R. Belo Horizonte, 136 | Jd. Paulista | 18 3223.6553
DA REDAÇÃO
que foram às ruas com inúmeros cartazes nas mãos e as mais diversas ideias e ideais na cabeça. Há pelo menos 20 anos não se via nada nessas proporções, acrescentando a efetiva participação das redes sociais que engrossaram o coro e fizeram deste momento, histórico. Manifestar significa externar aquilo que pensamos, sentimos, acreditamos. Manifestar-se é exercer nosso direito à liberdade de expressão. E a Très busca, desde o início, mostrar exatamente as manifestações humanas, sejam elas artísticas, culturais, políticas e por que não, manifestações de afeto e carinho? Por esse motivo, esta edição tratará dos mais diversos significados do verbo manifestar. E neste momento, nada mais oportuno que manifestarmos nossos sinceros agradecimentos aos nossos clientes, parceiros, toda a equipe Très, nossos colaboradores (vocês são demais!) e, em especial, a você leitor, pois o seu interesse justifica a nossa existência. Muito obrigado a todos que nos últimos 2 anos contribuíram para fazer da Très o que ela é hoje: uma revista muito mais completa.
A
niversários marcam ciclos. Aqui terminamos o segundo. Fez parte dele proporcionar informação de modo acessível, compreensível; instigar o desejo, pretendendo ser tão didáticos quanto inspiradores; fazer um produto para a realidade de Presidente Prudente. O discurso do "ser diferente" foi nosso ponto de partida e fundamento até hoje. Não, não foi fácil. No início do projeto cada apresentação vinha seguida de uma franzida de testa e a dúvida: "Da onde? Très? Ah, é uma revista… Não é 3?". Em algum tempo essa estranheza diminuiu, houve menos questionamentos e começamos a escutar: "Très? Sim, conheço!" (Ufa!). Hoje temos muito o que comemorar. Conquistamos um lugar só nosso e, principalmente, a simpatia de nossos leitores. Por isso, pensamos em cada detalhe desta edição que está cheia de novidades: crescemos mais um pouquinho, ganhamos novos colaboradores e vamos tratar de novos assuntos. E enquanto a produzíamos, havia um assunto em especial que estava sempre em pauta: as manifestações, que ocorreram de norte a sul do país por motivos diversos, mobilizando milhares de pessoas
Amanda Carvalho
Ilustração: Id Design
Manifesto de hoje: MUITO OBRIGADA!
#17 REVISTA TRÈS _05
TRÈS NO INSTAGRAM
@revistatres
DIVERSAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO ESTIVERAM PRESENTES NO CONCURSO DO INSTAGRAM. COM A HASHTAG #INTATRESMANIFESTE_SE, PARTICIPANTES POSTARAM FOTOS E 5 FORAM SELECIONADAS. A TRÈS AGRADECE A TODOS QUE PARTICIPARAM. AGUARDE O PRÓXIMO CONCURSO E PARTICIPE!
@andiroses Andi Rosés, 24 anos, Londrina, estudante de arquitetura
@talitaaizzo Talita Aizzo, 27 anos, Londrina, fotógrafa
@djmikesoul DJ Mike Soul, 38 anos, Presidente Prudente
@pedrorotta_ Pedro Rotta Murad, 16 anos, Presidente Prudente, estudante
@argeucleberson Argeu Cleberson Souza, 24 anos, Londrina, cabeleireiro
COLABORADORES DO MÊS
GUILHERME NABHAN
PIO-PARDO
RAQUEL TREVISI
IARA VALIENTE
MARCOS BOIN
Pio-pardo é um
Formada em Artes
Jornalista, con-
É graduado em
Fotógrafo, formado
intrépido passarinho
Plásticas no Centro
tratada desde 2011
Geologia pela
em teatro e cinema.
que edita todo mês
Universitário Belas
pela empresa PCI
Universidade
Foi o precursor a
um tablóide opina-
Artes de São Paulo,
Concursos, colaborou
Estadual Paulista
estampar a capa da
tivo em Presidente
trabalhou como
com o jornal mensal
Júlio de Mesquita
primeira edição da
Prudente. A publi-
designer de bolsas
Chá da Tarde Estilo
Filho e Doutor em
Très. Hoje, após dois
cação alternativa é
para grandes marcas
de março a junho de
Geociência e Meio
anos, publicamos um
gratuita e pode ser
durantes quatro anos,
2013 e tem um blog
Ambiente pela
novo ensaio assinado
encontrada em pada-
e hoje é autora do blog
(“me chama pelo
mesma faculdade.
por ele, e podemos
rias, bancas e pontos
www.raqueltrevisi.
nome”) no qual rabis-
Atualmente é
assim dizer que seu
de distribuição.
com.br, uma soma-
ca sobre o que lhe
Assistente Técnico
talento é progressivo.
A partir desta edição
tória de moda, dicas,
vêm à cabeça.
de Promotoria do
passa a colaborar em
gastronomia, mater-
Tem um filho de 11
Ministério Público
uma coluna fixa nas
nidade e afins.
anos, sua grande ins-
do Estado de São
páginas da Très.
Na Très #17 ela
piração, e tem como
Paulo e Professor da
colabora com o texto:
paixão a escrita.
UNOESTE.
Moda, um constante
Nesta edição escreve
Colabora ao lado do
manifesto.
sobre Leila Diniz na
Dr. Cezar Leal na
seção Mulher Forte.
seção Meio Ambiente.
Entre em contato com a nossa redação.
disque: (18) 3222-0435 (18) 9791-8477 ou envie um e-mail : contato@revistatres.com.br Central de Assinaturas: (18) 9791-8477 Todas os textos e imagens utilizados em nossas matérias são cedidas e de responsabilidade de seus autores ou representantes do conteúdo. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total sem autorização. · Publicação: Grupo Très - Amanda Carvalho e Thyane Brito · Jornalista Responsável: Priscila Nascimento · Redação: Violeta Araki · Revisão de texto: Lucas Miolla · Fotografia: Estúdio Triz · Departamento Comercial: Alessandra Doni· Proj. Gráfico e Direção de Arte: Daniel Franco Luizari - ID Design
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COLABORADORES FIXOS
05- Camila Galindo 06- Violeta Araki 07- Antonio
01-Danuza Azevedo
Cezar Leal
02-Maristela Coimbra
08- Paulo Brazyl
03-Eliane Gushiken
09- Henrique Chagas
04- Priscila Nascimento
10- Luiz Dalle
#17 REVISTA TRÈS _05
SUMÁRIO
32
EDITORIAL DE MODA: CHASE NOIR
16
20
POLÍTICA Reforma Política já! Ou não? SAÚDE O homem e sua saúde
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UM POUCO MAIS: Cuidado, quanto mais melhor
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ENSAIO FOTOGRÁFICO Peso;Papel
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VITRINE: SAPATILHAS
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VITRINE: T-SHIRTS
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PIO PARDO
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ARQUITETURA É de casa
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#ASSISTA
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#LEIA
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CM
GASTRONOMIA Tapas
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O FAMOSO QUEM Paulo Miguel
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#EXPLORE A rota dos vinhos
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MODA Um constante manifesto
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MEIO AMBIENTE Reserva Legal no Pontal do Paranapanema
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BATE-PAPO Thommy Schiavo
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COLUNA SOCIAL BONSOIR
54
COLUNA SOCIAL BONJOUR
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AU REVOIR Agora
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SUA HISTÓRIA EMPLACOU Rua Poeta Césa Cava
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MULHER FORTE Leila Diniz
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VITRINE: DIA DOS PAIS
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MATÉRIA PRINCIPAL: MANIFESTO NÃO É SÓ PROTESTO
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ESPECIAL: DIA DOS PAIS
#ESCUTE Bruna Caram
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Foto Capa: Estúdio Triz Tiragem: 3000 exemplares
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POLÍTICA
por: Priscila Nascimento
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omos os filhos da revolução, somos burgueses sem religião, somos o futuro da nação...”, assim ficou eternizado pela voz de Renato Russo e por jovens politizados. Hoje assumimos o posto de agentes da revolução. Nos últimos meses o Brasil vive um momento de mudanças e de, principalmente, ativismo da democracia que até então estava sepultada. As manifestações atuais remetem aos períodos da história brasileira como o movimento que levou ao impeachment de Fernando Collor em 1992, e o movimento das Diretas Já em 1984, que revogou a força militar. A inércia da população foi encerrada por movimentos apartidários, que gritavam na rua e cujas reivindicações começaram a pautar a agenda do Congresso Nacional, culminando na reforma política proposta pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Nela são tratados temas como o financiamento
16_ REVISTA TRÈS #17
público de campanhas, que hoje são financiadas, parte por empresas privadas e outra parte por doações públicas. A partir da reforma, só seria possível o financiamento através de um fundo público a ser distribuído aos partidos proporcionalmente. Também com a reforma estariam impedidas coligações de se unirem para disputar eleições proporcionais a cargos de vereadores e deputados. Hoje quando um eleitor escolhe um parlamentar ele acaba elegendo indiretamente outros candidatos, muitas vezes desconhecidos e de outro partido, como o caso do vencedor do Big Brother Brasil, Jean Wyllys, deputado estadual pelo PSOL – RJ, eleito por votos proporcionais. E, por último, a reforma traria a unificação de eleições municipais e nacionais, já que as eleições são de dois em dois anos, modificando para a cada quatro anos. Uma das justificativas para essa
ilustrações: Id Design
Reforma política já!
Ou não?
ENTRE AS MOVIMENTAÇÕES POPULARES, GOVERNO SUGERE REFORMA POLÍTICA E EXIGE VOTAÇÃO PARA 2014
plebi s
mudança é diminuir os gastos com eleições no país. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o gasto bruto verificado nas eleições municipais de 2012 foi de R$ 395,2 milhões. Há 15 anos a matéria da reforma política é debatida por parlamentares sem que se chegue a um acordo que permita a votação. Segundo o relator da matéria, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a votação é complexa, pois existem interesses diversos que serão difíceis de conciliar. “Quem sabe esse novo cenário de manifestações possa abrir a porta para que a reforma política seja votada”, avalia o parlamentar, que caracteriza a matéria com caráter de urgência. Já para a ex-senadora Marina Silva a matéria é importante, mas não pode servir apenas para acalmar as manifestações pelo país. “A reforma é importante, estratégica, mas não pode ser apenas para dar uma resposta às manifestações. É preciso ver como
cit Conv ocaçã o: o pr um a évia to leg à cri i s lativo vo qu a çã o e tra ou ad de t e do m Exem i nistra assun plo: V t it o em amos refor pauta ou nã ma p . olític o fa z a? er um a
referendo: É convocado posteriormente ao projeto aprovado, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta.
