Revista Très Novembro/11

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Novembro / 2011

Carta ao Leitor

Estimado leitor

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este mês gostaríamos de ressaltar duas datas importantes: Dia de Finados, em 2 de novembro, e Dia Internacional da Consciência Negra, em 20 de novembro. No Brasil, segundo o censo realizado em 2000 pelo IBGE, há cerca de cento e vinte milhões de católicos, compondo 73,8% da população. Ainda que apenas 2,3 milhões de pessoas declarem-se espíritas, nós, da revista Très, como veículo de comunicação abrangente, estamos publicando neste número uma matéria sobre os princípios do espiritismo, sem nos desligarmos do grande respeito que temos por todas as religiões, cujos dogmas e preceitos serão objeto de futuras edições. Em tempos de reflexão e oração de Finados, muitos cristãos buscam no espiritismo uma resposta para a angústia da perda. A passagem dos egoísmos, da auto-suficiência, da arrogância, para um estado de percepção de que podemos tornar o mundo melhor com o desenvolvimento de ações solidárias e da humildade em nós, obriga-nos ao conhecimento sobre as religiões e filosofias de vida. Alguns livros que a Très indica como obras de grande interesse são: A Viagem de Theo, da socióloga

francesa Catharine Clement, editora Companhia das Letras, e O livro das Religiões, dos escritores suecos Jostein Gaarder, Victor Hellern e Henry Notaker, da mesma editora. Essas publicações são excelentes, não apenas pelo profundo conteúdo de que tratam sobre as religiões do mundo, mas também por suas estruturas dinâmicas, ensejando uma leitura gostosa e de bom proveito. Neste mês comemora-se também por todo o mundo o Dia da Consciência Negra e para isso ilustramos nossa capa com a belíssima modelo paulistana Malana Freitas, que participou especialmente do ensaio realizado em Ilha Bela pelas lentes do fotógrafo Carlos Braga. Poucos países no mundo passaram pela rica interação de diferentes raças e etnias quanto o Brasil. Os escravos africanos trazidos para cá pertenciam a um leque enorme de etnias e nações. A maior parte eram bantos, originários de Angola, Congo e Moçambique. Quase todos os brasileiros possuem misturas em seu sangue, seja de negros, índios ou europeus, o que faz do nosso país uma das nações mais exóticas em população. Esperamos que tenha uma ótima leitura! Ilustração: Tile Amato


Colaboradores

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Colaboradores

1 - As gastrônomas Maria Fernanda Pires e Camila Galindo, formadas pela Anhembi Morumbi em São Paulo, falam neste mês sobre a história dos brioches. 2 - Catarina Cunha sai da rotina dos fashion week RioSão Paulo e inova com o Minas Trend Preview, que abalou a capital mineira este mês.

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3 - Tile Amato, nosso colaborador artístico da carta ao leitor sempre inova com suas ilustrações enigmáticas e criativas. 4 - Olavo Diniz sai da esfera nacional e discorre sobre a retirada das tropas americanas do Afeganistão.

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Expediente Publicação: Grupo Très (Claudia Junqueira e Amanda Carvalho) ** Jornalista Responsável: Claudia Junqueira ** Revisor de texto: Milton Alvares Alonso ** Fotografia : Amanda Carvalho ** Proj. Gráfico e Diagramação: Daniel Franco Luizari . Entre em contato com a nossa redação. disque: (18) 8113-0736 / (18) 97377566 ou envie um email: contato@ revistatres.com.br. / Todas as imagens utilizadas em nossas matérias são cedidas e de responsabilidade de seus autores ou representantes do conteúdo. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total sem autorização. Capa: Carlos Braga

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5 - Dr. Antônio Cézar Leal é professor do Departamento de Geografia, da UNESP - campus de Presidente Prudente, em cursos de graduação e de pós-graduação. Também é coordenador de Grupo de Pesquisa sobre gestão ambiental e dinâmicas socioespaciais, com foco em gerenciamento de recursos hídricos e de resíduos sólidos urbanos. 6 - Convidamos Paulo Brazyl para ser nosso colaborador cultural. Fotógrafo, artista plástico, produtor cultural, Paulo estudou na EPA - Escola Panamericana de Arte de São Paulo, atuou como designer gráfico, orientado por diversos cursos feitos na ABTG - Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica - SP, coordenou a Oficina Cultural Timochenco Wehbi. 7 - Milton Alvarez Alonso é professor e advogado. Colabora com a Très com matérias além de ser nosso revisor. 8 - Aparecido Júnior resolveu explorar o universo filosófico do judô no esporte. Confira este mês sua reportagem que está sensacional com uma atleta de apenas 8 anos já medalhista.


Cartas à redação

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Cartas à Redação: “Olá, boa tarde. Envio esse e-mail para parabenizá-los pela excelente revista que estão fazendo. Adorei o editoral da revista Très. Ela é diferente, moderna, ousada e o principal: cheia de conteúdo e qualidade. Deixo aqui o meu registro como leitora. Está um sucesso!!! Sorte e boas pautas a todos.” Lívia Tunes Peretti

“...nosso intuito é trazer para você, leitor, uma revista diferente, com mais informação, mais notícia, mais arte, mais dicas” Frase extraída da própria revista, publicada em outubro. E tenham a certeza que o conteúdo certifica o intuito! Passadas as eras da palavra, da escrita, do áudio, do vídeo, como elementos que subsidiaram a comunicação social em suas respectivas épocas, a fusão de todas culminou no que vivenciamos hoje, a “era da Informação”, independente da mídia utilizada. O advento da globalização, sistematicamente, nos obrigou à prática de olhar plural caminhos afora e, na ânsia de sorver informação, até mesmo a título de sobrevivência pelos “guetos” dos nossos ofícios, desapercebidamente, o mundo nos roubou, em grande parte, a atenção para o círculo à nossa volta. Poucos são os veículos de comunicação social hoje que se privilegiam da multiplicidade de informções, globais e regionais, simultaneamente. TRÈS guarda consigo esse privilégio! Que os horizontes que nos rodeiam sejam, com merecida ênfase, o subsidio ímpar do universo informativo que tem norteado o intuito que vocês estão alcançando. Parabéns!

Bill Duque

“A Très de outubro me fez pensar e rever muitos dos meus conceitos. Como idealizava Steve Jobs com seus aparelhos, a Très passa a nítida impressão que está em busca do portátil, do acessível, do simples. Manusear uma revista leve, desde a capa, refletindo um sorriso puro e infantil, capturado pelo atento e belo olhar de Amanda Carvalho, com um conteúdo que remete um frescor ora crítico, ora romântico à francesa, faz extremamente agradáveis esses momentos de leitura. Como cidadão não posso deixar de mencionar a página de notícias que, com firmeza, não fugiu da raia, sem temer contra-ataques, além da entrevista com o lendário Ligeirinho, merecedor de uma página inteira só pra ele. Como músico, fiquei feliz em observar que a revista foge daquilo que é clichê, sem ficar presa aos mesmos medalhões de sempre. Sugiro para os próximos números dicas de discos, principalmente da cena independente (ando ouvindo o álbum “Ermosura - La Meteorológica Circo Davinci - surpreendente!) . E para finalizar, como leitor, quero agradecer a Cláudia Junqueira pelo convite a literatura. Em sua crônica, de maneira jovial, você desperta em todos nós o apetite por livros. Casado com professora de Língua Portuguesa e idealizador do clube do livro no departamento em que trabalho, concordo plenamente quando cita que o importante não é o que se lê e, sim, “como fazer para que leiam.” Pode-se sugerir livros para diferentes níveis também nas próximas edições. Atitude, força e inovação. É, realmente, admirável esse sangue novo.

Sérgio Alan


Sumário

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Ensaio Fotográfico Brinquedos

18 Editorial de Moda AltoVerão 2012

54 Um pouco mais

Augustino Sbizzera “O Andarilho”

Adão Francisco

16 Artista de martinópolis transborda talento

36 Anita Garibaldi:

fibra e coragem

50 Esperto era Newton

que encontrou a maçã

58 A procura de Deus:

ponto de vista Espírita

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Projeto Ipê Rosa a importância das ações sociais

8 Notícias 10 Política 12 Saúde 13 Quem 14 Gastronomia 25 Passou por Aqui 26 Ócio criativo 28 Moda 32 Coluna Social Bonjour 40 Artes 52 Cinema 56 Música 60 Dica de Viagem 66 Meio Ambiente 70 Esporte 72 Coluna Social Bonsoir 76 Crônica


O melhor para a saúde do seu sono. Seu quarto e sua vida ganharam um novo espaço.

Roupeiros

Racks

Estofados

Travesseiros

Roupas de cama

Av. Manoel Goulart, 1835-A F: (18) 3221- 4149 Presidente Prudente -SP


Fontes: http://www.gruponoticias.com.br http://www.terra.com.br

Notícias

Notícias

Locais, Nacionais e Mundiais

Locais Grupo Amigas do Peito Neste mês de novembro, o Grupo Amigas do Peito, de Presidente Prudente, comemora um ano de atendimento em Hidroterapia na cidade de Pirapozinho. O grupo Amigas do Peito surgiu com o objetivo de dar apoio às mulheres portadoras do câncer de mama e mastectomizadas que passam por uma fase difícil durante o tratamento da doença e na sua recuperação. Fica na Rua Cassemiro Dias, 471, Presidente Prudente.

Nacionais Disco póstumo de Amy Winehouse

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Coleta Seletiva O Ato de Lançamento das Diretrizes Básicas para Projetos de Coleta Seletiva e Educação Ambiental no âmbito do Acordo MP/CESP, que tem como objetivo divulgar e debater com a comunidade regional a proposta de implantação de coleta seletiva em 56 municípios do oeste paulista, será no dia 18 de novembro no auditório da FCT UNESP . Inscrições de 07 a 16 de novembro diretamente no site http://bacias.fct.unesp.br/residuos.

Mundiais Berlusconi em baixa

Doze canções inéditas da cantora será lançado no dia 5 de dezembro em Londres. Dentre as músicas, temas como Halftime, Between the Cheats e The Girl from Ipanema e versões de músicas de Donny Hathaway estarão no álbum. Parte das vendas será destinada à Fundação Amy Winehouse, criada pelo seu pai após sua morte.

A popularidade do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi caiu ainda mais e atingiu o mínimo histórico de 22% de opiniões favoráveis, de acordo com uma pesquisa do IPR Marketing Institute. Sua posição foi abalada pela crise da dívida na Eurozona, que obrigou seu governo a adotar medidas de austeridade.

O poder da nossa presidenta

Egito pós Mubarak

A presidenta Dilma Rousseff apareceu como a 22° pessoa mais poderosa do mundo, segundo a Revista Forbes. A lista foi divulgada no dia 2 de novembro pela revista norteamericana. Todo ano a revista escolhe as 70 pessoas mais influentes do mundo. Apesar da boa colocação, Dilma caiu quatro posições em relação ao ano passado. A presidenta é a única brasileira a ocupar a lista.

Começou no último dia 2 deste mês, no Egito, a campanha eleitoral para eleger os membros do Parlamento que irá fazer a nova Constituição do país, 59 partidos e coalizões políticas se apresentaram para concorrer às eleições. Um marco num país governado durante décadas pelo extinto Partido Nacional Democrático.

