Revista Segurança Eletrônica - Edição 63 - Abril de 2022

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Abril

Revista Segurança Eletrônica | Edição 63

www.revistasegurancaeletronica.com.br




Editorial

Câmeras corporais em policiais reduz o uso de força e prisões

N

ão é de hoje que os departamentos de polícia enfrentam uma crise de confiança no Brasil. Muitos civis acusam os agentes de excesso de força nas abordagens e até de prisões sem justificativas. Para ajudar a solucionar esses problemas, alguns estados implementaram câmeras corporais no dia a dia dos PMs. O equipamento é preso na farda do agente e é capaz de registrar em tempo real as ações dele durante uma abordagem, tanto em imagem como em áudio. Até o momento, três estados já utilizam as câmeras corporais: Santa Catarina, São Paulo e Rondônia, e o uso desses dispositivos tem se mostrado efetivo no Brasil, com resultados surpreendentes. Em Santa Catarina, houve uma queda de mais de 60% no uso de força pelos agentes de segurança, incluindo uso de força física, armas letais e não letais, algemas e realização de prisões em ocorrências com a presença de civis. Já em São Paulo, os batalhões da Polícia Militar que adotaram o sistema de câmeras, tiveram uma redução de 87% nas ocorrências de confronto, segundo levantamento da corporação. Além de reduzir as mortes devido à ação policial, as câmeras ajudam a preservar os próprios policiais, uma vez que garante uma análise detalhada do cenário de atuação deles em situações de risco e/ou emergência. Esses resultados demonstram que o controle, a fiscalização e o monitoramento dos agentes são essenciais e deveriam ser adotados de maneira definitiva na segurança pública de todo o país. Fernanda Ferreira Editora

Ano 5 | N° 63 | Abril de 2022

Redação Fernanda Ferreira (MTB: 79714) editorial@revistasegurancaeletronica.com.br Colaborador Adalberto Bem Haja Designer Gráfico Giovana Dalmas Alonso Eventos Vianne Piiroja eventos@revistasegurancaeletronica.com.br Financeiro Bruna Visval financeiro@revistasegurancaeletronica.com.br Comercial Christian Visval christian.visval@revistasegurancaeletronica.com.br 11. 97078.4460 Segurança Eletrônica Online www.revistasegurançaeletronica.com.br

Avenida Eusébio Matoso 650 - Pinheiros, São Paulo/SP - CEP 06018-090

Tiragem: 16.000 exemplares

11. 9 7078.4460 www.revistasegurançaeletronica.com.br revistasegurancaeletronica 04

Impressão: Gráfica Mundo



REVISTA SEGURANÇA ELETRÔNICA

Sumário 08.

Novidades

Hikvision | p. 08 Multilaser fecha parceria estratégica com a Hikvision

10.

Destaques

PPA | p. 10 PPA lança câmeras de alta resolução Nice | p. 10 Nice lança terminal de controle de acesso por leitura facial entre os mais rápidos e precisos do país

12.

Eventos

Seventh | p. 12 Seventh comemora 21 anos de fundação

18.

Em Foco

Wylkie Colares – Tecnorise | p. 18 GEAR: software exclusivo e 100% em nuvem para portaria Marcus Assis – Hexagon | p. 28 Soluções para segurança pública e infraestruturas críticas

40.

Artigo

Você é um Guardião da Qualidade? | p. 40

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Novidades

Multilaser e Hikvision

Multilaser fecha parceria estratégica com a Hikvision

A Multilaser ficará responsável especificamente pela produção das linhas HiLook e Hikstorage e mantém a política de vendas da Hikvision

A

Multilaser, uma das maiores fabricantes de tablets do Brasil e uma das líderes nacionais nos setores de telefonia, eletrônica e computadores, acaba de anunciar uma aliança estratégica com mais um grande player internacional. A operação realizada com a Hikvision, líder mundial na oferta de produtos e soluções de segurança eletrônica, garantirá um novo patamar à brasileira na categoria no País. “Atualmente, a Hikvision é o principal destaque em seu segmento. Presente em mais de 150 países, somente na China, a empresa detém 35% de market share. Certamente, esta parceria alavancará a nossa participação também no mercado nacional. Ainda vale ressaltar, que a Multilaser Giga, nossa marca própria, não será impactada. A aliança trará novos mercados, com produtos intermediários”, disse André Poroger, VP de Produto da Multilaser. Segundo Poroger, a partir do terceiro trimestre de 2022, a Multilaser concluirá a primeira fase da operação, na qual assumirá a linha HiLook. “Uma das vantagens oferecidas pela HiLook é o gerenciamento dos dispositivos de monitoramento via PC ou celular. O aplicativo HiLookVision, compatível com todos os produtos da linha, permite que os usuários tenham acesso a diversas funcionalidades, como visualização em tempo real, gravação de vídeo, pesquisa e reprodução remotas, backup de arquivos, armazenamento programado e gerenciamento de alarmes. Tudo isso de forma integrada”, falou o executivo. A Multilaser passará a distribuir e comercializar DVR’s e câmeras 08

de segurança de nível básico da linha HiLook, destinadas a pequenos e médios projetos. A empresa ainda ficará responsável pela produção da linha Hikstorage, que contempla a fabricação de itens das categorias de memória e SSD. “A Multilaser investirá R$ 6 milhões em maquinário para a fabricação das linhas HiLook e Hikstorage no Brasil”, afirmou o VP de Produto da Multilaser. Mesmo após o acordo com a Multilaser, toda a política comercial e de vendas continuará sendo feita pela gestão de vendas da Hikvision. No acumulado do ano de 2021, de janeiro a setembro, a empresa registrou um faturamento global de 7.502 milhões de euros, 32,38% acima do mesmo período de 2020, garantindo a sua permanência na liderança mundial do setor. Com uma força de trabalho de Pesquisa & Desenvolvimento abrangente e altamente qualificada, a companhia desenvolve e fabrica um conjunto completo de produtos e soluções para uma ampla gama de mercados verticais. Além da indústria de segurança, a Hikvision amplia seu alcance aos mercados de tecnologia residencial, industrial e automotiva. “Contamos com o apoio dos canais e a capacidade operacional da Multilaser para ampliar nosso alcance e crescermos juntos de forma saudável. Juntamos a força do excelente produto e preço da linha HiLook, com o amplo canal de vendas, estrutura financeira e logística da Multilaser, para garantir o sucesso de ambos”, explicou Mario Ma, Presidente da Hikvision no Brasil. A aliança com a Hikvision reforça a estratégia de expansão adotada pela companhia brasileira de avançar por meio de parcerias, fusões e aquisições. SE



