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nยบ 1170 Dezembro 2019 Ano 95
Brasil
www.revistarotarybrasil.com.br
Uma histรณria em progresso
As mulheres no Rotary
Rotary International One Rotary Center - 1560 Sherman Avenue - Evanston, Illinois, EUA
Conselho Diretor 2019-20
Curadores da Fundação Rotária 2019-20
Presidente Mark Daniel Maloney
Chair Gary C. K. Huang
Rotary Club de Decatur, Estados Unidos
Rotary Club de Taipei, Taiwan
Presidente eleito Holger Knaack
Chair eleito K. R. Ravindran
Rotary Club de Herzogtum
Rotary Club de Colombo, Sri Lanka
Lauenburg-Mölln, Alemanha
Vice-presidente Olayinka Hakeem Babalola
Vice-chair Kenneth M. Schuppert Jr. Rotary Club de Decatur, Estados Unidos
Rotary Club de Trans Amadi, Nigéria
Tesoureiro David D. Stovall Rotary Club de Hall County, Estados Unidos
Curadores Hipólito Sérgio Ferreira Rotary Club de Contagem-Cidade Industrial, Brasil
Brenda M. Cressey Rotary Club de Paso Robles, Estados Unidos
Diretores Mário César Martins de Camargo
Gulam Vahanvaty
Rotary Club de Santo André, Brasil
Ian H. S. Riseley
Akira Miki
Rotary Club de Sandringham, Austrália
Rotary Club de Himeji, Japão
Jennifer E. Jones
Bharat S. Pandya
Rotary Club de Windsor-Roseland, Canadá
Rotary Club de Borivli, Índia
John F. Germ
Floyd A. Lancia
Rotary Club de Chattanooga, Estados Unidos
Rotary Club de Anthony Wayne
Jorge Aufranc
(Fort Wayne), Estados Unidos
Rotary Club de Guatemala Sur, Guatemala
Francesco Arezzo
Julia D. Phelps
Rotary Club de Ragusa, Itália
Rotary Club de Amesbury, Estados Unidos
Jan Lucas Ket
Michael F. Webb
Rotary Club de Purmerend, Holanda
Rotary Club de Mendip, Inglaterra
Jeffry Cadorette
Per Høyen
Rotary Club de Media, Estados Unidos
Rotary Club de Aarup, Dinamarca
Johrita Solari
Sangkoo Yun
Rotary Club de Anaheim, Estados Unidos
Rotary Club de Sae Hanyang, Coreia do Sul
Kamal Sanghvi
Seiji Kita
Rotary Club de Dhanbad, Índia
Rotary Club de Urawa East, Japão
Rotary Club de Bombaim, Índia
Kyun Kim Lawrence A. Dimmitt
Secretário-geral John P. Hewko
Rotary Club de Topeka, Estados Unidos
Rotary Club de Kiev, Ucrânia
Rotary Club de Busan-Dongrae, Coreia do Sul
Piotr Wygnanczuk Rotary Club de Gdynia, Polônia
Rafael M. Garcia III Rotary Club de Pasig, Filipinas
Stephanie A. Urchick Rotary Club de McMurray, Estados Unidos
Tony (James Anthony) Black Rotary Club de Dunoon, Escócia
Secretário-geral John P. Hewko Rotary Club de Kiev, Ucrânia Rotary Brasil
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NON NON NON de 2019 Rotary Brasil DEZEMBRO de 2019
juntos, vemos um mundo onde as pessoas se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades e no mundo todo
QUEM SOMOS
O Rotary é uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos que se unem para causar mudanças positivas e duradouras em suas cidades e pelo mundo. Para resolver problemas reais, é preciso compromisso e visão. Com dedicação, energia e inteligência, nossos associados vêm ajudando a humanidade há mais de 100 anos. Por meio de projetos sustentáveis em diversas áreas, como alfabetização, paz, saúde e recursos hídricos, estamos sempre procurando maneiras de criar um mundo melhor:
www.rotary.org
QUANTOS SOMOS Em todo o mundo
Número de clubes: 36.070; Total de rotarianos: 1.220.392 (sendo 283.427 mulheres); Países e regiões onde o Rotary está presente: 218; Número de distritos rotários: 530; Rotaract Clubs: 10.007 (em 178 países, reunindo um total de 183.991 rotaractianos); Interact Clubs: 10.496 (em 160 países, reunindo um total de 241.408 interactianos); Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 10.894 (em 103 países, reunindo um total de 217.880 voluntários não rotarianos).
No Brasil Número de clubes: 2.392; Total de rotarianos: 53.665 (sendo 15.041 mulheres); Número de distritos rotários: 31; Rotaract Clubs: 765 (reunindo um total de 8.227 rotaractianos); Interact Clubs: 502 (reunindo um total de 11.546 interactianos); Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 417 (reunindo um total de 8.340 voluntários não rotarianos). Fonte: Escritório do Rotary International no Brasil (dados de novembro de 2019).
COMO SE ASSOCIAR
O ingresso no Rotary se dá por meio de convite. Nós podemos colocá-lo em contato com o clube que melhor atende a suas necessidades e interesses:
www.rotary.org/pt/get-involved/join
VALORES DO ROTARY INTERNATIONAL Companheirismo Integridade l Diversidade l Serviços humanitários l Liderança l l
A PROVA QUÁDRUPLA
Do que nós pensamos, dizemos ou fazemos: 1) É a VERDADE? 2) É JUSTO para todos os interessados? 3) Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES? 4) Será BENÉFICO para todos os interessados? A Prova Quádrupla foi criada em 1932 pelo rotariano Herbert J. Taylor, que posteriormente presidiu o Rotary International.
OBJETIVO DO ROTARY
O Objetivo do Rotary é estimular e fomentar o Ideal de Servir, como base de todo empreendimento digno, promovendo e apoiando: Primeiro: o desenvolvimento do companheirismo como elemento capaz de proporcionar oportunidades de servir; Segundo: a difusão de altos padrões éticos na vida empresarial e profissional, o reconhecimento do mérito de toda ocupação útil e a valorização da profissão de todos os rotarianos como oportunidade de servir à sociedade; Terceiro: a aplicação do Ideal de Servir na vida pessoal, profissional e comunitária de todos os rotarianos; Quarto: a propagação da compreensão, boa vontade e paz entre as nações através de uma rede mundial de profissionais e empresários unidos pelo Ideal de Servir. Fonte: Manual de Procedimento do Rotary International (edição de 2019)
Mensagem do presidente do Rotary International
A Convenção da família e do verde
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Aloha, Rotary!
enhuma outra experiência é igual a uma Convenção do Rotary International. Entre os dias 6 e 10 de junho de 2020, você viverá em Honolulu os verdadeiros espíritos de aloha e do Rotary ao lado de sua família, amigos e companheiros rotarianos. O local é o cenário perfeito para que toda a Família do Rotary celebre, trabalhe unida e se conecte. Há dois tipos de pessoas que gostam de ir ao Havaí: aquelas que nunca estiveram lá e esperam desfrutar de experiências únicas e fantásticas em suas ilhas; e aquelas que já conhecem as maravilhas havaianas e resolvem voltar para criar novas memórias desse lugar. A Convenção será a melhor oportunidade para descobrir e compartilhar aloha – e você descobrirá que essa palavra significa muito mais que uma saudação. Assim como o Rotary é um estilo de vida para os rotarianos, aloha é um estilo de vida para os havaianos, caracterizado pela harmonia, paciência, respeito e alegria com os amigos e membros da família (ou ‘ohana). A comissão anfitriã organizou atividades fabulosas para você e sua família, como almoço a bordo de uma embarcação com vistas espetaculares de Diamond Head, Waikiki e a costa de Kahala. Aprenda a tocar ukulele, dançar hula e fazer seu colar de flores havaiano. Você terá diversas opções de eventos de hospitalidade na ilha, desde pequenos piqueniques até jantares formais. E também poderá visitar projetos, incluindo dois antigos viveiros de peixes havaianos. Haverá uma caminhada pela paz ao nascer do sol no belo parque Ala Moana Beach – um passeio de cinco quilômetros à sombra da icônica cratera Diamond Head. O objetivo dentro e fora do centro de convenções será fazer desta Convenção Internacional a mais amigável e voltada à família da nossa história, incluindo uma cerimônia de abertura e eventos na Casa da Amizade focados na família. A sessão de abertura incluirá, é claro, nossa tradicional cerimônia das bandeiras. Na Convenção de 2020 celebraremos o laço histórico do Rotary com as Nações Unidas. Como mencionei em minha mensagem de novembro, junho de 2020 marcará o aniversário de 75 anos de criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Um dia antes do início do evento, o Rotary e a ONU realizarão seu quinto evento conjunto marcado para este ano 201920 – dessa vez, com foco em sustentabilidade ambiental. A propósito, o plano é que esta seja a nossa Convenção mais verde. Os detalhes sobre isso serão divulgados nos próximos meses. Por ora, abra o link riconvention.org/pt e clique em Inscreva-se. Os melhores preços de taxa de inscrição serão oferecidos até o dia 15 de dezembro – portanto, não perca tempo. É na sua Convenção anual que O Rotary Conecta o Mundo da melhor forma. Vejo vocês em Honolulu!
Mark Daniel Maloney
Assim como o
Rotary é um estilo de vida para os rotarianos, aloha é um estilo de vida para os havaianos
NA INTERNET
Mark Daniel Maloney Presidente do Rotary International
Leia os pronunciamentos e as notícias do presidente do Rotary International acessando o site www.rotary.org/pt/office-president Rotary Brasil
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NON NONRotary NON de 2019 Brasil
DEZEMBRO de 2019
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Após ler esta edição da Rotary Brasil, envie seus comentários e críticas para nossa equipe: jornalismo@revistarotarybrasil.com.br E aproveite para divulgar o Rotary presenteando sua revista a alguém! De: _____________________ Para: _____________________ iStockphoto
Capa
Uma conquista feminina Renata Coré
34 Ponto de vista
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“Mantenham as conexões”: entrevista com Mark Maloney
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Rotary Brasil DEZEMBRO de 2019
Nuno Virgílio Neto
Projetos de impacto
O terceiro milagre de Irmã Dulce Luiz Renato Dantas
Preço deste exemplar: R$ 8,00
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nº 1170 Dezembro 2019 Ano 95
BRASIL
www.revistarotarybrasil.com.br
DEZEMBRO 2019 nº 1170
05 M
ensagem do diretor
1 X 0 aos 20 minutos do primeiro tempo
Mário César de Camargo
15 P
ensando o Rotary A síndrome da porta giratória Vlademir Marangoni Filho
20 O
pinião
Derrubando estereótipos
Alexandre Valdemar da Rosa
23 M
Hipólito Ferreira
ensagem do chair
Celebre o fim do ano com uma doação
Gary C. K. Huang
27 S
ensagem do curador
Construindo o caminho
26 M
erviços à comunidade
Rios e vidas fluindo no Sul do país
74 C
UMA HISTÓRIA EM PROGRESSO
AS MULHERES NO ROTARY
ensagem do presidente
A Convenção da família e do verde Mark Daniel Maloney
11 M
Capa: arte de Bruno Silveira com imagens de iStockphoto
onversa rápida
Entrevista com o rotariano Bill O’Dwyer
Nuno Virgílio Neto
Seções 09 Calendário 10 Cartas e recados l Saudades l No Facebook 12 Curtas 14 A seu serviço 22 Giro global 24 Subsídios Globais 32 Imagens que marcam 44 Pergunta do mês 46 Estante
47 Clubes inovadores 50 Clubes e distritos 67 Rotaract 68 Interact 69 Casas da Amizade l Rotary Kids 70 Rotarianos que são notícia 71 TecSocial 72 Aconteceu 73 Relax
Convite ao leiTOR
Uma revista renovada para 2020
V
ocê deve ter notado que a capa da sua revista está um pouco diferente este mês. O Rotary International deseja padronizar o design das capas das revistas regionais e este foi o modelo escolhido. Ele deve ser adotado por todas as publicações a partir de janeiro de 2020, quando entra em vigor o novo contrato de licenciamento. A Rotary Brasil, no entanto, decidiu se antecipar a esse prazo e apresentar a novidade aos leitores agora em dezembro. Outras mudanças ainda estão por vir. Aproveitando esse ensejo – e a chegada do fim do ano, época em que, tradicionalmente, estabelecemos novos planos e metas para o futuro –, procedemos também a uma atualização do projeto gráfico. O que sempre nos guia nesses processos é a busca por uma experiência de leitura cada vez mais fluida e agradável a você. E há ainda uma novidade no conteúdo: a seção TecSocial, que nasce com o propósito de mostrar como a inovação e a tecnologia têm sido utilizadas para impulsionar iniciativas do Terceiro Setor dentro e fora do Rotary. Como não se deve abdicar de examinar o passado ao criar o futuro, nossa reportagem de capa deste mês relembra a história da admissão das mulheres no Rotary, que completou 30 anos em 2019. Para isso, conversamos com quatro rotarianas pioneiras: uma das primeiras associadas ao mais antigo Rotary Club do país, a primeira governadora de distrito brasileira, a idealizadora do livro que reúne as vivências da maioria das 80 governadoras que já tivemos no país e a única presidente de um clube misto quase cinquentenário. Esta edição traz ainda uma entrevista com o presidente do Rotary International, Mark Maloney, e uma reportagem sobre o apoio da organização ao trabalho social de Irmã Dulce, recentemente canonizada. Agradecemos a sua companhia ao longo de mais este ano e desejamos que, em 2020, possamos trazer a você mais histórias inspiradoras sobre o Rotary. Equipe de Jornalismo Rotary Brasil
DEZEMBRO de 2019
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Revista de Propriedade da Associação Editora Brasil Rotário CNPJ: 33.266.784/0001-53 Inscrição Municipal: 00.883.425 Av. Rio Branco, 125, 18º andar CEP: 20040-006 – Sede própria Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2506-5600 / Fax: (21) 2506-5601 SAC-Ouvidoria: 0800-6068-138 (ligação gratuita)
A REVISTA Publicada ininterruptamente desde 1924, a Revista Rotary Brasil é a publicação oficial do Rotary em nosso país. Aqui você conhece um pouco do trabalho voluntário dos rotarianos brasileiros e de outros países.
DIRETORIA EDITORIAL E EXECUTIVA 2019-21 Presidente: Jorge Bragança Vice-presidente: Pedro Loureiro Durão Diretor de Finanças: Claudio Dutra de Aboim Diretor Administrativo: Ricardo Franco Teixeira Diretor de Logística: Carlos Jerônimo da Silva Gueiros Diretor de Jornalismo: Alexis Cavichini Teixeira de Siqueira Diretor Jurídico: Paulo Lanari Prado
COMO FUNCIONA SUA ASSINATURA De acordo com o Artigo 21.030.1 do Regimento Interno do Rotary International, todo associado a qualquer Rotary Club deve assinar a revista oficial do Rotary International (The Rotarian) ou uma revista regional do Rotary que tenha sido aprovada e prescrita para sua região pelo Conselho Diretor (no caso do nosso país, a Revista Rotary Brasil). Os assinantes podem optar por ler a revista em formato impresso ou digital. Dois rotarianos que morem no mesmo endereço têm ainda a opção de assinar a revista conjuntamente. Para mais esclarecimentos, entre em contato com nosso Departamento de Logística.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 2019-21 Presidente: Joel Mendes Rennó Suplente do presidente: Adélia Antonieta Villas Membros titulares: Juarez Garcia, Luciano Osório Rosa e Marcílio Marques Moreira Suplentes: Laudelino da Costa Mendes Neto, Ivone Sacchetto e Paulo César Tinoco
SUSPENSÃO POR ATRASO DE PAGAMENTO Também de acordo com as normas do Rotary International, o atraso no pagamento da revista pode resultar na suspensão do seu clube. Para mais esclarecimentos, entre em contato com nosso Departamento de Cobrança.
CONSELHO FISCAL 2019-20 Titulares: Bemvindo Augusto Dias e Dulce Grünewald Lopes de Oliveira Suplentes: Antenor Barros Leal, Fabricio Fernandes de Castro e Reynaldo Vilardo Aloy CONSELHO CONSULTIVO DE BENEMÉRITOS Mário César Martins de Camargo Paulo Augusto Zanardi José Ubiracy Silva José Antonio Figueiredo Antiório João Weslley Trigo Lage (suplente: Kassima Goes Campanha) Alexis Cavichini Teixeira de Siqueira Ricardo Vieira Lima Magalhães Gondim Milton Ferreira Tito
EXPEDIENTE Presidente: Jorge Bragança Editor-chefe: Nuno Virgílio Neto – Jorn. Prof. MTB 24490 RJ Editor adjunto e jornalista responsável: Luiz Renato Dantas – Jorn. Prof. MTB 25583 RJ Redação e site: Luiz Renato Dantas, Manoel Magalhães, Maria Lúcia Ribeiro de Sousa, Nuno Virgílio Neto e Renata Coré Diagramação e digitalização: Armando Santos (coordenador), Alex Mendes, Bruno Silveira e Maria Cristina Andrade Impressão e distribuição: Edigráfica Gráfica e Editora Ltda. Tiragem desta edição: 47.800 exemplares E-mail da Redação: jornalismo@revistarotarybrasil.com.br Homepage: www.revistarotarybrasil.com.br Facebook: www.facebook.com/revistarotarybrasil ATENDIMENTO AO ASSINANTE SAC-Ouvidoria: 0800-6068-138
Conheça os canais para falar com nossa equipe Com o objetivo de ficar ainda mais perto dos leitores, a Revista Rotary Brasil criou o SAC-OUVIDORIA. Gostaríamos de conhecer suas ideias, reclamações e esclarecer dúvidas.
Ligue gratuitamente de qualquer parte do Brasil para 0800-6068-138. Horário de atendimento: dias úteis, das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h. Se preferir, envie um e-mail para ouvidoria@revistarotarybrasil.com.br Para entrar em contato com o Gabinete da Presidência, escreva para gabinete@revistarotarybrasil.com.br
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e
JORNALISMO Para enviar notícias do seu clube, entre no site www.revistarotarybrasil.com.br, clique em Envie sua notícia no alto da página e siga as instruções. Ou envie o material para jornalismo@revistarotarybrasil.com.br LOGÍSTICA Se precisar atualizar o número de assinantes, o endereço para envio de revistas ou pedir informações sobre a entrega das edições e o acesso à nossa versão digital, escreva para logistica@revistarotarybrasil.com.br COBRANÇA Para obter informações sobre o pagamento de assinaturas ou o envio de boletos, o e-mail é cobranca@revistarotarybrasil.com.br MARKETING Para anunciar sua empresa na revista e atingir um público de mais de 200 mil leitores em todo o país, entre em contato com marketing@revistarotarybrasil.com.br
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ÉTICA: UM PRINCÍPIO QUE DEVE SER APLICADO SEMPRE.
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Rotary Brasil DEZEMBRO de 2019
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Calendário
DEZEMBRO 2019
MÊS DA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS Doenças resultam em miséria e sofrimento para milhões de pessoas no mundo inteiro. Por isso é tão importante para o Rotary combatê-las. Nós lideramos iniciativas grandes e pequenas nessa área. Criamos clínicas itinerantes, centros de doação de sangue e treinamentos para comunidades carentes afetadas por surtos e sem acesso a atendimento médico. Com a infraestrutura que desenvolvemos, o trabalho conjunto de médicos, pacientes e governos fica muito mais fácil.
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Dia Panamericano da Saúde Tem o objetivo de conscientizar a população de todo o continente sobre os principais cuidados a serem tomados para prevenir doenças típicas da região. Entre essas ações de prevenção, destacam-se o controle regular das vacinações, a boa alimentação e a prática de esportes. iStockphoto
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência De acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência. Em muitos casos, esses problemas são tratados pelo restante da população como motivo para discriminação, impedindo que as pessoas com deficiência tenham uma vida com qualidade, dignidade e independência.
Convenção 2020: aproveite o desconto Último dia para fazer inscrição antecipada com o maior desconto para a Convenção do Rotary em Honolulu, no Havaí, Estados Unidos. O encontro será realizado entre 6 e 10 de junho do próximo ano. Conheça os detalhes e garanta sua participação no site riconvention.org/pt
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Dia do Vizinho Celebre a data com aqueles que moram em seu edifício, rua ou bairro. Resgatar esse convívio muitas vezes perdido, principalmente nas grandes cidades, é fundamental para a construção dos espaços que compartilhamos. A paz mundial começa perto de nós. ANOTE NA AGENDA O tema do próximo mês é Consolidação da Paz e Prevenção de Conflitos Rotary Brasil
DEZEMBRO de 2019
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cartas be recados Os 95 anos da Rotary Brasil Uma revista comparada às mais conceituadas do Brasil, tendo entretenimento, muitas notícias e fotos adequadas. Seus jornalistas têm desenvoltura para escrever corretamente aos seus leitores, não importando se rotarianos ou não. Nestes 95 anos, modernizando-se, com dinamismo e criatividade, a revista vem colocando muitos jovens a serviço do Rotary. Na minha história, há 26 anos, envio fotos e matérias do Interact, Rotaract e do meu clube. Catia Renata Oliveira Martins, associada ao Rotary Club de São José do Rio PretoNovo Cinquentenário, SP (distrito 4480)
Inovando para conectar e crescer Novamente, os meus parabéns à laboriosa equipe da Rotary Brasil. Na edição de novembro, a manchete de capa focou na importância da comunicação para conectar pessoas no intuito de formar possíveis e novos companheiros do Rotary. E em sua mensagem, o curador da Fundação Rotária Hipólito Ferreira explica o conceito de comunicar para conectar. O autor, citando Jean Piaget, faz referência ao fato de que o “pensamento precede a comunicação e esta aprimora o pensar”, e que nos distinguimos de todas as criaturas viventes pela linguagem e pelo pensamento. Isso me levou, a partir do estudo do Manual da Comissão de Relações Públicas, à indagação: que melhor vetor de comunicação cada companheiro rotariano não traz consigo, quando em seus deslocamentos pelos espaços sociais, do que o pin do Rotary? Percebo que é de suma importância seu uso diário.
NO FACEBOOK O destaque da edição de novembro foi a cobertura do 42º Instituto Rotary do Brasil, realizado em setembro na capital federal. O grande encontro defendeu a ousadia para ampliar as conexões e o impacto social do Rotary. A capa, ao ser publicada na nossa página no Facebook, foi acolhida da seguinte forma:
Richard Zajaczkowski, associado ao Rotary Club de Francisco Beltrão-III Milênio, PR (distrito 4640)
Saudades Iracy Pereira Santos, governador 2006-07 do distrito 4391 e associado ao Rotary Club de Guanambi, BA. Abílio Leite de Barros, governador 1983-84 do distrito 4470 e associado ao Rotary Club de Campo Grande, MS. Antônio Alcione Ferreira Gonçalves, governador 1995-96 do distrito 4470 e associado ao Rotary Club de Campo Grande-Norte, MS. Fúlvio Abrami Stagi, governador 1995-96 do então distrito 4600 (atual 4571) e associado ao Rotary Club de Resende-Princesa do Vale, RJ.