» #17 REVISTA TRÈS _17
POLÍTICA
essa reforma política faz o debate com a sociedade para integrar esse novo sujeito político que está surgindo no Brasil e no mundo”, afirmou Marina. Para o Brasil, apesar de estarmos em plena democracia, ações populares diretas para decisões importantes para a política nacional não são tão comuns como gostaríamos. Apenas um plebiscito foi feito para validar o sistema de governo na época da validação da Constituição de 1988 e um referendo para avaliar a posse de armas no país. Essas ações devem ser convocadas apenas pelo Congresso Nacional. A Casa, por sua vez, em sua maioria, não vê o plebiscito como um bom instrumento. A maioria da Câmara aposta em uma reforma política sem a realização do tal, e sim submeter o projeto a um referendo popular. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que o partido prefere que o grupo de trabalho elabore o projeto de reforma, em vez de haver um plebiscito sobre o assunto. “A pior coisa que tem é você criar uma frustração na população de algo que não vai valer para as eleições do ano que vem. A população não está na rua pedindo para votar plebiscito de reforma política”, disse.
vo: do po o t e r a de di o Fich odos – Cas t r é a m l pu os va Po Ou t r ciati i n I e L ei d gresso Limpa no Con o ã ç a t nteres a vo i de i va par e e l L o e v d r ra é o O po Projet so oco s i m e u u q 1,5 al . Para is de Nacion o povo de ma d o o l l c u i e io eiúm se ú n o colég um ac d o i % 1 r , á dendo ras necess do, po sinatu a s t a o v e d es seja milhõ assim a que e r a p , l L ei s d ão. tora ta ou n ica as i t e í l c p o a á P r a is r i ela se er ma s Refor m o a ã d r or e eve Com ular d o men r p e o P m a ú n iv r de Iniciat caráte ter um o m d e n ode votada hoje. d a s, p e se r ocor re s o a ã r n u t e assina a, o qu na Ca s a i c n ê u rg
O MOVIMENTO PRUDENTE Por sua vez, em entrevista exclusiva à reportagem da Très, o “Movimento Prudente”, uma organização sem lideranças, articulada virtualmente nas redes sociais e que hoje mantém o foco das reivindicações na melhoria do transporte público, vê de forma positiva a participação popular. Para eles, o cenário nacional de um movimento como os que têm acontecido, tem se mostrado uma força de resistência útil em um sistema dito democrático imerso em corrupção e impunidade. E afirmam: “É urgente a reforma política, sim, e que não se exclua a ação e a voz do povo nesse percurso. Que de fato haja um incentivo para tal necessidade política. Seja através de plebiscito, referendo, ou até mesmo pela permissão de candidatura avulsa ou outros pontos que possam ser levados em consideração.” 18_ REVISTA TRÈS #17
Ainda em entrevista, o “Movimento Prudente” afirmou que acredita que o brasileiro se acostumou a não discutir política, mas frente aos escândalos e incoerências dos poderes na gestão dos governos e os abusos de poder para reprimir o próprio povo, a sociedade brasileira caminha para um novo horizonte. “Na verdade, sempre houve inúmeras manifestações de diversos setores da sociedade por seus direitos, que também sempre foram reprimidas, mas o que se vê neste mundo cada vez mais globalizado e virtual é um fluxo maior de informações dispostas de maneira livre e acessível. Isso já é e pode tornar-se ainda mais uma ferramenta eficaz para que as mudanças sejam assimiladas, praticadas e fiscalizadas pela população”, conclui.
SAÚDE
por: Maristela Coimbra – Assessora de Imprensa da Santa Casa e Felipe de Paula - Urologista
O homem e sua
saúde
Os homens são condicionados à falta de atenção com a saúde desde pequenos. Essa cultura reforça as estatísticas de que eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e sofrem com males que poderiam ser evitados com atitudes preventivas
S
aúde masculina. Há pouca coisa a respeito quando comparado à saúde das mulheres. As campanhas publicitárias criadas para o público em questão, normalmente são voltadas a sua masculinidade. Os poucos levantamentos são claros quanto à baixa frequência dos homens em consultórios médicos, e isso está contribuindo para a elaboração de políticas de atenção à saúde do homem e fortalecendo a atenção primária, ou seja, a prevenção. Desde a infância eles aprendem que o macho não adoece, assim, cuidar da saúde significa admitir fragilidade. Ficar doente, portanto, se torna incompatível com a imagem de ser forte, poderoso e vencedor, disseminada especialmente entre os mais velhos, idade de maior risco. Mas também não é tão difícil encontrar um “garotão” por aí que tenha a mesma postura. Enfrentar esses aspectos e fortalecer a mudança de comportamento é o grande desafio da política de saúde do homem. Para alguns especialistas, a mudança de hábito ocorre na maioria das vezes em situações de limite, em casos,
20_ REVISTA TRÈS #17
por exemplo, de um infarto ou descoberta de uma doença. Mas isso também é por pouco tempo. Para alguns o susto perdura apenas por alguns meses, tempo suficiente para que eles voltem a bancar os durões outra vez. Uma frente de ação pode ser feita com campanhas publicitárias voltadas para a mulher, pois elas têm um papel fundamental de convencimento. A mulher é a maior cuidadora da saúde do homem. Algo muito sutil, nada que pareça cobrança, acusação ou desqualificação. O ideal seria que o próprio homem adquirisse o hábito e a consciência de cuidar de sua saúde, manifestando controle quanto ao seu bem -estar. O apoio feminino é fundamental, claro, mas melhor ainda se os homens não se tornassem dependentes só dele. Enfim, o fato é que a busca pela qualidade de vida é muito importante e, independentemente de preconceitos, um homem seguro e cuidadoso com sua própria saúde passa uma ótima imagem e vive muito melhor.
99.894
População total
População masculina
de Pres. Prudente
de Pres. Prudente
ibge 2010
207.610
80% das mortes masculinas poderiam ser evitadas por ano, se houvesse prevenção/controle Fonte: SEADE
ALGUMAS SITUAÇÕES QUE DEVEM SER AVALIADAS PARA QUE HAJA AJUDA MÉDICA: DISFUNÇÃO SEXUAL • Não consigo obter ou manter a ereção para completar o ato sexual; • Não consigo controlar a ejaculação para o casal aproveitar a relação; • Tenho dificuldade para atingir o orgasmo. PEDRA NO RIM • Tenho dor nas costas, muito forte e que começa de repente; • Urino mais escuro ou mesmo com sangue.
• • • •
DECLÍNIO HORMONAL Não tenho vontade de ter relação e minha ereção piorou; Perdi massa muscular e notei grande aumento de gordura no corpo; Fico irritado com muita facilidade e meu raciocínio está lento; Sinto-me cansado e sem vontade de fazer minhas atividades.
Foto: Arquivo
• • • •
CÂNCER DE PRÓSTATA (2º que mais mata) Tenho jato urinário fraco, fino e sem pressão; Acordo muitas vezes a noite para ir ao banheiro; Não tenho nada, mas passei dos 45 anos; Tenho dor ao urinar.
GASTRONOMIA
por: Camila Galindo
Tapas
PARA VOCÊ QUE NUNCA SABE O QUE SERVIR COMO ENTRADA OU PETISCO QUANDO RECEBE OS AMIGOS, HOJE A DICA É SIMPLES, SOFISTICADA E DELICIOSA! VAMOS CONHECER AS TAPAS ESPANHOLAS, MAS QUE JÁ SÃO DO MUNDO TODO!
A
Foto: Estúdio Triz
INGREDIENTES • 4 fatias de pão do tipo italiano • 1 colher (sopa) de azeite • 1 dente de alho • 100 ml de molho de tomate 22_ REVISTA TRÈS #17
s tapas são pequenas porções de comida, geralmente aperitivos servidos como entrada ou apenas para acompanhar a bebida. Elas nasceram na Espanha há muito tempo! Há quem diga que esse aperitivo surgiu no reinado de Alfonso X, que ordenara que todo vinho servido devesse ser acompanhado por algo para comer, para que o álcool não subisse tão rapidamente à cabeça das pessoas. Outros dizem que essa tradição é da época do reinado dos Reis Católicos que teriam a mesma justificativa que Alfonso X. Outra hipótese é que após a guerra civil espanhola, os donos de tabernas e bares adotaram a tática de servir junto à bebida algo salgado para incitar o maior consumo de álcool! Também seguindo a lenda popular, dizem que as tapas possuem esse nome porque elas tapavam os copos e taças contra os mosquitos e pó. Mesmo sem saber ao certo a data e como nasceram, as tapas caíram no gosto dos espanhóis e do mundo todo! Tradicionalmente usa-se jamón (um tipo de presunto), pão, queijos e frutos do mar. Mas nos dias atuais a cozinha moderna permite que sejam desfrutados vários tipos de ingredientes! Saborosas e marcantes, as tapas são um prato simples, porém distinto, inspirando bons momentos e a energia calorosa da Espanha para receber seus convidados com um tiragosto especial. Aprecie! Nesta edição, a Très traz uma receita simples e deliciosa de tapas que você poderá servir aos seus convidados como “tira-gosto” ou entrada.
• 100 g de presunto do tipo parma fatiado • 100 g de mussarela de búfala fatiada • 1/2 maço de rúcula picada
MODO DE PREPARO Regue as fatias de pão com azeite e leve-as ao forno até que dourem. Retire, corte 1 dente de alho ao meio e esfregue no miolo do pão. Espalhe um pouco de molho de tomate e coloque o presunto e a mussarela. Leve ao forno para gratinar. Cubra com a rúcula e sirva a seguir. Rende 4 porções.
#17 REVISTA TRÈS _05
o Famoso
PAULO
Miguel DAS INÚMERAS CÂMERAS FOTOGRÁFICAS QUE JÁ PASSARAM PELAS MÃOS DE PAULO MIGUEL SAÍRAM MUITAS HISTÓRIAS QUE ESTAMPARAM JORNAIS E REVISTAS DE TODO O PAÍS. MEMORÁVEIS CENAS CAPTURADAS AJUDAM A CONTAR A TRAJETÓRIA PROFISSIONAL QUE PERCORREU, MAS O JORNALISTA E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO REVELA AINDA OUTROS ASPECTOS CURIOSOS DE SEU COTIDIANO. Foto: Estúdio Triz
Très: Como a fotografia surgiu em sua vida?
Paulo: Aos 13 anos, eu ganhei uma Olympus Trip do meu pai, e daí fui meio que eleito o fotógrafo da família. Tinha que aprender a ser muito seletivo, porque na época os filmes eram muito caros. A primeira oportunidade de fazer uma foto profissional foi num jornal da cidade de Rancharia (minha cidade natal), aos 15 anos. O dono do jornal me chamou para fotografar a inauguração da Rodovia Homero Severo Lins. Foi uma responsabilidade. Depois, fui
Très: Você tem uma boa coleção de câmeras fotográficas e discos de vinil, como começou a colecioná-los?
Très: Além do Très: Você possui um extenso trabalho realizado em viagens pelo Brasil e fora dele, no qual retratou a arquitetura, o povo e a cultura de cada local, entre eles, as cidades históricas de Minas Gerais, o Nordeste brasileiro e Portugal. Dessas viagens, quais renderam os trabalhos mais
Paulo: Ouro Preto sempre foi muito especial e é um lugar em que eu já fiz já fiz várias expedições fotográficas. É uma cidade histórica, rica de cultura. Nessas viagens é legal pegar o entardecer, que é uma hora mágica para todo fotógrafo e registrar os monumentos com aquela luz. Mas um lugar que eu ainda não fotografei e tenho vontade é Paris. Afinal, faz parte do imaginário de todo mundo. Gostaria também de fazer um projeto fotográfico em Nova York, inclusive fazer fotos aéreas e pegar o entardecer, aquela horinha mágica que eu falei.
fotojornalista, do professor e do colecionador, que outra faceta tem o Paulo Miguel?
Très: E como bom apreciador de música, que trilha sonora seria perfeita para
Paulo: Essa coleção de câmeras se formou ao longo da minha carreira, então já passei por muitos modelos e acompanhei a evolução deles. Uma câmera rara que eu tenho é a Polaroid 1948. Já a coleção de vinis é algo mais sério, eu respiro música. Comecei a colecionar ainda na adolescência e hoje são mais de 4 mil discos. Ganho muitos de meus alunos também. E eu gosto das capas dos LPs, que considero verdadeiras obras de arte.
Paulo: O que eu gosto muito é de cozinhar. A disputa lá em casa é difícil porque a Heloísa (minha esposa) cozinha muito bem. E a gente só cozinha ouvindo música (risos). Um prato que eu aprendi em Minas Gerais é o bambá de couve. Mas também sei fazer ossobuco, moqueca de peixe...
Paulo: Eu tenho predileção pelo Clube da Esquina, que era formado pelo Milton Nascimento e Lô Borges. E com certeza não poderia faltar Beto Guedes.
esta entrevista?
marcantes?
Très: Em 1998, você teve uma foto premiada pela Revista Life. Em que situação foi tirada e qual repercussão ela teve?