Destaque

PPA

PPA lança câmeras de alta resolução

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JetColor filma em formato full HD e gera imagens coloridas 24 horas por dia

onsolidada como uma das principais empresas do setor de segurança eletrônica em todo o mundo, a PPA decidiu aprimorar a tecnologia de suas câmeras, lançando a linha JetColor. As câmeras recém-lançadas filmam em formato full HD e são capazes de produzir imagens coloridas 24 horas por dia. A linha JetColor está disponível em dois modelos: Dome 2MP 2.8MM e Bullet 2MP 2.8MM. Os modelos se diferenciam no desenho e na composição. A Dome possui gabinete de metal e plástico, enquanto a Bullet possui gabinete de plástico de alta qualidade. Ambas são à prova d’água e possuem sensor 1/2.8” e lentes 2.8mm F 1.4 com amplo ângulo de visão. Além disso, as câmeras JetColor contam com LED branco, que são utilizados em ambientes escuros com capacidade de iluminar até 20 metros de distância, possibilitando a produção de imagens coloridas durante a noite. Isso torna essas câmeras ideais para ambientes externos de residências, condomínios, empresas, estacionamentos e parques. SE

Nice

Nice lança terminal de controle de acesso por leitura facial entre os mais rápidos e precisos do país

N

Com tempo de reconhecimento facial de apenas 0,2 segundos, FR300 oferece precisão superior a 99%

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ice lança terminal de controle de acesso por reconhecimento facial FR300 com capacidade de 3 mil faces off-line e registro de até 30 mil eventos. O FR300 pode ser utilizado em escolas, lojas, escritórios, fábricas e condomínios, entre outros, sendo uma solução inteligente para a segurança pessoal e patrimonial. O terminal de controle de acesso por reconhecimento facial FR300 traz duas formas de identificação, seja por reconhecimento facial ou cartão de proximidade Mifare, nesse caso com capacidade para 10 mil registros de usuários. Comunicação por TCP/IP com RJ45 10/100Mbps. O FR300 é um equipamento que oferece estabilidade e confiança no seu controle de acesso, segurança nas informações e pode funcionar on-line e off-line. Eficaz contra fraudes, o FR300 é equipado com sistema de câmera com lentes duplas o que garante a eficácia de não ser fraudado com fotos. Apresenta tela de touch screen de quatro polegadas e resolução 480x800, o que facilita as configurações do produto. O equipamento também oferece suporte a captura de vídeo e ao protocolo ONVIF, com armazenamento front-end 4G eMMC integrado. Com capacidade de detecção de faces de 0,2m a 2m de distância, o FR300 é ideal para aplicação em condomínios e empresas. Outros destaques do lançamento FR300 são a possibilidade de ter até seis fotos da biblioteca base para uma única pessoa, o gerenciamento de usuários que permite incluir, excluir ou atualizar a biblioteca, assim como o gerenciamento de registro com atualização em tempo real e gravação local. SE



Cobertura de Eventos

Seventh

Seventh comemora 21 anos de fundação Empresa, que hoje faz parte do Grupo Intelbras, surgiu de um Trabalho de Conclusão de Curso

A

Seventh celebrou no dia 28 de março o aniversário de 21 anos de fundação. A comemoração aconteceu na própria empresa e contou com a participação dos colaboradores. Além de lembrar momentos importantes da história da companhia, pessoas que fizeram um ano de casa no primeiro trimestre e os colaboradores mais antigos receberam homenagens. Um deles é o gerente de desenvolvimento de software, Wagner Cunha. Ele foi o primeiro colaborador da Seventh e conta que chegou à empresa uma semana antes de o escritório ficar pronto. “Nós passamos por várias fases nesse tempo. Mas a minha maior motivação aqui é poder criar produtos, desenvolver tecnologia nacional, enquanto muitos revendem. Esse é o meu estímulo em 21 anos”, contou Wagner. Durante a comemoração as equipes apresentaram de forma descontraída os trabalhos de rotina, o que cada um faz nos setores e metas para o ano. Claro, com muita comida, bebida e música. 12

Como surgiu A Seventh é uma empresa que desenvolve softwares e aplicativos para segurança eletrônica. São soluções para videomonitoramento, portaria remota, gestão em nuvem de condomínios, monitoramento patrimonial pelo celular etc. A história da companhia começou no dia 28 de março de 2001, a partir de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado pelo fundador da empresa, Carlos Schwochow, com seu antigo sócio. E desse trabalho acadêmico surgiu o primeiro produto desenvolvido pela empresa: um hardware para videomonitoramento; mais especificamente, uma placa de captura de vídeo. A evolução Em 2011 foi a virada de chave da Seventh. A empresa passou a trabalhar com software e não mais com o hardware. Foi quando surgiu o D-Guard, ferramenta para centralização de imagens de videomonitoramento. A partir daquele momento, a Seventh, que já tinha o setor de projetos, passou a atender


