Na hora H, já aconteceu de você falhar? Já, claro, quando jovem. Ansiedade. Acho que ansiedade é o inimigo maior do sexo. Você sonha com aquela mulher a vida toda, ou a semana toda, aí no sábado ou na sexta você vai encontrar essa mulher. Sua preocupação passa a ser: “O que eu posso oferecer a mais para ela?” Você não pode oferecer nada a mais para ela, só o que você tem. Por isso que essa moçada está tomando esses aditivos. A mulher tem que saber que os homens falham. E que elas também falham. Tem mulher que cria essa ansiedade e quando chega junto ao homem não sabe muito o que fazer com aquilo tudo. É preciso ter muita calma, tem que namorar um pouquinho mais. Não pode pensar que na sexta vai para o motel, ou que vai fazer no carro ou em qualquer lugar. Você tem que conhecer a fundo a pessoa e acho que vai tirar muito mais proveito desse relacionamento. Qual dica você daria para uma pessoa que quer agradar e fisgar a mulher? O homem tem essa obrigação, porque o homem é muito mais animal. Acho que ele tem que criar uma situação de espera. Ele vai aproveitar muito mais. Você está casado há quanto tempo com a Renata?
E esse lance com romantismo? Sempre foi assim na sua vida? Você gosta de agradar mulher, fazer surpresas?
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A Renata, quando me conheceu, tinha 19 anos. Outra de 19. Eu estava fazendo um show no Canecão e ela foi meio à
força para assistir ao show, porque a irmã já conhecia meu trabalho. Ela foi, mas a vontade não era muita. Ela acabou vendo e achou muito legal. A gente se encontrou, algum tempo depois, aqui no Palácio das Artes, aí a conheci. Ela é de Belo Horizonte. A gente se conheceu, eu fiquei muito amigo da família. Dei de presente o meu show no aniversário dela na festa que ela fez em casa. Rolou um clima, a gente tinha que fazer uma coisa em off, entendeu? Eu não achava que ia dar certo e realmente aconteceu isso. A gente ficou uns dois anos se vendo de quando em quando. Um dia falei: “Não, isso não pode continuar desse jeito, eu vou cair fora porque vai ser complicado, tradicional família mineira” [risos]. Sumi da vida dela, mas a gente se falava de vez em quando por telefone. Uns 10 anos depois, Renata se casou e me mandou o convite. Obviamente, eu não fui, até porque achava deselegante, e, além disso, estava fazendo muitos shows naquela época. Um ano e nove meses depois do
Com mais de 15 mil peças em seu “estoque”, o cantor pretende montar o Museu da Calcinha. Segundo ele, falta uma em sua coleção: da atriz Juliana Paes
casamento, recebi um telefonema de um amigo de Belo Horizonte me dando a notícia de que a Renata tinha ficado viúva. Começamos a conversar e acabamos reatando. Já estamos juntos há quatro anos e temos uma filha que se chama Maria Sabrina. O que você faz para o seu casamento não cair na rotina? O meu relacionamento não tem como ter rotina, até porque nós moramos em casas separadas. Tenho todos os meus negócios no Rio de Janeiro e Renata tem os negócios dela em Belo Horizonte. Ela é psicóloga, tem as famílias para tomar conta e essa coisa toda. Mas a gente acaba se falando muito mais e se vendo bastante, porque, quando tem espaço ela vai para o Rio, ou quando tenho um espaço lá, venho para cá. Voltemos ao tema sexo. Se você não transa durante um certo período,
sente muita falta? A ponto de falar “Não, eu tenho que fazer, tem que ser agora...” Acho que depende da sua paixão. Quando o seu coração está olhando para determinada pessoa, você se guarda para ela. Você pode ter os volumes de tentações no caminho, mas acho que você passa a pensar pelos dois quando está firme, quando gosta de uma pessoa. Se não está apaixonado ou se está com uma pessoa que [o relacionamento] não está muito bem, com certeza vai fazer falta o sexo. A Renata é muito ciumenta? Não existe mulher sem ciúme, até porque não funciona. Costumo falar que acabei criando uma coisa que não foi de forma pensada no passado: Sou o único cara no mundo, com certeza, que pode chegar em casa com uma calcinha no bolso [risos]. É verdade. Eu prefiro chegar com duas, é melhor chegar com mais.