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Política

A Retirada das Tropas Americanas do Afeganistão

A Retirada das Tropas Americanas do Afeganistão Texto: Olavo Diniz Ilustração: Daniel F. Luizari / arquivo

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presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou recentemente a retirada total das tropas americanas do Afeganistão até o final de 2011. O plano do presidente americano é de que os soldados estejam em suas casas para celebrar o natal juntamente com suas famílias. O plano prevê que apenas 150 soldados permaneçam no país para efetuar a proteção da Embaixada Americana e finalizar o treinamento das tropas locais. É justamente aí que começam os problemas. Dez anos atrás o mundo presenciou o maior ataque terrorista da história no coração financeiro dos Estados Unidos e do mundo. O ex-presidente George W. Bush respondeu rapidamente com uma incursão militar no Afeganistão. Dois anos depois foi a vez dos Estados Unidos liderarem uma coalizão na invasão do Iraque, sob a alegação de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa (ADM). O plano inicial previa poucos meses de combate e uma vitória fácil das tropas americanas, bem treinadas e municiadas, frente a um exército com táticas arcaicas. Porém, na prática Revista Très - Novembro / 2011

o que se viu foi uma autêntica tática de guerrilha por parte dos Iraquianos, que, com o passar do tempo, começou a minar o exército americano. Os Estados Unidos estão revivendo as experiências traumáticas do Vietnã. Isso me leva a perguntar por que então

ataque terrorista. E olhando por esse lado os resultados tem sido positivos, pois os americanos não sofreram mais ataques terroristas em seu solo, desde 2001. O plano previa a eliminação da rede terrorista Al-Qaeda, através do intenso bombardeio de seus campos de treinamentos no Afeganistão e da captura de seu líder, Osama Bin Laden, responsável direto pelos atentados de 11 de Setembro de 2001, além de derrubar o regime Talibã, que amparava a rede terrorista. Mas Os Estados Unidos por que então Bin Laden só foi enconestão revivendo trado e morto dez anos depois em uma as experiências casa no Paquistão? A resposta é que, apetraumáticas sar da resposta militar americana ter sido do Vietnã. rápida em 2001, ela não foi forte o suficiente, pois num primeiro momento – o eles resolveram enviar mi- mais crucial - apenas pequenos continlhares de jovens à morte? A gentes de fuzileiros navais e tropas espeprincipal resposta é a de ciais entraram no Afeganistão, sendo que que eles estariam prote- o país é dotado de um vasto terreno com gendo o país de um futuro milhares de montanhas e esconderijos


plano previa uma ação militar preventiva em países cujos governos eram contrários não só interesses americanos, mas também ao mundo ocidental com democracias capitalistas. Os neoconservadores chegaram á conclusão de que essa seria a melhor forma de garantir a paz mundial, agindo sobre o velho lema que Albert Einstein certa vez propagou, “se você quer paz, prepare-se para a guerra!”. O lema da política exterior americana durante os oito anos do governo Bush (2001- 2008) foi de Regime Change, Mudança de Regime. E pior, os Estados Unidos rapidamente se Dez anos depois, a viram entre duas frentes de análise da situação do guerra, em uma situação Afeganistão – e também militar delicada. a do Iraque - é a de que, apesar de ter sido benéOriente Médio. Entre eles estavam Paul fica para a população local Wolfowitz e Donald Rumsfeld, duas figu- a derrubada dos regimes ras que ocupariam anos mais tarde os opressores, a chance da principais cargos na Secretaria de Defesa, implantação de um regime no segundo mandato do ex-presidente. O democrático livre, capitaentre cavernas. Em mais de uma ocasião, Osama conseguiu escapar por entre os dedos dos americanos. Enquanto as tropas americanas derrubavam o governo Talibã, Bin Laden conseguia fugir. E a invasão do Iraque? Bem, como sabemos não foi encontrado nenhum vestígio sequer de uma ADM. E pior, os Estados Unidos rapidamente se viram entre duas frentes de guerra, em uma situação militar delicada. Os meses de luta se tornaram anos e a tão sonhada vitória foi ficando cada vez mais distante, já que a morte de Saddan Hussein e a derrubada do Talibã não foram suficientes para esmorecer o inimigo ameriano. Durante o governo do ex-presidente George H.W Bush (1990-1993), os neoconservadores elaboram um plano de mudança geopolítica para a região do

Não deixa de ser um paradoxo, os Estados Unidos que invadiram para “libertar o povo” e trazer a democracia, agora se vejam presos para manter a ordem.

lista, duradouro é de quase zero. Muitos fatores como a cultura, divisão de tribos e a falta de tradição democrática contribuem para isso. É exatamente por esse motivo que, mesmo após as “vitórias” militares os Estados Unidos ainda mantêm milhares de tropas nesses dois países. Não deixa de ser um paradoxo, os Estados Unidos que invadiram para “libertar o povo” e trazer a democracia, agora se vejam presos para manter a ordem. Esqueceram-se de fazer a lição de casa. A decisão do presidente Obama foi mais política do que técnica. Caindo cada vez mais nas pesquisas, principalmente por causa do péssimo momento vivido pela economia, e com uma tentativa de reeleição daqui a um ano, ele tomou a decisão de retirar as tropas. Ainda é muito cedo para saber se ele conseguirá se reeleger. O que se pode garantir é que, sem a presença americana, o Afeganistão irá mais uma vez se tornar terra fértil para a proliferação de redes terroristas.

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Fumantes apresentam mais dores nas costas

Saúde

Fumantes apresentam mais dores nas costas

É Por: Dr. Gabriel Quialheiro Ortopedista Fotos: Amanda Carvalho / arquivo

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sabido que o hábito do tabagismo pode trazer inúmeros malefícios à saúde. Muito se estuda sobre sua relação como fator de risco a doenças cardiovasculares, pulmonares e câncer. Pesquisadores do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional fizeram um estudo de revisão ( metanálise ) para verificar a relação entre o tabagismo e a ocorrência de dores lombares. O estudo foi publicado na revista American Journal of Medicine, em janeiro de 2010, sendo avaliados 40 estudos anteriores a fevereiro de 2009, abrangendo 300 mil adultos e adolescentes. Foi constatado um risco de 31% maior para dores lombares entre os fumantes em relação aos não fumantes. Outra conclusão: os jovens fumantes foram mais predisponentes a sentir dores lombares que aqueles que nunca

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fumaram. Além disso, verificou-se a ocorrência maior de dores intensas entre os fumantes jovens e a não ocorrência desse fato entre os adultos. Este estudo concluiu, enfim, que o tabagismo está associado ao risco de dor lombar, embora não se conheça a verdadeira relação entre o tabagismo e as dores lombares. Existem algumas teses, como redução do suprimento vascular à coluna, aumento do risco de osteoporose e o aumento da circulação de substâncias tóxicas e inflamação pelo organismo. Com certeza, parar de fumar é a decisão mais importante para a saúde de todos.


O famoso quem

Quem

O famoso

Très: Família? Zilá: Tenho dois filhos. A Mariana, de 22 anos e o Guilherme, de 23. Très: Prudentina? Zilá: Sim. Très: Graduou-se em algo? Quando e onde? Zilá: Fiz magistério em Prudente, que acabei em 1984. Très: Exerce sua profissão? Se não, por quê? Zilá: Não, porque descobri que era apaixonada por vendas. Très: O que mais gosta de fazer? Zilá: Gosto de ficar em casa com meus filhos e meu cachorro. Foto: Amanda Carvalho

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uem é cliente há anos da loja Sprint e é, hoje, da Mmartan, na Washinton Luiz, já reparou na simpatia e beleza de Zilá. Trabalhou 20 anos na primeira loja e há 2 anos e meio, como gerente da segunda. Zilá fez magistério, mas durante esse período descobriu sua paixão por vendas, quando, segundo ela, vendia livros para colegas. Ela se diverte com a entrevista: Très: Nome completo: Zilá: Maria Zilá Trevisan

Très: Algo consegue deixá-la de mau humor? Zilá: A injustiça (principalmente com os animais). Très: Uma mulher forte que admira no mundo e uma mulher brasileira. Zilá: A Lady Di e a Zilda Arns. Très: Uma música inesquecível. Zilá: Acaso, dos Paralamas do Sucesso. Très: Uma frase. Zilá: “Nada é por acaso. Para tudo sempre existe uma razão.” Novembro / 2011 - Revista Très

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Gastronomia

Brioche

Brioche

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Por: Bien Gourmand Gastronomia / Foto: Amanda Carvalho

s brioches são pães de massa leve, macia, que derretem na boca! O cheirinho que sai do forno é irresistível! Conta a história que o brioche foi o primeiro pão fermentado a levar açúcar em sua massa. Além disso, é composto também de manteiga, sal, ovo e farinha. Todos esses simples ingredientes, junto com a técnica perfeita, fazem o sucesso dessa delícia. Quanto à forma, pode ser elaborado como uma empada, com ou sem uma pequena bola em cima. Pode ser doce ou salgado. Recheado com frutas secas, queijos, funghi, embutidos, ou só a massa, sem recheio algum. O local de nascimento do brioche Revista Très - Novembro / 2011

ainda é uma questão que causa discussões. Uma das versões diz que foi criado pelas mãos de um pâtissier italiano chamado Briocchi. A outra diz que foi criado na região de Brie, terra riquíssima na produção de trigo, mais precisamente em Saint Brieuc, daí o nome brioche, já que os habitantes são chamados de “briochins”. Outros acham que veio da região francesa de Champagne-Ardenne e Lorraine. Um fato bastante conhecido sobre o brioche é o que fala de Maria Antonieta, mulher de Luís XVI, rei da França, às vésperas da Revolução Francesa. Teria ela dito com a arrogância da monarquia decadente, em meio a uma manifestação do povo por melhores condições de alimentação: “Se o povo está com fome e não tem pão, que comam brioches”. Frase de deboche e ironia, já que o brioche era consumido apenas pelos nobres da época. Com o tempo, o brioche foi se popularizando, ocupando lugar não apenas nas mesas francesas, mas de todo o mundo. Hoje é fácil encontrar essa delícia em padarias, cafés e restaurantes. Bon appétit!



Um pouco mais

Adão Francisco Conheça um pouco da arte deste artista mineiro, que aos 81 anos encanta com suas obras Texto: Roberto Bertoncini Fotos: Paulo Brazyl

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ascido em 12 de agosto de 1930 na cidade de São Francisco, Minas Gerais, o artista reside atualmente em Martinópolis. “Seu Adão” como é conhecido, é autodidata. Em 1966, ainda em Minas Gerais, começou a fazer curso de desenho por correspondência pela Escola Pan-americana de Arte. Na mesma época exerceu o ofício de tintureiro, marceneiro, carpinteiro e pedreiro. Atualmente se dedica a ensinar pintura para um grupo de terceira idade na cidade de Martinópolis. Sobre duas características sempre apontadas na obra do senhor Adão eu não me ocuparei: o uso da cor e o seu suposto primitivismo, temas já detalhados à exautão por seus analistas. Quero, com a permissão das musas da arte e do próprio senhor Adão, buscar respostas à pergunta: o que é arte? A ideia do quadro, recorte estático de uma atividade temporal, sobrevive no universo artístico de grande pirotecnia? Qual a pertinência de uma imagem gerada num determinado tempo e que o transcende, tornandose uma leitura de todas as épocas? Esse sobreviver e transcender ao tempo é a primeira das imposições do que chamamos objeto artístico e essa exigência aparece Revista Très - Novembro / 2011

Adão Francisco


nas obras do senhor Adão com o brilho e a vivacidade de um trabalho recém completado e que, no entanto, foram compostas há mais de trinta anos. Imagens que não envelhecem, não desbotam, ao contrário, ganham novos sentidos e a perspectiva de novas explorações. Outra característica tão buscada pelos que se aventuram na arte da pintura é a conquista do que se convencionou chamar de estilo, batalha árdua para alguns que apenas respondem a modismos. Desde o primeiro trabalho que vi do senhor Adão, esta questão já aparece resolvida, numa poderosa linguagem pessoal, pela qual seus quadros dialogam uns com os outros, estabelecendo novas pesquisas e buscas, usando como material tudo o que é sabido e conhecido, não como uma referência, mas como domínio de uma linguagem que sempre lhe permite alcançar muito mais. E o universo visual apresentado, de onde vem? Aí, a outra característica da grande arte aparece. O senhor Adão “não pinta o visível, ele torna visível o que sempre existiu e só estava esperando o artista recuperar do limbo dos tempos e dar-lhe a nova forma” (Paul Klein). Essas características não reduzem a discussão inicial sobre o que é arte ou não. Mas é possível apontar aqui outra característica fundamental: o trabalho do senhor Adão nos brinda com alegrias, descobertas e prazeres, apresentando-nos um momento sublime do homem redescobrindo e recriando o seu tempo e o seu espaço.


Editorial de Moda

Editorial de Moda AltoVerĂŁo 2012

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Editorial de Moda AltoVerão 2012 As cores da orla, refletidas no azul oceânico e infinito.Uma estamparia que se confunde a um tropical cenário de verão unicamente brasileiro. A perfeita integração produto/ambiente. Vontade de nadar entre peixes-voadores. Ali, apenas ela e o sublime. Foi no paraíso de Ilha Bela, que o fotógrafo Carlos Braga, especialmente para a Revista Très, realiza este belíssimo ensaio. Edição de moda Giuliano Mazeti e Leonam Dantas Produção de moda e figurino Loja Dhuo

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Editorial de Moda AltoVerão 2012

Making Of Ficha Técnica Conceito e arte: Giuliano Mazeti e Leonam Dantas Fotografia: Carlos Braga – Agência Raro! Modelo: Malana – Agência Elite Produção: Michele Braga, Rodrigo Braga e Tiago Levorato Locação: Ilha Bela-Hotel DPNY Calçados: Exclusiva

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Passou por Aqui

Passoupor Aqui

Circo Da Vinci Texto: Claudia Junqueira

Fotos: Amanda Carvalho

O Sesc Thermas trouxe a Presidente Prudente, no dia 13 de outubro, a atração internacional “Circo Da Vinci”, de Córdoba, Argentina. A trupe, formada por 17 integrantes, veio à cidade com 11 artistas, entre malabaristas, músicos, equilibristas, monociclos e palhaços. Conversando com Antuco Aldape, o vocalista, ele me conta que o circo-teatro independente, que em fevereiro de 2012 completa 10 anos de existência, começou em um galpão com um carro de música, onde faziam teatro com bonecos, malabarismo e, evidentemente, música, con-

tando sempre com um pequeno público. O “Circo da Vinci” formou-se a partir daí. À vezes juntavam-se vários grupos, em busca de cultura e arte para a população de Córdoba. Para eles, a música que cantam tem mais importância em si do que a apresentação. Compõem músicas próprias e possuem um álbum com 14 músicas chamado Hermosura, com 500 discos já vendidos. É a terceira vez que vêm a Prudente. Antuco diz que o melhor de trabalhar no circo é viver da arte, conhecer gente, viajar muito e levar cultura e alegria às pessoas. Além da Argentina, já fizeram shows no Uruguai e no Brasil. Para quem quiser acessar o álbum do Circo da Vinci, há o site http://circodavinci.blogspot.com/. Também estão no facebook , é só buscar. Revista Très - Novembro / 2011

