REVISTA
ESPECIAL de aniversário
5 ANOS
RUMO AO HEXA
Vale o bis Melhores frases As mais belas Ragga Girls
ANO 5
www.revistaragga.com.br
Zebra histórica no Independência Entrevista com Renato Gaúcho
JUNHO 2010
não tem preço
Copa
#38
CARLOS HAUCK
Gabriel O Pensador, cantor
GABRIEL O PENSADOR É SANGUE BOM. e você?
Vista esta causa. A camiseta Ragga Sangue Bom está à venda nas lojas Boundless. Parte da receita arrecadada com as vendas será destinada às instituições sociais parceiras do projeto.
Para saber mais: ragga.com.br
Se você tem entre 18 e 65 anos e pesa mais que 50kg, procure a Hemominas e saiba como se tornar um doador: www.hemominas.mg.gov.br
A Casa da Copa Ragga vai abrir as portas durante os principais jogos da Copa, sempre com programações após as partidas. Mas como Copa do Mundo não é feita só de bola rolando, preparamos uma programação que vai além das quatro linhas.
Sempre uma dupla sertaneja animando a noite
A noite da agência de modelos House Models, com muita house music
Hip Hop, rock’n’roll e eletrônico
Samba e pagode com a banda Tôca na Janela e DJs convidados Durante os jogos do Brasil, o esquema é open bar (cerveja, vodka, água, refri e suco). Bandas e DJs agitam a festa, depois do apito final. Masc. R$ 70 / Fem. R$ 50 (por jogo). Os 150 primeiros que garantirem os ingressos para cada dia faturam uma camisa oficial da casa.
Camisetas: CASA DOS CRAQUES [31] 3201 3090 Chuteiras e meiões: SPÓZER [31] 3274 6415 Modelos:
REALIZAÇÃO:
PATROCÍNIO:
RESTAURANTE OFICIAL:
ARTE • MÚSICA • CINEMA • MODA • DESIGN
PATROCÍNIO:
BIENAL DO IBIRAPUERA SÃO PAULO – BRASIL FESTIVAL BILLABONG DE MÚSICA Shows acústicos: JOHN BUTLER TRIO, FALCÃO E OS LOUCOMOTIVOS, MALALI BAND (ROB MACHADO / TODD HANNIGAN / JON SWIFT), MALLÚ MAGALHÃES, HURTMOLD E EDU MARRON MOSTRA NIXON DA ARTE E CULTURA A visão e a expressão através das artes, fotografias, esculturas e instalações de como é viver na praia e no mar Curador: Romeu Andreatta FESTIVAL OSKLEN DE CINEMA Castles in The Sky, Dear & yonder, Gum For My Boat, Ice Boards, Sea of darkness, 180 degress south, Still filthy, The arena, That’s it That’s all, Waveriders e Hollywood Don't Surf SALÃO INTERNACIONAL DO SURF Os melhores arquitetos, designers e paisagistas do Brasil, junto das melhores marcas. CASA DE PRAIA Arquitetura, arte e design de praia MAIORES INFORMAÇÕES E VENDA DE INGRESSOS WWW.FESTIVALMA.COM.BR WWW.ALMASURF.COM Para quem vive na praia, com ou sem prancha
www.aysle.com.br
< BÚSSOLA >
26
Zebra histórica
O dia em que a Seleção dos EUA venceu no Independência
30
Magia Pura
Relatos transcendentais de um campeonato de surfe, em Floripa
66
Rebelde à moda antiga
Renato Gaúcho fala de futebol, sexo, religião e mais sexo
36
Eyjafjallajoekull
Epopéia sobre como driblar um vulcão
48
Para a posteridade
Compêndio de frases ditas nos perfis dos últimos 5 anos
50
Reprise
Um Top 5 Ragga girl. Vale a pena ver de novo
já é de casa 16 ESTILO 28 QUEM É RAGGA 42 EU QUERO! || GOL 44 AUMENTA O SOM 62 CULTURA POP INTERATIVA 64 DESTRINCHANDO
BRUNO SENNA
< EDITORIAL >
Ragga
Futebol clube
Ei... Ei, psiu… Estamos fazendo cinco anos. Sei que fica difícil chamar sua atenção para isso em pleno mês de Copa do Mundo. E já que uma concorrência dessa fica praticamente impossível combater, decidimos nos aliar a ela. Como sabíamos que nada do que fizéssemos contra seria eficaz, resolvemos, então, entrar no clima que domina o mundo neste mês. Afinal de contas, também somos penta em busca do hexacampeonato. Por isso, entramos em campo no nosso quinto ano de existência com a certeza de que temos uma equipe capaz de enfrentar qualquer adversário, sempre contando com o apoio da nossa torcida. Durante esse período, sabemos que já tomamos alguns cartões amarelos aqui e outros ali, porém nunca cometemos nenhuma falta grave e, apesar de umas e outras, continuamos em campo. Os investidores e economistas dizem que cinco anos é o tempo de maturação de uma empresa e que esse período é o termômetro do “ou vai ou racha”. Ufa! Isso quer dizer que nós fomos e não rachamos. Já a numerologia considera que o quinto ano é um sinal de liberdade, mobilidade, curiosidade e inteligência. Bom sinal, pois nenhuma dessas características nos é estranha e pretendemos continuar praticando-as em todos os nossos treinos. Metáforas e comparações à parte, estamos realmente felizes com a realização e conquista do quinto ano da Ragga. Só mesmo quem acompanhou de perto pode saber
de todas as dificuldades que enfrentamos. Acredite se quiser, realmente começamos do zero. Vale a pena lembrar o tempo no qual tínhamos uma equipe formada por apenas sete pessoas (os sócios: Eu, Bruno e Mexicano, a jornalista Bruna Bauer, o designer Lucas Lage e os fotógrafos Amir Nadur e Marcus Santiago), todos revezando um único computador para escrever, layoutar e finalizar a revista. (...) Vai saber o que há por trás da existência desse mundo, das relações entre as pessoas, as que conhecemos, as que ainda vamos conhecer, das coisas que fazemos. Chame como quiser, seja destino, predestinação, missão, forças extraterrestres ou até como diria nosso diretor geral — leia-se Lucas Fonda — : profecia celestina. Cada um tem suas crenças, suas teorias e filosofias. E quem somos nós para dizer o que é certo ou incorreto. Somos simplesmente a Revista Ragga, que acabou de chegar e estamos certos de que ainda vai dar muito o que falar! Essas palavras saíram no editorial da primeira edição da revista e foram escritas pela então editora Bruna Bauer. Confesso que me emocionei ao relembrar esse texto e ainda mais por ter a certeza de que mantemos a mesma humildade de saber que somos simplesmente a Revista Ragga. Sem ter a menor ideia do que há por trás da existência desse mundo, mas firmes e fortes na busca do hexa! Vai que é sua, Ragga! Lucas Fonda — Diretor Geral lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br
CAIXA DE ENTRADA < PROMOÇÃO >
< CARTAS >
A Ragga continua a dar uma assinatura semestral para quem der a melhor resposta para a pergunta: “Quem é o cara mais Ragga da história da humanidade?”. Pode ser do esporte, da música, da televisão, literatura ou ciência. Não importa, pode ser até aquele maluco que mora perto da sua casa. Para sua resposta ser considerada a melhor pela redação, vale mandar uma defesa para PROMOCAORAGGA@ UAIGIGA.COM.BR em forma de texto, foto, ilustração, escultura, bricolagem, mosaico, maquete de vulcão, feijão plantado no algodão com água, imagem de objetos produzidos a partir do lixo, feitas de dentro de um helicóptero (estilo Vik Muniz). Não se esqueça do colocar o telefone de contato.
< MOMENTOS CONGELADOS >
* Todas as frases enviadas podem ser usadas na revista, assim como o nome dos remetentes. [ ]
< JORGE AMADO É O CARA! >
Cristiana Souto // por e-mail Maravilhosas as fotos congeladas dentro dos blocos de gelo. Projeto tão bonito, que tem tudo a ver com o tema do mês, “nostalgia”. Mais uma vez, a revista se supera. Parabéns! < COLUNA DA CRIS >
João Paulo Franco @joaopauloff // via Twitter Artigo ótimo na @revistaragga sobre repassadores de PowerPoint. < NOSTALGIA >
Tomaz Alvarenga @tomazalvarenga // via Twitter A @revistaragga deste mês se superou. Ótimos textos sobre a música em 1994, Colômbia, Buenos Aires e a Ragga Girl... Nayara Evelyn @nayaraevelyn // via Twitter A edição de maio da @revistaragga tá muuito bacana!Já tive um gravadorzim daquele que está na capa! Breno Araújo @brenoaraujo // vai Twitter Que tempo bom que não volta nunca mais! 1994 um bom ano para o rock nacional.
LUIZ PRADO/AE
< RENEGADO >
O cara mais Ragga da história da humanidade na minha opinião foi o baiano Jorge Amado (1912— 2001). Ele foi, na minha singela concepção, um dos maiores escritores de romance ficcional do mundo, ganhador de muitos prêmios, entre eles o Juca Pato — 1970, da União Brasileira de Escritores, como “Intelectual do ano”. Jorge Amado esteve muito próximo de ganhar o prêmio Nobel de Literatura em 1967, logo após o sucesso de uma de suas grandes obras, Dona flor e seus dois maridos, mas infelizmente perdeu para Miguel Angel Astúrias. Camila A. F. Braga
Pablo Emilio @pablo_emilio // via Twitter Olha quem é capa da @revistaragga este mês: www.ragga.com.br/digital/ (@Arebeldia). “O neguinho comum agora é nobre vagabundo.” Raff Catalan @raffcatalan // via Twitter A capa da @revistaragga de maio ficou bem Ragga! Parabéns!
< EXPEDIENTE > DIRETOR GERAL lucas fonda [lucasfonda.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING bruno dib [brunodib.mg@diariosassociados.com.br] DIRETOR FINANCEIRO josé a. toledo [antoniotoledo.mg@diariosassociados.com.br] ASSISTENTE FINANCEIRO nathalia wenchenck GERENTE DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING rodrigo fonseca EDITORA sabrina abreu [sabrinaabreu.mg@diariosassociados.com.br] SUBEDITOR bruno mateus REPÓRTER bernardo biagioni JORNALISTA RESPONSÁVEL luigi zampetti — 5255/mg DESIGNERS anne pattrice [annepattrice.mg@diariosassociados.com.br] marina teixeira isabela daguer FOTOGRAFIA bruno senna carlos hauck ILUSTRADOR CONVIDADO marco nick [marconick.com] ESTAGIÁRIOS DE REDAÇÃO izabella figueiredo lucas oliveira ARTICULISTA lucas machado COLUNISTAS alex capella. cristiana guerra. rafinha bastos kiko ferreira. glauson mendes COLABORADORES edson ruiz. ivana braga. luis sartori RAGGA GIRL adriane grott. aninha brandão. aninha dapieve cris gontijo. fernanda carvalho. camila verçosa. mariana fusco CAPA bruno senna MODELO daniel gonçalves REVISÃO DE TEXTO vigilantes do texto IMPRESSÃO rona editora REVISTA DIGITAL [www.revistaragga.com.br] REDAÇÃO rua do ouro, 136/ 7º andar :: serra :: cep 30220-000 belo horizonte :: mg . [55 31 3225 4400] < PARA ANUNCIAR >
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Rodolfo Brito @rodolfobrito // via Twitter A festa do @mundialdewake ontem foi top! Evento sensacional, como sempre. Parabéns a todos e aos amigos da @revistaragga... Tamo junto!