eugenio gurgel/especial para o em - uai/hit
Sou o único cara no mundo, com certeza, que pode chegar em casa com uma calcinha no bolso [risos]. É verdade. Eu prefiro chegar com duas, é melhor chegar com mais
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monique renne / especial para o cb
No palco, Wando recebe uma calcinha, marca registrada dos seus shows. Ao lado, com a mulher Renata e a filha Maria Sabrina
Sua coleção tem quantas calcinhas?
preconceituosa. Até porque, no Brasil, venho falando de sexo há muito tempo e ainda existe esse preconceito por aí.
Já tenho mais de 15 mil calcinhas. Com a sua música também? O que você vai fazer com tudo isso? Estou me preparando para montar o Museu da Calcinha. Vai ser uma coisa feita por meio da internet. Eu acho que a internet é o caminho. Vou fazer um museu no qual, além de mostrar as peças, quero contar um pouco de histórias de calcinhas. Como começou, porque as calcinhas eram de argila no princípio, porque existia o cinto de castidade. Além disso, quero criar uma entrada para as pessoas participarem contando histórias de calcinhas. Mulheres que tenham calcinhas especiais, homens que querem ter a calcinha daquela mulher que estão a fim ou que querem mandar uma para ela de presente. Vou dar essa possibilidade. Na sua coleção tem alguma calcinha que é especial ou de alguma mulher famosa? Tenho da Babi, da Hebe Camargo. Tenho diversas peças de pessoas famosas. Se você pudesse escolher ter a calcinha de uma determinada mulher, de quem seria? Queria ter uma calcinha da Juliana [Paes, atriz da Globo]. Poxa, ela é uma mulher bonita. Estou falando aqui, mas ela é minha amiga. Acho que ela é, hoje, o gosto do Brasil. O gosto que o Brasil gostaria de sentir, né? Você se incomoda de ter sempre sua carreira ligada a namoro, sexo e música de motel? Não, acho que tudo depende da forma como você responde a isso. Não me faz nenhum tipo de mal, porque acho que, quando se fala em sexo, não pode ser de uma forma
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Houve, com certeza, com algumas propostas que eu sempre trouxe para a minha carreira, a forma de fazer o show. Mas não me incomoda jamais, até porque se me incomodasse, eu pararia. Você tem a preocupação de não ser vulgar quando fala de sexo? Não gosto quando as pessoas começam a colocar [sua música] como coisa de mau gosto, até porque sexo não é de mau gosto. As pessoas começam com essa história de brega e isso me incomoda um pouco, porque conheço a história do brega, que foi criado para derrubar a música romântica no Brasil. Ficou desconfortável para alguns artistas; para outros até ficou confortável, porque eles assumiram essa posição achando bacana, legal. Para algumas pessoas, a palavra brega é uma coisa bonita, mas, para os desavisados, é o seguinte: brega é uma palavra que vem de uma coisa que se chama mau gosto. Como você classificaria sua música? Faço músicas de amor, sou um cantor e compositor de músicas de amor. Faço uma música que é para as pessoas que gostam de amar. Por falar em amor, qual foi a maior loucura que você já fez por amor? Todas. Eu já voltei de muito aeroporto, entendeu? Fazia o show, voltava... Meu caso com a Renata é uma loucura de amor, porque, antes de voltar com ela, eu estava solteiro [Wando já foi casado três vezes e tem cinco filhos]. Falo com
a Renata: “Puxa, se não fosse aquele telefonema eu estaria em casa quietinho, descansando, pensando na pesca do final de semana, ir para Angra dos Reis”. Você já tomou muito fora? Como reagiu? Já, só o tempo resolve, né? E já tive que dar muito fora também, porque, às vezes, era uma coisa que não resolvia mesmo. Eu acho que a vida é esse negócio: nem tudo o que você quer, você tem. Às vezes, o que você pensa em ter já tem dono. Isso é um problema, a vida é assim mesmo. O que você diria para a pessoa que diz que você é um tarado, maníaco do sexo? Que ele está totalmente errado. Eu sou uma pessoa normal, como qualquer ser humano, e me posiciono de uma forma correta perante o sexo. Já jogaram cuecas no palco?