Paulo: Foi a foto que eu consegui flagrar uma moça que tinha trocado de lugar com uma criança sequestrada, e a imagem mostrava bem o rosto dela com o revólver apontado para a cabeça. A Folha de São Paulo pediu que eu cobrisse o caso do sequestro quando os bandidos passaram pela região com um carro forte de banco. Numa negociação, eles deixaram que alguns profissionais da imprensa ajudassem a abastecer o veículo e levar água e comida. Na hora da adrenalina, nem pensei duas vezes e me dispus a fazer isso. A foto apareceu em várias revistas e jornais brasileiros e depois foi reconhecida pela Life, num prêmio que destacava as fotos mais importantes da imprensa mundial. #17 REVISTA TRÈS _27
R. Belo Horizonte, 136 | Jd. Paulista 18 3222.0707 | 18 3221.0372
MODA
por: Raquel Trevisi - www.raqueltrevisi.com.br
: A D MO co n st a n t e o t s e f i n ma um
N
ão é apenas em épocas de protestos, discussões ou manifestações que encontramos quem proteste contra ou a favor de algo. Se olharmos mais atentamente, sempre encontraremos alguém se expressando com o corpo ou com palavras. Na moda, toda essa expressividade do ser humano fica bem evidente. O movimento hippie, por exemplo, se originou nos anos 60, nos Estados Unidos, e contestava as injustiças como pobreza, racismo e inferioridade dos direitos das mulheres. Sobrevive até hoje e os adeptos pregam o amor livre. Em oposição ao consumismo, utilizam roupas velhas e naturalmente rasgadas, ou então roupas com cores berrantes para fazer apologia à psicodelia, além de diversos outros estilos incomuns, tais como calças boca-de-sino, camisas tingidas em tay day e roupas de inspiração indiana. Os punks surgiram em meados da década de 70, no auge da Guerra Fria. Jovens defensores do anarquismo e liberdade individual se manifestam contra a hipocrisia e desigualdades sociais. No visual é comum encontrar alfinetes, lenços no pescoço ou em bolsos de camisas e calças, calças jeans rasgadas, bottons de bandas punk e de protesto, jaquetas de couro com rebites e mensagens escritas nas
30_ REVISTA TRÈS #17
costas, coturnos, tênis converse, correntes, braceletes, corte de cabelo moicano, colorido ou espetado. Já a cultura emo defende a liberdade de expressão, opondo-se a qualquer tipo de preconceito. Essa livre expressividade emocional é visível pelos carinhos e demonstrações afetivas em público, no qual garotos e garotas se beijam e se abraçam como forma de expor seus sentimentos, evitando quaisquer formas de repressão. Os emos encontram precedente nos góticos, nos punks e nos hippies, que também praticavam a livre expressão dos sentimentos. Olhos pintados com lápis preto, cobertos com franjas, cintos de grandes fivelas, tênis flúor, piercings no rosto e roupas de cor predominantemente escura são alguns dos elementos utilizados pelos emos. Assim podemos citar também os góticos, headbanger, grunges, mods, nerds, rasta, vegan, entre outros. Por toda parte, em qualquer país, cultura ou religião, as tribos urbanas estão espalhadas como ideologia. E encontramos até mesmo pessoas em protesto indireto no cotidiano, utilizando peças que compõem o visual que caracterizam sua filosofia. Mesmo não pertencente a determinada tribo, tampouco ativista, a moda por si só vive em constante manifesto, literalmente uma voz que nunca se cala.
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#17 REVISTA TRÈS _05
EDITORIAL DE MODA
Chase NOIR
INSPIRANDO-SE NO SOTURNO MONOCROMÁTICO DO CINEMA NOIR, A TRÈS APRESENTA UM ENSAIO CHEIO DE DRAMATICIDADE E ROMANCE SUBJETIVO, DEIXANDO DE LADO O CLÁSSICO E APOSTANDO EM LOOKS COM PEGADA STREET. PRONTO PARA IR ÀS RUAS, OU FUGIR DELAS. NOS CONTRÁRIOS NADA CONVENCIONAIS, REVELA-SE A BELEZA DE INCONTÁVEIS TONS, A NATUREZA FEMININA FEROZ, SE DEBATENDO CONTRA A ARROGÂNCIA DA FALSA MACHEZA, ENQUANTO ENQUADRA-SE COM CONTRASTE A BELEZA DE UM MUNDO REPENSADO. É UM CRIME NÃO SE ENTREGAR.
Fotos: Amanda Carvalho e Thyane Brito – Estúdio Triz • Texto: Lucas Miolla Make/Hair: Isabella Carvalho • Modelos: Andi Rosés, Guilherme Yamashita e Caio Ferrari Making of: Victor Gonçalves • Agradecimento: Maison Castelo (18) 3223-6600
Shorts jeans e blazer de veludo ÚNICA Acessórios VIVA SEMI JOIAS ÚNICA 3903-1122 VIVA SEMI JOIAS 3221-5343
#17 REVISTA TRÈS _33
EDITORIAL DE MODA
Cropped de couro e saia ÚNICA ÚNICA 3903-1122
34_ REVISTA TRÈS #17
Jeans e blusa FOR YOU STORE Coturno VILLA LARA FOR YOU STORE 3221-5640 VILLA LARA 3223-7567
#17 REVISTA TRÈS _35
EDITORIAL DE MODA
Look total DHUO 3217-2906
36_ REVISTA TRÈS #17
Manga longa renda ÚNICA Braceletes e colar MORANA ÚNICA 3903-1122 MORANA 3903-7823
#17 REVISTA TRÈS _37
EDITORIAL DE MODA
Joias MARISA CLERMANN 3222-9009
38_ REVISTA TRÈS #17
#17 REVISTA TRÈS _39
EDITORIAL DE MODA
Look total CHECKLIST 3223-8854
40_ REVISTA TRÈS #17
BATE-PAPO
por: Paulo Brazyl - Foto: Estúdio Triz
THOMMY
Schiavo
TEATRO, TELEVISÃO, CINEMA, CAPITAL, INTERIOR, MOVIMENTOS SOCIAIS. A TRÈS CONVERSOU COM THOMMY SCHIAVO, NATURAL DE PRESIDENTE PRUDENTE, 28 ANOS, ATOR, INTEGRANTE DO GRUPO TARTUFARIA DE ATORES E QUE, APESAR DE JOVEM, JÁ INTEGROU O ELENCO OU PARTICIPOU DE DIVERSAS PRODUÇÕES GLOBAIS COMO O ESPECIAL "POR TODA A MINHA VIDA – LEANDRO E LEONARDO", "PARAÍSO", "ESCRITO NAS ESTRELAS", "CORDEL ENCANTADO", "GABRIELA" E A MAIS NOVA PRODUÇÃO DA CASA, "A TEIA", AINDA SEM DATA PREVISTA PARA LANÇAMENTO NAS TELINHAS.
TRÈS: THOMMY, GOSTARÍAMOS QUE VOCÊ CONTASSE AOS NOSSOS LEITORES COMO FOI QUE UM JOVEM DE ENTÃO 18 ANOS, JOGADOR DE BASQUETE PROFISSIONAL, ESTUDANTE DE COMUNICAÇÃO NO EXTREMO OESTE PAULISTA TORNOU-SE ATOR NO RIO DE JANEIRO.
TRÈS: PELO QUE
Thommy: Foi um sonho de criança que pôde se realizar na fase adulta, quando eu precisei tomar uma decisão na minha vida sobre qual profissão eu seguiria. Nesse momento, mesmo matriculado no curso de Comunicação, decidi me mudar para o Rio de Janeiro para estudar Artes Cênicas e ir atrás do desejo de fazer televisão. Chegando no teatro, me apaixonei mais ainda por atuação. Estudei, me formei e na minha apresentação de formatura, um produtor de elenco da Globo me chamou para fazer um vídeo de cadastro no PROJAC. Foi nesse momento que as portas da TV começaram a se abrir para mim.
CONVERSAMOS ACERCA DA SUA TRAJETÓRIA PELAS NOVELAS E OUTRAS PRODUÇÕES NA TV, ME PARECEU QUE O FATO DE VOCÊ SER DAQUI DO OESTE PAULISTA E TER TIDO UMA FORTE RELAÇÃO COM A CULTURA REGIONAL, TENHA FAVORECIDO MUITO SEU POTENCIAL EM DESEMPENHAR VÁRIOS DE SEUS PAPÉIS. CONSIDERANDO OS TRÊS ANOS DE ESTUDOS NA CASA DAS ARTES DE LARANJEIRAS, VOCÊ AFIR-
Thommy: A Academia, assim como qualquer experiência do dia-adia, faz parte da vida e você pode através dela, ter muito proveito também. Tudo depende do trabalho que você faz. A profissão do ator é observar e por isso, o fato de eu ser do interior e ter tido vivências próximas às de alguns dos personagens que fiz, com certeza, me ajudou muito.
MARIA QUE A ARTE SE MANIFESTA MUITO MAIS A PARTIR DA PRÓPRIA VIDA, DO QUE ATRAVÉS DA ACADEMIA?
”
»
CHEGANDO NO TEATRO, ME APAIXONEI MAIS AINDA POR ATUAÇÃO.
#17 REVISTA TRÈS _43
BATE-PAPO
TRÈS: PRESIDENTE PRUDENTE, TERRA DE TIMOCHENCO WEHBI – UM DOS MAIORES DRAMATURGOS BRASILEIROS DA DÉCADA DE 1980 – COMEMORA NESTE ANO A VIGÉSIMA EDIÇÃO DO FENTEPP – FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DE PRESIDENTE PRUDENTE, NO ENTANTO, COMO VOCÊ MESMO COMENTOU, TEM
Thommy: Falta iniciativa dos grupos locais. Acredito que eles devam crescer através de seus próprios trabalhos, se unindo e cobrando a participação do poder público, mostrando que merecem um espaço maior do que o que existe hoje.
UMA AÇÃO FORMATIVA E UMA PRODUÇÃO LOCAL MUITO LIMITADA. O QUE FALTA POR PARTE DO PODER PÚBLICO E DOS PRÓPRIOS INTERESSADOS PELA ÁREA PARA QUE SE EFETIVE UM VERDADEIRO MANIFESTO EM PROL DAS ARTES CÊNICAS NO OESTE PAULISTA?
TRÈS: MANIFESTOU, MANIFESTA, MANIFESTO. A “PALAVRA” EM EVIDÊNCIA ESTÁ NA MODA. GOSTARÍAMOS QUE VOCÊ DEIXASSE PARA OS NOSSOS LEITORES A SUA MENSAGEM ACERCA DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS QUE MOVIMENTARAM O NOSSO PAÍS E DESTACASSE SE A ORIGEM OU A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ONDE VIVE UMA PESSOA PODE FAVORECER SUA ATUAÇÃO NO MOVIMENTO OU SE, PELO CONTRÁRIO, QUALQUER UM EM QUALQUER LUGAR PODE E DEVE LUTAR PELOS SEUS DIREITOS. 44_ REVISTA TRÈS #17
Thommy: Independente do lugar onde a pessoa esteja, a manifestação é geral e por isso, todos devem ir à rua para lutar por seus direitos, com convicção, sem usar de vandalismo. Todos devem correr atrás da justiça que querem ver no mundo, usando da liberdade de expressão que possuímos.