Cobertura de Eventos

centrais de monitoramento. Dois anos depois, em 2013, é lançado o D-Guard Mobile, um aplicativo integrado ao D-Guard que permite às pessoas ver, no celular, imagens das câmeras de segurança. Anos depois, em 2015, a equipe de desenvolvedores criou o Situator, solução voltada para controle de acesso, gestão de eventos de segurança e portaria remota. No mesmo ano, a Seventh desenvolveu o D-Cloud, uma ferramenta para armazenamento e compartilhamento de imagens na nuvem que também verifica o status dos equipamentos e, em caso de falha, emite alertas. A Seventh se consolidou no mercado de tecnologia e passou a ser reconhecida por outras empresas do ramo. Por conta disso, em 2019 a história da empresa mudou. Naquele ano passou a fazer parte da Intelbras, uma empresa com quase 50 anos de mercado e conhecida internacionalmente. Foi um dos seus grandes marcos. No mesmo ano, a empresa foi integrada à Prediotech, um sistema de segurança inteligente para condomínios operado totalmente em nuvem. Mesmo na pandemia, a empresa continuou em pleno crescimento. Em 2021, lançou um aplicativo que deu mais autonomia para moradores de condomínios, o Controli. O app é integrado ao Situator. Também em 2021, o número de colaboradores aumentou, chegando a 100. Por conta disso, a Seventh passou de pequena para média empresa, segundo

classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E agora em 2022 já fez um lançamento: o D-Guard Cloud. Uma solução para visualização e armazenamento de imagens em nuvem. A ferramenta permite o monitoramento patrimonial pelo celular. O D-Guard Cloud é voltado para provedores de internet. Isso significa que os provedores podem ter um produto a mais para disponibilizar para os clientes e, assim, aumentar a receita recorrente. O futuro A equipe de desenvolvedores da Seventh trabalha ativamente para trazer novos recursos. Uma das expectativas é a de trazer ainda mais inteligência para o videomonitoramento. Um dos projetos é o de integrar ao D-Guard uma tecnologia que “estuda” o comportamento das pessoas em um ambiente monitorado. Depois disso, essa inteligência passa a detectar situações consideradas fora do padrão. “A inteligência artificial veio para facilitar a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, trazer mais proteção. É justamente isso o que a gente quer trazer para nossas soluções: tecnologias que melhorem a nossa rotina. Estamos juntando mais ideias para que, até o fim de 2022, tenhamos ainda mais tecnologia e inteligência integradas aos nossos sistemas”, afirmou o gerente executivo da Seventh, Érico Kappel. SE

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Publi. Editorial

PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA FÍSICA

V

ocê sabe quais são os cinco princípios de um projeto de segurança física? Conheça a seguir quais são eles e como afetam o seu cotidiano.

1- IMPEDIR OU DISSUADIR O primeiro princípio que um projeto de segurança deve seguir é o de dissuadir um possível intruso. Em outras palavras, desmotivá-lo de sua má intenção. Isto pode ser feito de várias maneiras, incluindo medidas físicas, procedimentais e visuais, como uma iluminação adequada na fachada e no saguão do prédio, e instalar placas com mensagens que indiquem que o ambiente está sendo monitorado e filmado. 2- NEGAR O ACESSO O segundo princípio do sistema de segurança é negar o acesso à área restrita. Não é apenas a instalação de um sistema de controle de acesso físico que resolverá o problema, um projeto profissional levará em consideração outros elementos, inclusive elementos de construção civil, iluminação, comportamento dos ocupantes legítimos do prédio, para que a negação de acesso a pessoas indesejáveis seja bem-sucedida. 3 - D E TE C TA R U M A I N T R U S ÃO Os dois primeiros estágios do sistema podem falhar, e uma pessoa conseguiu acesso a uma determinada área do prédio sem ter sido previamente autorizada. Neste caso, esta pessoa já pode ser considerada um intruso e o terceiro princípio do sistema de segurança é detectar uma intrusão. Os sistemas de segurança que apoiam a detecção de intrusos incluem o próprio sistema de controle de acesso, sistemas de monitoramento por vídeo (inclusive com recursos automatizados, como vídeo-analíticos) e alarmes de intrusão, com disparo de alarme por detecção de presença ou movimento, com o uso de uma vasta gama de sensores. 4- ATRASAR O PROGRESSO DE UM INTRUSO Se o intruso já foi detectado, inicia-se uma corrida contra o tempo: supondo que ele seja uma pessoa má intencionada (e não simplesmente alguém desorientado ou perdido), cada minuto que passa prejudica as chances de sucesso da equipe de segurança. Para melhor essas chances, entra em cena o quarto objetivo do sistema: atrasar o progresso do intruso. O projeto deve possuir mecanismos que retardem o acesso 14

do invasor ao seu objetivo. Em alguns cenários, o propósito não é atrasar o progresso de uma pessoa a pé, mas dentro de um veículo — para isto, existem recursos próprios, como cancelas, perfuradores de pneus (“garra de tigre”) e outros. 5- VIABILIZAR A SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO O quinto e último objetivo do sistema, que é acionado simultaneamente com o quarto, é viabilizar a solicitação de auxílio. Além de incorporar recursos tecnológicos, um bom projeto deve incluir um sólido planejamento de cenários de intrusão, com criação de procedimentos operacionais padronizados, treinamento da equipe operacional, reciclagem e evolução. Entre os recursos de comunicação que podem ser utilizados, temos os rádios comunicadores, smartphones, intercomunicadores VOIP e comunicadores para viva-voz. Não é todo intruso que pode (ou deve) ser abordado por equipe de segurança particular; em vários casos, equipes de segurança pública devem ser envolvidas. Como você viu neste texto, um bom projeto de segurança físico deve seguir cinco princípios como seus objetivos finais, para ser eficiente e confiável. Quer criar um projeto específico para as necessidades de sua empresa ou organização, ou revisar seu sistema atual? Então entre em contato com a Veolink, converse com os especialistas e conheça o serviço de RFID e não deixe de reservar um horário para sanar dúvidas e solicitar ajuda de forma gratuita.