2.500 reações
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compartilhamentos
Hertz Uderman, governador 1995-96 do então distrito 4570 (atual 4571) e associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro-Méier, RJ. O empresário integrou o Conselho de Administração da Editora Brasil Rotário de 1999 a 2013, nas gestões de três presidentes da empresa. Autor do livro Os judeus no desenvolvimento brasileiro, Uderman foi ainda colaborador fixo da seção Relax da nossa revista (ver homenagem na página 73).
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Os comentários publicados nesta página são extraídos das páginas da revista nas redes sociais e de cartas e e-mails enviados ao nosso Departamento de Jornalismo. No caso das correspondências, elas devem ser enviadas para o e-mail jornalismo@revistarotarybrasil.com.br ou para a Avenida Rio Branco, 125/18º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ/CEP:20040-006. Em razão do seu tamanho ou para facilitar a compreensão, os textos poderão ser editados.
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Rotary Brasil DEZEMBRO de 2019
comentários
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Mensagem do diretor do Rotary international
1 X 0 aos 20 minutos do primeiro tempo
Q
uem é refratário a números vai odiar este artigo. Mas já faço aqui uma síntese: o acompanhamento do quadro associativo nas zonas rotárias 23 e 24, que compreendem Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Equador, Bolívia e Peru, reflete o placar do título. Estamos ganhando a partida, com um gol aos 20 minutos do primeiro tempo. Nada nos garantirá a vitória, até porque nosso adversário tem nomes: a estação do verão e o mês de janeiro. Historicamente, dezembro e janeiro observam quedas expressivas no número de rotarianos, seja em função das férias de alguns, que nunca voltam, seja pela incidência do pagamento das quotas, que propicia uma desculpa (esfarrapada) ideal para abandonar o Rotary. Mas as notícias são positivas para o período 2019-20. Desde 1º de julho, o Rotary obteve um crescimento líquido mundial de 30.903 rotarianos, com 2.235 novos associados nas zonas 23 e 24. Apesar de, na América Latina, sermos 6,16% da população global do Rotary, respondemos por 7,23% do crescimento até 9 de novembro. Na universidade ensinaram-me que sem números não há administração. Até médicos precisam de registros numéricos: de batimentos cardíacos, pressão arterial, índices do colesterol LDL e HDL, hemoglobina glicada... (Perceberam que o autor é meio hipocondríaco?). O número mágico da nossa organização, monitorado quinzenalmente, é o crescimento do quadro associativo nas suas zonas. No Brasil, correspondente às zonas 23A, 24A e 24B, crescemos em 1.699 rotarianos entre 1º de julho e 9 de novembro. Na América do Sul hispânica, zona 23B, o crescimento foi de 536 companheiros. Todos os 45 distritos, exceto um, apresentaram resultados positivos. Os líderes até esta rodada – e não são eles Flamengo, Palmeiras ou River, pois o resultado aqui é muito mais volátil do que no futebol – são: distrito 4420 (parte do Estado de São Paulo), com 187 novos rotarianos; distrito 4630 (parte do Paraná), com 155; distrito 4760 (parte de Minas Gerais), com 149; distrito 4652 (parte de Santa Catarina), com 99; e distrito 4571 (parte dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo), com 98. Na zona 23B, os líderes são o distrito 4320, do Chile, com 98 novos rotarianos, e o distrito 4905, da Argentina, com 73. Outro dado interessante é obtido com o monitoramento da participação feminina – item controlado pelas estatísticas do Rotary –, principalmente quando, neste ano, celebramos 30 anos da mulher na organização. Em contraste com a média mundial de 24% de mulheres nos clubes, o Brasil apresenta 28%. Os nossos países vizinhos também apresentam índices superiores à média mundial: 33,4%. Somente para referência, a Índia, com 151 mil rotarianos, tem 19 mil mulheres associadas, significando uma taxa de cerca de 13%. No Japão, 8,4% dos associados são do sexo feminino. Os distritos brasileiros com maior percentual de mulheres são os seguintes: 4720 (Estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia e Roraima), com 41,7%; 4490 (Maranhão, Piauí e Ceará), com 36,4%; 4751 (Espírito Santo e parte do Rio de Janeiro), com 35,6%, e 4730
Mário César de Camargo mario.cesar@graficabandeirantes.com.br
Em contraste com a
média mundial de 24% de mulheres nos clubes, o Brasil apresenta 28% de associadas
(parte do Paraná), com 33,9%. No lado hispânico, o distrito 4455, do Equador, tem 44,6% de mulheres, o índice mais alto das duas zonas do Rotary, o 4690, da Bolívia, 39,1%, e o 4851, da Argentina, tem 36,2% do efetivo constituído pelo sexo feminino. Essas cifras configuram o número zonal de 28% para os três distritos do Brasil e 33,4% para os distritos irmãos da zona 23B. Ao contrário de alguns adeptos do futebol de resultado, que tristemente retranca para garantir o placar, nosso objetivo é atacar, expandir. É fazer o Rotary crescer por meio de novos clubes, novos formatos de clube e pelo ingresso de mulheres, jovens, aposentados, ex-bolsistas, rotaractianos e intercambistas. Nossa instituição é plural, inclusiva, generosa, admiradora das velhas gerações e aberta às novas. Esta é nossa visão de mundo: diversidade, integridade, companheirismo, liderança e serviço. Quem compartilhar esses valores será bem-vindo a bordo. Rotary Rotary Brasil Brasil
DEZEMBRO DEZEMBROde de2019 2019
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Curtas
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Com vocês, uma nova ATUALIZAÇÃO gráfica
E
m janeiro de 2016, a sua revista surgia com um novo nome – Rotary Brasil – e outro visual. Ali anunciávamos que as mudanças a colocavam em sintonia com a nova comunicação do Rotary e as tendências editoriais do momento. O que valia naquela oportunidade também vale agora. Assim, em consonância com as principais publicações do mercado, agora inauguramos esta atualização gráfica. O objetivo é que texto e imagem transitem com mais desenvoltura pelas páginas, sem esbarrar em excessos gráficos de linhas, caixas e texturas. Tais mudanças incluem um novo leiaute de capa, atendendo a uma solicitação do Rotary International, que deseja padronizar o design das capas de suas revistas regionais. Esperamos ter agradado o nosso leitor e leitora.
Revistas latino-americanas trabalhando unidas
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ntre 31 de outubro e 2 de novembro, editores das revistas do Rotary na América Latina e integrantes do Departamento de Comunicações do Rotary International estiveram reunidos em Cancún, no México, para o seminário regional que é realizado a cada dois anos em algum país da região. O encontro deste ano foi marcado por intensa troca de experiências com o objetivo de aprimorar o trabalho desenvolvido pelas publicações e estimular a colaboração entre elas. A Rotary Brasil foi representada por seu editor-chefe, Nuno Virgílio Neto, que atuou como capacitador em sessão dedicada à integração das plataformas impressa e digital. Na foto, aparecem em pé o editor Jaime Humberto Solano Ruíz (1º à esquerda), da Revista Colombia Rotária; José Manuel GarcíaValledor, intérprete do Departamento de Co-
Rotary Brasil DEZEMBRO de 2019
municações do Rotary International; Normando Medina Castro, governador 2012-13 do distrito 4195 (México); Juan Ernesto Benítez Valle, editor da revista Rotary en Mexico e coordenador do seminário; Nuno Virgílio Neto; e o governador 2017-18 do distrito 4195, Julio Perez Tovar. Sentados, estão Francisco Socías Ibañez (1º à esquerda), editor da El Rotario de Chile; Donna Cotter, coordenadora do comitê responsável pelas revistas regionais no Rotary International; Kit Bing Wong, governadora 2020-21 do distrito 4195; e Patrick Nunes, diretor de Comunicações Globais e Design do Rotary International.
Visita ilustre
Armando Santos
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m 6 de novembro, o diretor do Rotary International Mário César de Camargo fez uma palestra no Rotary Club do Rio de Janeiro, RJ (distrito 4571), quando recebeu uma homenagem. Após a reunião, ele visitou a nossa revista, sendo recebido pelo presidente da editora, Jorge Bragança, governador distrital 1995-96 (à esquerda).
Intercâmbio motorizado
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orto Seguro, no litoral sul da Bahia, foi a cidade escolhida para o 14º Intercâmbio Rotário da Amizade, realizado pela Associação Internacional dos Motociclistas Rotarianos da América do Sul (IFMRSA) em 22 de agosto. Recebido pelo Rotary Club de Porto Seguro-Arraial d’Ajuda (distrito 4391), o encontro reuniu mais de 100 pessoas, entre mo-
tociclistas, cônjuges e rotarianos da cidade. O valor obtido com as inscrições e taxas de participação nas atividades foi destinado à Fundação Rotária e à ampliação do Banco de Cadeiras de Rodas do clube anfitrião. Durante o evento, ocorreu a Assembleia Geral da Associação, que elegeu seu presidente 2020-22, o rotariano Michel Bernard Claude Lairé, e seu Conselho Diretor.
Convenção 2020
Delícias gastronômicas
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uando estiver em Honolulu para a Convenção do Rotary International, de 6 a 10 de junho do próximo ano, não se esqueça de reservar espaço para as sobremesas, pois as ilhas havaianas têm algumas delícias para você. Inspirada em uma guloseima japonesa congelada chamada kakigōri, a raspadinha de gelo foi levada para o Havaí pelos imigrantes japoneses. Antigamente, as raspas eram retiradas de blocos de gelo manualmente e depois banhadas com suco de frutas tropicais. Agora, uma máquina faz o trabalho da raspagem e uma boa camada de sorvete é acrescentada. Os sabores incluem até os mais exóticos para os padrões havaianos, como cereja preta, maçã e chocolate. Se o seu fraco for por frituras, delicie-se com a malassada, cuja massa é enriquecida com ovos, manteiga e leite. Esse tipo de bolinho de chuva foi introduzido no arquipélago pelos imigrantes portugueses e é recheado com creme, goiaba, coco ou chocolate. Seja qual for a guloseima que mais lhe salte aos olhos e aguce o paladar, tente prová-la em diferentes lojas. Muitas têm seus próprios sabores e recheios especiais. (Hank Sartin para a The Rotarian)
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A seu serviço notícias do escritório do Rotary international no brasil
Muito obrigado
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gradecemos a todos que neste ano inspiraram boas ações e tornaram sonhos realidade. Aceitamos o compromisso de servir à comunidade porque caminhamos juntos em prol de um mesmo ideal: Dar de Si Antes de Pensar em Si. Juntos, transformamos vidas. Juntos, conectamos o mundo. Boas festas e um feliz 2020!
transforme vidas no ano novo!
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Fundação Rotária destina suas doações a projetos que mudam a vida de pessoas na sua comunidade e no mundo todo. Uma doação de apenas 65 reais, por exemplo, pode proteger cinco crianças contra a pólio para sempre. Uma doação de 40 reais pode ajudar famílias carentes a se preservarem de doenças e uma de 200 reais pode fornecer água limpa a comunidades sem saneamento. Aproveite o espírito de solidariedade do fim de ano para, desde já, contribuir com nossa Fundação ao longo de 2020. Cadastrese no Rotary Direct, o programa de doações recorrentes via cartão de crédito. Acesse www.rotary.org/pt/give. Agradecemos seu apoio. Juntos, continuaremos fazendo o bem no mundo em 2020.
Monika Lozinska/Rotary International
escritório do Rotary international no brasil
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Endereço Condomínio Comercial Casa das Caldeiras Avenida Francisco Matarazzo, 1752 14º andar / Conjunto 1421 Água Branca – São Paulo – SP CEP: 05001-200 Tel: (11) 3217-2630 Atendimento: de 2ª a 6ª, das 8h às 17h Departamentos Gerente e Fundação Rotária Edilson Gushiken edilson.gushiken@rotary.org Suporte a Clubes e Distritos Débora Watanabe (supervisora) debora.watanabe@rotary.org
Com o apoio da Fundação: Teresa Coinatxli Chity enche jarro com água numa pia pública criada em Chipastor, na Guatemala
mais uma Campanha
Financeiro Carlos Eduardo de Araujo (supervisor) carlos.araujo@rotary.org Publicações e Audiovisuais Clarita Urey (supervisora) clarita.urey@rotary.org Sede mundial do Rotary International 1560 Sherman Avenue, Evanston, Il 60201 USA Phone: 00-21-1847 866-3000 Fax: 00-21-1847 328-8554 Atendimento: das 8h30 às 17h (horário de Washington)
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indicação de dirigentes é a garantia de continuidade do seu Rotary Club. Você e seus companheiros ainda não indicaram os dirigentes 2020-21? Façam a indicação agora mesmo! A Campanha Distrito 100% é um incentivo do Rotary International Brazil Office para os distritos do país. Os clubes que indicarem seus dirigentes até o dia 5 de janeiro de 2020 impulsionarão seu distrito. Veja o passo a passo e o regulamento da premiação em rotary.org.br
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Estamos prontos para ajudá-lo!
PENSANDO O ROTARY
A síndrome da porta giratória
Como enfrentá-la para termos uma organização maior e mais conectada ao mundo
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Vlademir Marangoni Filho*
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á aproximadamente duas décadas e meia, estamos sofrendo no Rotary a síndrome da porta giratória. A cada novo associado que chega, outro nos deixa – e assim permanecemos na casa do 1,2 milhão de rotarianos no mundo inteiro. Precisamos reavaliar constantemente nosso clube e os processos internos de expansão e retenção do quadro associativo. O desafio está intimamente ligado ao planejamento desses dois fatores. Reuniões desinteressantes, clubes pouco dinâmicos ou de amigos, clubes com “donos”, de festa e ausência de projetos de qualidade são causas que certamente levam os associados ao desinteresse e à desmotivação. A partir daí, a possibilidade de desligamento passa a ser fortemente considerada. Se admitirmos companheiros sem perfil de voluntariado, que não estejam dedicados às nossas causas, que tenham projetos pessoais dentro do Rotary ou que não possuam a capacidade de sonhar com um mundo melhor, eles também nos deixarão em curto espaço de tempo. Com o objetivo de ampliar o impacto do Rotary, expandir nosso alcance, aumentar o engajamento de todos os associados e melhorar nossa capacidade de adaptação, é necessário que esse planejamento também inclua uma avaliação das classificações e organizações não representadas no quadro associativo.
um planejamento estratégico, respondendo a perguntas como: onde estamos?; aonde queremos chegar no curto, médio e longo prazos?; o que precisamos fazer para atingir as metas traçadas, e de que forma?. Precisamos pensar no quadro associativo de uma forma estrutural. Além disso, cada um de nós precisa ser fonte de luz e motivação. O Rotary nos dá a oportunidade de grandes realizações. Portar o distintivo na lapela nos diferencia por nossas práticas, princípios e pelo exercício de elevados padrões éticos, pela boa vontade e disposição ao voluntariado. Nós acreditamos que Mais Se Beneficia Quem Melhor Serve. Caros companheiros: precisamos apresentar aos associados um Rotary que faça seus olhos brilharem. Um Rotary realizador e vibrante pelas possibilidades que essa organização maravilhosa nos oferece de promover diferença na vida das pessoas, transformando a humanidade por meio da compreensão mundial, da cultura da paz e do respeito à diversidade. Se pensarmos estrategicamente sobre o que precisamos fazer para tornar nossos clubes eficazes, teremos um caminho mais assertivo e resultados mais relevantes. Ser rotariano é filosofia, é princípio e estilo de vida. Nós pertencemos ao Rotary, a maior organização de amor do mundo. Porque o Rotary nos dá a oportunidade de oferecer o que temos de melhor dentro de nós: amor.
Planejamento e inspiração O Rotary dispõe de extraordinárias ferramentas para diagnosticar a saúde dos nossos clubes. Basta utilizá-las e traçar
*O autor é governador 2017-18 do distrito 4470, associado ao Rotary Club de Penápolis, SP, e presidente da Comissão Distrital de Desenvolvimento do Quadro Associativo.
Precisamos apresentar
aos associados um Rotary realizador e vibrante
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ponto de vista
“Mantenham as conexões” Aproveitando sua vinda ao país, Rotary Brasil entrevistou o presidente Mark Maloney Nuno Virgílio Neto
Fotos: Sergio Afonso
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urante o 42º Instituto Rotary do Brasil, realizado em setembro, na capital federal, o presidente do Rotary International recebeu a revista para falar de temas como o espaço que as mulheres vêm ocupando na organização e as possibilidades de crescimento trazidas por novos formatos de clube. Em tempos de redes sociais, ele acredita que o Rotary pode apresentar-se como uma alternativa àqueles que buscam conexões cara a cara.
REVISTA ROTARY BRASIL: Como tem sido conectar-se ao mundo do Rotary como seu presidente internacional? MARK MALONEY: Tem sido fantástico. A melhor parte deste trabalho é a oportunidade de conhecer rotarianos ao redor do planeta – e, como presidente, este é apenas o terceiro país que estamos visitando [a entrevista foi realizada no dia 7 de setembro]. Já estivemos no Japão, na Guatemala e, agora, no Brasil. As diferenças de como o Rotary trabalha em cada país são significativas, mas os rotarianos são maravilhosos e gosto muito da oportunidade de conhecê-los.
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Em 1989, o Conselho de Legislação aprovou o ingresso de mulheres nos Rotary Clubs. O que mudou nestes 30 anos em relação à presença feminina no Rotary e o que ainda precisa mudar? l Em janeiro deste ano, o Conselho Diretor do Rotary International adotou uma declaração sobre diversidade e inclusão, e também estabeleceu em 30% a meta para o número de associados e lideranças do sexo feminino até 30 de junho de 2023. Precisamos continuar focados nesse objetivo e nos certificarmos de que estamos sendo tão inclusivos quanto podemos, e não apenas no que diz
respeito a gênero, mas a todos os aspectos. Estou bastante atento a isso, inclusive durante os meus compromissos como presidente, ao nomear representantes da presidência e designar comitês. Precisamos ter consciência disso, o que também requer uma certa disciplina. É muito fácil montar um grupo repleto de pessoas excelentes e acabar percebendo que elas são todas iguais, talvez todas do sexo masculino. Existem mulheres com a mesma qualificação, e portanto devemos parar e pensar a respeito. No período passado, o Conselho Diretor foi composto apenas por
homens, o que levou ao surgimento de muitos comentários negativos nas redes sociais. Mas temos progredido, há duas mulheres no atual Conselho Diretor e teremos seis no próximo ano. Há muito trabalho a ser feito, assim como em qualquer empresa tradicional, porém não podemos deixar as coisas acontecerem no piloto automático. Não estou dizendo que devemos indicar mulheres apenas porque são mulheres, elas precisam ter a qualificação desejada. Precisamos fazer isso pelo bem da imagem pública do Rotary e para encorajar as mulheres a buscarem posições de liderança. Em entrevista publicada na Rotary Brasil em março deste ano, o senhor afirmou: “Se quisermos que o Rotary seja atrativo para um público mais jovem, temos que facilitar o acesso desses jovens a posições de liderança”. Como fazer com que isso aconteça? l Precisamos mudar de atitude, e isso não é algo que possa ser estabelecido pelo Conselho de Legislação ou pelo Conselho Diretor. Precisamos que os líderes do Rotary, especialmente em nível distrital, foquem em dinamizar nossas posições de liderança. Não sei exatamente como é no Brasil, mas em minha região muitas pessoas qualificadas adiam sua candidatura ao cargo de governador de distrito até a idade de sua aposentadoria. Elas acreditam que não serão capazes de desempenhar essa função antes disso por se tratar de algo que toma muito tempo, e por isso é necessário mudar. É fato que o governador deve estar em contato com todos os clubes de seu distrito e acompanhar o desempenho deles, mas não é exigido que ele visite cada clube individualmente. Temos colocado cada vez mais peso nas costas dos governadores, e até mesmo sobre os presidentes de clube. Isso faz com que esse trabalho não seja atraente nem possível para alguém ainda bastante comprometido com seu negócio ou profissão. Dessa maneira, estamos restringindo nossas posições de liderança a pessoas que têm seus próprios negó-
cios, que não são subordinadas a ninguém ou que trabalham em empresas familiares, com mais flexibilidade. Precisamos mudar nossas atitudes porque já há governadores que estão trabalhando de modo diferente. Em vez de visitar clubes individualmente, eles têm a opção de visitá-los em grupos ou oferecer alternativas. O governador poderia ir a uma reunião, a um evento social ou a uma ação de arrecadação de fundos, e deixaria o clube decidir. Assim faríamos com que parassem de ir às reuniões para fazer o mesmo discurso repetido. Outro ponto são aqueles ex-governadores distritais que diriam “Mas não era desse jeito que eu fazia as coisas”, colocando muita pressão sobre aqueles com vontade de inovar. Apesar de ser uma das minhas prioridades, isso não vai acontecer este ano. Estamos olhando para as coisas com uma perspectiva mais internacional. Estamos observando nossos governadores para ver se há algo que podemos mudar. Temos um comitê focado em moldar o futuro do Rotary, mas as mudanças não acontecerão da noite para o dia.
