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d OU ição TO de NO Ano I - n. 4 março / 2010 R$ 4,90
PREVENÇÃO Como enfrentar a temporada de gripes e resfriados
SAÚDE Diferentes tipos de parto
MÃE De volta ao trabalho sem culpa
CIÊNCIA
Saiba mais sobre a coleta de células-tronco
Editorial
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Sempre ocupe seus pensamentos com coisas verdadeiras, respeitáveis, puras e amáveis!
Raquel Penedo Oliveira editora
São os bons ventos de outono trazendo novidades... A Vida bebê vem trazer, para mamães curiosas e apaixonadas por seus bebês, assuntos sobre os diversos comportamentos e delícias da vida em família. Nas primeiras edições, como acontece em todo projeto novo, testamos a visibilidade comercial e existencial e vimos que temos bons motivos para acreditar na consolidação desta feliz trajetória. Mais uma vez, a revista está recheada de assuntos pertinentes. No Projeto Família fechamos uma série de artigos sobre posturas diante da educação dos filhos, como chegar bem à adolescência e enxergá-la com bons olhos. E aquele sentimento que todas as mães têm quando voltam ao trabalho após a licença maternidade? Não se sinta culpada e veja que interessante as colocações da psicóloga Silvana Minetto Borges. Na sequência, as dicas de moda. Para as futuras mamães, uma edição cheia de charme e glamour. E, sempre com muito sucesso, os bebezinhos, agora também os crescidinhos, que fofos! Confira as tendências da meia estação nas melhores lojas. Saúde... Olha o frio chegando e com ele gripes, resfriados e alergias. Saiba como prevenir estes problemas. Também falamos sobre os diferentes tipos de parto, boa-forma e os cuidados pós-parto, além de novidades sobre a coleta de células-tronco. Aproveite bem a leitura da edição de outono. Já começamos a preparar nossa edição especial de primeiro aniversário. Aguardem! É daqui a três meses.
Capa
Sumário 4
Projeto família
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Roupa infantil - Delivery
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Editorial de moda bebê e infantil
21 Editorial de moda gestante 26 Tipos de parto 28 Células-tronco Doenças respiratórias 31 prevenção 34 Primeiros dentinhos 36 Atividade física pós-parto 40 Mulher - mãe Matheus Malavasi e Maria Eduarda Zorzanello Franklin
41 A responsabilidade da família
Roupas: Bee Happy Foto: Inez Miranda
42 Histórias da Vida
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Projeto família Dr. Fábio Cortez Rodrigues
Adolescência: crise ou oportunidade?
Fotos: arquivo pessoal
Médico da família e comunidade
Jesus e Maria Helena Papini com seus filhos Ana Júlia, Fernanda, Luis Henrique e Paulo Cesar
Chegamos à adolescência: período classificado como um dos mais difíceis e desafiadores para os pais durante a criação de seus filhos. De fato, essa é a fase da vida em que o ser humano mais se diferencia fisicamente dos outros de sua própria faixa etária. Enquanto alguns já desenvolveram a puberdade, com alteração de pelos pubianos e da voz (no caso dos meninos), e crescimento
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Um bom relacionamento desde a infância...
das mamas e menstruação (nas meninas), outros adolescentes, da mesma idade, podem não ter sofrido tais mudanças ainda. Tal diversidade é um fator de instabilidade e confusão e, dessa forma, a sedução para o adolescente é o companheirismo. Se o lar não for um lugar atraente, ele certamente procurará tal qualidade em outro lugar. Os convites perigosos virão inevitavelmente
e, por isso, precisamos preparar um refúgio para nossos filhos, transformando nossa casa em um lugar atraente para eles. Os adolescentes não fogem de lugares onde são amados e aceitos incondicionalmente. Eles não se distanciam de lares onde a família está planejando atividades e fazendo coisas emocionantes juntos. O equívoco está em pensar que essa é a hora de investir no
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filho. Na verdade, a adolescência é o momento de reforçar o que foi ensinado e colher os frutos. Muitos pais não dedicam tempo e atenção aos seus filhos durante toda a infância, e somente na puberdade querem se tornar seus melhores amigos. Se você não tinha tempo de ouvi-lo quando ele estava desenvolvendo suas falas e idéias, porque ele irá querer ser seu confidente agora? Mas não se desespere. Ainda há tempo! Há uma enorme lacuna entre o desejo de ser autônomo e a compreensão da vida por parte do adolescente. Isto é um solo fértil para erros gigantescos, mas também um espaço para aproximação e para retomar o caminho que foi deixado para trás, não tanto por ele, mas pelos pais nas fases anteriores da infância. Quem não investiu tempo ensinando as relações de submissão (a criança está sob a autoridade dos pais) e depois, na fase escolar, também não investiu tempo ensinando virtudes, ao invés de revisar e reforçar esses princípios na adolescência, terá que retomar esses passos e conceitos, pois sem eles é impossível seguir adiante. Finalmente, como o adolescente está buscando sua identidade e desejando ser autônomo, é esperado que se manifeste com discordância. Como pais, devemos permitir a discordância e precisamos tentar nos relacionar com
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...favorece a união e o diálogo na adolescência, possibilitando a harmonia no convívio em família.
