Texto de Apresentação

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revista

tabacaria


O que nomeia essa ideia, vem do título do poema de Álvaro de Campos –Fernando Pessoa. Que a priori, tudo tem em comum com a alma da revista. A Tabacaria tem cunho de ser uma revista literária independente e colaborativa, tomando matéria de um periódico com viés de unir iniciativas que tendem a despertar ações cognitivas voltadas para leitura. Porém, tendo-se a pretensão de restringir o termo as manchas visuais tipográficas, textos, e sim, tomá-lo ao sentido mais amplo possível, adotando os mais diversos fins que levam a ver e decifrar mensagens, fins tais, como: fotografia, ilustração, pintura, etc. Contudo, a mensagem escrita delatada por um emissor através das teclas, ou do papel, é de suma importância e interesse para esse periódico, que não tem cerne de acertar e vitrinizar escritores já conceituados e dotados de experiência em diversas publicações. Se há de existir uma afirmação para os que publicam na tabacaria, que seja: nossos escritores não são escritores, e sim, faxineiras, professores, estudantes, designers, jornalistas, e todo aquele que dedicou um instante do seu cotidiano a expressar-se! Unir justamente esses objetos textuais

configurados em poemas, contos, pequenos romances, acompanhado de registros fotográficos, desenhos, que em si, explanem também uma narrativa visual, é o objetivo e motivo de emergir dessa revista. Como meio independente, a razão de ser está intrínseca ao coletivismo e organização horizontal. Também, a busca pelos meios de publicação mais viáveis, como a web, para propagação desse projeto, não o impedindo de propagar-se para o meio físico, porém, disposto a todos as dificuldades operacionais e financeiras que os coletivos e publicações independentes enfrentam. Assim, o valor dessa publicação, encontrar-se-á somente no valor do trabalho empregado nela por todos seus colabores e a vontade dos tais em disseminar o conteúdo empregado a um maior número de interessados possíveis. Em conjunto com o conteúdo do poema de Campos, partilhar a metafísica das letras, e também de outros meios, que por ora, são escritos/feitos em devaneios do dia a dia, tem imenso valor. Unir tal conteúdo é de grande significância para aqueles que partilham dos mesmos hábitos, ou até mesmo, apenas o apreciam.

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Álvaro de Campos, 1928


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