“O Conselho Diretor do
Rotary International adotou uma declaração sobre diversidade e inclusão, e também estabeleceu em 30% a meta para o número de associados e lideranças do sexo feminino até 30 de junho de 2023”
O senhor vem afirmando que o Rotary precisa de novos formatos de clube, que ofereçam experiências alternativas e reuniões não tradicionais. Já podemos medir o impacto da inovação e da flexibilidade em nível mundial? l O que podemos constatar é que o nosso crescimento acontece. De maneira geral, os distritos que crescem também estão formando novos clubes. Será que existe muita inovação nesses clubes? Não sei se temos os números para medir isso. Esses novos clubes são tradicionais? Talvez, mas é óbvio que se você tem um clube em uma comunidade e as reuniões são sempre as mesmas, existem pessoas que não estarão interessadas em fazer as coisas daquele modo, que querem prestar serviços comunitários, mas não daquela maneira. É comum, como em todos os lugares, que exista uma variedade de ideias, e nunca teremos uma quantidade de clubes suficiente Rotary Brasil
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ponto de vista para satisfazer todo mundo, mas temos que expandir nossas opções. Temos observado uma experiência em Houston, no Texas. O distrito 5890 abrange toda a cidade e um pouco das redondezas. Além de se constituir numa grande área metropolitana dos Estados Unidos, será o local da nossa Convenção Internacional em 2022, então temos a oportunidade de apostar nas relações públicas e sua conexão com a convenção. Pedimos aos clubes desse distrito que se engajem nesse esforço. Creio que de 60% a 70% deles aceitaram. Existem clubes dos mais variados formatos nessa região, portanto suponho que haverá um avanço consciente para formar clubes que se reunirão de modos cada vez mais diversos, e tudo isso será observado cuidadosamente. Acredito que reuniremos bons dados a partir dessa experiência. Como rotariano, qual foi a sua primeira experiência na luta contra a poliomielite e de que forma essa memória ainda o inspira a trabalhar por um mundo livre da doença? l Minha primeira experiência lidando diretamente com a pólio foi quando liderei uma viagem do [então] Intercâmbio de Grupos de Estudos à Nigéria, em 1986. Eu tinha apenas 31 anos e era líder da equipe, metade dos participantes eram mais velhos que eu. Estávamos no sudeste nigeriano, no distrito 911 à época, que abrangia apenas dois Estados, mas incluía Lagos, a maior cidade do país. Fui recebido por oito famílias durante as mais de quatro semanas que passamos na Nigéria. Uma família era de alemães expatriados que não tinham filhos, então não vamos contá-la. As outras sete eram nigerianas. Das sete, duas tinham filhos com [sequelas da] pólio. Vindo dos Estados Unidos, onde a doença havia sido erradicada tantos anos antes, aquilo era impressionante e realmente me marcou sobre o quanto era importante erradicarmos a pólio mundialmente. Considerando-se o desafio duplo de desenvolver nossa imagem pública e engajar nossos associados, que tipo de história o senhor considera boa
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para uma revista do Rotary? Haveria uma fórmula para isso? l Não sei se existe uma fórmula, mas é fundamental engajar o novo associado. Se apenas o trouxermos para o clube e nos esquecermos dele, esse novo rotariano perguntará: “O que estou fazendo aqui?”. Claro que a experiência no Brasil é bem diferente da dos Estados Unidos. Na noite retrasada, conversando com vários governadores brasileiros num jantar, eles me contaram que a média de associados por clube em seus distritos variava de 17 a 23. Meu clube tem 156 associados, o que gera uma experiência muito diferente. Quando trazemos uma pessoa nova para um grupo que reúne entre 17 e 23 integrantes, é difícil evitar as conexões. Precisamos nos dedicar, encontrar algo que eles possam fazer, ter a certeza de que estão envolvidos nos projetos e que estão sendo assistidos. Portanto eu creio que os clubes precisam de boas histórias assim, e aí está a importância de se formar novos clubes. Aqueles que já existem têm sua própria atitude, seu modo de trabalhar, sua atmosfera, e seus associados gostam disso. Ele pode ser um clube maravilhoso e que faz um ótimo trabalho, mas há pessoas que querem fazer coisas de um modo diferente, e por isso precisamos dar a elas essa oportunidade. Para rotarianos mais velhos isso é muito incomum. Em Honolulu, Gay e eu conhecemos um clube que se reúne no centro da cidade às 17h30, horário em que as pessoas saem do trabalho. O encontro ocorre no segundo andar de um bar, e havia realmente um bar com alguns bancos, mesas, cadeiras e alguns petiscos e bebidas, mas você teria que pagar separadamente por eles se os consumisse. Havia ainda uma área elevada que, provavelmente, servia de palco para bandas, mas naquele dia era o lugar onde o presidente do clube ficava. E ele estava sem gravata, como a maioria das outras pessoas. Não existiam fileiras de assento, havia gente ouvindo em pé e sentada. E o presidente, naquela pequena área elevada, usava um chapéu. Acho que foi a primeira vez em que vi um presidente usar chapéu numa reunião do Rotary.
“Se você ocupa um lugar
na Terra e é bem-sucedido, significa que chegou a esse sucesso por causa de trabalho e oportunidades. Então é preciso fazer algo pela comunidade para agradecer por essas oportunidades”
É, eu também nunca vi. l Acho que ele estava tão nervoso que esqueceu de tirar o chapéu. Normalmente ele tiraria, mas naquela ocasião ele esqueceu e essa atitude acabou sendo bem informal e diferente. Havia associados nos seus 50 e 60 anos, mas também havia jovens e pessoas em geral que gostavam daquela informalidade. As possibilidades são infinitas. Se você pegasse um deles e colocasse no meu clube, ele ficaria entediado, ou talvez não conseguisse comparecer por causa do trabalho. Nesse caso eles podiam passar lá a caminho de casa e depois voltar para suas famílias. Isso tem a ver com envolvimento e fazer as coisas de um jeito confortável para todo o grupo. Que mensagem o senhor gostaria de deixar para os rotarianos brasileiros? l Meu conselho é que mantenham as conexões. Para mim, o Rotary é a rede social original, e realmente somos uma rede. Este aparelho [mostra o telefone celular] e os aplicativos nele, como Facebook, Twitter e Instagram, são canais até certo ponto. Eles conectam você às pessoas, mas não cara a cara, e o Rotary faz isso. Acredito que muitas pessoas queiram esse tipo de contato e ainda não sabem onde achá-lo, então temos que aproveitar isso. E também lembrem que o Rotary funciona na base da conexão, fomos fundados com esse objetivo, por isso encorajo os rotarianos a manter conexões, construí-las e perceber sua importância. O Rotary é destinado a pessoas que queiram contribuir com a comunidade. Meu sogro, que é o fundador do nosso escritório de advocacia, descreveu isso como “pagar o seu aluguel cívico”. Se você ocupa um lugar na Terra e é bem-sucedido, significa que chegou a esse sucesso por causa de trabalho e oportunidades. Então é preciso fazer algo pela comunidade para agradecer por essas oportunidades, é muito importante pagar o seu aluguel cívico. Minha mensagem número um para este ano é fazer com que o Rotary cresça. Peço a cada um de nós que pense estrategicamente em como atrair novos associados para
Na capital no Brasil: Mark Maloney e Gay participaram de uma missa na Catedral de Brasília no dia 8 de setembro
seu clube. Precisamos desenvolver planos, processos. No Rotary temos processos para serviços comunitários, serviços internacionais e arrecadação de fundos. Este Instituto não surgiu do nada, havia uma comissão que passou por processos, alguns préestabelecidos e outros criados por eles mesmos, mas muitas vezes jogamos isso fora. Somos pessoas de negócios bem-sucedidas, profissionais, organizamos tudo, menos táticas para atrair novos associados. Muitos clubes não têm política para isso, a política deles consiste no presidente pegando o microfone e incentivando os companheiros a convidarem seus amigos. Se ficarmos aqui pensando em nomes, não chegaremos a lugar algum. Temos que voltar ao bom e velho sistema de classificação. Temos que pensar nos cargos mal representados no clube e identificar quem ocupa essas posições na comunidade. Quer dizer: não há mágica, só trabalho duro. l Não é trabalho duro, é trabalho consistente e estável. Não criem uma comissão para expandir o quadro associativo em 2019-20 só porque o presidente Mark Maloney disse que precisamos fazê-lo. Criem para este ano e para o próximo, e também para os seguintes. Esse comitê precisa de reuniões e avaliações constantes. Acho que é isso.
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OPINIÃO
DERRUBANDO ESTEREÓTIPOS A convivência intergeracional no Rotary e na sociedade
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Alexandre Valdemar da Rosa* iStockphoto
ara grande parte da sociedade brasileira, esta é a imagem atribuída ao Rotary é a de um clube formado principalmente por idosos, ricos e vaidosos. Confesso que eu também compartilhava desse entendimento. Hoje, porém, percebo que a humildade e a modéstia caminham em perfeita harmonia na maioria dos clubes de Rotary e que a renovação tem sido uma bandeira defendida por grande parte dos gestores rotarianos. Renovar é preciso, mas valorizar os mais velhos também! Fundado em 1905 pelo advogado norte-americano Paul Percy Harris, o Rotary tornou-se uma das mais respeitadas entidades do planeta graças às suas inúmeras ações voltadas para as causas humanitárias. Investimentos pesados, sobretudo em comunidades desassistidas pelo poder público, têm feito seus associados desenvolverem projetos voltados ao bem-estar social em incontáveis localidades. GUARDIÕES A história nos apresenta um universo de aspectos positivos nas sociedades em que houve valorização dos idosos e de seus conhecimentos. Contudo, se há um passado enaltecido, há também a avaliação de que uma sociedade predominantemente idosa está fadada à extinção. Há décadas esse discurso tem sido assistido com grande preocupação por algumas culturas, principalmente africanas e orientais. Considerado o continente mais antigo do planeta, a África ainda sofre os efeitos dos processos sangrentos de sua independência política. Por outro lado, a partilha africana pelos países europeus alterou literalmente os costumes da região onde a humanidade começou. Antigas tradições deram lugar a hábitos
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incutidos por culturas dominantes e, nesse novo cenário surgido no berço africano, a valorização da memória de seus povos começou a perder espaço à medida que a modernização abraçava a juventude e excluía os anciões. Cito Amadou Hampâté Bâ, pensador e poeta malinês: “Quando morre um africano idoso é como se se queimasse uma biblioteca”. Na cultura africana, o idoso é tido como um verdadeiro guardião de memórias. Isso porque, em um lugar onde a origem étnica está atrelada a centenas de tribos e a mais de mil dialetos, a figura do ancião tem papel importante na transmissão de conhecimentos.
Também no entendimento da pesquisadora de literatura e interculturalidade Maria Aparecida do Nascimento Dias, o lugar de representatividade conferido ao idoso vem aos poucos perdendo espaço em decorrência dos projetos de modernização implantados no continente. “Se antes, na aldeia, os familiares sentavam-se ao redor de uma árvore ou perto de uma fogueira para partilhar as vivências cotidianas e escutar os ensinamentos do idoso, na cidade é o contrário: os filhos adquirem novos hábitos pautados no consumismo e na modernização. Sentam-se ao redor da tevê para adquirir as informações necessárias e o idoso, nesta situação, não tem ‘muita
valia’ no que se refere ao grau de importância da sabedoria que ele guarda para transmitir aos outros”, avalia a pesquisadora com pesar. Essa também é a realidade vivenciada pelos idosos na Terra do Sol Nascente. Em 2014, o governo japonês apresentou um estudo cujos dados, alarmantes, confirmaram o temor pela redução da sua já envelhecida população. A pesquisa previa que, em pouco mais de três décadas, cerca de mil cidades rurais ou vilas não contariam com nenhuma mulher em idade fértil. A estimativa também indicava que “em pouco mais de 50 anos sua população passará de 127 milhões para pouco mais de 43 milhões”. O que fazer para reverter tal quadro? Medidas um tanto desesperadas foram estabelecidas pelo primeiroministro Shinzō Abe ainda em 2014. Abe disponibilizou cerca de 68 milhões de dólares para um plano de incentivo ao casamento e crescimento familiar. Orientou os governadores que criassem espaços voltados ao encontro de jovens, prometeu estabilidade de emprego aos recém-casados, ofertou às famílias isenção de impostos caso tivessem o terceiro filho e determinou aos empresários que criassem programas voltados para a conscientização da participação masculina nos afazeres domésticos. Esse último item, segundo o primeiroministro, tem sido um dos principais motivos para as mulheres se esquivarem do casamento. Será que os costumes modernos tornaram o prendado homem japonês um ser raro de encontrar? No ano passado, no Dia Internacional do Idoso, comemorado em 1º de outubro, o Japão informou que o país ultrapassara a incrível marca de 70 mil habitantes com idade superior a cem anos. Logo percebemos que para a árvore genealógica de uma sociedade continuar a produzir bons frutos faz-se necessária a existência de harmonia no seu processo de desenvolvimento. Os frutos que caem servirão de adubo e enriquecerão a terra com nutrientes, proporcionando vitalidade à raiz no processo de produção de novos frutos.
Eis o jardim de beleza sublime e de diferenças necessárias sabiamente descrito pelo rotariano Ricardo Gondim no artigo A vaidade no Rotary (publicado na edição de janeiro de 2018 da Rotary Brasil). espaço para todos Gondim recorreu a alegorias para descrever em que medida a vaidade está impregnada em determinados integrantes dos clubes. O autor imaginou os clubes como um grande jardim onde viveriam milhares de insetos e pássaros. A harmonia prevaleceria em um lugar de inúmeras diferenças, pois, apesar delas, todos os espécimes teriam grande importância no processo de sobrevivência do espaço. “Polinizando as plantas, eles permitem a reprodução correta dos vegetais. Servindo também de alimentos a outras espécies, dão seguimento à cadeia vital da natureza”, escreveu o autor. Porém, como em toda regra, há exceções. Gondim menciona aqueles insetos que meramente decoram o jardim, a saber: “Belas borboletas, abelhinhas douradas, joaninhas coloridas e tantos mais. Eles permitem uma pausa no olhar cansado de quem observa e propiciam um momento de deleite sem maiores consequências”. Ao citar a presença do narcisismo entre alguns rotarianos, o autor também nos faz compreender que a força existente nos jovens insetos é, sem sombra de dúvida, o alicerce dessa grandiosa e complexa pirâmide. Enquanto isso os mais velhos transmitem segurança aos jovens de cada espécie, capacitando-os a suportar as diferentes intempéries que surgirão ao longo da vida. Essa mescla de experiência e juventude vem proporcionando bons resultados entre os clubes de Criciúma, a Capital do Carvão, no sudeste de Santa Catarina. Atualmente, a cidade tem três Rotary Clubs: Criciúma, Criciúma-Oeste e Criciúma-Rio Maina. Todos eles receberam merecidas homenagens por promover ações junto à sociedade local, sobretudo nas comunidades carentes.
Entre os vários projetos idealizados por esses clubes, destacamos as iniciativas do Rotary Criciúma-Rio Maina. Com o intuito de direcionar o olhar da comunidade escolar para a preservação ambiental, seus associados implantaram a troca de tampinhas de garrafas PET e de lacres de alumínio por cadeiras de rodas e de banho. “A participação dos alunos das escolas Hercílio Amante, Silva Alvarenga e Professor Zelma Savi Napoli nos ajudou a criar um Banco de Cadeiras de Rodas para a comunidade. Poderemos emprestar essas cadeiras para as pessoas com dificuldade de locomoção e, pelo fato de o distrito ter sido uma antiga área de mineração, sabemos que muitos desses necessitados são mineiros. O outro lado bom do projeto é o fato de as crianças terem influenciado seus familiares, pois, ao conversar com alguns amigos, percebi a mudança de comportamento no que se refere ao correto destino dado ao lixo doméstico. Podemos notar também que até os proprietários de bares e restaurantes já estão sendo influenciados”, explicou Eduardo Cruz Colombo, presidente 2018-19 do clube. Além do Banco de Cadeiras de Rodas, o clube ofereceu cerca de 400 testes de hepatite aos criciumenses, deu sua contribuição à Campanha de Vacinação contra o Sarampo para que a cidade alcançasse a meta estipulada pelo Governo Federal e promoveu campanhas de arrecadação de centenas de brinquedos junto ao comércio local. Além disso, o Criciúma-Rio Maina intermediou o repasse de recursos do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão de Santa Catarina para o projeto de reforma da sede da Associação Sul Catarinense de Familiares e Amigos de Portadores de Distrofias Musculares Progressivas. Experiência, juventude e comprometimento são os ingredientes que compõem a engrenagem que faz mover o Rotary. *O autor é associado ao Rotary Club de Criciúma-Rio Maina, SC (distrito 4652). Rotary Brasil
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GIRO GLOBAL
PESSOas em ação pelo mundo
Um pouco do que o Rotary vem fazendo em outros países Canadá O Rotary Club de Langley, em Columbia Britânica, liderou a construção de um centro de atividades em um arboreto local. A estrutura de quase 100 metros quadrados de vigas e pilares de madeiras nativas, como cedro vermelho, pinheiro e abeto, foi inaugurada no final de junho. “Existem dezenas de organizações sem fins lucrativos em Langley que costumam se reunir nas casas uns dos outros”, comenta o rotariano Allan Richmond. “Pensamos, então, por que não termos um prédio para que essas organizações possam utilizá-lo?” O clube destinou 190 mil dólares ao projeto (cerca de 760 mil reais), quantia que foi equiparada pela prefeitura. A comunidade local também contribuiu com material e mão-de-obra.
Trinidad e Tobago Mais de 100 estudantes do ensino médio de todo o Caribe exercitaram suas habilidades diplomáticas durante uma conferência em março patrocinada pelo Rotary Club de Central Porto of Spain. Dedicado à crise mundial dos refugiados, o evento de dois dias foi organizado nos moldes da Assembleia Geral da ONU, com os jovens vestidos em trajes típicos dos países que escolheram representar. Quatro refugiados venezuelanos radicados em Trinidad e Tobago, que nos debates da conferência representaram a Guiana e o Afeganistão, compartilharam suas experiências pessoais. “Eles tinham muitas perspectivas valiosas para dividir conosco”, afirmou Abigail Edwards, associada ao clube patrocinador.
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(Por Brad Webber, para a The Rotarian)
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Reino Unido Uma caminhada anual pelo País de Gales atraiu mais de 200 pessoas em junho para percorrer 64 quilômetros em um único longo dia. O evento arrecadou mais de 22 mil dólares (acima de 88 mil reais) para organizações escolhidas pelos participantes. “Há muitas formas de arrecadar dinheiro, mas raramente envolvem atravessar um país a pé num único dia”, declarou Paul Jones, associado ao Rotary Club de Llanidloes, que patrocina o evento com os Rotary Clubs de Newtown e de Machynlleth. A jornada começa a oeste, no litoral, na cidade de Machynlleth, e cruza o terreno montanhoso do centro do país até chegar ao pub Anchor Inn, na fronteira com a Inglaterra. A iniciativa tem três opções de caminhadas mais curtas – de 12, 25 e 40 quilômetros. Ao longo do trajeto, não falta incentivo – além de aplausos, os rotarianos constumam distribuir alimentos e água aos participantes. “Todos os anos encontro pessoas determinadas a fazer trajetos cada vez mais longos”, relata Jones. “Eu cruzei a linha de chegada com alguém que não completou a caminhada no ano passado e voltou este ano para vencer o desafio. Do olhar entusiasmado de um garoto de 13 anos às lágrimas de satisfação de um senhor, cada um deles é a inspiração e a razão de eu retornar todos os anos.”
Mensagem do curador da fundação rotária
CONSTRUINDO O CAMINHO
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ada é permanente, exceto a mudança”, disse o filósofo Heráclito, que viveu na cidade de Éfeso no século quinto antes de Cristo. Quando se constrói uma estrada, se concretiza uma mudança local. Quando se trabalha para a construção do homem, se processa uma mudança em escala mundial. A construção de uma organização se processa com permanentes mudanças, daí ser necessária a atualização constante de seus integrantes por meio de leitura, muito trabalho, seminários e treinamentos. Pela importância da paz, a Fundação Rotária decidiu recentemente fazer uma consulta a seis universidades e todas elas se manifestaram interessadas em sediar um novo Centro Rotary pela Paz. Após cuidadosa avaliação, os curadores aprovaram a Universidade Makerere, em Uganda, tendo como foco “a construção da paz, transformação de conflitos, governança e desenvolvimento”. Sob essa inspiração, o objetivo do programa é exatamente a capacitação de pessoas para iniciar uma ação que transformará a sociedade por meio da paz. A Universidade Makerere acolherá o primeiro Centro pela Paz da África.Todo o continente exultou diante dessa valorização, bem como pelo fato de a unidade estar localizada em uma das regiões mais afetadas por conflitos. Os custos do seu funcionamento serão cobertos inicialmente pelo Fundo Anual e, posteriormente, pela universidade, por meio de doações diretas e pelo Fundo Distrital de Utilização Controlada. Dessa forma, o Rotary conecta a África com a paz. É bom notar que o Rotary tem crescido acima da média no continente africano e deve dobrar seu quadro associativo num período menor que dez anos. Outro fato alvissareiro é a declaração, feita pela Organização Mundial da Saúde, de que o poliovírus selvagem tipo 3 está erradicado após a confirmação de que não há qualquer caso de pólio na Nigéria desde setembro de 2016. O poliovírus tipo 2 foi erradicado em 2015, restando apenas o tipo 1, localizado no Paquistão e no Afeganistão. Se não houvesse a campanha global contra a doença, 18 milhões de pessoas estariam mortas ou com deficiência. Se não fosse por você, rotariano, esse caminho não teria sido construído e, certamente, haveria mais infortúnios no mundo. Nada é sem esforço ou sem custo. Graças à generosidade de muitos, o Rotary investiu nessa luta cerca de 2 bilhões de dólares, sem contar milhões de horas, o que significa uma doação pessoal de valor imensurável. A campanha End Polio Now ainda ensinou ao mundo muita coisa além da erradicação da pólio. Na Nigéria, ela serviu como modelo para a vacinação de 8 milhões de pessoas contra a febre amarela. No Paquistão, usou-se o mesmo método da cadeia de frio na imunização contra o sarampo. Dezembro, mês do Natal, lembra o nascimento de uma criança e uma estrela que anunciou ao mundo uma nova era. O Rotary é a estrela que anuncia que, em breve, toda criança sobreviverá sem o infortúnio da poliomielite. Feliz Natal aos rotarianos que acreditaram e constroem um caminho para eliminar tal doença do mundo. Agora, falta só isto. A erradicação da pólio será para a humanidade uma mudança permanente.
Hipólito Ferreira hipolito@paineira.eng.br
O Rotary é a estrela
que anuncia que, em breve, toda criança sobreviverá sem o infortúnio da poliomielite
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Subsídios Globais
Equipamentos de última geração Clubes beneficiam um hospital no Paraná e outro em Santa Catarina
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esde o Instituto Rotary do Brasil do ano passado, em Fortaleza, quando foi realizada a primeira Feira Internacional de Projetos, o número de iniciativas brasileiras de Subsídios Globais só vem aumentando. Não custa lembrar que esses subsídios apoiam ações de impacto com resultados sustentáveis nas áreas de enfoque do Rotary. “Pelas estatísticas do mundo inteiro, os projetos mais populares são de aquisição de equipamentos médicos, ou seja, na área de saúde e prevenção de doenças”, nos informava Valerie Pereira, coordenadora de Subsídios da Fundação Rotária, em entrevista para a Rotary Brasil em 2018. Nesta edição, trazemos mais dois exemplos. O primeiro deles vem do Rotary Club de Cascavel-Paz, PR (distrito 4640). O presidente 2018-19, Odimar dos Reis Almeida, e os associados do clube entregaram um leito de UTI neonatal para o Hospital Universitário do Oeste do Paraná, em Cascavel. O equipamento, dos mais modernos no gênero, foi adquirido por meio de um Subsídio Global no valor de 37.675 dólares (cerca de 156 mil reais) com a parceria do Rotary Club de Mapuca, da Índia. Primeiro projeto do tipo desenvolvido pelo clube, ele se originou de uma sondagem dos rotarianos junto à comunidade médica de Cascavel, que indicou a necessidade de ampliação da unidade neonatal em questão. A mesma atende predominantemente pacientes do SUS e realiza cerca de 300 partos por mês, dos quais 17, em média, se referem a bebês com até dois quilos – e que por isso necessitam de terapia intensiva. Na ocasião da entrega do leito de UTI, em 31 de julho, Sonia Taube Linero, governadora 2018-19 do distrito 4640, lembrou que esse foi um dos 11 projetos de Subsídio Global aprovados ou encaminhados em sua gestão. No total, eles mobilizaram 603.189 dólares (cerca de 2,5 milhões de reais).