nossos filhos respeitosamente, sem desprezá-los ou humilhá-los devido à imaturidade. Enfim, desenvolver um relacionamento adulto com eles. Estamos terminando essa série de quatro artigos sobre educação de filhos. Além do aspecto
biológico e comportamental, presentes na Medicina de Família, utilizei parte dessas instruções baseando-me num excelente livro chamado “Pastoreando o Coração da Criança”, de Tedd Tripp. Como médico e como cristão, recomendo fortemente tal leitura.
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Projeto família Silvana Minetto Borges
De volta ao trabalho:
Psicóloga
Durante os nove meses de gravidez você e seu bebê foram cúmplices absolutos e, depois do parto, acabaram se aproximando ainda mais. A amamentação, as cantigas de ninar e outros momentos de intimidade só promovem o encantamento, a doce magia e o conhecimento mútuo. Um dia, no entanto, o calendário se mostra implacável: falta pouco para vencer sua licença-maternidade - seja ela de quatro ou seis meses, e seu bebê terá de ficar sob os cuidados de outra pessoa. Babá, avó, berçário, toda escolha implica em grandes considerações e muitos tipos de questionamentos. Segundo a psicóloga Silvana
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Minetto Borges, as dúvidas mais comuns são: o bebê se acostumará? E se ele ficar mal acostumado? E se houver remédios e produtos químicos ao seu alcance? “Calma. As ponderações se fazem necessárias e, com um bom diálogo, tudo se ajeita. Porém, ao acertar onde e com quem ele ficará, a angústia da escolha dá lugar à necessidade de se romper esse vínculo de tempo integral com o bebê”, afirma. QUALIDADE Muitas vezes você já ouviu falar que o importante mesmo é a qualidade da relação. Mas, afinal, o que isso significa? Passar todas as horas de folga por conta do bebê?
Pedir relatórios diários minuciosos sobre mamadas, brincadeiras e sono? Nada disso vai resolver. Segundo a especialista, a qualidade do vínculo depende de aspectos bastante simples e não está condicionada ao tempo nem a rigorosos controles. Demonstrar afeto é, sim, questão de sensibilidade e entrega. “Sendo assim, nada de culpas. E, enquanto desenvolve suas próprias formas de conciliar a vida profissional e a maternidade, aproveite para fortalecer algumas características que vão ajudá-la a estar sempre em sintonia com seu bebê”, orienta. LIMITES Não exija de você mesma mais
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A MISSÃO
DESENVOLVIMENTO Ao desfrutar de momentos gostosos, quando estão relaxados, é possível contemplar o desenvolvimento do seu filho. Suas brincadeiras prediletas, seu repertório de palavras, as reações diante de conflitos e a forma como ele se relaciona com as demais pessoas e crianças podem ser muito mais reveladoras do que qualquer relatório. Estabelecer horários e rotinas é importante para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, porém não se aplica ao lazer. As atitudes que se destinam a essa finalidade devem ser espontâneas e sem imposições, a fim de que não se configurem como novas obrigações para sua agenda. É verdade que sua mãe, irmã, a Março/2010
empregada, o berçário ou a babá podem até passar mais horas com seu filho do que você. Mas não se sinta culpada nem enciumada; afinal, eles são meros coadjuvantes da SUA maternidade.
Enquanto ocupam algumas funções educacionais ou assumem os cuidados físicos com a criança, deixam você livre para reinar absoluta e tranquilamente em seu papel: o de mãe!
fotos: Paulo Nepomuceno
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Nos primeiros dias, me senti angustiada, mas pude perceber que a Giovana estava feliz e num processo de desenvolvimento rápido e importante, então em pouco tempo, adquiri a confiança necessária.