#17 REVISTA TRÈS _45
ESPECIAL
por: Violeta Araki
Manifesto não é sóPROTESTO
N
o dia em que centenas de manifestantes pararam o trânsito para protestar contra as más condições do transporte coletivo em Prudente, Wellington Johnes, 22, sentiu que estava ajudando a escrever a história de um país diferente. Da rampa da Prefeitura Municipal, onde se concentrava a manifestação, o estudante ouvia notícias de repercussão de outros protestos que ocorriam simultaneamente
Alguns tomam as ruas com cartazes. Outros, invadem o Congresso Nacional. Mas há quem deixe sua mensagem em outdoors ou simplesmente se expresse com roupas coloridas e caras engraçadas. Estamos falando de várias formas que o ser humano encontra de produzir suas manifestações, sejam elas políticas, amorosas, artísticas ou sociais
1500
É o número aproximado de pessoas que participaram dos protestos contra a situação do transporte público em Presidente Prudente em 17 de junho Dados: Polícia Militar
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em várias cidades brasileiras. “Nos dava a real dimensão do que estava acontecendo naquele dia histórico”, conta. Talvez Wellington não percebesse na hora, mas estava ajudando a redesenhar o panorama político e social do país, num levante épico não visto há vários anos nesta nação. Na ponta da língua e nos cartazes levantados estavam a indignação contra o preço do transporte coletivo, reivindicações por maiores investimentos
na saúde, educação e, claro, um basta na corrupção. Para levar centenas ou milhares de pessoas a manifestos como o que o país presencia ao longo dos últimos dois meses, dois fatores são determinantes para explicar esse comportamento, conforme aponta a psicóloga e psicopedagoga Delza Macêdo (CRP 06/77178). “São o que o sociólogo francês Gustave Le Bon classificou como imediatos e remotos. Eles são capazes de direcionar nossas opiniões e crenças”, diz. Os fatores imediatos estão relacionados às imagens, palavras, experiências, razão, fórmulas e ilusões. Quando veem na mídia cenas dos protestos, as pessoas sentem-se incitadas a participar também. Já os fatores remotos dizem respeito à raça, tradição, educação, instituições políticas e sociais. Sendo assim, descrentes e descontentes com a qualidade dos serviços oferecidos por algumas instituições
políticas brasileiras, os cidadãos são motivados a se mobilizar, com o intuito de mudar situações que os desagradam. Fazer parte daquela luta em prol da causa defendida significou, não só para Wellington, mas para muitos cidadãos, a esperança de construir um país melhor. O professor de Antropologia e doutor em Geografia, Munir Jorge Felício, observa que o homem tem um lado fortemente político e engajado, tese embasada por filósofos como Aristóteles, por exemplo. No entanto, outro aspecto chama a atenção. “Mesmo quando não sabe direito qual é a causa, ele acha importante estar junto”, menciona Munir. Opinião compartilhada pela psicóloga Delza Macêdo. “Todos nós temos necessidade de pertencer a algo”. No caso de Wellington, o ato de emprestar cara e voz à mobilização popular foi tomado com muita consciência. “Tenho sede de mudança a favor de um país mais justo para todos nós, onde
possamos viver em uma sociedade com legítima igualdade”, relata. Em sua visão, participar de um manifesto é poder contribuir, mesmo que indiretamente, com decisões que poderão ser tomadas pelos governantes e trazer consequências para a vida de toda a população. Já acordado, resta saber se o gigante dará continuidade aos levantes. A questão é lançada: qual será o próximo passo?
IDEIAS E IDEAIS Quase todos os dias eles pintam os rostos para manifestar seus ideais. E vão para a rua fazer barulho. A turma do Rosa dos Ventos usa expressão artística na intenção de transmitir sua mensagem. Unem teatro e circo para levar cultura ao povo. Antonio Sobreira e Luis Valente, ambos pertencentes ao grupo vinculado à Federação Prudentina de Teatro e Artes Integradas, lembram que,
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#17 REVISTA TRÈS _49
ESPECIAL
antes de tudo, a manifestação cultural é um direito garantido na Constituição Federal. Mas além disso eles a entendem como um desejo de disseminar a arte numa condição de igualdade para todos. Para quem acredita de verdade em sua causa, sentar e esperar algo acontecer é perder tempo. “Nós não ficamos nos lamuriando, por isso tomamos a iniciativa de tentar melhorar o cenário cultural do lugar onde vivemos”, diz Sobreira. E para isso eles consideram importante fazer uma relação horizontal com o público, ou seja, de igual para igual. “Nós queremos que o público se aproprie da arte, tenha participação nela, seja um agente ativo”. O fato de se apresentarem fora de quatro paredes reforça essa vontade de aproximação. “A arte das ruas se propõe a um rompimento de barreiras”, observa Luis Valente. A maior intenção do grupo e pela qual batalham a cada ensaio é propor uma reflexão àqueles que assistem aos espetáculos. Faz parte da meta de todo artista mudar o cidadão e provocar questionamentos, como cita Sobreira. “Acho que é esse o sentido das manifestações artísticas: que cada um saia um pouquinho diferente de como chegou”.
DE ARRANCAR SUSPIROS Sabe aquelas pessoas que não medem esforços para demonstrar o que sentem? Nada é tão complicado ou tão caro que as impeça de manifestar seus sentimentos por aqueles que amam. Quem conhece muito bem exemplos assim é Ailton Bassani, funcionário de uma empresa de outdoors de Prudente. Ele conta casos de pessoas que compram espaço nos letreiros só para fazer um pedido de perdão ou pedir a namorada em casamento. “Já teve um indivíduo que espalhou suas desculpas para a pessoa amada em oito outdoors pela cidade”. Para ele, é sempre impactante a reação provocada no homenageado. Mas se a emoção entra como vantagem, o fator surpresa algumas vezes gera confusão. Por não se colocar o nome inteiro da pessoa na mensagem, a empresa recebe ligações de esposas e maridos enfurecidos de ciúme querendo saber quem foi o responsável por aquela ação inesperada. “Aí temos que explicar que não existe uma só Maria ou um só João por aqui”, diz Ailton. Ele mesmo aderiu à ideia de se expressar em painéis gigantes e, para demonstrar seu carinho pela esposa Claudia, estampou uma homenagem na época de seu aniversário. Gestos exagerados fazem parte do cotidiano do amor. Sendo assim, que tal enviar flores de meia em meia hora? Ou então encher a caçamba de sua caminhonete com rosas vermelhas e oferecê-las
Acima, grupo Rosa dos Ventos
Na primeira e segunda página, da esquerda para a direita: Renato Dionizio dos Santos, 26 anos, advogado • Elizabeth Santana Monção, 26 anos, vendedora • Ivo Capeloti, 22 anos, estudante de Comunicação Social • Maiara dos Santos Silva, 22 anos, vendedora • Carlos Augusto, 18 anos, estudante • Nesta pág: Andréa Brochado, 28 anos, estudante de Serviço Social 50_ REVISTA TRÈS #17
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ESPECIAL
a quem você ama? Ideias assim já passaram pela cabeça de muitos apaixonados e viraram realidade com uma ajudinha de floriculturas. Neste ramo há mais de 40 anos, José Francisco Nehring coleciona várias destas histórias inusitadas em que o sentimento costuma falar mais alto que a razão. Como no exemplo do homem que resolveu fazer uma chuva de rosas por cima da casa de sua amada depois de uma briga. Foram mais de 20 dúzias carregadas de amor e arrependimento. Se o casal se reconciliou? José Francisco não lembra, mas garante que o caso repercutiu até nos jornais. “Nem sempre é por causa de briga. Na maioria das vezes a pessoa quer mandar flores porque sente vontade de expressar sua paixão. Por isso, o cliente chega aqui sempre com bom astral”, diz. Para ele é uma satisfação ajudar nessas histórias de apaixonados, nas quais o que importa é manifestar o sentimento.
FAZ BEM FAZER O BEM Dá para ver no olho da advogada Viviane Scucuglia Litholdo o grau de envolvimento com sua causa social. Não apenas porque atualmente preside a Sociedade Beneficente Lar Santa Filomena (também conhecida na cidade como Lar das Meninas), mas principalmente porque é a forma que ela encontrou para manifestar sua vontade de ajudar ao próximo.
Nesse caso, crianças e adolescentes acolhidos na instituição devido a situações de risco. Junto com uma diretoria composta por mais 15 profissionais diversos, todos voluntários, Viviane procura dar o melhor de si para esses jovens com histórias de vida muitas vezes tristes e complicadas. Além de abrigo, o Lar também desenvolve projetos de inclusão, que oferecem diversos cursos e atividades. Os requisitos para ser voluntário na entidade são simples. Gostar de crianças, pensar no próximo e ter honestidade. “É importante que a pessoa tenha bondade genuína”, menciona Viviane. Ela acredita que a sociedade tem, sim, um anseio por mudanças sociais, mas, como afirma a advogada, “não adianta esperar sempre do poder público. Cada um deve fazer sua parte”. O sonho dela é grande como os bons sentimentos que tem. Quer que cada criança atendida no Lar curse uma faculdade quando crescer. Em suas palavras, “é um desafio se inspirar para motivar alguém”. Viviane é só um entre tantos exemplos de pessoas guiadas pela fé em um ideal. De gente que arruma um tempinho de seu atarefado dia-a-dia para prestar atenção no próximo e doar um pouco de si para uma boa causa. Basta uma condição, segundo a advogada: “Você tem que acreditar”.
35milhões
de brasileiros ajudam financeiramente organizações sociais O Brasil está entre os dez países com maior número de voluntários. São 18 milhões no total Fonte: Estudo World Giving Index 2012, da instituição Britânica CAF, divulgado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social
Ao lado:, Alisson Simões, 23 anos, motorista e Sebastião Ribeiro de Paiva, 77 anos, aposentado.
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#17 REVISTA TRÈS _05
Coluna Bonjour
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01 –Heitor Zani no hotel MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, nos EUA, para assistir o UFC 162. A luta principal foi do brasileiro Anderson Silva contra o americano Chris Weidman, em que Silva perdeu o cinturão dos pesos médios. (foto cedida) 02 – Os proprietários da Prime, Edivaldo Pretti, sua esposa Eriane, Weslley Alves e a namorada Ana Elisa, na inauguração da boutique da carne, que fica na Avenida Coronel Marcondes, 1611.
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por: Danuza Azevedo
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03 – A artista plástica Elisa Lobo e a filha Louise Lobo, durante exposição das obras de Elisa no Âmbar, em Prudente. Ela faz releituras e intervenções de obras de diversos artistas, todas bordadas a mão. Um trabalho lindíssimo. Mais detalhes você confere no site da artista www. elisalobo.com. 04 – No Âmbar, Gil e Leonam, da Dhuo, e André Denari, na exposição de Elisa Lobo. 05 – Satico Sakai da loja Jorge Bischoff na nova ala do Prudenshopping. (foto: Alessandra Doni)
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06 – Aline Buzo e Otávio Coleto inauguraram no Jardim Paulista o Espaço Depilar, casa de depilação para homens e mulheres. Eu aproveito para dar os parabéns ao casal, que está à espera do segundo filho, o Francisco. 07 – A teacher Ligia Pazoti é a responsável por ministrar as Snack Aulas – minicurso gratuito de inglês – no espaço padronizado pela escola de idiomas CNA na ala nova do Prudenshopping. Exposição feita no mês de julho com diversas opções de lazer, vinculadas ao ensino da língua inglesa. (foto: Vivian Ferro)
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08 – Recém-casados, Josi e Rogério Egalon Cavalcanti.
09 -Fernanda Prado, da Checklist, com as clientes e amigas Renata e Camila Mello. (foto: Alessandra Doni)
10- André Machado e Lara, proprietários da franquia Contém 1g na ala nova do Prudenshopping .