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Abelardo Luz e região O segundo caso é o projeto Saúde para Todos, que adquiriu e doou um aparelho de raio-X, um aparelho de ultrassom e uma torre cirúrgica para o Hospital Rogacionista Evangélico, que atende, por meio do SUS, a população de Abelardo Luz e região de Xanxerê, no norte de Santa Catarina. O responsável pela iniciativa foi o Rotary Club de Abelardo Luz-Sementes (distrito 4740), que levantou um Subsídio Global de 110.833 dólares (cerca de 455 mil dólares). O Saúde para Todos também realizou o treinamento dos profissionais que utilizarão os equipamentos para exames e cirurgias por vídeo. O subsídio envolveu a parceria de cinco Rotary Clubs da Suíça e dois da Alemanha (ver boxe). Durante a entrega, estiveram presentes Maria Theresia do Norte-von Blarer e Esther Stebler, associadas a um dos clubes parceiros, o Rotary Club de Angenstein, na Suíça. “Se nós não tivéssemos mandado Ana Júlia da Rocha [intercambista do clube de Aberlado Luz-Sementes] para a Suíça, esse projeto não teria saído”, contou Ivan Gilioli, rotariano aberlardense, para o jornal O Falcão, que cobriu a cerimônia oficial de entrega. “Ela escolheu ir para o país e colocamos nas mãos dela um pen drive com o projeto. Ana Júlia conseguiu sensibilizar o clube [parceiro], e o grupo deu a contrapartida, começando o projeto. Diga-se de passagem que esse é o maior projeto que o distrito 4740, que vai de Lages até Dionísio Cerqueira, fez até hoje. Nosso clube, com apenas sete anos, mostrou que é possível fazer um projeto global.” Raio-X da Unidade Neonatal Responsável: Rotary Club de Cascavel-Paz, PR (distrito 4640) Beneficiado: Hospital Universitário do Oeste do Paraná Valor final: 37.675 dólares (cerca de 156 mil reais) Parceiros: Rotary Club de Mapuca, da Índia, e Fundação Rotária
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Rotarianos de Cascavel viabilizaram ampliação de uma UTI neonatal
Momento da entrega: o Hospital Rogacionista Evangélico atende a região de Xanxerê
Raio-X do Saúde para todos Responsável: Rotary Club de Abelardo Luz-Sementes, SC (distrito 4740) Beneficiado: Hospital Rogacionista Evangélico Valor final: 110.833 dólares (cerca de 455 mil reais) Parceiros: Distrito 1980, Rotary Clubs de Angenstein, Laufen, Liestal, Gelterkinden-Oberbaselbiet e Sissach-Oberbaselbiet, todos da Suíça; e Rotary Clubs de Markdorf e Pirna Sächsische-Schweiz, ambos da Alemanha; e Fundação Rotária
Você também pode mudar a vida da sua comunidade com um projeto de Subsídio Global! Saiba como em www.rotary.org Rotary Brasil
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Mensagem do chair da fundação rotária
Celebre o fim do ano com uma doação
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i hao, rotarianos! Com mais um ano chegando ao fim, muita gente se ocupa comprando presentes e cuidando dos preparativos para as festas. Nesta época do ano, também é comum procurarmos ser mais solidários e ajudar nossos semelhantes, mas como fazer isso? A resposta é simples: faça uma doação à Fundação Rotária, que acaba de ser classificada novamente em primeiro lugar entre as instituições do gênero mais conhecidas do mundo. Pelo 12º ano consecutivo, a Charity Navigator, uma avaliadora independente de instituições humanitárias, deu sua classificação mais alta (quatro estrelas) para nossa Fundação – que recebeu a pontuação máxima por demonstrar saúde financeira e compromisso com a responsabilidade e a transparência. Em carta ao Rotary, a Charity Navigator observou que “apenas 1% das instituições filantrópicas que avaliamos receberam pelo menos 12 avaliações consecutivas de quatro estrelas, indicando que a Fundação Rotária tem melhor desempenho que outras fundações do gênero nos Estados Unidos. Esta designação excepcional da Charity Navigator distingue a Fundação e chancela a credibilidade da organização junto ao público”. Este foi mais um prêmio conquistado por nós. O compromisso dos rotarianos com a erradicação global da poliomielite deu ao Rotary o prêmio de melhor organização sem fins lucrativos da Hero Awards of the One Billion Acts of Peace, movimento internacional de cidadãos que lida com as questões mais importantes da comunidade global. A Associação de Profissionais de Arrecadação de Fundos – a maior rede profissional de captação de recursos do planeta – classificou a Fundação Rotária como Fundação Excepcional do Mundo, uma clara homenagem às nossas realizações de longo prazo. É fácil dizer que pertencemos a uma das maiores instituições filantrópicas do nosso tempo. Mas a verdade é que a Fundação Rotária é a melhor. Encerre 2019 com uma doação para demonstrar seu apoio a ela. Tenham todos um feliz Natal e um próspero ano novo!
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Gary C. K. Huang
Em 2019, a
Fundação Rotária voltou a ser premiada por importantes avaliadores internacionais
SERVIÇOS À COMUNIDADE
RIOS E VIDAS FLUINDO NO SUL DO PAÍS
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o oeste do Paraná, o Rotary Club de Cascavel-Primavera (distrito 4640) vem realizando um projeto que já recuperou 14 nascentes de água. Sugerida pelo associado Jorge Pagliari, a iniciativa conta com o apoio de Pedro Diesel, profissional de experiência internacional, conhecido como “O Salvador de Minas”. Tudo começa com os rotarianos saindo a campo para identificar as nascentes em risco (imagem ao alto). Depois é feita a limpeza do local, com a retirada de entulho, terra e outros materiais que possam atrapalhar a vazão da água. Por fim, pedras e canos são utilizados para proteger a fonte e garantir que a água corra, dando origem a mananciais e rios. A meta do clube é revitalizar um total de 25 nascentes até o final do período 2019-20. A 500 quilômetros de Cascavel, também no Sul do Brasil, rotarianos da Santa Rosa estão ajudando haitianos que vivem na cidade gaúcha a aprender português. As aulas de conversação fazem parte do projeto Rotary Cidadão, criado pelo Rotary Club de Santa Rosa-Terra da Soja (distrito 4660). O objetivo é fazer com que os imigrantes ganhem autonomia para as tarefas do cotidiano, como ir ao
mercado e pedir informações na rua, e aumentem suas chances de conseguir um emprego – os haitianos vieram ao Brasil em decorrência da guerra civil em seu país. Ministradas por voluntários, as aulas (abaixo) são realizadas aos sábados na Fundação Educacional Machado de Assis, parceira do clube na iniciativa. O segundo semestre do curso teve início em 17 de agosto.
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Projetos de impacto
Agência O Globo
O terceiro milagre A história do apoio do Rotary às Obras Sociais Irmã Dulce
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Luiz Renato Dantas
á, até agora, dois milagres oficialmente atribuídos à Irmã Dulce, um ocorrido em 2001, outro em 2014. Mas, mesmo em vida, ao Anjo Bom da Bahia eram atribuídas graças recebidas. Após sua morte, os relatos se multiplicaram. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, pelo menos 14 mil milagres e dádivas já foram catalogados por uma equipe das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Há desde o caso de uma moça que sobreviveu a um engasgo com espinha de peixe até o de pessoas desenganadas, com câncer, que viram a doença desaparecer. Um terceiro milagre também poderia ser considerado oficial. “Uma vez, Maria Rita Pontes [sobrinha da santa] me disse que o grande milagre de Irmã Dulce era manter essa obra que atende 3 milhões de pessoas por ano só vivendo com dinheiro do SUS e de doações”, relata Ricardo Teixeira, associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro (distrito 4571). O Anjo Bom da Bahia morreu em março de 1992 e Maria Rita Pontes tornou-se superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce. Fundada em 1959 pela freira, a instituição é composta atualmente por 21 núcleos, 20 dos quais se encontram em Salvador, no chamado Complexo Roma, que em 40 mil metros quadrados de área construída atende diariamente cerca de 2.000 pessoas. Contando com mais de 500 médicos, também ali, anualmente, são realizadas 12 mil cirurgias e 18 mil internamentos. E não é só: na capital baiana, os procedimentos ambulatoriais e atendimentos clínicos chegam, por ano, a 2,2 milhões. São 3,5 milhões se incluirmos os atendimentos em hospitais parceiros pelo Estado da Bahia. Amizades de muitas décadas Ao falarmos do milagre dessa grande obra, não podemos esquecer seus apoiadores, entre eles os rotarianos. A história da amizade entre a Irmã Dulce e o Rotary é antiga. Remonta ao início do Hospital Santo Antônio, núcleo das obras sociais da freira, que nasceu em 1949, da adaptação de um galinheiro do convento onde ela morava, para abrigar 70 doentes resgatados das ruas de Salvador. A partir de
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então, rotarianos têm contribuído com donativos e trabalhos voluntários para o hospital. Um desses homens foi o médico e professor José Silveira (1904-2001), especialista em doenças pulmonares e fundador, em 1937, do Instituto Brasileiro para Investigação de Tuberculose. Um amigo de meio século da santa foi o empresário e engenheiro Norberto Odebrecht (1920-2014). Segundo reportagem da revista Época, os dois se conheciam desde 1941, quando Odebrecht participava da reforma do colégio
Irmã Dulce em 1979. Atualmente, o centro hospitalar por ela idealizado atende cerca de 2.000 pessoas por dia em Salvador
da Imaculada Conceição, ao qual Irmã Dulce estava vinculada. Em 1950, o empresário teria ajudado a freira a levantar o equivalente a 5 milhões de reais junto ao Banco do Brasil para a construção da sede do Círculo Operário da Bahia, que promovia assistência social e evangelização na Cidade Baixa, em Salvador. José
Silveira e Norberto Odebrecht eram associados ao Rotary Club da Bahia (distrito 4391). Um momento marcante da afeição da Família do Rotary à Irmã Dulce ocorreu em 1985, quando a freira recebeu um título de Companheiro Paul Harris do Rotary Club de SalvadorItapagipe – sua sobrinha, Maria Rita,
viria a ser rotariana e também receberia o título. Posteriormente, o mesmo clube implantou uma oficina de próteses de membros inferiores em Simões Filho, município na região metropolitana da capital baiana, em parceria com um clube canadense. “Isso se deu em 1995 e por alguns anos a oficina foi admiRotary Brasil
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projeto de impacto nistrada pelas Obras Sociais da Irmã Dulce, atendendo a várias pessoas carentes de todo o Estado da Bahia”, nos conta Sebastião Gomes Brito, governador 2007-08 do distrito 4391 e associado ao Salvador-Itapagipe. “A oficina evoluiu e posteriormente foi absorvida pelo Centro de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência, uma unidade do SUS.” Quase 1 milhão de reais O capítulo mais recente do auxílio às Obras Sociais Irmã Dulce foi concluído este ano. Como protagonista encontramos mais uma vez o Rotary Club da Bahia. Em 26 de maio, coube a ele entregar a 11ª sala de cirurgia do complexo hospitalar – com todos os equipamentos necessários ao seu pleno funcionamento – graças à alocação de quase 1 milhão de reais. Esse novo espaço permitirá a realização de mais de 1.200 procedimentos por ano, ajudando a diminuir a fila de espera. A maior parcela do montante veio de um Subsídio Global da Fundação Rotária no valor de 160.694,84 dólares (619.351,84 reais), o qual envolveu a parceria de vários distritos e clubes do Brasil e do exterior (ver boxe). O restante, 317.529,82 reais, foi obtido por meio de campanhas lideradas pelo clube baiano, com o apoio do antigo distrito 4550 (que abrange parte do Estado da Bahia), e de doações feitas diretamente à Osid.
“Esse projeto tem o DNA, a alma e o espírito da Irmã Dulce, pois, assim como as suas obras, ele foi construído tijolo por tijolo, doação por doação, até chegarmos à sua conclusão”, explicou o então presidente do Rotary Club da Bahia, Edmundo Guimarães Lima Filho, durante a inauguração da sala. Edilúcio Fernandes, outro associado ao clube, foi o responsável por inscrever o projeto e buscar os parceiros. “Na verdade, Irmã Dulce sabia pedir e sabia mais ainda a quem pedir. E os rotarianos, nada mais, nada menos, sabem também”, avalia. “Desde o início, houve rotarianos ajudando as Obras Sociais, elas cresceram e os rotarianos de hoje, por meio de um subsídio desses, conseguem dar um apoio maior em dinheiro.” O também associado Eduardo Barbosa, médico que integra o Conselho Diretor das Obras Sociais Irmã Dulce, é o idealizador da 11ª sala de cirurgia. Acima de tudo, ele é testemunha privilegiada da expansão da entidade. “Conheci Irmã Dulce na minha época de estudante, de 1979 a 1983, quando semanalmente tive aulas no Hospital Santo Antônio, que era ainda bem simples”, lembra o médico, cuja especialidade é a otorrinolaringologia. Utopia e realidade Em 1989, ao ser aprovado em concurso público, o rotariano passou a integrar a pequena equipe da Osid. Em seu
“Hoje somos o
maior serviço de otorrinolaringologia do Norte-Nordeste, reconhecido internacionalmente” – Eduardo Barbosa, médico diretor da Osid
primeiro dia de trabalho na instituição, ele foi recebido pela própria freira, que o levou a uma sala onde havia apenas uma cadeira antiga de barbeiro. “Irmã, esta é que é a minha sala e a minha cadeira?”, espantou-se o jovem Eduardo Barbosa. “É essa, sim, doutor”, respondeu Irmã Dulce. O rotariano calou-se e pensou consigo: “Tudo bem, vamos lá”. O início, de fato, foi árduo. “Materiais [para exames clínicos] havia pouquíssimos. Para cirurgias, também escassos. Atendia com o material que levava da minha clínica”. Apesar de muitas pessoas à sua volta lhe dizerem que o seu trabalho era uma utopia, o médico acreditava no êxito da
A 11ª sala de cirurgia Valor do Subsídio Global: 160.694,84 dólares (619.351,84 reais) Clube que liderou o projeto: Rotary Club da Bahia, BA (distrito 4391) Clubes parceiros no Brasil: Rotary Clubs de BahiaLeste, Lauro de Freitas, Salvador-Barra, BA (distrito 4550) Distritos parceiros no Brasil: 4510, 4530 e 4550 Clubes parceiros no exterior: Rotary Clubs de Sugar Land (distrito 5890), Fridley-Columbia Heights (distrito 5960), Centerville, Downtown Macon, Fitzgerald e Metropolitan Savannah (distrito 6920), todos dos EUA Distritos parceiros no exterior: 1910 (Áustria), 3170 (Índia) e 6920 (EUA)
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empreitada. Entre a população carente que atendia, recorda-se, muitas eram crianças sofrendo com larvas no ouvido. Em 1994, Eduardo Barbosa convidou outros médicos a integrarem a equipe. “Em 1995, o serviço de residência começou a funcionar, formando médicos para trabalhar em todo o Brasil. Hoje somos o maior serviço de otorrinolaringologia do NorteNordeste, reconhecido internacionalmente”, explica. O Hospital Santo Antônio tem dois andares reservados a essa especialidade médica, um deles destinado exclusivamente ao tratamento da deficiência auditiva e às cirurgias de implante coclear. “Trata-se do único lugar na Bahia que faz o implante pelo SUS”, informa. “Fazemos o nosso trabalho com tanta alegria que ele flui. Nos vemos salvando vidas, ajudando as comunidades carentes, tratando pacientes com tumores, com surdez.” Curioso, eu quis saber do médico como era a Irmã Dulce no dia a dia – “Era uma pessoa com temperamento tranquilo? Ou era severa?”. Com bonomia, ele me respondeu: “Era bem rigorosa e todo mundo a respeitava e a obedecia. Com o jeitinho dela, ela conseguia fazer tudo funcionar”. Mais iniciativas vêm por aí. O rotariano João Gonçalves Franco Filho, ex-presidente do Rotary Club da Bahia, e o engenheiro e empresário Carlos
Inauguração da sala de cirurgia: a partir da esquerda, os rotarianos Edmundo Lima Filho, Márcio Fraga (atual presidente do Rotary Club da Bahia), Eduardo Barbosa, Regis Assad (consultor técnico da Fundação Rotária) e Edilúcio Fernandes
Henrique Gantois estão à frente de um projeto de doação da estrutura de um refeitório para a Osid. O espaço atenderá mais de 3.000 pessoas, entre pacientes e funcionários do complexo hospitalar. Assim como o Rotary, Santa Dulce dos Pobres era atenta à continuidade e à sustentabilidade de sua obra. Ricardo Teixeira conta ter ouvido de Maria Rita Pontes a seguinte história: certa vez, a freira apresentou um plano de expansão ao Conselho de Administração da Osid. Após a exposição, um dos conselheiros
se pronunciou: “Irmã, a senhora pretende ampliar o atendimento, mas o que faremos se a senhora vier a faltar? “Eu pensei que tivesse um conselho... Tenho certeza que vocês darão continuidade ao que comecei”, arrematou a santa. Agradecimentos: além dos atuais rotarianos mencionados na matéria, também contribuiu para essa reportagem Valdomiro Oliveira Júnior, governador 2010-11 do distrito 4391.
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IMAGENS QUE MARCAM
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ntegrantes da Família do Rotary acompanhados pelos nossos amigos de quatro patas e seus donos percorreram em outubro as principais ruas do município de Taquara, no nordeste do Estado do Rio Grande do Sul. Com o nome de Cãominhada, a iniciativa foi organizada pelo Rotaract Club de Taquara (distrito 4670) com o apoio da Academia Energia Vital. Além de promover a integração entre a população e os cães, a passeata conscientizou as pessoas para a necessidade de se manter as vias públicas livres de dejetos. Para participar da Cãominhada, os interessados pagaram uma taxa de inscrição para seus animais. Como a verba obtida, foram comprados 140 quilos de ração, doados para duas instituições que abrigam cães em situação de abandono. A iniciativa ainda fez a divulgação da possibilidade de apadrinhamento desses animais acolhidos.
Sua foto também pode ser selecionada. Basta enviá-la em alta resolução para jornalismo@revistarotarybrasil.com.br
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Uma conquista feminina Há três décadas, as mulheres vêm ajudando a construir e transformar o Rotary
Reportagem: Renata Coré l Arte: Armando Santos e Bruno Silveira com ilustações de iStockphoto
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história da admissão da mulher no Rotary é mais um dos episódios da longa luta feminina pelo direito de, mais do que estar, ter voz em todos os espaços da sociedade. Fundada nos Estados Unidos em 1905 como uma organização exclusivamente masculina, assim optou por permanecer pelos 84 anos seguintes. Em 1911, enfrentando a resistência da Associação Nacional de Rotary Clubs, um grupo de mulheres atuantes em vários ramos de negócios formou, na cidade norteamericana de Minneapolis, um Rotary Club feminino. No ano seguinte, na Convenção do Rotary, Ida Buel discursou sobre o papel do Rotary Club feminino existente em sua cidade, Duluth, e buscou apoio para a expansão dos clubes compostos por mulheres. Prevaleceu, no entanto, a decisão dos rotarianos contrários à ideia de aceitá-las na organização. Em 1921, Alwilda Harvey, casada com o então presidente do Rotary Club de Chicago, formou o comitê Mulheres do Rotary, composto por 59 esposas de rotarianos e rejeitado pelo Conselho Diretor do Rotary International. O comitê foi então rebatizado como Mulheres do Rotary Club de Chicago. Dois anos mais tarde, em Manchester, Inglaterra, 27 esposas de rotarianos criaram uma associação que, em 1924, viria a se chamar Inner Wheel, existente até hoje. Naquela época, no Brasil, era raro que as mulheres fossem admitidas mesmo como convidadas nos eventos do Rotary. Na década seguinte, Eugenia Hamann, esposa de um associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro e muito ligada à assistência social e ao feminismo, teve publicadas em Rotary Brasileiro, como nossa revista então se chamava, duas contundentes cartas abertas nas quais questiona a exclusão das mulheres. É justamente no final dos anos 1930 que surge na cidade paulista de Bauru a primeira Associação de Senhoras de Rotarianos, uma iniciativa exclusivamente brasileira. Elas começavam a se organizar para ter mais poder de ação, mas ainda levaria tempo até que tivessem voz ativa no Rotary. A disputa continuaria pelas décadas seguintes. Em 1978, depois de admitir três mulheres, o Rotary Club de Duarte, nos Estados Unidos, foi suspenso pelo Rotary International. O imbróglio chegou à Justiça e, em 1987, por unanimidade a Suprema Corte americana decidiu a favor da admissão das mulheres. Com isso, no Conselho de Legislação de 1989, a palavra homem foi eliminada dos documentos estatutários da organização. Primeira mulher a se associar ao Rotary na América Latina, Emma Hildinger nos relembrou sua história na edição de agosto de 2017. Nas próximas páginas, por meio de relatos tecidos a partir de entrevistas, você conhecerá a trajetória e o pensamento de outras quatro mulheres que, de formas diversas, vêm desempenhando algum tipo de pioneirismo no Rotary.