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Carlos Castilho

Ócio criativo

Carlos Castilho Texto: Paulo Brazyl

Fotos: Carlos Castilho

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o espaço acolhedor de sua residência, iluminado pelo sol do oeste paulista e na companhia de seus gatos. Foi assim que Carlos Castilho recebeu a equipe da Très poucos dias depois da sua chegada de Portugal onde, entre bons vinhos e queijos, orientou seu olhar apurado para a produção de mais uma série de imagens com uma característica principal: sua fotografia é resultado de uma imersão, seja no cotidiano das ruas, seja no cotidiano das pessoas. Nascido em São Paulo em 1960, Castilho ingressou na carreira jurídica em 1992 e atualmente ocupa o cargo de Juiz Titular da Primeira Vara Civil de Presi-

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dente Prudente. Quanto à fotografia, ele mesmo a define como “uma essência pertencente à área da comunicação, orientada pela fixação do homem, tanto pela apreciação, quanto pela produção de imagens, originadas nos casuais registros familiares e que, por vezes, se multiplica em um interrelacionamento entre o agente (fotógrafo) e o reagente (pessoa ou cena fotografada) nas mais diversas formas”. A expansão do acesso aos equipamentos fotográficos tem permitido uma experiência ímpar no cotidiano das pessoas, aquecendo o debate em torno do fazer fotográfico. A visualização instantânea, após a captura e as infinitas formas de compartilhamento das imagens, talvez não tenham inventado ou banalizado nada nessa área. Pelo contrário, talvez tenham apenas proporcionado uma vazão ímpar que além de potencial-

izar o acesso, rompeu uma hierarquia tradicional mantida por décadas. Neste contexto, Castilho destaca que “o dia-adia na lida judiciária em que as paixões e fraquezas humanas são descortinadas na minha frente, creio que a fotografia veio humanizar o julgador. Hoje, a fotografia é parte da minha vida, me permite reflexão, pesquisa, introspecção e, acima de tudo, a interpretação do porquê de certas imagens e de sua força na formação e no desenvolvimento do indivíduo”. Quando provocado a opinar sobre a fotografia enquanto arte inserida no contexto sócio-cultural e político no mundo, mais especificamente em nosso país, a expressão de quem responde evidência, adiante do juiz e o do fotógrafo, o ser humano sensível à realidade e que admite ser “inegável que a aproximação do homem contemporâneo com a fotografia se dá pela agilidade com que a tecnologia de captura se desenvolve, mas que é preciso reconhecer que todos são capazes de registrar uma imagem, mas, existem aqueles que lhe dão vida e alçam à categoria de arte aquilo que eternizam pintando com luz. Uma coisa é inegável: todas as imagens falam; transmitem ideias e ideais de quem as fizeram. A interpretação, contudo, não é única. Ela está intimamente atrelada ao contexto sócio-cultural em que o interprete vive. Isso dá mais força às imagens, uma vez que são lidas muitas vezes de formas diferentes da proposta original. E é justamente esse olhar pessoal, não transmissível, que sutilmente diferencia este daquele fotógrafo. Por isso acredito que arte está além do aprimoramento técnico - é necessário viver a fotografia em sua ple-nitude, se permitir”.



Moda

MTP - Minas Trend Preview

MTP-Minas Trend Preview Fique por dentro do que rolou em um dos grandes eventos de moda do Brasil, em Belo Horizonte Texto: Catarina Cunha / Fotos: arquivo / Blog: www.catarinacunha.com

Para aqueles que acham que as únicas semanas de moda relevantes em nosso país são as do Rio de Janeiro e São Paulo, muito se enganam. Um outro lugar que vem se destacando nas últimas coleções é Belo Horizonte e é na capital mineira onde acontece o Minas Trend Preview. O evento que sob curadoria do estilista mineiro Ronaldo Fraga, se consolida cada vez mais e vem conquistando seu espaço e credibilidade a cada coleção que passsa. Muito além do color blocking e das listras inspiradas nos anos 70, o Minas Trend Preview antecipa as tendências para o Outono/Inverno 2012. Quer saber quais são? A Très conta tudo!

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Sobreposições de peças mais pesadas, como casacos 7/8 e jaquetas estruturadas, surgem em meio a looks leves, com vestidos e camisas de materiais delicados, acompanhados de sandálias usadas com meias.

Maxicolares, acessórios com franjas e tramas compõem as peças, que nesta temporada surgem tanto prateadas quanto douradas. Misturas de canutilhos, pérolas e fios de metal formam coletes, echarpes e braceletes duplos.

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Formas amplas, transparências e muito brilho (o brilho aparece principalmente em calçados e acessórios), tornando os looks ideais para uma mulher elegante.

Saias de cintura alta e camisas levinhas foram combinadas com botas de cano longo e echarpes de pele. O mix de texturas, com ricos bordados e as estampas étnicas, acompanham muito bem o visual.


Silhueta ampla, mas Transparência e colafeminina com a cintura rinho abotoado bem marcada.

Nos acessórios, uma O couro, presente em cartela de cores com todo inverno permanece muito roxo, dourado, em 2012. caramelo, marrom, verde e azul escuro mesclados com píthon.

23 Setembro / 2011 - Revista Très


MTP - Minas Trend Preview

O plissado também vai continuar.

Definitivamente, sai de cena a onça e entra a píton!

Podem apostar também em uma produção com ares românticos, com silhueta da década de 20 e muita renda e cetim.

E para finalizar, reinando absoluto, o longo!

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Coluna Social

Bonjour

Coluna Bonjour Vem chegando o verão... A magia colorida da estação mais esperada do ano chegou com tudo em Prudente em outubro. Cidade cheia, noites deliciosas sempre movimentadas, inaugurações, cocktails.. Todo mundo já em clima de fim de ano, férias (aos estudantes), praia (aos sortudos) e muito trabalho ao, como diria a música de Seu Jorge, “trabalhador brasileiro”!

A empresária Priscilla Bernardes comemora 6 anos de sua bela grife, com um cocktail para amigos e imprensa no último dia 26 de outubro.

As amigas Desirée Terra, Camila Junqueira, Maria Júlia Silva e Teresa Cristina comparecem à festa de aniversário da boutique da amiga Priscilla Bernardes.

As sócias Carolina Cordeiro e Carolina Vendramini comemoram um ano de existência da loja Carolas, no Centro Empresarial. A loja é um charme, e as sócias e amigas, uma simpatia.

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A família do noivo de Cristina, Eduardo Pavarina, prestigiou a publicitária prudentina em sua festa. Na foto, Eduardo com o pai Antenor e as irmãs Adriana e Gabriela.

Viviane Audi e Priscila Poppi (agência Audi) foram parabenizar as “Carolas”.


Cristina Junqueira comemorou seu aniversário de 30 anos, onde ganhou de seus amigos e familiares um presente super bacana: grupo de pagode e os malacos do Tênis Clube, que animaram a tarde de sábado, dia 22.

Fábia Menezes, Michele Almeida, Camila Cordeiro e Juliana Mello também foram dar um beijo na amiga Cristina Junqueira.

Simone Cunha com sua mãe, a empresária e anfitriã da tarde, Dirce Zamora, em tarde agradável de lançamento de joias, no último dia 26 de outubro na Monalisa do Prudenshopping.

O charme de Bia Arruda no pagode e samba de Cristina Junqueira.

Jocyanne Padovan encantada com a nova coleção de joias da Monalisa, na tarde que reuniu muita gente elegante no Prudenshopping.

Dorisa Medeiros e a filha Maria Fernanda curtem o aniversário de 15 anos da filha em Cancún, no México. Foram no dia 15 e retornaram no dia 23 de outubro.

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Victor Hugo Silva e a namorada Graziele Zampoli prestigiam a família Olivatti em noite de inauguração de loja de colchões na cidade.

Família Olivatti inaugura a Casa dos Colchões na Manoel Goulart no último dia 27 de outubro. Na foto, Jacqueline Olivatti Pelagio, Maria do Carmo, Maurício, Juliana e Mariana Olivatti.

Na semana das crianças, o CNA realizou o Game Day, uma competição para arrecadar alimentos. Os vencedores foram Gabriel Camargo (1° lugar), Gabriel Rodrigues Ramos (2° lugar) e Felipe de Souza (3° lugar).

O CNA comemorou 10 anos em Outubro, e ao longo desse tempo realizou várias ações e eventos. Entre elas a Campanha do Agasalho, Páscoa Solidária (foto), Halloween e outros. Tati Correia, há quase 3 meses na bela Barcelona, Espanha, cursa um master em Desenho e Produção de Espaços na UPC. O diretor do Prudenshopping, Dilson Athia Filho, apresentou em outubro o projeto de expansão.

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Cláudia Cruz e Tiago Furlanetto em dia de lançamento de coleção alto verão na Cláudia Cruz calçados.



Um pouco mais

Anita Garibaldi - fibra e coragem

Anita Garibaldi

Fotos: arquivo

H Na manhã do dia 10 de agosto de 1849, crianças brincavam na Motta de la Pastorara, um campo arenoso de Mandrioli, na região de Ravenna, no nordeste da Itália. O cachorro que corria junto aos meninos estacou, passando a escavar excitado a areia fofa diante da descoberta diferente. Havia ali um corpo enterrado, numa posição lateral, com uma das mãos à flor da terra. Um dos lavradores que acudiu ao local disse depois: - Ce la donna che stava con Garibaldi!

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Fibra e Coragem

Texto: Milton Alvarez Alonso

á mais de cento e sessenta anos, Anita Garibaldi é tema de dezenas de livros, romances, biografias, óperas, filmes mudos ou sonorizados, estátuas, pinturas, além de dar nome a monumentos, ruas e cidades. No ano passado foi homenageada pelo carnavalesco Joãozinho Trinta, como tema de sua escola de samba, no Rio de Janeiro. Amada no sul do Brasil e reverenciada pelo país todo, essa mulher de fibra e coragem viveu entre nós num tempo sem nada, onde a luz da noite

provinha das fogueiras ou dos lampiões cuja chama se produzia com a gordura de animais, época em que a nação mal consolidara a sua independência de Portugal. Essa primeira e grande heroína nacional tornou-se um mito - sua vida a se misturar entre a realidade e a ficção. Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, conhecida como Anita Garibaldi, foi a combativa mulher do herói italiano Giuseppe Garibaldi. Nasceu em 1821 na aldeia de Morrinhos, subúrbio do município de


Laguna, em Santa Catarina. Com a morte do pai, casou-se com Manuel Duarte Aguiar, um sapateiro da cidade. Era o ano de 1835. Um casamento arranjado e sem filhos. Ela estava com quatorze anos. Por esse tempo corriam pelo porto de Laguna e pelos mares de Santa Catarina notícias vindas da província do Rio Grande do Sul que falavam de um levante popular contra o governo imperial de D. Pedro II, liderado por um tal de Bento Gonçalves. A insurreição, que, primeiro, teve motivação meramente comercial, desdobrou-se logo para os anseios de libertação da província: buscava-se a fundação da República Riograndense, apartada do restante do país. Eram os farroupilhas, lenços vermelhos ao pescoço, quase sem armas, na Guerra dos Farrapos. Laguna, pela localização próxima ao Rio Grande, era um porto estratégico, concentrando, por isso, parte da armada imperial. Giuseppe Garibaldi nasceu em 1807 na comuna de Nizza ( hoje Nice, na França ). Aos 26 anos, depois de longas viagens pelo Mediterrâneo e pelo Atlântico, navegando como marinheiro, conheceu as ideias socialistas que corriam pelas sociedades secretas e os ideais de libertação da Itália do jugo austríaco. Logo engajou-se nas fileiras da Juventude

Essa primeira e grande heroína nacional tornou-se um mito.

Italiana, tomando parte na insurreição de Gênova, que fracassou. Condenado à morte por uma corte genovesa, refugiouse em Marselha, chegando à Tunísia e logo depois ao Rio de Janeiro. Com 28 anos iniciava seu primeiro exílio.

