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conversa rápida promovendo o empreendedorismo feminino: entrevista com Alice Cavaliere lorentz
PRomovendo o emPReendedoRismo feminino
Luiz Renato Dantas
professora e advogada Alice Cavaliere Lorentz é uma guerreira em nome da generosidade. Em vez de guardar para si sua determinação, ela a compartilha. Foi assim quando assumiu a presidência do Rotary Club do Rio de Janeiro, no período 2010-11, e promoveu o piloto do projeto Mulheres Empreendedoras, voltado ao empoderamento e à capacitação profissional de mulheres de uma comunidade carioca. No ano seguinte, já como governadora do distrito 4571, ela participou da ampliação da iniciativa. Alice Cavaliere também compartilhou em um livro sua convivência com o parkinsonismo. Nossa entrevistada não se abate e segue em frente, sempre com um sorriso e carregando a bandeira das boas causas.
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ROTARY BRASIL: Poderia comentar o vínculo entre a sua experiência profissional e o engajamento no Rotary, incluindo a defesa que a senhora faz do prêmio Nobel da Paz para a organização?
nALICE CAVALIERE LORENTZ: O Rotary é uma organização que congrega líderes em suas profissões e que são éticos no agir. Todas as áreas de conhecimento estão representadas no Rotary. Na advocacia, além do foco na prática da justiça, transmito os valores. Isto acontece em minhas lides profissionais quando redijo pareceres, defesas ou acusações, quer seja em palestras para público erudito ou não. O rotariano deve estar sempre ligado aos grandes valores da humanidade: o amor, a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Fazendo a diferença, ele estará enaltecendo o nome do Rotary.
Já realizei inúmeras palestras em escolas de ensino médio cuja direção tinha o objetivo de orientar os jovens para a escolha de uma carreira. Nessas oportunidades, expressei os valores espirituais,
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— alice Cavaliere Lorentz
éticos e morais que permeiam toda a minha vida. Foram momentos emocionantes, e nossos jovens agradecem.
O trabalho realizado com união, motivação e ação, em prol da humanidade, constrói a paz e a compreensão mundial por meio do servir, que é a missão do Rotary. Receber o prêmio Nobel da Paz significará o reconhecimento pelo bem, pelo bom e pelo belo que o Rotary amealha em todo o mundo.
Que balanço a senhora faz do projeto Mulheres Empreendedoras?
n O projeto Mulheres Empreendedoras nasceu com o objetivo de reunir empreendedoras das comunidades do Rio de Janeiro. O Rotary Club do Rio de Janeiro, em parceria com o Sebrae/RJ, realizou cursos com duração de dez meses em três comunidades pacificadas, no Alemão, em Manguinhos e na Penha.
Foram histórias incríveis de superação, mas, primeiramente, se tornou necessário trabalhar a autoestima, para que elas vencessem as dificuldades pessoais, como o cuidado dos filhos sem o apoio do marido e as dificuldades inerentes aos negócios. Então o milagre esperado ocorreu: a visão masculina perante a mulher mudou e elas acabaram inserindo toda a família no negócio, alcançando o tão almejado reconhecimento do companheiro, da família e da comunidade.
A descoberta por essas mulheres de que seus talentos podem sustentar os sonhos de suas famílias é algo comovente. As mulheres empreendedoras das comunidades conquistaram mais do que o empreendimento, muitas adquiriram o direito a terem conta corrente como pessoa jurídica e máquina de cartão de crédito. Seus espaços comerciais melhoraram, bem como as condições de vida de suas famílias, além de resgatarem outras mulheres empregando-as em seu próprio negócio. Ressalto que as mulheres fixam renda em seus territórios mais do que os homens. O dinheiro fica na comunidade.
Em 2019, a senhora lançou Parkinsonismo em minha vida. Como tem sido a resposta dos leitores?
n Escrevi este livro pela ausência de publicações que relatassem a vida, passo a passo, de quem apresenta disfunções decorrentes do parkinsonismo atípico e afins. Abrir meu coração e narrar o que se passava em meu corpo físico, emocional e mental requereu audácia e coragem para me expor. Estas foram sobejamente suplantadas pela vontade férrea de ajudar aqueles que estudam, cuidam, se dedicam em alcançar progressos na qualidade de vida de seus pacientes e, principalmente, aqueles que não conseguem expressar o que sentem.
As respostas a esta leitura foram surpreendentes e emocionantes. Muitas pessoas o compraram para conhecimento pessoal, outras para presentear parentes. Acabaram descobrindo que este livro tem por objetivo qualidade de vida, o que interessa a todos. Leitores em geral e pessoas que apresentam alguma fragilidade na saúde o leem com interesse e entusiasmo. Em breve, o editarei em inglês.
Bruno Silveira