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HFNR FRP EU
ARTIGO
GOVERNO PORNOPOLÍTICO “Se colocarmos todos os nossos governantes juntos e transformarmos em um produto, vendê-los seria uma atividade ilegal.” por Lucas Machado
Autor desconhecido
ANNE PATTRICE
Sabemos que no dia 3 de Outubro de 2010 haverá eleição para presidente, deputados e governadores. Muitos continuarão eleitos de uma forma indireta, pois trabalham em suas áreas de atuação eleitoreiras em prol de nomes que darão sequência às mesmas histórias de desvio de verbas públicas, obras superfaturadas inacabadas algumas delas em locais que sequer existem. Sem contar com os famosos bocas-de-urna, aquelas pessoas que são pagas para angariarem votos perto das zonas eleitorais, com a camisa do candidato a exposição e ‘santinhos’ proibidos há tempos. Como nós, brasileiros, somos muito esquecidos e sempre acontecem fatos como a Copa do Mundo, entre outros que fortalecem a amnésia dos que obrigatoriamente têm que exercer o poder do voto, gostaria de lembrar alguns casos que aconteceram no decorrer dos últimos mandatos, para podermos pensar um pouco antes de escolhermos os nossos candidatos. Poderia enumerar aqui diversos fatos, mas resolvi deixar registrados os de maior relevância, ou os de maiores cifras, antes mesmo das propagandas eleitorais gratuitas no rádio e na TV, por serem concessões públicas, começarem. Dependendo da frequência com que assistimos a essas mídias, a coisa fica ainda pior. Estes são os casos que escolhi, apesar de ser um mínimo, pois não caberia nem em um HD e não foram completamente explicados para o eleitor (leia-se povo): caso Celso Daniel, escândalos dos grampos contra políticos da Bahia, Propinoduto (conhecido como caso Rodrigo Silveirinha), a suposta ligação do PT com o MST, privatização das estatais nos governos FHC e Lula, irregularidades do Fome Zero. Operações da Polícia Federal: Anaconda, Confraria, Dominó, Saúva, Hurricane, Navalha e Testemunho. As ONGs Ágora, acusada de desvio de verbas públicas, e Unitrabalho, também entram na lista suspeita. E não para por aí: caso Luiz Augusto Candiota (diretor de Política Monetária do Banco Central, acusado de movimentar contas no exterior e demitido por não explicar a movimentação), máfia dos vampiros, supostas irregularidades nos programas Bolsa-
Escola, Bolsa-Família e Bolsa-Atleta, escândalo de cartões de crédito corporativos, a famosa Lista de Furnas, Máfia do Lixo, modalidade de corrupção vinculados com contratos de limpeza urbana nas grandes cidades. Teve até cueca cheia de dólares. Não nos esqueçamos dos escândalos que geraram fortes crises políticas: corrupção nos Correios, mensalão envolvendo diretamente partidos políticos e seus chefes de campanha, e os sanguessugas, também conhecido como máfia das ambulâncias. Por último, o case que foi alvo de uma queixacrime com a finalidade de levar EU ME o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor ao banco dos réus, por ter PERGUNTO: denunciado em seu comentáSE ISSO FOI rio de 3 minutos na rádio CBN gastos de combustíveis dos MUITO ANTES os deputados nos dois primeiros DO PRÉ-SAL, meses de mandato em 2007. vale uma ressalva. No texIMAGINA Esse to que guardo e às vezes coloco AGORA para alguns amigos ouvirem, QUE, ALÉM Jabor faz uma analogia intergalática para explicar como, em DE SERMOS dois meses de trabalho, os deROUBADOS putados da Câmara gastaram quase 11,5 milhões de reais NA GASOSA, com gasolina. Bom, é só imaginar o seVÃO NOS guinte: Vocês têm ideia de ROUBAR quantos quilômetros são perO PETRÓLEO corridos para dar a volta ao mundo? São, mais ou menos, 44 mil quilômetros. Entre fevereiro e março de 2007, o reembolso do combustível que os deputados pediram daria para dar a volta ao mundo 255 vezes. Se formos para o espaço, a distancia média da Terra até a Lua é de 384 mil quilômetros. Aí vem a resultante espantosa: com 11,5 milhões de reais em gasolina, daria para fazer a viagem de ida e volta à Lua 15 vezes. Tudo feito com o dinheiro público e a apresentação de notas fiscais. Eu me pergunto: Se isso foi muito antes do pré-sal, imagina agora que, além de sermos roubados na gasosa, vão nos roubar o petróleo. Infelizmente, a historia é a mesma, só mudam os personagens. A regra pode até não valer para todos, mas sobram muito poucos. Como não existe voto em ninguém, teremos que escolher os nossos candidatos. Galera, olho nas urnas, porque o crime é organizado. Os desorganizados somos nós. J.C.
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manifestações: lucasmachado.mg@diariosassociados.com.br | Twitter: @lucasmachado1 | Comunidade do Orkut: Destrinchando
Lucas Diniz, Daniel Gonçalves e Matheus Dias são os designers do Vorko, estúdio de design gráfico mais querido pela Ragga. Eles já foram responsáveis pela arte da capa e ilustrações do miolo da revista. Inovando, nesta edição, posaram como modelos. Lucas e Matheus, no ensaio Encontrados e Daniel, na capa. vorko.org Formado em belas artes pela UFMG e em artes circenses pela Escola Superior de Artes do Circo, da Bélgica, Luis Sartori atualmente desenvolve trabalhos em artes visuais e em artes do espetáculo/circo, como intérprete, malabarista e acrobata. Nesta edição, ele assina o Na Gringa. luis-luis.com
O fotógrafo Edson Ruiz e a repórter Ivana Braga nasceram em São Paulo, mas trocaram a vida de cidade grande pelos encantos de Salvador. E foi da capital da Bahia que eles fizeram a entrevista exclusiva com o ex-jogador e atual técnico de futebol, Renato Gaúcho. edsonruiz@yahoo.com.br ivanablenz@yahoo.com.br
ARQUIVO PESSOAL
SANNA VELLAVA
ARQUIVO PESSOAL
COLABORADORES
< NOVIDADE >
Em comemoração aos 5 anos da Ragga, esta edição apresenta o novo projeto gráfico da revista. Depois de longa pesquisa sobre o que de melhor tem aparecido no design editorial contemporâneo, o resultado foi a criação de um projeto que reflete a maturidade jornalística da publicação, sem nunca esquecer a essência jovem que é parte de seu DNA. < NOSSA CASA, SUA CASA >
Você já sabe onde vai assistir a Copa do Mundo? A Casa da Copa Ragga abre suas portas a partir do dia 15 de junho, no Seis Pistas (Rodovia MG–30, em frente ao Artesanato do Japa). Além dos principais jogos da competição, de quinta a domingo, a programação contará com apresentações de DJs e bandas, com direito a todos os ritmos: rock, hip hop, pagode, samba, sertanejo e música eletrônica. Durante os jogos do Brasil, o esquema é open bar. E a festa continua, depois do apito final. Masc. R$ 70 / Fem. R$ 50 (por jogo). Os 150 primeiros que garantirem os ingressos para cada dia faturam uma camisa oficial da casa. Ligue: [31] 3225 4400
< WAKE >
Os riders, as gatas e os moments do Campeonato Mundial de Wakeboard, realizado pela Ragga entre 14 e 16 de maio, em Nova Lima, mereceram uma revista só para eles. Por isso, junto com esta Ragga, você recebe o suplemento dedicado à competição. É para guardar. < ESTICA A CANELA >
Dia 28 de agosto está marcada a Ragga Night Run, uma corrida noturna como BH nunca viu. A Praça da Liberdade é ponto de partida e de chegada do circuito (de 5 ou 10km) que passa por diferentes bairros da Região Sul. Corra!
ILUSTRADOR CONVIDADO
Marco Nick [marconick.com]
Brincar de desenhar 茅 algo que faz desde crian莽a. Dar forma e vida ao criar personagens, inventar universos e hist贸rias sempre foi muito mais que um trabalho.
Quer rabiscar a Ragga? Mande seu portf贸lio para annepattrice.mg@diariosassociados.com.br!
COLUNA REFLEXÕES REFLEXIVAS DO TWITTER
DANÇA DOS FAMOSOS,
RENATO STOCKLER
DOS JOGADORES E A PERGUNTA: DOLLY É REFRIGERANTE?
< RAFINHA BASTOS >
é jornalista, ator de comédia stand-up e apresentador do programa CQC (Custe o Que Custar)
SE EU QUISESSE VER DANCINHA, Ñ IA AO ESTÁDIO E SIM AO SHOW DA BEYONCÉ. E OUTRA: TÔ CAGANDO PRO GAUCHÃO.
PERGUNTARAM SE VOU SER PAI. SIM, É VERDADE. QUARTA CHEGAM AS DUAS CRIANÇAS QUE ENCOMENDEI DO VIETNÃ. #ESTERILIDADERULEZ
FALEI DE PEDOFILIA E GANHEI 1526 SEGUIDORES. FALEI DAS FIGURINHAS DA COPA E PERDI 40. PÔ, NINGUÉM ESPERA #HUMORDOBEM DE MIM.
GANHEI 700 MIL SEGUIDORES EM 1H. LUCIANOHUCKEI MEU TWITTER HOJE.
A NOVA ONDA DOS CAMPOS É FAZER GOL E DANÇAR. A NOVA ONDA DAS PISTAS É DANÇAR E COMER UMA ESFIHA. #ISSONAOFAZSENTIDO
Se morto pagasse ingresso no cinema, Chico Xavier teria ganhado uma fortuna
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AH TÁ, PÔQUER É ESPORTE... VAI DIZER QUE DOLLY É REFRIGERANTE AGORA?
MARCO NICK
FATO: CELSO PORTIOLLI NASCEU COM 42 ANOS.
fale com ele: rafinhabastos.mg@diariosassociados.com.br
TENHO VONTADE DE CHUTAR A GARGANTA DE QUEM CORRE NO PARQUE ÀS 7 DA MANHÃ.
A MONARQUIA BRASILEIRA SE SENTIRIA DESPRESTIGIADA AO SABER QUE TEM JOGADOR DE FUTEBOL SENDO CHAMADO DE IMPERADOR.
ESTA DANÇA DOS FAMOSOS É UM QUADRO FEITO PARA CONSTRANGER O ELENCO DA EMISSORA? TODA VEZ QUE VEJO RODRIGO FARO NA TV, ACHO Q ELE VAI ME VENDER UMA COZINHA PLANEJADA, UM FAQUEIRO OU UM TERRENO EM GUARULHOS.
QUEM ME REPRESENTA É QUEM VESTE A CAMISA VERMELHA. COLORADO QUE É COLORADO, DA SELEÇÃO TORCE SÓ PRO DUNGA. #FODASEACOPA
DA SÉRIE “FRASES Q EU NUNCA VOU OUVIR”: OLHA A CAMISA DO FAUSTÃO! QUERO UMA.
COLUNA
Sobe!
< CRIS GUERRA >
39 anos, é redatora publicitária, ex-consumidora compulsiva, ex-viúva, mãe (parafrancisco. blogspot.com) e modelo do seu próprio blogue de moda (hojevouassim. blogspot.com).
Não convém acessar a internet nos elevadores. nem ler uma revista. resta olhar nos olhos do outro. ou para dentro de si mesmo
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Sobre o que falar nos elevadores? Sobre o tempo: que ele passa rápido, que merece ser intenso, que o céu nasce azul ou cinza dentro de nós, que a chuva é das nossas trovoadas, que o nosso sol é para todos. De como ela está bonita hoje. Do baixinho cujo rosto não deu pra ver. Do médico excelente do quinto andar. Da arte de salvar vidas. Da vida. Do prazer em conhecer, adeus. Do teto sujo. De muito chão pela frente. Do sapato que aperta. Do vestido de noiva. Do casamento desfeito. De quem morreu ontem. Da beleza do lixeiro recolhendo o lixo de bom humor. Das ruas enfeitadas pelos ipês. Da criança que sorriu sem um dente. Da simpatia do porteiro. Da alegria de quem já sofreu. Do gol de ontem. Da delicadeza. Do gesto de ajuda. Dos olhos atentos. Das rugas de riso. Dos cachorros magrelos que acompanham seus donos famintos. De quem aperta pra descer querendo
MARCO NICK
ELISA MENDES
PROVADOR
fale com ela: crisguerra.mg@diariosassociados.com.br
subir. De quem aperta pra subir querendo descer. Do que aperta. Do sobe-e-desce. Da saúde. Amém. Da pressa de ser feliz, que de tanto correr não nota o sorriso. Da verdade no espelho. Dos botões. Ou com os botões, mesmo que os do elevador. De como aqui está apertado. De como a casa é grande. Da vida que passa rápido diante do que se tem a fazer amanhã. De como demora chegar ao décimo primeiro andar. Do medo de olhar nos olhos. De chegar perto. Do medo. Da possibilidade de caber mais um. Da timidez. Da sinceridade. Das mentiras amorosas. Do amor. Dos filhos. Da dor de amá-los tanto. De como eu entendo. De como eu entendo. Das lembranças. Dos sonhos esquecidos. Do silêncio. E de tudo o que ele fala. Não convém acessar a internet nos elevadores. Nem falar ao celular. Nem ler uma revista. Resta olhar nos olhos do outro. Ou para dentro de si mesmo. Subir ou descer, perdido em pensamentos inconfessáveis e silenciosos, estes sim, os verdadeiros. Sobe! Melhor correr, porque a porta está para fechar.
COLUNA
Pontocom
É-DUCA!: EDUCAÇÃO E PROPÓSITO
< GLAUSON MENDES >
é líder educador, empresário, e vê na educação a base do novo mundo.
O Obama não se elegeu por causa do Twitter, mas não se elegeria se não o tivesse utilizado
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“Google” é escolhida a palavra da década pela Dialect Society, associação que estuda a língua inglesa. “Twitter”, a do ano. Papa Bento XVI ganha canal no YouTube. Doações à Wikipedia chegam a US$ 6 milhões. Estudo da Intel mostra que 49% das mulheres brasileiras entre 18 e 34 anos preferem ficar sem sexo a estarem off-line. Britânico de 12 anos faz dívida de R$ 2,4 mil no FarmVille do Facebook. Estudo da Zogby Internacional aponta que para os americanos a internet é mais confiável que a televisão. A Marcha da Maconha organiza suas passeatas pela descriminalização da erva em blogs. Se fosse um país, o Facebook seria o 3º. mais populoso do mundo, com 540 milhoes de pessoas, atrás apenas da China e da Índia. O Instituto Verificador de Circulação concluiu relatório de abril e atesta que no Brasil chegamos a 68 milhões de usuários e as donas de casa da classe C passam mais de duas horas conectadas por dia, sendo a principal fonte de decisões de compra. O acesso com banda larga móvel entre os brasileiros cresceu 227% em relação a MARCO NICK
WAGNER VELOSO
“Um computador pessoal em cada escritório e em cada lar.” Bill Gates
fale com ele: glausonmendes.mg@diariosassociados.com.br
2009, sendo o maior da América Latina, com 3,6 acessos para cada 100 habitantes, atingindo 10,5 milhões de conexões, segundo estudos da União. Na copa de 2014 seremos 60 milhões de brasucas e-móveis, afirma relatório da Cisco. Hoje no mundo já ultrapassamos os 450 milhões. O Obama não se elegeu por causa do Twitter, mas não se elegeria se não o tivesse utilizado. A Biblioteca do Congresso Americano definiu um repositório permantente de conversação que define o Twitter como um novo meio de comunicação e o twitt sobre sua vitória em 2008 (migre. me/LRbf) estará disponível para a eternidade. Existem mais de 11 mil sites que pregam racismo e ataques terroristas. A Microsoft divulgou que o Brasil é um dos países com maior número de computadores infectados com vírus: a cada mil máquinas, aproximadamente 31 estão vulneráveis. Somos o quinto país com o maior índice de pirataria em software e segundo maior propagador de spam. Pesquisa da Harris Interactive atesta que 40% dos internautas adultos brasileiros já sofreram ataques a distância para invasão cibernética. Ainda bem que o Menino Maluquinho, do Ziraldo, vai ensinar segurança na web para nossas crianças. Realmente precisaremos. Em 2010 comemoramos os 25 anos da primeira pontocom. Parabéns, symbolics.com! E para o ano de 2035, o que devemos esperar?