Residiu algum tempo na capital do império brasileiro, onde foi membro da Congrega della Giovine Italia. Com alguns compatriotas, tomou uma embarcação para transformá-la em navio a serviço da República Riograndense. No caminho para o sul, atacaram um barco austríaco e trocaram de navio com seus ocupantes, rebatizando a nova embarcação, bem maior, de “Farroupilha” Entre os farroupilhas, com as mesmas ideias libertárias e com os conhecimentos que tinha sobre navegação e construção naval, Garibaldi foi encarregado da construção de dois barcos. Um trabalho árduo, já que todo o material tinha que ser extraído da região: couro, madeira e ferro para a fabricação das peças. Era impraticável pôr-se ao mar e ficar frente a frente com a frota do império. Com Bento Gonçalves, Garibaldi arquitetou e realizou então o seu projeto mais audacioso: conduzir por terra dois navios bem equipados, puxando-os até Laguna e, de surpresa, chegando por trás, tomar o porto estratégico. Oitenta e seis quilômetros entre colinas, charcos, terreno arenoso e salino separava Garibaldi de seu destino. Em meio a vivas e palmas, partiu a estranha expedição da Lagoa dos Patos em direção às praias do Tramandaí: duas embarcações “navegando” sobre a terra, puxadas por bois e pela alma das tripulações. Depois da penosa viagem, reparados os barcos, a “frota” foi lançada ao oceano sob a bandeira da República Riograndense. Por má sorte um dos vasos, o Farroupilha, na passagem pelo Cabo de Santa Marta, naufragou. No outro navio, o Seival, Garibaldi empreendeu a célebre tomada de Laguna para proclamar ali a capital da República Catarinense, chamada também de República Juliana. Giuseppe Garibaldi, no mesmo dia da

Com Bento Gonçalves, Garibaldi arquitetou e realizou então o seu projeto mais audacioso

capitulação do inimigo, em plena glória do triunfo, percorria com sua luneta o casario à volta do porto. Em dado momento voltou o foco para uma janela - lá estava uma jovem de cabelos negros, faces rosadas, a olhar como que extasiada para o grande barco com a bandeira da República Riograndense.

Giuseppe Garibaldi

Aventureiro, dado às conquistas amorosas pelo vasto mundo que percorrera até então, não conteve a curiosidade

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Anita Garibaldi - fibra e coragem

Apaixonada, seguiu com aquele homem por todas as batalhas que a vida havia lhe reservado.

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encantado com beleza daquela mulher. No mesmo dia, foi bater à casa da linda jovem, dei-xando o fato registrado em suas memórias: Apaixonada, seguiu com aquele homem por todas as batalhas que a vida havia lhe reservado. Houve muita agitação na família e pela cidade toda, ela que era uma mulher casada - situação inimaginável para a época. Entusiasmada com os ideais democráticos e liberais de Garibaldi, aprendeu a lutar com espadas e a usar armas de fogo, convertendo-se numa guerreira destemida a enfrentar homens e emboscadas, sem cansaço, como que possuída por uma chama sem fim. Durante uma das muitas lutas que enfrentaram, a de Curitibanos, Anita foi capturada pelas forças que representavam o império brasileiro. Estava grávida do primeiro filho. Enganada pelos captores que lhe falavam da morte de Garibaldi nos campos da guerra, ela, na distração do inimigo, saltou sobre um cavalo e fugiu mato a dentro, sumindo entre a vegetação e o terreno acidentado. Após atravessar a nado o rio Canoas e passar alguns dias a vagar pela floresta, sem água e comida, avistou ao longe um clarão de fogueiras - eram revolucionários como ela que a conduziram, em seguida, até o seu amado. Em 16 de setembro de 1840, nasceu o primeiro filho do casal, um menino, a quem chamaram de Menotti. Com o esmorecimento da campanha farroupilha frente à forte adversidade imposta pelas forças legalistas, o casal seguiu, em 1841, para Montevidéu impulsionado por amigos que lutavam contra o Revista Très - Novembro / 2011

ditador uruguaio Fructuoso Rivera. Viajaram a cavalo por quase 800 quilômetros, o filho Menotti ao colo da mãe. Casaram-se em terras uruguaias em 1842 e por lá ficaram até 1847. O casal teve mais três filhos: Rosa, morta com dezoito meses, Teresita, e Riccioti. Após a participação nos conflitos uruguaios, Anita viajou para o velho mundo, enviada para a Itália para preparar a chegada do marido e uma tropa de mil homens que participariam das guerras de unificação da nação italiana. Anita transformara-se numa lenda nos campos de batalha de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A primeira e grande heroína do Brasil. Uma lenda nas lutas vitoriosas de libertação do povo uru-

cas. Obrigados a bater em retirada, o casal foge acompanhado de um exército de quase 4.000 soldados. São perseguidos por forças de 30.000 homens, franceses, napolitanos e espanhóis. Durante a fuga por mais de quatrocentos quilômetros, chegam a San Marino. Os companheiros que ainda estavam com eles não chegavam a 500 soldados. Anita, grávida de cinco meses, já sem forças para continuar sobre o cavalo é carregada pelo marido. Havia contraído o tifo, doença que grassava pelo mundo. Morreu Anita no dia 4 de agosto de 1949 nos campos de Ravenna, bem segura nos braços de seu amado. Tinha 28 anos. Foi enterrada ali mesmo, às pressas, em face do inimigo que já se aproximava. Anita Garibaldi, heroína de dois mundos como é conhecida, está sepultada ao lado do amado na colina de Gianicolo, em Roma, sob guaio, por quem é reverenciada até hoje. estátuas imponentes. Nem Na Itália, a jovem, com os três filhos ao a morte separou os dois. redor, foi aclamada como grande senhora, mulher do herói Giuseppe Garibaldi. Bibliografia consultada: Anita GariDeixando os filhos com amigos e baldi: Guerreira da Liberdade, Adilcio parentes do marido, Anita seguiu com Caldorin, editora Best Seller Garibaldi para Roma. Queriam a fundação Anita Garibaldi, uma Heroína Brada República Romana. A cidade, contudo, sileira , P aulo M arkun , editora é atacada por tropas francesas e austría- SENAC


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Artes

Artes

Local, Nacional e Mundial

Local • Para os amantes do blues, no dia 15, às 16h, quarta-feira, no Sesc Thermas, acontece o “Blues The Ville”. Já no dia 19, às 16h, tem música instrumental com o Quarteto Carlos Malta, de São Paulo. No dia 26, às 16h, tem música celta com Terra Celta, de Londrina, uma mistura de rock, MPB, folk, moda de viola e outros.

• Para a criançada e amantes do teatro infantil, o Sesc Thermas preparou uma programação especial: Dia 13, domingo, às 13h, tem “Contos de Fadas Deu a Louca No Reino”. Dia 20, às 13h, tem “Jarbas e a Formiga Aurora” e no dia 27, às 13h, o “Incrível Exército de Fósforos”.

•Acontece entre os dia 4 e 13 de novembro, em Prudente, o 2º Salão do Livro no Matarazzo, com as salas abertas de segunda a sexta, das 9h às 22h, e sábado e domingo das 10h às 22h. A entrada é franca. Além do incentivo à leitura, com escritores locais e nacionais, haverá inúmeras atrações, tanto para o público adulto como infanto-juvenil, música, teatro, mostra de curtas e outras atrações.

• Do dia 18 ao dia 30 deste mês, na sala de Exposição do Centro Cultural Matarazzo, haverá a exposição de telas “Sejam bem vindos!”, da artista Odete Pereira. A mostra é gratuita e o horário de visitas é de segunda a sábado, das 8h30 às 22h, e aos domingos, das 10h às 22h.

• Dias 11, 18 e 25, sextas-feiras, das 8h às 10h, na sala de Cinema Condessa Filomena Matarazzo, tem o Projeto Sextas Musicais. A música na suas mais diferentes formas de expressão como parte do cotidiano da sociedade. Projeções de DVD’s com concertos, shows musicais, documentários, filmes, recitais, óperas etc.

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Nacional •

Para quem é fã da Britney Spears e tem dinheiro sobrando, o show dela em São Paulo será no dia 18 de novembro, ao preçinho camarada de R$ 600,00. O show será na Arena Anhembi. As entradas para a pista comum são mais baratas e podem ser compradas pelo site da Tickets for Fun pelo preço de R$ 225,00. No Rio, o show será no dia 15 deste mês.

• A 6ª Bienal de Curitiba está aberta ao público e per-

manece na cidade até o dia 20 deste mês, com obras de mais de 80 artistas de 37 países dos cinco continentes. Os horários são de terça a sexta, das 9h às 12h, e das 13h às 18h, e sábados e domingos, das 12h às 18h. O evento é gratuito. O site é o http://www.bienaldecuritiba.com. br/2011/home

Começou no dia 12 de outubro e vai até o dia 24 deste mês a comédia de Mário Prata, com direção de Bomtempo: “Besame Mucho”, no Teatro dos Grande Atores no Rio de Janeiro. Site da peça: www.grandesatores.com.br

• Para os amantes do cinema espanhol,

na capital do país, Brasília, vai até o dia 10 de dezembro uma exposição de cinema com essa temática: “Uma crônica visual”, uma trajetória do cinema espanhol muito interessante. É no Espaço Cultural Instituto Cervantes. Site http://brasilia.cervantes.es/es/default.shtm

Mundial • Em Londres, entre 14 e 21 de novembro,

• A Exponatec Cologne 2011, em Colônia, na Alemanha,

• Do dia 20 ao dia 27 de novembro, em

• Na capital espanhola, Madri, do dia 19 ao dia 27 deste

acontece o Winter Fine Art & Antiques Fair, Olympia 2011, que é considerado uma das mais importantes feiras anuais de artes e antiguidades. O site oficial é o http://www.olympia-antiques.com

Amsterdan, acontece o PAM 2011, que é há 25 anos uma feira de artes moderna e contemporânea, antiguidades e design. Em 2010, o PAN atraiu 46.129 visitantes, jovens e idosos, entusiastas da arte, artistas plásticos e críticos de artes. O site oficial é o http://www.pan.nl/

é uma feira de museus para a Europa. Ocorre do dia 16 e ao dia 18 de novembro. A mostra centra-se na interface entre o presente e o futuro, entre usuários e provedores de soluções, entre o diálogo e os negócios. O site oficial é o http://www.exponatec.com/en/exponatec/home

mês, ocorre o Feriart 2011, que é uma grande feira de artes e antiguidades. Grande ponto de encontro dos amantes das artes plásticas e pinturas de todos os tempos, principalmente renascentista e medieval, e de autores contemporâneos de prestígio internacional. Não possui site oficial.

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Ensaio Fotográfico - Brinquedos

Ensaio Fotográfico

Ensaio Fotográfico Brinquedos

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Depoisdas 10 horas da manhã, cada pescador gasta o dia como quer. Antes disso, o que se assiste na antiga vila – hoje balneário turístico – de Shangri-lá, no litoral norte do Paraná, é uma simbiose entre homens, canoas e o mar. No fundo, é o oceano que oferece o meio de vida, mas nada vem de graça. É preciso suportar o peso das massas de águas que jogam as embarcações de um lado a outro como se fossem brinquedos. Brinquedos de gente grande. Este ensaio é resultado de viagens sucessivas desde 2007. Sete fragmentos do cotidiano e da dinâmica das relações dos pescadores com a natureza e sociedade em nome do sustento da família e manutenção da cultura.

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Ensaio Fotográfico - Brinquedos

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Ensaio Fotográfico - Brinquedos

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Ensaio Fotográfico - Brinquedos

Making Of Roberto Mancuzo Roberto Mancuzo Junior é jornalista e mestre em Comunicação Visual pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Além de professor do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente (Facopp), da Unoeste, é também fotógrafo amador e pesquisador. Procura estudar a natureza do ato fotográfico, seu uso jornalístico e intervenção na sociedade para compreender como o mundo e seus atores são apresentados, construídos e desconstruídos ao sabor das necessidades do próprio homem. É corintiano, casado com Carol e pai da Maria. Fotos e Texto: Roberto Mancuzo Fotos Making Of: Carlos Henrique Mancuzo

Fotos: Camila Rotta Produção: Clarissa Taube Luz Modelo: Anna Eliasson (suécia) Texto: José Carlos Pacheco Cenografia: Camila Rotta Assistente de fotografia: Wesley Roque, Claudia Junqueira, Guilherme Camarini e Amanda Carvalho Making off: Amanda Carvalho Colaboradores: Colcci - Ellus - Mystery - Maison Castelo Novembro / 2011 - Revista Très

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Um pouco mais

Esperto era Newton que encontrou a maçã

Esperto era Newton que encontrou a

maçã Texto: Marcelo Lebedenco Ilustração: arquivo

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unca se viu tantas empresas sendo criadas em um período tão curto nos últimos anos. As maiores e mais valiosas marcas e que são sinônimo de evolução e desenvolvimento já foram status e se consolidaram rapidamente em um mercado de necessidades, pinçadas cuidadosamente, nos detalhes, de uma geração que se transforma depressa por qualquer motivo, seja ele qual for. Dentro desse turbilhão de ferramentas e novas soluções, estão os líderes, que são responsáveis pelo impulso dessa tempestade coberta de variações. Um deles partiu há alguns dias atrás, Steve Jobs. Um verdadeiro amante da tecnologia, Jobs era obcecado pelo design, desde sua busca pela embalagem perfeita até o som de click dos fones de ouvido do iPod, que tomou muito tempo dos engenheiros da Apple. E o resultado? Foi bom? Não, não foi bom, foi perfeito. A preocupação com coisas insignificantes e que ninguém daria a mínima atenção, fizeram o grande rei da cadeia alimentar tecnológica. Ele é o rei dessa selva e não foi por menos que optou por esse animal para dar nome ao seu novo sistema operacional, o Lion. Ser um leopardo já não era o suficiente. Ele queria mais. Ser forte, mais