12 11 –Fabiana e Fábio Capuci comemoram o aniversário de 1 ano da princesa Beatriz. 12 – No aniversário da Beatriz, Vinicius Peretti, José Henrique Peres, Rodrigo Tunes, Leonardo Peretti e Alan Rodrigues. #17 REVISTA TRÈS _05
SUA HISTÓRIA EMPLACOU
por: Eliane Gushiken
Rua: Poeta César Cava NA QUIMERA DA PRIMAVERA OU NA BRISA DO INVERNO, OS RESQUÍCIOS DE UMA HISTÓRIA. PÁGINAS FORAM MANUSCRITAS E COMPOSIÇÕES SURGIRAM AO LONGO DE 62 ANOS. A PRIMEIRA PALAVRA DA RUA JÁ INFORMA A IDENTIDADE DO NOSSO HOMENAGEADO. O BAIRRO E A LOCALIZAÇÃO PRÓXIMA AO ESTÁDIO PAULO CONSTANTINO, O PRUDENTÃO, REVELAM AINDA SUA OUTRA PAIXÃO: O FUTEBOL
dava carona”, recorda D. Maria Cristina. “Uma vez comprei uma camisa de presente, meu pai nem usou e deu para um homem. Quando questionei, ele falou que a loja estava cheia de camisas para comprar e aquele moço não tinha nenhuma”, lembra D. Diná, a caçula. A preocupação com o próximo era uma virtude de Sr. César. Porém, em uma letra de música ele reservou um momento para cuidar de seus sentimentos. “O mar à noite e eu” retrata o período que sofreu a perda da esposa. Em três estrofes comparou seu choro com as ondas do mar e conseguiu transferir a angústia de um vazio. Para as filhas, essa é a música mais linda. Com o Curso Técnico de Contabilidade, Sr. César Na foto, as filhas foi escriturário do Banco Ribeiro Junqueira (Barra D. Maria Cristina Mansa/RJ) e trabalhou no Bradesco. Chegou na (sentada) e região em 1945, na cidade de Presidente Bernardes/ D. Diná. SP. Selou o matrimônio em 1947 com Yolanda Ruy Cava e mudou-se para Presidente Venceslau/SP. bservei vários locais. A escolha foi em Saiu do banco em 1950 para laborar na Gerência função do amor que meu pai tinha pelo da Beneficiadora de Algodão em Martinópolis/ futebol”, conta D. Maria Cristina, a pri- SP. Ainda exerceu o cargo de gerente no Banco mogênita. Nascido em Miracema-RJ, Sr. de Curitiba em Jaguapitã/PR, foi pecuarista em César era um fervoroso torcedor do Fluminense e Sandovalina/SP, trabalhou em uma fábrica de gostava de jogar futebol. tacos em Regente Feijó, foi Delegado da Cultura O coração tricolor dividia espaço com a bondade. em Presidente Prudente/SP e proprietário da Rádio “Se uma pessoa abanava a mão na estrada, meu pai Difusora de Regente. “Meu pai foi convidado para
"O
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HOMENAGENS EM VIDA:
HOMENAGENS APÓS A MORTE:
Cidadão Prudentino e Regentense Troféu Heitor Graça
Família Cava recebe título de Sócio de Honra pelo poeta ter feito o Hino da Escola Ateneu Campinense
Comendador da Legião Joana D’arc
Rua Poeta César Cava, Pres. Prudente-SP
Medalha do sesquicentenário da Polícia Militar - SP
Teatro Universitário César Cava - Unoeste
Regente Feijó ficou conhecida como “Cidade do Poeta”
Biblioteca Poeta César Carlúcio Cava – Regente Feijó-SP Rua César Carlúcio Cava, Tarabai-SP Escola de Samba “Bico de Ouro” de PP homenageia o poeta em seu samba enredo (1985)
ficar seis meses em Regente. Só ia ensinar o pessoal a trabalhar no banco, mas conheceu a minha mãe e os planos mudaram”, expõe D. Diná. Além da música, poesia e futebol, Sr. César gostava de cozinhar. Sua especialidade era a feijoada. Iniciava os preparativos com três dias de antecedência para atender cerca de 70 pessoas. Então colocava os ingredientes em uma forma separada com caldo e esquentava em uma churrasqueira. Cada um pescava o que queria. Era acostumado a cozinhar para um grupo grande e gostava de reunir o pessoal para comer e conversar. O perfil desse senhor, autor de mais de 300 trabalhos entre canções, hinos e poesias, em breve estará eternizado também em um documento que vem sendo organizado pela família. “Humildade, o não apego ao dinheiro e o tratamento para com as pessoas”, eram qualidades que D. Diná admirava no pai. Sua irmã completa: “Ele tinha um carisma muito grande, contava piadas e era uma ótima companhia”. “Dar de si, antes de pensar em si”, lema do Rotary, foi o guia da sua vida. #17 REVISTA TRÈS _05
MULHER FORTE
por: Iara Valiente
LEILA
Diniz
DIVA DO IMAGINÁRIO BRASILEIRO
À FRENTE DE SEU TEMPO, LEILA DINIZ DISSE E VIVEU TUDO QUE QUIS E FOI FELIZ POR ISSO. TEVE SEUS AMORES, UMA FILHA E UMA CARREIRA QUE SE MOSTRAVA PROMISSORA. MAS MORREU JOVEM
O
cenário era de tensão e medo em terras brasileiras. O país era, então, levado a rédeas curtas pelos generais. Músicas, novelas, peças teatrais, filmes, livros e jornais eram vetados. Tudo em nome da moral e dos bons costumes. Em meio a prisões e desaparecimentos, destacou-se uma moça de pernas finas, cabelos sedosos e palavreado inconfundível. Ela conhecia o direito de ir e vir, escolhia seus amores e vivia para ser feliz. Seu nome? Leila Roque Diniz, ou simplesmente, Leila Diniz, a Madrinha da Banda de Ipanema, Rainha das Vedetes, Grávida do Ano. Nascida em Niterói, Rio de Janeiro, em 25 de março de 1945, a atriz morena e risonha era tida como revolucionária na década de 60 e início dos anos 70, mas discordava do título. Usava palavrões para se expressar. Ficou mais conhecida pelo público após uma entrevista à revista O Pasquim, na qual foram contados mais de 70 asteriscos em substituições aos palavrões ditos. Admitiu, depois, que ao ouvir uma parte da gravação se assustou. "Não represento, não canto, não sou a mulher maravilhosa... O negócio é que eu faço as coisas gostando, e eu acho que isso
passa para as pessoas e elas acabam gostando”, disse à revista Veja em 1972. Tratava de amor, sexo e carreira e julgava-se uma pessoa livre. Por suas atitudes, era considerada despudorada por feministas e sem moral por homens do exército. Inclusive, o ex-chefe do Serviço de Censura, Edgard Façanha, chegou a declarar na televisão que “do ponto de vista policial Leila Diniz representava uma ameaça em potencial aos Acima, Leila retratada como símbolo de liberdade feminina na época da ditadura. A atriz aparece ao lado em foto publicada na revista Realidade. Abaixo, grávida de biquíni na praia: algo impensado nos anos de 1970.
princípios de moralidade pública". Foi a primeira grávida a esbanjar seu barrigão de seis meses em plena praia. Considerava a censura burra, o teatro um porre. No primeiro caso porque acreditava que faltava conhecimento para julgar as áreas que viviam no alvo da ditadura. Já o teatro era para ela a repetição da mesma coisa, noite após noite. Preferia a televisão e o cinema e participou de 14 filmes, 12 telenovelas e várias peças teatrais. #17 REVISTA TRÈS _59
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MULHER FORTE
Musa do carnaval carioca,
Aos 14 anos descobriu que a esposa do pai não era sua mãe biológica. Saiu de casa e aos 15 em entrevista histórica ao anos se tornou professora, mas jornal O Pasquim, falou a seu modo: todos sentados no abertamente sobre amor e chão ou como quisessem, lansexo. "Você pode amar muito che dividido no recreio, mateuma pessoa e ir pra cama riais guardados todos no mesmo com outra. Isso já aconteceu armário. No entanto, as reclacomigo”, revelou a atriz. mações de pais eram frequentes e aos 17 anos, não suportou a pressão e desistiu do magistério. Já no convívio de atores, diretor, "NÃO REPRESENTO, NÃO CANTO, NÃO SOU câmeras e figurinos, imaginou que poderia mudar de profissão. A MULHER MARAVIEstreou como atriz em um filme LHOSA... O NEGÓCIO de que seu marido, Domingos de Oliveira, era o diretor. É QUE EU FAÇO AS Leila morreu aos 27 anos, em COISAS GOSTANDO, junho de 1972, em um acidenE EU ACHO QUE ISSO te aéreo em Nova Déli, na Índia, quando voltava de um Festival PASSA PARA AS PESna Austrália, onde recebeu o prêSOAS E ELAS ACAmio de melhor atriz. BAM GOSTANDO Deixou uma filha de sete meses, Janaína Diniz Guerra, com Ruy Guerra, seu namorado na época. Tinha por hábito escrever em diários e em seu Leila desfilava polêmica
por onde passava. Em 1969,
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último registro nele, questionouse sobre o papel de mãe, e se o estava fazendo de acordo com o merecido pela filha. Sua personalidade ímpar despertou curiosidade e exemplo disso são os livros “Leila Diniz – Uma Revolução na Praia” (Companhia das Letras, 2008), de Joaquim Ferreira dos Santos; “Toda mulher é meio Leila Diniz” (Best Seller, 2008), de Mirian Goldenberg; “Leila Diniz” (Imprensa Oficial, 1987), de Luiz Carlos Lacerda; e “Leila Diniz” (Brasiliense, 1983); de Cláudia Cavalcanti; assim como os filmes Leila Diniz, de Luiz Carlos Lacerda (1987); Leila Para Sempre Diniz, dos diretores Sérgio Resende e Marisa Leão (1974); e Já que Ninguém me Tira Para Dançar, de Ana Maria Magalhães (1982). Além de canções criadas em sua homenagem, todas exaltando sua beleza e coragem.
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DIA DOS PAIS
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Quando crianças, acreditamos que ele tudo pode. Mais tarde, passamos a entender que o seu amor é que pode compreender tudo! Há relatos de que o Dia dos Pais surgiu na Babilônia, há mais de 4 mil anos, quando um jovem fez um cartão de argila para seu pai, desejando-lhe sorte, saúde e longa vida. Inspire-se nas dicas da Très e manifeste os seus melhores sentimentos.
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1 - Sapato Jorge Bischoff R$399,00 | 2 - Carteiras Acostamento em couro Única R$132,00/cada | 3 - Relógio Tissot PRC 200 Murakami Joias 10x R$205,00 | 4 - Perfume Dudalina Henro R$169,90 | 5 - Bermuda com cinto 474 R$89,90 | 6 - Colar e pulseiras He R$89,90/cada | 7 - Camiseta polo Aleatory Prudenshopping R$99,90 | 8 - Relógio Armani Exchange Monalisa Joias 10x R$128,10 | 9 - Top Sider He R$199,90 62_ REVISTA TRÈS #17
ESPECIAL DIA DOS PAIS
#17 REVISTA TRÈS _63
ESPECIAL DIA DOS PAIS
XANDO NATSUME E LUCAS
Xando usa camisa e calça da For You You Store Store e Lucas usa look total da Marmellê Marmellê For You Store 3221-5640 Marmellê 9136-6657
64_ REVISTA TRÈS #17
GABRIEL QUIALHEIRO E LUCCA
Gabriel usa look total Monalisa Homem Monalisa Homemee Lucca usa look total Jabuti Infanti Jabuti Infantill Monalisa Homem 3222-8911 Jabuti Infantil 3223-9942
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ESPECIAL DIA DOS PAIS
PAULO MEIRELES E BELIZINHA Paulo usa calรงa e camisa 474 e Belizinha usa vestido e laรงos da Jabuti Jabuti Infantil Infantil. 474 3223-2322 Jabuti Infantil 3223-9942
66_ REVISTA TRร S #17
JULIO, MARIA, MARTA E MIGUEL
Em sentido horário - Júlio: Camisa Dudalina, calça e cinto cinto,da daHenro Henro Miguel: Camisa e Bermuda Jabuti Infan Infantil til Marta: Blusa e short da Marmellê Maria: Camisa e calça Dudalina, da Henro He nro Henro Prudenshopping 3223-6335 Henro Centro 3903-9626 Jabuti Infantil 3223-9942 Marmellê 9136-6657 #17 REVISTA TRÈS _67
ESPECIAL DIA DOS PAIS
DANIEL TELLI, RENATO E RAUL Daniel usa Camisa e Calรงa da For You You Store. Store Renato e Lucas usam look total Jabuti Jabuti Infanti Infantill.