Renato “Buiú” da Silva Pereira

É Diretor de Inovação da Veolink, engenheiro de computação, possui 20 anos de experiência em desenvolvimento de software e integração de sistemas de segurança. É membro da ASIS International, e possui um certificado ativo como Profissional de Segurança Física - Physical Security Professional (PSP). Acesse: www.veolink.com.br





Em Foco

Tecnorise

GEAR: software exclusivo e 100% em nuvem para portaria Tecnorise passou de prestador de serviços de portaria remota para fornecedora de uma plataforma whitelabel que integra todo o sistema de gerenciamento, aplicativos para moradores e síndicos e comunicação VOIP em uma única ferramenta

Por Fernanda Ferreira

H

á 8 anos o empresário Wylkie Colares teve a ideia de estruturar uma central de atendimento de portaria remota para a sua empresa, mas antes decidiu realizar uma pesquisa diretamente com os condomínios, síndicos e porteiros com perfis completamente diferentes para entender toda a operação por trás do atendimento. Após compreender os problemas de cada etapa, Colares foi para o mercado buscar um software que atendesse essas necessidades, mas encontrou apenas plataformas de gestão de alarme adaptadas para essa atividade. Como não havia um software como o que ele estava procurando, decidiu desenhar a solução ideal junto com seus sócios Daniel Arôxa e Jobson Junior. E assim nasceu o GEAR, uma ferramenta exclusiva com conceito de tela única que contempla em um só lugar todos os recursos que um porteiro, seja presencial ou remoto, precisa para operar uma portaria com eficiência. Para entender melhor como funciona essa solução, conversamos com Wylkie, CEO da Tecnorise, que compartilhou as vantagens da ferramenta para os profissionais que já atuam 18

ou desejam atuar no segmento de portaria, seja presencial, remota ou com atendimento autônomo. Revista Segurança Eletrônica: Como foi o processo de desenvolvimento do GEAR? Wylkie Colares: Melhoramos a experiência de quem mora e visita condomínios criando soluções para acessos rápidos e seguros. Com esses princípios em mente, começamos a criar a nossa solução. O processo de desenvolvimento levou em torno de dois anos e em 2016 começamos a vender o serviço de atendimento à portaria remota. A primeira sede da empresa tinha uma ótima estrutura, porém precisou mudar de tamanho diversas vezes em um curto período de três anos, até que a última mudança nos deu a capacidade de triplicar a quantidade de clientes. Foi um crescimento muito rápido e que nos deu a visão de que podíamos ir mais longe. Logo aquilo que parecia um sonho distante, cada vez mais se tornava algo possível de ser realidade, que era desburocratizar o atendimento de portaria levando mais segurança e


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Em Foco

comodidade para usuários de todo Brasil. Como tínhamos uma forma diferente de prestar o serviço devido à tecnologia utilizada, começamos a chamar a atenção de algumas empresas, tanto concorrentes quanto pessoas que pensavam em entrar no segmento, e o que todos tinham em comum era a vontade de utilizar o nosso software. Diante da possibilidade de podermos levar o GEAR para outras empresas espalhadas pelo país, tomamos a decisão mais assertiva que poderíamos tomar naquele momento, que era sair do atendimento direto aos condomínios com o modelo de negócio B2C e partindo para o B2B, fornecendo o software para as empresas do segmento. Vendemos então a empresa de portaria remota e iniciamos ali um novo capítulo em nossa jornada, carregada de experiências adquiridas ao longo dos 3 anos atendendo condomínios. Como já estivemos do outro lado fazendo atendimento, entendemos todas as dores e temos a noção exata do que precisa para vender mais e melhor, e o que precisa para reter os clientes. Revista Segurança Eletrônica: Hoje o GEAR já está em quais regiões do país? Wylkie Colares: Nós estamos em todos os estados do Brasil. São mais de 60 mil downloads do app e mais de mil condomínios utilizando o GEAR, e esses números não param de crescer. A cada quatro minutos temos um novo morador utilizando a nossa tecnologia. Revista Segurança Eletrônica: E como funciona a plataforma? Wylkie Colares: Hoje, para que um profissional de segurança possa fazer um atendimento de portaria remota, ele precisa de um software para controlar toda a operação e gerenciar as pessoas. Por isso ele vai precisar de uma plataforma que faça 20

toda a gestão; de aplicativos, tanto para os moradores como para o síndico, para que eles possam se comunicar com a central; além do VOIP para comunicação de telefone via IP entre operador e a pessoa que tocou o interfone, seja ela visitante, morador ou prestador de serviço. O grande problema hoje é que os profissionais de segurança que não conhecem o GEAR precisam contratar até três empresas diferentes (de software, de aplicativo e outra de VOIP) e fazer elas conversarem entre si para assim conseguir realizar o atendimento de portaria remota. Só que desta maneira há inúmeras chances de acontecer diversos problemas, como um dos recursos parar de funcionar, o aplicativo não estar configurado corretamente no software e o portão não abrir para o morador, perda de comunicação com a central, entre outros. Tudo fica pior porque cada empresa tem um servidor, um time de suporte, então o integrador vai precisar ligar para cada uma para tentar descobrir o problema e então conseguir solucionar. É uma grande perda de tempo e de dinheiro. Essa sequência constante de erros pode levar ao cancelamento dos serviços pelo cliente, tudo por uma escolha errada de solução. Com o GEAR o operador tem acesso a uma tela com os dados dos moradores, dos visitantes, e nesta mesma tela o operador pode interagir com as pessoas, fazer o controle de acesso, abrir portas e portões, mandar mensagem ou ligar para o síndico ou morador, responder ao interfone, entre outros. O morador interage com o operador através de um aplicativo. Ele pode autorizar visitas, avisar que está chegando uma encomenda, fazer reserva de espaços no condomínio, ter acesso às câmeras de monitoramento autorizadas, alerta de pânicos, entre muitos outros recursos. O síndico também interage com a central por meio de um aplicativo exclusivo desenvolvido para ele. Pelo app ele pode administrar o condomínio, ter acesso a lista de moradores,



