Ponto de Vista - Revista Segurança Eletrônica

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Ponto de Vista

Do Comércio ao Serviço Com a chegada das gigantes asiáticas, empresas ousadas e focadas em soluções inovadoras estão deixando os equipamentos apenas como um produto pertencente ao escopo do negócio e a prestação de serviços diferenciados como negócio principal

Por Sandro Neves

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ão é de hoje que nosso segmento passa por mudanças. Tivemos diversas fases durante estes 18 anos que o acompanho e certamente cada uma teve a sua particularidade, porém hoje a mudança é diferente, mais brusca e vai muito além da evolução tecnológica. Estamos vivendo uma migração conceitual, onde diversos fatores serão decisivos para a manutenção de empresas, marcas e profissionais neste tão concorrido mercado, afinal atuamos hoje em apenas 15% dos estabelecimentos comerciais, ainda muito distantes dos 85% da Europa, no entanto, estes dados fornecidos pela ABESE reforçam ainda mais as boas perspectivas de negócios futuros no Brasil. Muitas vezes somos taxados como retrógrados, que a tecnologia demorava demais para chegar aqui, porém quando ampliamos nossa visão, visitamos outros continentes e out48

ras realidades, fica fácil visualizar que após o domínio asiático na produção de tecnologia para o setor, essa premissa não é mais válida, e sim que o nosso país representa uma boa fatia comercial dentro dos fabricantes estrangeiros. Despontamos também na produção de tecnologia interna, principalmente no que diz respeito ao reporte de eventos de alarme, o que hoje ainda sobrevive graças ao domínio do nosso ambiente de comunicação. Vivemos um período de ouro durante muitos anos, com explosões tecnológicas periódicas, onde no campo da imagem contamos com novos recursos na geração, transmissão e armazenamento e tudo isso graças às marcas OEM, com suas alianças e também aos próprios fabricantes que vislumbraram no Brasil um ninho de novas oportunidades. Pois bem, mas após tantos anos de lua de mel o jogo virou, as gigantes asiáticas estão presentes de forma direta



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em nosso país, algumas marcas OEM se desestruturaram e hoje atuam em uma pequena faixa de clientes e o mercado sofre a maior e mais importante transformação de todas, onde o comércio deixa de ser a atividade principal e o até então complementar “serviço” toma forma como diferencial principal entre os entes empresariais do mercado. Esta situação ocorre pelo fato dos equipamentos infelizmente estarem sendo comercializados como “commodities”, onde há um desrespeito geral às cadeias comerciais, alianças e a busca pelo menor preço tornou-se uma verdadeira guerra entre concorrentes. Onde esta situação vai nos levar, ainda é uma incógnita, porém nesta turbulenta fase estamos assistindo ao nascimento de empresas ousadas e focadas em soluções inovadoras, deixando os equipamentos apenas como um produto pertencente ao escopo do negócio e a prestação de serviços diferenciados como negócio principal. No que tange ao atendimento do usuário final residencial ou comércio de pequeno porte, esta realidade já ocorre há mais tempo, tanto que hoje a prática mais realizada em empresas de monitoramento de alarme é a locação do equipamento vinculado ao contrato de monitoramento, ou seja, prestação de serviço como foco principal. Em relação a soluções destinadas a projetos e serviços de valor agregado, poderia citar diversas, mas seria injusto demais. Porém empresas de desenvolvimento de softwares, como VMS, PSIM, Monitoramento, Rastreamento, Portaria, etc, estão na vanguarda das inovações e buscaram atuar na criação de soluções voltadas ao usuário final, este cada vez mais identificado com o campo tecnológico, facilitando com que esta interatividade seja um fator importante na tomada de decisões, que no mercado atual não está única e exclusivamente na mão do integrador/instalador e sim nas mãos de gestores empresariais qualificados e certos de suas necessidades. Na realidade atual clientes finais acionam de 3 a 10 fabricantes e/ou desenvolvedores/integradores de soluções para apresentarem suas necessidades buscando saber de que forma o fornecedor escolhido irá atender suas demandas, há uma seleção comercial, não somente em função de valor, mas também focada na recorrência da solução no mercado, em