68_ REVISTA TRร S #17
For You Store 3221-5640 Jabuti Infantil 3223-9942
#17 REVISTA TRÈS _05
UM POUCO MAIS
CUIDADO,
quanto mais melhor SAIBA MAIS SOBRE AS DOENÇAS MAIS COMUNS EM CÃES E GATOS E COMO PROTEGER A SAÚDE DE SEUS COMPANHEIROS
A DR. BENITO P. CERÁVOLO Clínica Veterinária Cerávolo Fone:3908-6965 / 9719-1988 Av. Vereador Aurelino Coutinho, nº 2159 - Jd Alto da Boa Vista Presidente Prudente
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gosto é tradicionalmente conhecido como “mês do cachorro louco”, época em que se costuma ser divulgada a campanha contra a raiva em cães e gatos. Embora tenha sido praticamente erradicada, a doença é mortal. Por esse motivo, a prevenção continua sendo o melhor remédio e a vacina antirrábica anual é obrigatória. De acordo com o médico veterinário Benito Cerávolo, os principais sintomas da doença nos animais são agressividade, salivação e tremores musculares. Os bichos são infectados pelo vírus transmitido pelo morcego hematófago e, por meio da mordida, podem contaminar humanos. O veterinário ressalta que todo animal com suspeita de ter contraído a doença deve ficar em observação por 10 dias. Caso seja constatada a raiva, é preciso sacrificá-lo.
Outra enfermidade preocupante nos cães é a leishmaniose visceral. Até metade deste ano, foram registrados nove casos em Presidente Prudente, sendo três deles importados (contraídos em outros municípios). A principal forma de prevenção é controlar o mosquito-palha, que transmite a doença parasitária ao picar os animais. Lesões de pele que não saram, crescimento das unhas, emagrecimento progressivo, aumento do baço e fígado são os sintomas nos cachorros. O veterinário afirma que coleiras repelentes são uma das formas de prevenção, além da vacina, que deve ser aplicada no cão em três doses iniciais e reforçada anualmente. Com maior incidência nas clínicas veterinárias, a doença transmitida pelo carrapato se manifesta em seis em cada dez cães que chegam ao consultório de Cerávolo. O contágio se dá pelo parasita hospedado no carrapato. “Como não há vacina preventiva, a recomendação é que os cães usem produtos que inibam o aparecimento de carrapatos”, diz o veterinário. Febre, falta de apetite e perda de peso são indicadores de que a saúde do animal esteja comprometida. Uma vez diagnosticada a doença, o tratamento pode ser feito com medicação e as chances de cura são grandes. Informe-se sobre os pontos de vacinação e leve seu cão ou gato para o veterinário com frequência para prevenção. Assim, você retribui o carinho que os nossos melhores amigos manifestam por toda a vida!
#17 REVISTA TRÈS _05
Ensaio fotográfico
Peso;Papel Fotos: Guilherme Nabhan Modelo: Jahen - Oca Models Produção: Barbara Besouchet e Pedro Silva Manipulação de imagens: Louise Freshel
O invento chinês que percorreu milênios até chegar aos dias de hoje teve que se adaptar e reinventar ao longo desta caminhada. Por ele, já foram registrados os acontecimentos mais importantes da História e multiplicados os grandes feitos da humanidade. Alguns acreditam que as novas tecnologias irão superar o papel em breve. Mas será mesmo que uma tela é capaz de despertar tanta criatividade quanto uma folha em branco?
72_ REVISTA TRÈS #17
por: Guilherme Nabhan
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ENSAIO FOTOGRÁFICO
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ELEGÂNCIA EM SALTO BAIXO Sempre charmosas e confortáveis, nas mais variadas cores, estampas e texturas, as sapatilhas caíram no gosto feminino há muito tempo. Em lugares onde o frio não é tão rigoroso, elas são perfeitas para usar tanto de dia quanto à noite. Bordados e tachinhas incrementam os modelos e continuam sendo tendência. Aposte também nos detalhes metalizados. Aproveite as dicas que a Très preparou para você. 76_ REVISTA TRÈS #17
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<1- Lessô R$189,90> <2- Arezzo R$219,90> <3-Vilalara R$119,99> <4-Arezzo R$169,90> <5- Carmen Steffens R$279,90> <6- Vilalara R$99,00> <7- Jorge Bischoff R$229,00> <8- Carmen Steffens R$249,90> <9- Checklist R$199,00>
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T-SHIRTS
Expressividade é tendência. Se há uma roupa que comunica por si só, ela é a t-shirt. Versátil e informal, a peça revela preferências, ideias e posicionamentos de cada um por meio das imagens e mensagens estampadas. É considerada um coringa no guarda-roupa. E o melhor, estão super em alta!
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<1- Vanguarda R$189,90> < 2- Tees Oh My Tee (loja virtual facebook/ohmyteeshirts) R$60,00> <3- Dona Mila R$79,90> <4- Nécessaire Store R$120,00> <5- Tees Oh My Tee R$54,00> <6- Tees Oh My Tee R$64,50> <7- Única R$138,00> <8- Vanguarda R$159,90> 78_ REVISTA TRÈS #17
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PIO PARDO
O pouso do Pio-pardo O Pio-pardo é uma avis rara que, de galho em galho, vagou pelo nosso imenso país, do Oiapoque ao Chuí e, quem diria, acabou
fazendo seu ninho em Presidente Prudente! Nesta cidade sentou praça para infernizar alguns e alegrar a vida de tantos prudentinos. No momento em que resolveu nos honrar, pousando em nossa
revista, vai tentar ser mais alegre, edificante e menos cáustico do que tem sido em seu habitat original. A propósito, para os incautos, o Pio-pardo não é um pássaro em extinção: ele simplesmente não existe na natureza e, exatamente por isso, é que essa parceria deve ser preservada. Longa vida ao Pio-pardo e Très bien!
A hora da verdade
Sarracenos
A Comissão da Verdade diz que vai exumar o corpo do ex-presidente João Goulart por suspeita de envenenamento e não de ataque cardíaco. Um ex-agente uruguaio, Mario Neira Barreto, preso no Rio Grande do Sul, confessou ter sido cúmplice do envenenamento do ex-presidente por ordem do ex-general Geisel. Uma cápsula contendo veneno foi colocada entre os medicamentos tomados regularmente pelo ex-presidente, em um hotel de Buenos Aires. João Goulart faleceu dias depois em sua fazenda em Mercedes, na província de Corrientes. Quem assistir ao filme Dossiê Jango sai convencido dessa versão conspiratória.
Todos conhecem a parábola da velhinha espanhola, durante a guerra de libertação da Espanha do domínio dos mouros. Uma brigada espanhola chegou a uma aldeia espanhola totalmente arrasada e em chamas. O lugar-tenente deparou, então, uma velhinha que caminhava tranquila em meio aos escombros. Perguntou o que havia acontecido na aldeia e a resposta veio rápida:
80_ REVISTA TRÈS #17
- “Víníeron los sarracenos y nos molieron a palos. Que Dios ayuda a los malos cuando son más que los buenos” (Vieram os sarracenos e nos moeram de pauladas, porque Deus ajuda os maus, quando estão em maior número que os bons).
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#17 REVISTA TRÈS _05
ARQUITETURA
por: Violeta Araki
É de casa NA SEÇÃO QUE ESTREIA A PARTIR DESTE NÚMERO NA TRÈS, BUSCAMOS SABER COMO ARQUITETOS E DECORADORES CRIAM ESPAÇOS ORIGINAIS DENTRO DE SUAS PRÓPRIAS RESIDÊNCIAS. CONVIDAMOS TRÊS PROFISSIONAIS PARA CONTAR OS DETALHES DO PROJETO E REVELAR O QUE OS MOTIVOU A ELEGER CADA AMBIENTE COMO O PREFERIDO DENTRO DE SUA CASA
Valéria Coelho
A
{ living
designer de interiores Valéria Coelho escolheu o living para ser o espaço de maior convívio em seu apartamento. Integrado com a sala de TV, é o ambiente mais usado pelas cinco pessoas que moram ali. Nas festas organizadas por ela, as pessoas sentem-se facilmente à vontade circulando na ampla área ornamentada com móveis de estilo antigo e sofás que convidam a uma boa conversa entre amigos e familiares. “A sala foi pensada para acomodar muita gente e privilegiar o conforto”, afirma. Para Valéria, a decoração precisa ser amadurecida ao longo do tempo. “Não adianta comprar várias peças e querer decorar tudo de uma só vez. O resultado vai parecer artificial”. O living é um retrato de sua vida, suas referências, viagens, livros, ideias. Em cada canto há a história de uma peça diferente, afinal, garimpar é uma de suas atividades preferidas. A luz quente e intimista das quatro luminárias do espaço dá ainda mais charme ao conjunto. “A iluminação é o ponto mais importante da decoração”, explica. “Se o jogo de luzes estiver errado, todo o projeto fica comprometido.” Além de design de interiores, Valéria se dedica ao blog Hardecor, em que tira dúvidas de decoração e escreve todo o universo de cultura que a cerca. Abusar da originalidade é o forte desta profissional. Para conhecer mais o trabalho de Valéria Coelho, acesse: www.hardecor.com.br
82_ REVISTA TRÈS #17
Alexandre Rena e Fábio Silvério
G
raças à criatividade do arquiteto Fábio Luciano Silvério e do designer de interiores Alexandre Rena, o espaço de 80 metros quadrados dos fundos da casa onde moram se transformou em uma estilosa e aconchegante área de lazer, com direito a piscina, churrasqueira e até mesa de jogos. Foi a solução encontrada para criar um ambiente de convivência no projeto original que não possuía sala de estar. A decoração assinada por Fábio e Alexandre é uma aposta no prático. Almofadas entram no lugar dos bancos ao redor da mesinha convidativa para uma partida de baralho. “É a simplicidade que faz a diferença”, diz Fábio. Por meio dela, a dupla conseguiu criar um clima agradável e familiar para receber amigos. Objetos baratos e fáceis de encontrar em antiquários ou lojas de variedades compõem o visual despojado do ambiente. Móveis antigos ganharam outra cara com
{ área de lazer
uma boa mão de tinta. O segredo, para Alexandre, é não ter medo de brincar com as cores. Quando falaram que iriam colocar uma mesa amarela junto a um painel azul onde seria fixada a TV, muitos colegas estranharam. Mas a ousadia funcionou e hoje o colorido da decoração enche os olhos dos visitantes. Para aproveitar ao máximo o espaço, eles desenharam a piscina no canto, de forma deixar bem livre o restante da área de lazer para a circulação. Não há peça ou móvel desgastado pelo tempo que não mereça a atenção de Alexandre e Fábio. “É sempre legal atualizá-los, podemos personalizar”, comentam. Com a reforma, eles acreditam poder inserir um pouco de si mesmo na criação. Peças trazidas de viagens pelo Brasil também dão originalidade ao ambiente. Saber misturar estilos e formar um conjunto harmonioso é o grande truque da dupla.
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#17 REVISTA TRÈS _83
ARQUITETURA
Luciana Bernardes
Q
{ área social
uem visita a casa da prudentina Luciana Bernardes logo percebe que funcionalidade é um elemento importante para a decoradora. Sua área social é prova disso. O ambiente que integra living, sala de jantar, cozinha gourmet e varanda contempla justamente o que há de mais confortável e prático. O tecido do estofado da sala que pode segurar pingos d’água de quem acabou de sair da piscina, por exemplo, não foi uma escolha ao acaso. Mobiliários que favorecem a facilidade do dia-a-dia são apostas no ambiente. Para Luciana, a decoração amadurece com o tempo. “Você aprende a dar preferência ao que for mais funcional, mais limpo, mais confortável.” Espaço bastante usado pelos moradores da casa, a área social tem estilo contemporâneo. “Não se fica muito preso a regras”, observa. A mistura de diversos materiais, como madeira, metal e plástico é perfeitamente aceitável e forma um conjunto harmonioso quando utilizados nos locais certos.