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do que pode dar. Segundo a psicóloga, se algo no seu cotidiano irritou você, expresse de forma clara. Não faça de conta que está com vontade de ficar com a criança, pois ela capta a superficialidade da entrega e, dependendo da idade, pode deduzir que os sentimentos devem ser abafados a qualquer custo. Além do mais, ela pode testar essa falsa entrega com choros compulsivos, manhas e todo tipo de transgressão, tornar-se ‘ranheta’, só para ver até onde pode chegar. A dica é, ao chegar em casa, permita-se relaxar um pouco. Deixe para curtir os momentos lúdicos que a maternidade oferece quando se sentir disposta física e emocionalmente. Um banho a dois com direito a muitos afagos e beijinhos será, então, simplesmente o máximo.
Tatiana B. de Camargo Andrade Dalfré, mãe da Giovana
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Depoimentos Leitor “Gostaria de parabenizá-los pela revista, onde tem uma grande variedade de assuntos muito interessantes e úteis. Gosto muito das entrevistas com os profissionais da área, a sessão de fotos, onde podemos ver as roupinhas de cada estação para os bebês. É uma revista muito gostosa de ler e com um conteúdo rico”. Daniele Bacocina Silva e Anniele Bacocina Silva (1 ano)
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Anunciante A revista Vida bebê aumentou a divulgação de nossa loja em toda região e ajudou a impulsionar mais as vendas. Acredito que este resultado positivo é decorrente da divulgação que a revista possui, pois está sempre presente nos consultórios e outros locais com grande número de gestantes, e também pelos assuntos e qualidade com que são abordadas as matérias. Isso mantém a credibilidade da Vida bebê junto às leitoras, o que, consequentemente, gera credibilidade para as lojas divulgadas. Parabéns! Patricia S. Massari, Proprietária da Cantinho do Bebê
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Roupa infantil na versão delivery Se renovar o guarda-roupa do seu filho é sinônimo de dificuldade em função da impaciência típica das crianças para experimentar roupas nas lojas, não se preocupe mais. Estabelecimentos do segmento infantil estão inovando com uma proposta empreendedora que promete transformar a compra em diversão para os baixinhos. A novidade é o delivery.
A criatividade não para por aí. Em casa a família pode brincar de desfile. Isso mesmo! Os pais podem organizar as roupas, reunir amigos ou primos, fazer uma votação do que vestiu melhor o filho e participar da brincadeira, o que ajudará na escolha adequada dos artigos infantis sem estresse para as crianças. Depois, basta devolver a malinha e se preparar para a próxima compra.
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Arte: Jofer
Associado normalmente ao ramo alimentício, o serviço torna a compra de roupas um momento prazeroso e prático para as mamães, que podem reservar as peças nas lojas e buscar uma malinha carinhosamente preparada. Há ainda a opção das lojas enviarem a bolsa com os produtos para a casa da criança, o que aumenta ainda mais a expectativa.
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Anjo Sapeca
Malukinha
Bee Happy
Sonho di Bebê
Pirulito Baby Fashion
Bee Happy
Bee Happy
Sonho de Anjo
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Malukinha
Sonho de Anjo Março/2010
Fotos: Paulo Nepomuceno
Sonho de Anjo
Marno Modas
Bee Happy
TH Bike Anjo Sapeca
Marno Modas
Baby Fashion
Pirulito
TH Bike
Sonho di Bebê Março/2010
Sonho de Anjo
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Editorial de moda
Fotos: Paulo Nepomuceno
Bebê e Infantil
Laura Scaquette Alves veste Sonho di Bebê Francisco Cardoso Danelon (Chicão) veste TH Bike
Guilherme Quini Loiola veste Bee Happy
Enzo Woigt veste Baby Fashion
Gabriella Polato de Araujo veste Pirulito
Raul Furlan Rasera veste Sonho de Anjo
