Revista Très Abril/12 - #9

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Ellus Presidente Prudente



Carta ao Leitor

Caro Leitor,

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s águas de março fecharam o verão, e eis que chega o outono ameaçando o friozinho tímido para alegria de alguns que adoram se vestir à moda europeia e comer as delícias que esta estação mais fria proporciona, e tristeza de outros, que vivem seu eterno verão em terras prudentinas. Nossa capa, docemente retratada por Amanda Carvalho, aborda um assunto que está em pauta ao redor do mundo: a Equoterapia e seus benefícios. Estudos comprovam que a interação com o cavalo ativa áreas do cérebro responsáveis pelo desempenho educacional. Neste mês, a Très traz uma linda reportagem sobre a equoterapia lúdica, na qual a criança realiza atividades junto com o cavalo, o que faz com que seu processo evolutivo seja aprimorado, principalmente no começo da infância, entre os dois e oito anos de idade, quando o desenvolvimento do cérebro é intenso. Por quê a magia do circo ainda envolve as pessoas? Com tanta tecnologia, games, internet e opções de lazer hoje em dia, como ele ainda se sustenta? Acompanhe a interessante reportagem de Violeta Araki sobre o circo Bremer, que esteve recentemente na cidade. Lançamos uma nova seção este mês para abordar como é grande a quantidade de conterrâneos espalhados em terras longínquas. A Très apresenta para você “Prudentino – cidadão do mundo”, começando com a história de Luiz Fernando Camarini, há dois anos vivendo em Bangalore, na Índia. Se você, como nós, é um apaixonado por fotografia, vai perder alguns bons minutos em nosso Ensaio Fotográfico. Com passagens por cursos de fotografia pelo Senac, Escola São Paulo e Panamericana de Arte e Design, o prudentino Eric Kéki nos convida a apreciar imagens de uma sensibilidade e lirismo contagiante. Tem também a história do hip hop, dicas de cinema, livros, música e uma viagem apaixonante à Okinawa, no Japão. Tem política, moda, meio ambiente, notícias, gastronomia, saúde, esporte, colunas sociais, crônica e muito mais. Aprecie a leitura!


Feedback

Alan Ozores - @AlanOzores Adorei a “Sua História Emplacou”... Tem um pedaço da minha família lá... Parabéns! Sua revista emplacou!! @ revistatres. V ia – T witter - https :// twitter . com/revistatres Lela Bohac Ontem eu vi a edição 8 da Très, é de longe a melhor revista de Presidente Prudente! com reportagens interessantes e instrutivas! Nota 10 gente, com certeza estão tendo o reconhecimento que merecem! Beijos! Via – facebook – www.facebook . com/revistatres

Camila Goes Parabéns à Revista Très pela edição de março com ótimas matérias em homenagem às mulheres e parabéns também pela Famosa QUEM Bernardete Bosso Querubim, sempre linda e exemplo de força e determinação! Via – facebook - www.facebook.com/revistatres Juliana Scorza Que revista linda!!! Claudia e companhia, vocês sabem dar beleza e sabedoria para que o público tenha qualidade em sua leitura! Obrigada por oferecer esta revista para galera de Prudente... Via – facebook - www.facebook.com/grupotres Karen Matsuno Posso falar: o trabalho de vocês é maravilhoso, tem conteúdo. É uma revista dinâmica que soma para nossas leituras diárias. A revista de vocês não discrimina as classes sociais, e sim, valoriza aqueles que têm trabalho digno e árduo do dia a dia. Via – facebook - www.facebook.com/revistatres

Pcdob PPrudente Como sempre esta revista apresenta matérias inteligentes... Um oásis para Carolina Artero Olá Mayne como vai você? Gostaria de parabenizála nossa mente, obrigado... Via – facebook - www.facebook. pela iniciativa de nos proporcionar a alegria de ver a Vovó Carolina (Sua História Emplacou de Março) num texto tão com/grupotres bem escrito pela Eliane Gushiken, em revista tão gostosa Deva Bhakta de ler e folhear. Muito Obrigada, Mayne, por este prazer ...sempre vi nessa cidade um grande de ver reconhecida na mídia uma mulher extraordinária potencial, e sei, o que depender de como ela: generosa, alegre, franca, amorosa... Diga para a pessoas como vocês, eu, e mais várias Eliane que ela é vocacionada para fazer o que faz. As fotos pessoas podemos mostrar o brilho da Amanda estão lindas também. Via Email desse diamante bruto, é só aposentar os coronéis que a vanguarda mostra serviço. Força. Abraço a toda a equipe da revista. Via – facebook - www.facebook.


Colaboradores

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Expediente:

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1. Nossa jornalista Eliane Gushiken nos brinda com uma linda reportagem sobre Equoterapia, tema de nossa matéria de capa, além de nos trazer uma ótima dica de leitura e as notícias fresquinhas para você.

5. Paloma Andrade tem desempenhado um trabalho fantástico em nossas redes sociais como nossa assessora de imprensa. As notícias atuais postadas diariamente, twitter, facebook, Monkey Midia entre outros.

2. Camila Galindo neste mês aborda uma substância capaz de nos despertar um “quinto” gosto. Leia em sua seção mais sobre o “Umami”, e fique por dentro dessas novidades gastronômicas.

6. Chemin como sempre dá um show de imagens em suas colunas Bonjour e Bonsoir. Com fotos sempre lindas, animadas e das pessoas mais bacanas da cidade, ela é nossa top colunista social Très.

3. Nossa nova colaboradora de moda é a designer Cacá Filippi. Formada em moda pela Faculdade Santa Marcelina, se apaixonou pela joalheria onde se aperfeiçoou em diversos cursos, como na Escola Arte Metal e Califórnia 120. Conheceu o mundo da moda através do contato com o estilista Lorenzo Merlino, estagiou como assistente de produção e logo depois fez parte do time de designers de importantes indústrias joalheiras como Mirandouro, Forum Romano entre outras. Atualmente tem a marca Cacá Filippi onde desenha e fabrica suas próprias peças.

7. Quanto custa o futuro? O que é que os políticos pensam do Rio + 20 e será que estão discutindo ecologia? Confira na matéria de política de Raphael Marquezi Pereira deste mês. 8. Com belíssima reportagem em homenagem ao dia do índio e colaboração do Professor da Universidade Federal do Ceará, Edson Vicente da Silva, Cézar Leal aborda a questão dos indígenas no Brasil.

9. Com duas dicas imperdíveis de filmes, Luiz Dalle mais uma vez surpreende com a seção de cinema, para você não perder horas na locadora 4. Mariangela Fazano é nossa queri- escolhendo um bom filme. da revisora, e todo mês desempenha 10. Nosso colaborador de cultura, este trabalho magnífico na revista. Sempre quando encontra um tempo, Paulo Brazyl, entrevista a carismática entre suas aulas, mestrados e grupos artista plástica prudentina Juliana de pesquisas, ela colabora com textos Scorza, que fala extensamente sobre arte e seu trabalho. para a Très.

Publicação: Grupo Très (Claudia Junqueira e Amanda Carvalho) ** Jornalista: Eliane Gushiken ** Jornalista Responsável: Claudia Junqueira ** Revisão de texto: Mariangela Fazano ** Fotografia: Amanda Carvalho ** Proj. Gráfico e Diagramação: Daniel Franco Luizari ** Assessora de Imprensa: Paloma Andrade. Entre em contato com a nossa redação. disque: (18) 9791-8477 / (18) 9771-8440 ou envie um email: contato@revistatres.com.br. / Todas as imagens utilizadas em nossas matérias são cedidas e de responsabilidade de seus autores ou representantes do conteúdo. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total sem autorização. Capa: Amanda Carvalho ---- Tiragem: 2000 exemplares.


Sumário

78 22 16 EQUOTERAPIA: A sintonia com o animal e a constante busca pelo equilíbrio.

Editorial de moda: Vem aí... Dia das Mães

Esporte MMA - Pres. Prudente

Dicas de Cinema................................56

Notícias..............................................8

Dica de Livro..................................... 58

Política..............................................10

Dica de Música.................................

Saúde................................................12

Cobertura Evento - BUTIQUIM...........60

O Famoso Quem..............................14

Dica de Viagem................................. 66

Gastronomia......................................15

Editorial de Moda - SANTAMADA......68

Passou por Aqui..............................31

Prudentino Cidadão do Mundo.......... 75

Sua história EMPLACOU!.....................32

Meio Ambiente..................................76

Moda...............................................34

Coluna Social Bonsoir........................80

Cobertura Evento - RETRÔ.................36

Crônica..............................................84

Mulher Forte.................................... 38 Coluna Social Bonjour....................... 40 Artes.................................................44

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Um Pouco Mais: Hoje tem Espetáculo........................ 20

Cultura..............................................46

VOXA - A arte de transformar o couro em peças únicas......................43

Ensáio Fotográfico........................... 48

A história do Hip Hop........................ 62


Por: Eliane

Gushiken

Notícias

Locais Concurso Público De 16 de abril a 21 de maio, o site www.vunesp.com.br vai receber inscrições para o concurso público da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente. Serão oferecidas 106 vagas na área da educação, em diversos níveis de escolaridade. A prova será realizada no dia 1º de julho, em Prudente. Os salários podem chegar a R$ 3.112,71.

Audiência Pública

A pedido do vereador Natanael Gonzaga (PSDB), no dia 19 de abril será realizada uma audiência pública sobre a cobrança dos supermercados pelas sacolas plásticas.

Virada Cultural A sexta edição da Virada Cultural Paulista de Prudente ocorrerá em maio e terá como shows principais a banda Ultraje a Rigor e a cantora Fernanda Abreu. O teatro e as intervenções artísticas complementam a programação do evento, que reúne cerca de 1000 atrações em 27 cidades paulistas.

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Fonte: www.ifronteira.com.br e www.portalprudentino.com.br.

Nacionais Leitura A Fundação Biblioteca Nacional (FBN), criou uma área internacional com o objetivo de ampliar a ação no exterior, o Centro Internacional do Livro. O presidente da instituição, Galeano Amorim, disse que a biblioteca terá R$ 7,8 milhões para traduções de obras brasileiras. Segundo ele, “a literatura é um meio eficaz de proporcionar um mergulho na cultura de um povo”. O Brasil é o 11º mercado de livros no mundo e estima-se que o país tem cerca de 100 milhões de leitores declarados.

Multa em SP

A partir de maio, a prefeitura de São Paulo vai multar os condutores que desrespeitarem a segurança de ciclistas no trânsito. O motorista que desobedecer o artigo 169 do Código de Trânsito Brasileiro, desembolsará R$ 53,20 e levará três pontos na carteira. Os que se encaixarem no artigo 197 (infração média) receberá multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira. Nos últimos dois meses, duas pessoas morreram. Em 2011, 49 ciclistas tiveram suas vidas interrompidas. Fontes: http://www.bbc.co.uk/ portuguese, www.g1.globo.com e www.folha.uol.com.br

Internacionais Exames Nove sociedades médicas dos EUA lançaram uma lista com 45 testes que deveriam ser solicitados com uma frequência menor. O ato contra o excesso de exames e o sobrediagnóstico são dirigidos aos pacientes, para que estes questionem seus médicos. A medida reflete nos planos de saúde, que vem tentando reduzir incentivos financeiros para os médicos exigirem mais exames.

Espuma inovadora Com uma espuma congelada a -5 graus, a cervejaria japonesa Kirin apresentou o chopp “Ichiban Shibori Frozen Draft”, que consegue manter a temperatura ideal por até meia hora. Parecido com um chantilly, a empresa utilizou um processo denominado Agitação Congelada, onde o chopp é agitado, arrefecido e o ar é soprado para dentro da bebida. O produto já está disponível em Tóquio e deve chegar a todo o Japão em maio.