84_ REVISTA TRÈS #17
Mudar-se de casa e trocar todos os móveis não é problema para a decoradora, que dificilmente permanece na mesma residência por longo período. Luciana conta que não tem apego às coisas e renovação faz parte de sua vida. “Por isso a casa consegue ficar sempre atual.” A decoração, segundo ela, reflete o período que se está vivendo. “Você está dentro de uma tendência de mercado, então, os elementos escolhidos serão resultado daquilo comercializado na época.” O que não impede a criatividade e a personalização. No living, um grande painel de textura visual em cor neutra consegue ser sutil ao ambiente sem deixar de ser moderno. Segundo Luciana, o maior pecado na hora de pensar a decoração é “deixar por último”. A ambientação da casa deve elaborada junto com o projeto arquitetônico, sempre com antecedência, pelo menos assim, as chances de o conjunto dar certo são muito maiores.
ASSISTA Nota: 6.0 Título Original: After Earth, EUA, 2013 De: M. Night Shyamalan Aventura/Ficção: 100 min.
Depois da Terra
Smiths e Shyamalan: planeta selvagem
O Homem de Aço O retorno do herói
por: Luiz Dalle
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pós sucessos como O Sexto Sentido, A Vila e Corpo Fechado (este último uma verdadeira obra-prima), a filmografia do diretor M. Night Shyamalan, antes tão festejada, entre erros e acertos, hoje é indicada por equívocos. Considerado a primeira grande bomba do ano, Depois da Terra não é tão ruim assim, mas é preciso compreender que se trata mais de um produto da família Smith do que do próprio Shyamalan. Assim como fez em A Vila, ao abordar sobre a violência urbana e tradição de maneira simbólica, o diretor aciona mais dois temas nobres - recursos naturais e o medo – que servem de pivôs nos conflitos familiares entre pai (Will Smith, como Cypher Raige) e filho (Jaden Smith, como Kitai Raige). Em um futuro distante, a Terra tornou-se hostil à vida humana e, durante uma simples missão, Cypher precisa fazer um pouso forçado na Terra, considerado o planeta mais perigoso. Na queda apenas três sobrevivem: pai, filho e um alienígena que ataca os humanos ao sentir o “cheiro do medo”. A premissa é boa e instigante, mas as oportunidades se perdem em meio às tentativas frustradas de Shyamalan em fazer um cinema de sensações como em seus trabalhos predecessores. No contexto de simples e descompromissada aventura de ficção, Depois da Terra cumpre parte do que promete.
Nota: 7.5 Título Original: Man of Steel, EUA, 2013 De: Zack Snyder Ação/Aventura: 143 min.
O
Homem de Aço segue à risca a jornada do grande herói, a mesma realizada por Jesus Cristo: o Pai que envia o filho de um lugar desconhecido para salvar os humanos por meio de sacrifícios. São tão visíveis as semelhanças entre Kent e Cristo que o roteiro pouco utilizou de humor para não esfriar os arquétipos da salvação espalhados em fortes signos religiosos em todo o filme. Essa jornada é um recurso de efeito no cinemão americano e serviu muito bem para uma franquia que não conseguiu emplacar com dignidade no cinema as aventuras de um dos mais populares heróis das histórias em quadrinhos, desde Superman, 1978, com Christopher Reeve. Clark Kent/Kal-El (Henry
86_ REVISTA TRÈS #17
Cavill, inexpressivo) adquire na Terra os conceito éticos e morais de Jonathan e Martha Kent (Kevin Costner e Diane Lane, os mais comprometidos com o drama). Zod (Michael Shannon) é o vilão que inicia uma rebelião em Krypton e invade a Terra para buscar Kent, sempre com o nobre intuito de preservar a sua raça e seus descendentes. Aos poucos, Kent descobre a verdade sobre sua origem e precisa salvar os humanos de um terrível perigo. Sem entregar muito sobre o enredo, é possível dizer que O Homem de Aço abre caminho para uma grande sequência, mais enxuta e coerente, agora que o diretor Zack Snyder conseguiu, de fato, nos apresentar um herói mais humano, embora com poucas fraquezas. As explosões e cenas de ação anabolizadas e bem construídas dão o tom aventuresco em um filme com pequenos buracos no roteiro, mas com grandes e boas intenções. De preocupante somente a falta de química entre Kent e Lois, interpretada por Amy Adams, desta vez, sem muita inspiração.
#17 REVISTA TRÈS _05
LEIA
por: Henrique Chagas
Autor: LINCOLN CÉSAR
O SERMÃO SOBRE A QUEDA DE ROMA
Número de páginas: 114
Autor: JÉRÔME FERRARI
Preço: R$25,00
Número de páginas: 208
A LÁGRIMA E O VIOLINO
Preço: R$42,00
O LIVRO DE HENRIQUE Autor: HILARY MANTEL Número de páginas: 364 Preço: R$ 49,90 "O Livro de Henrique", segundo volume de Hilary Mantel sobre a vida de Thomas Cromwell, homem forte do rei Henrique VIII, chega ao Brasil, repetindo o sucesso do primeiro, "Wolf Hall" (2011). Cromwell, um dos criadores do Estado Moderno na Inglaterra, é também relegado ao papel de vilão por vários motivos: sua atuação na queda do cardeal Wosley e do filósofo Thomas More, que abriram caminho para o casamento real com Ana Bolena. Quando Henrique visita Wolf Hall, Cromwell vê o rei se apaixonar pela discreta e silenciosa Jane Seymour. O ministro percebe o que está em jogo: não apenas o contentamento do rei, mas também a segurança da nação. Contudo, nem o ministro nem o rei emergirão intactos do sanguinário teatro dos últimos dias e da decapitação de Ana Bolena.
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Lincoln César, escritor de Presidente Prudente, conta que o seu livro “A Lágrima e o Violino” aborda cenas da vida real, relacionamentos, crises, casamentos desfeitos, discórdias, perdas e ganhos depois de uma separação. Lançado nesse último mês de junho no Centro Cultural Matarazzo.
Em um movimento vertiginoso, o romance de Jérôme Ferrari faz do bar dos dois amigos o ponto sobre o qual se abatem os fantasmas do desejo e da história. Tudo para pôr fim à utopia erótica e etílica de Matthieu e Libero - e para fazer de Jérôme Ferrari um dos nomes decisivos da narrativa francesa contemporânea.
O MISTÉRIO DE MAQUIAVEL
O SINAL E O RUÍDO
Autor: MICHAEL ENNIS
Autor: NATE SILVER
Número de páginas: 448
Número de páginas: 544
Preço: R$ 39,90
Preço: R$ 39,90
No outono de 1502, o destino do engenheiro Leonardo da Vinci cruza-se com o de um dos membros da família dos Bórgia: César, filho do Papa Alexandre VI. O resultado mudaria o curso da civilização ocidental para sempre.
Ter acesso à informação nunca foi tão fácil. Apesar disso, enfrentase no dia-a-dia o desafio de saber o que é relevante em meio a um volume cada vez maior de dados. Silver demonstra que a interpretação correta de dados numéricos é essencial para a segurança e o progresso de nossa sociedade.
#17 REVISTA TRÈS _05
ESCUTE
por: Claudia Junqueira
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Bruna Caram entrevista
Há mais de 15 anos na estrada, a cantora e compositora Bruna Caram transborda talento. Em entrevista exclusiva à Très, a paulista conta sobre sua trajetória musical, influências, trabalho, álbuns, dividir o palco com grandes artistas e sobre como está a MPB hoje em dia Foto: Marcos Hermes
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Très: Sua avó materna, Maria Piedade, era cantora de rádio nos anos 50, e seu avô paterno, Jamil Caram é violinista (7 cordas) e entusiasta das rodas de choro. Quais instrumentos você toca? Bruna: Por tradição, aprendi a tocar piano quando menina, como todos os meus primos, depois tomei gosto e acabei estudando pela vida inteira. Entrei na faculdade (sou formada em Música pela Unesp) como pianista. Também estudei violão e continuei tocando por conta própria desde então. E tenho um novo instrumento agora: o cavaquinho. Très: Quais são suas principais influências musicais? Bruna: Minhas influências como cantora são as intérpretes dramáticas, cantoras que como eu têm influência do teatro, que têm a interpretação como tônica do cantar... Elis Regina, claro, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Carmen Miranda, e de fora, Liza Minelli, Judy Garland, as dolorosas divas do jazz, como Ella Fitzgerald, e mais atualmente Amy Winehouse e Norah Jones (que tem uma interpretação mais sutil, mas cheia de sensibilidade. Amo isso).
Très: Muitos dizem que você é a “Liza Minelli” dessa geração. O que você acha disso? Bruna: Um dos melhores elogios que eu poderia receber! (Risos) Liza Minelli é mais que uma rainha, a interpretação dela, o olhar, a voz, tudo é entrega e tudo é arrebatador. A letra de cada canção é transmitida completamente. É isso o que eu quero! Très: Com quem Bruna Caram já dividiu o palco, e com quem gostaria de dividir? Bruna: Tive o prazer de já ter dividido nesta longa estrada da vida o palco com Luiza Possi, Marcelo Jeneci, Filipe Catto, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Vinicius Calderoni, Marina de la Riva, Giana Viscardi, Roberta Sá, Renato Braz, Zé Renato, Mariana Aydar, Silvério Pessoa, Dani Black, Trupe Chá de Boldo, Roberta Campos e tantos amigos... E tem tanta gente ainda com quem gostaria de dividir um palco! Como Maria Bethania, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Elba, Lenine, meu amigo e parceiro Chico Cesar. Com a própria Norah Jones, por que não? Estou devendo pra essa turnê um dueto com Mallu Magalhães e com Pedro Luís, parceiros-amigos que estão no disco. Devo pagar!
“
Très: Como aconteceu o CD “Será BemVindo Qualquer Sorriso”? Bruna: O “Será Bem-Vindo” veio de um desejo de me redescobrir. E de me desafiar. Foi muito forte, lindo, positivo, arrebatador, e também foi um turbilhão de descobertas. Mudei de produtor, de banda, de direção, trouxe novas influências, passei a compor mais, a experimentar. Queria me reinventar, me mostrar mais intimamente pra quem me escuta. Sinto que com esse disco a plateia me conhece melhor do que nunca. Perdi o medo de gravar canções consagradas. Trouxe compositores pro disco que não conhecia nos outros discos. O disco é um brinde aos recomeços e aos sentimentos genuínos! Amei trabalhar com o Otavio (de Moraes, produtor), pela primeira vez tive um arranjador (o próprio Otavio), estudei as canções meses antes de entrar no estúdio, e tive o prazer de gravar tudo de uma vez: em dez dias o disco estava pronto! Isso só foi possível porque fizemos uma bela pré-produção. E finalmente consegui trazer o clima do “ao vivo”, do palco, para o estúdio.
MPB É POPULAR? É CHIQUE? É A CLÁSSICA? É A CONTEMPORÂNEA? É ROCK, BOSSA-NOVA, SAMBA, COCO, FREVO, REGGAE, FOX-TROTE, JONGO, MARACATU? TUDO ISSO PODE SER MPB, PORTANTO O CONCEITO NÃO É MAIS EFICAZ, É MUITO AMPLO, ESTÁ CONFUSO
Très: “MPB é uma sigla que já não quer dizer nada”, disse você uma vez ao site da Veja. Como você vê a MPB hoje em dia? Bruna: O que eu quis dizer nessa entrevista é que a sigla "MPB" já está esvaziada, não esclarece nada e nem delimita mais. MPB é popular? É chique? É a clássica? É a contemporânea? É rock, bossa-nova, samba, coco, frevo, reggae, foxtrote, jongo, maracatu? Tudo isso pode ser MPB, portanto o conceito não é mais eficaz, é muito amplo, está confuso. A música contemporânea tende a ser universal, é claro que sem perder a cultura de cada lugar onde o artista está produzindo, sendo, atuando. Não digo mais que o som que faço é MPB, digo "Música Universal Brasileira". E acho mais fiel. Meu trabalho tem referência de frevo e de blues, e isso já não é contradição. O mundo mudou, a música também, e cada vez menos as classificações me interessam. Prefiro que a música seja atemporal e inclassificável, desde que emocione.