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hábil, agressivo. Um rei. Na concepção do branding, Steve vivia um drama, apesar de criar sem parar: o mercado tinha lá suas regras, porém, ele não sabia o que isso significava. Esse mesmo mercado passou a mudar por ele. Os investidores que nunca se preocupavam com o retorno vindo da Apple, já mostram suas garras depois da morte do grande criador. Eles desejam os resultados da pós-era. São como hienas famintas e que saem do esconderijo depois da queda do rei. Os 11 gestores querem um pagamento em forma de recompensa por sua “lealdade”. Dentro dessa selva, um nome pode significar tudo. Nesse caso, o de Steve Jobs era a viga mais forte, a árvore mais velha. Tanto que o sucesso dos respectivos produtos da Apple ou aparições e novas apresentações só tinham o mesmo brilho com o toque do Rei Midas. Mas vale a pena apostar em um nome na hora do branding? Muitos acreditam que sim, fazendo valer a velha frase: “quando um verdadeiro artista morre, suas criações passam

Na concepção do branding, Steve vivia um drama, apesar de criar sem parar: o mercado tinha lá suas regras

a ser obras de arte.” Podemos citar Alexander Mcqueen, que deixou seu legado a Sarah Burton e que adquiriu sua essência pelo tempo de convivência, amizade e trabalho. E onde estão os resultados? A marca mais comentada em redes sociais e avaliada como a de maior sucesso no último ano. Será que a morte é uma das peças que compõem o branding? Mudando de assunto, mas não o desviando do foco, certa vez estava assistindo a estréia de um filme apocalíptico, desses

que duram 3 horas de muita destruição, mortes e finais irreais. Pergunteime sobre o porquê da indústria do cinema lucrar tanto com esse tipo de longa-metragem. Entendi que toda a euforia tem um fundo negativo. O ser humano tem a necessidade de presenciar o seu fim. São desastres, medos, inseguranças. Isso tudo chama a atenção e a decadência de nomes que sustentam suas necessidades diárias, seja com produtos tecnológicos ou qualquer outro é interessante para ser dissecada e descoberta. O branding é assim. Não é feito somente a partir de dados concretos, a questão é sobre o que vivemos, o que sentimos e o que queremos em comum. Pode ser que Steve Jobs nunca tenha existido para algumas pessoas, mas sua identidade e o tal “campo de distorção da realidade”, afetou esse público que se diz imune a qualquer influência do dono da maçã, no ponto certo. Na sua demagogia. Esse é o branding em sua melhor forma. Astuto e nem sempre eficaz como esperamos. Mas e você? Vai apostar em um branding ou prefere esperar? Newton é quem diria.

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Cinema

Dicas de

Dicas de filmes

Filmes

Confira: um filme imperdível, e um lançamento nacional incrível.

Textos: Guilherme Nabhan / e-mail: guilherme_nabhan@yahoo.com.br Fotos: arquivo

Desventuras em Série Gênero: Comédia Classificação: 10 anos

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esventuras em série, um dos meus filmes preferidos, foi lançado nos cinemas em 2004. Dirigido por Brad Silberling (Cidade dos anjos-1998) e com a mesma equipe de arte e fotografia recorrida por Tim Burton em seus filmes, o filme surgiu de uma coleção de livros escrita por um americano, Daniel Handler, cujo pseudônimo, Lemony Snicket, prova ainda mais a sua capacidade de despertar a curiosidade, usando do humor e sarcasmo para conversar com crianças e adultos. O interessante também é que a leitura da série, com vários exemplares, é instigante e viciante, o que pode ser ótimo para baixinhos que torcem o nariz na hora de ler um livro. Os 3 primeiros exemplares foram traduzidos no filme que conta a trajetória de 3 crianças muito espertas e talentosas que, por um “acidente”, têm sua casa atingida por um incêndio e acabam ficando órfãos, tendo de morarem com um parente próximo, no caso o malvado Conde Olaf interpretado com genialidade pelo mestre das caras e bocas, Jim Carrey. O filme

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tem aventura do começo ao fim, com passagens entusiasmantes, retratando uma história emocionante, com equilíbrio perfeito entre o bizarro e o rebuscado. Desventuras em série, com uma qualidade artística excelente, é um filme que não se assiste só uma vez e pode ser apreciado tanto por crianças como adultos. Em destaque no elenco: Jude Law na narração , Timothy Spall (Harry Potter) e também a grandiosa Maryl Streep, que não passa desapercebida com uma personagem muito divertida e bem construída. Como diz o próprio autor, em tom irônico: nos primeiros minutos de filme, se você quer assistir a um filme com fadas e uma floresta feliz, este não é um filme para você. Desventuras em série espera-o nas prateleiras das locadoras. Vale a pena!


O Palhaço Gênero: Comédia Classificação: 10 anos

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Palhaço, lançamento deste mês é o segundo filme dirigido pelo Ator e Diretor Selton Mello, foi lançado nos cinemas no dia 28 de outubro e já alcançou o segundo lugar nas bilheterias nacionais. Marcado por cores convidativas e uma fotografia linda de se ver, mostra a rotina do palhaço cercada pelo universo circense e a vida na estrada, o filme tem como ponto principal a crise vivida na história da família de artistas dos palhaços Puro sangue, interpretado com delicadeza e maturidade pelo ator Paulo José, e Pangaré, interpretado por Selton Mello. Amarrado em crises e dilemas vividos pelos personagens, o palhaço, segundo a crítica, é unanimemente um bom filme para se assistir, apesar de uma história com elementos subjetivos, aos quais não se tem total acesso e com alguns pontos fracos, quando trata de contar as insatisfações dos personagens, além da curta duração, o que impossibilita a profundidade no conhecimento dos personagens. Por outro lado, o diretor se mostra seguro por trás das câmeras e propõe movimentos ousados e cenas poéticas. Sobre o elenco , a meu ver, todos os atores foram felizes em suas interpretações, desde os mais experientes, com imagem marcada na história da atuação brasileira, como Paulo José, Tonico Pereira e Moacyr Franco, que fazem participações divertidíssimas, chegando até a encantadora menina, vivida pela pequena atriz Larissa Manoela. O Palhaço está em cartaz nos cinemas. Novembro / 2011 - Revista Très

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Um pouco mais

Augustino Sbizzera - O Andarilho

Augustino Sbizzera O Andarilho Desde 1972 em Prudente, o italiano conta como foi vivenciar a Segunda Guerra Mundial e escreve livro. Texto: Claudia Junqueira Fotos: Amanda Carvalho / arquivo

N A cidade de Pola, antiga Itália, hoje Croácia, onde nasceu Augustino Sbizzera.

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ascido no dia 30 de julho de 1936 em Pola, antiga Itália, hoje Croácia, Augustino Sbizzera é um homem que tem muita história para contar. Mora em Presidente Prudente desde 1983 com sua esposa, dona Marina, e tem dois filhos, Roberto, que mora em Manaus, que lhe deu a neta Roberta, e Renato, que mora no Texas, Estados Unidos. Sbizzera passou a infância e parte da juventude na Croácia, então Iuguslávia. Durante a segunda guerra mundial, por segurança, foi para a Itália, embora esta estivesse em litígio com a antiga Iuguslávia. Como seus pais eram italianos, não havia perigo de perseguições. Viveram um bom tempo em Verona. Após a guerra, como a Itália se encontrava em clima de instabilidade, outra mudança foi necessária: em 1951, a ONU enviou-lhes uma carta perguntando se gostariam de imigrar para outros países. Pensaram nos Estados Unidos, mas com a guerra da Coréia na época e com primos no Brasil, vieram para cá, precisamente em Regente Feijó, aonde chegaram em 1952. Seguiram primeiramente para o Rio de Janeiro, ficando na então capital da República por 6 meses. Em meados de 1955, Sbizzera conheceu dona Marina, com


quem se casou em 1958. Nesse mesmo ano veio com a mulher para Presidente Prudente. Em 1959, foram morar em Presidente Venceslau. Em 1972, voltaram a Prudente, quando compraram a casa onde vivem hoje, isto sem contar uma passagem por Andradina. Durante essas passagens pelo mundo e pelo Brasil, escreveu um capítulo de seu livro, com o título bem apropriado de “O Andarilho”. Uma coisa que incomoda Sbizzera é que, desde que saiu de Pola, na Croácia, ficou 30 anos com nacionalidade indefinida na carteira. Hoje, está registrado como Iuguslavo, embora se considera italiano, posto que seus pais são italianos.

Mussolini, e, mesmo assim, foi separado da família, chegando até aos campos nazistas de concentração. Tempos de sofrimento, prisões, paredões de fuzilamento, miséria, solidão. Quando saiu de Pola, em 1942, não havia comida e os alemães haviam levado as crianças e mulheres. No final do livro, relata que, às vezes, tem vontade de retornar aos locais de Pola para ver de novo o cenário de onde viu a guerra. Diz, no entanto, que não vale a pena, pois a guerra foi algo terrível. Sbizerra, conhecido aqui entre nós, em Prudente, como Agostino, é mecânico de automóveis. Quando pequeno, estudou em Verona numa escola industrial, localizada nas proximidades do monumento dedicado a Romeu e Julieta, personagens imortalizados pelo maior escritor inglês, Shakespeare. O livro conta a sua vida, da guerra até os dias de hoje, suas pescarias, viagens longas de carro pelo Brasil. Possui 143 páginas, divididos em 35 capítulos. Está pronto e revisado, estando à espera de um patrocinador para a sua impressão. Esse homem sofrido, carregado de Em 1951, a ONU histórias, escritor das horas vagas, cedeu enviou-lhes uma à Três, com exclusividade, o último capícarta perguntando tulo de sua obra: se gostariam Capítulo 35: Caminhos da Vida de imigrar para Percorri muitos caminhos até alcanoutros países. çar a minha velhice. Caminhos sinuosos, dificuldades, sofrimentos e pesadelos Sbizzera começou a estiveram presentes. Foi uma luta sem tréescrever um novo livro há gua, toda hora uma batalha, muitas vezes pouco tempo sobre sua levava vantagem, mas também lutava vida, chamado “Nascido em com desvantagem diante do inimigo. 30 de Julho”, com a ideia Foi uma guerra terrível, depois uma de contar um pouco de época de instabilidades. Eu olhava para sua história sobre a guerra o futuro e os pensamentos eram conque vivenciou quando fusos, entretanto coragem eu tive para pequeno. Seu pai guerreou enfrentar uma longa luta. Um jovem na África, como soldado de calejado e maduro pelos sofrimentos,

O livro conta a sua vida, da guerra até os dias de hoje, suas pescarias, viagens longas de carro pelo Brasil.

acostumado ao amparo da mama, mas depois sozinho. Aprendi a lutar com as minhas próprias armas, digo que foi uma luta sem trégua, batalha após batalha. Em função da necessidade de sobrevivência, já na infância aprendi a ser um lutador. Na guerra muitos dos mortos ao meu lado eram amigos e outros, desconhecidos. Percorri caminhos à procura de comida, um bem raro durante a guerra. Um mar revolto, um novo caminho a seguir, uma terra abençoada... Um dia a estrada foi se abrindo bem à minha frente e parecia que os caminhos se tornavam um pouco menos tortuosos, vi sinais de felicidade e, em seguida, acordei do sonho. Era um lindo sonho! O dia amanhece e o sol volta a brilhar, sinto as minhas forças fraquejando, será o começo do fim? No topo da montanha o meu olhar é para o caminho da decida - parece que será sem dificuldade-, mas as armadilhas da vida ficam de emboscada e agora o que será? Minhas lágrimas apagaram algumas vezes a poeira do caminho, lágrimas que germinaram sementes de flores, flores que deixaram os caminhos mais alegres, muitos pareciam como um jardim no paraíso onde somente os anjos devem passar. Estes foram os sonhos de quem almeja viver numa trilha de paz e felicidade, sonho de quem percorre as estradas da vida até o caminho da eternidade. Agostino Novembro / 2011 - Revista Très

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Música

Emir Kusturica

Emir Kusturica

Texto: Claudia Junqueira Fotos: arquivo

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ascido no dia 24 de novembro de 1954, em Sarajevo, na Bósnia, Emir Kusturica é cineasta, ator e músico, reconhecido mundialmente por participações em grandes filmes. Ganhou duas vezes a Palma de Ouro em Cannes. Em 1978, graduou-se em cinema na Academia de Artes de Praga e começou a produzir curtas para a TV da Iugoslávia Em 1998, foi premiado no Festival de Veneza pelo filme “Black Cat, White Cat”, cantando muitas de suas canções com a Orquestra “The No Smoking Band”. Dentre os vários filmes, Kusturica dirigiu um documentário na Argentina sobre Maradona, lançado na Itália em 2007 e exibido no Festival de Filmes de Cannes no ano seguinte. Revista Très - Novembro / 2011

Como músico, Emir é hilário. Suas músicas são a mais pura comédia, canções no estilo circense, divertidas, muito alegres. Um comediante na acepção do termo. Foi em 1984 que Emir gravou o seu primeiro álbum, “Das ist Walter”. Isso aconteceu na pequena Saravejo, depois de dois anos de performances ao vivo em pequenas salas de concerto. A sua banda, No Smoking Band, companheira inseparável, foi definida pelos críticos musicais como uma banda de rock. O álbum “Zenica Blues” chegou ao top list na Iugoslávia com mais de 100.000 cópias vendidas. A MTV não parava de anunciá-los. No mesmo período, a banda apareceu em uma série de TV, “Lista Top surrealista”, um noticiário falso que era, na verdade, uma sátira à política iugoslava. Em 1999, Kusturica, com a “No Smoking Band”, lançou o álbum “Unza, Unza Time”, produzido pela Universal Records, um sucesso que ganhou o mundo todo.

