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COMO BEBER CAFÉ DE MANEIRA ECOLÓGICA

explicando o motivo das cápsulas não serem o maior vilão na sua xícara

Por: BBC News Brasil Foto: Pawel Czerwinski

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Mat Ria

Sempre quando pensamos em fazer uma xícara de café, as cápsulas têm a reputação de prejudicar o meio ambiente, pois geralmente são difíceis de reciclar, mas uma nova pesquisa da Universidade de Quebec, no Canadá, sugere que as cápsulas podem não ser tão maléficas em comparação com o preparo de café numa cafeteira tradicional.

O estudo oferece uma nova visão sobre o impacto climático da bebida mais popular do mundo: estima-se que dois bilhões de xícaras de café sejam consumidas diariamente em todo o globo. Só o americano médio bebe três xícaras por dia. Embora o café seja preparado de várias maneiras, as cápsulas de café ganharam popularidade desde sua invenção, há cerca de quatro décadas. O valor de mercado desse produto cresceu 24% de 2021 a 2022. As empresas do setor arrecadaram US$ 12,33 bilhões (R$ 63,9 bilhões) no último ano.

Apesar da popularidade, as cápsulas há muito dividem os apreciadores de café, que estão conscientes do efeito que o hábito tem no meio ambiente.

As pequenas cápsulas de plástico ou alumínio são criticadas por consumir muita energia durante a fabricação e por causar “desperdício desnecessário” de materiais. A cidade de Hamburgo, na Alemanha, chegou a proibir o uso delas em edifícios estatais em 2016. No entanto, os pesquisadores agora dizem que as cápsulas podem não ser tão prejudiciais quanto outras formas de fazer café, especialmente quando se olha para o “ciclo de vida” mais amplo de uma única xícara desta bebida.

Mat Ria

As cápsulas de alumínio são melhores, além de não ter risco de conter BPA, é o melhor material para preservar o aroma e o sabor do café

A colheita e a produção dos grãos respondem por 40% a 80% das emissões GEE

O impacto climático dos métodos de preparo do café

O estudo canadense fez uma revisão de pesquisas publicadas nos últimos anos sobre o consumo de café. Os autores mediram as emissões totais de Gases do Efeito Estufa (GEE) produzidas por cada método durante o preparo de 280 mililitros de café. A análise considerou todo o processo, desde a produção dos grãos de café (que é a parte que mais emite GEE) até a quantidade de resíduos que acaba em um aterro sanitário.

O resultado foi ligeiramente diferente de acordo com a forma que o café foi preparado. Os pesquisadores também analisaram as emissões quando se usa mais café do que o necessário, um problema comum, já que a maioria das pessoas não mede a quantidade na hora do preparo. Os responsáveis pelo levantamento também analisaram a diferença de emissões nas províncias canadenses de Alberta, a segunda maior emissora de GEE do Canadá, e de Quebec, que tem as menores taxas de GEE do país.

O estudo descobriu que o café filtrado tradicional produz a maior quantidade de GEE. Isso ocorre porque a quantidade de pó de café necessária para fazer uma xícara é maior, assim como a energia utilizada para aquecer a água e manter a bebida em uma temperatura quente.

Na sequência, o método que produz a segunda maior taxa de emissão é a prensa francesa, também por causa da quantidade de café necessária para fazer uma única xícara.

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