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Em Foco

gerenciar as ocorrências, controle de lista de reservas, visualizar câmeras, etc. A diferença do GEAR para outras soluções do mercado é que a nossa plataforma foi desenvolvida estrategicamente para portaria remota, não é uma adaptação. Dessa forma, o profissional consegue administrar tudo em uma única tela, muitas vezes em apenas um clique e com uma única empresa. Revista Segurança Eletrônica: Quando o profissional de segurança decide utilizar o GEAR, o condomínio vai ver a marca da Tecnorise ou é possível personalizar a plataforma? Wylkie Colares: O nosso software é whitelabel, isso significa que fazemos todo o layout com a identidade da empresa que contratou a nossa solução, ou seja, se a empresa chama ABC Segurança, será a marca dela que estará nos aplicativos utilizados pelo condomínio. Tudo estará com o nome da empresa dele, mas nós fornecemos toda a tecnologia. Revista Segurança Eletrônica: A Tecnorise gosta de destacar que o GEAR é uma solução já nasceu com o conceito de nuvem e opera 100% desta forma. Qual é a vantagem desse modelo? Wylkie Colares: Para uma empresa conseguir crescer com qualidade, ela precisa ser escalável e ela só consegue se tiver uma ferramenta que possibilite isso. Ao colocarmos a nossa solução na nuvem é possível crescer sem precisar expandir a estrutura. O conceito de escalabilidade é esse, crescer e multiplicar sem ter que aumentar servidores e contratação 24

de pessoas para atender novos clientes. Não precisamos que nossos parceiros tenham servidores físicos para fazer um atendimento, porque tudo está 100% na nuvem. Na pandemia, por exemplo, tivemos o momento de isolamento social, e como o nosso software está online, os operadores puderam atender de casa, apenas colocando suas credenciais de acesso na plataforma. Nosso software é assim, você entra e loga de onde estiver e faz o atendimento. Ele já nasceu na nuvem, não precisou ter adaptações para que eu pudesse fazer isso acontecer. Essa concepção de ter sido feita já na nuvem, faz com que o profissional de segurança tenha uma tecnologia de última geração nas mãos. Revista Segurança Eletrônica: Muitas empresas de segurança já atuam com portaria remota e usam outros softwares do mercado, por isso a migração para outra plataforma é um passo que pode gerar diversas preocupações. Wylkie Colares: O grande medo das empresas em migrar para outra plataforma é: será que vale a pena mudar? E se eu perder clientes no processo de mudança? Quando esse profissional decide mudar para o GEAR ele não só continuará com os clientes como vai conseguir também reduzir os custos da sua operação. O GEAR foi feito justamente para receber empresas de outros softwares. Entramos em um mercado que todo mundo já está usando uma ferramenta, então a nossa plataforma está preparada para receber o software de qualquer empresa do mercado de forma rápida, fácil e simples.



Em Foco

Revista Segurança Eletrônica: E como funciona a integração com as tecnologias de segurança instaladas nos condomínios, como câmeras, alarmes e controladoras de acesso? Wylkie Colares: Os condomínios usam diversas marcas de tecnologia nas suas instalações e estamos preparados para isso. Ao longo dos anos nós homologamos as principais marcas do mercado e também de armários inteligentes, então temos realmente a maior gama de periféricos integrados e homologados no GEAR. Revista Segurança Eletrônica: Além da portaria remota, existe também a portaria com atendimento autônomo. O GEAR funciona nesta modalidade? Wylkie Colares: Com o GEAR o profissional de segurança pode trabalhar com três frentes: Portaria Presencial, Portaria Remota e Portaria com Atendimento Autônomo. Somos a única solução do mercado hoje que pode atuar nas três necessidades. Por exemplo, eu posso ter no horário comercial um porteiro físico, usando o GEAR para receber encomendas, falar com os moradores, etc. Depois do horário comercial o condomínio pode acionar a portaria remota. Assim, quando for 18h o atendimento passa a ser remoto e quem chegar e apertar o interfone vai ser atendido pela central. Também pode ter condomínios que queiram que depois das 22h até às 8h da manhã do dia seguinte a portaria tenha um atendimento autônomo, porque afinal de contas, o morador entra com a sua tag, reconhecimento facial, app, então as possíveis visitas 26

que chegarem entre 22h e 8 da manhã, irá tocar no aplicativo do morador e ele fará a liberação. Isso vai gerar um orçamento específico para cada condomínio, atendendo a necessidade e alcançando aquele objetivo que todo mundo quer, que é reduzir custos. A empresa de segurança que atua com o GEAR pode oferecer um plano específico para cada condomínio diante da necessidade de cada complexo, diferente do que tem no mercado agora. Hoje o setor oferece ou a portaria remota ou a portaria com atendimento autônomo ou o software para rodar na portaria presencial. O GEAR é flexível, estamos em uma nova fase de poder prestar um serviço específico para cada empresa e isso só é possível utilizando uma tecnologia que seja completa, que tenha todos os recursos rodando de forma integrada. Revista Segurança Eletrônica: Gostaria de deixar um recado final para quem está pensando em ingressar no segmento de portaria remota ou querendo migrar de plataforma? Wylkie Colares: O GEAR, pelo fato dele ter sido um software criado de maneira personalizada para fazer atendimento de portaria remota, conseguimos gerar o encanto, a surpresa, superar as expectativas dos clientes mesmo nas suas especificidades. É uma plataforma criada do zero, direcionada exclusivamente para portaria remota. Por isso convidamos a todos a conhecer o GEAR sem qualquer compromisso e se surpreender com o que podemos oferecer. SE



Em Foco

Hexagon

Soluções para segurança pública e infraestruturas críticas

Multinacional sueca está em mais de 2.500 organizações no mundo com uma plataforma que fornece uma visão completa e em tempo real das operações de segurança, permitindo detectar ameaças, avaliar cenários e responder a incidentes de maneira rápida e eficiente