Anteriormente, você comentou sobre internet. Você também usa a internet para fazer sexo, ver vídeos eróticos? Eu acho o telefone mais criativo, mais sedutor, porque você pode fantasiar muito mais. Na internet, eu acho meio “todo mundo tá na mesma sintonia”. Mas a internet tem uma importância muito grande, inclusive fiz uma canção sobre isso, que se chama ‘Conectado em você’. É a história de um cara que se apaixona por uma garota de programa da internet. Ele faz uma proposta para tirá-la desse portal. Acho essa música muito interessante para a época atual. Você acha que no sexo vale tudo? Acho que vale tudo a partir do momento em que a outra pessoa tope. Não tem como pensar de uma forma diferente. Tem uma música dos Beatles [When I’m 64] em que o Paul McCartney canta como ele quer estar aos 64 anos. Você está prestes a completar 64 anos. Como quer chegar nessa idade?
Já, eu devolvo. O show não é esse. E cantadas de homens? Você leva numa boa?
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Eu acho que todas as pessoas têm o direito de pensar, achar... É o seguinte: pedir, a pessoa tem que pedir, porque ela não vai saber se a outra pessoa está a fim ou não. E pedidos você recebe, mas a pessoa percebe que não é bem isso, acaba virando amigo e é melhor assim.
Já quase estou [risos]. Estou bem, sou uma pessoa cuidadosa. O tempo passa e a tendência natural é as coisas ganharem outros procedimentos. Não é que ficam mais lentas, mas ficam de outro jeito. É uma coisa da idade mesmo. Sexo não adianta, o cara vai fazer até quando ficar velhinho. Tem que ser criativo, não pode ter 64 e pensar que tem 18. O caminho tem que ser esse. comente! redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
SCRAP
A coluna Scrap S/A foi fechada em 20 de junho. Sugestões e informações para a edição de agosto, entre em contato pelo e-mail da coluna.
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São João em Itacaré por Alex Capella
La Musique em BH O Café de la Musique, descolado dining club, referência em São Paulo desde 2005, terá, a partir de outubro, mais três unidades espalhadas pelo Brasil. Além das filiais em Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), a casa chegará às cidades de Porto Alegre (RS), Indaiatuba (SP) e, acreditem, Belo Horizonte. A unidade na capital mineira vai seguir o conceito já consagrado da casa paulistana, com decoração dos ambientes feita por conceituados estilistas brasileiros, alta gastronomia e música de primeira linha com DJs de house music nacionais e internacionais.
Pelo mundo Com pacotes exclusivos para os resorts da rede Iberostar (Bahia e Amazônia), a Maktour oferece, a partir de agosto, com saídas direto de Belo Horizonte, cinco noites de hospedagem com all inclusive, passagem aérea, traslados de chegada e saída, mochila Maktour e plano de assistência Travel Ace. Grátis, a hospedagem de duas crianças de até 12 anos. Presente no mercado de turismo há 22 anos, a empresa, além de levar as pessoas para as melhores estações de esqui do mundo e para outros roteiros internacionais, no Brasil disponibiliza pacotes para resorts e hotéis charmosos, com alto padrão de qualidade.
Negócio que cola Bateria, árvore, mapa do mundo, jogador de futebol ou notas musicais. Tudo estampado na parede, com muita criatividade. Com seu primeiro showroom físico, inaugurado no Shopping Minascasa, a Elite Adesivos promete dar personalidade aos ambientes com adesivos voltados para decoração. Por meio da internet, o negócio já faz a cabeça de arquitetos e decoradores de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Por mês, cerca de 300 adesivos, com temas variados, são vendidos pela empresa.
fotos: divulgação
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Para não ficar de fora das comemorações de São João, tradição em todo o Nordeste brasileiro, o Centro de Aventuras Interatividade Itacaré transformará suas instalações, no dia 25 de julho, numa verdadeira “vila do forró”. A festança, além de comidas típicas, terá 10 horas regadas com o legítimo forró pé-de-serra, aproveitando a ressaca das festas juninas. O espaço será montado na rodovia BA 001, quilômetro 5 (sentido Itacaré/Ilhéus). De quebra, os mineiros que quiserem conferir o evento poderão aproveitar para desfrutar as belezas do litoral Sul da Bahia.
