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UM NOVO OLHAR SOBRE A VIDA

BOM ALUNO, AMANTE dos animais e um conversador atento. Essas são algumas das características que fizeram Marcelo Villar ficar em dúvida se gostaria de prestar vestibular para Medicina ou Medicina Veterinária. Quando criança, ele contava os dias para as férias escolares, pois era quando tinha a oportunidade de visitar o sítio de seu avô, em São José do Rio Preto (SP), e acompanhar a rotina ativa e cheia de funções do patriarca. Acordava cedo para tratar o gado, andava a cavalo e pescava – hobbie este que mantém até hoje.

Foi após um teste de personalidade que percebeu que sua facilidade em conversar com as pessoas poderia ser um atributo fundamental para ser um bom médico. Marcelo não passou no vestibular logo na saída da escola, mas, sem dúvidas, foi no momento certo. Fez um cursinho preparatório em Ribeirão Preto em que dividiu um apartamento de dois quartos com outros quatros vestibulandos de Medicina. Como eram em cinco, a cada duas semanas, eles faziam um rodízio de beliches e de sofá. “O mais legal dessa fase era que estudávamos juntos, tínhamos todos o mesmo objetivo, um motivava o outro e, no final, todos passaram em Medicina”, lembra.

Foi nessa época que Marcelo teve o primeiro contato com o mundo da oftalmologia. O pai de um de seus roommates era médico oftalmologista e fez uma revisão de física óptica em seu consultório, próximo da data de uma prova, e Villar ficou fascinado pela especialidade. No entanto, durante a faculdade, ele mais uma vez se viu dividido, já que a ginecologia e a obstetrícia também fizeram seus olhos brilharem. “Todos os meus colegas da Universidade de Mogi das Cruzes se assustaram quando decidi me especializar em oftalmo. Eu era ótimo em fazer partos naturais e até ensinava os demais”, revela.

De lá para cá, Villar nunca parou de estudar. Para ele, a oftalmologia é a especialidade que mais evoluiu tecnologicamente. Hoje, ele é coordenador de toda a área de cataratas e laser do Hospital dos Olhos do Paraná – o que abrange tudo o que se trata da dependência do uso dos óculos. É no hospital que ele tem suas maiores trocas. Isso porque, para ele, a conexão com os residentes é fundamental para que se mantenha atualizado e sempre motivado a buscar as melhores e mais seguras técnicas para tratar seus pacientes. O que mais o motiva é, sem dúvidas, o avanço não só da visão deles como, também, de sua autoestima e saúde como um todo. Muitas vezes, o uso do óculos é um grande empecilho para que eles vivam o melhor de suas vidas.

Para que Marcelo possa se dedicar de corpo e alma, uma base em casa é parte fundamental para todo o seu sucesso e reconhecimento. Sua esposa é esse braço direito. É ela que o deixa tranquilo e focado quando ele está no trabalho. Assim, quando eles estão com o pequeno Arthur, seu filho de 9 anos, podem desfrutar de momentos felizes e tranquilos. “Eu faço de tudo para curtir meu tempo com o meu filho, eu tenho só um. É fundamental que eu tenha um tempo de qualidade com a minha família”, enfatiza.

Gastrônomo nato, o médico se tornou chef de cozinha pelo Centro Europeu durante a pandemia de Covid-19 e, agora, seu maior hobbie é visitar restaurantes diferentes com sua esposa e reproduzir os pratos em sua própria cozinha. Um homem plural e que quer sempre sua melhor versão.

ESTILO DE VIDA

HOBBIES PREFERIDOS

Praticar esportes e cozinhar.

LIVRO DE CABECEIRA

Eu leio 2 ou 3 de cada vez, mas não tenho um favorito.

BANDA/CANTOR PREFERIDO

Coldplay.

FILME FAVORITO O Poderoso Chefão.

PRATO PREFERIDO

Risoto de frutos do mar.