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Hexagon é líder global em sensores, softwares e soluções autônomas, e fornece tecnologias de última geração visando aumentar a eficiência, produtividade, qualidade e segurança em aplicações industriais, de manufatura, infraestrutura, setor público e mobilidade. Com sede operacional nos Estados Unidos e presente em mais de 50 países, o grupo possui mais de 21 mil colaboradores e opera em toda a América Latina. Para saber mais sobre a empresa, suas soluções e atuação no mercado, conversamos com Marcus Assis, gerente de vendas e responsável pelos setores de infraestrutura e transportes na Hexagon. Revista Segurança Eletrônica: Quais são as principais áreas de atuação da Hexagon no Brasil? Marcus Assis: A Hexagon é um grupo sueco focado em soluções tecnológicas para diversos setores essenciais no mundo como Segurança, Infraestrutura e Geotecnologias, Engenharia Industrial, Manufatura, Agricultura, Mineração entre outros. 28

Por meio da divisão de Segurança, Infraestrutura e Geotecnologias, fornecemos soluções de software para organizações públicas e privadas, incluindo infraestruturas críticas como: aeroportos, portos, redes de utilities e telecomunicações, rodovias e ferrovias. Na área governamental, apoiamos as organizações de segurança pública fornecendo sistemas para gestão de operações que integram em um único ambiente: polícia, bombeiros, SAMU, agências de trânsito, Defesa Civil, entre outros órgãos públicos. Da mesma maneira, organizações de infraestruturas críticas também utilizam nossos sistemas de gerenciamento de informações de segurança física para proteger pessoas, ativos e propriedades, uma vez que operam em áreas quase sempre com grande circulação de pessoas, de extensão territorial ou elevado risco. Com a plataforma da Hexagon é possível gerenciar toda a infraestrutura de segurança de forma integrada. O nosso papel é dar todas as condições para o processamento e moni-


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Em Foco

toramento dos dados em tempo real, e visibilidade total das informações para que essas empresas consigam antecipar as situações problemáticas, desenvolver planos de contingência e agirem rapidamente em situações de crise , reduzindo o tempo de inatividade de suas operações e os impactos internos e externos, incluindo perdas econômicas, sociais e ambientais. É um sistema robusto com grande maturidade tecnológica que reflete todo o conhecimento adquirido no setor de segurança pública e privada ao longo de 30 anos. A solução da Hexagon é ideal para a proteção e vigilância de grandes infraestruturas, e a sua implementação é realizada de maneira customizada, considerando os riscos, os procedimentos, as necessidades e os objetivos que cada organização possui. Revista Segurança Eletrônica: E como vocês atuam junto aos clientes? Marcus Assis: Primeiro entendemos quais são os ativos da empresa, e então fazemos um trabalho de consultoria, identificando o que existe de legado na planta que conseguimos aproveitar. Posteriormente, em conjunto com a equipe de segurança, fazendo a especificação funcional, estabelecendo quais são os planos de ação para cada evento, como e o que vamos rastrear, que tipo de resposta deve ser dada em cada situação, qual o meio de comunicação com a equipe, fluxos de trabalho etc. A nossa solução não é uma tecnologia plug and play. O nosso lado tem um trabalho de conversar com o usuário, de entender suas expectativas, os planos de ação e assim construir todo o projeto. Dentro disso, podemos comercializar a solução tanto como licenciamento perpétuo ou como um serviço. 30

Os primeiros passos dos nossos projetos é o levantamento de dados, onde buscamos entender e mapear todos os dados que serão integrados, qual o objetivo da solução como um todo entre outras questões. A Hexagon recentemente lançou uma nova tecnologia que chama-se BLK247, um hardware multissensor com tecnologia LiDAR embarcada que permite monitorar espaços físicos com precisão e confiabilidade, identificando ameaças e automatizando ações. A tecnologia LiDAR emite feixes de luz que, ao incidirem sobre objetos e superfícies, retornam ao dispositivo medindo distâncias e tamanhos com precisão milimétrica, independentemente das condições de iluminação do ambiente. Por meio de um software, também permite estabelecer um perímetro específico em 3D e automatizar alertas caso ocorra uma intrusão. Esse processo é feito em todas as direções, 360 graus, 24x7, ou seja, conseguimos o tempo todo escanear e monitorar áreas de interesse, identificando ameaças, automatizando alertas e reduzindo alarmes falsos. Revista Segurança Eletrônica: A plataforma da Hexagon consegue se integrar com outros softwares do mercado? Marcus Assis: Sim. A nossa plataforma integra sistemas, sensores e quaisquer equipamentos, incluindo os dispositivos VMS do mercado, disponibilizando todos os dados em tempo real em um único ambiente. Um dos nossos principais diferenciais é a capacidade da plataforma de otimizar os sistemas de segurança, preservando a infraestrutura pré-existente. Dessa forma, reduzimos os custos das empresas com a substituição e as atualizações dos seus ativos de segurança. Trabalhamos muito com o conceito de anomalias, de crise.


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O videomonitoramento e alguns controles que existem hoje geralmente são muito reativos, muitas vezes os seguranças usam o videomonitoramento para ver o que aconteceu depois do evento já ter ocorrido. Por meio do nosso software, quando um alarme é disparado em decorrência de uma intrusão, imediatamente ele exibe imagens da câmera que está monitorando o local. Ainda que uma pessoa tenha forçado determinada porta, e ao olhar as imagens o operador não tenha identificado a presença de ninguém, é possível configurar no sistema um pré-alarme, que consultará o VMS e exibirá imagens dos segundos que antecedem o disparo do alarme, permitindo ao operador analisar e verificar se a intrusão ocorreu de fato.

identifica a geolocalização das equipes que devem ser acionadas e, então, quando uma notificação é recebida, os operadores podem acionar de forma imediata os profissionais que estão mais próximos do local, inclusive, acionar as organizações externas de segurança pública, se for o caso. Além disso, como tudo está integrado no mesmo banco de dados, nossa exclusiva Inteligência Artificial assistiva monitora todos os eventos automaticamente para identificar conexões entre eles que possam ajudar a resolver a situação ou mesmo conter a escalada de uma situação de crise. Esse recurso tem por objetivo eliminar pontos cegos operacionais e alertar equipes de supervisão sobre eventos que podem não ser facilmente identificados por meio de pessoas.