#17 REVISTA TRÈS _91
EXPLORE
por: Edilson Satoru Yoshida
A rota
dos vinhos
PAISAGENS RECOBERTAS POR PARREIRAS E LENDAS SOBRE A BEBIDA SÃO ATRAÇÕES IMPERDÍVEIS DESSA VIAGEM AO CHILE
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uando se chega a Santiago, capital chilena, outro tipo de viagem se confirma possível. Além das lindíssimas Cordilheiras dos Andes, que nos observam imperturbáveis com suas estações de esqui, vamos aos poucos descobrindo encantos peculiares e únicos dessa terra. No voo de São Paulo ao Chile, já se percebe um convite interessante em uma daquelas revistas distribuídas a bordo, com uma matéria sobre as tradicionais vinícolas do
92_ REVISTA TRÈS #17
país. Uvas de nomes elegantes: Chardonnay, Sauvignom Blanc, Merlot, Pinot Noir, Semillon e Gewurtzraminer, atiçam ainda mais a curiosidade. Para aqueles que escolhem o Chile atraídos pelo vinho, descobre-se roteiros impecáveis para visitação das vinícolas tradicionais e internacionalmente conhecidas. Não faltam também sugestões gastronômicas fabulosas, onde além de se conhecer a culinária local, rica e exótica, aprecia-se essa bebida com um requinte litúrgico, explorando do sagrado vinho, todas as suas virtudes e nuances. Recomendo de três a quatro dias para conhecer alguns dos principais vales, muitos próximos da capital chilena. Como o Vale do Maipo, com suas vinícolas Concha y Toro e Aquitania.
Ou o Vale de Casablanca, com as vinícolas Santa Emiliana, Willian Cole e Indômita. E ainda o Vale de San Antonio, onde estão as vinícolas Undurraga, Matetic e Chocalan. Nesses belos passeios, que geralmente duram um dia inteiro, além de degustar nobres vinhos, você aproveita para apreciar uma paisagem ímpar, formada por vales recobertos de incontáveis parreiras que se estendem quase até a base das Cordilheiras dos Andes.
ENOTURISMO Para os amantes do vinho, existem pacotes formatados especialmente para o enoturismo. Incluem visitas às principais vinícolas, degustação e cursos.
MELHOR ÉPOCA
Descobre-se no Chile que muitas coisas giram em torno do vinho, e ele nos acompanha sempre nessa viagem. Quando se caminha pelas ruas e praças de Santiago, uma capital organizada, limpa e segura, na visita ao imponente Palacio la Moneda ou à antiga casa do poeta Pablo Neruda, hoje o museu La Chascona, que abriga objetos pessoais do Premio Nobel de Literatura, inexplicavelmente a atração do vinho está sempre presente. No Mercado Central, com suas barracas e seu chão úmido, além dos produtos típicos, encontramos os inacreditáveis frutos do mar, mexilhões, atum, ostras, machas, ouriços e gigantescos caranguejos conhecidos localmente como “centollas”, todos produtos da pesca no gelado mar do Pacífico. Vez ou outra somos abordados por algum garçom insistente, e já que estamos no Mercado Central, não recuse o convite e almoce no Donde Augusto. Nesse restaurante simples, que virou uma atração turística, saboreie um prato típico, escolha um bom vinho ou prove o Pisco Sour, uma bebida típica que lembra nossa caipirinha.
Santiago é um dos poucos destinos que tem atrativos o ano inteiro, mas é em março que ocorrem as festas da vindima (colheita da uva) nas principais regiões vinícolas.
Depois de tantos passeios e visitas em que o vinho é a estrela principal, inevitavelmente você se descobre apaixonado pela complexa bebida, suas tradições, suas histórias e lendas. Em visita à vinícola Concha y Toro, após percorrer a imensa propriedade que tem o imponente casarão amarelo como base, onde viveu Don Melchor Concha y Toro, fundador da empresa em 1883, surge uma lenda em especial que vale a pena ser contada. Nas adegas subterrâneas onde o vinho descansa em imensos barris de carvalho, e onde sentimos o ar frio e carregado de um cheiro peculiar, nosso guia chileno, com seu português carregado, nos conta a história de uma adega em especial. Nela, Don Melchor guardava as garrafas com os melhores vinhos de cada safra. Percebendo que elas desapareciam misteriosamente, o astuto proprietário inventou o boato de que o diabo morava ali, para dessa forma espantar o ladrão. Logo o rumor se espalhou
QUEM LEVA Há voos diretos diariamente entre São Paulo e Santiago pelas companhias aéreas TAM e LAN.
NÃO DEIXE DE PROVAR Nos melhores restaurantes prove o congrio, peixe típico chileno. Servido frito ou grelhado.
e todos começaram a acreditar no conto e a temer tal criatura maligna. Surgiu então a lenda que nos dias atuais dá nome ao seu mais famoso vinho, Casillero Del Diablo. Conhecer Santiago é sem dúvida alguma um grande privilégio, por ser uma grande e bela cidade que como um bom vinho, melhora com o passar do tempo e nos surpreende. Um brinde às boas coisas da vida! Salut! #17 REVISTA TRÈS _93
por: Antonio Cezar Leal e Marcos Norberto Boin
RESERVA LEGAL NO PONTAL DO PARANAPANEMA QUAL SUA OPINIÃO?
N
a edição de abril/maio abordamos o Código Florestal Brasileiro e a necessidade de estabelecimento de pactos para proteção das Áreas de Preservação Permanente (APP). Voltamos ao tema tendo em vista que agora a Reserva Legal está em análise para manifestação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema. O Comitê é um colegiado regional, deliberativo e consultivo do sistema de gestão das águas, composto por representantes de instituições públicas estaduais, prefeituras municipais e sociedade civil, com a finalidade de gerenciar as águas do Pontal do Paranapanema. O Pontal está quase desprovido de florestas, com exceção de alguns fragmentos e o Parque Estadual Morro do Diabo, com problemas de erosão gerados ou agravados pela ação humana em áreas frágeis à erosão. É imprescindível reverter essa situação ambiental. Dentre as alternativas estão a recuperação e a proteção das APPs no campo e nas cidades e das Reservas Legais nas propriedades rurais, formando corredores ecológicos que unam os fragmentos de mata.
94_ REVISTA TRÈS #17
Na Lei 12.651/2012, que flexibilizou o Código Florestal Brasileiro, a Reserva Legal é definida como a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada de acordo com percentuais que variam no país (sendo 20% em nossa região), com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e preservar a biodiversidade, bem como a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Embora o Código traga a possibilidade da Reserva Legal ser compensada fora da propriedade rural, o debate entre viabilidade econômica X sustentabilidade ambiental deve considerar que estas não podem ser obtidas separadamente. Assim, a questão a ser discutida é se a implantação da Reserva Legal em outro lugar cumprirá a função ambiental e trará benefícios para nossa região. Vale lembrar que o Código tem entre seus princípios a responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais. Cumprir esse princípio é um grande desafio e obrigação para todos. Por isso, para o presente e o futuro de nossa região, defendemos: Reserva Legal é no Pontal. E você? Manifeste-se!
Ilustração: Id Design; Rafael Loureiro
MEIO AMBIENTE
#17 REVISTA TRÈS _05
Coluna Bonsoir
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por: Danuza Azevedo
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01 – As amigas Aline Scardovelli, Tatiana Cruz e Fernanda Andrade curtindo a noite prudentina.
reforma, a loja está ainda mais linda e agora possui um espaço Dudalina para o público feminino.
02 – Lucas Azenha, Guilherme Gasques e Geraldo Medeiros na Boate Route 270, em Presidente Prudente.
06 – Diego, Yara, Marcela e Vilson Manica, proprietários da Favorita, uma nova e moderna opção para móveis e decorações em Presidente Prudente. A loja fica na rua Amapá, no Parque do Povo, e possui um lindo showroom, com ambientes únicos e acessórios exclusivos.
03 – Sônia Marques e Flaviana Medeiros na Henro. 04 – César Rodrigues e Edmilson Henares inauguraram no piso WL, no Prudenshopping, uma franquia da Aleatory. A loja, que ficou maravilhosa, já está com a coleção primavera/verão 2014 feminino e masculino. Parabéns e sucesso!!! 05 – Deyvisson Pinheiro, da Óticas Diniz, Felipe Faita, da Faita Móveis Planejados e o amigo Márcio Ribeiro durante o coquetel de relançamento da Henro, do centro. Depois de passar por uma 96_ REVISTA TRÈS #17
07 – As arquitetas Alessandra Bertipaglia e Carol Viafora, no coquetel de inauguração da Favorita. 08 – O prudentino Caio, hoje atacante do Palmeiras, durante passeio na cidade natal. Na foto, com o palmeirense Fernando Flores no Quiosque Brahma. 09 – Guto Souza recebe o prudentino Pedro Almeida, DJ residente da Pink Elephant em
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São Paulo, no Cine Bardot. (foto: Roberto Yamashita) 10 - Camila Bruno e Philipe Lourenção, no dia do ‘sim’. Felicidades ao casal! (foto: Luiz Monteiro) 11 –Adriana Mello, Facilene, Daniele Galante e Luciana Lee na inauguração do Dachô, unidade do Morumbi. (foto:
12 Santinoni inauguraram em Prudente um local especializado em sobrancelhas. Maura Lima é sucesso no nordeste e agora chega ao estado, com a segunda unidade no oeste paulista.
Alessandra Doni)
12 – Marilize e Cristiano #17 REVISTA TRÈS _05
AU REVOIR
por: Lucas Miolla
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uando fechou os olhos ainda era noite, mas quando abriu, era dia! Daí a menina levantou, na calma e no ritmo dos carrosséis, para descobrir a formosura do sábado! Criança esperta que era, não sabia e nem queria notícia dessa gente tanta e dessa pressa toda que deixa o mundo irritado, sem hora pra curtir, sem semana pra dançar, nem meses pra cuidar de si. Então estava sempre de bem com a vida. Ela foi atraída até a cozinha pelo aroma de um bolo que sua mãe começou a fazer e tinha acabado de colocar no forno. No seu caminhar, passeou feito música pela alternância artística do piso xadrez até ficar de frente para o fogão.
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Ao seu lado, a mãe, de avental, descia do armário as melhores louças de chá para servir as amigas que vinham mais tarde fofocar bobagens. A menina a olhou, parada feito o ponteiro das horas, transmitindo uma dúvida apenas com o olhar. “Mamãe, que horas o bolo fica pronto?”, questionavam seus olhos, de birra com o tempo. “Vai demorar filha. Acabei de colocar”, respondeu a dona, entendendo o que ela queria por transmissão de pensamento. As sobrancelhas da guria se ergueram e levantaram até mesmo a franjinha ondulada. Então ela dobrou o vestido e se sentou no chão para acompanhar essa tardança toda. Olhava a massa fofa, cheia de furinhos que não crescia por nada. Só ameaçava. E isso deixou o dia entediante! Esperar demorava. Demorava tanto quanto seus desaniversários, aqueles 364 dias antes do de ganhar presentes. Tanto quanto o que faltava para o dia em que ela ia casar e quanto a contagem regressiva para a virada do ano. Ela achou engraçado o quanto o tempo prega peças. Prega umas doze a cada meio-dia, algumas delas lentas, algumas delas rápidas. Como eram suas idas à missa: intermináveis, e os recreios, velozes feito espirros. Parece que quando se fica observando a panela, a água não ferve. Que quando se fica pensando, analisando, as coisas não acontecem. E como não acontecem! A demora foi tamanha que a menina cansou de esperar. Permitiu que cantasse o compositor de destinos e tambor de ritmos, e foi brincar. Viveu e brincou tanto, que quando voltou, o bolo estava pronto para ser saboreado! Ah! Era o fim de seu dia chato, porque agora, no piscar de seus olhos, livremente a gota pinga, o bombeiro salva o gato e o cupido acerta a flecha. Sem pensar no tempo, até morrer de rir, ela viveu sem o ponteiro vigilante às voltas. As coisas só demoram quando a gente olha.
Ilustração: Id Design; Rafael Loureiro
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#17 REVISTA TRÈS _05