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Está mais difícil engravidar atualmente?

Entre inúmeros sonhos, carreira profissional, viagens, estabilidade financeira e maior acesso a métodos contraceptivos, a maternidade ocupa hoje uma das últimas posições no checklist da mulher moderna. Mas, será que essa independência pode interferir no desejo de ser mãe?

SIM. A Dra. Mila Ribeiro Cerqueira explica que, infelizmente, a natureza não é generosa com as mulheres quando o assunto é fertilidade.

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Com o passar dos anos, inevitavelmente, os efeitos do tempo são sentidos e mulheres e homens funcionam de forma diferente. A mulher nasce com aproximadamente dois milhões de óvulos. Na puberdade, esse número cai para 300 mil óvulos e as mulheres não produzem novos óvulos ao longo da vida. À medida que envelhecem, a partir dos 35 anos, além de reduzir a reserva ovariana, a qualidade dos óvulos também vai ficando comprometida e perdendo a capacidade de formar embriões geneticamente saudáveis.

Além disso, engravidar realmente não é tão fácil quanto imaginam. As chances de engravidar de uma mulher com menos de 30 anos, que tem ciclos menstruais regulares e relações sexuais frequentes por um ano, fica em torno de 20% ao mês. Isso quer dizer que, a cada 10 mulheres, apenas duas engravidam. Após os 35 anos esta taxa cai para 15% e aos 40 anos a chance é em torno de 5%.

E o homem nessa história?

Cerca de 35% das causas de infertilidade são femininas, 35% masculinas, 20% causas mistas e em 10 % dos casos, as investigações não chegam a conclusões definitivas, são as chamadas infertilidades sem causa aparente.

Os dados atualizados mostram que de 15% a 18% dos casais do mundo possuem problemas de infertilidade e não conseguem engravidar sem ajuda médica. De acordo com a Dra. Mila, o homem também tem peso significativo nos casos de dificuldade de gravidez, porém eles produzem espermatozoides continuamente.

Estudos recentes mostram que nos homens a quantidade e qualidade dos espermatozoides também vem caindo ao longo dos anos, principalmente decorrente do estilo de vida e também pelo surgimento de algumas doenças. Portanto, homens acima dos 45 anos possuem mais alterações nos espermatozoides, aumentando a causa de alterações genéticas e doenças psiquiátricas em seus filhos. Importante também os homens não postegarem muito para ter filhos.

Opções de tratamentos:

Falhando em engravidar, o casal deve consultar um especialista para investigar as causas e opções de tratamentos. São eles: Coito programado – utiliza-se medicamentos para estimular a produção de óvulos na mulher, programando a ovulação e, assim, aumentando as chances de engravidar; Inseminação intrauterina – consiste na colocação de espermatozoides preparados e selecionados no interior da cavidade uterina, por meio de um cateter apropriado no período da ovulação. Pode ser feita com sêmen do companheiro ou de um doador; Fertilização in vitro – é a técnica mais utilizada e com maior taxa de gravidez. É indicada nos casos em que a mulher tem alterações nas trompas, endometriose, problemas de ovulação, ou quando o homem tem número baixo de espermatozoides ou mesmo ausência dos mesmos no ejaculado, ou quando o casal já está tentando engravidar há algum tempo. Os ovários são estimulados com hormônios. Os óvulos são coletados e inseminados com espermatozoides no laboratório. Os embriões resultantes são colocado no útero da mulher.

Congelamento de óvulos é uma alternativa?

SEM DÚVIDAS. Quando a mulher chega na faixa etária de 30 a 35 anos e tem planos de ser mãe no futuro, mas não em curto prazo, o congelamento de óvulos é aconselhável. O congelamento de óvulos deve ser encarado como uma segurança a mais, porém não como garantia absoluta de gravidez. “Importante ressaltar que o congelamento de óvulos não pode ser motivo para postergar a maternidade. A idade da mulher continua sendo fator determinante na taxa de sucesso de gravidez. Logo, quanto mais nova, maior as chances de apresentar qualidades e quantidades de óvulos saudáveis. Nós congelamos óvulos, não gravidez”, explica a Dra. Mila. Ainda, engravidar cedo continua sendo a melhor opção. Na impossibilidade, congele o mais cedo e em maior quantidade possível.

DRA. MILA HARADA RIBEIRO CERQUEIRA

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