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Uma das PIONEIRAS No PRIMEIRO CLUBE
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ou uma das primeiras que ainda está aqui. Nós éramos três. Éramos da Associação Comercial do Rio de Janeiro e nossos padrinhos fizeram muita questão de que viéssemos para o Rotary. Sabíamos que eles queriam que entrássemos para o clube, e deu certo. O número de mulheres foi aumentando, mas a porcentagem é muito pequena. Acho que, no momento, são relativamente poucas. Era tão formal. Por exemplo, havia a panóplia com todas as bandeiras, porque a reunião ocorria em um lugar mais amplo do que hoje. A Bandeira Nacional tinha de ser içada e depois tinha de descer, e aquele mecanismo toda hora enguiçava. Era um nervosismo danado, a gente rezando para funcionar. Havia mais gente no clube. Decidi entrar para o Rotar y por causa desses nossos padrinhos. Nós estávamos juntos na Associação Comercial, eles nos convidaram e eram muito chegados,
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queriam que a gente fosse. Acho que essa foi a razão, porque sabíamos que chegaríamos a um lugar onde seríamos bem recebidas, chamadas por pessoas que conhecíamos e que sabíamos serem ótimas. Nos Estados Unidos, as mulheres haviam ido à Justiça pelos direitos iguais e conseguiram serem aceitas no Rotary, mas mesmo na Europa havia países que não aceitavam, não tinha jeito. Porque os homens, quando estão entre si, se comportam de forma diferente. Se houver uma mulher no meio, eles já não podem se expressar como querem ou como imaginavam. De qualquer forma, dizem que as mulheres deram um empurrão para frente, porque, quando a mulher assume alguma coisa, ela realmente vai em frente. Acho que essa é a qualidade da mulher. Já que ela trabalha como profissional e em casa, são vidas diferentes que consegue conciliar, e acho que isso é interessante, porque elas desempenham aquilo que lhe pedem e vão bem. Não entrei para o Rotary pensando em ser presidente do clube. Aliás, uma das pessoas logo me perguntou: “Como é, você está entrando para o Rotary para ser presidente?”. Eu disse a ele: “Não, senhor. O senhor não me conhece, está muito enganado comigo. Vou porque acho interessante e gosto de estar com pessoas”. Muitas vezes, nós fomos às comunidades, você tem contato com outras pessoas e é muito bom. Meu marido foi político e, nesse ponto, tive na vida essa oportunidade de falar com pessoas que eu não conhecia, o que acho maravilhoso. São coisas da vida. Isso de falar com as pessoas me vem naturalmente. Sempre lidei com muita gente. Primeiro: tenho seis filhos. Segundo: quando meu marido morreu, assumi a fábrica. É interessante, porque você tem uma vivência. No clube, fiz companheirismo,
protocolo, fui vice-presidente. Ali eu aprendi muita coisa. É lógico que, se há uma maioria de homens, quem vai ser eleito será um homem. Entretanto, já houve mulheres eleitas, inclusive governadoras, e se deram muito bem, foi tudo direitinho. Uma delas é a Adelia Antonieta Villas, da Ilha do Governador. A Alice Cavaliere Lorentz [associada ao Rotary Club do Rio de Janeiro] também foi uma grande governadora. Ela é uma heroína, tenho muita admiração por ela. Sempre é uma presença importante, é uma grande mulher. A Christa Bohnhof-Grühn, que foi presidente do nosso clube, também. Eu ia com ela a todos os cantos, porque ela me levava e fez muitos projetos. Ela gostava muito de ir às comunidades
para os projetos e ficava muito feliz quando as coisas davam certo. A gente via a alegria das pessoas, das crianças, e tudo isso é muito bom. Às vezes, com pouquinho, ajuda. Tive experiências muito bonitas, muito boas. Acho que as pessoas simples transmitem uma sabedoria que muita gente não tem. A Christa e o marido precisaram voltar para Hamburgo, na Alemanha, de onde são originários, mas ela continua observando e ajudando aqui. Tem a Dulce Grunewald Lopes de Oliveira, que foi presidente do Rotary Club do Rio de Janeiro-Benfica e veio para o nosso clube. Ela é muito ativa, uma pessoa que ajuda. Por exemplo, se alguém vai ser presidente, a Dulcinha convida, recebe na casa dela e ajuda
muito. Ela e o marido muitas vezes também representam o presidente do Rotary International, recebem visitas estrangeiras, o que não deixa de ser algo muito complicado, porque eles têm de levar de carro, dão presentes. O Rotary é um lugar bom. É um lugar de se estar feliz e é diversificado, isso é o interessante. Temos opiniões diferentes e acho muito proveitosa essa mistura. O que mais mudou nesses anos todos, com certeza, foi ter se tornado mais informal, mas são os tempos, está tudo muito informal. Brigitte Barreto foi uma das três primeiras associadas ao Rotary Club do Rio de Janeiro, RJ (distrito 4571), em setembro de 1989, e é assídua às reuniões
Primeira governadora de distrito brasileira
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esde a admissão do meu marido, associado fundador do Rotary Club do Rio de Janeiro Galeão, em fevereiro de 1980, acompanhei todas as ações e serviços daquele clube, trabalhando com ele e seus companheiros e lendo todas as publicações, para melhor entender a instituição. Até a admissão da mulher como associada, foram anos de parceria das esposas com seus maridos rotarianos. Trabalhávamos muito e, como reconhecimento, recebíamos um distintivo que representava o esforço despendido: a figura de uma abelha ornada com pedras. A prática protocolar era de que somente rotarianos ou os palestrantes tinham acesso à tribuna, de tal modo que, se tínhamos uma ideia, um projeto a propor, era sempre através da voz do marido. Votar nem pensar. Isso fez toda a diferença na hora de aceitar o convite para me juntar a outros profissionais na criação de um clube misto. Minha admissão se deu com a fundação do Rotary Club do Rio de JaneiroGuanabara, em junho de 1991. Por essa época, o clube pioneiro do Brasil, Rotary Club do Rio de Janeiro, já havia recebido quatro associadas. No entanto,
ainda havia enorme resistência e o tema da admissão de mulheres profissionais não constava na pauta da maioria dos clubes. Diante da relutância encontrada, o governador distrital Yutaka Okumura decidiu fundar um clube misto, e entrei nesse grupo. Para fazer parte de um Rotary Club, era necessário o profissional trabalhar ou residir no território do clube. Muitas mulheres exerciam liderança profissional na nossa comunidade e não foi difícil encontrar 18 delas para se associarem. Formamos um grupo de 28 fundadores no total. Após a incorporação do Rotary Club do Rio de Janeiro Galeão, nosso padrinho, foi formado o Rotary Club do Rio de Janeiro Guanabara Galeão, em julho de 2011. Somos 31 associados, sendo 15 mulheres. Pessoalmente, enfrentei o desafio de convencer meu marido de que, apesar de ser rotariana, não deixaria de ajudar e apoiar as ações do clube padrinho. Trabalhei dobrado. As esposas contribuíam para a Casa da Amizade do Rio de Janeiro, assim como as novas associadas. Colaborei duplamente com essa instituição durante anos, como esposa e como rotariana.
Coletivamente, um desafio foi tentar parcerias com os dois clubes locais em projetos que beneficiassem as mesmas comunidades, porque dividíamos o mesmo território, e isso era algo inédito. Cada clube queria ser conhecido como idealizador e executor dos projetos. Parceria era então impensável. Como novos rotarianos, fomos atrás de necessidades que ainda não haviam sido atendidas. Começamos com uma comunidade que residia em palafitas, totalmente abandonada pelo poder público, na Ilha do Governador, e optamos pelo projeto de vacinar contra a pólio as crianças dali. Após treinar os associados, conseguimos criar um posto de vacinação e chegamos a imunizar mais de 300 crianças no primeiro ano, desafio esse que nos encheu de satisfação. Ao ser eleita governadora, ouvi de muitos rotarianos e de alguns governadores que haviam lutado por anos pela entrada da mulher no Rotary. Por coincidência ou não, não eram os meus mentores no Rotary. Lia muito e não reconhecia oficialmente nenhum crédito verdadeiro nessas afirmações. A verdade sobre uma mulher chegar a ter o direito Rotary Brasil
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CAPA de ocupar esse honroso cargo é baseada em uma longa história na qual muitos deles não se incluíam. A liderança no Rotary não é gratuita, é resultado de muito serviço. Não me sentia devedora aos que assim se manifestavam. Um ano depois de o direito de acesso da mulher ao Rotary ter sido oficialmente reconhecido, a estatística apontava 20.200 rotarianas. Em 12 meses, 808 clubes haviam sido acrescentados, se considerarmos que, à época, um clube deveria ter 25 associados. No entanto, avaliar o impacto na instituição apenas por essa estatística é desmerecer o papel renovador causado pelas presenças femininas nos clubes e no Rotary como um todo. Ao ser dado à mulher o direito de participar em iguais condições às do homem, as características femininas afloram em benefício de todos. Os direitos ao salário, ao voto e à educação foram conquistados pelos movimentos femininos desde 1850. Na população do Brasil, a mulher está em maior número: há mais eleitoras do que eleitores; nas universidades, em cursos de graduação e pós-graduação, a mulher ocupa estatística acima da média. No mercado de trabalho, também desempenha papel significativo. Foram necessários 84 anos para que essa presença positiva – e mesmo fundamental – confirmasse as palavras de Paul
Harris: “O Rotary deve ser evolucionário todo o tempo, e revolucionário às vezes”. O que se aplica, historicamente, a esta conquista: 84 anos apenas como “homens de negócios”, os últimos 30 anos, como “pessoas de negócios”. Após três décadas, a estatística segundo a qual 1/5 dos clubes brasileiros ainda não aceitam mulheres em seu quadro associativo assusta. A história parou no tempo em 1989 para eles? É difícil crer que esses clubes sejam melhores do que os mistos, que não possam prestar melhores serviços por causa da mulher, ou, ainda, que não existam boas profissionais em seu território de ação. Quando é dada à mulher a oportunidade de participar, e essa participação vem ao encontro de seus ideais, de seus sonhos, ela não foge. Ela aceita e assume de forma integral. Sempre foi assim na história da evolução da humanidade. É o lado feminino de ser. Ser mãe, esposa, avó, parceira, amiga, cidadã, profissional e, por todas essas características, ser líder, aceitando os desafios exigidos em cada um desses papéis. Nesses 30 anos, as rotarianas já alçaram ser eleitas governadoras (80, apenas no Brasil), integrantes do Conselho Diretor do Rotary International, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária, tesoureira, vice-presidente e outros cargos no Conselho Diretor do
Rotary International. Quanto a ocupar a presidência, é questão de tempo. Se isso será importante? Sim, mas não será apenas por essa razão, necessariamente, que o Rotary crescerá ou fará mais bem à humanidade. O curso da história é que apontará essa liderança. Vejo a presença de uma mulher na presidência como uma melhoria na imagem do Rotary para o mundo. Mostrará que a diversidade na instituição é um fato, um dos valores, não apenas uma teoria. As mulheres esperam do Rotary a chance de, cada vez mais, serem aceitas como associadas, tendo a oportunidade de exercer seus papéis de cidadãs, de voluntárias, em prol do que o Rotary preconiza. Já ouvi, e ouço muito, que o Rotary vai acabar. Pitonisas que só não dizem quando nem por quê. A essas pessoas, respondo sempre: leiam a nossa história e vejam o que a presença dos rotarianos já realizou e realiza. Somos um modelo de associação de voluntários que trabalham local e internacionalmente. O Rotary sempre terá futuro enquanto houver um ser humano necessitado e um voluntário rotariano com boa vontade para ajudar. Adelia Antonieta Villas é governadora 1998-99 do distrito 4570 (atual 4571) e associada ao Rotary Club do Rio de Janeiro Guanabara Galeão, RJ
Idealizadora do livro das governadoras
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onheci o Rotary aos 14 anos de idade e nem se falava da inserção da mulher. Não tenho dúvida de que a presença delas trouxe mais energia, criatividade, diferentes visões, graça e vitalidade aos clubes. Isso porque as ações por elas desenvolvidas nos projetos assistenciais vieram junto e fortaleceram os rotarianos e os clubes para que empreendessem mais nos projetos humanitários. Fui bem acolhida. O fato de ter exercido a presidência da Casa da Amizade, ter participado dos projetos da Fundação Rotária junto com meu esposo rotariano
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e conhecer os rotarianos do clube contribuiu para uma inserção sem desafios. Tanto que entrei em 2000, assumi a presidência do clube em 2002 e em 2006 fui indicada pelo clube para ser governadora. Ter sido a primeira governadora do meu distrito não foi tão difícil quanto desafiador, pelo tamanho do distrito e pelo desafio do redistritamento. Vencendo os obstáculos das estradas, barcos e semanas fora de casa, fui bem recebida pelos 53 clubes. Para superar o redistritamento, sensibilizei os rotarianos, refletindo sobre os valores do espírito de servir de
cada um para o crescimento do quadro associativo, e tivemos a maior expansão do Rotary em 2007-08. Trouxemos, pela primeira vez, o Troféu Paulo Viriato para o distrito 4720. O desafio tornou-se um aprendizado prazeroso e cheio de gratidão. A prestação de serviços é o laço que nos une e distingue o Rotary. O papel da mulher na instituição é somar esforços com os demais rotarianos, rotaractianos e interactianos na busca da paz e do servir. É fortalecer a diversidade, tornar as ações mais colaborativas e engajadas,
ampliar a capacidade de compreensão das necessidades da sociedade. Vivemos em um mundo de mudanças e se faz necessário trabalhar com os rotarianos e clubes que ainda resistem à presença do sexo feminino. É preciso refletir com eles que a diversidade, tanto no mundo empresarial como nas organizações, não é apenas uma questão de igualdade de oportunidades e justiça social. Políticas de incentivo voltadas para mulheres e outras minorias têm mais “eficácia inovadora”. Para atrair mulheres ao Rotary é necessário ter nos clubes projetos voltados às necessidades da sociedade, reuniões interessantes e mais flexibilidade. Para inspirá-las e motivá-las, precisamos enfatizar que somos uma força do bem local e internacionalmente, que somos da paz e pela paz, cultivamos o companheirismo e a honestidade e temos como missão o Dar de Si Antes de Pensar em Si. O Rotary mudou com a inserção da figura feminina. Ao modificar a atitude, passa a reconhecer que a equidade de gênero é um caminho sem volta. É preciso ainda um trabalho pela mudança de cultura, para estruturar iniciativas que garantam a representatividade da mulher em todos os clubes e cargos de liderança. É preciso neutralizar os vieses inconscientes de competitividade e egos dentro do Rotary. A busca pela diversidade e inclusão nas empresas não é apenas a coisa certa a se fazer de um ponto de vista ético, mas é também uma estratégia inteligente do ponto de vista econômico. O Rotary está mudando. Cada vez mais se valoriza um ambiente mais feminino, com mais abertura e acolhimento. No entanto, ainda temos mais alguns anos para ver uma mulher assumir a presidência do Rotary International. Isso seria de fundamental importância para a instituição, pois mostrará que o Rotary está aberto à diversidade e reconhece o potencial da liderança feminina, além do inevitável retorno de imagem e reputação.
As políticas de diversidade são uma tendência mundial. O Rotary levou 84 anos para inserir a mulher em seu quadro, com isso perdeu muito tempo e hoje busca recuperar. Recentemente, li o livro Broad Influence: How Women Are Changing the Way America Works (Influência ampla: como as mulheres estão mudando a maneira como a América funciona, em tradução livre), de Jay Newton-Small. Ele cita que, quando as mulheres alcançam uma massa crítica entre 20% a 30% em qualquer instituição, elas mudam a maneira como a instituição funciona. Nós, mulheres, certamente alcançamos essa marca no Rotary. Será isso verdade? Acreditamos que sim, quando hoje os homens admitem que as companheiras trazem novos ares aos clubes, enchendo-os de alegria e criatividade. Quanto às oportunidades, elas existem. Cabe às mulheres estarem preparadas para os desafios. O livro Conversando com as governadoras do Rotary no Brasil é um exemplo. Ele destaca a experiência de 70 mulheres talentosas no Rotary. A inspiração para escrevê-lo surgiu na 109ª Convenção do Rotary International em Toronto, Canadá, em 2018, enquanto ouvia a conferencista Laura Bush, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, registrar suas experiências e desafiar os rotarianos a ampliarem o compromisso de fazer o bem ao mundo. Foi quando me perguntei: “Por que não registrar as experiências das governadoras do Rotary no Brasil?”. Retornei ao
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CAPA país com o coração e a cabeça a mil. Por meio de uma carta, apresentei a proposta às governadoras, refletindo que a obra poderia ser lançada este ano, quando são celebrados os 30 anos da inserção da mulher no Rotary. Estive envolvida em todas as etapas do processo. Foram 12 meses de intenso trabalho no sensibilizar as companheiras a responderem a entrevista, na busca da melhor foto, no contatar o diretor e o presidente do Rotary International, no buscar gráfica e parceiros. Foi uma experiência muito rica. A cada entrevista que recebia e lia, mais me inspirava e me sentia motivada a persistir no projeto. Como estou orgulhosa de ter criado a oportunidade de as governadoras contarem suas histórias em suas próprias vozes. A ativista Marian Wright Edelman diz: “Você não pode ser o que não vê”. Visibilidade é uma das mais poderosas ferramentas que temos para inspirar pessoas a perseguirem seus sonhos e educá-las sobre as opções fantásticas que existem no mundo. Meu objetivo com
esse livro é dar visibilidade às experiências de liderança vividas pelas governadoras do Rotary no Brasil. É oferecer às mulheres a oportunidade de, ao abrir as páginas, se verem refletidas e continuarem a busca por posições de liderança. A melhor parte no contato com as governadoras foi ter fortalecido minhas convicções de que arriscar e defender o que eu acredito é possível, e me deu mais confiança e orgulho. Conhecer as governadoras do Rotary no Brasil e suas experiências nas diferentes regiões foi gratificante, enriquecedor e desafiador. Aprendi que não importa a região, os desafios vividos pela mulher à frente de uma gestão são os mesmos. Aprendi que as histórias de cada governadora são ímpares, mas as mensagens são universais. Vera Canto Bertagnoli é governadora 2007-08 do distrito 4720, coordenadora da Imagem Pública para a zona 22B no período 2014-17 e presidente do Rotary Club de Belém-Norte, PA
Única presidente em um clube misto quase cinquentenário
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oi por meio de um convite do presidente do Rotary Club de Goioerê na época que conheci o Rotary. Eu já havia sido convidada outras vezes, em outros clubes de outras cidades pelas quais passei, mas relutei em aceitar. Até que resolvi: “Vou lá para conhecer”. Ingressei em 2005, na comemoração do centenário do Rotary. Hoje somos cinco mulheres e 29 homens. O que me levou a me associar foi a possibilidade de trabalhar pela comunidade e pelas pessoas menos favorecidas sem que fosse só o meu trabalho particular. Percebi que no Rotary poderíamos unir forças e conseguir fazer mais e melhor pelas pessoas. O alcance dos projetos é muito maior do que a vontade de uma única pessoa querendo ajudar. Foi o caminho que encontrei para auxiliar quem precisa. Em 2012-13, me tornei a primeira
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mulher a presidir meu clube. A experiência foi desafiadora. Liderar um grupo de líderes é sempre árduo, e liderar um grupo de líderes em sua grande maioria do sexo masculino, ainda mais. Claro que fui incentivada por companheiros a assumir a presidência, por isso aceitei. No entanto, quando assumi, percebi que cada um reagia de um jeito. Alguns encorajando e se prontificando a auxiliar em tudo o que fosse necessário, outros agindo com naturalidade. Entretanto, eu percebia em alguns olhares um questionamento, como se perguntassem: “Será que vai dar certo? Será que vai dar conta?”. Eu sentia isso. Já ocupei também os cargos de presidente das comissões de Imagem Pública, Desenvolvimento do Quadro Associativo e Serviços Humanitários. Até agora, fui a única mulher presi-
dente do clube. Acredito que algumas querem fazer parte, mas não desejam assumir a presidência por falta de envolvimento próprio. Algumas justificam faltar tempo, por terem, além de trabalhar fora, de cuidar da família, e esse é um ponto importante, pois se não houver apoio do marido ou da família, de fato, fica complicado. Outras talvez tenham receio de se sentirem avaliadas. Há boas oportunidades para as mulheres no Rotary. Na verdade, penso que as oportunidades somos nós que fazemos. Se você acredita em um projeto, conhece-o a fundo ou tem vontade de conhecê-lo, faz as oportunidades surgirem. Depende de nós mostrarmos a vontade de trabalhar e fazer a diferença. A respeito do que as mulheres esperam do Rotary, posso falar por mim. Espero que continue sendo essa importante ferramenta de transformação do mundo, modificando desde a comunidade em que vivemos até aquelas que estão em lugares aonde nós, sozinhos, não conseguiríamos chegar. Espero que continue tendo em seus quadros líderes de conduta ilibada, sem interesses particulares, políticos ou comerciais ao ingressar no clube. Espero que seja sempre esta rede global de líderes que procuram maneiras de fazer um mundo melhor. Prefiro não separar os papéis do homem e da mulher no Rotary, pois, quando separamos, dividimos. Acredito no papel de todos, e nós, como mulheres, devemos unir forças para que tenhamos mais braços para trabalhar, mais cabeças para pensar e mais força para continuar fazendo o nosso papel como rotarianos e rotarianas, transformando o mundo. Espero que nossa instituição seja o reflexo da nossa participação no mercado de trabalho. Ocupamos tantos cargos de liderança fora do Rotary, então é hora de as mulheres assumirem o papel de liderança como de fato já o fazem no mercado. Nós, mulheres, precisamos estar disponíveis para ocupar esses cargos no Rotary. Para quem tem vontade de ajudar e se envolver em trabalho voluntário, o Rotary é um excelente caminho. Tem de acontecer um despertar para esse envolvimento mais profundo.
Acredito que precisamos ser mais inspiradoras para atrair mais mulheres para a instituição. Às vezes, me questiono: “Será que estou fazendo bem o meu papel a ponto de despertar em outras mulheres a vontade de serem rotarianas?”. Entretanto, não é só isso. Para atraí-las, penso que precisamos fazer um trabalho conjunto de todos os rotarianos convidarem, envolverem e acolherem mulheres para a instituição. Precisamos tocar na alma. Depois que elas aceitarem o convite, precisamos mostrar que, de fato, juntos podemos transformar o mundo, começando pela mudança local, pela transformação na vida das pessoas que estão próximas de nós, aguardando para serem ajudadas. As mulheres não podem ocupar simplesmente um papel figurativo, ser mais um número. Nós gostamos de desafios. Assim, quanto mais envolvidas as mulheres estiverem nos trabalhos do Rotary, mais motivam e inspiram. Quanto mais trabalho, mais unidos e fortes ficamos. Se não envolvermos as mulheres nas comissões, elas podem não se sentir parte do clube e, aos poucos, vão se afastando. Uma mulher presidindo o Rotary International é quase inimaginável! No entanto, assim como na política ou em grandes empresas, quando vemos uma mulher ocupar um cargo tão importante, isso nos faz acreditar que todas nós, se quisermos, também podemos. Basta começar, aprender e se dedicar. Seria muito inspirador. Elisangela Gloor é presidente 2012-13 do Rotary Club de Goioerê, PR (distrito 4630)
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CAPA
Uma mulher à frente do tempo
“S
ou fã desta mulher”, faz questão de registrar Ana Paula Vosne Martins, professora do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná. A mulher em questão é Eugenia Dutra Hamann, em quem ela esbarrou ao pesquisar o protagonismo feminino de elite na filantropia e na assistência social. Nascida na cidade mineira de São João Nepomuceno em 1881, Eugenia foi, nas palavras de Ana Paula, “uma mulher muito inteligente, autodidata, pois não frequentou formalmente escolas nem fez um curso universitário, mas teve uma educação literária muito bem orientada pela mãe”. Em 1900, Eugenia se casou com Christiano Otto Heyn Hamann. O casal logo se mudou para o Rio de Janeiro, onde fundou o Serviço de Obras Socias em 1934. Naquele ano, Christiano já era associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro e Eugenia, que escrevia para a imprensa carioca artigos em defesa dos direitos das mulheres, teve uma carta
Palavras a Paul Harris Eugenia Dutra Hamann
“N
Por quê?