Fontes: www.folha.uol.com.br, www.revistagalileu.globo.com e www.oglobo.globo.com



Política | por: Raphael Marquezi

Rio+20 Quanto custa o futuro? Texto: Raphael

Marquezi Pereira rmarquezi@revistatres.com.br Ilustração: Daniel Franco Luizari / Arquivo

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ntre os dias 13 e 22 de Junho deste ano, acontecerá a conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, o Rio + 20. Um evento de extrema importância que além do desenvolvimento sustentável, visa debater sobre a fome e governança global. Porém, sabemos que muito antes de pensar em meio ambiente, escassez de

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alimento e gestão consciente, a reunião tem por objetivo mostrar quais são os países que mais exercem poderes sobre os demais e atender interesses econômicos de países industrializados como os Estados Unidos e a China, que despejam, diariamente, toneladas de gás carbônico na atmosfera para suprir a demanda global e encherem seus cofres de dinheiro. Para se ter uma base, a população mundial elimina cerca de 30 bilhões de toneladas de CO2 todos os anos. 88% do total vêm de queimadas e


Rio+20 Quanto custa o futuro?

fabricação de cimento e os outros 12%, provém do desflorestamento. Ah! Mas os campos, as florestas e os oceanos absorvem metade do gás que eliminamos. Exatamente! Porém as florestas estão sendo derrubadas e queimadas, os campos estão sendo invadidos pelas cidades e os mares estão sendo poluídos por dejetos eliminados por indústrias e civilizações. Somente o Brasil, entre 2000 e 2005 desmatou 160 mil Km quadrados de florestas, algo que equivale a mais de 100 cidades de São Paulo. Imagina então o quanto foi desmatado até o ano 2000 e a partir de 2006 para cá. No litoral do Rio de Janeiro, o vazamento da Bacia de Campos continua, e libera petróleo no mar

No litoral do Rio de Janeiro, o vazamento da Bacia de Campos continua, e libera petróleo no mar o tempo todo.

o tempo todo. Os animais da região estão ficando doentes. E tem mais. Está para ser votado o novo Código Florestal brasileiro, que dará anistia a “desmatadores” e autoriza poderosos a cortarem pela metade a mata ciliar que fica a margem dos rios. Ou seja, criminosos que destroem a natureza vão permanecer impunes e latifundiários poderão acabar com rios sem o menor peso na consciência, pois a ação será legal. No Japão, a pesca de golfinhos é legalizada. Mi-

lhares deles morrem todos os anos, e a população está reduzindo. Mas quem vai forçar o terceiro país mais rico do mundo a parar com essa prática? Os EUA consomem toneladas de combustível fóssil todos os dias. Quem vai fazê-los parar? A China? Um país que explora o povo, destrói a natureza, censura a imprensa e enriquece com o capital estrangeiro? Com certeza todos vão abaixar a cabeça, dizer amém e bater palma para o trabalho sujo feito por eles. O meio ambiente entra na pauta do Rio + 20, depois que dinheiro e poder já tiverem sido debatidos. Pois este é um evento de jogos políticos. Com certeza a Dilma, o Lula, o Bush, o Obama e todos os outros líderes de Estados não estarão vivos daqui a 50 anos para assistir o que eles deixaram acontecer. Vai sofrer as consequências quem hoje tem por volta de uns 30 ou 40 anos no máximo. Por isso entenda que nós temos que tomar atitudes, a herança é nossa. Líderes de Estado não vão tomar providências se nós ficarmos parados. A natureza não pode ser uma fonte de riqueza para poucos e uma falta para muitos que têm por vir. Os rios, as praias, os mares, a fauna, a flora e tudo o que existe neste planeta está aqui há milhões de anos. Não vamos deixar isso acabar. A herança da destruição é praticamente irreversível. Por isso, muito antes de pensarmos em negociações para nos tornarmos mais ricos, vamos pensar se estaremos vivos. Uma política ambiental é muito mais importante e valiosa que uma política econômica. Portanto lhe pergunto: quanto custa o futuro?

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Saúde

Exercício físico, saúde e longevidade Acima, foto de Marcello Castro, corredor há mais de 10 anos, campeão em várias corridas, incluindo 2º lugar em Munique. Na pág. ao lado, Luiz Felipe Zanelato e Giancarlo Zago em tarde de treino.

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*Fisioterapeuta, Educador Físico, Mestrado em Ciências do Esporte pela UNICAMP e Doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Prof. Dr. do Departamento de Fisioterapia da FCT/UNESP – Pres.Prudente e Consultor científico do STUDIO SALUS – Clinica de Reabilitação Física e Longevidade Revista Très - Abril / 2012

Por: Dr. Jayme Netto Fotos: Amanda Carvalho

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Junior*

manutenção da juventude é um sonho que ainda não pode ser conquistado, mas a partir da evolução das Ciências Biológicas e da Medicina é possível aumentar a expectativa de vida e envelhecer com qualidade de vida e saúde. Nos últimos 200 anos, nossa expectativa de vida aumentou de 37 para 84 anos e as projeções da ciência para os anos 2050, será por volta dos 150 anos. Entretanto, sabe-se, que nos dias atuais biologicamente poderíamos viver até pouco mais de 120 anos. Envelhecimento e longevidade são dois conceitos correlacionados, mas que tem acepções diferentes. Segundo o dicionário Houaiss, longevidade (substantivo feminino) significa característica ou qualidade de longevo; duração da vida mais longa que o comum e envelhecimento (substantivo masculino) significa, ato ou efeito de envelhecer ou de aparentar velhice. O processo do envelhecimento biológico humano pode ser acelerado por várias substâncias, a principal é o Radical Livre (RL) cuja produção acontece a partir da respiração do oxigênio (O2). O mesmo O2 que nos dá vida é o que nos envelhece e gera doenças, cerca de 2 a 5% do O2 que consumimos se transformam em RL que atacam algumas estruturas celulares. Outros inimigos da vida longa encontram-se no estilo de vida e hábitos alimentares o excesso de ingestão de açúcar, sal, gordura transaturada, ingestão de bebidas alcoólicas e tabagismo que associados ao sedentarismo induzem ao excesso de gordura corporal promovendo o sobrepeso e ou a


Exercício físico, saúde e longevidade

obesidade, a este respeito à Organização Mundial da Saúde cita que existem cerca de 1,6 bilhões de adultos no mundo com sobrepeso (IMC ≥ 25kg/m2) e 400 milhões obesos (IMC ≥ 30kg/m2). Estima-se que estes valores no ano de 2015 aumente para 2,6 bilhões de adultos com sobrepeso e 700 milhões obesos. Vale destacar, que o excesso de gordura é considerado não apenas como um reservatório energético, mas principalmente como um órgão secretor de diversas proteínas que afetam o metabolismo e possuem caráter inflamatório que induzem a diferentes doenças e ao envelhecimento precoce. Embora existam no censo comum milhares de fórmulas e artifícios mágicos para retardar o processo de envelhecimento e aumentar a longevidade, evidências científicas confirmam que o tripé exercícios físicos, alimentação balanceada e controle do estresse são os melhores meios pelos quais se pode reduzir os fatores de risco relacionados ao aparecimento de doenças crônico-degenerativas, melhorar nos parâmetros da saúde e promover uma boa qualidade de vida no processo do envelhecer. Neste contexto, a prática regular de exercícios físicos tem sido citada como o melhor mecanismo no combate aos ataques dos RL, pois somente a partir

de programas de exercícios físicos individualizados, dentro de um processo de dose-resposta adequado, é que o organismo produz as enzimas antioxidantes que combatem e eliminam os RL, neste sentido, fazer exercícios físicos exageradamente promovem o excesso de RL e fazer exercícios físicos com baixo gasto calórico à produção de antioxidantes é pouca efetiva. Vale destacar, que a efetividade do retardo no processo do envelhecimento precoce se faz necessário a associação juntamente com a prática do exercício físico, de atividades de controle do estresse a partir de exercícios de respiração, meditação, espiritualidade, religiosidade entre outros e, também, orientações nutricionais pré, durante e pós a prática do exercício físico além da consciência de hábitos alimentares diários saudáveis a partir da restrição do excesso de calorias, através da ingestão de mais proteínas e menos carboidratos, controle do pH a partir de bastante ingestão de água de preferência alcalina e evitar o excesso de alimentos enriquecidos em ferro. Desta forma, seguramente se atinge em plenitude a maioria das ações contra o envelhecer precoce, em busca de uma vida longa saudável e principalmente com qualidade de vida.

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O Famoso Quem

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José Caetano Silva

ormado em Ciências Sociais em 1973 pela Faculdade de Filosofia e Letras de Presidente Prudente, difícil encontrar alguém que não passou pelas aulas de José Caetano da Silva. Há 40 anos, o sociólogo leciona História e Sociologia em Instituições de Ensino como Objetivo, Átomo (onde leciona atualmente), Toledo e UNESP. Também é diretor – presidente da Fundação Vicente Furlanetto. “Professor Caetano”, como é conhecido, concedeu a Très essa fantástica entrevista em sua casa, entre seus cinco gatos e uma estante recheada de livros.

Foto: Amanda

Très - Família? Caetano – Tenho duas filhas. A Elis Peles Caetano da Silva e a Narayana Peles Caetano da Silva. A primeira é psicóloga e mora em Londrina e a segunda cursa Comunicação Social Audiovisual na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo).

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Très – Naturalidade? Caetano – Nasci na cidade de Maravilha – Alagoas e vim para Presidente Prudente em 1972. Très – Último livro que leu? Caetano – “De pernas para o ar” - A escola do mundo ao avesso – Eduardo Galleano. Revista Très - Abril / 2012

Carvalho

Très - E o primeiro, ou que mais te marcou na infância, você lembra? Caetano – “Páginas Floridas” – Silveira Bueno. O li, acredito que na 5ª série. Très – O que te fascina na vida? Caetano – Duas coisas: Aprender e ensinar. Très – Se você fosse cientista, ao invés de sociólogo, que mistério gostaria de desvendar? Caetano – Por que o corpo humano é tão limitado diante dos desejos da alma? Très – Você teme algo ou teme seu próprio medo, como Franklin Roosevelt? Caetano – Temo meu próprio medo, como Roosevelt. Très – Uma frase. Caetano – “Todo ser humano, em essência, é um Universo em potencial”.


por: Camila Galindo |

Gastronomia

Doce, salgado,

azedo, amargo umami! e...

Camila Galindo Carvalho Facebook.com/camilacgalindo camilagalindo@revistatres.com.br

Texto:

Foto: Amanda

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omo todos nós já sabemos, o paladar humano reconhece os quatro sabores tradicionais, ou seja, o doce, o azedo, o salgado e o amargo. O que muitos de nós não sabemos, é que existe uma substância capaz de nos despertar um quinto gosto! Essa substância é chamada de “umami” e foi descoberta ainda no começo do século XX, por volta de 1907. A pesquisa foi feita pelo professor e pesquisador da Universidade Imperial de Tóquio, Kikunae Ikeda. Porém, naquela época, tal descoberta não foi reconhecida pela comunidade científica mundial. O reconhecimento ocorreu somente em meados dos anos 2000, quando o “umami” foi reestudado pela Universidade de Miami, onde se comprovou que a língua possui receptores específicos para essa substância sendo ela, portanto, um novo e único gosto.

As substâncias químicas que compõem o “umami” são: o glutamato de sódio, o inosinato e o guanilato. Elas são conhecidas como realçadores de sabor desde a pesquisa do Professor japonês, há mais de um século. Essas substâncias são encontradas principalmente em carnes, queijos (do tipo parmesão), sardinhas, leite. Após certo tempo de sua descoberta, o professor Kikunae, criou industrialmente um tempero que pudesse adicionar o “umami” aos mais variados tipos de prato. Para isso, utilizou a proteína do trigo e o sal para a produção do glutamato monossódico e assim surgiu nosso velho conhecido “Aji-no-Moto” que significa em japonês “a essência do sabor”. Este tempero está na lista das 10 invenções mais significativas do Japão! Aqui no Brasil, é um dos mais utilizados em todos os ramos da culinária. Uma boa dica é adicionar uma pitada ao temperar sua salada.