qualidade do seu suporte técnico pré e pós venda, acervos de parques instalados, referências, pluralidade na integração de soluções e domínio da vertical de atuação do mesmo. Vivemos a era da atuação com foco no cliente, mas desta vez de forma verdadeira, pois campanhas de marketing não são mais direcionadas a distribuidores e integradores e sim ao cliente final, como eventos focados em trazer estes tomadores de serviços para conhecer as tecnologias disponíveis para o seu setor, prospecção presencial de novos negócios e oportunidades em clientes finais realizadas por especialistas da empresa desenvolvedora da solução. Quem estiver preparado, com uma equipe enxuta e qualificada, com toda certeza largará na frente e se consolidará como referência no mercado. As empresas de ponta que compraram esta ideia desde o início tiveram que se reestruturar para atender estes clientes, necessitando contar com uma equipe multidisciplinar e principalmente qualificada técnico e comercialmente para este tipo de embate, surgindo no mercado a demanda por profissionais de visão diferenciada, não apenas a figura do profissional de vendas que atuava com uma tabela de preços, condições comerciais e uma excelente apresentação pessoal, mas sim um profissional com conhecimentos técnicos, que vai da infraestrutura de rede ao funcionamento interno de um sensor, da aplicação e posicionamento de uma câmera à aplicação de inteligência na imagem, tudo isso variável de acordo com a demanda gerada pela atividade do tomador de serviço, seja ele atuante no ramo varejista, industrial, agronegócio, portos, ou seja, o profissional do futuro na segurança eletrônica deve se preparar para ser um verdadeiro Especialista. E você, é um profissional aderente às necessidades? Onde irá se encaixar? Está preparado? Sua empresa está na linha certa? Sua equipe está pronta? Deixo estas provocações como forma levar todos à uma reflexão do seu posicionamento profissional, comercial e de atuação empresarial em nosso segmento, estamos fazendo parte disso ou estamos marginalizados e atuando como meros expectadores? SE

Sandro Neves Consultor Empresarial na área de tecnologia, gestão de projetos, inovação e excelência humana. Especialista em Segurança Eletrônica com mais de 18 anos de experiência no segmento, incluindo empresas de monitoramento de alarme, distribuição, fabricantes e importadores de hardware, consultoria a projetos em diversas verticais, palestrante nos principais eventos nacionais. Hoje, atua como Diretor de Projetos da Digifort Ip Surveillance System. Site: www.sandroneves.com.br E-mail: sandro@sandroneves.com.br Facebook: www.facebook.com/fanpage.sandroneves

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Projetos de controle de acesso SMB já tem solução:

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As máquinas podem aprender? O futuro caminha para a utilização do sistema de análise de dados para determinar padrões de comportamento em diversas soluções de segurança

Por Claudio Moraes

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á muito tempo que falamos sobre vídeo analítico em sistemas de CFTV, de como sua utilização melhora o funcionamento e aumenta a produtividade dos operadores, pois irão fazer outras tarefas enquanto o computador faz o trabalho inicialmente feito por eles. Mas qual é realmente a efetividade do vídeo analítico? Ele consegue realmente substituir todo o trabalho humano? Rapidamente posso dizer, não substitui. Entretanto consegue supri algumas tarefas, vou explicar. O vídeo analítico tradicional que usamos em nossos projetos é baseado em regras. Programamos a câmera para identificar algum comportamento específico, como por exemplo, identificar se uma pessoa cruza uma linha ou entra em uma área proibida. O sistema irá gerar um alerta avisando o operador da ocorrência. Isso funciona muito bem, podemos colocar as câmeras para identificar a invasão de perímetros, monitorar a remoção de objetos ou monitorar áreas com baixa movimentação, tarefas estas que facilmente teríamos falha humana. Mas o que acontece se o sistema está programado para identificar a remoção de um objeto (um quadro, por exemplo) e ocorre qualquer outra ação nessa sala, como um início de 52