Suas músicas são cantadas tanto na língua natal, na Bósnia, como em alemão, inglês e vários dialetos bósnios, o que torna as canções ainda mais divertidas. As melhores músicas são: Unza Unza Time, Pitbull Terrier, Was Romeo Really a Jerk, Grüss Gott Trauer, Corfu, Drang Nach Osten e Lubenica. Discografia: 1 Black Cat, White 2 Chat Noir Chat Blanc 3 La vie est un miracle 4 L a vie est un miracle (bonus disc) 5 Live Is a Miracle in Buenos Aires 6 Time of the Gypsies 7 Unza Unza Time


Tacchino apresenta: A história do piano Conheça as origens desse famoso instrumento que emocionou gerações e é considerado o mais nobre dos instrumentos O piano deriva do italiano “pianoforte” e é amplamente utilizado na música ocidental, tanto nas grandes sinfônicas como nos pequenos grupos de jazz, para a performance solo e para acompanhamento. É também muito popular como um auxílio para compor. Embora não seja portátil e tenha um alto preço, o piano é um instrumento versátil, uma das características que o tornou um dos instrumentos musicais mais conhecidos no mundo. Em Presidente Prudente, a arte do piano é cultivada em alguns estabelecimentos, como o caso do restaurante Tacchino, que oferece às quartas-feiras, a partir das 19h, belos concertos a cargo de músicos do Projeto Camerata, revezando-se entre clássicos contemporâneos e eruditos. O piano do Tachino tem história. Entrevisto a Delza Delfim de Almeida, esposa de Paulo Almeida, proprietário do restaurante, contando que o piano veio da capital em 1947, há 64 anos. Hoje ele está restaurado, afinado, com as teclas todas de marfim, constituindo-se realmente numa relíquia. Delza diz que antigamente fazia parte da educação escolar a cadeira de música. Sua avó, Ana Maria França Barbosa, foi quem primeiro passou à família o gosto musical, o que levou sua mãe, Maria de

Lourdes França Barbosa Delfim, a ensinar aos filhos a arte do piano – este mesmo piano que enfeita o restaurante e que foi adquirido por seu pai, Dalton Delfim, como presente à mulher, a querida mãe que não perdoava aos filhos o erro de uma nota, usando sua autoridade com suaves croques em quem tropeçasse na partitura. Delza lembra ainda que a sua irmã Tereza foi a única que seguiu firme no curso de piano, formando-se no Conservatório Municipal Jupyra Marcondes. Os demais irmãos, como ela, ficaram nas apresentações caseiras, belos encontros que o tempo não apaga. Por fim, Delza completa que, depois da tentativa de aprender piano, estudou acordeom por cinco anos e, hoje, pretende voltar às aulas de piano, porque, o importante na vida é fazer as coisas que nos dão prazer – uma terapia para o espírito e o coração.


À procura de Deus: ponto de vista Espírita

Um pouco Mais

À procura de

Deus:

ponto de vista

Espírita Convidamos Solange Zambelli para falar um pouco mais sobre este tema

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eus, quando criou a todos nós, o fez de tal modo que, a partir de então, parece que Ele resolveu somente interferir na Sua criação através dos seus instrumentos criados pelo seu amor, ou seja, nós próprios. Cabe-nos evoluir para que possamos despertar em nós a condição de deuses com o intuito de atuarmos ao longo da eternidade, assim como evoluir para nos tornarmos mais e mais instrumentos de sua vontade. Se não evoluírmos, permaneceremos com as comportas do nosso espírito fechadas, impedindo assim que Ele possa agir através das potencialidades de que nos tornamos herdeiros, cuja permanência encontra-se adormecida em nossa alma. Segundo J.W. de Rochester, poeta e escritor do século 18, ou nos habilitamos moral e intelectualmente para que Deus possa agir sobre nós ou, simplesmente, Ele não agirá, pois seria redundante a

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criação de tantos possíveis deuses para agir em seu nome, ao mesmo tempo em que atua incessantemente, fazendo o que caberia a cada um fazer. Se Deus, tendo nos dado a semente de sua divindade, dela fosse cuidar, que méritos teríamos? O que fazemos muito, na crença de que seguimos o caminho das lei divinas, é orar pedindo ajuda para alguém que está próximo a nós, quando seria mais lógico e ético não rezar, mas nos dispormos, simplesmente, a ajudar, porque amparar o próximo nos transforma em instrumentos de Deus, que fica muito mais feliz em receber menos orações e mais resultados concretos através de nossas ações. Interferir é a arte dos deuses. Mesmo sendo tão imperfeitos, temos sempre a obrigação moral de ajudar o próximo, porque, para quem necessita, quem o ajuda, torna-se o próprio Deus e somente quem recebe sabe avaliar o valor de quem o ajuda. Auxiliar alguém é tornar-se não apenas um instrumento de Deus, mas um parceiro d’Ele na grandiosa obra de manter o universo em harmonia.



Dica de Viagem

Farol de Santa Marta

Farol de Santa Marta Explore esse paraíso no sul do Brasil Texto: Claudia Junqueira Fotos: Gabriela Nehring / arquivo

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aguna, ao sul de Florianópolis, quase chegando ao Estado do Rio Grande do Sul, abriga o Farol de Santa Marta, um lugar onde o tempo parou. Antiga comunidade de pescadores fundada em 1909, está lá com suas calçadas de pedra, seus casarios antigos e o seu farol famoso, um dos mais potentes do Brasil. Tudo sem falar no seu mar turqueza e suas praias que vão além da imaginação.

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Como viajante inveterada, considero esse lugar, por sua história, por seu charme, por suas praias, um de meus prediletos no sul do Brasil, não apenas pelas belezas naturais, que encantam, mas pelas suas imagens e originalidade, sua calmaria e sua magia inexplicável, cativantes à primeira vista.

O Farol é formado por uma torre quadrada em pedra, com lanterna e galeria, elevando-se de um grupo de casas térreas de faroleiros e de outros edifícios. Todo o farol é pintado de branco, em contraste com os telhados vermelhos das outras construções. O farol serviu durante todos esses anos para guiar as embarcações para longe da famosa Pedra do Campo Bom que, apesar disso, chegou a causar alguns naufrágios. No topo de um morro, num pequeno promontório, a 45 metros acima do nível do mar, está localizado o Farol, com 29 metros de altura, constituindo-se num


dos mais potentes do Brasil em alcance, guiando os navios que se aproximam do Cabo. No período noturno, a iluminação do Farol chama a atenção, porque alcança quarenta e seis milhas náuticas, equivalentes a setenta e quatro quilômetros. Ao redor do farol, segue-se uma baía de casinhas de madeira muito charmosas, todas coloridas - um enfeite para toda a praia. Essas casinhas, na grande maioria, são de pescadores que habitam desde o começo esse idílico local. Algumas dessas casas transformaram-se em pousadas e, quando chega a alta temporada, até as casas dos pescadores são alugadas, pois lá não existe hotel. Para quem prefere, há também os campings, menos confor-

No topo de um morro, num pequeno promontório, a 45 metros acima do nível do mar, está localizado o Farol, com 29 metros de altura.

táveis, porém mais próximos da aventura. O Farol foi projetado pelos franceses Barbier Bernard e Turenne e inaugurado em 11 de Junho de 1891. Foi erguido com pedra, areia, barro e óleo de baleia. As praias do Cabo de Santa Marta oferecem o melhor visual de Santa Catarina. Os turistas costumam apreciar a beleza na areia da Prainha, tranquila e muito frequentada por surfistas. Próximos do Farol e da Capela locali-

zada ao seu lado, nas cercanias da Prainha, existem os enormes sambaquis, verdadeiros sítios arqueológicos, depósitos de conchas e cascas de ostras, onde, por vezes, encontram-se ossos, objetos líticos e cerâmicos que foram acumulados em período pré-histórico por povos primitivos. As outras praias do Cabo de Santa Marta são a de Cardoso, a Cigana e a Praia Grande. Na Cigana, pode-se praticar sandboard nas dunas. Todas são indicadas para banho e surfe. Saindo do Farol para o centro de Laguna, encontram-se dois museus homenageando uma grande personalidade da cidade e que ganhou o mundo por sua coragem e amor à liberdade, Anita Garibaldi. Um dos museus, sua antiga casa, conta a história da brava mulher na Guerra dos Farrapos e depois na Itália, sempre ao lado do marido, Giuseppe Garibaldi. Para quem ama surfar,

no Cabo de Santa Marta há onze praias: (1) Cigana - direitas e esquerdas perfeitas com fundo de areia; (2) Cardoso - direitas e esquerdas quilométricas, famosa por suas ondas nos monumentais swells; (3)

Para quem ama surfar, no Cabo de Santa Marta há onze praias.

Praia do Meio - pequena praia no coração do Farol de Santa Marta, muito badalada entre os surfistas nativos; (4) Santa Marta Grande - no lado sul, é chamada de Mocó, onde rolam as direitas com vento sul; (5) no lado norte, situada bem ao lado do Morro da Galheta, é chamada de Santa Marta, de onde vêm as ondas com o vento nordeste; (6) Praia da Galheta - direitas e esquerdas perfeitas para ondulação de até dois metros; (7) Ipuã - praia onde as ondas rolam com o vento nordeste, possui uma laje de pedra submersa que favorece a qualidade desta onda; (8) Praia da Teresa - pequena praia com costão de pedra nos dois lados, por onde as direitas vão chegando sem fim nos dias bons; (9) Siriú - praia menor que a da Teresa, situada entre esta e a Praia do Gravatá, é pouco procurada pelos surfistas, embora de rara beleza para os turistas; (10) Gravatá - praia na qual se chega após trinta minutos de cami- nhada alegre entre a vegetação nativa e as dunas, bem pequena, com fundo de areia e costão de Novembro / 2011 - Revista Très

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Farol de Santa Marta

pedra para fazer quebrar as ondas com vento nordeste; (11) Prainha - do lado direito dos Molhes de Laguna, a última praia surfável no Cabo de Santa Marta, pequena e cheia de ondas quebrando sem parar junto aos molhes. É uma pena que essa praia tenha perdido a sua qualidade para o surfe com obras de ampliação. A noite no Farol de Santa Marta é super agitada, ao contrário do que se possa imaginar. Muitos bares fervilhando ao som do reggae, hip-hop, sambarock, rock e todos os sons da juventude. Se der vontade há opções de sinuca e vídeos de surfes, além de haver sempre um bom luau nas pedras ao lado do farol, tudo muito especial. Vale lembrar que por lá não há bancos, veja só que bom! O dinheiro, você leva no bolso sem medo de ser roubado, garante o pessoal de lá. Como se chega nesse paraíso do Farol de Santa Marta? Fácil: você pega uma balsa e vai observando os golfinhos lindos que há por lá, depois, um caminho de terra batida que mais parece, romanticamente falando, o deserto do Saara, com dunas inesgotáveis. Uma viagem inesquecível!

