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PAULO ARCE | POEMA CONTEMPLATIVO

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Contemplar boquiaberto o nada E nada oferecer ao mundo: Esse é um dia normal

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Contemplar o mundo com a boca aberta Uma coisa qualquer, sem significado algum E não oferecer resistência, pura inércia

Contemplar o mundo com os dentes à mostra, língua caída E os olhos fixos, meio sem vida Meio sem reação, com uma mansidão bovina

Contemplar a vida, dia após dia Sem nada complementar Atividade meramente contemplativa

Contemplo minha existência Sem movimento

Envelheço

PAULO ARCE é professor universitário e funcionário público. Escreve poesias e contos para rebater a monotonia sufocante dos dias. Vencedor do "I Concurso Literário Era uma vez" (2015) da IMA (Informática dos Municípios Associados de Campinas), na categoria de contos. Teve suas poesias "um cachorro", "terceto das onze e meia" e "os troféus" publicadas na Revista Subversa.

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