Revista Segurança Eletrônica: Então podemos dizer que a plataforma trabalha de maneira preventiva e inteligente? Marcus Assis: A nossa ferramenta realiza a detecção, avaliação e a resposta de incidentes. Para a detecção, fornecemos o multissensor BKL247 que citei anteriormente, que possui uma inteligência robusta e tecnologia inovadora para videomonitoramento autônomo 3D. Contudo, nossa plataforma integra com qualquer outro dispositivo utilizado para essa finalidade. Para a avaliação, que envolve toda a integração de múltiplas fontes de dados, centralizamos tudo o que o operador precisa monitorar em uma única interface intuitiva. Hoje há centrais que possuem um sistema para o VMS, um sistema para comunicação, outro para o controle de acesso, outro para alarme, então, imagine quantas pessoas e telas precisam ser visualmente monitoradas e o tamanho do trabalho que isso dá. Ao centralizar todas as informações de maneira visualmente organizada, simplificamos a visualização dos dados e permitimos que o acompanhamento de toda a infraestrutura de segurança seja realizado por um quadro reduzido de profissionais por meio de poucos monitores. O desdobramento disso tudo é a resposta. A resposta é a ponta do processo. Nossa plataforma automatiza todos os fluxos de trabalho e procedimentos operacionais padrão,

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os diferenciais da Hexagon? Marcus Assis: Quando falamos de diferenciais costumo listar os 4 P’s de segurança da Hexagon. Prova – Temos provas de que a nossa solução funciona. Apoiamos organizações públicas e privadas em mais em todo o mundo. Plataforma – Temos uma plataforma robusta, desenvolvida há mais de 30 anos, implementada em diversos ambientes críticos e atendendo diversos eventos, e que continua em constante desenvolvimento. A Hexagon investe cerca de 13% da receita em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), e isso se reflete em benefícios para os clientes que utilizam as nossas tecnologias. Esse investimento, ajuda a manter as nossas soluções adequadas aos sistemas operacionais dos nossos clientes, a promover novas integrações e acompanhar tendências. Parcerias – Temos diversos parceiros no Brasil e na América Latina que reconhecem a nossa tecnologia como a melhor do mercado para gestão integrada de operações de segurança. Pessoas – Temos um time comercial e técnico que entendem a necessidade e dialogam com nossos clientes. Todo o processo de vendas é consultivo e personalizado. Essa vasta experiência de mercado nos trouxe o conhecimento sobre as melhores práticas em diversos lugares do mundo, e por isso

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somos um parceiro confiável dos nossos clientes. Revista Segurança Eletrônica: Poderia citar alguns clientes e cases? Marcus Assis: Estamos em 2.500 organizações no mundo, apoiando mais de 450 centrais integradas de operações de segurança pública. Estamos presentes em 14 estados brasileiros como, por exemplo, no centro integrado do Rio de Janeiro e do Ceará, nos quais apoiamos as operações da Polícia e dos Bombeiros. Para se ter uma ideia, em torno 1 em cada 9 pessoas no mundo são protegidas com as nossas soluções. São mais de 1 bilhão de pessoas que dependem diretamente ou indiretamente das soluções da Hexagon, seja no mercado privado ou público. Atualmente estamos implementando a nossa plataforma de segurança e vigilância de infraestruturas críticas no Bancolombia, o maior banco da Colômbia, fornecendo tecnologias que também servem grandes organizações em setores como energia, mineração, ferroviário, rodoviário e aeroportuário como, por exemplo, o Aeroporto Internacional de Baltimore e o Metropolitan National Washigton Aeroport Autorit. Para concluir, ajudamos a proteger o maior túnel ferroviário do mundo, o Gotthard Base Tunnel, na Suíça, no qual atuamos na gestão dos seus ativos de segurança. Revista Segurança Eletrônica: Como funciona o investimento em P&D da empresa e que novidades planejam para esse ano? Marcus Assis: Temos mais de 4 mil patentes ativas dentro do nosso portfólio e investimos cerca de 13% da nossa receita em P&D (aproximadamente €566 milhões), o qual é revertido em novas soluções, inteligência, tecnologia e inovação. Para este ano, prevemos investimentos na aquisição de empresas para complementar nosso portfólio e, além disso, vamos promover durante o mês de junho o HxGN LIVE, uma conferência mundial de tecnologia que será realizado presencialmente em Las Vegas, e também será transmitido on-line. Neste evento, apresentamos ao mercado as novidades das nossas plataformas e portfólios. Revista Segurança Eletrônica: Como você enxerga o cenário de infraestruturas críticas no Brasil e quais são as tendências? Marcus Assis: A preocupação com a segurança de infraes38