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Um pouco mais

Projeto Ipê Rosa

Projeto Ipê Rosa No mês do seu aniversário de um ano, a luta contra o câncer entre outros projetos mostram a importância das ações sociais

Simone Costa e Souza, Maria Texto: Claudia Junqueira

Doralice Ângelo de Deus e Ma-

Fotos: Claudia Junqueira / Ellen Santini

ria Bernadete Meneguci Bosco

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ada melhor para representar um lindo projeto social do que uma de nossas mais belas árvores: o ipê rosa. Quando floresce, a cidade fica deslumbrante, as calçadas e avenidas parecem cobertas por um enorme tapete rosa. O Projeto Ipê Rosa é uma iniciativa da BPW - Associação das Mulheres de Negócios de Presidente Prudente, cuja finalidade é viabilizar a capacitação profissional de pessoas carentes na cidade. Segundo a presidente do projeto, Simone Costa Souza, ele surgiu Revista Très - Novembro / 2011

através de encontros, tanto na BPW local, como na BPW internacional, organizando-se reuniões para discutir, inclusive, a escolha da árvore símbolo da cidade, que recaiu sobre o ipê rosa, com a fundação do projeto, em novembro de 2010. A BPW - Business Professional Women é uma organização não governamental (ONG), sem fins

lucrativos, apartidária e não assistencial, fundada em 1930 em Genebra, na Suíça, pela Dra. Lena Madesin Phillips, nascida nos Estados Unidos, eleita primeira Presidente Internacional. Seu trabalho estendeu-se até 1947. Há BPWs nas cinco regiões do Brasil, a maioria delas nas regiões Sul e Sudeste. O Projeto é formado por trinta e três mulheres de negócios de Presidente Prudente e alguns colaboradores, num total aproximado de sessenta pessoas. O projeto está atendendo seiscentas mulheres de três bairros da cidade, Ana


Jacinta, Morada do Sol e Humberto Salvador, possibilitando-lhes trabalhos artesanais, conhecimentos de culinária, trabalhos domésticos, entre outros. Em setembro, foi lançado um livro de receitas em prol dessas mulheres carentes, cujo intuito é gerar renda para capacitação do pessoal no mercado de trabalho. O Projeto Ipê Rosa conta ainda com vários projetos paralelos, além do empreendedorismo com as mulheres carentes: neste último mês ocorreu o “Outubro Rosa”, que foi a campanha contra o câncer de mama, com palestras, pedágios, plantio de mudas por toda a cidade, em associação com a Secretaria do Meio Ambiente. É em outubro que se dedicam expressões internacionais à prevenção do câncer de mama, uma das causas principais da morte de mulheres, além de ser o segundo tipo mais

frequente de câncer no mundo, representando cerca de 22% dos novos casos de câncer ao ano. Segundo a Sociedade Americana de Cancerologia, estima-se que haverá 16 milhões de novos casos em 2020. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2010 foram diagnosticados 49.400 novos casos, ou seja, 49 casos a cada 100 mil mulheres, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Um número alarmante. No dia internacional da mulher, o projeto Ipê Rosa entregou cento e cinquenta

Neste último mês ocorreu o “Outubro Rosa”, que foi a campanha contra o câncer de mama, com palestras, pedágios, plantio de mudas por toda a cidade...

mudas de ipê rosa à população, com a ajuda da Secretaria do Meio Ambiente. Perguntada de que forma a população pode colaborar com o projeto, a presidente do Projeto, Simone Costa Souza, conta que, comprando o livro de receitas, a população ajuda a gerar renda. As empresas também podem contribuir, adquirindo os livros como presente de fim de ano para funcionários e clientes. O livro está à venda na sede da BPW Prudente, localizada na CIESP, no CNA idiomas, na Marlene cabeleireira, na Strass Design no Centro Empresarial, na banca de revistas do Tênis Clube, no salão da Rose Cabeleireira, na Botica Magistral, 100% Vídeo, Colégio Anglo, Prudente Park Shopping, Life & Movement, Insinuanse e Doce Ana.

O projeto Ipê Rosa idealizará oficinas reinventando a vida, o sabor e as artes para serem realizados em 2012, com cerca de seiscentas mulheres que, em sua maioria, são chefes de família e vivenciam situações de vulnerabilidade social. O objetivo é que seja feito um levantamento das habilidades e potencialidades das assistidas no tocante ao artesanato, culinária e trabalhos domésticos. Seja na gastronomia, nas artes ou em qualquer outra atividade, elas terão oficinas de cidadania, culinária, gestão e empreendedorismo, para melhoria da qualidade de vida pessoal, social e comunitária. E cada pessoa que comprar o livro estará apoiando este projeto social. O projeto Ipê Rosa conta com o patrocínio de grandes empresas, como a Sabesp, Supermercados Nagai, CNA idiomas, Cheleme, Fosferpet, Gráfica Regente, Lelé da Cuca, Liane, Sementes Matsuda, SOESP, Merceferro, PODE Assessoria Empresarial, Sakura, Redes Prudentão e Serv Gás. Ademais, em parceria com o Sebrae, há uma outra atividade, esta dedicada ao incentivo permanente às mulheres para apresentarem suas histórias profissionais, concorrendo ao prêmio “Mulher de Negócios”. O interessante é que a BPW está realizando ações no Brasil e no mundo todo. Para que se conheçam todas as ações em andamento e as realizadas ao longo do ano, basta que seja acessado o site da BPW - www.bpwbrasil.org Para mais informações sobre o projeto ou para adquirir o livro de receitas, os te-lefones são: 3222 1500 ou 3222 8898.

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Meio Ambiente

Coleta Seletiva Municipal

COLETA SELETIVA MUNICIPAL

MARQUE EM SUA AGENDA! Texto: Antônio Cezar Leal Fotos: André Felício (Tuffy) / arquivo

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ecentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou o Atlas do Saneamento 2011, apresentando a situação do saneamento básico no Brasil entre os anos 2000 e 2008. De acordo com as informações do IBGE, embora nesse período tenha praticamente dobrado o número de municípios com coleta seletiva, este importante serviço estava implantado em apenas 17,9% dos municípios do país, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, contudo, a maioria sem atender 100% de sua área urbana. Em nossa região, a situação é semelhante ao panorama nacional, mas com muitos esforços públicos e de parcerias institucionais para alterá-la, como no caso de nosso município, que conta com coleta seletiva há cerca de dez anos, atendendo aproximadamente 75% da cidade, realizada pela Cooperativa de Trabalhadores Revista Très - Novembro / 2011

em Produtos Recicláveis de Presidente Prudente (COOPERLIX), em parceria com a Prefeitura Municipal e a PRUDENCO, contando com o apoio de várias instituições públicas e privadas, entre as quais a UNESP, UNOESTE, Banco do Brasil e SIEMACO. Nesse contexto, retomamos esse tema, tendo em vista a oportunidade de ampliarmos o debate sobre a importância de ser incluído nas agendas nacional, regional e local. O primeiro aspecto consiste no fato da coleta seletiva ser mais do que um serviço de coleta de “lixo” reciclável,

Em nossa região, a situação é semelhante ao panorama nacional, mas com muitos esforços públicos e de parcerias institucionais para alterá-la...

que possibilita trabalho e renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social e a oferta de material para indústrias da cadeia da reciclagem. Com sua sabedoria popular, os catadores afirmam que coletam “material” reciclável e não lixo, pois o lixo é entendido como algo


sem valor, sem utilidade, que seu dono ou o gerador das “sobras” não quer mais e, assim, o descarta como se fosse algo inútil. De fato, muito do que descartamos ou jogamos fora não é lixo, mas sim resíduos de nossas atividades cotidianas, os quais constituem objetos que têm valor e utilidade, seja para reutilização em outras funções ou uso, ou para recuperação do material que os constituem. São a fonte de trabalho e renda para os catadores, para que possam custear suas vidas, realizações e sonhos, pois todos devem ter o direito a sonhar com o futuro ideal e a viver um presente melhor. Um segundo aspecto, que ressalta a importância da coleta seletiva, está associado à saúde pública, pois várias doenças e problemas nas cidades decorrem de materiais recicláveis jogados indevidamente nas ruas, fundos de vales e terrenos baldios, servindo de abrigo para animais e vetores de doenças, além de obstruírem os sistemas de drenagem urbana, aumentando riscos de inundações e alagamentos e de prejuízos econômicos e materiais à população. Para se ter saúde, não basta pen-

sar apenas nos cuidados individuais, que são muito importantes, mas temos de pensar também na saúde do meio ambiente, do local em que vivemos, pois se este estiver sujo e contaminado, teremos nossa saúde afetada. Portanto, a coleta seletiva constitui uma das oportunidades e alternativas para manter nossas cidades limpas e saudáveis. Por sua vez, mais do que sujar e depois limpar nossas cidades, o correto é mantêla limpa, ou seja, não sujar. E isso depende da educação da população. Nessa perspectiva, um terceiro aspecto está no fato

Por sua vez, mais do que sujar e depois limpar nossas cidades, o correto é mantêla limpa, ou seja, não sujar.

da coleta seletiva propiciar à população uma oportunidade de aprendizado e de estabelecimento de um pacto coletivo pela limpeza, pela saúde e pela vida. Para tanto, é preciso um processo educativo permanente para que todos entendam e pratiquem atos corretos para uma vida saudável em coletividade, com ética e respeito às diferenças, aos espaços públicos e à natureza. A grande mudança deve começar no momento em que descartamos algo, pois nesse ato indicaremos novos conceitos e uma nova visão social e ambiental. Assim, uma primeira ação é separar corretamente os resíduos que geramos e doá-los, limpos, aos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, atentando para o dia correto da coleta seletiva. Outro benefício significativo da coleta seletiva é

Garantir que os aterros tenham um tempo maior de utilização traz benefícios para toda a população do município, incluindo a com economia de recursos públicos.

a retirada prévia de materiais que iriam ocupar espaço nos aterros municipais, aumentando a vida útil desses aterros e dificultando a presença de catadores nesses locais, pois não terão o que garimpar. Construir e operar um aterro requer significativos investimentos públicos na aquisição de terra, processos de licenciamento ambiental, compra de equipamentos, contratação de pessoal qualificado etc. Há também um desgaste grande para os profissionais e gestores públicos envolvidos no processo, decorrentes de pressões e conflitos com moradores e proprietários de áreas que possam abrigar um aterro, pois estes concordam em dar destino correto para o lixo, desde que não seja próximo de suas casas ou propriedades. Garantir que os aterros tenham um tempo maior de utilização traz benefícios para toda a população do município, incluindo a com economia de recursos públicos. Construir e manter um aterro são

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Coleta Seletiva Municipal

desafios que vêm sendo enfrentados em Presidente Prudente para resolver o problema do destino do lixo e a imagem da cidade nesse tema. Essa ação está integrada com esforços dos gestores municipais para a melhoria e expansão da coleta seletiva para todo o município, com maior oferta de trabalho e renda para os catadores. Sua superação, contudo, dependerá do apoio de toda a comunidade prudentina, especialmente no descarte seletivo dos materiais recicláveis e reutilizáveis nas residências, empresas, indústrias e instituições públicas. A coleta seletiva, por outro lado, não deve ficar restrita às áreas urbanas e precisa ser expandida para as áreas rurais, mantendo esses locais livres dos riscos de contaminação e de doenças associados aos resíduos sólidos. Em nossa região temos uma experiência pioneira em reassentamento rural no município de Caiuá, em uma parceria que envolve moradores, a CESP e outras instituições. É preciso multiplicá-la, especialmente no Pontal do Paranapanema, onde há municípios com expressivo percentual de população residindo em áreas rurais. Uma atenção especial deve ser direcionada para as estradas rurais que estão sendo utilizadas indevidamente como

Em nossa região temos uma experiência pioneira em reassentamento rural no município de Caiuá....

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local de despejo de resíduos urbanos, transportados de cidades pelos seus geradores, os quais, sem pejo pelo seu ato ofensivo, jogam seu “lixo” nas estradas rurais e em “pontas” de vilas, criando transtornos aos moradores próximos, Revista Très - Novembro / 2011

Augustino Sbizzera - O Andarilho

seja pelos vetores de doenças ou pela perda de animais que morrem após a ingestão desses materiais. Esses agressores precisam ser identificados e responsabilizados pelos prejuízos causados. Há um longo caminho a ser percorrido para a implantação de coleta seletiva em nossos municípios, nas áreas urbanas e rurais. Vamos enfrentar esse desafio e superá-lo para o benefício das gerações atuais e futuras. Tomemos como exemplo o atleta Solonei Rocha da Silva, ex-catador em Penápolis e atual campeão na Maratona dos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, México. Que seu exemplo seja um estímulo para todos participarem ativamente na coleta seletiva e conquistarem uma medalha de ouro na reciclagem para nosso Brasil.