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Um Pouco Mais

Equoterapia

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“A sintonia com o animal e a constante busca do equilíbrio” Texto: Eliane Gushiken eliane@revistatres.com.br Fotos: Amanda Carvalho

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Equoterapia - “A sintonia com o animal e a constante busca do equilíbrio”

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cavalo é um animal versátil. No horóscopo chinês, por exemplo, é considerado símbolo da felicidade. No cinema possui roteiros consagrados como Corcel Negro, O Encantador de Cavalos e Cavalo de Guerra. Já foi um dos principais meios de transporte. Há quem arrisque nele nos jogos de azar. Mas é na equoterapia que seu currículo alcança o pódio. A equoterapia é um trabalho realizado com o cavalo e possui enfoque interdisciplinar. O método terapêutico e educacional consiste no desenvolvimento de pessoas com necessidades especiais. As aulas são ministradas na Sociedade Hípica de Presidente Prudente, que desde 1958 vem construindo um trabalho sólido. Há quase dois anos, a equipe de equoterapia formada pela fonoaudióloga Mariana Passos e pelas fisioterapeutas Stela Freitas e Nelline Reis, atende crianças a partir de 1 ano de idade. O trabalho realizado tem auxiliado várias crianças a viverem nos ambientes familiar, escolar e social. As avaliações são estabelecidas de acordo com a patologia, onde é observado o aspecto principal. São 30 minutos de aula, de acordo com pesquisas padronizadas pela ANDE (Associação Nacional de Equoterapia). O tempo não pode ser prolongado, o que pode mudar é o número de sessões.

Nas fotos da primeira página, Ana Júlia Oliveira e seu pai em dia de atividade. Nesta página, o simpático Marcelo Doi também em atividades na Sociedade Hípica de Pres. Prudente.

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Equoterapia - “A sintonia com o animal e a constante busca do equilíbrio”

As pessoas que fazem as aulas são chamadas de “praticantes” e não alunos, pois são ativas. Freitas explica os benefícios proporcionados pela equoterapia. “A pessoa passa a apresentar melhoras na parte emocional e física, postura correta, aumenta a coordenação, estimula as sensibilidades (tátil, auditiva e olfativa), entre outros”. Um exemplo que merece destaque é o da garotinha Ana Júlia, de 2 anos. Ela chegou apresentando déficit de equilíbrio, diminuição de tônus muscular, ausência de linguagem, postura inadequada de órgãos orofaciais (lábios e língua) e comportamento instável (choro e manha quando não estava perto da mãe). Com o tratamento (após 5 sessões), ela obteve melhora na marcha, na postura da língua, aumento das vocalizações, maior consciência do esquema corporal, entre outros. “O trabalho realizado promove a estimulação da linguagem por meio do cavalo e seu ambiente, utilizando brinquedos, figuras, bolas, argolas, fantoches e música”, explica a fonoaudióloga. Passos revela que o segredo está embutido no andar do cavalo, precisamente em seus passos. “O movimento tridimensional do cavalo influencia diretamente em músculos do controle postural, nos músculos da cavidade oral, da laringe e respiração”. O planejamento terapêutico é assinado com muita responsabilidade. “Sempre acrescentaremos novas abordagens e estratégias, a partir de pesquisas atualizadas”, finaliza Passos.

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Acima, Marcella Pirlla, e do lado esquerdo, Ana Júlia Oliveira com o cavalo “Rancho”.


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Um Pouco Mais

Hoje tem

espetáculo Texto: Violeta

Araki / Fotos: Amanda Carvalho

U 20

m circo que já enfrentou a fúria da água e a destruição do fogo e, ainda assim, permaneceu de pé. O circo Bremer tem essa e muitas outras histórias para contar nos seus mais de 20 anos de existência. Quem vive da arte circense sabe que os riscos fazem parte do cotidiano. Às vezes, eles não vêm sob a possibilidade de se cair do trapézio nem do globo da morte, mas da própria natureza. Helouise Silva Portugal, 16, filha dos donos do circo, conta que em 2008, quando aconteceram as graves enchentes em Santa Catarina, o circo quase foi atingido pelos desmoronamentos de terra. “A área toda ao redor estava debaixo d’água. Foi Deus que colocou a mão sobre a gente”. Desde o começo de março instalada em Presidente Prudente, a companhia itinerante mostra beleza e alegria a cada espetáculo. A sincronização dos números tem que ser perfeita. Sob a tenda listrada, cada artista depende do outro para desempenhar bem o seu papel. Muitas vezes, entretanto, um

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Da esquerda para a direita, Helouise Silva Portugal, filha dos donos do circo em apresentação. Ao lado, o palhaço chileno Fernando Pontigo e integrantes mirins do circo Bremer.


Hoje tem espetáculo

integrante faz mais de uma função. E tem que ser assim. Se alguém adoece, outro está apto para substituir. Mas com as inúmeras opções de entretenimento atualmente, uma pergunta persiste: por que as pessoas ainda vão ao circo? De acordo com Helouise, a resposta é simples. As crianças vão para dar risada, ver coisas diferentes. Já o adulto vai para voltar a ser criança. A impressão de muita gente sobre o assunto é que o circo está morrendo. Para os integrantes do Bremer, isso é um mito. O circo não desaparecerá. Ele se reinventará sempre. “Acho que a tendência é que ele se modernize cada vez mais. Só que sem perder a essência”, aponta Helouise. Um circo não morre de inanição porque o público o alimenta. São as palmas ou os olhos brilhando ao final de cada espetáculo que movem essa arte. Levar a cultura para os mais diferentes e

remotos lugares é um papel que ainda cabe aos atores de circo. “Nós gostamos de levar o entretenimento para cidades menores, regiões mais pobres do país, para as pessoas sem acesso a cir-

“O circo não desaparecerá. Ele se reinventará sempre.”

cos grandes”, ressaltam os integrantes. Na visão da maioria do público, é uma arte para a qual deve ser reservado o seu devido valor, porque eles arriscam a própria vida para a diversão das outras pessoas. O que o circo tem de mais mágico não são os truques da garota serrada ao meio, ou do homem que desapare-

ce num piscar de olhos. A magia está em não perceber quando foi que os trapezistas subiram tão alto e saíram voando por cima dos olhares impressionados de adultos e crianças. Isto é, debaixo da lona colorida, não se vê técnica nem erros. Somente o espetáculo. Por isso o circo marca tanto a infância. Pequenas e inocentes demais para compreender cada apresentação em sua individualidade, o que deu certo ou o que deu errado, as crianças enxergam o show como um todo. Livres de críticas, levam para casa somente a lembrança dos palhaços, das luzes nas bailarinas, dos homens que voavam.

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Editorial de Moda - DIA DAS MÃES 22 Revista Très Abril 2012

Mãe: Camisa e calça HENRO FOR WOMAN, scarpins DONNA SCARPA e acessórios PRIMÍCIA. Filha: Vestido JABUTI, sapatilhas LU E LU e acessórios MURAKAMI JOIAS. HENRO FOR WOMAN - 3223-6335 DONNA SCARPA - 3221-1883 JABUTI - 3223-9942 LU E LU - 3903 9974 MURAKAMI JOIAS - 3221-0300


Editorial de Moda -DIA DAS MÃES

aí... Vem

A Très, querendo dar aquele empurrãozinho, selecionou várias dicas para ajudar você a escolher o presente que é a cara da sua mãe. 23 Ficha Técnica: Fotos: Amanda Carvalho e Thyane Brito - Estúdio Triz Modelos: Karla Mazoni e Anna Rosa Paladini Beleza: Isabella Carvalho Agradecimento: Viveiro Flora Vitória Régia e Espaço LUZ - TV Fronteira

Revista Très Abril 2012


Editorial de Moda -DIA DAS MテウS

24 Revista Trティs Abril

Mテ」e: Chemise EVIDENCE, bota e bolsa CAPODARTE ATELIER MIX. Filha: Vestido, casaco, sapatilhas e tiara ZERO A DOZE.

2012

EVIDENCE - 3916-7613 ATELIER MIX - 3222-8253 ZERO A DOZE - 3917-5063


Mãe: Vestido DONA MILA e scarpin VILA MADU. Filha: Short e bata JABUTI e sapatilhas LU E LU. Ambas com acessórios VILLA VALENTINA e bolsas DONNA SCARPA. DONA MILA - 8153-1000 VILA MADU - 3901-1220 JABUTI - 3223-9942 LU E LU - 3903-9974 VILLA VALENTINA - 3222-2548 DONNA SCARPA - 3221-1883

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Mãe: Calça, camisa e blazer DONA MILA, sandálias VILA MADU e joias MARISA CLERMANN. Filha: Vestido e cardigan JABUTI e botas LU E LU. DONA MILA - 8153-1000 VILA MADU - 3901-1220 MARISA CLERMANN 3222-9009 JABUTI - 3223-9942 LU E LU - 3903-9974

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Editorial de Moda -DIA DAS MÃES

Mãe: Calça, top e maxicolar MÁRCIA MONDINI e peep toe CLÁUDIA CRUZ. Filha: Vestido e tiara CASA DA CRIANÇA e sapatilhas LESSÔ. MÁRCIA MONDINI - 3223-4129 CLÁUDIA CRUZ - 3222-1388 CASA DA CRIANÇA - 3223-9810 LESSÔ - 3223-8039

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Editorial de Moda -DIA DAS MÃES

Mãe: Top e short HENRO FOR WOMAN, sapatilhas LESSÔ e acessórios CAROLAS STORE. Filha: veste look total ZERO A DOZE. HENRO FOR WOMAN - 3223-6335 LESSÔ - 3223-8039 CAROLAS STORE - 3908-7373 ZERO A DOZE - 3917-5063

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Mãe: vestido e casaco VINTÁ, sapatos CLÁUDIA MATTOS e relógio Victor Hugo da MURAKAMI JOIAS. Filha: look completo LILICA & TIGOR e acessórios MURAKAMI JOIAS. VINTÁ - 3222-0695 CLÁUDIA MATTOS - 3908-3541 MURAKAMI JOIAS - 3221-0300 LILICA & TIGOR - 3903-5027

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Editorial de Moda -DIA DAS MÃES

Mãe e filha: camisa Dudalina da HENRO FOR WOMAN. Joias MARISA CLERMANN, sapatilhas LESSÔ e carteira CAROLAS STORE. HENRO FOR WOMAN - 3223-6335 MARISA CLERMANN - 3222-9009 LESSÔ - 3223-8039 CAROLAS STORE - 3908 7373

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Passou por Aqui

Martinho da Vila Texto: Claudia

Junqueira Carvalho

Fotos: Amanda

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á mais de 15 anos a cidade de Presidente Prudente não tem a honra de receber o cantor, compositor e escritor Martinho da Vila em um grande show, trazido pelo SESC Thermas, numa noite de grande alegria, MPB e muito samba. Martinho recebeu a Très em uma coletiva de imprensa no Hotel Portal D’Oeste no dia 4 de abril, dia que antecedeu ao seu show no Tênis Clube de Presidente Prudente. Todos os jornalistas se surpreenderam com sua simpatia, humildade e humor contagiante. O cantor é um dos artistas mais respeitados do Brasil, além de um dos maiores vendedores nacionais, sendo o primeiro sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD “Tá delícia, Tá gostoso” lançado em 1995. Ingressou e passou a se dedicar de corpo e alma à Escola do Bairro de Noel em 1965 e a história da

Unidos de Vila Isabel se confunde com a de Martinho que passou a ser chamado de o “Da Vila”. Pai de oito filhos e avô de sete netos, duas filhas seguiram a carreira musical. Maíra Freitas, pianista clássica, se encaminhou para a vida musical, como sua irmã mais velha, Mart’nália. Martinho também é uma das mais importantes lideranças dos movimentos negros do Brasil. Pergunto-lhe de sua influência marcante na música erudita, e como a negritude está ligada com a música erudita, também como foi cantar com a americana Madeleine Peyroux no Concerto Negro em 2007. Martinho sorri. Diz que foi natural, que cantaram outras vezes e outras canções, tanto em inglês quanto em francês e que ele e a cantora tiveram grande empatia. Entre tantas coisas, Martinho relata como é maravilhoso essa troca de experiências de diferentes culturas, viajar para lugares tão inóspitos como Senegal ou Serra Leoa na África e estar em contato com mundos tão diferentes. Disse enfim, que após anos sem vir à cidade, espera trazer um ótimo show a todos. 2012 / Abril - Revista Très

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Sua História Emplacou!