JOSE INACIO/O CRUZEIRO/EM/DA PESS
HISTÓRIA
ANATOMIA de uma zebra por Bruno Mateus
HÁ 60 ANOS, O INDEPENDÊNCIA ERA PALCO DO RESULTADO MAIS INESPERADO DA HISTÓRIA DAS COPAS
Em 1950, Getúlio Vargas foi eleito presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek governador de Minas Gerais e Américo Renê Giannetti ganhou a eleição para prefeito de Belo Horizonte. Em São Paulo, foi inaugurado o primeiro canal de TV do Brasil, a TV Tupi. No mesmo ano, morreu o escritor George Orwell, autor do profético ‘1984’, e veio ao mundo o dono da voz a que nos acostumamos a escutar narrando os jogos da Seleção Brasileira com entusiasmo ufanista: Galvão Bueno. Além do Maracanazo – como ficou conhecida a derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa daquele ano ficou conhecida –,1950 entrou para a história do futebol com aquela que é apontada, ainda hoje, como a maior zebra de todas edições dos mundiais: EUA 1 x 0 Inglaterra. Formada por jogadores amadores, a Seleção Norte-americana venceu, em 29 de junho, a favoritíssima Inglaterra no estádio Independência, construído especialmente para a competição. Os 10 mil presentes nas arquibancadas ficaram atônitos quando, aos 38 minutos do primeiro tempo, o jogador haitiano Joe Ga-
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etjens, que integrava a seleção ianque, desviou um cruzamento e marcou o único gol da partida. Ao fim do jogo, jogadores dos Estados Unidos foram carregados pela eufórica torcida. A notícia do resultado repercutiu em todo mundo. Jornais alardeavam a estapafúrdia vitória dos americanos. O jornal Estado de Minas, no dia seguinte, assim registrou o magistral feito: “Era total o aplauso da torcida mineira ao selecionado ianque na tarde de ontem. A cada avanço dos americanos, toda a multidão prorrompia em vibrante vozerio, incentivando os integrantes da seleção dos Estados Unidos à vitória”. O fato é tão marcante que originou o filme The game of their lives, de 2005, traduzido por aqui como Duelo de campeões. Os Estados Unidos só voltaram a disputar o maior evento de futebol do planeta quatro décadas depois. Já se passaram 60 anos desde a vitória dos azarões, tempo insuficiente para apagar aquela tarde ensolarada de junho de 1950 da história do futebol e da memória de quem estava nas arquibancadas. < TESTEMUNHAS OCULARES >
As lembranças de Hamilton Lembi permanecem vivas em sua memória. Naquele 29 de junho, com o irmão e o tio, já falecidos, Hamilton, então com 20 anos, pegou o bonde Horto, na esquina das ruas Caetés e São Paulo, e seguiu rumo ao
ARQUIVO O CRUZEIRO/EM
Tento solitário: ninguém poderia acreditar que este seria o único gol da partida. Só o goleiro não viu
“ERA TOTAL O APLAUSO DA TORCIDA MINEIRA AO SELECIONADO IANQUE NA TARDE DE ONTEM. A CADA AVANÇO DOS AMERICANOS, TODA A MULTIDÃO PRORROMPIA EM VIBRANTE VOZERIO, INCENTIVANDO OS INTEGRANTES DA SELEÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS À VITÓRIA” // Estado de Minas, 30/06/1950
jogo. “Era uma quinta-feira de dia claro, bonito. Todos estavam torcendo para os EUA dentro do estádio.” Após o apito final, com a inesperada derrota decretada, não se falava em outra coisa nas esquinas e nos jornais. “Todos achavam que era uma vergonha para a Inglaterra, os jornais comentaram, todos na cidade falavam sobre o jogo”, diz, lembrando que, durante a partida, esperou, como quem sabe o desfecho de um conto, o empate e a virada da Inglaterra. Em vão. Afonso Celso Raso, hoje presidente do América, era jogador juvenil do clube e, com seu irmão Pedro, ganhou os ingressos. “Nunca podia imaginar que seria a maior zebra das Copas. Era o amador contra o criador. A Inglaterra teve 80 minutos de posse de bola, mas não conseguiu fazer um gol.” Seis décadas depois, ele destaca a importância do feito e brinca: “Quando me procuram para falar sobre o jogo, percebo duas coisas: que estamos ficando velhos e que o jogo realmente entrou para a história”. < DO LADO DE FORA >
“Imaginei que fosse gol da Inglaterra.” Essa foi a certeza que Waldyr Antônio
Lellis, o Amarelinho, teve quando escutou a torcida comemorar. Com um grupo de amigos, ele também é personagem da história, mesmo sem ter estado nas arquibancadas. “No dia da zebra, aproveitei para ganhar um trocado na avenida Silviano Brandão. ‘Tomei conta’ de uns 20 carros. Ganhei dinheiro, rapaz. Fiz farra o mês inteiro. Comprei bola, picolé. Para mim era tudo festa”, diz Amarelinho, que tinha 10 anos na época e morava a 200 metros do Independência. Ele se lembra do clima nos arredores do estádio e da repercussão do resultado: “Uma Copa em BH era um fato extraordinário. Os radialistas corriam de um lado para o outro. Foi um alvoroço danado. Todos esperavam uma goleada da Inglaterra, ninguém conhecia o time dos EUA. Lembro dos jornais dando a notícia da maior zebra da história das Copas”. Lellis foi jogador profissional entre 1959 e 1965, quando encerrou sua carreira no Renascença, clube que disputou o Campeonato Mineiro entre 1959 e 1966. Um ano depois o Renascença foi extinto. Com uma íntima relação com o Independência, Amarelinho fica feliz que sempre comentem sobre o jogo. “O filme volta todo, é bom lembrar essas histórias.” comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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ESTILO
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FERNANDA COTTA
por Lucas Machado fotos Bruno Senna ==============================------------O local escolhido para a entrevista não poderia ser mais glamouroso: Espaço NON Fashion, onde se respira moda. E lá vem ela, linda e elegante. Fernanda Cotta tem 37 anos, é capixaba, nascida em Vitória (ES). Formada em engenharia civil, fez pós-graduação em marketing e em gestão empresarial. “Sempre estudei. Apesar de ler e escrever muito, não acredito em receita de bolo, acredito mais no relacionamento”, comenta. Fernanda é adepta da filosofia budista e é < KIT SOBREVIVÊNCIA > vegetariana. “Sempre tive uma ligação muito forte com os animais, já devem ter se passado mais de três anos desde que eliminei a carne do meu cardápio, sou completamente contra qualquer tipo de exploração [dos animais]. Também adoro água, o contato com a natureza e viajar. Sou uma pessoa que tem uma curiosidade muito grande pela vida.” Há 13 anos, Fernanda trabalha na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Entre diversas áreas de atuação na empresa, assumiu a superintendência de comunicação e hoje faz parte da linha de frente do Minas Trend Preview, evento que é sucesso absoluto no mercado fashion. “A mulher tem o seu espaço, foi um caminho conquistado por alguns momentos de perda. Mas a cobrança não é nada que a feminilidade não possa superar.” É isso aí, Fernandinha, vida longa ao Minas Trend. Pessoas como você fazem com que Minas continue mostrando “a moda no seu melhor estado”. Vestido de couro Patachou
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vestido Chicletes com Guaraná colar Mary Design sapato Arezzo ==============================--------------------------------------
Chapéu Print
Bolsa Rogério Lima Bijou anel vermelho e colar — Mary Design
Perfume Channel — Allure
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Sapato Print
J.C.
ON THE ROAD < Florianópolis >
surfe na
Ilha da
Magia por Bernardo Biagioni fotos Carlos Hauck
FOMOS COBRIR O MARESIA INTERNATIONAL EM FLORIANÓPOLIS E VIVEMOS ALGUNS MOMENTOS TRANSCENDENTAIS
“Ficou faltando o maluco do jornal popular”, alguém disse no fundo da van, segundos depois do motorista levemente embriagado dar partida na máquina branca, grande e potencialmente perigosa para uma cidade tranquila como Florianópolis. Pensei, por um segundo, em mandar o condutor parar para que eu pudesse sair atrás do William no meio da praia. Era bem possível que ele estivesse admirando as estrelas e os cometas colidindo com alguma surfista bronzeada que conheceu no campeonato mais cedo. Seria uma atitude heroica encontrá-lo no meio daquela noite escura e fria, mas soou mais prudente pensar que ele pegaria a próxima van, sem grandes problemas, e logo estaríamos juntos mais uma
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vez, já no El Divino. William é um sujeito bom, acreditem. Nossa noite não seria nada demais se ele não estivesse por perto. < Florianópolis encantada >
Trinta e cinco horas antes, embarcávamos em Belo Horizonte eu, o inestimável fotógrafo Carlos Hauck e a minha querida editora Sabrina Abreu, que, em algum momento da preparação para a viagem, disse que iria “perder a linha” no Sul. Fiquei assustado. Mas, sem problemas. Uma ocasião como essa — a cobertura do campeonato Maresia Surf International que costumava ser conhecido como WQS — exigia, de fato, que os nossos instintos mais primitivos e aguçados fossem levados a sério. Afinal, fomos todos criados nas montanhas — como outros tantos primatas — e nunca se sabe o que pode acontecer em uma cidade praiana.
Bernardo tenta captar a energia das ondas para escrever sobre a Ilha
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Logo no avião, comprovamos que não estávamos ali de brincadeira. A conversa sobre política internacional, Woody Allen e pães de queijo seguia em num ritmo tão alucinado que os nossos vizinhos de poltrona já davam indícios de convocar a aeromoça para resolver o impasse. Porém, nos calamos antes, assim que foram servidos os nossos imensos biscoitos de chocolate junto de litros de refrigerante, suco e água. Terminada a refeição, Sabrina ministrou uma lição de geografia que seria muito importante dali em diante. “Florianópolis é uma ilha”. A Ilha da Magia. Fomos recepcionados no Aeroporto Hercílio Luz pelo motorista de van Ernesto Boaventura, um sulista de trinta e poucos anos que aparentava ter perdido o controle na noite anterior. Tirando as olheiras e a miopia que lhe impedia de enxergar quando os carros da frente freavam, Ernesto estava bem. Colocamos as malas no porta-malas e só escutamos a voz do sujeito algum tempo depois. “Esta aqui é a Lagoa da Conceição”, indicou, logo depois de fazer uma curva em uma manobra muito perigosa. Até o final do horizonte ainda dava para ver água. Fiquei em dúvida se era uma lagoa mesmo. Em todo caso, a orla da Conceição
e suas entranhas mais próximas são alguns dos pontos onde Florianópolis acontece pela madrugada. São dezenas de bares, pubs, discotecas, clubs, lounges, grills, inferninhos e carrinhos de cachorro quente enfileirados lado a lado até o começo de uma serra que em muito lembra o Corcovado. Ali não é difícil encontrar loiras descontraídas, sorridentes e bronzeadas pelo maior dos astros do sistema solar: o Sol. Ernesto seguiu serpenteando a máquina por uma serra considerável, atravessou a Rodovia Jornalista Manoel Menezes com cautela e estacionou na pousada Bangalô do Mole, de frente para a praia onde já rolava o campeonato. Parecia um bom lugar para passar os próximos dias. <Estrelas do surfe >
Todos os olhares da ilha estavam voltados para o surfista Gabriel Medina, um paulista tímido de prazerosos 16 anos de vida. Ele ganhou fama no Brasil — e nos casebres de Bora Bora — depois de estampar uma série de revistas especializadas com manobras aéreas assustadoras. Na etapa catarinense do WQS de 2009, o menino tirou o primeiro lugar de nomes consagrados
do surfe, como o veterano Neco Padaratz, que tem no currículo duas vitórias só no WCT, a elite mundial do esporte. Quando Gabriel entrava na água, o vento dava uma trégua, o sol saía por de trás das nuvens, as loiras abaixavam os olhos escuros e os jornalistas empinavam câmeras, filmadoras e blocos de anotações recheados de desenhos estranhos. Um verdadeiro espetáculo. Mas não foi Gabriel que mais despertou nossa atenção. Em pé no deck destinado a organização do campeonato, o Assessor de Imprensa assistia a tudo eufórico, andando de um lado para o outro e falando sem parar. Entre uma bateria e outra, ele chegava bem perto dos profissionais responsáveis pela cobertura, dizia algumas palavras de sabedoria e logo nos apresentava as opções para a noite que se anunciava por cima das colinas do leste. “Hoje é a balada oficial do evento”, contou, baixinho, no segundo ou terceiro dia de competições. “Vai ser lá no El Divino, uma boate”, continuou, piscando um dos olhos. Ele parecia entusiasmado com a ideia. Tão logo caiu o sereno da madrugada, já estávamos todos sacudindo na van branca, grande e perigosa, rumo ao tal Divino. Finalmente iríamos conhecer uma quebrada diferente longe de casa Atrás do mato, o deck para assistir ao campeonato é assim
A editora Sabrina Abreu com Alice e Camila. Dois nomes que não estão no texto, mas que ficaram no coração e, claro, beber algumas cervejas sem nos preocupar com ondas gigantes, peixes perdidos na areia e caranguejos selvagens. Uma pena que o William estava ficando para trás. < O maluco do jornal popular e a balada à beira-mar >
Conhecer um cidadão que trabalha em um jornal popular foi uma novidade para mim. Sempre fui muito curioso com essa função um tanto enigmática na história do jornalismo moderno. Afinal, o que será que pensa — e sente — um homem que trabalha diariamente com carnificinas, sequestros, vacas que voam, abatedouros e gostosonas peladas que cantam funk para sobreviver? William parecia lúcido, mesmo vivendo, na prática, a teoria do caos. É de São Paulo, tem 23 anos, dois de jornalismo, e trabalha em média doze horas por dia. Estava hospedado no quarto 14, se não me engano, e embarcou para a Ilha da Magia porque seu chefe percebeu que ele deveria colocar o pé na estrada. Caso contrário, poderia enlouquecer, ainda que trabalhando na editoria de esportes. O Assessor de Imprensa foi quem nos colocou em comunicação com o paulista. Logo na segunda noite em Floripa, andamos todos sem direção na Praia Mole conversando sobre o tempo, os mistérios do cosmos e as trações invisíveis que regem os compassos do Universo. Sabrina disse coisas lindas sobre a vida. Eu recitei uma poesia sobre marinheiros solitários. William confidenciou que tinha gostado da gente. E Carlos Hauck reclamou de uma dor no tornozelo. Na noite seguinte, esse notório “maluco do jornal popu-
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lar” se estendeu nas cervejas no restaurante dos surfistas e acabou perdendo a primeira van que saía para o El Divino. A festa começou sem ele, mas David Guetta, Akon, Ke$ha e o MC Repórter, da Rede TV, já estavam por lá, de alguma forma, para fazer a noite acontecer. Como ninguém conhecia quase ninguém, essa foi a chance de todo mundo enlouquecer. As bebidas eram liberadas, as músicas eram dançantes e os ânimos estavam exaltados. Só sei que vi, em alguma hora da madrugada, o William deitado, quase de conchinha, em um sofá no meio da boate. Ele segurava um copo e sorria. < Faça acontecer >
Estranhamente, o domingo da final do campeonato amanheceu pela tarde. Antes disso, apenas nobres guerreiros estavam de pé na areia da Praia Mole. Gabriel Medina não se deu bem na semi-final e acabou eliminado pelo gaúcho Rodrigo Dornelles. Rodrigo, por sua vez, esperou por uma onda que não veio e perdeu o título para o espanhol Aritz Aranburu. O clima na praia era de tristeza, desapontamento e sofridão. Vi pessoas chorando na calçada. E Medina foi jogar pinguepongue no hotel. Por sorte uma parcela dos jornalistas não se deixou abalar. São profissionais que cruzam o globo terrestre escrevendo, fotografando e filmando um dos esportes mais bonitos, puros e inspiradores que o mundo já conheceu. E antes de fazerem isso por amor ao jornalismo, eles viajam por amor ao surfe, às ondas, aos quartos de bangalôs feitos de madeira, estirados na beira de praias tailandesas, havaianas e indonésias. Não dá para
O espanhol vencedor, o relógio verde e a prancha
Strike e quando você faz tudo de uma vez.