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Esporte

Judô - uma filosofia de vida

Judô uma filosofia de vida

Texto: Aparecido Jr. / Fotos: Amanda Carvalho

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ntes de ser esporte, o judô foi, é, e sempre será uma filosofia de vida. Criado por Jigoro Kano em 1882, o judô tem como objetivos fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada, além de desenvolver técnicas de defesa pessoal. Uma das principais fundamentações desse esporte é a educação. Seu fundador conseguiu reunir a essência dos principais estilos e escolas de jiu-jitsu, com regras, educação, saudação e orientações definidas. Assim surgiu o judô. Antes de tudo, Jigoro queria que o Judô fosse uma forma de educação e determinação. O fundador percorreu o mundo para a divulgação do esporte. O nome judô ficou traduzido como caminho da suavidade ou flexibilidade, uma verdadeira doutrina. Nesse esporte, existem duas frases que traduzem a vida esportiva de um judoca: “O aprendizado nunca se encerra” e “O judoca não se aperfeiçoa para lutar; ele luta para se aperfeiçoar” A popularização do esporte fez com que homens, mulheres, crianças e idosos Revista Très - Novembro / 2011

praticassem o judô. Como bom exemplo, pode-se falar de uma criança que tem tudo para vencer nesse esporte: a judoca Isabelle Biazon Morimoto, que tem oito anos de idade e é destaque de Presidente Prudente em todas as competições que disputa em sua categoria. Com três anos, Isabelle conheceu os tatames da academia. Incentivada pelo professor e pai Nelson Morimoto, a

jovem talentosa deu início a sua carreira apenas por diversão, porém a diversão trouxe resultados. A menina, que até o ano passado competia pela categoria festival (categoria que o que mais vale é a festa feita pelas crianças), teve este ano, a primeira fase de competições ofi-


ciais e de cara levou o título de campeã Paulista mirim meio pesado. Isabelle foi campeã em praticamente todos os torneios dos quais participou, como Três Lagoas Open; Nono Festival Mosqueteiro, no Corinthians; 22º encontro de judô da Argentina, entre outros. Ainda com oito anos de idade, a talentosa atleta prudentina diz que as viagens, passeios e competições fora de Prudente é o que mais atrai. Pequena no tamanho e na idade, a garota, que tem grandeza de pensamentos, frisa que o Pan, Olimpíadas e Mundial são os seus principais objetivos. O professor e pai Nelson Morimotto, de 46 anos de idade e 41 dedicados ao judô, diz que o que mais o impressionou na filha foi o dia em que a garota chegou e disse: “Pai quero entrar na seleção brasileira de judô, por isso gostaria de treinar muito”. Mesmo com objetivos, sonhos e adorar competir, Isabelle preocupa-se com a postura nas lutas e procura conhecer seus adversários durante o combate para obter sucesso. A menina, que sonha em ser grande nesse esporte, treina três vezes por semana, com a média de uma hora e quinze minutos por treinamento. Mesmo

Isabelle foi campeã em praticamente todos os torneios dos quais participou

mesmo é se divertir. Antes de finalizar a entrevista, a jovem judoca Isabelle diz: “Quero sempre ser campeã”. O pai e professor coruja diz que o foco são os estudos da filha e que, apesar dos muitos treinos, Isabelle não deixa de ser os resultados talvez sejam criança nas horas vagas e lembra que o diferentes. Afinal toda judô é um auxilio na educação. adaptação leva tempo, Este exemplo mostra que Prudente ainda mais numa troca de é um seleiro de talentos e prova a cada categoria. Nelson diz que dia que patrocinadores devem voltar o resultado é o que menos os olhos para todo tipo de esporte, pois importa; o importante temos diamantes para serem lapidados.

“Pai quero entrar na seleção brasileira de Judô, por isso gostaria de treinar muito”.

assim, não deixa os tatames, procurando aprender com os mais velhos e, sempre que possível, ensinar os mais jovens. O pai e treinador frisa que em 2012 Isabelle irá competir pela categoria infantil e

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Coluna Social

Bonsoir

Coluna Bonsoir A coluna “Bonjour” (Bom dia, em francês) agora tem um complemento: a coluna “Bonsoir” (Boa noite, também no francês, e pronuncia-se “bonsoá”). Os eventos mais bacanas do dia e da noite de Prudente, atrações culturais e as festas da noite mais agitada do Oste Paulista!

O casal Anita Stuani e Cláudio Mallet casaram-se no último dia 15 de outubro com festa no Espaço Toledo.

Casaram-se em Itatiba, São Paulo no dia primeiro de outubro a prudentina Marina Junqueira e Bernardo Ferraz, em uma fazenda maravilhosa de antigos produtores de café. O casal irá morar na capital, onde já residiam anteriormente.

Buck, Irene, o neto João, filho de Buck e Andrea Jacintho, sua esposa no casamento de Marina e Bernardo em Itatiba.

Maria Celina Rezende, Maria Eulália Attab e Maria Célia Macuco, o trio de “Marias” animado na festa em fazenda antiga de café.

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João Neto e Marina Oliveira Lima foram prestigiar o amigo Paraíba no show que reuniu muita gente bonita e animada, contagiados pela animação e carisma do vocalista prudentino.

Alexandre Paraíba chacoalhou o público do Pub também em outubro com uma super apresentação da banda Sapato Baixo.

A fotógrafa Gabriela Nehring, que mora no Rio, e o namorado Frederico Ramos, no casamento de Marina e Bernardo.

Esteve no último mês agitando as noites do Pub o DJ paulistano Du Serena, sócio idealizador da festa Tribe, que ocorre tradicionalmente há muitos anos em São Paulo. A foto foi tirada pela fotógrafa Laris Catana.

Ana Luiza Arruda, Veridiana Vieira, Nydia Ramos, Maria Fernanda Pires e Fernanda Coimbra no casamento elegante em Itatiba.

Alessandra, a pequena Belízia e Paulo Meirelles em noite agradável no Garden Restaurante.

O casal Daniel Martins Filho e Ana Amélia Machado casaram-se no último dia 29 de outubro, sábado, no Seminário, com uma grande festa no Espaço Toledo.

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Bonjour

Isadora Martins e o namorado Gabriel Liberati na festa no Espaço Toledo. Isadora foi a única prudentina convidada pela NIKE pela segunda vez para participar da prova de revezamento SP-RJ no último dia 20 de outubro.

Rodrigo Martins e Adriana Lebedenco não saíram da pista de dança, no casamento elegante do último dia 29 no Espaço Toledo.

Ademar e Ana Irene Leão no Espaço Toledo.

As amigas e sócias, Simone Capistrano e Eva Matos em noite de Inauguração da Très Chic Provence.

Aischa Bueno e Pedro Costa oficiliazaram o noivado no dia 29 de Outubro .

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Felipe Lemos e Matheus Britto na Festa das Atléticas, que comemorou o encerramento da JUPP (Jogos Universitários de P. Prudente) ocorrido nos dias 1 e 2 de outubro. A festa ocorreu no Meridional Praia Clube, dia 11 de outubro. Revista Très - Novembro / 2011

Rafael Brússolo, Lucas Biguete, Kátia Broek e Bruna Loschi, estudantes da Unesp, na festa que reuniu estudantes das faculdades Toledo, Uniesp, Unoeste e Unesp.


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Crônica

O lixo que ninguém se lixa

O LIXO QUE NINGUÉM SE LIXA Texto: Claudia Junqueira

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B ra s i l e s t á um lixo. Não, não me refiro, neste caso em particular, ao Governo. Mês passado já dei muito a cara em manifesto político contra a corrupção na minha cidade. O lixo que me refiro não tem conotação - pelo menos total - ao que venho a indignar-me. Que o Brasil nunca foi um país “politicamente” educado, já se sabe, mas a situação parece agravar-se quando a insatisfação com relação ao governo aumenta. Uma das coisas que mais me revolta no Brasil é sua imundice. O jargão criado por brasileiros de que “sou pobre mas sou limpinho” não colou para o Brasil. Não sei de onde tiraram isso. O Brasil não é limpinho, é bem sujinho, ponto! Odeio que me entreguem papéis no trânsito. Êta publicidade porqueira.. Piora com as eleições. Político além de

trambiqueiro é sujismundo. Faz questão de mostrar ao eleitor como vai ser sua gestão quando for eleito: uma porcaria. Mas isso é o de menos. Pior que a porcalheira dos políticos que, pelo menos só acontece nas campanhas, é o que acontece no dia a dia do cidadão brasileiro. Fico indignada com a cara de pau de pessoas que fazem seu “lanchinho” no carro e metem o lixo pra fora dele. Assim, na maior. Para todos ao redor verem. Alguns vão além. Passam na frente de lixos, andam dois metros e arremessam o papel do sorvete na sarjeta. Como não se constrangem? Fiquei bem desanimada em relação à Noronha quando fui conhecer esse belíssimo arquipélago no Nordeste do Brasil em 2001. Lá eles pegam pesado em relação à preservação, a ilha é restrita à apenas 400 pessoas e paga-se uma taxa salgada por dia para permanecer na ilha. O mínimo que eu esperava era um lugar extremamente limpo. Pelas trilhas, observei indignamente restos de lixo da burguesia pobre brasileira. Cansei de ouvir estupefata de “apátridas”, que só são patriotas quando se referem a carnaval e futebol, que jogam descaradamente o lixo na rua porque “pagam para limparem”, demonstrando claramente sua superioridade e indiferença ante o lixão que é o Estado, como se isso “aliviasse” de certa forma a con-

Revista Très - Novembro / 2011

sciência por pagar os gordos impostos ao Tesouro. Quanta burrice. Não gostar de política ou de políticos nem estar se lixando para o Governo é problema de cada um. Pelo menos que não encham a boca para falar do que desconhecem. Acredito que o Brasil só vai sair dessa miséria e pobreza se a mentalidade dos “cidadãos de papel” - como escreveu Gilberto Dimenstein, acelerar num ritmo maior que a própria economia do país. O cidadão brasileiro não conhece e não sabe exigir seus direitos, tanto como não sabe claramente seu papel na sociedade. Se soubesse não deixaria para o catador de papel uma função que é sua! Não é sufocando o país em lixo que vamos revolucionar 200 anos de atraso. Não é esperando o Governo fazer sua parte que vamos começar a nos preocupar com questões ambientais e sociológicas. Que o Governo tem inúmeras falhas todo mundo já sabe, agora, o mínimo que podemos fazer para mostrar civilização e inteligência ante à um Governo que nos trata como idiotas não conseguimos fazer, que é eliminar o lixo “daqui de baixo” para começarmos a limpar juntos Estado e sociedade - o lixo lá de “cima”. Já está mais que na hora do povo brasileiro começar a se lixar para esse tipo de lixo também.


is um diálogo ocorrido entre o substantivo feminino e o substantivo masculino, dentro de um velho dicionário esquecido no fundo de uma biblioteca de um senhor escritor:

PAG. INTEIRA

- Escuta essa agora, irmã minha. Digolhe que vasculhei todo esse dicionário durante esses anos todos, e eis que sou muito mais importante que vossa senAtenção para sangra e margem de segurança. A horia. Nossos mais importantes irmãos arte final deve ser fechada em formato bitmap: são todos masculinos, tal como “Amor”, “Poder”, “Dinheiro”, “Sucesso”, “Juízo” TIFF, EPS ou JPG no modo de cor CMYK 300dpi e “Caráter”. Sem eles a vida não teria sentido algum. - Ora, não seja tolo meu irmão. Nossa mãe, a Língua Portuguesa sempre nos ensinou que todos somos parte de um mundo de significação. Esse vasto mundo da comunicação verbal só teria sentido com a junção de palavras, sejam elas femininas ou masculinas. Veja você, o que seria sem “Paz” e “Felicidade”? E se você representa “Dinheiro”, estou eu na “Fortuna”. De que adianta o “Poder”, sem “Serenidade” e “Humildade”? Se estás no “Amor”, estou eu na “Paixão”. E “Caráter” sem “Personalidade”, de nada vale. - Essa é boa! Fico eu com “Júbilo” e “Regozijo”. Sua “Alegria” e “Felicidade” são ultrapassadas e demasiado coloquiais. Sua “Fortuna” sem o meu “Discernimento” chega a ser insólita. E o “Caráter” é fruto do “Conhecimento”, do “Gênio” e do “Temperamento”. - Ah, mas você esqueceu-se da Mãe margem de segurança: 173 x 219mm do “Conhecimento”, a “Sabedoria” e a área da página: 183 x 229mm “Inteligência”...

183 X 229 mm


UM D OS MA I O R ES E MA I S M O D E R N O S PAR Q U E S G R Á F I CO S D O I N T ER I O R D O E S TAD O D E S ÃO PAU LO

Ao e qu a c io n a r q u a l i da de, o r i gi n a l i da de, pro fi s s i o n a l i s m o, o rç a m e nto s ju s to s, c re d ib i l i d a de e a l ta te c n o l o gi a , a I M P R E S S G R ÁF I C A E E D I TO R A co n ce i tu a s u a exce l ê n c i a e m p re s t a çã o d e s e r v i ço s grá fico s n o s s e gme nto s e d i to r i a i s e p ro m o c i o n a i s.

IMPRESSÃO COM PERSONALIDADE POSSUI MARCA REGISTRADA. A NOSSA !

L AMI N AÇ ÃO B O P P - P LA S T I F I C AÇ ÃO - R E LE V O - V E R N I Z U LT R AV I O LE TA - H OT- S TAM P I N G FAC A S ES PECI A I S - CO S T U R A D E M I O LO D E LI V R O S - P R O D U Ç ÃO D E A R AM E E M E S P I R A L COLOC AÇ ÃO D O S E S P I R A I S - CO LO C AÇ ÃO D E A N E L D U P LO ( WI R E - O) - F U R AÇ ÃO G R AMPEA D E I R A AU TO MÁT I C A PA R A R E V I S TA S E C ATÁ LO G O S - LO M B A DA Q UA D R A DA ( H OTMELT ) - A LC E A D E I R A PA R A M I O LO D E LI V R O S - D O B R A D E I R A CO M P O S S I B I LI DA D E S D E MÚ LT I P LA S D O B R A S - CO R T E E V I N CO - P R E N S A D O R A D E M I O LO D E LI V R O S .


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