Rua Pedro Martin

“A bagagem sofrida que veio da Espanha, deu passagem para a construção de um caminho digno”

Textos: Eliane

Gushiken eliane@revistatres.com.br Fotos: Amanda Carvalho - Arquivo No sentido horário à partir da foto a esquerda, Dr. Antônio Martin, neto do protagonista. Em foto de família, Sr. Pedro Martin e família.

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Rua Pedro Martin

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urcia, Espanha, 3 de fevereiro de 1903. Data e local de nascimento de Pedro Martin. Presidente Prudente, março de 2012. Ocasião em que converso com o Dr. Antônio, neto do protagonista da seção “Sua história emplacou” desta edição. Sr. Pedro veio ao Brasil com a corrente imigratória da Primeira Guerra Mundial, na época em que a Europa passou por dificuldade. Chegou em Presidente Prudente no ano de 1922, onde iniciou suas atividades na lavoura (tinha uma chácara na Vila Marcondes). Depois de algum tempo se tornou comerciante com um armazém de secos e molhados na rua Dr. Gurgel. Antes de se aposentar ainda trabalhou como zelador do Huesca Palace Hotel, antes da instalação do hotel, quando era só prédio e funcionava uma garagem. O convívio tinha representação valiosa na cartilha de Sr. Pedro. Embora não tenha estudado por causa das dificuldades da época, conseguiu encaminhar bem seus filhos e mostrá-los a importância da união familiar. Dr. Antônio revela que o avô era fã de Sílvio Santos, se divertia com o apresentador e não perdia um programa. Ele lembra também que quando passava as férias na casa do avô assistiam televisão juntos. “Em Prudente só pegava a TV Coroados de Londrina, que ficava no ar das 17h às 23h. Era o único horário para assistir televisão. Pena que depois a TV foi evoluindo e meu avô já não conseguiu acompanhar por causa da visão debilitada”. Com uma rentabilidade baixa, não realizou o desejo de voltar à Espanha. Os resquícios da terra natal foram conservados pelos familiares, idioma, gastronomia, entre outros. Sr. Pedro também comentava as dificuldades que a guerra acarretou em Murcia e que não era possível viver lá. De extrovertido no ambiente familiar a reservado no ambiente externo, viveu com dignidade durante seus 87 anos. “Meu avô sempre primou por bons hábitos alimentares, só bebia em ocasiões especiais e não fumava. Naquela época, a idade que ele tinha era considerada avançada. Hoje a medicina está mais desenvolvida, oferece mais recursos”. Ele faleceu em outubro de 1990. A rua que leva seu nome está situada no bairro Jardim Humberto Salvador, desde 1995. Dr. Antônio conta que seu avô era uma pessoa humilde, de pouca instrução, não teve uma participação notória na cidade, mas chegou aqui logo no início e contribuiu para o desenvolvimento por ser um cidadão trabalhador e ter morado por décadas. O que ele jamais vai esquecer do avô? “Além da pessoa idônea, a questão do liame da família nos almoços de Natal. Isso era sagrado para ele”.

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2012 / Março - Revista Très


Back to

Moda | por: Cacá Filippi

the 50’s! “Embarque na onda das saias godês, óculos estilo “gatinho” e todo o charme da época dourada dos anos 50” Texto: Cacá

Fillipi

Blog: www.cacafilippi.com.br

caca.filippi@revistatres.com.br Fotos: Arquivo

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Revista Très - Abril / 2012

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ebre nas passarelas internacionais, a década de 50 aterrissa no Brasil com força total! É engraçado pensar como certas tendências vão e voltam no mundo da moda. Algumas partem e não deixam saudades. Mas há aquelas que quando voltam, nos encanta ainda mais pela modernidade que trazem consigo. É o caso do shape mais famoso dos anos 50, a saia godê, que volta com tudo nessa estação. A história da sua criação é curiosa e vale a pena ser conhecida.


Back to the 5o’s

Intencionado em trazer de volta a feminilidade da mulher, em 1947, Christian Dior cria esse modelo rodado e de cintura marcada que vira a peça de mais destaque da época! Essa elegância que nascia (pós roupas de ares militares) arranca suspiro das mulheres, inclusive da redatora chefe da Vogue (Carmel Snow), denominando a nova fase como New Look (termo importante na história da moda). Isso fez Dior fincar o pé na moda e reforçar seu nome no mundo inteiro. Não é à toa que sua Maison é famosa até hoje e que suas criações sempre reaparecem.

Para esse inverno a saia godê aparece cheia de novidades, seja nos tecidos (até em couro) ou na forma que devemos agregá-la ao nosso look. A dica é misturá-la com peças de estilo rock’n roll, quebrando o ar romântico que a saia possui. Para as mais clássicas, a camisa branca é ideal e não vai deixá-la errar na produção! Destaque para os modelos de cintura bem alta. Os acessórios também pegam carona nesse estilo . Destaque para o famoso óculos estilo “gatinho”, que volta com uma linguagem atual e muito sofisticada, nos deixando ainda mais com desejo dessa feminilidade à moda antiga.

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2012 / Abril - Revista Très


Cobertura Retrô

Lançamento Outono Inverno 2012 Nos dias 13 e 14 de Abril, a Retrô teve dois motivos para comemorar: Lançamento da Coleção Outono Inverno 2012 e Aniversário de um ano Retrô. É claro que a Très esteve por lá e registrou todo charme e bom gosto que a loja tem para oferecer. E por falar em charme… Mariana Olivatti, proprietária da loja, é puro charme e simpatia!!! Quem já conhece, não tem dúvidas de que a nova coleção está incrível!!! Vale a pena conferir.

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Cobertura Retrô

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37 1- A proprietária Mariana Olivatti. 2- Detalhe de bombons. 3- Juliana Olivatti . 4- Nanate Oliveira . 5- Mariana e Mayara Meguro. 6- Lívia Lebedenco em Look Retrô. 7- Detalhe mesa aperitivos.

8- Lucas e Mariana . 9- Mariana, Roberta Zaupa e Karú . 10- Detalhe aperitivos. 11- Vitrine da Retrô. 12- Detalhe roupas. 13- Mariana e Larissa Nabhan. 14 - Mariana e Regina Zola.

Revista Très Abril 2012


Mulher Forte

Madre Teresa

de Calcutá

“Exemplo de fé e amor na Terra” Texto: Claudia Junqueira claudia@revistatres.com.br Fotos: Arquivo

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“Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”. Madre Teresa de Calcutá

Revista Très - Abril / 2012


Madre Teresa de Calcutá – “Exemplo de fé e amor na Terra”

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gnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida mundialmente como Madre Teresa de Calcutá nasceu em Skopje, capital da Macedônia, em 26 de agosto de 1910. Foi uma das maiores missionárias católicas do mundo, sendo considerada, por alguns, a maior do século XX. Naturalizada indiana, Madre Teresa fundou a congregação “Missionárias da Caridade”, tornando-se conhecida ainda em vida por “Santa das sarjetas”. Filha de pais albaneses, a beata tinha uma irmã e um irmão. Frequentou escola não católica e começou por fazer votos aos 18 anos nas Irmãs de Nossa Senhora do Loreto - Instituto Beatíssima Virgem Maria – na Irlanda, onde pouco viveu. Já na Índia, a serviço da Congregação como professora, juntou-se ao “Lar dos Moribundos” em Kalighat. A princípio, teve alguns problemas de ordem religiosa, mas com o passar do tempo, todos passaram a notar que Madre Teresa tinha boas intenções e que suas obras tinham caráter nobre. Assim, a beata começa a receber donativos de hindus, muçulmanos, budistas, etc. E assim também foi ocorrendo em relação às outras situações difíceis e problemáticas, tais como: crianças abandonadas, aidéticos, mulheres que haviam sido abusadas, leprosos, e tantos outros casos.

Mais de uma década depois, em 1965, a Santa Fé aprovou a Congregação das Missionárias da Caridade e, entre 1968 e 1989, estabeleceu a sua presença em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, EUA, Sri Lanka-Ceilão, Itália, China, etc. O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se como o prêmio Templeton em 1973 e com o Nobel da Paz em 1979. Madre Tereza veio a falecer no dia 17 de outubro de 1997 aos 87 anos de ataque cardíaco, quando preparava um serviço religioso em memória da Princesa Diana de Gales, que havia falecido seis dias antes. Madre Teresa de Calcutá encontra-se sepultada em Motherhouse Convent , em Calcutá, na Índia, e foi beatificada no dia 19 de outubro de 2003 pelo Papa João Paulo II. Seu trabalho missionário continua hoje pelas mãos da irmã Nirmala, eleita no dia 13 de março de 1997 como sua sucessora.

Sua vida em livros e filmes: • Madre Teresa é o tema do filme-documentário (1969) e do livro Algo bonito por Deus (1971) de Malcolm Muggeridge. • Madre Teresa: Em Nome dos Pobres de Deus é um filme de 1997 dirigido por Kevin Connor estrelado por Geraldine Chaplin. Ganhou em 1998 o prêmio Art Film Festival. • A vida de Madre Teresa foi retratada em 2003 em minissérie de televisão italiana, estrelada por Olivia Hussey como Madre Teresa. Posteriormente, foi lançado internacionalmente como um filme de televisão Madre Teresa de Calcutá e recebeu o Prêmio Camie em 2007.

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Coluna Social Bonjour

Por:

Maria Luiza Chemim 1

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1- A vencedora do concurso de fotos do mês das mulheres Monike Santana que ganhou um jantar completo na Casa Gastronômica Mané Gula com as amigas. 2- Amigas e primas em noite de sushi, Raquel Murad, Bia Murad Mendes, atual vocalista da banda Os Mutantes, e Claudia Murad.

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3- Bell Nunes em dia de foto bonita com as filhas. 4- Adriana Lago foi a segunda vencedora do concurso de fotos. Também ganharam um super jantar! 5- Filé Buchalla Mesquita em viagem ao Egito. 6- Renata Trevisi e Emanuela Novaes no Rio de Janeiro. 7- Lisiane Zangirolami comemora o lançamento de outono-inverno de sua loja Forum no Prudenshopping. 8- André Denari e Taís Silva prestigiam a amiga Lisiane no evento da Forum. 9- Equipe do Programa da Fátima Pimentel. 10- Nova geração de gatas já desponta na cidade, entre elas: Maria Eduarda Bernardes Terra Pires, Isabelle Franca, Isa Corsaletti e Carol Delfin. 11- Arlene Correia em recente férias na bela Fortaleza no Ceará. 12- Brindando a amizade o trio Sandro Martos, Enrico Murad Fadul e Marcio Barbosa.