Jogar boliche, se divertir, levar a namorada, juntar os amigos, queimar calorias, desestressar, tomar um chopp, comemorar um aniversario, fazer um happy hour, comer bem. Tudo isso em um so lugar.
LOGO NA SEGUNDA NOITE EM FLORIPA, ANDAMOS TODOS SEM DIREÇÃO NA PRAIA MOLE CONVERSANDO SOBRE O TEMPO, OS MISTÉRIOS DO COSMOS E AS TRAÇÕES INVISÍVEIS QUE REGEM OS COMPASSOS DO UNIVERSO
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Diversao sem para ~
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dizer se são felizes, plenamente felizes. Mas é certo que eles sabem “criar um momento”. Comecei a fazer todo este texto no quarto da pousada, perto do fim da viagem, e fui interrompido na terceira linha quando os jornalistas vizinhos bateram na porta. “Vamos fazer um churrasco aqui hoje. Já convidamos umas garotas da ilha, compramos algumas cervejas e arrumamos um sistema de som”, disseram. Menos de vinte minutos depois, todos os envolvidos na realização do evento — desde surfistas até o porteiro do Bangalô do Mole — estavam dançando em uma garagem, com as quatro-setas e o som de um Gol ligados. Não tinha carne. Não tinha cerveja para tanta gente. E não tinha nenhum vencedor por perto. Como tudo que acontece na Ilha da Magia — e no mundo do surfe —, aquilo não era uma celebração de nada. Foi só a celebração de tudo.
NA GRINGA
texto e fotos Luis Sartori ilustrações Marco Nick
PASSO A PASSO DE UM VIAJANTE DRIBLANDO O VULCÃO ISLANDÊS DE NOME IMPRONUNCIÁVEL. ELE SÓ QUERIA CHEGAR EM CASA
Uma das vantagens de ser artista de circo é poder viajar bastante. Trabalhando na Europa, acaba se tornando comum dar um pulinho em outro país para apresentar um espetáculo e voltar no dia seguinte. Após quase dois meses rodando a trabalho, longe de casa e da namorada, estava em Marselha, no sul da França, e era finalmente hora de voltar para o meu QG: Helsinque, Finlândia. Como não existiam voos diretos, teria que partir de Paris, fazendo o trajeto inicial de trem. Cheguei em Paris na sexta-feira à noite, 16 de abril, e meu avião saía no dia seguinte. Logo antes de dormir, ao tentar imprimir minha passagem, recebo o alerta: voo adiado para a próxima segunda-feira. Lendo notícias pela internet, descubro que durante a semana um vulcão resolveu entrar em erupção na Islândia, terra da Björk. Resultado: uma enorme nuvem de fumaça vulcânica invadiu a Europa e praticamente todos os aeroportos europeus estavam fechados. Acabei ganhando um fim de semana à toa em Paris. Domingo à noite, já arrumando a mala ansioso para o dia seguinte, recebo de novo a mesma notícia: voo adiado. Dessa vez sem previsão de partida. Todos os aeroportos continuam interditados. No estoque de cuecas, só mais uma limpa. É a gota d’água! Sem saco para continuar esperando eternamente, decidi fazer o trajeto Paris-Helsinque por terra e mar. Passei a madrugada estudando o mapa da Europa e tentando comprar bilhetes de trem pela internet. Impossível: empresa francesa de trens em greve. O jeito é ir para a estação cedinho e esperar pelo melhor. Plano: ir de Paris até a Suécia, de trem, cruzando Alemanha e Dinamarca, e ir de Estocolmo até Helsinque de navio. < SEGUNDA-FEIRA, 19 DE ABRIL >
Cinco da manhã. Cara de sono, ruas desertas, metrô vazio, mas bastante gente na estação de trem. Não consigo passagem para a Alemanha. Decidi passar por Luxemburgo e ver minhas opções a partir de lá. 06:39 — Paris / Luxemburgo — chegando às 09:14 Consigo entrar no trem no último momento. No caminho vejo o Sol nascer e muita neblina nos campos. Relaxo um pouco e pela primeira vez cai a ficha: “Será que é loucura tudo isso? Sozinho, sem saber para onde ir e sem passagens”. Mas em dois segundos abro um sorriso no rosto: “Vai ser uma experiência do caralho!” Chego em Luxemburgo após dois trens, e enfrento uma fila quilométrica até o
guichê de passagens. Acabo conseguindo uma até Estocolmo, mas por um preço muito mais alto do que planejava e levando muito mais tempo do que previsto. Novo plano: chegar terça-feira de manhã no sul da Suécia e esperar 24 horas para pegar o próximo trem disponível até Estocolmo. Chegando lá, torcer para encontrar lugar no navio que vai até Helsinque. 10:24 — Luxemburgo / Colônia — 13:42 Em praticamente meia hora atravesso o país de Luxemburgo. Tudo muito bonitinho, casas coloridas, algumas montanhas e lagos. É nítida a diferença no momento em que entro na Alemanha. Muito ferro, tijolos, pichações e grafites por toda a parte. Um ar meio pesado, mas ao mesmo tempo alternativo e estiloso. Chegando em Colônia, vejo pela janela a enorme catedral de duas torres, cartão postal da cidade, mas não consigo sacar a máquina fotográfica a tempo. 14:10 — Colônia / Hamburgo — 18:12 Na curta pausa para trocar de trem, corro desesperado para conseguir sacar dinheiro e comprar um sanduíche. Na pressa de viajar, acabei não preparando nada de comer no trajeto. Escuto gente conversando em sueco e em finlandês. Fico amigo de um iraniano, que ia de Amsterdã para a Suécia. 18:43 — Hamburgo / Padborg (cidade dinamarquesa na divisa com Alemanha) — 21:18 Cada vez mais passageiros, muitos viajando em pé. Não conseguiram comprar passagens, mas embarcaram assim mesmo. Todos com cara de exaustos, mas rindo e se divertindo com a situação. O papo é o mesmo por todo o trem: cada um dizendo de onde é, de onde vem e para onde vai. Todos com voos cancelados. Luis encara o “trem indiano”
Pela janela: uma paisagem de Luxemburgo e duas da Alemanha (abaixo)
21:34 — Padborg / Fredericia — 22:58 A mudança de um trem para o outro parece uma corrida. Todos arrastando malas para pegar o próximo trem e se espremendo para entrar nos vagões. Parece um daqueles trens indianos: malas para todos os lados, gente sentada no chão e em pé. Só faltam as vacas e as galinhas. Mais uma vez recebo mensagens no telefone avisando que entrei em um novo país: Dinamarca. Apesar de estar me divertindo com tudo isso, começo a ficar um pouco desapontado com o fato de não poder realmente parar para conhecer cada um dos lugares por onde passo. Já é noite e pelas janelas não consigo ver nada. Justamente quando começo a atravessar um país que ainda não conhecia. 23:06 — Fredericia / Copenhagen — 01:31 Sento com um grupo de dinamarqueses. Fico acompanhando o trajeto pelo mapa e imaginando como deve ser atravessar as várias pontes que ligam as ilhas do país, uma delas com quase 10 quilômetros de extensão. De acordo com minhas passagens, preciso esperar três horas até o próximo trem, mas chegando na estação descubro que o próximo parte em 7 minutos. Sem pensar duas vezes, embarco correndo.
pede. Cultura, FM toca o que a sua vida Há 30 anos, a GUARANI ratura e, claro, e, moda, tecnologia, lite gastronomia, cinema, art dores. Uma rádio o pelos nossos programa músicas escolhidas a ded ¸' ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸¸¸ ¸ ¸ ¸ ¸ as três décadas RANI. Vamos celebrar ess melhor. Venha para a GUA pela frente. e criar juntos o que virá
VEJA COMO O NOSSO VIAJANTE ESCAPOU DO VULCÃO QUE ENTROU EM ERUPÇÃO NO PAÍS DA BJÖRK
AO TENTAR IMPRIMIR A PASSAGEM, RECEBO O ALERTA: VOO ADIADO PARA A PRÓXIMA SEGUNDAFEIRA. LENDO NOTÍCIAS PELA INTERNET, DESCUBRO QUE DURANTE A SEMANA UM VULCÃO RESOLVEU ENTRAR EM ERUPÇÃO NA ISLÂNDIA
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< Terça-feira, 20 de abril >
01:38 â&#x20AC;&#x201D; Copenhagen / MalmĂś â&#x20AC;&#x201D; 02:08 Acabo encontrando meu amigo iraniano e ganho um sanduĂche de um sueco que estava sem fome. Ă&#x20AC;s duas da madrugada, chego em MalmĂś, no sul da SuĂŠcia, mas minha prĂłxima passagem ĂŠ sĂł para a manhĂŁ do dia seguinte. Sem saco para procurar um lugar para ficar e perder mais um dia, resolvo pegar o prĂłximo trem para Estocolmo, Ă s 5 da manhĂŁ. Junto com o iraniano, passo trĂŞs horas esperando abrir o guichĂŞ de vendas para tentar trocar as passagens. Ando de um lado para o outro, nenhum banco para sentar e nenhum lugar fechado para esconder do frio escandinavo. NĂŁo consigo trocar a passagem, mas ligo o â&#x20AC;&#x153;foda-seâ&#x20AC;?. Antes de embarcar converso com a garota que controla os bilhetes. Ela me diz que o trem estĂĄ lotado e que nĂŁo pode me garantir um lugar sentado, mas que se eu quiser posso viajar assim mesmo. 05:11 â&#x20AC;&#x201D; MalmĂś / Estocolmo â&#x20AC;&#x201D; 09:39 Tento esperar acordado para ver o Sol nascer, mas nĂŁo consigo manter os olhos abertos. Chego em Estocolmo de manhĂŁ e consigo comprar, por telefone, uma passagem para o prĂłximo navio que vai Ă Finlândia. Com sete horas de espera, dou uma volta pela cidade. CĂŠu azul, dia bonito e o Sol começando a esquentar. ApĂłs quase seis meses de casa-
Outras paisagens no caminho atÊ chegar à Finlândia
co, consigo passear sĂł de camiseta. Fico feliz com o â&#x20AC;&#x153;calorâ&#x20AC;?, mas, conferindo o termĂ´metro, vejo que fazem apenas 10°C. Esperar o quĂŞ? TĂ´ na SuĂŠcia! Sem muita noção das horas, almoço Ă s 10h30. Ao meio dia fico cansado de carregar a mala de um lado para o outro e vou direto para o porto tentar tirar uma soneca enquanto espero o navio viking. 16:45 â&#x20AC;&#x201D; Estocolmo / Helsinque â&#x20AC;&#x201D; 09:55 Dezessete horas de viagem pela frente e chego! Sem quarto para dormir, dou voltas pelo navio. Restaurantes, lojas, cassino, boate, fliperama... Uma espĂŠcie de Titanic em escala menor. Janto, tomo uma cervejinha vendo o pĂ´r do Sol e subo atĂŠ o terraço. De qualquer canto do navio, a vista ĂŠ linda. ApĂłs passar pelas vĂĄrias ilhotas da costa da SuĂŠcia, entramos em mar aberto. JĂĄ ĂŠ tarde, gente bĂŞbada e muita festa. O navio ĂŠ conhecido pelos jovens suecos e finlandeses pelo carismĂĄtico nome de â&#x20AC;&#x153;fuck and drink boatâ&#x20AC;?. Descubro que uma das salas de reuniĂŁo se transformou em abrigo improvisado, oferecendo travesseiros e cobertores para os passageiros extras. Descolo um canto e desmaio. Ă&#x20AC;s 10 da manhĂŁ de quarta-feira, chego finalmente em Helsinque depois de dois metrĂ´s, nove trens, um navio, seis paĂses e um bocado de euros. Mas com certeza valeu a pena. Encontro a namorada, descanso, coloco roupa para lavar e conto caso. Na manhĂŁ seguinte, olhando pela janela vejo um aviĂŁo no ar. Pequena surpresa de Ăşltima hora: os aeroportos voltaram a abrir. Dou um suspiro, pego o mapa e me pergunto: â&#x20AC;&#x153;Qual o trajeto mais demorado daqui atĂŠ BH?â&#x20AC;?
