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LUZ, VIDA, AÇÃO!

NÃO É SEGREDO que a luz é um importante agente biológico, influenciando toda a fauna e flora do planeta. O corpo funciona como uma máquina e boa parte dele é movido pela energia e regulado pelos hormônios.

A luz e a escuridão influenciam nesse ciclo. A primeira afeta a produção de cortisol, hormônio que atua na resposta ao estresse e no sistema imunológico. Nas primeiras horas do dia, por exemplo, há uma maior liberação do esteroide e, com o passar das horas, seus níveis são reduzidos gradativamente. O hipotálamo, estimulado pela chegada de luz, garante a produção da substância no corpo.

Ainda que a luz natural seja um dos mais importantes agentes do planeta nesse sentido, a artificial acompanha a humanidade desde o início da civilização – e o fogo é um exemplo disso. Posteriormente, a descoberta da energia elétrica deu o pontapé inicial para um campo que está longe de ficar estático.

A nova era da iluminação de interiores veio com o surgimento dos computadores, segundo a light designer Regina Bruni. “Isso transformou o nosso jeito de pensar em luz. Precisávamos escurecer os ambientes ou não seria possível enxergar os computadores”, relembra.

Foi então que os profissionais passaram a “jogar” a luz para cima – em vez de fazê-lo para baixo. “Nesse momento, começamos a usar muita luz indireta nos interiores, o que gostamos de usar até os dias de hoje”, analisa. Porém, ao mesmo tempo, a especialista reflete que as lâmpadas passaram a se tornar incandescentes e com temperaturas de cor – da morna até a mais fria. “Isso criou uma bagunça na cabeça das pessoas e das casas, algo que também existe até hoje”, observa ela.

Apesar dessa inconsistência nos ambientes relacionados à iluminação – normalmente com o uso de luz fria e menos aconchegante –, a profissional explica que a iluminação “morna” passou a ficar comum novamente porque muitas pessoas começaram a passar mais tempo dentro de suas casas.

“Quando apareceram os home theaters, as salas de televisão e as cozinhas gourmet, os especialistas precisaram acompanhar esse movimento e deixar os ambientes mais agradáveis”, revela.

Isso deu início ao movimento “ well being ” dentro das casas. Mesmo que artificial, a luz é capaz de oferecer conforto e melhorar a rotina de saúde das pessoas. “Tudo vai se voltando para a luz. ‘Eu vim da luz e eu vou voltar para a luz’. Ela é muito importante para a nossa alma e a gente precisa entendê-la de uma forma muito maior do que apenas acender o interruptor”, pontua a Regina.

O estudo sobre iluminação e sensações é tão profundo que alguns hospitais se preocupam com isso para que se tenha uma melhor eficiência no tratamento de seus pacientes. Nesse sentido, por exemplo, é preciso uma iluminação mais forte em locais cirúrgicos. Já nos quartos, nos quais é feito o tratamento dos pacientes, é indicado que a luz seja indireta e mais fraca, para que a pessoa se sinta mais à vontade e mais próxima do ciclo circadiano – ritmo que o organismo realiza suas funções ao longo do dia.

BUSINESS

Waldir Junior, light designer e criador do Curso de Luz, afirma que iluminação não serve apenas para embelezar um espaço –ainda, com a técnica certa, é possível até tirar a aura “depressiva” do ambiente. “Como a luz artificial compensa a natural, você consegue iluminar os espaços de uma maneira sinestésica e mostrar para o usuário que a primeira é uma extensão do ambiente externo”, reflete.

Porém, tanto Waldir quanto Regina pontuam o quanto o bem-estar causado pela iluminação é um trabalho invisível, mas eficaz. “Eu acho que nunca vou ouvir de um cliente que a iluminação do ambiente mudou a sua vida, porque a sensação causada por uma boa iluminação não tem explicação, ele apenas sente", diz Waldir.

“A luz é a emoção da arquitetura e da decoração. O melhor projeto de iluminação você não vê, você sente. E o bem-estar está por trás de conclui ela.

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