ão sei se o fato de ser casada com rotariano dá-me o direito de intromissão e de comentários sobre rotarismo. Mas, que importa? Com direito ou sem ele, aqui estou dirigindo estas palavras a Paul Harris, esse espírito altruísta, que idealizou e transformou em realidade a interessante instituição que é realmente o Rotary. E, por certo, Paul Harris me compreenderá e me desculpará. Escrevendo estas linhas, anima-me, apenas, a curiosidade de saber se foi pensadamente ou por lapso que o fundador do Rotary dele excluiu as mulheres quando concebeu as linhas principais da sua lei básica. A insistência com que se determina o sexo dos sócios admissíveis ao clube faz-
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aberta a Paul Harris publicada na edição de fevereiro de Rotary Brasileiro, nome da nossa revista à época. No texto, que havia sido transcrito da Revista da Associação Cristã Feminina e lido em plenário no almoço de aniversário do clube, a autora é assertiva ao questionar o fundador do Rotary acerca da ausência feminina na instituição, em atitude pouco comum para a época entre as mulheres de sua classe social. “Havia um código de respeitabilidade muito restrito para as mulheres que estabelecia regras sobre vestuário, comportamentos, modos de expressão em público e na forma de escrever, ainda mais quando essa escrita se tornava pública”, explica a pesquisadora. A carta suscitou uma réplica de um rotariano, publicada em abril, e uma tréplica de Eugenia, que encerrou o debate com resposta publicada em junho daquele ano. Eugenia morreu no Rio, em 1969, duas décadas antes de as mulheres serem aceitas no Rotary como associadas.
me supor que foi proposital a exclusão da mulher. Permitam-me os rotarianos que me manifeste. Dentro do espírito rotário se me afigura incoerente e ilógica essa exclusão que destoa mesmo dos próprios preceitos de solidariedade humana visados e tão exaltados pelo Rotary. Destoa até da linda legenda rotária. Se Paul Harris agiu de caso pensado, como parece, ficaria agradecida se ele quisesse explicar a razão que o levou ao exclusivismo referido. E essa restrição se torna para mim ainda mais chocante, porquanto me habituei a ver nos Estados Unidos o país ideal para a vida feminina, onde a mulher é respeitada em todos os seus aspectos pessoais e sociais e onde se lhe reconhece capacidade e direitos como em bem poucos países.
Bruno Silveira
O mundo não se fez e nem se eternizará sem a colaboração da mulher. O próprio lendário paraíso dela não prescindiu. Adão não pôde passar sem Eva. Como, pois, admitir-se, na nossa época, uma instituição altruística, de ideologia, de ação coletiva para apurar cada vez mais a obra humana, quiçá, a própria humanidade, dela eliminando-se uma das suas partes componentes?! Não é a mulher a colaboradora constante e eficaz do homem desde os primórdios da vida? Não é nela que ele encontra sempre o melhor ‘camarada’, que não falha nunca e constantemente disposta a Dar de Si Antes de Pensar em Si? A mulher está perfeitamente aparelhada para cooperar com o sexo oposto no desenvolvimento de qualquer empreendimento, sobretudo em uma organização social do gênero da do Rotary. É certo que o seu contingente de colaboração, devido à prepotência cruel com que lhe atrofiaram as iniciativas durante séculos, impelindo-a para as futilidades e negando-lhe até instrução, seria muito menor do que pode apresentar o sexo masculino. Isto, porém, não deve ser motivo para se lhe cerrarem as portas. Uma só mulher que possuísse re-
quisitos para ser escolhida não deveria encontrar barreiras na sua frente. A exclusão teria sido por julgar Paul Harris que a mulher é intelectualmente inferior ao homem? Não creio. Ele sabe que existem mulheres que superam homens não só em inteligência, como também em cultura, energia e, algumas vezes, até em capacidade física. Se pretendesse citar nominalmente as mulheres notáveis, aptas para qualquer função ou posição, já não digo do mundo, mas somente dos Estados Unidos, bem longa se tornaria a lista. Nem a diversidade de profissões poderá ser alegada. Inúmeras são hoje as mulheres que ocupam cargos perfeitamente idênticos aos dos homens, quer nas ciências, quer nas artes, nas letras, na indústria, comércio, diplomacia, política etc. E sendo o Rotary uma instituição selecionadora e de expoentes, poderia fazer a escolha paralelamente, entre homens e mulheres. Aquela ou aquele que se revelasse mais digno e nas condições exigidas deveria ser o escolhido. Se no cotejo com os concor-
rentes fosse ela classificada menos apta, é claro que não deveria ser admitida. Mas, excluí-la sem julgamento, sem exame, passar-lhe pura e simplesmente, a priori, atestado de inapta parece-me injustiça cruel que não se coaduna com a delicadeza dos ideais rotários. Por que seria, pois, que Paul Harris não admitiu as mulheres como sócias da sua primorosa agremiação? É possível que o tenha feito intencionalmente, de caso meditado. Bom psicólogo, quem sabe se ele não anteviu que, no momento de se pronunciarem os rotarianos sobre a admissão de uma mulher para o clube e não preenchendo ela as exigências estatutárias, os ‘homens’ se deixassem dominar e mover pela proverbial gentileza do seu sexo e sacrificassem a justiça ao cavalheirismo e ao galanteio? O que é fato, entretanto, é que para as mulheres não é nada lisonjeiro só poderem comparecer ao Rotary nos dias festivos – como objetos de adorno, como flores que embelezam o ambiente e que, terminada a festa, são atiradas fora por se terem tornado inúteis.”
Acesse o acervo digital da Rotary Brasil em revistarotarybrasil.com.br/acervo para ler a íntegra das três cartas abertas. Os links diretos para as edições mencionadas são: l https://bit.ly/3433CXY l https://bit.ly/2O2wYzX l https://bit.ly/2qsuH8m Sergio Afonso
Trajetórias reunidas em livro
Desde 1998-99, o Rotary já elegeu 80 mulheres para estarem à frente de distritos em nosso país. O livro Conversando com as governadoras do Rotary no Brasil, lançado em setembro, no 42º Instituto Rotary do Brasil em Brasília, reúne a vivência da maioria dessas lideranças femininas. “Para refletir, compartilhar e registrar as experiências vividas como governadoras. Mas também para celebrar, em 2019, os 30 anos da inserção da mulher no Rotary”, escreve na introdução a governadora 2007-08 do distrito 4720, Vera Canto Bertagnoli, idealizadora e autora do livro, que também resgata a história do ingresso das mulheres na organização. Ela elaborou as perguntas e esteve pessoalmente envolvida em todas as entrevistas. A renda obtida com a venda dos exemplares será destinada à Fundação Rotária. O livro custa 80 reais e interessados podem escrever para governadoras@gmail.com. Na foto, Vera (ao centro), com Gay Maloney e ex, atuais e futuras governadoras em Brasília. Rotary Brasil
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PERGUNTA DO MÊS
QUE AVALIAÇÃO VOCÊ FAZ DOS 30 ANOS DA MULHER NO ROTARY? Já planejando a reportagem de capa deste mês, lançamos a pergunta acima na edição de novembro, em nossa página no Facebook e também no perfil da revista no Instagram. Veja a seguir algumas das respostas que recebemos. “A presença feminina enriquece ainda mais os clubes. Mulheres são fundamentais em qualquer área da sociedade.” Luzia Conehero, de Presidente Venceslau, SP “Oportunidade de somar, trabalhando voluntariamente por um mundo melhor, com mais igualdade. Somos fortes, bravas guerreiras e fazemos a diferença. Muito orgulho de fazer parte desta instituição!” Alice Neri, presidente 2017-18 e 201920 do Rotary Club de Rio Paranaíba, MG (distrito 4760) “Trinta anos depois da entrada das mulheres, está na hora de termos uma presidente do Rotary International. A chegada das mulheres trouxe para a instituição novos ares, novas maneiras de ver a sociedade, novas forças para a atuação junto às comunidades. Parabéns, mulheres rotarianas!” Jane Alice Machado, do Rotary Club de Porto Alegre-Bom Fim, RS (distrito 4680) “As mulheres chegaram aos clubes do Rotary com objetivo de agregar valores e mostrar que são capazes de realizar diferentes atividades. Lutamos pela nossa inclusão na sociedade e nossos principais objetivos são nos desenvolver pessoal e profissionalmente e realizar atividades voltadas para as carências de nossas comunidades. Somos fortes, independentes e determinadas. Tenho muito orgulho de estar no Rotary e poder mostrar meu potencial de trabalho e força de vontade em fazer a diferença.” Simone Vitalina de Souza, do Rotary Club de Taquari, RS (distrito 4680)
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Ilustrções: iStockphoto
“Foi um grande avanço, mas ainda não suficiente para criarmos a representatividade da mulher na sociedade. O Rotary é um clube de serviços que deve refletir a sociedade. Está na hora de praticarmos a diversidade!” Maria Elvira Sogayar Scapol, do Rotary Club de Botucatu-Bons Ares, SP (distrito 4621) “Apesar de essencial e de termos avançado muito, acredito que nosso objetivo seja alcançar o patamar há muito conseguido pelo Interact e pelo Rotaract, onde essa discussão e esse debate sequer existem.” Lucas Coelho, do Rotary Club de São Manuel-Paraíso, SP (distrito 4621)
“Ainda há muita coisa a ser conquistada. Existem muitos clubes que ainda não aceitam mulheres.” Maria Isabel Lini, do Rotary Club de Lençóis Paulista-Cidade do Livro, SP (distrito 4621) “A avaliação que faço é a possibilidade de termos uma presidente mulher do Rotary International. Será muito merecido e um excelente reconhecimento para as mulheres rotarianas.” Filipe Matos Monteiro de Castro, presidente da Comissão de Fundação Rotária do distrito 4751
“As mulheres tiveram que lutar, inclusive na Justiça, para poderem ser admitidas num clube de Rotary. Houve caso, inclusive, de o clube ser suspenso por ter admitido mulher. Desde a minha infância, a palavra Rotary existe em minha casa. Meu pai, Adonay Barbosa dos Santos, foi o primeiro governador acreano da região Norte e minha mãe, Valdiva de Castro Santos, a primeira presidente da Casa da Amizade no Acre. Hoje estou na presidência de um Rotary Club só de mulheres. Devemos lembrar e dar o devido valor aos que abriram caminho para estarmos hoje onde estamos, principalmente nós mulheres.” Kátia Castro, presidente 2019-20 do Rotary Club de Rio Branco-Galvez, AC (distrito 4720)
“Acho que deu o equilíbrio. Na contemporaneidade, as mulheres estão empoderadas e devem ocupar, sim, lugar de liderança!” Suely Rodrigues de Almeida, do Rotary Club de Cruz das Almas, BA (distrito 4391)
“Foram 33 anos na Casa da Amizade de Rio Branco. Sempre satisfeita por ser a esposa de um rotariano, mas via a necessidade de as mulheres entrarem para o Rotary. Que bom que temos clubes agora formados só por mulheres, e eu tenho o prazer de ver uma filha ser presidente de um desses clubes.” Valdiva de Castro, de Rio Branco, AC “Estou há pouco tempo no Rotary, mas não consigo imaginá-lo sem a força feminina.” Clésia Ribeiro, de Pelotas, RS “A entrada dela caminha a passos lentos por demais, embora elas já tenham provado que fazem a diferença.” Sandra Craveiro, do distrito 4510 “Esses 30 anos de mulheres no Rotary mostraram que nós podemos participar da construção de um mundo melhor. Que podemos e devemos fazer a diferença em nossa comunidade e no mundo. Que nós mulheres somos a conexão em nosso lar, em nossa sociedade e no mundo.” Michelle de Alencar Rosa, presidente 2019-20 do Rotary Club de ManhumirimAlto Jequitibá, MG (distrito 4521) “Ainda falta muito para ser o ideal. Há Rotary Clubs que ainda hoje não aceitam mulheres, LGBTs e afins. Os Rotary Clubs e seus programas devem representar proporcionalmente a diversidade demográfica de suas comunidades. Liderança não tem cor, gênero, raça nem orientação sexual. Os clubes que não perceberem isso estarão fadados a existirem apenas no passado.” Felipe Bento, representante distrital de Rotaract 2020-21 do distrito 4521 “Nosso clube é formado por mulheres e mostra, a cada dia, a importância dessas guerreiras em estar servindo ao próximo por meio do Rotary. O Rotary e as mulheres se completam nas realizações mais dinâmicas e motivadoras, que determinam sempre um objetivo, que é usar o seu tempo para servir ao próximo. E olha que tempo é difícil de administrar, mas as mulheres são sábias nesse aspecto também. Parabéns a todas as mulheres no Rotary!” Solange Negri Bermejo, do Rotary Club de AssisFraternal, SP (distrito 4510)
A PERGUNTA DO PRÓXIMO MÊS QUAL FOI O MAIOR DESAFIO QUE O SEU CLUBE ENFRENTOU NO PRIMEIRO SEMESTRE DO ANO 2019-20? Envie sua resposta
até o dia 10 de dezembro para o e-mail
jornalismo@revistarotarybrasil.com.br Selecionaremos algumas delas para publicar na edição de janeiro. Seu texto pode ter até 300 caracteres (com os espaços). Não esqueça de mencionar o nome do seu clube! ROTARY BRASIL
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ESTANTE
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jornalista, escritor e pesquisador Paulo Ramos Derengoski se propõe a traçar um amplo panorama da questão ambiental. Sem ser refém dos termos técnicos, o livro Meio ambiente: sua história, disponível pela Amazon, cobre os seguintes temas: movimento ecológico, poluição, tecnologia, produção de alimentos, fome, efeito estufa, fontes energéticas, robótica, mudanças climáticas e futuro da humanidade. O autor, associado ao Rotary Club de Lages, SC (distrito 4740), também se destaca por quatro obras sobre a Guerra do Contestado (1912-1916), um conflito pouco conhecido que se deu no Sul do país. Meio ambiente: sua história Como defender a natureza sem ser ecochato Paulo Ramos Derengoski Independente Contato: amazon.com.br
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ontos & pingos reúne crônicas e breves narrativas elaboradas a partir de histórias e impressões colhidas ao longo da vida do autor, o professor e advogado João Moacir Laufer Ferreira. O cenário que o inspirou foi o Alto da Serra do Botucaraí, no Rio Grande do Sul, onde está sua terra natal, Barros Cassal. Da sua imaginação surgiu o protagonista Tio Belarmino, um homem admirado pelo povo e capaz de encontrar solução para tudo. Consta ainda do livro uma resenha sobre a história do Rio Grande do Sul e dicas de oratória, especialidade do autor. Laufer é presidente do Rotary Club de Venâncio Aires, RS (distrito 4680).
nglês de fachada é, de fato, o que se propõe no título. A obra traz um glossário com mais de 500 palavras da língua inglesa estampadas em fachadas, além de termos da língua inglesa bastante populares. A intenção aqui é proporcionar uma forma interessante e criativa de aprender ou revisar o idioma universal. O livro, agora em edição ampliada, é a décima primeira obra de Jerry Mill, mestre em estudos de linguagem, membro-fundador da Academia Rondonopolitana de Letras e presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana. O autor é associado honorário ao Rotary Club de Rondonópolis, MT (distrito 4440).
Contos & pingos João Moacir Laufer Ferreira Independente Contato: caco.villanova@gmail.com
Inglês de fachada Jerry Mill Mega Gráfica Contato: jerrytmill@gmail.com
CLUBES INOVADORES
Felizes em muitos lugares: clube reúne associados na Itália e em outros países
Uma casa online no estrangeiro
Clube virtual aproveita internacionalidade de seus associados para realizar projeto de inserção profissional
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nicialmente idealizado como ponto de encontro físico e virtual para italianos que viajavam frequentemente ao exterior, o Rotary E-Club de Italy South 2100 agora reúne associados de várias nacionalidades. A experiência deles em outros países facilitou a formação de conexões que ajudaram o clube a lançar um projeto de colocação de profissionais no mercado, encaminhando jovens profissionais a postos de trabalho em diferentes lugares da Europa. Cerca de 25 associados em média (alguns acompanhados de amigos e familiares) comparecem às reuniões presenciais, enquanto os demais participam por meio da plataforma de videoconferência Zoom. As reuniões são animadas e dão àqueles que estão fora da Itália uma sensação de “estar em casa”. Giovanni Scognamiglio queria um Rotary Club com espírito internacional e coração familiar. Advogado especializado em direito internacional, então associado do Rotary Club
de Napoli Nord-Est, ele decidiu que um e-club poderia concretizar esse desejo. Sob a orientação de outro clube virtual (o Rotary E-Club One do Distrito 5450), Giovanni criou o Rotary E-Club de Italy South 2100 a partir da reunião de seus amigos e contatos profissionais na Itália e no exterior. “Apesar de o inglês não ser o idioma oficial do clube, é útil que os associados falem essa língua”, ele explica. “Se tivermos um convidado que só fale inglês, por exemplo, temos de ser capazes de incorporá-lo à reunião.” Claudio De Luca, consultor e empresário que trabalha em Hong Kong vários meses por ano, elogiou a ideia de Giovanni para encontrar esse nicho formado por líderes empresariais com vivência internacional e pessoas interessadas em assuntos mundiais. “Ao servir pessoas que estão longe de casa, nosso clube funciona como um repatriamento de competências e conhecimentos”, afirma. Vivendo em Jerusalém, o jornalista Nello Del Gatto concorda. “Eu queria
Rotary E-Club de Italy South 2100, Itália Ano de fundação: 2015 Número original de associados: 25 Número atual de associados: 46 manter alguma ligação com a minha cidade natal, mas por estar sempre viajando o clube virtual foi a solução perfeita para mim.” Em seu projeto de colocação de profissionais no mercado de trabalho (maior orgulho dos associados), o clube seleciona candidatos com menos de 28 anos, que poderiam perder oportunidades de desenvolvimento de carreira, e os conecta com empresas que oferecem estágios de três meses. “Garantimos aos contratantes que lhes enviaremos jovens engenheiros, economistas ou advogados capacitados”, afirma Giovanni Scognamiglio. O clube vê isso como uma forma de promover os valores do Rotary no mundo por meio desses jovens embaixadores. “Nosso conhecimento e nossa vida no exterior maximizam e melhoram as operações do nosso clube e a eficácia dos projetos que fazemos”, garante Nello Del Gatto. (Adaptado da reportagem de Brad Webber para a The Rotarian)
Seu clube também está inovando? Escreva para jornalismo@revistarotarybrasil.com.br e conte-nos essa experiência.
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Os integrantes da Família do Rotary são pessoas em ação e mostrar suas realizações em prol da comunidade, já finalizadas, é o nosso objetivo. Com isso, estamos alinhados à Comunicação Global e às ênfases do Rotary International e da Fundação Rotária. Para colaborar conosco, basta conferir as dicas abaixo:
É simples
o que é indispensável Envie sua mensagem com as seguintes informações: l Nome completo do seu Rotary Club – ou clube de Rotaract, Interact ou Casa da Amizade –, além do distrito ao qual ele pertence. l Breve relato da iniciativa já concluída, sem esquecer data e local de realização. l Nomes dos parceiros do projeto, caso eles existam. l Inclua um número de telefone (com DDD) para qualquer dúvida.
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sobre as fotos Imagens com qualidade fazem toda a diferença. Por isso, ao tirar uma foto: l Selecione a opção alta resolução da sua câmera. Fotos tremidas ou com pouca luminosidade não serão publicadas. l Também não aproveitamos montagens. l Dê preferência a retratar o projeto ou o resultado dele. l Envie arquivos de imagem sempre como anexo de e-mail. Não cole as fotos na página da mensagem ou do Word.
O que não publicamos l Imagens que, de acordo com nossa avaliação editorial, possam expor desnecessariamente menores de idade ou as pessoas beneficiadas pelas ações. l Posses em geral. l Visitas de governadores distritais e demais lideranças do Rotary. l Seminários, eventos de treinamento e conferências (exceto aqueles de alcance nacional ou internacional). l Palestras, celebrações e eventos restritos ao público interno dos clubes. l Textos literários, como, por exemplo, crônicas, poesias e trovas.
Prazo de publicação As notícias serão publicadas por ordem de chegada após um prazo mínimo de três meses por conta do volume de colaborações que recebemos diariamente.
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O que publicamos Ações em prol da comunidade que já tenham sido concluídas. Se o seu clube ou distrito ainda está desenvolvendo o projeto, aguarde a conclusão do mesmo. l Comemoração de aniversário de clube desde que haja ação em prol da comunidade incluída no evento. l Cerimônia de fundação de clube. l Fotos de marcos rotários se estes foram recentemente inaugurados ou reformados.
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Rotary em acao SUPLEMENTO
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O
o s associados ao Rotary Club de Piracicaba-Luiz de Queiroz, SP, com a ajuda dos integrantes do Interact Club de Piracicaba-Cidade Alta, venderam tíquetes para a campanha McDia Feliz em prol das pesquisas realizadas pelo Centro Infantil Boldrini, referência em tratamento do câncer pediátrico. Confira nas páginas a seguir, estas e outras ações que os diversos clubes da Família do Rotary promoveram pelo país.
Consolidação da paz e prevenção de conflitos
Prevenção e tratamento de doenças
Água, saneamento e higiene
Saúde maternoinfantil
Educação básica e alfabetização
Desenvolvimento econômico comunitário Rotary Brasil
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clubes e distritos
Considerados o coração do Rotary, os clubes são formados por pessoas dedicadas aos serviços comunitários e interligadas pelo companheirismo. Os Rotary Clubs estão agrupados geograficamente por distritos.
Festa de 50 anos com ação de serviço
Distrito 4391
Alagoas, Sergipe e Bahia Governador: Paulo Pereira da Silva
l Em agosto, o Rotary
Club de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, comemorou 50 anos com uma festa beneficente. A renda foi integralmente destinada à implantação de cinco leitos na unidade de terapia intensiva neonatal do Hospital e Maternidade Luiz Argolo, da Santa Casa de Misericórdia local, que no ano passado registrou 42 óbitos de recém-nascidos vivos. Cerca de 1.300 pessoas compraram ingressos para o show, produzido por 15 voluntários ao lado de outros 43 apoiadores. Durante os preparativos para o evento, a Câmara Municipal de Vereadores concedeu ao clube uma placa de Moção de Aplausos pelos serviços prestados à comunidade santoantoniense ao longo de sua história.
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Não deixe que ele fique de fora. Todos os meses queremos dar destaque aos 31 distritos brasileiros. Leia as nossas dicas ao leitor na página 48 e envie a sua notícia.
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Seu distrito faz parte deste show!
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Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4420 Rotary Club de Santos-Aparecida, SP – Realizou duas ações recentes em benefício da Creche PréEscola Santo Antônio. Na véspera do Dia das Crianças, os associados fizeram uma festa com entrega de brinquedos para 150 alunos, que têm idades entre um e cinco anos. Em outra ação, apoiada por um Subsídio Distrital, o clube doou dois lavatórios para a instituição.