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RAGGA
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fotos Dudua’s Profeta
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5 ANOS
foto Carlos Hauck
EM HOMENAGEM AOS 5 ANOS DA RAGGA, REALIZAMOS UM CONCURSO DE ESTAMPAS, EM MARÇO E ABRIL. CINCO MODELOS FORAM ESCOLHIDOS E ESTARÃO EM CAMISETAS QUE LOGO PODERÃO SER VISTAS NAS RUAS. CONHEÇA AS ILUSTRAS VENCEDORAS E OS CULPADOS POR CRIAR CADA UMA DELAS
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1.
2.
3.
1. < FÚLVIO CORRÊA >
2. < JULIANO SACRAMENTO >
Designer gráfico, mora em BH. A textura de aquarela tem a ver com a obra do pai de Fúlvio, que é artista plástico. fulviocorrea.com/
Fotógrafo, mora em BH. Ele resolveu fazer esta arte, quando acordou e viu “no cantinho da tela da TV, uma mulher transmitindo, com os sinais de libras, o que estava sendo dito no jornal. De repente, ela fez o sinal da Ragga, e a ideia da ilustração surgiu”. julianosacramento.com
Modelos Raquel Cunha Eduardo Fonseca [House Models] Camila Trindade [House Models] Lucas Diniz Matheus Dias
< OLHA ISSO >
Os detalhes das estampas vencedoras você confere em revistaragga.com.br 4.
5.
3. < EVELINE PEZZINI >
4. < LUCAS PINDUCA >
5. < DAVIDSON MACHADO, O “ZOY” >
Designer gráfico, mora em Matozinhos e decidiu seguir a sugestão de seu namorado, ao criar a estampa. Ele pensou em pranchas enfileiradas. “Mas, quando comecei a mexer nas cinco pranchas, brincando com a composição, surgiu a mãozinha da Ragga. E deixei assim.” twitter.com/eve9
Arte-finalista e ilustrador, mora no Rio. Já tinha a ilustração na cabeça. Quando soube do concurso, resolveu desenhá-la. “O lutardozinho dos anos 1950 ficou igualzinho eu havia imaginado. Por causa da Ragga, acrescentei uma lâmpada, que significa a criatividade, um “up” que é a cara da revista.” oficinadopinduca.blogspot.com
Designer gráfico, mora em Belo Horizonte. A estampa nasceu da leitura que Zoy faz da revista e, também, do Ragga Drops (irmão mais novo da Ragga, ou suplemento adolescente do jornal Estado de Minas). “Fui inspirado pelas matérias sobre cinema, esporte, teatro e pelo público jovem para o qual elas são voltadas”, resume. cargocollective.com/zoy
comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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5 ANOS
Está FALADO
O QUE FOI DITO, NAS ENTREVISTAS EXCLUSIVAS DOS ÚLTIMOS CINCO ANOS “Eu sou indecentemente feliz.”
“O Lulu [Santos] é meio chato às vezes, mas eu o adoro. É muito inteligente. É meio murrinha. Acho que tem hora que nem ele se agüenta.” Nelson Motta, junho de 2008
“Lulu Santos é um fresco, nojento, pretensioso, bichona louca, mas as músicas dele são muito loucas.” KL Jay, fevereiro de 2010
Millôr Fernandes, outubro de 2008
“Tenho fé, mas não rezo. Acordo rápido. Tu me imagina de joelhos na cama, rezando antes de dormir, indo dormir de anágua?”
“Droga é Lexotan, que neguinho usa para dormir.” Seu Jorge, outubro de 2007
“Acho que não existe geração. É igual raça, outro preconceito. Tem “Parei de usar drogas. Já é um avan- gente que diz que toda criança é fofinha. Mas existe criança falsa, ção para a sobrevivência.” tirana, e existe criança legal. Tem veErasmo Carlos, março de 2010 lho ranzinza e tem velho maravilhoso. “A imprensa acompanha, mas não O pior preconceito é o da idade.” Regina Casé, fevereiro de 2009 tem compromisso com a solução dos problemas. Tem compromisso “Música sertaneja é o fim da picada.” com aquilo em que os leitores Nazi, outubro de 2009 estão interessados. Abandona os problemas no meio, porque já não “Os artistas dos anos 1960, Geraldo estão mais importando ao leitor. O compromisso dela não é político.” Vandré, Chico Buarque, Gilberto Gil estavam escrevendo coisas, Fernando Gabeira, maio de 2009 protestando. Mas estavam fazendo “Gostaria de ter uma calcinha da aquilo contando com o quê? Que o Juliana Paes. Acho que ela é, hoje, o povo se unisse a eles, para irem lá, gosto do Brasil. O gosto que o Brasil tentar resolver. Mas não, o povo não gostaria de sentir.” chiou, deixou para lá. E esses artistas Wando, julho de 2009 foram mandados para fora do país.” Alexandre Frota, agosto de 2008
“Quem era esperto tocava instrumento, eu quis ser baterista. Cantor era veado... Caetano. Ninguém queria ser o Caetano Veloso ou o Mick Jagger. Queria ser o Keith Richards, o Jimi Hendrix.” Lobão, agosto de 2009
“Caetano Veloso é uma pessoa tão profunda que, às vezes, o coloco em paralelo a Bob Dylan.” Arnaldo Baptista, setembro de 2009
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Jair Rodrigues, fevereiro 2008
“Os negros são uma raça do caralho, maior raça linda, uma cultura muito fodida.” João Gordo, dezembro de 2007
“Irritação, com o passar do tempo, é uma reação que muda, e você vê que não precisa jogar o telefone na parede — como já fiz —, que não precisa virar a mesa, literalmente — como também já fiz.” Maurício de Sousa, junho de 2009
“Falando de música, pode tudo com tudo, todo mudo com todo mundo, grupal, na veia. Rock pode.” Rogério Flausino, abril de 2009
“As drogas fizeram parte, numa época de descobertas. Mas hoje acho que o grande barato é a lucidez.” Evandro Mesquita, dezembro de 2008
“Biograficamente, não tenho crises para contar. Não tenho overdose... olha que merda: não teve suruba.” Fernanda Young, abril de 2008
“Tenho preconceito com velho burro. Porque jovem pode, mas velho não pode mais.” Elke Maravilha, agosto de 2007
“O Planet Hemp é meu. Eu e meu parceiro Skunk que fizemos a porra toda.” Marcelo D2, abril de 2007
“Antes do Planet, era a vovozinha falando que o filho cheirava maconha. Hoje a gente sabe, pelo menos, que neguinho fuma.”
“A ideia era mostrar para o policial que nem todo jovem, negro e pobre é bandido. E mostrar para esse jovem, negro e pobre que nem todo policial é corrupto.”
“Pessimista não constrói. Otimista, também não. O que constrói é a ação.”
José Junior, sobre a criação do AfroReggae, dezembro de 2009
Lacarmélio, criador do personagem Celton, abril de 2006
BNegão, outubro de 2006
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RAGGA
BIS
EM NOSSO QUINTO ANIVERSÁRIO, ESCALAMOS A SELEÇÃO DAS MELHORES RAGGA GIRLS ilustrações Marco Nick
ADRIANE GROTT
foto Weber Pádua Fevereiro de 2009 Na edição com o tema “Tão jovens”, Adriane personificou a beleza da juventude.
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EXTRAVASE O STRESS DO DIA, NA ACADEMIA.
ANINHA BRANDÃO, ANINHA DAPIEVE E CRIS GONTIJO
foto Weber Pádua Junho de 2008 O número que comemorou o terceiro aniversário da revista contou com três Ragga Girls. Três é demais.
FERNANDA CARVALHO
foto Jana Vieras
Agosto de 2009 A edição temática rock’n’roll foi perfeitamente sintetizada na interação entre Fernanda e sua guitarra. Hey, ho.
Fundação Clóvis Salgado apresenta
CEFARCONCERTO 2010 música, dança e teatro
6 e 7 de julho l 21h l Grande Teatro Palácio das Artes Foto - Paulo Larceda l Design Gráfico - João Victor
10 anos de espetáculo www.fcs.mg.gov.br Av. Afonso Pena, 1.537 - Centro Belo Horizonte - MG - CEP 30130-004 55 31 3236-7307 I 3239-7308
CAMILA VERÇOSA
foto Marcus Santiago Abril de 2006 Este ensaio fez sucesso no primeiro ano da revista, quando as edições ainda não eram temáticas. Mas quem liga para o tema? .
MARIANA FUSCO
foto Weber Pádua ilustração André Bergamin Outubro de 2008 No mês em que o lançamento da revista O Cruzeiro, dos Diários Associados, faria 80 anos, a Ragga fez uma homenagem àquela que foi a maior publicação do Brasil. Para acompanhar a pegada retrô, um ensaio sensual inspirado nas pin-ups.
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comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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DIA E NOITE
A Heineken está presente em algumas das casas mais badaladas de BH e, nos próximos meses, você confere aqui as melhores dicas para curtir seus dias e noites na capital mineira. Restaurantes, bares e boates. São opções para todos os gostos!
VALE A PENA!
Cassava & Saussage é uma saborosa combinação de mandioca com linguiça que pode ser degustada de segunda a sábado com uma Heineken bem gelada.
THIAGO MOREIRA
STUDIO NAFTA
Por ali circulam músicos, amigos de músicos e adeptos do bom rock ‘n’roll. O Studio Nafta Pub Café é um misto de estúdio e bar com clima britânico, que vai do balcão principal — onde os clientes se servem com cervejas e destilados de todos os tipos —, iluminação e sonorização, à boa mesa — todos os pratos são batizados na língua inglesa. O som fica por conta de bandas de pop e rock, que apresentam suas composições e relembram sucessos nacionais e internacionais. Além do pub, três estúdios – sendo dois de ensaio e um de gravação — formam o espaço ideal para produções artísticas e culturais. Studio Nafta Pub é mais do que tudo isso, um lugar de intercâmbios e experiências únicas.
BRUNO SENNA
SERVIÇO
DICA HEINEKEN
Além de se divertir ao som de hits do rock mundial, o Studio Nafta Pub Café anima ainda mais a sua noite: apresentando o seu passaporte, a terceira Heineken é por conta da casa.
