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O uso da tecnologia pode prejudicar o desenvolvimento infantil

Estamos vivenciando, frequentemente, atrasos no desenvolvimento infantil, entre eles: crianças que não desenvolvem a fala, que não interagem, apresentando uma divergência ao desenvolvimento correspondente à idade cronológica. Especialistas alertam aos pais e responsáveis sobre esses problemas, fato que pode estar relacionado à frequente exposição dos pequenos aos equipamentos de telefones celulares, smartphones, notebooks e computadores, sendo assim, as brincadeiras ao ar livre e a magia do brincar, somados à falta do contato com outras crianças, acabam ficando prejudicados. Logo, essa situação pode vir a afetar as crianças em diferentes níveis neurológicos, comportamentais e sociais, independentemente da idade.

De acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil, realizada em outubro de 2020, a proporção de crianças de 7 a 9 anos que usam o smartphone por 3 horas diárias ou mais saltou de 30% para 43% em um ano, esses dados revelam-se preocupantes. Dessa forma, as crianças passam muito tempo em jogos e vídeos nas telas sem mediação, ou seja, ultrapassando os limites. Esse cenário cria excesso de dopamina, que podem levar a alterações cardiovasculares e do Sistema nervoso.

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Outros problemas, também, podem ocorrer, como: dependência digital, transtornos de alimentação e distorção de imagem, cyberbullying, o aumento do risco de abusos sexuais. Além de problemas emocionais, existem os problemas físicos, por exemplo, sedentarismo, disfunções visuais, cansaço ocular, problemas auditivos e posturais.

Para evitar tantos problemas e prevenir os principais agravos decorrentes do uso inadequado das tecnologias digitais, necessita-se estimular práticas saudáveis. Devemos redobrar a atenção e ficar de olho quanto ao tempo que os pequenos estão conectados. É oportuno ressaltar que o acesso deve acontecer após aos 8 anos, sendo 30 minutos diários, bem como estabelecer regras, como: não usar os aparelhos durante as refeições e desligá-los entre uma e duas horas, antes de dormir.

Assim, devem estimular as crianças e jovens a praticarem outras atividades que não necessitam de tecnologia, podendo ser a leitura de um livro, pinturas, música, jogos e atividades que proporcionam contato com a natureza, tendo um tempo de dever de casa sem distrações, donde os telefones celulares são guardados na hora das refeições e nos momentos de interação familiar para promover a comunicação.

Quando permitido o uso, uma forma de manter a segurança online, seria: ferramentas de controle parental e de filtragem na internet, proporcionando conteúdos saudáveis e bloqueando os navegadores que influenciam negativamente. Ainda, podemos ajustar o tempo que a criança vai permanecer diante da TV e no celular, pois os pequenos têm dificuldades para entender a passagem do tempo, então cabe aos pais limitar essa exposição.

É importante reconhecer os benefícios das plataformas digitais, as facilidades e rapidez na comunicação, publicação e distribuição dos livros, ampliando o acesso à informação, cultura e educação. No entanto, o livro físico mantém seu lugar de destaque no favorecimento de um papel mais ativo. Com a exploração, os pequenos aprendem, a partir da experiência concreta, como: percepção da textura do papel ou do tecido, o peso do livro, o relevo das letras, som do manuseio das folhas, uma vez que nas telas, a experiência material é mais empobrecida.

Ressalta-se, ainda, a necessidade do envolvimento das famílias e das escolas, no ensino do brincar de maneira mais natural, enriquecendo o faz de conta, a autonomia de realizar as tarefas e resolver os pequenos problemas, formando e educando a criança na sua totalidade. Nesse sentido, fortalecer os vínculos de afeto, envolvimento com as tarefas cotidianas, alimentando a curiosidade e a autonomia, continua sendo o melhor caminho para promovermos um desenvolvimento saudável, dentro do esperado de cada criança e adolescente.

MARLI CABRERA SOARES

Psicopedagoga Clínica – ABPp- 13280 CURRÍCULO

• Mestre em Desenvolvimento Humano e Processos Educativos; • Neuropsicopedagoga Clínica; • Psicopedagoga Clínica e Institucional - ABPp - 13280; • Especialista em Análise do Comportamento Aplicada - ABA; • Especialista em Atendimento Educacional Especializado; • Especialista em Educação Especial e Inclusão; • Especialista em Orientação e Supervisão Escolar; • Pedagoga - MEC 5359.

Mais Informações

AME ESPAÇO MULTIDISCIPLINAR: Rua São Paulo, 715 - Campo Mourão/PR 44 3815-0232 | 44 99915-5029 Marli Cabrera Soares | marlicabrera_psicopedagoga | marlicabrerasoares@hotmail.com

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