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16- Letícia Dalari e sua equipe em dia de lançamento de coleção na Lessô Prudenshopping. 17- A equipe da Style Skate Shop, Diogo Santos, o proprietário Ne Fagundes e Rafael Ludska. 13- Alessandra e Paulo Meirelles comemoram 18- Quem gosta de correr tem que acompanhar 1 ano de sua filha Belizinha em grande festa no esta galera animadana Estação Saúde Assessoria Garden. Esportiva. 14- Fátima e Alexandre Medeiros com Catarina e David Medeiros Cassius pela costa brasileira. 15- Leonilda e a filha Dorisa Medeiros em viagem a Argentina.


Um Pouco Mais

VOXA

A arte de transformar o couro em peças únicas

Texto: Claudia

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Junqueira / Foto: Gabriela Nehring

esde o nome, meticulosamente escolhido, VOXA, que em Tupi Guarani significa bolsa, até o modo de produção, seleção de fornecedores, criações exclusivas, design e a qualidade, a designer prudentina Sarah Baker Vitale conta que é fruto de anos de estudos e pesquisas para aprimorar e firmar o nome da marca há quase cinco anos no mercado. Formada em Design de Moda na Faculdade Belas Artes de São Paulo, Sarah começou a desenhar bolsas. A partir daí, foi descobrindo e aprendendo novas necessidades de suas clientes, partindo para novos desafios. A VOXA é única porque Sarah desenha cada peça com exclusividade, não há cópia! E é justamente o que buscamos nos dias de hoje, fugir do convencional e buscar uma nova moldura para a moda brasileira. Esse é seu maior diferencial. São bol-

sas, mochilas, malas de viagem, mala de bordo, pasta para laptop, bolsas de festa e artefatos em couro como lixinho para carro, porta vinho, porta celular, jogos americanos lindíssimos e tudo em uma variedade enorme de couros, gravações e texturas, o que torna um diferencial bacana para presentear amigos e até fazer brindes empresariais. Outra questão que está em pauta no mundo todo e a Très abordou no mês passado foi a Ecofashion, e a VOXA é ecologicamente correta. “A VOXA não comercializa em seus produtos peles exóticas verdadeiras, são apenas gravações que remetem a perfeição idêntica de um couro natural. Por este motivo as pessoas se confundem quanto à originalidade do couro, e as compram a preços exorbitantes’’, diz a designer. Com um novo projeto em andamento, uma loja virtual, Sarah busca sempre a comodidade, a tecnologia e a excelência para melhor atender seus clientes, tão únicos quanto seus produtos. E apesar de haver algumas oportunidades de revendas de seus produtos, Sarah completa: “isso é pra se pensar, pois preciso garantir a qualidade dos meus produtos a qualquer praça em que estiverem”. Conheça o trabalho impecável de Sarah através do site da VOXA: WWW.VOXA.COM.BR. 2012 / Abril - Revista Très

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Artes

Artes - Local • Dia 29 deste mês acontece no Centro Cultural Matarazzo, o evento fotográfico

“Pinhole Day Presidente Prudente 2012”. O evento será das 9h às 12h e das 14h às 17h com vagas limitadas. Inscrições gratuitas. Realização: Revista Très e Centro Cultural Matarazzo.

• Acontece dia 26 deste mês na área de Convivência do Sesc Thermas de Prudente show com a banda “Bala de Troco” de São Paulo. Muito samba-rock é o que podemos esperar da banda que traz o ritmo de groove e puro balanço, com repertório cativante e um show único. Ingressos pelo telefone (18) 3226-0400.

• Do dia 02 de abril ao dia 21 de maio, nas segundas e quartas-feiras, ou do dia 10

de abril ao dia 31 de maio, terças e quintas-feiras, sempre das 19 às 21h, tem atividade gratuita no Centro Cultural Matarazzo com as Oficinas de Produção Dinâmica de um livro infantil com a coordenação de Vinicius Jardim.

• Dia 26 de abril, quinta, às 19h30 tem Cine Pop na Praça da Vila Nova Prudente.

O projeto conta com uma programação itinerante em espaços alternativos, para democratizar e popularizar o cinema na cidade. A atividade é gratuita.

• Do dia 18 ao dia 22 de abril, de quarta a domingo, das 16h às 20h, no Teatro

Municipal Procópio Ferreira, ocorre a III Mostra de Teatro Infantil Sílvio Moreira. Ingressos a R$20,00 (adulto) e R$10,00 (criança). Na terça, dia 24, às 20h, tem a peça “Sonhos de Palhaços”. Ingressos a R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia). Dia 25, quarta, às 20h, tem Concerto Musical com Paulo Flores. Atividade gratuita.

• Do dia 27 ao dia 29 de abril haverá uma mostra especial de cinema de Hitchcock.

Dia 27, sexta, às 19h30, na Sala de Cinema Condessa Filomena Matarazzo, tem o filme “Psicose – EUA, 1960 – pb, 109 min”. Dia 28, sábado, tem “Pássaros – EUA, 1963 – cor, 119min”. Dia 29, domingo, você assiste “Um Corpo que Cai – EUA, 1958 – cor, 128min”. O melhor de tudo: é grátis!

• Do dia 11 ao dia 27 de abril, às quartas e sextas, das 18h às 20h, ocorrerá oficina

de Fotografia na sede do Ponto de Cultura Prudente em Cena. Serão combinados horários durante o dia para saídas fotográficas. O endereço é Rua João Caseiro, 65. Vila Brasil. Telefone 8149 5451.

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• No dia 20 de abril, o CNA Presidente Prudente realizará a ‘Balada Solidária’ no

Tênis Clube de Presidente Prudente. A Balada Solidária terá início às 20h e contará com a apresentação do Dj Digo Cavalcante e da Banda D3. Informações no CNA, pelo telefone (18) 3222-1500 Revista Très - Abril / 2012


Agenda de artes - local, nacional e mundial

Artes - Nacional • Acontece até o dia 29 de junho no Instituto • O cantor folk Bob Dylan Moreira Salles em São Paulo, uma belíssima exposição fotográfica do artista Manoel Álvarez Bravo, expoente da fotografia moderna do México. A mostra fotográfica fica de terça a sexta das 13h às 19h, sábado, domingo e feriados, das 13h às 18h. O evento é gratuito. O Instituto fica na Rua Piauí, 844 e o telefone é (11) 3825 2560.

• Vai até o dia 29 de abril a mostra da artista plás-

tica paranaense Lúcia Callufé “São Francisco de Assis – O Paradigma da Humanidade” em Curitiba. A mostra é composta por nove obras inéditas que tem como tema a figura do santo em esculturas de madeira, colagem e pintura sobre superfícies rústicas. A entrada é gratuita. Informações pelo telefonte (41) 3321 3265.

desembarca em Brasília para única apresentação no dia 17 de abril no Ginásio Nilson Nelson. A apresentação será às 21h30. Informações pelo telefone (61) 4003-5588. A Turnê brasileira do Virsky também passa pela capital nos dias 26 e 27 de abril. A Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro receberá o espetáculo às 21h. Informações pelo telefone (61) 9639-1495.

Artes - Mundial • A cidade luz fica ainda mais encantadora com uma grande exposição das obras

de Henri Matisse, recém-inaugurada em Paris, traz uma nova perspectiva de sua obra, e mostra um peculiar processo criativo por trás das formas simples e cores estridentes que caracterizam o estilo do artista francês. Matisse: Pares e Séries ficará em cartaz até 18 de junho no Centro Pompidou, antes de ir para o Statens Museum for Kunst de Copenhague e, em seguida, para o Metropolitan Museum of Art, em Nova York.

• Do dia 18 ao dia 22 de abril, ocorre em Colônia, na Alemanha, o Art Cologne. A

46ª edição da mostra vai sediar uma ponte transatlântica entre a arte dos negociadores de arte de Nova York e os mais antigos artistas do mundo. Serão aproximadamente 200 galerias com mostras de clássicos modernos, Pós-guerras e arte contemporânea no Centro da Exibição de Colônia. O site oficial é o http://www. artcologne.de/

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Cultura | por: Paulo Brazyl

O sincretismo cromático

de Juliana Scorza Texto: Paulo Fotos: Paulo

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Brazyl Brazyl

om incisividade. É dessa forma que Juliana nos conduz a uma imersão, a um estado de suspensão sensorial. Seu trabalho é pedra. Não língua. Intervalos, trechos, coisas dispersas em cada obra não transformada em objeto de arte. Não combina com a cor do sofá da sala de visita. Liquidifica a partir de um descondicionamento visual dos nossos próprios olhos, projetando em nossas mentes fragmentos multicoloridos. Quem é a “mulher amarela” liberta pela artista? Imagino Euclides da Cunha noutro canto ignorado, esquecido. E o silêncio do sorriso do moleque abafa o zumbido da bala perdida que corta a Baía da Guanabara. Uma ação marginal. Paralela a modelos outros, legitimados. Com “Alberto Mussa”, descobri que “meu destino é ser onça”. E Juliana é também onça que reconstitui com seu quebra-cabeça uma narrativa mitológica contemporânea. É brasileira globalizada. Noutra ocasião, passei a noite diante de uma de suas telas. Amanheci exausto, esvaecido. Estava vivo. Juliana Scorza Cerávolo iniciou-se nas artes plásticas ainda muito jovem, menina, orientada pelo mestre Takeo Sawada, mas confessa que seu verdadeiro desejo era ser atriz: “jamais vou me esquecer de Fernanda Torres em Selva de Pedra”. Na década de 1990, Juliana conheceu a Bahia, suas paisagens e seus personagens, “os mesmos personagens de Jorge Ama-

Revista Très - Abril / 2012


O sincretismo cromático de Juliana Scorza

do”. Na década seguinte, viveria outra experiência ímpar: a clandestinidade em Cuba, “onde tive a oportunidade de viver da mesma forma como as pessoas vivem lá, não como uma turista”. Não se considera uma pessoa politicamente engajada: “na política, a coisa que mais marcou minha vida, foi a imagem de Tancredo Neves”. Mas quando o assunto é arte, Juliana não economiza, o papo tem que ser reto: ...”tem muito galerista que não entende de arte. Portanto, a amostragem é limitada a partir das próprias galerias”. E completa: ... “tem muita gente engessada, seguindo regras mesmo após o advento da internet que está aí interferindo diretamente no processo, aproximando pessoas, permitindo manifestação”. Criada no início de 2011, a Secretaria de Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura, iniciou suas atividades tratando de quatro colegiados; moda, artesanato, design e arquitetura. Com o objetivo de oferecer estratégias de crescimento socioeconômico inspiradas nos valores culturais e na criatividade de um povo, a proposta é fortalecer o potencial de concretizar produtos e serviços, gerar renda e emprego. No entanto, em estudo realizado pela ONU, o Brasil não aparece entre as 20 nações em desenvolvimento que mais exportam bens criativos.

Recentemente, suas pinturas avançaram as telas e ocuparam espaços em diversas peças do vestuário, principalmente o feminino. O potencial criativo do artista brasileiro ainda é muito pouco explorado? “Existem dois tipos de artistas: o que apenas faz e o que sente, vive e faz. E existe mercado para além das galerias. Quando abandonei o curso de jornalismo em 96 e fui para a Bahia, voltei de lá contaminada pelos costumes, pela forma de interação do povo baiano. Penso que a interatividade real seja muito importante na evolução de qualquer artista. É preciso estar atento, perceber as possibilidades. Não adianta apenas o Estado viabilizar ferramentas, é preciso praticar nosso próprio potencial”. “Quanto a minha arte, quando eu descobri que a minha pintura havia se tornado um diário aberto repleto de emoções fortes de coisas que eu vivi, pude perceber inclusive meu próprio tempo, um tempo que eu defino como “Dorival Caymmi: lento, porém, específico, forte, marcante. Minha arte é a arte de uma contadora de histórias, das histórias que eu vivo, das histórias que me contam e que eu espero continuar reproduzindo”.