Pietra Camussi Batistella veste Bee Happy
Luiza Rocha Lascasas veste Sonho de Anjo Sophia Salom茫o Rozenbaun veste TH Bike
Kaique Henrique Ribeiro veste Marno Modas
Gustavo Pereira Ribeiro veste Pirulito
Giovanni Rizziolli Antonelli veste Sonho de Anjo Vith贸ria Bozza Gonzaga veste Bee Happy
Enrico Dias Boldrin veste Sonho di BebĂŞ
Miguel e Pietro Souto Tancredo vestem Anjo Sapeca
Maria Eduarda G. Freire veste Bee Happy
Henrique Granusso Rigo veste TH Bike
Giulia Rizziolli Antonelli veste Sonho de Anjo
Matheus Bortollo Silva veste Sonho di BebĂŞ Isabella Pavavello dos Santos veste Baby Fashion
Enzo Woigt veste Baby Fashion Taynรก Vanin veste Malukinha Thais Ferreira Gomes veste Marno Modas
Breno Henrico Nepomuceno veste Bee Happy
Kaique Henrique Ribeiro veste Marno Modas
Maria Luiza Furlan Jacob veste Sonho de Anjo
Matheus Malavasi veste Bee Happy
Isabella Pavavello dos Santos veste Baby Fashion Laura Costa Fernandes veste TH Bike
Sayumi Gallo Izu veste Sonho di BebĂŞ
Igor Henrique Pivo de Angelo veste Malukinha
Giulia Pizzinatto veste Sonho de Anjo
Thais Ferreira Gomes veste Marno Modas
Decoração A ajuda profissional pode fazer a diferença Camila Bortollo
Proprietária da Sonho di Bebê
FAIXA ETÁRIA Uma boa notícia é que, hoje em dia, muitas fábricas de móveis já estão fazendo linhas que podem passar de bebê para infanto-juvenil, reduzindo gastos futuros. Outro aspecto interessante que ela tem observado é que as mães não estão querendo mais colocar muitos bichinhos ou bonecas para fazer um quarto muito infantil, o que facilita as mudanças de acordo com a faixa etária. “O fato de sa-
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Fotos: Paulo Nepomuceno
Apesar de algumas gestantes já terem até sonhado com o quarto do bebê, a ajuda profissional para transformar o local em um ambiente agradável é fundamental, até mesmo para a futura mamãe não se cansar muito rápido da decoração. “É importante saber trabalhar com cores, temas e iluminação”, alerta Camila Bortollo de Sousa, proprietária da “Sonho Di Bebê” e estudante de Design de Interiores. Ela lembra que, muitas vezes, na ansiedade de ver o quarto pronto, muitas mães ficam indecisas, principalmente em relação aos temas. Uma das dicas é observar as tendências do momento. “Como nós profissionais trabalhamos com isso diariamente, estamos mais atentos a esse fator”. Camila cita que o quarto exibido na foto está muito em evidência, pois usou as cores rosa e marrom e, principalmente, poás, nichos redondos, etc. “No entanto, mesmo considerando as tendências, é também a partir do que a mãe sempre sonhou que procuramos montar um ambiente bem agradável com idéias legais”, informa. Tudo depende também da decoração da casa, considerando se esta segue um estilo moderno, clássico ou rústico.
ber misturar bem as cores fortes com as leves torna o quarto um ambiente bem agradável, mas é importante a ajuda de um profissional para fazer composições que não fiquem ‘pesadas’ de acordo com a idade”, orienta.
ESPAÇO Para melhor aproveitamento de espaço, é preciso estar ciente sobre as cores, que mostram muito a extensão do quarto. Algumas ampliam um pouco mais enquanto outras diminuem a visão do espaço. Avaliar a quantidade de móveis é igualmente fundamental. Atualmente os
berços, em sua maioria, têm tamanho padrão (1,30 x 0,70m). Contudo, caso o cliente queira um maior, também deverá estar ciente do tamanho das cômodas, camas, sofás, armário e poltrona. “Não podemos ‘carregar’ muito um lugar ao qual a mãe terá acesso em todo momento”. A dica é não carregar na iluminação, trabalhando normalmente com dois pontos de luz: um ponto onde a mãe acenda a luz do quarto, outro que pode ser composto por spots no teto (luzes de foco) ou ainda arandelas nas paredes, tornando o ambiente mais leve para quando o bebê estiver dormindo.