incêndio. Teremos o alerta do sistema de CFTV? Não, pois essa segunda ação não estava previamente programada, seria uma ocorrência normal para o sistema. Com a tecnologia do Machine Learning (ML) ou em tradução livre, aprendizado de máquina, essa realidade está para mudar. A ML é um método de análise de dados que automatiza os analíticos. Através da análise das imagens, sons ou quaisquer dados, o computador aprenderá o que é um comportamento padrão do local e identificará qualquer comportamento anormal, gerando um alerta. Fora do mundo de segurança já temos alguns exemplos de ML em prática, como recomendações online de compras em sites como Amazon ou recomendações de conteúdo como Youtube ou Netflix. Quantas vezes você se perguntou, “como eles sabem o que eu gosto? Ou “como eles sabem que estou procurando esse produto?”. No segmento de crédito, a análise em buscas de fraude é feita por sistemas, com aplicativos que analisam o comportamento e padrões de utilização do cartão do cliente, e caso identifiquem um comportamento ou utilização diferente, podem bloquer ou gerar alertas ou ligações sobre o uso. Assim



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quanto mais tempo o sistema funciona, mais ele “aprende” o comportamento do usuário. Uma outra técnica de aplicação do ML é termo chamado Deep Learning (DL) ou Aprendizado Profundo. Como disse anteriormente, quanto mais se utiliza o sistema mais ele aprende, então essa técnica é baseada na exposição massiva de dados, forçando o sistema a aprender e reduzir esse tempo de maturação. Em testes no Google em 2012, foi realizado uma aplicação de Deep Learning para identificar a imagem de um gato em qualquer figura, essa alimentação massiva foi feita com imagens de milhares vídeos do Youtube. Temos aplicativos hoje para identificar com muita precisão, tumores em exames de ressonância magnética ou qualquer outra doença, dando ao médico a possibilidade de melhores diagnósticos, uma ótima aplicação para a técnica. Se temos hoje aplicativos para identificar as anomalias em exames, em breve identificaremos comportamentos em nossos sistemas de CFTV e chegaremos em um novo nível nas análises de vídeo. As câmeras alimentarão

Claudio Moraes Especialista em Produtos, da Anixter do Brasil Ltda.

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os softwares de análises e depois de um certo tempo, o sistema estará calibrado com a normalidade da cena, ou seja, terá “aprendido” o comportamento normal da cena. Qualquer diferença será tratada como alerta ou fora do padrão. Pensando em aplicação, em uma rodovia, uma câmera posicionada para monitorar o tráfego tratará como normalidade, após um período de aprendizado, os carros trafegando em velocidade constante, sem alteração de via, por exemplo. Uma freada brusca, um acidente, um veículo “costurando” seria tratado como um comportamento fora do padrão e gerado um alerta. Simplesmente o sistema poderia identificar qualquer comportamento, diferente dos sistemas de vídeos analíticos que temos hoje, onde programamos para identificar um ou dois comportamentos. Vejo que esse será o futuro de nosso mundo de segurança, uma análise massiva de dados, não somente análise das imagens das câmeras, mas também de sistemas de áudios, de sensores de alarmes, de diversos equipamentos e após um “aprendizado” a vigilância será muito precisa. SE


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FREE FLOW: UM NOVO CONCEITO EM BLOQUEIOS PARA CONTROLE DE ACESSO

Inovador Sistema de Imagem

Portas normalmente abertas

Fecham quando necessário

Identificação luminosa

Sistema equivalente a uma quantidade praticamente ilimitada de sensores IR tradicionais, trazendo um novo patamar de precisão na identificação de usuários não autorizados, com algoritmos desenvolvidos pela Digicon.

As portas estão na posição normalmente abertas. Bloqueios tradicionais têm suas barreiras na posição normalmente fechadas. É essa inversão de paradigma que diferencia um bloqueio FREE FLOW daqueles até hoje disponíveis.

As portas fecham somente quando usuários não autorizados tentam passar pelo bloqueio. O fluxo constante e bidirecional de usuários permite o uso de menos bloqueios, diminuindo custos de instalação, manutenção e gastos com energia.

Janelas indicativas compostas por LEDs acompanham o usuário durante o trajeto pelo dFlow, com diferentes cores para diferentes grupos de usuários (por exemplo: verde para alunos, amarelo para educadores e azul para familiares).




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