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2012 / Abril - Revista Très


Ensaio Fotográfico

Entre

o sono

eo

sonho Fotos: Eric Kéki

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Ensaio Fotográfico “Entre o sono e o sonho”

Entre o sono e sonho, Entre mim e o que em mim É o quem eu me suponho Corre um rio sem fim. Passou por outras margens, Diversas mais além, Naquelas várias viagens Que todo o rio tem. Chegou onde hoje habito A casa que hoje sou. Passa, se eu me medito; Se desperto, passou. E quem me sinto e morre No que me liga a mim Dorme onde o rio corre — Esse rio sem fim. Fernando Pessoa, em “Cancioneiro”

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Ensaio Fotográfico “Entre o sono e o sonho”

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Ensaio Fotográfico “Entre o sono e o sonho”

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Ensaio Fotográfico “Entre o sono e o sonho”

Making

Of

por: Claudia Junqueira

Eric Kéki

E

ric Ueite ou apenas Kéki, com 25 anos, fez curso de fotografia no SENAC, na Escola São Paulo e atualmente se formou pela Escola Panamericana de Arte e Design em São Paulo. Fotografando há mais de 10 anos, sempre buscou o diferente tentando evoluir o processo criativo, procurando passar vários tipos de sentimentos através dela. Outra paixão além da fotografia é o skate, que sempre andaram lado a lado.

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Dicas de Cinema | por: Luiz Dalle

Tão Forte e Tão Perto Diretor Steven Daldry evoca sentimentos de uma criança, aterrorizada pelos ataques de 11 de setembro, para emocionar o público NOTA: 8 Título Original: Extremely Loud and Incredibly Close, EUA, 2011 De: Steven Daldry Drama: 129 minutos Texto: Luiz

Dalle luizdalle@revistatres.com.br Foto: Arquivo

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melhor amigo do garoto Oskar Schel (Thomas Horn) é o seu pai, Thomas (Tom Hanks). Para que seu filho desenvolvesse maior tolerância em relação às diferenças, Thomas inventa um jogo em que a cidade de Nova York é dividida em distritos, sendo um, totalmente imaginário, em que ele precisa descobrir segredos e objetos escondidos por seu pai. Entretanto, o jogo entre eles é interrompido quando Thomas perde a vida na queda de uma das Torres Gêmeas durante os atentados de 11 de setembro. Alguns meses depois, o garoto encontra um envelope com o nome “Black” dentro de um vaso junto aos pertences de seu pai. Ele acredita ser um enigma deixado por ele antes de morrer e, quando encontrado, deveria ser desvendado.

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Assim, vários acontecimentos e personagens cruzam a vida do menino que, acima de tudo, teme por perder lembranças de seu pai. Dirigido por Steven Daldry – responsável por obras mais elevadas como As Horas, Billy Elliot e O Leitor – o filme recebe um tratamento dramático tão pretensioso e apelativo que, aos olhos dos mais sensíveis, certamente você será julgado dentro da sala de projeção caso não sair aos prantos de chorar. Mesmo fora de sua corretude habitual, Daldry entrega algumas cenas poderosas e pincela ao lado de Thomas Horn um trabalho de interpretação equivalente aos veteranos Tom Hanks, Sandra Bullock, Max Von Sydon e Viola Davis, todos intensos. Baseado no livro Extremamente Alto e Incrivelmente Perto, de Jonathan Safran Foer, o filme foi a grande surpresa entre os indicados ao Oscar 2012. Embora seja uma obra muito querida pela imprensa americana, Tão Forte e Tão Perto é um longa no estilo patriota, disposto a mostrar os americanos como uma nação forte e destemida do que abatida por uma ferida ainda não cicatrizada.


Um filme lançamento e um clássico que você precisa conferir!

Lixo Extraordinário Documentário mostra o processo de criação do artista plástico Vik Muniz em meio aos materiais ignorados pela população urbana NOTA: 9.5 Título Original: Lixo Extraordinário (Brasil/Reino Unido, 2009) De: João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker Documentário: 90 minutos Texto: Luiz

Dalle luizdalle@revistatres.com.br Foto: Arquivo

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o Jardim Gramacho, extremidades de Duque de Caxias no Estado do Rio, encontra-se o maior aterro sanitário de todo o mundo, onde quase 10 mil toneladas de lixos são despejados. Os derrames dos descartes cariocas geram empregos para quase metade dos moradores do lugar. Paralelo a esta realidade, porém, sem deixar de enxergá-la, depara-se o artista plástico brasileiro Vik Muniz, radicado nos Estados Unidos, mundialmente conhecido por trabalhar na feitura de suas obras com os mais diversos materiais que a sua oferta criativa possa imaginar. Ele olha, então, para esta dura realidade e decide transformar os objetos derramados no terreno em obras de arte. O que ele não sabia, era que ao conhecer os trabalhadores do local encontraria

sua inspiração, muito embora sua intenção sempre fora o de modificar a vida das pessoas que tiravam dali o seu sustento, desde o início do projeto. Assim, calçado na humanização desses catadores, Lixo Extraordinário culmina na apresentação de sentimentos verdadeiros, traçados nas histórias paralelas de alguns escolhidos em meio ao lixo, entretanto, interligados pela mesma infeliz realidade e pelos mesmos sonhos. O artista funciona como uma espécie de pivô que interage com os catadores e interfere na narrativa. Em alguns momentos, a sua presença poderia ser resumida, como os diálogos com sua esposa, um tanto desnecessários. Co-produção Brasil e Inglaterra, falar que o documentário é tão somente acerca dos processos criativos de Vik Muniz, é negar que as verdadeiras sensações causadas na apreciação da obra, não tenham relação com as pessoas e suas respectivas histórias, contados por meio de edição eficaz e direção sensível. A obra do artista em si é realmente digna das ovações que recebe mundo afora, contudo, no contexto o qual se insere, aqui, a verdadeira obra de arte é o filme. 2012 / Abril - Revista Très

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Dica de Livro

A Televisão

na era digital Texto: Eliane

Gushiken eliane@revistatres.com.br Fotos: Arquivo

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televisão brasileira começou a transmitir sinal digital em dezembro de 2007, mas apenas em 2016 o sinal analógico será desligado. Esse tempo é para que as emissoras possam se adaptar e os consumidores adquiram os equipamentos necessários. O livro “A televisão na era digital” é uma nova versão da tese de doutorado de Newton Cannito. Com a internet se consolidando a uma velocidade intensa e a tecnologia apresentando recursos magníficos em pouco tempo, é comum ouvir que: a TV vai desaparecer; o espectador vai interagir a todo momento; a TV será individualizada; a narrativa está com os dias contados e que qualquer pessoa poderá fazer um

Revista Très - Abril / 2012

programa. Logo na introdução, o autor explica por que tudo isso são mitos apocalípticos. A obra está dividida em 4 capítulos mais anexo, onde existem comentários sobre qualidade, padrões, formato de programas, interatividade, usabilidade, mobilidade, portabilidade, convergência, exemplos em outros países, modelos de negócio, políticas públicas, entre outros, além de discutir perspectivas. Em uma leitura clara e objetiva, Cannito afirma que uma nova mídia não destrói a outra, elas se complementam. Para ele, a televisão, é o veículo mais presente nos lares brasileiros e se tornará ainda mais televisão!


Dica de Música

Caixa Cubo Texto: Claudia Foto: Brisa

Junqueira Chandler

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Brasil possui talentos que o próprio brasileiro desconhece. O duo paulistano de jazz “Caixa Cubo” é um desses talentos incríveis, que merece ser destacado. Formado pelo baterista João Fideles e pelo pianista Henrique Gomide, o projeto musical teve início há cinco anos após passagem por diferentes universos musicais, texturas, timbres e símbolos, o que resulta numa formação diferenciada e improvisada. Ambos são graduados pela Universidade de São Paulo – USP e já passaram por vários países como Estados Unidos, França, Alemanha, Holanda, Moçambique, entre outros. Fizeram cursos de música em Nova York onde aprimoraram suas experiências musicais. O duo compõe e ensaia diariamente além de se apresentarem pela capital paulistana e no exterior. Em novembro de 2011, estiveram em Maputo – Moçambique e em maio de 2012 partem para a segunda turnê na Europa. O duo tem shows agendados em Berlim, Bruxelas, Den Haag, Viena, Londres e Paris, tocarão em um dos principais festivais de jazz do mundo, o “Jazz a Vienne”, na França, onde se apresentam os maiores jazzistas do mundo como Herbie Hancock, Chick Corea, Wayne Shorter, entre outros grandes. Suas referências musicais vão de Keith Jarreth a Jack DeJohnette ou

Egberto Gismonti a Naná Vasconcellos. Fideles e Gomide exploram esta linguagem por meio de uma dialética intuitiva entre vários estilos para criar um outro, completamente novo. Seja ele o jazz, o choro, o samba, as batidas africanas ou o blues, estas influências, ainda que apareçam de maneira livre, o duo não se fixa em nenhuma delas. Uma das características do projeto é fazer shows únicos, já que todo o conceito do “Caixa Cubo” é a improvisação, por isso, a lista de música não se repete. Sempre rola suas composições em parceria (O duo possui mais de 30) rearranjos de mestres que admiram como Hermeto Paschoal, Thelonius Monk, Brad Mehldau, Miles Davis, etc. Minhas prediletas são: “Fideles”, “Charlotta”, “Conception (Miles Davis)”, “A Manguigoia”, “Mandinga” e “Khanimambo”. Site Oficial: http://www.caixacubo.com A Très preparou um playlist especial, confira: - Hélios (free jazz) - Khanimambo (Henrique Gomide) - Un Poco Loco (Bud Powell) - Amullus (João G. Fideles) - Domingo Blus (Henrique Gomide e João G. Fideles) - Poisson D’or (Debussy) - Misturada (Airto Moreira) - Urano (Henrique Gomide e João G. Fideles) - 78 Rotaçãs (free jazz) 2012 / Abril - Revista Très

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Cobertura Butiquim Café Bar

Para quem gosta de uma boa novidade, a Très registrou uma bárbara nesta noite! Quarta-feria, 11 de abril. Renata Tamada e Ricardo Prates recebem amigos, clientes e imprensa para o cocktail de inauguração do novo bar, com ares de boteco, que promete agitar as noites e tardes da cidade, que durante o dia, também servirá de café. No Butiquim Café Bar você vai encontrar o clube do whisky, da cerveja, as mais diversas caipirinhas de frutas exóticas, iguarias deliciosas, um excelente atendimento, músicas animadíssimas, decoração super charmosa e ambiente acolhedor. Por Claudia

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Cobertura Butiquim Café Bar

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1-Renata Tamada e Ricardo Prates. 2- Cardápio Butiquim. 3- Richard de Almeida. 4- Darci Galbiati e Miriam Ribeiro. 5-Amanda Spinelli e Lucas Teixeira. 6- Detalhe fachada. 7- Caipirinhas. 8- Equipe Butiquim. 9-Dyego Primolan e Fabiano Oliveira. 10-Renata e convidados especiais.

11- Interior Butiquim. 12- Renata Tamada. 13-Rafael Barreto e Evandro Rosa - Heineken. 14- Nelson Eugênio e Luciano Sanches . 15- Gisele Cervantes, Juliana Carvalho e Mel Marques. 16- DJ Anderson Ness. 17- Andreia Muniz, Priscila Pollini e Claudia Pacini.

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Um Pouco Mais

A história do

Hip Hop

Acima, grupo de danças urbanas em evento realizado pelo SESC Thermas. Ao lado direito, o grafiteiro e professor Leonardo Ferreira.