Apoio a creche no primeiro projeto
Distrito 4420
Parte de São Paulo Governador: Adriano Valente
l Fundado em fevereiro de 2018, o Rotary
Club de São Paulo-Parelheiros, SP, realizou seu primeiro projeto de serviço em agosto deste ano. Em visita à Creche Hotelzinho da Tia Mônica, seus associados doaram panelas industriais, frigideiras, panela de pressão, caixas para mantimentos e alguns alimentos – tudo para facilitar o dia a dia da instituição. Operando nos horários de contrafluxo escolar, a creche cuida de aproximadamente 80 crianças, algumas delas com deficiência, e não possui convênio com o governo. Até receber essa ajuda do clube, a instituição não dispunha de cozinha industrial – e por isso era obrigada a fazer o preparo das refeições em muitas etapas para alimentar todas as crianças.
Rotary Club de Santos-Praia, SP – Mais uma vez, agora ao lado do Rotary Club de Santos-Gonzaga e do Rotary Club de Santos-Boqueirão, o clube santista apoiou o McDia Feliz, campanha realizada em prol de adolescentes e crianças com câncer. Em outra ocasião, realizou o Projeto Rumo, de orientação vocacional, numa escola pública. Foram entregues 100 kits aos alunos e professores com material escolar e informativos sobre doenças sexualmente transmissíveis. Rotary Club de Santos-Boqueirão, SP – Também celebrou o Dia das Crianças, proporcionando uma tarde com festa e pizza para os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Azevedo Junior. A ação teve as parcerias da Pizzaria Kokimbos e dos Sorvetes Kascão. Rotary Club de São Vicente-Antônio Emmerich, SP – Entregou itens do seu Banco de Cadeiras de Rodas e Andadores a moradores da comunidade México 70, em São Vicente.
Capriche no clique!
Seu clube concluiu um projeto que você gostaria de ver na Revista Rotary Brasil? Ter uma boa foto é importante! Não aproveitamos fotos tremidas e com pouca luminosidade. É fundamental que as imagens tenham foco. Evite fotos posadas, mostre o que aconteceu no projeto. Imagens que possam expor desnecessariamente menores de idade ou pessoas beneficiadas não são publicadas.
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clubes e distritos Distrito 4470
Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo e do Paraguai Governador: Antonio Eliseo Caballero Sena
Palestra para prevenir o suicídio
l Durante o Setembro Amarelo, o
Rotary Club de Rio Brilhante, MS, e sua Casa da Amizade promoveram uma palestra gratuita na Câmara Municipal sobre a prevenção ao suicídio. A apresentação foi conduzida pelo psicólogo e hipnoterapeuta Italys França, associado ao clube. Um dos objetivos da ação foi informar os participantes sobre as abordagens adequadas diante de pessoas que pensam em tirar a própria vida.
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4470 Rotary Club de Amambai, MS – Apoiado por empresas parceiras, em outubro o clube visitou um bairro na periferia da cidade para comemorar o Dia das Crianças. Mais de 300 meninos e meninas participaram da festa, que teve entrega de brinquedos, sorteio de duas bicicletas e palestra sobre higiene bucal – com entrega de kits contendo escova e pasta de dente.
Parceria com a Apae em Olímpia
l Para comprar este micro-ônibus, a Apae de Olímpia teve a parceria do Rotary Club de OlímpiaIntegração, SP. Parte dos recursos do clube aplicados na ação foi obtida com o evento Churrascão, realizado anualmente pelos rotarianos. O veículo está sendo utilizado para transportar os alunos.
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Distrito 4480
Parte de São Paulo Governador: Antonio Orlando Cavichia Filho
Rotary Club de DouradosGuaicurus, MS – Também comemorou o Dia das Crianças, realizando uma festa no clube com a ajuda de mulheres da comunidade. Mais de 100 crianças participaram de atividades lúdicas e ganharam almoço, bolo, doces e sorvete. www.revistarotarybrasil.com.br/4480 Rotary Club de General Salgado, SP – Recebeu da empresa Irmãos Gaspari Indústria de Cosméticos uma cadeira de banho, doada à comunidade.
Distrito 4490
Maranhão, Piauí e Ceará Governadora: Maria Vital da Rocha
Um dia feliz em Brejo dos Altos l Os meninos e meninas que vivem no Assentamento
Brejo dos Altos ganharam do Rotary Club de Bom Jesus, PI, uma festa pelo Dia das Crianças. Eles receberam brinquedos, compartilharam um lanche oferecido pelo clube e assistiram a um desenho animado de longa metragem num cinema improvisado na capela da comunidade. As famílias das crianças também participaram da comemoração.
Distrito 4500 Ryla em Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco escola técnica Governador: Avelino Queiroga Cavalcanti Neto
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l O Rotary
www.revistarotarybrasil.com.br/4490
Club de João Pessoa-Norte, PB, levou uma edição dos Prêmios Rotários de Liderança Juvenil (Ryla) à Escola Técnica Cidadã de Ensino Fundamental Maria do Carmo Miranda. O programa Ryla oferece a pessoas de 14 a 30 anos de idade oportunidades de desenvolver habilidades e aprender sobre os valores do Rotary de prestação de serviços, altos padrões éticos e promoção da paz. Quarenta e dois estudantes participaram das atividades.
Rotary Club de Caruaru, PE – Com o objetivo de preparar os alunos da Escola Estadual Nelson Barbalho para o Enem, o clube realizou o Aulão Rotary, com a participação de 90 estudantes que receberam apostilas com questões de geografia, história, física, química e biologia. O evento teve cobertura da TV Asa Branca, afiliada da Rede Globo. No dia 6 de outubro, em parceria com outros clubes da cidade, os associados realizaram uma festa pelo Dia das Crianças nas comunidades da Cagep e Rua da Lata. Rotary Club de Bom Conselho, PE – Visitou a Cadeia Pública Municipal para realizar testes rápidos de hepatite C, HIV e sífilis. Os resultados positivos e posteriormente confirmados estão sendo acompanhados pela Secretaria Municipal de Saúde. Rotary Brasil
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clubes e distritos Distrito 4510
Parte de São Paulo Governador: Marcos Antonio Carchedi
Integração e inclusão
l Em outubro, o Rotary Club de Assis-Norte, SP, realizou a quinta edição do Rotary Day Especial: Inclusão Social, que promove a integração e a inclusão dos alunos das Apaes nas cidades paulistas de Assis, Cândido Mota, Tarumã, Maracaí, Palmital, Quatá e Paraguaçu Paulista. As atividades têm início na manhã e seguem até o final da tarde, com muito entretenimento, música e dança. O objetivo é fazer com que os alunos das diferentes unidades criem oportunidades de interação. Também trabalharam no evento o Rotary Club de Assis-Fraternal, o Rotaract Club de Assis-Norte e intercambiados.
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Distrito 4521
Parte de Minas Gerais Governadora: Claudia Maria Lello Scaglioni
Incentivando os campeões l O Rotary
Club de Tocantins, MG, ofereceu um jantar para apoiar os alunos da Escola Estadual Doutor João Pinto que participaram de uma competição esportiva. Durante a confraternização, uma bicicleta foi sorteada entre os estudantes. Também este ano, o clube foi um dos patrocinadores do passeio ciclístico que no dia 1º de maio saiu da cidade mineira em direção à Catedral de Aparecida do Norte, no Estado de São Paulo.
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www.revistarotarybrasil.com.br/4510 Rotary Club de Marília-Pioneiro, SP – Trabalhando com rotaractianos e escolas públicas estaduais, pelo quarto ano consecutivo o clube paulista apoiou os estudantes que realizaram o Enem. No dia 6 de outubro, cerca de 300 alunos participaram de um “aulão” com professores voluntários na Universidade de Marília, oportunidade em que esclareceram dúvidas sobre pontos importantes das provas.
Transformação Solidária em Araraquara
Distrito 4540
Parte de São Paulo e de Minas Gerais Governador: Aparecido Gilberto Carvalho
l Recentemente, o Rotary Club de Araraquara-Carmo, SP, expandiu seu Banco de Cadeiras de Rodas com a aquisição de 19 cadeiras de rodas e oito cadeiras de banho. A maioria delas foi adquirida por meio do projeto Transformação Solidária, uma campanha de lacres de latinhas e tampinhas de garrafas PET realizada em parceria com a Prefeitura de Araraquara.
Mil picolés para a garotada O Rotary Club de Brazópolis, MG, distribuiu mil picolés para a garotada durante o evento Vem Brincar na Praça, que foi realizado na praça Sagrados Corações, junto à Igreja Matriz de São Caetano, no centro da cidade. O Vem Brincar ocorreu em 6 de outubro e proporcionou atividades lúdicas para o público mirim.
Distrito 4560
Parte de Minas Gerais Governador: Paulo Marcos de Paula Lima
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4540
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Rotary Club de Bebedouro, SP – Promoveu o 3º Boteco da Cidadania, evento que teve renda destinada à Fundação Rotária. Rotary Club de Sertãozinho, SP – Realizou a 27ª Feijoada da Amizade em parceria com a Casa da Amizade local. A renda obtida será destinada a entidades assistenciais. Rotary Brasil
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clubes e distritos Distrito 4563
Parte de São Paulo Governadora: Maria Lúcia Giancoli Strazzeri
Costela de Chão Beneficente
l Em Embu das Artes, município da região metropolitana de São Paulo, duas instituições de acolhimento de idosos serão beneficiadas pelo Rotary Club de Embu. A Casa de Repouso Iolanda Toledo ganhará latas de tinta para a pintura do seu prédio e a Casa Nosso Lar receberá cestas básicas e fraldas geriátricas. Todo esse material será adquirido com os recursos provenientes da 9ª Costela de Chão Beneficente, realizada pelo clube em 6 de outubro em parceria com o Instituto Comunitário Acácia Serrana. O evento gastronômico contou com a presença da Família do Rotary e de intercambistas.
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4563 Rotary Club de Itapecerica da Serra, SP – Revitalizou a rotatória localizada na avenida Eduardo Roberto Daher, no centro da cidade. Rotary Club de São Paulo-Vila Carrão, SP – Organizou a 10ª Festa Portuguesa, que reuniu mais de 300 pessoas e teve renda destinada aos projetos sociais do clube. www.revistarotarybrasil.com.br/4571
Mobilização por Distrito 4571 Parte do Rio de Janeiro e de São Paulo Governador: João Weslley Trigo Lage mares limpos
l Cerca de 450 quilos de plásticos foram retirados da praia do Indaiá, em Caraguatatuba, cidade do litoral norte do Estado de São Paulo. A iniciativa ocorreu no Dia Mundial de Limpeza de Praia, em 21 de setembro, data que representou o ponto alto da campanha global Mares Limpos, promovida pela ONU Meio Ambiente. A ação em Indaiá foi capitaneada pelo Rotary Club de Caraguatatuba-Poiares e reuniu rotarianos, interactianos, rotaractianos e intercambistas. A Guarda Mirim e a Secretaria de Meio Ambiente de Caraguatatuba foram parceiras do trabalho.
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Rotary Club da Barra da Tijuca, RJ – Organizou um show de prêmios em prol de uma creche e de um hospital. Rotary Club de Nova Iguaçu, RJ – Entregou alimentos e brinquedos para a Fundação Assistencial Santa Bárbara numa parceria com o Rotary Club Satélite de Nova IguaçuCentro, Rotaract e Casa da Amizade locais. O clube ainda realizou a 3ª Cãominhada com o apoio do Rotary Club de Nova Iguaçu-Leste.
Distrito 4590
Parte de São Paulo Governador: Sebastião dos Anjos Queiróz
Jundiaí ganha clube satélite
l A cidade de Jundiaí, no interior do Estado de São Paulo, contava com seis clubes de Rotary até outubro. Naquele mês, porém, foi fundado o Rotary Club Satélite de Jundiaí-Serra do Japy-Conexão, tendo como padrinho o Rotary Club de Jundiaí-Serra do Japy. A unidade satélite, a primeira nos moldes na cidade, surgiu de uma iniciativa de Valério Delamanha, governador 200708 do distrito 4590. A foto registra uma reunião de companheirismo entre o clube satélite e o clube padrinho, ocorrida em 17 de outubro.
AINDA NÃO FAZ PARTE DO ROTARY? TEM UMA VAGA GUARDADA PARA VOCÊ NESSE TIME. As iniciativas que você vê nesta revista ajudam milhares de pessoas a ter uma vida melhor.
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Quer se juntar ao Rotary e fazer parte dessa seleção mundial de voluntários? Procure o Rotary Club mais próximo de sua casa ou local de trabalho e descubra como associar-se: www.rotary.org/pt/search/club-finder#
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clubes e distritos Apoio à pesquisa do câncer infantil
Distrito 4621
Parte de São Paulo Governador: Alziro Kühne de Oliveira
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4621 Os clubes da cidade de Americana e Santa Bárbara D’Oeste, no Estado de São Paulo, realizaram 2.000 testes de hepatite C na população da região.
l O Centro Infantil Boldrini, em Campinas, no Estado de São Paulo, é uma referência no tratamento do câncer pediátrico e recebeu em agosto uma contribuição para a pesquisa na área. Em 24 daquele mês, os associados ao Rotary Club de Piracicaba-Luiz de Queiroz, SP, com a ajuda dos integrantes do Interact Club de Piracicaba-Cidade Alta (foto), venderam 400 tíquetes para a campanha McDia Feliz. O dinheiro arrecadado com a campanha, 6.800 reais, será destinado a duas pesquisas, uma das quais avaliará novas drogas para recaídas no tratamento da leucemia linfoide aguda. O outro estudo se dedicará ao acompanhamento, ao longo dos próximos 30 anos, de 100 mil grávidas e seus filhos para identificação de fatores ambientais e estilos de vida no desenvolvimento de patologias infantis, entre elas o câncer.
Rotary Club de Cerquilho, SP – Colaborou com a Feira das Nações do Programa de Intercâmbio de Jovens do distrito 4621, em 8 de setembro. O evento teve o objetivo de selecionar candidatos para o programa de intercâmbio do Rotary. Rotary Club de IndaiatubaCocaes, SP – Entregou 1.000 litros de leite para seis entidades assistenciais. A iniciativa foi fruto do projeto Tampinha Solidária. Rotary Club de São ManuelParaíso, SP – Realizou o 1º Festival de Pastéis e Cia. em parceria com a Apae local.
Espalhe sua ação pela web! Enviando uma colaboração, o projeto do seu clube pode também ser divulgado em nosso site e nos perfis da revista nas redes sociais, alcançando milhares de pessoas.
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Distrito 4640
Parte do Paraná Governadora: Maria Goreti Oliveira de Azevedo
Doação à Apae de Marechal Cândido Rondon l A Apae da cidade de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, foi beneficiada com 6.000 reais, resultado de um jantar beneficente no restaurante alemão da Expo Rondon 2019, em julho. O evento gastronômico foi organizado pelos Rotary Clubs de Marechal Cândido Rondon com o apoio da Casa da Amizade local. “É sempre muito gratificante e honroso receber doações do Rotary, por ser o nosso fundador, e assim conseguirmos dar a assistência de forma adequada, pois temos 105 alunos”, disse Silvio Franzen, presidente da Apae local durante a entrega do valor, em 20 de setembro.
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais ww.revistarotarybrasil.com.br/4640
Pastelada Solidária agita cidade catarinense l O Ginásio Municipal Alfredo Posold, na cidade de Schroeder, no norte de Santa Catarina, foi o endereço da 2ª Pastelada Solidária, ocorrida em 7 de setembro. O evento, organizado pelo Rotary Club de Schroeder, foi prestigiado pela população, que pôde saborear diversos tipos de pasteis servidos pelos rotarianos. A renda obtida com a Pastelada será destinada à Apae de Jaraguá do Sul e à Secretaria de Assistência Social de Schroeder. Essa última utilizará a quantia recebida na compra de brinquedos, a serem distribuídos para crianças carentes no Natal.
Distrito 4652
Parte de Santa Catarina Governador: Helvino Willsmann
Rotary Club de Francisco Beltrão-Integração, PR – Firmou convênio com a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão para conserto dos equipamentos do Banco de Cadeiras de Rodas do clube. www.revistarotarybrasil.com.br/4652 Rotary Club de Balneário Camboriú, SC – Participou do Dia Mundial de Limpeza, em 21 de setembro, na Praia Central, em Balneário Camboriú. Rotary Club de Joinville-Cidade das Flores, SC – Apoia o projeto Hack Vision, de saúde ocular, promovido pelo Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, o Grupo Opty e a empresa Magrathea Labs.
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clubes e distritos
Distrito 4660
Parte do Rio Grande do Sul Governador: Roger Rodrigues Roberto
lençóis e fronhas para hospital
l Contando com a parceria da campanha Abrace o São Vicente, os associados ao Rotary Club de Cruz Alta, RS, entregaram 600 jogos de lençóis e fronhas para o Hospital São Vicente de Paulo. A doação foi de aproximadamente 18 mil reais e atenderá todos os leitos do hospital, possibilitando um melhor atendimento à comunidade.
Escolas públicas beneficiadas
Distrito 4670
Parte do Rio Grande do Sul Governador: Osvaldo Petersen Filho
Em outubro, o Rotary Club de Parobé, RS, validou mais um importante passo com o objetivo de fazer do município referência em educação. Focado neste projeto desde 2007, o clube já desenvolveu inúmeras ações voltadas ao ensino. A mais recente delas foi a entrega de 19 kits de brinquedos pedagógicos para 17 escolas municipais de ensino fundamental, viabilizada em parceria com o Fórum de Parobé, que resultou na obtenção de quase 25 mil reais. Os materiais deverão contribuir para diversificar as formas de aprendizado e, de maneira mais lúdica, despertar maior interesse e atenção dos pequenos estudantes. l
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Rotary Brasil DEZEMBRO de 2019
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4670 Rotary Club de Taquara, RS – Com os recursos adquiridos em evento beneficente, entregou 9.000 reais ao Lar Padilha, que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Distrito 4680
Parte do Rio Grande do Sul Governador: Joseph Michel Fayad
entrega de refrigerador hospitalar
l Os presidentes e integrantes da comissão do Núcleo Rotariano da Região Carbonífera, formado pelos Rotary Clubs de Charqueadas, General Câmara, Parque Eldorado e São Jerônimo, RS, entregaram um refrigerador hospitalar para a Agência Transfusional do Hospital de Caridade São Jerônimo.
Evento em prol das ações sociais Cerca de 300 pessoas compareceram ao almoço promovido pelo Rotary Club de Caxias do Sul-Ana Rech, RS, no Restaurante Dom Augusto. Além da organização do evento, que teve renda destinada aos projetos sociais do clube, os associados venderam ingressos e captaram brindes para a realização de sorteio durante o almoço. l
Distrito 4700
Parte do Rio Grande do Sul Governador: Luiz Celeste de Roque Fornari Fassina
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4680 Rotary Club de Venâncio Aires, RS – Distribuiu cobertores para pessoas em situação de vulnerabilidade social; promoveu palestras sobre a Revolução Farroupilha em escolas e entidades; e realizou o 17º Baile do Chopp com renda destinada à campanha natalina Faça Uma Criança Feliz. Rotary Brasil
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clubes e distritos União em ação solidária
Distrito 4710
Parte do Paraná Governador: Osvaldo Santos Jr.
l O Rotary Club de Jaguapitã, PR, juntamente com a Associação de Senhoras de Rotarianos local e o Grupo de Escoteiros Onça Vermelha, realiza mensalmente o projeto Carrinho Solidário nos mercados do município. No dia da ação, todos os envolvidos distribuem panfletos pedindo doação de alimentos ou produtos de limpeza que são posteriormente doados, montados em cestas básicas, para famílias e instituições beneficentes de Jaguapitã.
Doação de instrumentos musicais
Distrito 4720
Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia e Roraima Governador: Francisco Alves Almeida
l Em parceria com o Ministério Público do Trabalho em Roraima, o Rotary Club de Boa Vista-Caçari, RR, adquiriu instrumentos musicais para o Instituto A Moda é Viver, localizado na cidade de Caracaraí, e que nasceu de uma grande preocupação do município por conta dos casos de suicídio de duas adolescentes que impactaram a população caracaraiense. Em cerimônia realizada no final de setembro, o instituto, que oferece aulas de música e dança para dezenas de crianças e jovens na faixa etária de seis a 18 anos, recebeu 12 flautas doces, dez violões, um teclado e um microfone sem fio. O projeto também conta com a colaboração da Prefeitura de Boa Vista, que cedeu o maestro Francisco Carlos Felício, do Instituto Boa Vista de Música, como orientador dos trabalhos musicais.
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Rotary Brasil DEZEMBRO de 2019
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4720 Rotary Club de Xinguara, PA – Com a ajuda de voluntários e patrocinadores, realizou a tradicional comemoração do Dia das Crianças com muitas brincadeiras e distribuição de presentes, lanches e picolés.
Distrito 4740
Parte do Paraná e de Santa Catarina Governador: João Carlos Rossa Becker
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Campanha em prol de instituição l Nos dias 2 e 3 de agosto, os associados ao Rotary
Club de Canoinhas, SC, realizaram uma campanha nos supermercados da cidade, arrecadando mais de 11 mil itens alimentícios com valor aproximado de 50 mil reais. A ação, que contou com a colaboração de voluntários e bombeiros militares e comunitários, foi em benefício da Associação dos Pacientes Oncológicos de Canoinhas, instituição que auxilia cerca de 480 pacientes em tratamento contra o câncer, suprindo necessidades como doação de cestas básicas e complementação e suplementação alimentar.
Rotary Club de Chapecó-Norte, SC – Organizou o 5º Festival da Pizza para ajudar a manter suas ações sociais. Rotary Club de ConcórdiaConexão, SC – Em parceria com a Fundação Municipal de Cultura de Concórdia, transformou, com pintura artística, uma das paredes da escola municipal do bairro Nova Brasília.
Seu clube bem na foto! Vai realizar uma ação de serviço e gostaria de enviá-la para publicação? Não se esqueça de caprichar nas imagens. Selecione a opção alta resolução da câmera. Evite fotos posadas, mostre o que aconteceu no projeto. É fundamental que as imagens tenham foco. Não crie montagens nem aplique filtros ou logos.
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clubes e distritos Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4751 Rotary Club de Bom Jesus de Itabapoana, RJ – Em parceria com as Secretarias Municipais de Educação e do Meio Ambiente, participou das atividades desenvolvidas no Dia da Árvore, como plantio de mudas e limpeza de praias. Rotary Club de Itaperuna, RJ – Plantou mudas e realizou passeata em comemoração ao Dia da Árvore, e promoveu palestra sobre prevenção do suicídio.