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Endereço: Rua Catete, 603 Alto Barroca Telefone: (31) 3332 1633 Capacidade: 150 pessoas Formas de pagamento: À vista (em dinheiro ou cheque), cartão Mastercard Possui: música ambiente de segunda a quinta; som ao vivo sexta e sábado Funcionamento: Ensaios – de seg. a sáb. (10h – 1h) Shows – sextas e sábados, a partir das 22h Na internet: studionafta.com.br studionafta@hotmail.com Comunidade no Orkut: migre.me/IOTN myspace.com/studionafta twitter.com/NaftaStudioPub
CLICK
fotos Bruno Senna
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1. Jo達o Lobo e Cenzo Vieira 2. Rodrigo Cosso e Rachel Sigi 3. Mariana Anatonol e Felipe Cosso 4. Marcelo Mafra e Philipe Amorim 5. Danielle Santos, Fernanda Virgil e Izabela Prado 6. Renata Tito, Paulo Perroti e Janaina Mendes 7. Cristiano Fares, Lorena Navarro e Pedro Sodala 8. Bruna Rezende e Bernardo Gontijo 9. Vitor Silesio e Renata Martins 10. Mateus Brant e Maria Tereza Hara
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A MÚSICA E O TEMA
LUSTRES E LUTOS DO LUSTRO TOM SHEEHAN/EMI
por Kiko Ferreira
Ano de sucesso: para o Coldplay e o ex-surfista Jack Johnson, 2005 marcou o lançamento de discos que estouraram DIVULGAÇÃO
COLUNA
“Parece que foi ontem” é expressão usada para batizar passado que não parece que passou, mas passou. É o caso dos cinco anos que separam a primeira edição da Ragga e o 2010 novo de guerra. Parece inacreditável que foi naquele ano que o Coldplay lançou o álbum X & Y, que o zen surfista Jack Johnson atingiu cabeças ensolaradas com In between dreams e o U2 ensinou a desmontar uma bomba atômica. Foi por ali, em 2005, que o LCD Soundsystem plantou seu som saboroso, que o Cansei de Ser Sexy estourou pelo mundo, virando o principal produto de exportação da música brasileira desde o Sepultura. É pouco? Foi naquele quinto ano do novo milênio que o White Stripes fez um milkshake de peso com a cena rock com Get behind me Satan e o Franz Ferdinand ensinou que a simplicidade podia soar melhor com ‘You could have it so much better’. O disco racional de Tim Maia voltou à tona, remasterizado. Em edição de luxo. E os Hellacopsters decretavam, pela milésima vez, a morte do rock’n’roll. Claro que não era verdade, mas o Arcade Fire entrava na onda com seu Funeral. Já existia o cult Goldfrapp, que lançou Supernature e Madonna fazia suas confissões dançantes em Confessions on a dance floor. Não parece que foi ontem? Ou anteontem? E já existia o virtual Gorillaz, grande e original jogada. Foi o ano de Batman begins, do delírio visual Sin city, de O clã das adagas voadoras e do terceiro episódio de Star wars, filmes que não são de música, mas soam como tal para os olhos mais pop. Pedindo desculpas para a rainha, o Wolf Mother foi revelação e o Los Hermanos lançou 4, que muitos fãs radicais consideram o melhor disco de Marcelo Camelo e cia.. E a Nação Zumbi provou que, definitivamente, sobrevive bem sem
Chico Science com o incensado Futura. Já nossos amigos do Pato Fu fizeram gol de placa com Toda cura para todo mal. Na área mais cult tivemos Bob Dylan e a estupenda trilha do filme No direction home, o neotropicalista Devendra Benhart com Cripple crow e Neil Young com o estranho e sedutor Prairie wind, sem falar do boss Bruce Springsteen com os demônios e a poeira do denso Devils & Dust. E M.I.A. já criava polêmica com seu Arular. Os mais alternativos tupiniquins vão se lembrar do belo e estranho O método tufo de experiência, do Cidadão Instigado, e dos Grandes infiéis, dos Violins. Seu Jorge ganhava espaço definitivo na carreira internacional com o álbum Cru, enquanto os californianos do Mars Volta cravavam o inclassificável Frances the mute e os Queens Of The Stone Age punham peso no acalanto em Lullabies to paralyze. Bem... Mas e 2010, ano em que uma pesquisa indica que 75% dos jovens preferem, como estilo, o sertanejo universitário(!!!)? A música eletrônica confirma seus espaços em Minas, a Ragga se torna, cada vez mais, porta-voz de uma geração plural, conectada, multimídia, randômica e, sobretudo, curiosa sobre todos os tempos. O ano que, vejam bem, já está quase no meio, tem Copa do Mundo na África (o que garante cor, música animada e, quem sabe, futebol arte), eleição estadual e federal, vacinação contra H1N1, FIT decidido aos 49 do segundo tempo e muitas visitas de dinossauros: Simply Red, Cranberries, Johnny Winter, Mick Taylor, ABBA e Placebo, um dinossaurinho júnior. Celebra-se os 40 anos da edição do álbum Let it be, disco gravado em 1969 mas só lançado em 1970, como canto do cisne do maior grupo de música pop
ARQUIVO O CRUZEIRO/EM SOM LIVRE/DIVULGAÇÃO
de todos os tempos, os Beatles. Ficamos sem Lena Horne, uma das grandes cantoras de jazz de todas as gerações, sem a voz metálica pesada de Dio, mas celebramos o centenário do megasambista e cronista Adoniram Barbosa, os 50 anos da londrina Carnaby Street, os cem anos de criação do Dia Internacional da Mulher, dois séculos do nascimento do polonês Frederic Chopin e 100 anos que Chico Xavier — o médium que se transformou no maior sucesso do cinema brasileiro dos últimos tempos — completaria . Estamos há 30 anos sem John Lennon, e 20 sem Cazuza, dois avatares, cronistas carismáticos, modelos de poetas épicos, tradutores de seu tempo. O novo milênio ainda não produziu seus líderes evidentes, seus tradutores inquestionáveis, seus poetas definitivos. Se ainda houver espaço para eles, que venham e sejam bemvindos. E a Ragga, certamente, vai registrar, fotografar, comentar, entrevistar e opinar sobre eles. Como vem fazendo sobre quem é quem nesses cinco anos de vida.
Em 2010 são lembrados os 20 anos da morte de Cazuza e as três décadas sem John Lennon
FOTOS: CARLOS HAUCK
AUMENTA O SOM
Encontro com a nova onda por Fernando Guerra
Na França pós-guerra da década de 1960 surgiu uma vertente do cinema que, em linhas bem gerais, contestava os moldes comerciais da sétima arte criando uma nova forma de fazer aquilo que já era feito desde o início do século. Esse movimento ganhou o nome Nouvelle Vague, ou “nova onda”. Praticamente duas décadas depois, a música passava por algo no sentido inverso. O punk feio, sujo e contestador dos valores sociais da época ganhou uma irmãzinha mais socialmente aceitável que recebeu o apelido New Wave e o som que só era ouvido sob moshes no clube CBGB (segundo lar de bandas como os Ramones, Misfits e Stooges) ganhou sintetizadores e passou a embalar também festinhas populares adolescentes, videoclipes em um canal recém-nascido chamado MTV e filmes do John Hughes. Em outro salto, 20 anos à frente, os franceses Marc Collin e Olivier Libaux resolvem juntar parte dessas duas fórmulas acima, combinando hits dos anos 1980, ritmos consagrados de 20 anos antes, como bossa nova e samba, e cantoras de voz suave (na formação atual a brasileira Karina Zeviani e a belga Helena Nogueira ficam encarregadas do charme no palco) capazes de transformar uma música do Sex Pistols em uma trilha sonora agradável para um passeio no parque. Para completar, pegaram emprestado o nome do movimento artístico que marcou o cinema francês e assim nasceu o projeto Nouvelle Vague. Em uma conversa durante a passagem da banda por Belo Horizonte, em maio deste ano, Marc Collin falou um pouco sobre a fase atual do grupo e seus projetos. Como é trabalhar com uma brasileira no grupo? Ela já está à vontade com o resto da banda? Ela começou com a gente no terceiro álbum, e isso já faz um ou dois anos. Além disso, estou produzindo o álbum dela. O projeto (Nouvelle Vague) já começou com uma cantora brasileira, a carioca Eloisia, mas nunca fizemos turnê com ela. Nos palcos é bacana isso, porque Helena, a outra garota, também fala português (ela é de ascendência portuguesa) e com isso ambas podem interagir mais com o público.
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No último álbum vocês fizeram releituras de canções francesas. Por que apenas agora? Sei lá, como a gente faz turnês no mundo todo, procuramos canções mais conhecidas. Acredito que agora conseguimos encontrar algumas mais famosas que funcionaram e no próximo álbum teremos apenas canções francesas. No NV3 vocês trabalharam com duetos. Como foi essa mudança e como isso funciona no palco? A gente teve essa ideia quando viu que os cantores originais escutavam o nosso som e se mostravam satisfeitos com a nossa homenagem. Pensamos: “E se eles fizessem isso com a gente?”. Entramos em contato, eles toparam, vieram ao estúdio em Paris e foi incrível. É claro que não podemos tê-los na turnê, mas eles aparecem em um show ou outro quando as cidades coincidem. O Nouvelle Vague é um projeto que utiliza ritmos dos anos 1960 e músicas dos anos 1980. Vemos que a cultura tende a revisitar o que foi feito 20 anos antes. Quais são os planos da banda agora no começo de uma nova década? Depois dessa próxima edição francesa, a gente planeja mudar um pouco o conceito e trazer novas ideias para os envolvidos no projeto. Em novembro, teremos a edição especial apenas com músicas francesas e faremos uma turnê. Depois acredito que exploraremos novas ideias, mas ainda não estamos certos de quais serão. Vocês utilizaram samba e bossa nova para criar essas versões sexys de músicas new wave. Existem outros ritmos brasileiros que vocês gostariam de explorar em um próximo álbum? Não sei ao certo. Não estou tão familiarizado com outros ritmos brasileiros. Escolhemos estes [samba e bossa nova], pois eram muito conhecidos na Europa. Atualmente, já conheço outros como forró e vertentes do samba, mas ainda não consegui fazer isso funcionar com as versões. Talvez eu tenha que tentar um pouco mais.
Na Rede NOVAS DOS NOVENTA por Rodrigo Ortega
Fool´s day (Blur) Em vez da pressão do “álbum de retorno”, o Blur lançou uma faixa só, sem muito alarde. O clima de Fool’s day é esse: música tranquila, despretensiosa, mas inspirada. A letra dá esperança de mais novidades: “Um estúdio/ e um amor pela doce música/ que a gente não consegue largar” Ouça: tinyurl.com/blur90 Between the lines (Stone Temple Pilots) Se a onda dos anos 1990 quebrasse agora, esse seria seu melhor momento. Batidas dançantes, guitarras no talo e refrão grudento, com a cara do STP.
Splitting the atom (Massive Attack) Os californianos tentam relembrar o glorioso e enfumaçado passado com a ajuda do guitarrista de outra banda que andou fazendo shows de retorno, o Rage Against the Machine. Os versos do Cypress Hill não são tão inspirados, mas os riffs de Tom Morello salvam. Ouça em: tinyurl.com/cypress90 Skinny little bitch (Hole) Antes de ser barraqueira profissional, Courtney Love era líder de uma ótima banda. É o que a gente lembra ao ouvir o baixo distorcido da nova faixa do Hole. A música mira direto na melhor fase do grupo, o quase perfeito (e hoje subestimado) CD Live through this, de 1994. Ouça: tinyurl.com/hole90
The Colourblinds
por Bruno Mateus
Tocar músicas que eles gostam. Foi com esse pensamento que, em meados de 2004, em Belo Horizonte, surgiu a Colourblinds, que tem na formação Stephan Garrat (vocais, guitarra e violão), Flávio Simões (baixo) e Pedro Campos (bateria). “A ideia principal era tocar o que a gente gosta. Pensamos: ‘Vamos montar uma banda para tocar britpop’”, diz o vocalista Stephan, que destaca Oasis como a maior influência da banda, que também tem Bob Dylan, Smiths e Radiohead no catálogo de grupos que os inspiram. O trio acaba de lançar o EP Ear for a tune, que conta com seis faixas, todas compostas por Stephan em inglês. “Além de mirar o mercado internacional, sempre achei que as letras ficariam piegas em português. A ideia sempre foi compor em inglês”, afirma. No fim deste mês, a banda parte para uma viagem de um mês por Inglaterra, Eslovênia e Croácia, onde tentará armar alguns shows. Um segundo semestre cheio de trabalho é o que o grupo deseja. “Esperamos assinar com um selo, gravar o clipe de Shinin light [música do EP], ficar mais tempo na Europa e tocar muito por aqui também. A gente não quer ser alternativo, mas, sim, fazer um britpop de qualidade”, decreta.
RAFAEL CAMINHA
Olha isso: myspace.com/thecolourblind
divulgação
PRATA DA CASA
“Você era minha droga preferida/ mesmo quando a gente tomava drogas”, canta o ex-doidão Scott Weiland. Ouça: tinyurl.com/pilots90
DIVULGAÇÃO
Em 2010, os anos 1990 voltaram de vez. Lembrar o passado é fácil, difícil é produzir novidade no meio da nostalgia. Pilulistamos as melhores faixas novas das bandas que foram comprar um cigarro na padaria há 10 anos e só voltaram agora.
Saia da garagem! Convença-nos de que vale a pena gastar papel e tinta com sua banda. Envie um e-mail para redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br com fotos, músicas em MP3 e a sua história.
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CULTURA POP INTERATIVA
Top 10 Casais memoráveis Doze de junho é Dia dos Namorados. Dia de jantar fora, trocar presentes, esquecer os problemas do relacionamento – na manhã seguinte volta tudo ao normal. Nessa data, motéis e restaurantes não têm vagas, e a fila de espera é “de lei”. Já em nosso concorrido Top 10, arrumamos vagas para alguns casais, mas apenas três sobem ao pódio. E a pergunta é: quais são os casais mais memoráveis e ilustres da nossa lista?
1º Bonnie e Clyde
2º Xuxa e Pelé + Xuxa e Senna
A loirinha namorou Pelé e Senna, dois ídolos nacionais. Bem esperta, não?
CARLOS HAUCK
Eles aterrorizavam os Estados Unidos na época da Crise de 1929. Assaltos a bancos e assassinatos eram suas especialidades. Super-romântico.
O casal escandalizou a França dos anos 1930, com um relacionamento aberto, fincado na liberdade. Viva o existencialismo!
4º John e Yoko + Sid e Nancy +
Kurt e Courtney
Os três casais ficaram famosos no mundo da música. Cada um na sua, mas com uma coisa em comum: a heroína.
5º Juan e Evita Perón
Os hermanos são sempre lembrados nas manifestações em Buenos Aires com faixas e bandeiras. Perón, Perón!
6º Tiger Woods e suas 827 mulheres
O maior golfista da história também é o maior namorador dos últimos tempos. “Esse é pit bull pegador”, diria um carioca marrento.
7º William Bonner e Fátima Bernardes
O casal 20 do jornalismo da Globo aparece todas as noites para nos dar boa noite. Ainda há quem responda sentado no sofá.
8º Serguei e Janis Joplin
Há quem duvide, mas Serguei deu, sim, uns beijinhos na Janis em um lisérgico verão dos anos 1960, aqui no Brasil. Isso foi antes de ele transar com árvores e plantas.
9º Ronaldo e Cicarelli + Adriano e Joana Machado
Enquanto o primeiro realizou suas bodas em um castelo na França — e se separou meses depois —, o segundo apronta barracos em bailes funk ao estilo “entre tapas e beijos”. Cada uma tem o atacante que merece.
10°Tarcísio Meira e Glória Menezes
Casados há 45 anos e há 42 na Globo, o casal plim-plim não poderia ficar de fora dessa lista. Minha mãe não me perdoaria por tal lapso.
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3º Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir
último ranking
nostalgia
Ok, já ficou no passado, mas não custa relembrar. Na última enquete perguntamos: “Qual dessas atitudes melhor traduz a palavra nostalgia?”. Com a sua ajuda, chegamos a um resultado.