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Texto: Claudia

Junqueira Carvalho - Cedida

Fotos: Amanda

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hip hop é uma cultura artística que surgiu na Jamaica, influenciado pela tradição africana do canto falado e da animação dos bailes dos guetos jamaicanos. “Hip” de balançar as ancas e “hop” de salto. No início dos anos 1970, o hip hop emergiu das comunidades afroamericanas para os bairros do Bronxs, Queens, Brooklyn e Nova York. Nesta época, estes subúrbios, verdadeiros guetos, enfrentavam diversos problemas de ordem social como pobreza, violência, racismo, tráfico


A história do Hip Hop

de drogas, carência de infraestrutura e de educação, assim, esta cultura foi censurada e conotada como desagregação social. Esses bairros eram essencialmente habitados por imigrantes do Caribe, vindos principalmente da Jamaica. Por lá, existiam festas de rua com equipamentos sonoros chamados “Sound System”, que foram levados para o Bronx, um dos bairros de maioria negra, pelo DJ Kool Herc, jamaicano que migrou para os EUA aos 12 anos com sua família. Herc foi um dos incentivadores da valorização do papel de DJ, que influenciou toda a construção da cultura hip hop, juntamente com Afrika Bambaataa e Grand Master Flash, criando a ideologia do movimento. Neste contexto, nasciam diferentes manifestações artísticas de rua, formas próprias, dos jovens ligados àquele movimento, de se fazer música, dança, poesia e pintura. Essa foi a proposta de Afrika Bambaataa, considerado hoje o padrinho da cultura hip-hop, o idealizador da junção dos elementos, criador do termo hip hop e por anos tido como “master of records” (mestre dos discos), por sua vasta coleção de discos de vinil.

O hip hop tem quatro pilares: o DJ, o MC (mestre de cerimônias), o B.boy represetante da dança (break dance) e o graffiti.

O Hip hop no Brasil O berço do hip hop brasileiro é São Paulo, onde surgiu com força nos anos 1980, dos tradicionais encontros na rua 24 de Maio e no Metrô São Bento, de onde saíram muitos artistas reconhecidos como Thaíde, DJ Hum, Styllo Selvagem, Região Abissal, Nill (Verbo Pesado), Sérgio Riky, Defh Paul, Mc Jack, Racionais MC’s, Doctor MC’s, Shary Laine, M.T. Bronks, Rappin Hood, entre outros. A principal premiação do hip hop no país é o Prêmio Hutúz, em cerimônia realizada todo ano. É organizado pelo Hutúz e é considerado o maior da América Latina.

O hip hop em Presidente Prudente Por volta dos anos 1990, o diretor artístico da casa noturna chamada “Cockpit” Nelson Guerra, foi a pessoa que instituiu o primeiro espaço para os “b-boys” (dançarinos de rua) exercerem sua arte, ou seja, desenvolverem suas acrobacias, manobras, seus passos de dança break. Com o apoio de Guerra, se expandiu esse trabalho, resgatando uma juventude que estava ociosa na periferia, muito próxima da marginalidade. Segundo Leonardo Ferreira, grafiteiro e professor de danças urbanas no Centro Cultural Matarazzo, “Guerra tinha essa visão do hip hop e como fazer isso”.

DJ Mike Soul, que saiu da capital há mais de 15 anos para introduzir um pouco da cultura hip hop em Prudente em forma de música.

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A história do Hip Hop

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Em forma de música, tiveram apoio da rádio 98fm onde faziam caravanas com o locutor Luciano Reis, que apoiou o hip hop na cidade, e posteriormente, o DJ Mike Soul, recém chegado de São Paulo, que introduziu a cultura hip hop em forma de música na cidade. Leonardo Ferreira atenta para o fato de que: nem tudo é hip hop. Segundo ele tudo deve estar inserido de acordo com a linguagem em que o artista está atuando. Hoje diz que a cultura hip hop já é vista com “outros olhos”, que o graffiti, por exemplo, das ruas foi parar nas grandes galerias de arte e está sendo muito valorizado. O DJ Mike Soul, natural de São Paulo, está introduzido na cultura hip hop desde os anos 1989, onde participava de aulas de break dance, shows e já discotecava na capital desde essa época. Mike relembra a rua que morava, a rua Vitória, no centro, próximo a praça São Bento, onde participava dos movimentos de hip hop daquela região. Isso o influenciou muito, pois, apesar da pouca idade - Mike contava com apenas 14 ou 15 anos – era fascinado pela música. Autodidata, Mike aprendendo tudo sozinho, comprou seus aparelhos e começou a tocar. Diz que o hip hop, na música eletrônica, foi sua escola de DJ. O soul é sua maior influência, a música Revista Très - Abril / 2012

Acima, foto de um graffiti no Centro Cultural Matarazzo e ao lado esquerdo, detalhe do grafiteiro e professor de danças urbanas Leonardo Ferreira.

negra o fascina. Influência nacional, admira o Criolo por ser inovador. Seu ídolo internacional continua sendo Snoop Dog por, “com um pé no pop e o outro no gangster”, segundo Mike. O que ambos Leonardo Ferreira e Mike Soul tem em comum é simples. Ambos são paulistanos que deixaram suas cidades natais há muitos anos para moldarem a cultura hip hop na cidade de Presidente Prudente, seja no graffiti, na dança ou na música, a cidade hoje ganhou novos ares. Arte de rua!


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Dicas de Viagem

Okinawa,

Japão

costumes próprios e cultura tradicional; Texto: Eliane Fotos: Eliane

Gushiken Gushiken / Arquivo

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kinawa fica localizada no sul do Japão. Sua capital Naha, está há 1500 quilômetros de Tóquio, a capital japonesa. Sua província possui mais de 160 ilhas. Com praias bonitas, águas cristalinas, clima quente na maior parte do ano, Okinawa lembra muito o Brasil. Palco de terríveis combates na fase final da Guerra do Pacífico (1941-1945), Okinawa tinha mais de 450 mil almas. Número que aumentou em função das doenças, subnutrição causada pela escassez de alimentos e a radiação. Quando a guerra acabou, permaneceu sob a administração dos Estados Uni-

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Okinawa, Japão - costumes próprios e cultura tradicional

dos, que estabeleceram várias bases militares por lá. Okinawa foi devolvida ao Japão em 15 de maio de 1972, mas os EUA ainda mantém uma grande presença militar no arquipélago. Segundo pesquisas científicas, os okinawanos possuem a maior expectativa de vida do mundo, pois seguem uma alimentação regrada. A gastronomia é baseada no arroz, peixe, algas marinhas, tofú (soja), legumes e verduras em geral. O sobá okinawano é um dos pratos principais, ajuda a atrair riqueza e é sinônimo de longevidade. O outro é o champuru, um refogado que mistura Goya (espécie de pepino japonês), tofú, carne de porco e bacon. Ele é rico em vitamina C e ajuda a combater o diabete. Com certeza, você vai experimentar essas duas receitas. Apesar do sofrimento que passaram, os okinawanos conseguiram reconstruir e remodelar a sua estrutura econômica. Hoje é um dos lugares que mais recebe turistas. Da esquerda para a direita, em sentido anti-horário, o Aquário Okinawa Churaumi, o Castelo Shuri e o Shisa, amuleto chinês.

Confira alguns locais para visitar: •Aquário Okinawa Churaumi Se a imagem é linda, a olho nu é perfeito. O segundo maior aquário do mundo encanta com seus mais de 20 mil animais, de 740 espécies. Embora muitos considerem um programa sem graça, vale a pena passar algumas horinhas por lá e observar o local, desde a construção, paisagem e animais marinhos. Um bom “mergulho” para iniciar o passeio em Okinawa.

•Castelo Shuri O castelo foi residência da família real Ryukyu por mais de 400 anos. Com uma obra diferente dos castelos típicos orientais, é uma mistura da arquitetura chinesa e japonesa. O portão de entrada Shurei- no- mon é o símbolo de Okinawa. Ele também é conhecido como “o portal da cortesia”. É um privilégio passar por lá.

•Torre de Lis (Himeyuri no To) O monumento foi dedicado ao grupo de moças convocadas para o serviço de enfermagem. Elas foram treinadas às pressas e enviadas às frentes de combate para socorrer os feridos por balas de metralhadoras e fuzis. Muitas não suportaram a pressão e se suicidaram. As sobreviventes fizeram campanhas para que este local fosse construído. Elas se revezam no local para contar aos visitantes a triste experiência que viveram. Além disso, há relatos de pessoas que presenciaram a guerra e um pequeno museu com objetos que foram utilizados naqueles dias.

•Shisa O shisa é de origem chinesa, mas é um amuleto muito utilizado em Okinawa. O “leão” ou “dragão” é colocado nos telhados ou muros, pois acredita-se que eles protegem a casa. O shisa macho possui boca aberta e a fêmea, boca fechada. É um dos omiyages (presente, lembrança) mais procurados. 2012 / Abril - Revista Très

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Editorial de Moda - SANTAMADA

Ficha Técnica: Fotos: Thomas Aguilera. Modelos: Mariana Manotti e Clemente Morata - AZ Models.

Produção: Jéssica Loren e Olavo Martins. Beleza: Jaqueline Paiva. Edição de imagem: Carlos Rocha.

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Prudentino Cidadão do Mundo

Prudentino

Cidadão do Mundo

“Um olhar sobre a Índia” Texto/Fotos: Luiz

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Fernando Camarini

inha experiência na Índia começou em março de 2011, quando surgiu o convite de auxiliar na expansão e desenvolvimento da Engenharia da filial indiana da WEG Equipamentos Elétricos. Sou o engenheiro brasileiro responsável por auxiliar na capacitação e desenvolvimento dos indianos, conforme os padrões utilizados pela engenharia no Brasil. Se você se perguntar como é a vida de um expatriado na Índia, deveria assistir ao seriado “Outsourced”, que retrata (acredite) muitas situações que vivenciamos aqui. Cabe uma ressalva aqui: não temos vacas nos escritórios! (risos) É indiscutível a grande diferença cultural. Diariamente passamos por situações que nunca imaginaríamos

passar na vida. Para exemplificar, posso citar alguns exemplos como: comer com as mãos, a devoção religiosa, as vacas nas ruas da cidade (até elefante eu já encontrei “passeando” no centro), a tradicional falta do papel em alguns ambientes (sim, na dúvida não cumprimente o indiano com a mão esquerda). Infelizmente, também “experimentamos” as mazelas do país. A Índia é um país muito pobre. 470 milhões de pessoas ganham menos de 100 reais por mês. O trânsito é caótico e a corrupção supera e muito a registrada em Brasília. Se eu faria tudo novamente? Sim! Apesar das dificuldades (principalmente: distância da família e da namorada), a empresa nos dá total suporte para superarmos todos esses “percalços”, pois é uma experiência que tem acrescentado muito tanto pessoal, como profissionalmente e que com certeza vou levar para o resto da vida!