truturas críticas sempre existiu, obviamente em intensidades diferentes de empresa para empresa. A exemplo disso, sempre houve uma preocupação muito grande com a segurança das usinas nucleares mas, de modo geral, antes não existia planos nacionais pensando na gestão destas instalações, as quais sempre estiveram sob o controle de empresas responsáveis pela gestão desses ativos. Essa visão nacional é algo novo e a tendência é o que já está ocorrendo, que é ter uma regulamentação mais crítica das operações. Isso já aconteceu com o setor de mineração após as tragédias em Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. O governo reagiu e agora existe regulação específica para inspeções, para categorizar as barragens, identificar quais são as áreas mais críticas etc. Não é apenas uma iniciativa do Brasil, o mundo inteiro está se preocupando mais com isso, e por diversas razões. Podemos nos colocar no lugar da Ucrânia e da Rússia, onde um conflito entre nações pode ter como alvo infraestruturas críticas de qualquer natureza. No entanto, infraestruturas críticas podem ser alvos de um ato deliberado. A maioria das empresas do setor elétrico do Brasil fazem parte de uma holding multinacional, seja chinesa, italiana, espanhola, entre outras. O que está sendo feito nestes países, de alguma forma refletem ou refletirão no Brasil, o que exige uma melhor governança por parte de todos os envolvidos. Para ajudar essas organizações, a Hexagon oferece uma nova plataforma dedicada ao setor de infraestrutura crítica que fornece apoio, controle, previsibilidade e resposta rápida em situações críticas. Revista Segurança Eletrônica: 2022 é um ano de eleições presidenciais. Qual seria a sua mensagem de alerta para os gestores públicos em relação ao que precisa ser mudado com urgência no Brasil? Marcus Assis: A segurança pública e de infraestruturas críticas é um tema presente e necessário, e parte do trabalho da Hexagon é difundir isso, divulgar casos de sucesso e replicá-los no Brasil, e promover a cultura de segurança que é algo que precisamos instituir no país. Tem uma frase de Robin Sincler, um dos maiores especialistas globais em gestão de risco e governança no mundo, que traduz bem essa perspectiva: "segurança é sempre excessiva até que seja insuficiente", ou seja, o investimento em segurança para muitos é sempre visto como desnecessário mas em momentos de crise, tornam-se essenciais. SE


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Você é um Guardião da Qualidade?

Por Adalberto Bem Haja

“Tem que dar duro para ter qualidade. E qualidade é ter carinho genuíno com o cliente.” Qualidade é inegociável Qualidade sempre foi um tema central e não tem a ver só com fazer teste, mas tem a ver com segurança. Se você fizer parte, por exemplo, de um projeto com um parceiro, é preciso garantir a continuidade do serviço sem que o sistema caia, a funcionalidade esteja perfeita e sem nenhuma brecha de segurança. Então isso é qualidade na concepção. É você pensar, já no primeiro minuto, o que pode acontecer lá para frente. Não simplesmente entregar um projeto por si só. Todo mundo sabe que ter qualidade faz sentido e é importante. Mas precisamos ter a mentalidade, ter isso enraizado na cultura de todos. Geralmente a qualidade na área de tecnologia fica mais na cabeça do responsável pela sustentação. Ninguém pensa em fazer com qualidade desde o início. Quando se fala em ser ágil, se pensa em fazer rapidinho, com sprints mais curtos e preço mais baixo. Mas é preciso fazer isso com qualidade. Qualidade é inegociável, só que ninguém lembra! 40

Site Realiability Engineering (SRE) A sustentação sempre teve como método o “vamos nessa, vamos juntos!”. E hoje tem uma técnica que é o Site Realiability Engineering (SRE). É um termo criado por Ben Treynor Sloos, VP de engenharia do Google, para a metodologia de gerenciamento de operações para todos os serviços dentro do Google. O foco do SRE está na confiabilidade do sistema, que permite encontrar formas para aprimorar o design e a operação dos sistemas para fazê-los mais escaláveis, confiáveis e mais eficientes. O SRE tem a ver com qualidade, que tem a ver com DevOps, que tem a ver com agilidade, que tem a ver com a experiência do cliente, que tem a ver com carinho genuíno com o cliente. DevOps (desenvolvimento e operações, na junção das siglas em inglês) é um conjunto de técnicas para aumentar a capacidade de uma empresa na automação de processos, desenvolvimento de software e infraestrutura. A qualidade está inserida nesse objetivo de negócio. É pensar em qualidade na concepção, em monitoração no primeiro minuto de um projeto de software. Quem quer pensar em qualidade deveria se juntar ao SRE.


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Guardião da Qualidade No SRE você deixa de ter somente a função de “bombeiro” – aquele que só apaga os incêndios –, para ter um Guardião da Qualidade dentro da empresa. E não somente aceitar coisas ruins que eventualmente o desenvolvedor faz, o que também é normal, pois há a pressão sempre da entrega. Quando você está na primeira camada do SRE, que é o reativo – ou o “bombeiro” –, você está focado em correção de bots e redução de incidentes. Na segunda camada, que é a do Guardião da Qualidade – ou Gatekeepers –, você começa a ter times de emergência, mapa de calor, gestão proativa de riscos, release management – forma de garantir a integridade do ambiente de desenvolvimento e a utilização do software pelo cliente –, planos táticos de estabilização de ambientes como um todo. A outra camada vem para a qualidade da confecção, onde está o “Quality by design”. “Você me ajuda a construir uma aplicação resiliente ou vem às três da manhã resolver problema comigo”. Isso é o que tem nos times ágeis. Lógico que tem gente especializada em corrigir bugs, mas o problema é de todos. Quem concebeu também tem que ser acordado às três da manhã. Preocupação genuína com o cliente Se você não quer se preocupar com o cliente, o concorrente vai se preocupar. Em um ambiente competitivo, se o outro tem mais qualidade, o cliente vai procurá-lo. Geralmente em tecnologia você não pensa em qualidade, você pensa em rapidez. Ágil parece ser entregar rapidinho. Ágil

não é isso. Para entregar sprints menores você precisa encantar seu cliente toda a semana, precisa entregar com custos mais baixos porque o mercado é competitivo e a empresa tem que sobreviver. Mas a qualidade não é inimiga de velocidade, não é acessório, não é mal necessário, não é custo adicional. Você precisa olhar o produto, e não a peça de software, não pode olhar de forma isolada. E qualidade não é para amadores! Todo profissional precisa ser um Guardião da Qualidade, por isso que é qualidade na concepção. Quando você tem seu próprio negócio, você tem que pensar em tudo, senão o projeto pode morrer. SE

Adalberto Bem Haja CEO da BHC Sistemas de Segurança, Investidor anjo e Mentor de startups. Formado em Engenharia Eletrônica pela FESP e com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela FGV. Possui larga experiência em gestão e desenvolvimento de negócios no mercado de tecnologia.

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