1º
Desembolar fita cassete com caneta 39.22%
2º
Amarrar cadarço do Kichute na canela 16.76%
3º
Limpar o cabeçote do videocassete 8.73% Se aquela fita do Guns ou do Chitãozinho & Xororó deu pau, embolou e não toca mais, qual era a solução? Jogar fora e comprar outra? Não, nem pensar. Bastava pegar uma caneta e desembolar a bendita fita. Bons tempos aqueles! Eis o nosso primeiríssimo lugar. No degrau dois do pódio, o famoso Kichute com o cadarço na chuteira. No início da década de 1990 era mais do que comum ver meninos franzinos correndo de um lado para o outro atrás de uma bola com o famoso tênis-chuteira. Quem sonhava em ser jogador já se sentia um. Limpar cabeçote de videocasse ficou em terceiro. Pô, em tempos de iPod, iPad, DVD e blu-ray parece até mentira que houve uma época em que o moderno era ter um videocassete 4 cabeças. Além de ter que rebobinar as fitas, o pior era quando o cabeçote dava problemas. Por isso, nossa medalha de bronze vai para a estranha limpeza de cabeçotes.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Já Inventaram < SORVETE DE CEVADA >
< NÃO FUI EU! >
A famosa cerveja irlandesa Guinness pode se gabar por conquistar o paladar não somente dos apreciadores de uma boa cevada. Com o lançamento do sorvete Guiness por uma sorveteria texana, até os que não têm idade suficiente para tomar uma já podem se deliciar com o sabor da renomada cerveja escura. Só na amysicecreams.com
O dedo do meio pode ser usado em diferentes ocasiões. Com amigos, no trabalho e até no carro para expressar sua “gratidão” para outros motoristas. O controle remoto que acompanha esse gadget tem um alcance de 15 metros, então é só pressionar o botão que o dedo do meio se eleva e abaixa quantas vezes forem necessárias. No PrankPlace.com por US$ 28.98
< EMOCIONALMENTE ATIVADO >
< SANGUE BOM >
Os tais anéis que mudam de cor conforme o humor já são velhos conhecidos da nossa infância, mas lipgloss do humor é grande novidade. Última criação da cosmética, o lipgloss não é útil apenas para as meninas. Os homens também podem prever o que as mulheres estão sentindo só pelo tom dos seus lábios. Bem prático. Na Amazon.com por US$ 18.50
A moda vampiresca parece que não vai passar nunca. Ainda mais que Eclipse — da saga Crepúsculo — será lançado em 30 de junho. Para quem sonha em ser o misterioso Edward, Blood Potion pode ajudar. Trata-se de um energético com cor e consistência de sangue e sabor de frutas que vai proporcionar ao consumidor alguns dias de imortal. Na Amazon.com por US$ 5.93
TATI
QUEBRA BARRACO DIVULGAÇÃO
por Izabella Figueiredo
Se lembrar de mais alguém que um dia foi reconhecido pelas ruas, mas hoje inexiste no imaginário popular, nos avise.
Há exatos cinco anos, junto com a Ragga, nascia um dos hits mais célebres do funk contemporâneo. Atoladinha tocou muito, muito mesmo. Nas rádios, carros rebaixados e iluminados por neon, ninguém ficava parado ao escutar “vai me enterrar na areia?/ Não, não, vou atolar”. A responsável por tal obra? Ninguém menos que Tati Quebra Barraco. Dois mil e cinco foi o ano dela. Além de emplacar Atoladinha, Tati também lançou hits como Fogão Dako e Me chamaram pra orgia, que a consagraram como musa dos bailes funks cariocas. Ultimamente, ela anda meio sumida, e nós, sedentos por sua obra. Alguém sabe informar o paradeiro dela? redacaoragga@diariosassociados.com.br
comente redacaoragga.mg@diariosassociados.com.br
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PERFIL
TIREM
AS CRIANÇAS DA SALA por Ivana Braga fotos Edson Ruiz
DE SUA CASA, EM SALVADOR, ONDE TREINA O ESPORTE CLUBE BAHIA, RENATO GAÚCHO FALA, COM EXCLUSIVIDADE PARA A RAGGA SOBRE DUNGA, ADRIANO, NEYMAR, TÍTULOS, DROGAS, VINHO, SORVETE E MULHERES — COM DIREITO AO CONSELHO: “ESTÁ DANDO MOLE? COME. TEM QUE COMER. PASSA O TRATOR”
Com seus inseparáveis óculos escuros, Renato Gaúcho nos recebeu em sua casa, num condomínio de luxo. Ex-jogador do Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG, Flamengo e Fluminense, entre outros grandes clubes, ele conquistou 16 títulos em 19 anos dentro dos gramados. Fora dele, como treinador, vem construindo uma carreira de olho na Seleção Brasileira — se chegar lá, restrição a sexo e bebida no tempo livre não deverá mais existir. Há seis meses, ele enfrenta o desafio de levar o Bahia de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Renato gosta de morar na capital baiana, mas sente falta do Rio, onde estão sua família, seus amigos e seu futvôlei. Centrado e mais maduro, ele fala que está numa nova fase, longe dos dias de pegador. Mas, ambiguamente, arremata: “Santo também não virei. Pau que nasce torto morre torto”. Para quem já prometeu andar nu em Ipanema, posou para uma revista masculina, mas rejeita a fama de polêmico, um pouco de contradição até que cai bem. COMO FOI SUA INFÂNCIA? NÃO FOI DAS MELHORES. Passei muita dificuldade. Sou de família bastante pobre. Com 12 anos tive que sair de casa para trabalhar. Aos 15 tive que largar os estudos para ajudar em casa. Dos 12 aos 14 trabalhei como padeiro, acordava às 5h para trabalhar. No Sul, muito frio, não era fácil, não. Dos 14 aos 17, trabalhei numa fábrica de móveis. Havia um campeonato entre as firmas. Um dia, recebi um convite para fazer um teste no júnior do Esportivo [de Bento Gonçalves, clube da cidade onde cresceu]. O treinador do profissional na época era o Valdir Espinosa. Em pouco tempo que eu estava lá, ele falou: “Ano que vem vou para o profissional do Grêmio e gostaria que você fizesse um teste no júnior”. Fui. Ele abriu as portas para mim. É por isso que tenho um carinho muito grande pelo Espinosa. Foi quem me deu a oportunidade. VOCÊ JÁ TINHA PENSADO EM SER JOGADOR DE FUTEBOL ANTES? EU RESPIRAVA FUTEBOL. Mesmo quando era padeiro, sem-
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pre que tinha alguma folguinha escapava para jogar minhas peladinhas com os amigos. Sempre sonhei em ser jogador, se pudesse, dormia com a bola. Comecei com 17 anos, lá no Esportivo. Aos 18 fui para o júnior do Grêmio. Antes dos 19 comecei no profissional do Grêmio, chequei lá em 1980 e, em 1981, o próprio Espinosa me puxou para o profissional. Dois anos depois, éramos campões do mundo [no Mundial Interclubes, em Tóquio]. VOCÊ MUDOU MUITAS VEZES DE CIDADE POR CAUSA DO TRABALHO. COMO ESTÁ SENDO MORAR EM SALVADOR? JOGADOR, TREINADOR DE FUTEBOL É CIGANO. Hoje está aqui, amanhã em outro estado. De repente, você está fora do país. Viaja muito. Faz parte da profissão. Tem hora que você chega num lugar e não consegue se adaptar. Aí tem duas opções: ou se adapta, ou vai embora. Foi assim quando fui para o Roma, em 1988. Tinha contrato de três anos, fiquei um. Tinha muita saudade. Aqui em Salvador está muito bom, estou gostando bastante. SAUDADES DO RIO? SINTO MUITA SAUDADE. Minha família está lá. Para mim, o Rio é a melhor cidade do mundo, mas a gente tem que pensar
profissionalmente. Não vou poder trabalhar sempre no Rio. E A VIDA EM BELO HORIZONTE, COMO FOI? MUITO DIFERENTE do que eu estava acostumado, lá não tem praia. Sou uma pessoa que gosta muito de praia. Vim para Salvador e moro em frente à praia. A praia me tranquiliza. Quando estou estressado, dou um mergulho, gosto de andar, correr na praia. Em Belo Horizonte fiz muitos amigos, sinto saudades de lá. Joguei no Cruzeiro [em 1992], ajudei a conquistar dois títulos - o Mineiro e a Supercopa. Joguei no Atlético [em 1994], mas minha passagem pelo Atlético não foi tão boa quanto no Cruzeiro. E O QUE É MAIS GOSTOSO: SER JOGADOR OU TÉCNICO? SER JOGADOR. Nossa Senhora! A diferença é muito grande. Porque como jogador você está dentro do campo, pode fazer as coisas acontecerem. Como técnico, você depende dos outros, pode fazer as mudanças para melhorar, mas como jogador você interfere mais. E se estressa mil vezes menos. Como técnico, você está todo tempo estressado, porque além de comandar o time, tem que estar de bem com a vida, com os jogadores, acordar sempre com o pé direito, resolver os problemas dos jogadores, que precisam ter a cabeça tranquila no dia do jogo. VOCÊ FOI UM JOGADOR MEIO REBELDE, DE PERSONALIDADE FORTE. AGORA QUE VOCÊ É TÉCNICO, CONSEGUE VER O OUTRO LADO? É O QUE MAIS VEJO. O jogador quando se torna técnico tem uma grande vantagem — nada contra os outros técnicos: ele conhece a maneira como o jogador pensa, como gosta de ser tratado. E se você tem que ensinar alguma coisa, sabe como fazer, porque já esteve lá. Fala a mesma língua do jogador.
TEM AQUELE IMBECIL, QUE NÃO ENTENDE NADA, QUE FAZ CRÍTICA POR FAZER, MAIS PELO LADO PESSOAL DO QUE PELO LADO PROFISSIONAL
EM 1986, VOCÊ ESTAVA NO GRUPO DE JOGADORES QUE IAM PARA A COPA, MAS FOI CORTADO PELO TELÊ SANTANA POR TER CHEGADO TARDE NA CONCENTRAÇÃO. ALÉM DE FICAR FORA DE UMA COPA NOS ÚLTIMOS INSTANTES, VOCÊ PERDEU, COMO TÉCNICO DO FLUMINENSE, UMA FINAL DE LIBERTADORES NUM MARACANÃ LOTADO. QUAL FOI A SUA MAIOR DECEPÇÃO NO FUTEBOL? TODAS AS PERDAS DOS TÍTULOS SÃO DECEPÇÕES. Mas faz parte. Quem só sabe ganhar não vai a lugar nenhum. Tem que saber perder, dar mérito ao adversário. Nessa Libertadores que você citou, eu faria tudo de novo. Perdemos nos pênaltis. Uma Libertadores é muito difícil e ninguém acreditava no Fluminense naquela época, ninguém acreditava que nós iríamos passar da primeira fase. Chegamos à final com vantagem, perdemos por causa do regulamento também, porque os dois gols nós fizemos [na ocasião, o Fluminense precisava vencer por dois gols de diferença]. Melhores batedores erraram. Fizemos tudo certo. Mas tem aquele imbecil que não entende nada de futebol, que vai achar um defeito. Mas isso faz parte da mediocridade do cara que não entende. Se nós tivéssemos ganhado, eu seria o melhor, o maior. Tem aquele imbecil, volto a repetir, que não entende nada, que faz crítica por fazer, mais pelo lado pessoal do que pelo lado profissional.
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MARADONA AFIRMOU QUE SEXO, VINHO E SORVETE ESTARÃO LIBERADOS PARA OS JOGADORES DA SELEÇÃO ARGENTINA. O QUE VOCÊ ACHA DISSO? POR ISSO O DUNGA falou que tava liberado aqui, é? Na minha seleção, entraria muito mais coisas. No momento em que o jogador está de folga, a folga é dele. O que não pode haver é exagero, ele tem que respeitar o limite, porque ele depende das pernas. Se fizer tudo dentro do limite, pode beber seu vinho, tomar seu sorvete, fazer sexo, aliás, sexo faz bem e é muito bom. E QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A SELEÇÃO DO DUNGA? COMENTAR O TRABALHO de outro técnico não é muito legal. Você fala uma coisa e tem gente que interpreta de forma diferente ou entende e torce tudo ao contrário para criar a polêmica. Acho que o mais importante é que a Seleção Brasileira está classificada, está fazendo um bom trabalho e está lá. Se você me perguntar se esse grupo que foi me agradou, eu digo: a mim, não. O QUE VOCÊ MUDARIA? NA MINHA SELEÇÃO, o Ronaldinho Gaúcho iria. O Neymar, o Ganso, o Adriano
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Apesar de estar feliz em Salvador, Renato continua com saudades do Rio: “Lá é melhor cidade do mundo, onde está minha família, meu futvôlei”
também. É a minha opinião, mas quem está lá é o Dunga. VOCÊ SONHA EM SER TÉCNICO DA SELEÇÃO? É LÓGICO. Qualquer técnico gostaria de treinar a Seleção, por que vou pensar diferente? Quem fala que não quer ir para a Seleção está mentindo. É o máximo para o treinador. Se vou ter minha chance, só o tempo dirá. Quero fazer um bom trabalho dentro dos clubes para ter oportunidade de chegar à Seleção Brasileira. A CARREIRA DE ESPORTISTA TERMINA CEDO, AOS 30 ANOS, QUANDO MUITOS PROFISSIONAIS ESTÃO
COMEÇANDO A SE FIRMAR EM OUTRAS CARREIRAS. COMO FOI PARA VOCÊ? A CARREIRA DE JOGADOR é muito curta, por isso tem que viver, mas saber guardar dinheiro. Hoje, o pensamento do jogador é gastar. Ganhar pouco ou ganhar muito, independentemente disso, tem que saber guardar. Na minha época, guardava 50% do meu salário, 30% era para minha família e 20% para meus gastos. Você não pode pegar o salário e todo mês gastar, gastar. Vai chegar uma hora em que você vai parar de jogar, e aí, tem para viver? VOCÊ CHEGOU AO SUCESSO
COM 19 ANOS. JOVEM, COM DINHEIRO E MULHERADA, FICA DIFÍCIL NÃO SE DESLUMBRAR? O JOGADOR ESTÁ SEMPRE NA MÍDIA, fica conhecido, se o cara não tiver cabeça, deslumbra. Mulher é o que não falta para jogador de futebol. Falo para meus jogadores sempre e não escondo de ninguém: tá dando mole, come, tem que comer. Passa o trator. MAS ESSAS COMIDAS ESTÃO DANDO INDIGESTÃO A MUITOS JOGADORES. É AÍ QUE FALO: tem que saber comer. Mas o cara acha que é a única mulher do planeta, quer sair pegando, não toma cuidado, engravida. É problema. Meu conselho é: come quantas puder, mas no momento em que for levar para casar, escolhe. Se não, porra, vai quebrar a cabeça. Passa o trator, mas escolhe uma, a mulher certa para você levar para casa, para construir sua família. O QUE ACHA DO USO DE DROGAS? JÁ EXPERIMENTOU ALGUMA? NUNCA. Se eu pudesse acabaria com todas as drogas do planeta. Mas não tenho condição de fazer essa mágica. Tem jogador que usa drogas. Em qualquer profissão tem. Mas ele [o atleta] sabe quão prejudicial é a droga, ele é atleta, tem exame antidoping. Mas fazer o quê? O treinador e o presidente do clube não podem vigiar o jogador 24 horas. Cada
um é responsável por si. Agora, uma cervejinha, um chopinho, vinho, pode beber, desde que não exagere. Até para relaxar. VOCÊ SE ACHA POLÊMICO? NÃO. Sou um cara que fala a verdade. MAS ISSO NÃO CAUSA POLÊMICA? A PESSOA QUE NÃO GOSTA DE OUVIR A VERDADE tem que ficar em casa. O problema é que tem gente que acha que é o dono do mundo, que entende de tudo, quer fazer críticas, se acha perfeito. Falar dos outros é mole.