DRINK/BEBIDA PREFERIDA

Vinho tinto. x

MARIA CRISTINA FIGUEROA MAGALHÃES | ONCOLOGISTA

Superando A Dor De Ser Humano

MARIA CRISTINA É ONCOLOGISTA E LUTA DIARIAMENTE

PELO RECONHECIMENTO DO ESPAÇO DA MULHER NA MEDICINA

COM UM PERFIL comportamental extremamente focado, espírito de liderança e um sentimento de paixão pelo ser humano. Maria Cristina Figueroa Magalhães é uma médica atenta que tem como premissa melhorar o bem-estar de seus pacientes oncológicos – objetivo que, muitas vezes, vai além do tratamento recomendado, já que o acolhimento também é o segredo necessário para a conquista do melhor tratamento. “Na medicina, a gente aprende muito como ser herói e salvar as pessoas, mas o nosso maior desafio é fazer com que o paciente encontre, nas adversidades da vida, um motivo para seguir”, descreve.

Formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 2006, ela esteve muito envolvida com a cardiologia durante a graduação. Inclusive, a prova-alvo de clínica médica era na Santa Casa de Curitiba e ela tinha como meta seguir na formação de cardiologista nessa mesma instituição. “É muito curioso quando o estudante se depara com a medicina fora dos livros. Continuo achando a fisiologia do coração incrível, mas, quando eu vi na prática a rotina do cardiologista, reparei que queria algo que não se ajustava completamente ao perfil de médicos dessa especialidade”, compartilha. Os sinais da paixão pelos pacientes oncológicos despertou em uma conversa com um de seus preceptores, que percebeu sua aptidão para a área, a incentivando-a a mergulhar nesse mundo. A partir de então, sua vida mudou completamente. Seguindo a dica de seu preceptor, ela fez um estágio eletivo em São Paulo. Essa foi a primeira vez que Maria Cristina foi para a grande metrópole e pôde sair debaixo “das saias” de sua família, fugindo da zona de conforto e conquistando a liberdade necessária para mergulhar no mundo oncológico e vivenciar experiências pessoais e profissionais incríveis.

Atualmente, ela se divide entre a maternidade, o consultório, o hospital e a docência.

“O QUE MAIS ME EMPOLGA NO MEU TRABALHO É A JUNÇÃO DA CIÊNCIA COM A

ESPIRITUALIDADE. AFINAL, POR

MAIS QUE A CI -

ÊNCIA SEJA MUITO BONITA, TEM COISAS QUE ELA NÃO CONSEGUE EXPLICAR. MAS TER FÉ PARA EN -

FRENTAR A DO - anos em um fellow no Johns Hopkins Hospital, no departamento de câncer de mama. É doutora em Oncologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da PUC- PR. Mãe do João Pedro, de 10 anos, e da Maria Antônia, de 7 anos –frutos do casamento com o médico cardiologista Tiago Augusto Magalhães –, a profissional organiza sua agenda para poder estar com eles em todos os momentos possíveis. Quando questionada sobre os desafios de lidar com seus pacientes com câncer, ela explica que não tem como se acostumar.

ENÇA E SEGUIR COM A VIDA É FUNDAMENTAL.”

Maria Cristina dedica seus estudos com grande foco em câncer de mama e tumores ginecológicos. Ficou dois

ONCOCLÍNICAS Rua Fagundes Varela, 1.785, Jardim Social, Curitiba Tel.: (41) 9 9138-6641 @dracris.onco

“Cada pessoa é única, eu posso chorar com o meu paciente, mas eu tenho de ter empatia e não transferência. De nada adianta ele ter alguém sofrendo com ele, eu preciso ser forte e lidar com o que ele não pode”, ressalta.

ESTILO DE VIDA

HOBBIES PREFERIDOS

Dança e musculação.

LIVRO DE CABECEIRA

As Cinco Linguagens do Amor, de Gary Chapman.

BANDA/CANTOR PREFERIDO Coldplay.

FILME FAVORITO Divertidamente.

PRATO PREFERIDO Feijoada.

DRINKS/BEBIDAS PREFERIDAS

Chá, café e água. x

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