Diversão Distrito 4751 Espírito Santo e parte do Rio de Janeiro e saúde Governadora: Leila Ribeiro Gomes de Azevedo Alves
l Em apoio à Fundação Clínica Carmem Lúcia e com a participação da Secretaria de Saúde e Assistência Social de Vila Velha e alunos de enfermagem e odontologia da Universidade de Vila Velha, o Rotary Club de Vila Velha-Praia da Costa, ES, promoveu festividade em comemoração ao Dia das Crianças na Região Cinco, com atualização das carteiras de vacinação, emissão de carteira do SUS, registro no Cadastro Único, escovação de dentes, pintura de rosto, pula-pula, bazar e distribuição de algodão-doce, pipoca e brinquedos. Na oportunidade, foram atendidas aproximadamente 350 crianças de dois a 12 anos.
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Rotary Club de Porciúncula, RJ – Com o apoio do Rotaract local, promoveu o evento beneficente Noite Portuguesa em prol do Banco de Cadeiras de Rodas e da Fundação Rotária. Rotary Club de São João da Barra, RJ – Em conjunto com interactianos e rotaractianos, cuidou da recreação das crianças durante ação social realizada pela prefeitura no distrito de Purilândia.
Distrito 4760
Parte de Minas Gerais Governador: Nelson Fonseca Leite
Atenção à saúde dos jovens l No dia 14 de setembro, os jovens do
Projeto Adolescente Aprendiz, do Rotary Club de Curvelo, MG, receberam a visita de acadêmicos das Faculdades de Medicina de Belo Horizonte e Barbacena, que ministraram palestra sobre infecções sexualmente transmissíveis e higiene íntima. O projeto do clube, que tem o apoio da Unimed Gerais de Minas, oferece oficinas de educação, esporte, cultura e lazer para 35 crianças e adolescentes de 11 a 14 anos.
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/4760 Rotary Club de Tiros, MG – Entregou certificado de Empresa Cidadã da Associação Brasileira da The Rotary Foundation ao Grupo JA Rações.
Trabalho em prol da vida
l Momento da entrega do cheque
Distrito 4770
Parte de Minas Gerais e de Goiás Governadora: Eliana Melo Machado Moraes
no valor de 98.725 reais, arrecadados nos eventos promovidos pelo Rotary Club de Iraí de Minas, MG, para a diretoria do Grupo Luta Pela Vida, instituição que atua em prol do Hospital do Câncer de Uberlândia. Estiveram presentes na cerimônia, além dos associados, integrantes da Casa da Amizade, do Rotaract e do Rotary Club de Uberlândia-Cidade Industrial.
www.revistarotarybrasil.com.br/4770 Com a união de seis Rotary Clubs da cidade mineira de Uberaba, foram realizados 5.635 testes de hepatite na população, sendo 31 casos positivos encaminhados ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Rotary Club de Campina Verde, MG – Apoia projeto de atletismo paralímpico que já rendeu medalhas em diversas competições, com destaque para o atleta Leandro Santos, aluno da Apae. Rotary Brasil
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Distrito 4780
Parte do Rio Grande do Sul Governador: André Luís Vilaverde Moutinho
Doação para a Apae l No dia 16 de outubro, o Rotary Club de Dom Pedrito-Ponche Verde, RS, entregou a quantia de 4.315 reais para a Apae de Dom Pedrito. O valor foi arrecadado com a realização de um churrasco durante os festejos da Semana Farroupilha, ocorrida em setembro.
www.revistarotarybrasil.com.br/4780 Rotary Club de Rosário do SulCentro, RS – Com outros dois clubes da cidade, Prefeitura de Rosário do Sul e 4º Regimento de Carros de Combate, plantou 87 mudas de árvores na avenida Rafael Gonçalves.
Você está com dúvidas para enviar suas colaborações? É simples: basta entrar no nosso site e clicar em Envie sua notícia. A página conta com uma área especialmente feita para receber as ações realizadas pelo seu clube ou distrito. www.revistarotarybrasil.com.br
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ROTARACT Clubes de prestação de serviços humanitários para jovens com idades entre 18 e 30 anos. Neles, os rotaractianos podem participar de projetos voluntários, conhecer pessoas e fazer amizades, encontrar oportunidades de desenvolvimento profissional e integrar uma rede internacional de jovens.
Rotary e Rotaract, meio de integração Eduarda Belmonte*
P PLANEJAMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL Nos meses de setembro e outubro, o Rotaract Club de São Marcos, RS (distrito 4700), promoveu a quarta edição do curso Educação Financeira e Gestão de Carreira. Durante seis encontros, 34 jovens com idades entre 15 e 17 anos, estudantes do ensino médio, tiveram a oportunidade de aprender com especialistas na área sobre poupança, orçamento, empreendedorismo, planejamento de carreira, responsabilidade social, previdência e aposentadoria, temas pensados para o desenvolvimento pessoal e profissional do grupo. O projeto teve apoio do Rotary Club local, da Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária de São Marcos, e da Faculdade de São Marcos.
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/clubes-em-acao Rotaract Club de São Joaquim da Barra, SP (distrito 4540) – Realizou o Espetáculo contra a Pólio, evento com apresentações de dança e teatro que teve a renda totalmente destinada ao fundo Polio Plus.
ertencimento, respeito e gratidão: esses eram os principais sentimentos ao participar da Assembleia em San Diego, descreve a rotaractiana Lara Freitas. Em 2019, o Rotary surpreendeu a todos ao convidar um seleto grupo de rotaractianos para tomar parte no evento pela primeira vez. “Trazer o Rotaract para as decisões centrais, dar voz àqueles que realmente estão dispostos a fazer com que a nossa instituição perdure por mais um século foi uma estratégia muito eficiente do Rotary Internacional”, salienta. Para a rotaractiana, a oportunidade foi memorável. “Os rotaractianos foram o centro das atenções e nossas opiniões foram ouvidas e valorizadas. Com certeza isso representa um marco na história do Rotaract e ter feito parte desse momento é algo pelo qual eu sempre serei grata”, destaca. A participação do Rotaract causou um impacto tão positivo que o convite foi reforçado para a próxima assembleia, que ocorre em janeiro em San Diego. Em 2020, além de participarem de sessões com os governadores eleitos, os rotaractianos terão a oportunidade de conversar sobre novas formas de colaborarem com rotarianos e estratégias para liderarem seus companheiros. O presidente eleito da MDIO Rotaract Brasil, Lucas Assis, será um dos representantes do país e sua principal meta é estabelecer o maior número possível de conexões. Vivemos uma era na qual o futuro é uma pauta frequente para o Rotary. Por meio da inovação, estratégias estão sendo traçadas e, como parte da Família do Rotary, os rotaractianos são peça fundamental nesse processo. “A abertura deste espaço é importante porque é uma forma de o Rotary reconhecer o Rotaract não apenas como o clube de preparação para novos rotarianos, mas como modelo e referência de atividade para os clubes do futuro: modernos, joviais, dinâmicos, flexíveis e diversos”, diz Lucas. *A autora é associada ao Rotaract Club de Santa Rosa, RS (distrito 4660).
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interact
Programa para jovens de 12 a 18 anos que querem se conectar com pessoas da sua idade, se divertir e ajudar suas comunidades. Os Interact Clubs são patrocinados por Rotary Clubs locais, cujos associados atuam como mentores para seus integrantes na implementação de projetos de serviço e no desenvolvimento das suas habilidades de liderança.
Festa para as crianças l O Interact Club de Porciúncula, RJ (distrito 4751), e as Secretarias de Cultura e Turismo, Rotary e Rotaract Clubs locais e integrantes do projeto Anjos do Coração realizaram a Festa das Crianças, no dia 12 de outubro, na praça Antônio Amado. Foi uma manhã de muitas brincadeiras e distribuição de pipoca e picolé. A ação contou com o patrocínio de comerciantes do município.
Desafio em prol de associação
l Em alusão ao Agosto Laranja, mês de
conscientização da esclerose múltipla, o Interact Club de Luz, MG (distrito 4760), propôs o desafio do balde – #icbucketchallenge –, no qual os associados deveriam jogar água gelada em suas cabeças, uma brincadeira para arrecadar recursos para a Associação Pró-Cura da ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica, doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva. O projeto contou com a participação de 45 clubes de 13 distritos, totalizando 3.626 reais doados à instituição que presta assistência social e auxílio aos pacientes.
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casas da amizade
Formadas por cônjuges de rotarianos e rotarianas, apóiam os projetos comunitários desenvolvidos pelos Rotary Clubs e realizam ações próprias.
Inclusão e integração em sala de aula
l Em parceria com a empresa AES Tietê, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e prefeitura, e com o apoio do Rotary Club local, a Casa da Amizade de Ouroeste, SP (distrito 4480), finalizou o Projeto Seja a Inspiração: Juntos Somos Mais, que teve como objetivo revitalizar a sala de recursos audiovisuais da Escola Estadual Professor Sansara Singh Filho. Foram doados materiais didáticos, mesas, cadeiras, cinco computadores, impressora, máquina e outros equipamentos em braille, dois aparelhos de ar-condicionado, livros, lousa digital, TV 40 polegadas, microfones, retroprojetores e aparelho de DVD, além da contratação de uma professora auxiliar para atendimento adequado a crianças e adolescentes com deficiência intelectual, visual e sensorial, alunos da escola. A entrega oficial do projeto, cujo valor total foi de 80.351,66 reais, ocorreu em julho na presença do governador do distrito, Antonio Orlando Cavichia Filho.
ROTARY KIDS
Criado no Brasil em 1996 e hoje presente em todo o mundo, o movimento de Rotary Kids estimula a criação de clubes para crianças de até 12 anos. O programa ainda não foi oficializado pelo Rotary International.
Doação, pintura e muita alegria l Em visita ao Lar Bom Jesus, as crianças
do Rotary Kids de Jaguariaíva, PR (distrito 4730), entregaram kits de higiene pessoal, pintaram todos os bancos do espaço com desenhos e cores alegres, realizaram brincadeiras, além de oferecer lanche e levar muita alegria e carinho para os idosos da instituição.
Veja em detalhes no site e compartilhe nas redes sociais www.revistarotarybrasil.com.br/clubes-em-acao No dia 5 de outubro, estiveram reunidas na cidade de Venâncio Aires, RS, 56 crianças de clubes do distrito 4680 para o 7º Encontro Distrital de Rotakids. Rotakids de Palotina-Pioneiro, PR (distrito 4640) – Levou crianças da Casa Lar de Palotina para assistir a um filme no cinema e tomar sorvete.
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ROTARIANOS QUE SÃO NOTÍCIA
l O Rotary Club do Rio de Janeiro, RJ (distrito 4571), outorgou o Prêmio Honra ao Mérito a Pedro Loureiro Durão, por sua atuação na área social. Na oportunidade, o governador 2014-15 do distrito, presidente da Comissão Distrital da Fundação Rotária 2019-22 e coordenador do programa End Polio Now 2017-20 da zona 24B, proferiu palestra em comemoração ao Dia Mundial de Combate à Pólio. Na foto, o homenageado, que é associado ao Rotary Club de Copacabana, aparece com o governador 2018-19 do distrito, Guilhermino Cunha (1º à esquerda); com a esposa, Zélia; e com o presidente do clube, Paulo Mauricio de Oliveira Macedo.
Dois rotarianos do Rotary Club de Taubaté, SP (distrito 4571), se destacaram: José Pereira da Silva (à esquerda), ingressou na Confederação de Ciências, Letras e Artes do Brasil, Rio de Janeiro, e na Academia de Letras de Aracaju, Sergipe; e Mitsuaki Ando recebeu a Medalha de Mérito Célio de Angelis Nunes de Assis do Panathlon Club Taubaté.
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Convidado pelo presidente do Rotary Club de Paulista, PE (distrito 4500), Ricardo Andrade, o diretor 1985-87 do Rotary International e associado ao Rotary Club do Recife-Largo da Paz, Mário Antonino, ministrou uma palestra na Uninabuco no Dia Mundial de Combate à Pólio. Também marcaram presença os integrantes do Interact Club de Paulista.
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O associado mais antigo do Rotary Club de São LeopoldoLeste, RS, o pastor Dieterico Krause, recebeu o título de Cidadão Leopoldense na Câmara Municipal de São Leopoldo, em reconhecimento a décadas de relevantes serviços prestados à comunidade local. Na foto, o pastor Krause está cercado por companheiros de clube e por vereadores. l
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TECSOCIAL
INOVAÇÃO NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS
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m dos grandes desafios das empresas é buscar um destino sustentável para os seus resíduos. Desde a efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que repassou aos fabricantes a responsabilidade sobre o descarte de seus produtos, a questão tornou-se ainda mais urgente no país. Apresentando soluções nessa área, a empresa paulistana Boomera está auxiliando empreendimentos a reciclarem resíduos para que estes se tornem novamente matéria-prima. É o que ocorre com fraldas descartáveis e cápsulas de café usadas, que, após tratamento, se transformam em baldes e cabides. A empresa, aliás, confecciona muitos outros produtos a partir de resíduos em resina plástica. Parte fundamental do trabalho da Boomera consiste também no treinamento de agentes das cooperativas de catadores, promovendo a melhoraria de suas condições de trabalho e de saúde. A rede da empresa conta atualmente com mais de 5.000 catadores, os quais atuam no reaproveitamento de resíduos de gigantes como Unilever, Adidas e Nestlé. Ao alinhar inovações na reciclagem de materiais, investimento em pesquisa científica e impacto social, Guilherme Brammer, o fundador da Boomera, venceu a 15ª edição do Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Fundação Schwab em parceria com a Folha de S. Paulo. www.boomera.com.br Divulgação
ROTARY OFERECE CENTRAL DE CURSOS ONLINE O Rotary International realizou
LUZ PARA 13 MIL BRASILEIROS A Litro de Luz é uma ONG que leva iluminação a moradores de comunidades que não têm acesso a energia elétrica. Por meio de uma tecnologia simples e sustentável, a organização utiliza garrafas plásticas, painéis solares e lâmpadas LED e já beneficiou cerca de 13 mil brasileiros, atuando em comunidades de Estados como Bahia e Amazonas. Além de doar e instalar os lampiões, a iniciativa também capacita embaixadores nas comunidades para a manutenção do equipamento. Atualmente, cerca de 2,5 milhões de brasileiros ainda vivem na escuridão. A Litro de Luz trabalha para diminuir esse quadro e já foi reconhecida com o Prêmio de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil. Para financiar suas iniciativas, a ONG oferece serviços a empresas com interesse em patrocinar projetos que engajem seus funcionários. www.litrodeluz.com
recentemente uma grande atualização em sua plataforma Central de Aprendizado, que oferece aos associados diversos cursos online gratuitos sobre temas como flexibilidade e inovação nos clubes, proteção de dados pessoais, gestão de mudanças e diversidade. Todo o conteúdo tem versões em português e pode ser utilizado como material de treinamento para gestores e associados na busca por inovação em seu Rotary Club. http://learn.rotary.org/members/learn Rotary International
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ACONTECEU
A SUA REVISTA EM DEZEMBRO DE 1998 O destaque da nossa edição foi a entrevista com a antropóloga e professora universitária Ruth Cardoso. A então primeira-dama do país falou sobre o projeto Comunidade Solidária, de combate à pobreza, do qual ela era presidente, e enalteceu o trabalho humanitário do Rotary: “Vejo a atuação da Fundação Rotária, como também de outras instituições da mesma natureza, como extremamente importante num país como o nosso, que vem trabalhando para superar suas dificuldades sociais”.
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1 “Hoje é consenso que os nossos problemas sociais são de tal modo grandes que não é possível lutar contra eles, a
não ser unindo esforços. Temos uma herança pesada de exclusão social”, comentou Ruth Cardoso em entrevista para o jornalista Lourenço Cazarré.
2 Igualdade: Mulheres estão em ascensão no Rotary era o título da reportagem de Luiz Otávio Alvarenga. “Nos últimos
cinco anos o ingresso de mulheres na organização cresceu 80% em todo o mundo. Hoje, em um universo de 1,2 milhão de rotarianos, cerca de 80 mil são mulheres”, escreveu o jornalista. Na foto, Vera de Mello Giangrande, que em 1989 ingressou no Rotary Club de São Paulo-Jardim América.
3 “Se cada um de nós apresentar pelo menos um associado, este ano poderá entrar para a história como o ano de
maior crescimento do quadro associativo”, dizia em sua mensagem o então presidente do Rotary International, James Lacy, cujo lema era Torne Real Seu Sonho de Rotary.
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RELAX
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spaço reservado à leveza e ao riso em nossa revista, a coluna Relax está triste este mês. Responsável durante muitos anos pelas piadas aqui publicadas, o companheiro Hertz Uderman nos deixou no dia 19 de outubro, às vésperas de completar 54 anos de Rotary. Associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro-Méier e governador 1995-96 do distrito 4571, ele foi um grande colaborador da Rotary Brasil, que o teve como membro da diretoria em diversas administrações. Colecionador de histórias engraçadas, Uderman transformou esse passatempo no livro Minhas piadas favoritas. Nas “remessas de piadas” (como ele dizia), feitas periodicamente à revista, havia sempre um bilhete espirituoso, quase sempre feito à mão, com a letra inconfundível. Hertz ficava feliz quando alguém o procurava para contar que começava a leitura da Rotary Brasil de trás para frente, a partir das piadas. Na última de suas remessas, datada de 12 de abril deste ano, quando já lutava pela saúde, Hertz escreveu assim: “Desta vez parece que esgotamos a última reserva de piadas que enviei nos últimos 14 anos. Fico feliz ao ver publicado um chiste por mim enviado, porém deverá chegar um dia de exaustão. Enquanto isso não ocorre, recebam mais alguns textos.” Obrigado por todos estes anos de alegria, companheiro Hertz Uderman.
“ENTRE ASPAS”
“É melhor ser alegre que ser triste. Alegria é a melhor coisa que existe. É assim como a luz no coração.” – Vinicius de Moraes,
poeta e compositor brasileiro (1913-1980)
Arte: Armando Santos
O ADEUS A HERTZ UDERMAN
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CONVERSA RÁPIDA
Bruno Silveira
“Um aide precisa estar
de alma e coração abertos para essa missão”
– Bill O’Dwyer
UM DIPLOMATA DO ROTARY Nuno Virgílio Neto
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uando menino, William Leyser O’Dwyer sabia o nome das capitais dos países e gostava de ter seus bolos de aniversário decorados com bandeiras. “Fui preparado para o Itamaraty, o sonho do meu pai era me ver diplomata”, recorda. Descendente de alemães e irlandeses, Bill (como é conhecido) nasceu em Ipameri, cidade goiana cujo Rotary Club foi fundado em 1948 por seu pai e seu avô. Ele é casado há 42 anos com a alemã Anne-Lotte, com quem tem três filhos e três netos. Empresário, ex-secretário de Comércio Exterior e, também, da Indústria e Comércio do Estado de Goiás, associou-se há 41 anos ao Rotary Club de Anápolis, cidade onde vive. Foi o governador do distrito 4530 em 1989-90, época em que começou a atuar como aide de presidentes do Rotary International ao lado da esposa – foram 16 vezes até o momento. “Sabiam que eu falava alguns idiomas, fui chamado para fazer traduções simultâneas, e aí tudo começou.” Os idiomas a que ele se refere são inglês, francês, espanhol e alemão – Bill é cônsul-honorário da Alemanha em Goiás, Distrito Federal e Tocantins. A atenção e os cuidados do casal com os presidentes e suas esposas são retribuídos com carinho e muitas memórias. “Um aide precisa estar de alma e coração abertos para essa missão”, aconselha. “Sou um privilegiado por tê-la desempenhado tantas vezes.”
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ROTARY BRASIL: O senhor já foi aide de 16 presidentes internacionais. Como essa história começou? BILL O’DWYER: Em 1988, quando era governador indicado, atuei como aide do presidente Royce Abbey, da Austrália, que depois nos recebeu muito bem na sua casa em Melbourne. A amizade é o grande legado que eles nos deixaram. Cada presidente nos trouxe um acontecimento especial. Foram os momentos mais felizes da minha vida, vividos ao lado de minha esposa. O senhor passou por algum apuro? Um fato envolve o presidente Rajendra Saboo [1991-92], que faria uma visita ao então presidente da República, Fernando Collor, juntamente com o diretor Mário Antonino [diretor 1985-87 do Rotary International] e o presidente Paulo Viriato Corrêa da Costa [presidente 1990-91 do Rotary International]. Como aide, eu tinha um carro oficial com a bandeira do Rotary, um Landau azul muito bonito. A caminho do Palácio do Planalto, o motorista disse assim: “Seu Bill, o carro está sem freio...”. No banco de trás, Rajendra, Paulo Viriato e Mário Antonino estavam conversando, e eu ia na frente com o motorista. Por uns dez segundos, eu e ele ficamos imaginando o que fazer. “Nós vamos avançar a esplanada onde fica o STF ou o quê?” Mas o motorista foi de uma criatividade muito grande, ele lembrou que o carro era um modelo hidramático que ainda tinha os freios de mão, e aí fomos freando até chegar à porta do Palácio do Planalto.
Por onde passa, um presidente chama a atenção dos rotarianos, que esperam abraçá-lo, tirar fotos. Como permitir esse acesso sem comprometer a agenda? É uma situação difícil de administrar sem ferir o rotariano. Afinal, é o presidente do Rotary International, os rotarianos têm o direito de vê-lo, de falar com ele. Cada momento é um momento diferente, então a gente vai contemporizando e vendo qual a melhor maneira de não deixar os companheiros sem uma resposta. A tarefa requer um pouco de paciência e estratégia. Se o presidente não mantiver contato com os rotarianos por meu intermédio, vai ficar muito ruim, porque aí a repercussão será muito negativa, “Nossa, o presidente não me deu a mínima...”. Como são os presidentes na intimidade, fora dos holofotes? São pessoas especiais, raridades como seres humanos, porque têm muita sensibilidade, talento, flexibilidade. Ao mesmo tempo, são pessoas normais, com os problemas comuns que todos nós temos. Quais são as qualidades de um bom aide? Em primeiro lugar, é preciso ser um apaixonado pelo Rotary. Depois, se conscientizar de que você é um assessor do presidente, não uma estrela ao lado dele. Em terceiro, ser seu aliado, um amigo, porque ele precisa de alguém assim nesses momentos.
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Estamos chegando à
a a Conferência Nacional de Rotaract Clubs,
que em 2020 será realizada na histórica cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, entre os dias 08 e 12 de janeiro.
O distrito 4521 está a todo vapor preparando um evento para ficar na memória, com treinamentos, palestras, workshops, grupos de discussão, concursos de projetos e oratória, além de muito companheirismo.
Será o maior encontro de Rotaract no país, com
MIL ROTARACTIANOS
conectados em uma cidade única!
Estamos prontos para fazer história, Conectando o Passado ao Futuro!
Para o Rotaract do Brasil, 2020 começa em