SE FIZER TUDO DENTRO DO LIMITE, PODE BEBER SEU VINHO, TOMAR SEU SORVETE, FAZER SEXO, ALIÁS, SEXO FAZ BEM E É MUITO BOM
VOCÊ JÁ PROMETEU ANDAR PELADO NAS RUAS DO RIO, JÁ POSOU NU. APOSTEI que desfilaria nu por Ipanema se o Fluminense caísse para a Segunda [divisão profissional do futebol brasileiro] e disputasse. O Fluminense caiu, mas não disputou, teve virada de mesa [o clube continuou na primeira divisão por uma manobra política]. As pessoas ficam me cobrando, mas não perdi a aposta. Nas fotos para a revista, não fiz nu frontal, até por causa da minha filha, não tem nada a ver.
VOCÊ FALOU DA SUA FILHA, COMO É A CRIAÇÃO QUE VOCÊ DÁ A ELA? ELA É UMA ADOLESCENTE, vai fazer 16 anos, é estudiosa, a mãe cuida bem, estou sempre em cima, aconselho, até pela experiência de vida. Até agora ela não me decepcionou. Mas vai ter um dia em que as coisas vão acontecer. Mas não agora, pode ter certeza. VOCÊ SEMPRE FOI CONHECIDO PELA PERSONALIDADE FORTE, PELA IRREVERÊNCIA E POR FALAR O QUE PENSA. HOJE, É RARO UM JOGADOR ASSIM. O FUTEBOL ESTÁ MEIO CHATO? SIM, MUITO CHATO, principalmente para vocês, da imprensa. Não conseguem mais muitas matérias boas, que eram uma maneira de chamar público. Na minha época, os jogadores se garantiam mais, falavam e se garantiam dentro de campo. Hoje, os jogadores não têm a mesma confiança. Nada contra. No caso de muitos é a assessoria de imprensa que não deixa [falar o que querem], que orienta. No de outros, o próprio empresário proíbe de dar certas entrevistas, dizem o que eles têm que falar. Eles estão transformando os jogadores em robôs, isso é ruim. VOCÊ JÁ NAMOROU MUITAS MULHERES FAMOSAS. ALGUMA FOI ESPECIAL? AI MEU DEUS DO CÉU! Não tem uma entrevista que eu dê que não se fale de mulheres. Se eu aconselho meus jogadores, como não ia fazer nada? Deu mole... MUITAS DERAM MOLE PARA VOCÊ? DERAM MOLE NÃO, eu comi mesmo. Muitas. VOCÊ NÃO CITA NOMES? É O SEGREDO DO MINEIRINHO, apesar de eu ser gaúcho, boca calada não entra mosquito. Quem come calado uma vez, vai comer a se-
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JORGE GONTIJO-EM/DA PRESS
gunda, vai comer várias. COMO FAZ PARA MANTER O CASAMENTO DE 30 ANOS? PORQUE EU SOU O CARA! [Risos] Isso foi mais no passado, estou quieto, devagar, mais tranquilo. Minha mulher é a melhor mulher do mundo. Não só porque ela me perdoou, mas ela entende, ela sai comigo e vê que muitas das situações as mulheres provocam. Hoje, vejo essa coisa com outro olhar, mais experiente. Mas não virei santo não. Isso, jamais. Acredite: pau que nasce torto, morre torto. E O QUE ACHA DA ATITUDE DAS MULHERES QUE DÃO EM CIMA DOS JOGADORES? A GENTE NÃO VAI GENERALIZAR. O problema é que atualmente muitas mulheres não gostam de trabalhar, querem vida boa e elas encontram com o jogador de futebol. Alerto sempre meus jogadores: cuidado, não confundam beleza com a camisa. A camisa do time é que faz o cara ficar bonito. Põe a camisa do time pequeno e vê se a mulherada vai olhar com os mesmos olhos. ALGUM TÍTULO FICOU FALTANDO NA SUA CARREIRA COMO JOGADOR? FALTOU O TÍTULO MUNDIAL PELA SELEÇÃO. Tenho o mundial pelo Grêmio, mas não pela Seleção Brasileira. Em 1986 fui cortado, em 1990 fui, mas o Lazzaroni não me botou para jogar. Em 1994 era para eu ter ido, mas o Parreira não me levou. VOCÊ JÁ PERDEU O PAI, A MÃE, UMA IRMÃ. COMO FOI PASSAR POR ESSES BAQUES? DIFÍCIL, MUITO DIFÍCIL. Infelizmente acontece com todo mundo. Ninguém quer, mas acontece. Em 1981, quando estava começando no Grêmio, perdi meu pai. Dois meses atrás perdi minha mãe, cinco meses atrás perdi uma irmã. É um golpe. Mas tem que ser forte, levantar a cabeça, o sofrimento é grande. Minha família depende de mim, tenho que continuar trabalhando para sustentar meus irmãos, sobrinhos. Às vezes é bom estar trabalhando, porque se ficar em casa só pensando, remoendo, é capaz de fazer uma loucura.
PAULO DE DEUS/EM
MAS VOCÊ NÃO GANHOU NADA PELAS FOTOS, FINANCEIRAMENTE? Você acha que eu faria fotos dessas de graça? Se tem gente que faz fotos nu, pelado, de graça, aí é problema de cada um.
Três tempos: Na Seleção Brasileira de 1986, Na final do Campeonato Mineiro, de 1992, defendendo o Cruzeiro, e, a breve passagem pelo Atlético, em 1994
O PROBLEMA É QUE ATUALMENTE MUITAS MULHERES NÃO GOSTAM DE TRABALHAR, QUEREM VIDA BOA E ELAS ENCONTRAM COM O JOGADOR DE FUTEBOL \ARQUIVO EM/DA PRESS
NA MINHA SELEÇÃO, O RONALDINHO GAÚCHO IRIA. O NEYMAR, O GANSO, O ADRIANO TAMBÉM
O trabalho consegue distrair, ajuda a continuar em frente. Claro que esquecer jamais você vai esquecer, mas é preciso seguir em frente. O QUE VOCÊ NÃO GOSTA NA VIDA? ACORDAR CEDO e de mentiras, de falsidade. Isso longe de mim.
FOTOS: JORGE GONTIJO/EM/DA PRESS
TEM MEDO DA MORTE? NÃO, tenho medo de envelhecer. VOCÊ É UM CARA RELIGIOSO? SOU MUITO. Católico. VOCÊ ACHA QUE DEUS FOI GENEROSO COM VOCÊ? ACHO QUE ELE TEM SIDO GENEROSO DEMAIS. Agradeço todas as noites. Tenho tudo e ainda tenho saúde. Que mais poderia querer? Acho que tenho até demais. O QUE DESEJA PARA O FUTURO? MUITA SAÚDE. Sempre conversava isso com a minha mãe, na vida saúde é tudo. Não adianta ser milionário e não ter saúde. Com saúde, você consegue ganhar dinheiro. Para mim, é fundamental ter amigos e saúde. “Ser técnico é mais difícil do que ser jogador.” Provas disso: a tensão fora das quatro linhas, como técnico do Fluminense (2007) e do Vasco (2008)
O QUE VOCÊ PRETENDE DEIXAR NA BAHIA? O BAHIA na Série A.
SCRAP por Alex Capella
SA
fale com ele: alexcapella.mg@diariosassociados.com.br A coluna Scrap S/A foi fechada no dia 20 de maio. Sugestões e informações para a edição de julho, entre em contato pelo e-mail acima.
/ na vitrine / A mineira Boundless já garantiu espaço na 5ª expansão do BH Shopping, primeiro centro de compras de Belo Horizonte, que terá mais 10.000 m² com o piso Mariana. A inauguração está prevista para o final de agosto. A marca, que privilegia o lifestyle, começou com duas lojas e, em um ano, abriu sete novas pontos. No ano passado, teve crescimento cinco vezes maior ante 2008. E os investimentos para este ano continuam, com expectativa de crescimento de 20%. No mês passado, foram inauguradas mais duas lojas: uma no Minas Shopping e outra na cidade de Ipatinga (Vale do Aço). Hoje, a marca possui 12 pontos de vendas em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
/ mais leitura /
/ Jeca chique /
A Livraria Leitura, com 27 unidades distribuídas pelo Brasil, pretende alterar o formato das lojas instaladas no Shopping Cidade, em Belo Horizonte, e no Betim Shopping. As duas lojas do Cidade serão fechadas e, até o fim de setembro, será inaugurada uma loja, com cerca de 1,2 mil m². No Betim Shopping, a previsão é de que a megastore, de 300 m² seja inaugurada em outubro de 2011. Além disso, já está confirmada a abertura de uma unidade, com 800 m², no Boulevard Shopping. Hoje, a rede conta com 12 lojas em Belo Horizonte, uma em Betim e duas em Contagem.
/ COMIDA RÁPIDA / A rede Bob’s está à procura de uma casa na Savassi, área nobre de Belo Horizonte, para abrir mais uma lanchonete. Um acordo quase foi fechado, mas o proprietário do ponto foi seduzido pela proposta de uma construtora. A rede, que fechou 2009 com 16 unidades, espera encerrar o ano com mais oito lanchonetes. Para isso, serão investidos cerca de R$ 2,5 milhões. A próxima, que recebeu recursos da ordem de R$ 600 mil, será inaugurada no Minas Shopping (Nordeste). Com 500 funcionários, a franquia mineira da rede tem 38% da fatia do mercado de ‘fast-food’ da capital. Para 2010, o faturamento da rede deve crescer 23%.
A 20ª edição do Arraiá do Expressinho será no dia 19 de junho, no Mix Garden, no Jardim Canadá. A decoração do lugar seguirá o clima da Copa do Mundo da África. A ideia é aproveitar a arquitetura rústica do local para se criar um arraial estilizado com balões de chitão, bandeirolas e iluminação típica de uma festa junina. Para animar a festa, shows com Frejat (foto), a dupla sertaneja João Lucas e Diogo, além dos DJ´s Fábio Mendes (forró) e Leandro Rallo (house).
/ Mais telona / A rede Cineart investirá R$ 10 milhões nos complexos do Boulevard Shopping, instalado no Bairro Santa Efigênia (Leste), e no Minas Shopping, localizado na Avenida Cristiano Machado (Nordeste). Cada centro de compras receberá seis novas salas com tecnologia 3D (digital). Até o fim do ano, a rede contará com 41 salas, incluindo as unidades dos shoppings Cidade, Del Rey, Itaú, Betim e Via Shopping com mais de 6 mil poltronas. A expectativa para 2010 é de crescimento de 20%, mesmo resultado obtido no ano passado.
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/ sangue no motor / Quarta maior distribuidora de combustíveis do Brasil em número de postos, com 5% do mercado nacional, a ALE espera ampliar a aquisição dos chamados postos sem bandeira e ainda acertar algumas fusões pelo país. A meta é chegar a 2012 com faturamento de R$ 8,1 bilhões e 2.500 postos em todo o Brasil. Em Minas, deve chegar a 300 unidades. Criada em 2006, a partir da união da mineira ALE Combustíveis e da potiguar Satélite Distribuidora de Petróleo (SAT), no ano passado, a ALE adquiriu 327 postos da multinacional Repsol no Brasil e concluiu a aquisição da distribuidora catarinense Polipetro, com 130 postos nos estados de Santa Catarina e Paraná. Além dos postos e bases de distribuição em 22 estados, a empresa tem frota própria de 220 caminhões.
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PREFEITURA DE NOVA LIMA: PATROCINADORA OFICIAL DO CAMPEONATO MUNDIAL DE WAKEBOARD 2010.
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do esporte, essa ca ti rá p a ra a p s eita WA s condições perf PERRY – DIRETOR EXECUTIVO DA W a m te a im L a v No AWN uito mundial. SH rc ci o d r o lh e m foi a
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