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Meio Ambiente | por: Antônio Cezar Leal

“Yakutipapu” Como data especial aos

indígenas, comemorada no dia 19, uma reflexão sobre atitudes que deveríamos ter aprendido há muito tempo com eles. Textos: Antônio

Cezar Leal / Edson Vicente da Silva* cezar@revistatres.com.br Fotos: Amanda Carvalho

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nquanto vivemos o equinócio de Outono no hemisfério sul, com o início da estiagem em nossa região, no hemisfério norte, a Primavera traz a esperança de dias mais quentes e do resplandecer da vida em múltiplas formas, sendo esta uma das prováveis inspirações para o nome do mês de Abril, derivado do latim Aprilis, que significa abrir, referindo-se à germinação das plantas. Nesse mês, no Brasil relembra-se a chegada dos portugueses, no dia 22 (que também é o Dia da Terra), para tomar posse das terras em nome da Coroa Portuguesa, conforme acordo com a Espanha no Tratado de Tordesilhas, sem consultarem os verdadeiros donos, denominados como indígenas e transformados em alvo de escravi-

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“Yakutipapu” - O dia do índio e algumas reflexões

dão, sofrimento e morte pelos civilizados. No dia 21, há o martírio de Tiradentes, herói nacional que agiu e morreu por nossa independência. Seguiram-no outros, incluindo-se os idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Abaporu, de Tarsila do Amaral, é um importante símbolo desse movimento, valorizando a língua tupi-guarani. Como data especial aos indígenas, reserva-se o dia 19, para a reflexão sobre sua atual situação e relação com o meio ambiente. Sua presença viva manifesta-se entre nós de múltiplas formas: na língua, na alimentação, na saúde, em utensílios, nas construções, etc. Na conquista e formação do território nacional, os indígenas tiveram um papel relevante, especialmente pelo conhecimento das terras e dos rios, fundamental para a expansão das fronteiras para o oeste, seguindo-se os caminhos fluviais no interior do continente. Mas, após cinco séculos de perseguições e expropriações, foram reduzidos de 1,5 a 2 milhões de indivíduos para cerca de 350 mil no início do século XXI, mesmo com o crescimento populacional nos últimos anos. Ainda hoje precisam lutar muito para manterem suas terras, águas, matas, cultura e a própria vida, diante do avanço das formas de produ-

ção predatórias da sociedade de consumo. Entretanto, devem ser valorizados e respeitados, pois as sociedades indígenas possuem seu próprio sistema de classificação da natureza, de seus elementos e processos, que são desenvolvidos conforme cada cultura e relação com o seu meio. Desenvolvem amplo conhecimento da ecologia das espécies de animais e vegetais, hábitos de saúde e alimentação, dos períodos de floração e frutificação, bem como do uso medicinal da flora nativa. A observação do céu e do

O compartilhamento das ações do cotidiano com os filhos, é um dos maiores dons da educação indígena...

tempo atmosférico possibilita que muitas tribos identifiquem estrelas e constelações, compreendam as fases da Lua e seus efeitos, bem como a ocorrência de períodos chuvosos ou secos. A proteção e a liberdade propiciadas pelas mães indígenas podem servir de exemplo para diferentes linhas de ensino, bem como o papel das mulheres indígenas nas lutas pela terra e direitos humanos, por educação e serviços de saúde de qualidade. O compartilhamento das ações do cotidiano com os filhos, é um dos maiores dons da educação indígena, ressaltando-se que os conhecimentos tradicionais são passados de geração a geração, havendo um grande respeito pelo saber dos anciões. Temos muito a aprender com essas sociedades indígenas! Por isso, convidamos a todos para aproveitar o mês de abril e deixar florescer mentes e corações para uma nova forma de vida, com respeito ao outro e ao meio ambiente. Cada um fazendo a sua parte, o todo será muito maior e melhor. Como dizem os Terenas, “Yakutipapu” – “Acredite em Você”. E faça sua parte!.

77 *Professor da Universidade Federal do CE, Fortaleza, com Pós Doutorado em Educação Ambiental, abordando o tema índios do Brasil. 2012 / Abril - Revista Très


Esporte

MMA PRES. PRUDENTE

Texto: Eliane

Gushiken - eliane@revistatres.com.br

Fotos: Amanda

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Um gol do nocaute

Carvalho

olpes do muay thai, chutes do kung fu, pancadas do boxe, pressões do jiu-jitsu e muito mais. Uma amálgama de modalidades reunidas em um único esporte: o Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas), mais conhecido como MMA. Presidente Prudente recebeu o 2º Ring of Fire no Ginásio de Esportes Watal Ishibashi, que contou com a organização de Marcelo Bott, Ipiranga Equipamentos e seus parceiros. A abertura ocorreu com o grupo de street dance Ruas de Fogo. Logo depois foi a vez do grupo de taikô Dantai Fênix ocupar o espaço do cage. O significado da apresentação foi o de anunciar as oito lutas, preparar os lutadores e abençoar o evento. O resultado conferiu com as batidas sincronizadas do tambor, em noite que teve a presença de aproximadamente 4200 pessoas e lutas que fizeram a plateia vibrar. O evento teve oito lutas, sendo 3 finalizações, 3 decisões por pontos, 1 desistência e 1 encerramento pelo árbitro, por

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MMA Pres. Prudente - Um gol do nocaute

falta de condições do atleta permanecer no cage. Renato Cianfa foi o primeiro a subir no ringue e venceu logo no 1º round após seu adversário desistir. “A minha preparação foi forte, focada na parte defensiva de chão, pois sou adepto do muay thai”, conta Cianfa. Aguardado pelo público, Júlio Baia entrou como o favorito diante de Fabrício Lima. Apesar do apoio, o professor de kung fu foi finalizado com o golpe mata-leão. “Meu forte é a luta em pé. Depois de um tempo eu queria manter a luta em pé, ele no chão, fomos para o chão e aí fui finalizado. Agradeço o carinho do pessoal e agora pretendo continuar treinan-

“ ” “Para fechar com chave de ouro, a última luta teve a presença de Climério Costa, que derrotou Everton Monteiro e venceu pela segunda vez o Ring of Fire”

do para a próxima competição”. Fabrício Lima luta jiu-jitsu e treinou durante 60 dias para participar do MMA. “Foi uma honra vencer o Baia, pois é um ótimo lutador. Por isso eu comemorei muito. A torcida estava a seu favor, mas consegui me concentrar. Prudente deve continuar incentivando o esporte e eu quero estar presente no próximo evento”. Para fechar com chave de ouro, a última luta teve a presença de Climério Costa, que derrotou Éverton Monteiro e venceu pela segunda vez o Ring of Fire. Formado em Farmácia e Bioquímica, deixou a carreira de lado para se dedicar ao esporte. “Eu sou professor e vejo a evolução do esporte. Antes eu tinha que procurar alunos, hoje eu tenho que negar, pois o espaço não suporta”. Ele se diz um apaixonado pela luta. “Eu vivo preparado, se tiver que lutar semana que vem eu luto, se houver outra depois, eu também luto.”. Marcelo Bott ficou surpreso com a grande presença do público. “Por ser a 2ª edição não esperávamos esse número, ainda mais um público diferenciado, representado por famílias, jovens, idosos. É um esporte emocionante, a pessoa passa a gostar depois que assiste. O futebol ainda está no topo, mas o MMA vem crescendo muito”. Além disso, o evento pode celebrar um gol de placa, ou melhor, um nocaute como resultado. “Um grupo de São Paulo esteve presente no evento e fechou contrato com o Júlio Quirino após ver a sua luta. Ele vai participar do Jungle Fight, o maior evento de MMA do Brasil. Isso deixa a gente muito satisfeito”, conclui Bott.

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Coluna Social Bonsoir

Por:

Maria Luiza Chemim 1

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1- Camila Bacarin e a filhota receén chegada ao mundo, Maria. 2- A humorista Nani People tem sempre “casa lotada” nas divertidas apresentações que já fez na cidade e é sempre a artista mais requisitada à voltar com novos espetáculos organizados por Anselmo Nogueira. 3- Cacá Filllippi em suas “joias raras” em dia de evento bacana no Tênis Clube. 4- Giu, na noite Dhuo de lançamentos. 5- Luana Zago Carvalho faz pose com Mickey e Minnie nas férias de verão na Flórida, nos EUA. 6- Dirce Maria Nabhan, querida amiga. 7- O empresário Paulo Constantino em noite de foto com dois de seus netos, os irmãos Rodrigo e Guilherme Constantino Bongiovanni.

8- Dirce Oliveira e a filha Mariutchka Melo, em momento celular 9- O noivo Guilherme Motta de Almeida Santos e a noiva Ana Paola Constantino Meneghin no noivado que antecedeu o casamento deles que acontece nesse mês de abril. 10- Dj Eduardo Nogueira. 11- Caio Calza Ferrari encontra Andrés Sanches em recente evento de gala na cidade. 12- Marcelo Bott e Cid Jr. no MMA Ring of Fire que movimentou o Ginásio de Esportes em março.

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13- Rodrigo Barão, um dos patrocinadores do evento MMA Ring of Fire. 14- As Ring Girls, no evento que lotou o Ginásio de Esportes de Prudente em março. 15- Maria Marcia Medeiros Marchese. 16- Marina Oliveira Lima. 17- Mariana Macuco Marcato e o primo Gregório Macuco. 18- Maria Célia Macuco 19- Fábio e Débora Junqueira casaram-se em São Paulo no Buffet França.



Crônica | por: Claudia Junqueira

USINA de Belo Monte e os índios da Globo em potência, atrás apenas da chinesa “Três Gargantas” (20.300 MW) e da brasileira e paraguaia Itaipu (14.000 MW). O vídeo da Globo, além de mentiroso – diz que a obra custará 30 milhões e seria paga por nós, brasileiros. A obra, que na verdade custará 19 milhões, com empréstimo do BNDS, mostra a falta de conhecimento sustentável da mídia em geral, que enche o peito para dizer que existem outras formas de “energia limpa” como a energia solar ou a eólica. (Haveria que cobrir ou desmatar a Amazônia inteira de placas de captação ou geradores para gerar o mesmo tanto de energia que a Belo Monte). Aí vem a atriz Ciça Guimarães e faz uma pergunta um tanto quanto petulante no vídeo: Pergunta se existem índios na Amazônia! Não, querida Ciça. Na Amazônia há indígenas. Índios, nós brasileiros, temos no Rio de Janeiro. Precisamente na Barra, Recreio, Ipanema, Lagoa, Projac. De uma tribo completamente desinformada, que sabem fazer vídeo, entretanto, nunca foram ao Xingú, só passaram a 30 mil pés de altura. São aqueles que destroem as encostas, construindo mansões no Joá, jogam dejetos no canal do Marapendi, na Lagoa Rodrigo de Freitas, destroem a mata nativa da ilha de Angra Texto: Claudia Junqueira para construir seus pequenos refúgios de veraneio. Ilustração: Daniel Franco Luizari Esses “índios globais” se comovem com a construção do A rede Globo lançou um vídeo tem- que chamamos “Progresso”, pois sem ele haverá outro apapos atrás, um tanto emotivo, com ato- gão em poucos anos, mas não se comoveram com o assasres globais, para comover a população a sinato de indígenas e nem com a quantidade alarmante de assinar um movimento chamado “Gota morte de crianças de várias tribos, principalmente no Mato D’água”, com a intenção de impedir a Grosso do Sul. Foram assassinados 60 índios em 2010 no construção de uma das maiores usinas Brasil, sendo 30 somente no MS. hidrelétricas do mundo: A Belo Monte. Pior que isso, é que muita gente continua assinando esse A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, é “Movimento Gota D´água” sem pesquisar, completamente uma central hidrelétrica a ser construí- alienados pela fulana da novela das 21h, que os influenciam da no Rio Xingú, no Pará, cuja potência 100%, ao invés de lerem através de seus Iphones, Ipads, etc. será de 11.233 MW. Por operar com re- Não percebem que, sem energia, sofrerão em breve outro servatório muito reduzido, deverá pro- “apagão”, como no governo do FHC. Eu sou a favor do produzir efetivamente cerca de 4.500 MW, gresso. E você, de que lado está? em média ao longo do ano, tornando-se a terceira maior hidrelétrica do mundo

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Revista Très - Abril / 2012


Prazeres assim,só são possíveis com uma boa impressão.

Imprima na Gráfica Cipola sem culpa. O papel é biodegradável, renovável e provém de florestas plantadas. Estas florestas são lavouras que dão emprego a milhares de brasileiros e as árvores plantadas combatem o efeito estufa, pois absorvem gás carbônico durante o seu crescimento. Imprimir é dar vida.

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GRÁFICA DIGITAL

Revista Très - Março / 2012



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