Global Talent
Vilma A mineira Vilma Alimentos, instalada em Contagem, acaba de lançar o Vilma Lámen, o primeiro macarrão instantâneo produzido em Minas Gerais. Os sabores inicialmente lançados no mercado são: galinha, galinha caipira, carne, picanha, legumes, quatro queijos cremoso, cheddar cremoso e frango cremoso. Os sabores foram desenvolvidos com ingredientes bem mineiros para agradar aos mais variados paladares. O produto chega ao mercado com uma política de preços agressiva. Nas gôndolas, é encontrado por cerca de 10% a 15% mais barato que outras marcas.
Moda construtiva O estilista Ronaldo Fraga, único mineiro que se apresentou na edição 2009 da São Paulo Fashion Week (SPFW), levou para a passarela uma coleção, no mínimo, inusitada. O estilista criou acessórios exclusivos para o desfile, utilizando materiais da Precon, empresa também mineira líder no mercado de pré-fabricados de concreto. Junto da coleção do estilista, quem compareceu ao desfile conferiu acessórios como bolsas produzidas com embalagens de argamassa, um dos itens do mix de produtos da empresa.
No dia 27 de julho terá início a primeira turma do Global Talent, um projeto do Business School International, que deverá reunir em São Paulo jovens recém-formados de todo o Brasil, além de estudantes que estejam finalizando a graduação em um prazo máximo de dois anos. Com foco na inovação e no empreendedorismo internacional, o projeto inclui outras três imersões dos alunos na capital paulista e três imersões nos Estados Unidos, Austrália e China. Todas as etapas são realizadas nas férias. Já nos intervalos, a interação acontece por meio da Rede Social Global Talent. www. globaltalent.com.br
Férias radicais Durante as férias, os fãs de skate terão uma oportunidade inusitada para curtir o esporte. Entre os dias 1° de julho e 15 de agosto, o Itaú Power Shopping, instalado em Contagem, colocará à disposição do público uma área de skate e uma minirrampa, projetados pela Savannah Rampas, empresa mineira especializada na construção de pistas de skate. Além do acompanhamento de instrutores, a empresa disponibilizará skates e equipamentos de segurança para os usuários. O público também vai poder conferir uma apresentação da equipe RC Shoots de street. A estrutura será montada na praça de alimentação do shopping.
Michael Jackson 1958 - 2009
Uma homenagem dos DiĂĄrios Associados ao rei da mĂşsica pop.
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2º semestre Inscrições abertas • Provas 19 de Julho Cursos: • Administração - Certificado pela FGV • Engenharia de Produção
• Certificação da Fundação Getulio Vargas • Aplicação prática dos conteúdos • Módulos em universidades estrangeiras
A Faculdade que trouxe para o Brasil o modelo das melhores Business Schools do mundo. Depoimentos: “A Faculdade se diferencia por oferecer ao aluno, além do conhecimento técnico de alto nível, conhecimentos suplementares como raciocínio lógico, etiqueta empresarial e técnicas de negociação. Hoje tenho a convicção de que fiz a escolha certa e tenho o apoio suficiente para me tornar um líder executivo, com destaque no mercado de trabalho.” Renan Marques, aluno do curso de Engenharia de Produção. “Falar um pouco da IBS para mim é uma alegria enorme, tenho dois filhos estudando nessa faculdade. É surpreendente ver a satisfação e disposição com que meus filhos saem cedo e só voltam ao fim da tarde. Lá eles recebem a carga teórica acompanhada da aplicação prática. Além das aulas de polimento deles, também é cobrado estarem atualizados às mudanças diárias causadas pela globalização, isso me dá a certeza da excelência desta instituição. O ponto principal é que a IBS tem a preocupação com a formação individual de cada aluno. Sei que ao término do curso, independentemente de onde estiverem, meus filhos serão indivíduos que farão diferença positiva na sociedade.” Isabella Ragone, mãe dos alunos Luis Humberto e Sophia
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