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Rua Santa Cruz, 1107 - Limeira - SP - F. 3441-5722
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Espaço de moda para gestantes Gestante
Coleção Outono / Inverno 2010 - UM A NOVE
Vestidos | Batas | Calças | Bermudas | Jeans | Lingerie | Pijamas | Acessórios
rUA aLFERES fRANCO, 810 | cENTRO | lIMEIRA-sp | fONE: 19 3445.1073
o glamour da moda
GESTANTE
Luciana Schimidaussler Affonso
Erica Campos
Mรกrcia Furlan Rizzato
ROUPAS: Bee Happy CALÇADOS: AREZZO ACESSÓRIOS: Isabella Amato CABELO E MAQUIAGEM: Stylo & Charme FOTOS: Inez Miranda LOCAL: Inove Decore
Tipos de parto Dr. Carlos Mathias Ginecologia e Obstetrícia
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Arquivo pessoal
Sempre que possível eu recomendo o parto normal. Logo em seguida ao nascimento do Lucas eu ja havia me recuperado e estava ótima para cuidar dele.
“ Paula Scavariello Trento e o filho Lucas Scavariello Trento
Apesar da distância de nove meses entre o momento da concepção até o nascimento do bebê, uma das preocupações mais comuns das futuras mamães no início da gestação é o tipo de parto. O tema tem destaque na mídia, referências bibliográficas não faltam e fontes profissionais são inesgotáveis. Mas a dúvida acomete desde mulheres jovens às mais experientes, e tanto as grávidas de primeira viagem quanto
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aquelas que já vivenciaram essa experiência. Segundo o ginecologista Carlos Mathias, há vários tipos de partos: normal, fórceps, leboyer, na água, cócoras e cesárea. Ele acrescenta a essa lista um modismo perigoso que está surgindo com força: a realização de partos dentro de casa, no aconchego do ambiente doméstico, numa tentativa de se retornar ao passado. Considerando uma gestação
saudável e sem intercorrências, o especialista explica que é esperado que a mulher entre em trabalho de parto e evolua para um parto via vaginal. No entanto, sempre que houver uma indicação obstétrica que impeça o nascimento de forma natural, a cesárea é realizada. Algumas indicações clássicas são: Feto em apresentação pélvica, duas ou mais cesáreas anteriores e desproporção entre as Março/2010
mais comuns. Ele lembra que, apesar de muitas insistências, as gestantes não precisam persistir na realização de uma cesárea. A cesárea já está indicada quando a via baixa não for favorável. É importante lembrar que o profissional que participa na assistência ao parto sempre busca oferecer segurança e conforto para um bom parto. É direito da gestante e seu acompanhante participarem das decisões sobre o nascimento, desde que não coloque em risco a evolução do trabalho de parto e a segurança da mulher e do recém-nascido. Do ponto de vista de saúde pública é muito saudável que haja partos normais pelo custo social e financeiro. No entanto, pela facilidade e mudança de cultura de nossa sociedade, e no mundo todo, as estatísticas têm mostrado grande aumento das cesarianas.
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Atualmente a gestante se sente praticamente obrigada pelas pessoas de seu convívio a decidir por um tipo de parto logo quando ficam grávidas. “Pela comodidade, rapidez e medo da dor, a via cirúrgica acaba sendo o sonho de consumo da maioria das gestantes”, declara o profissional. Fica aqui uma mensagem para as gestantes que queiram vencer seus medos a fim de desfrutar do grande momento: façam um bom pré-natal, tirem todas as dúvidas e façam um bom curso de gestante. Será possível enfrentar qualquer tipo de parto com maturidade e serenidade. RECUPERAÇÃO Um parto normal natural tem uma recuperação mais rápida em relação ao parto cesárea, pelo fato deste último se tratar de cirurgia e envolver anestesia.
Segundo o médico, as pessoas confundem recuperação física com dor e sofrimento. “Ou seja, um dói mais antes, o outro dói mais depois”. Na prática não é assim. Porém, ele enfatiza que não se trata de dor e sim dos riscos de infecção, hemorragias e reações alérgicas que são maiores na cesárea. Tais riscos eram muito altos antigamente, fazendo com que as pessoas evitassem ao máximo a cesárea por medo de salvar o bebê e perder a mãe. Mathias lembra ainda que o período de seis semanas ou quarenta dias é também chamado de “dieta”, e é importante para a mulher recuperar-se física e psicologicamente da gestação e do parto normal ou cesárea. “Ao contrário do que se pensa, não há necessidade de restrição alimentar com muita hidratação e é permitido lavar a cabeça logo após o parto”, esclarece ele.
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Célula Tronco: Garantia de Vida Dr. Helder Costa
O que você faria se lhe fosse assegurado que teria mais dez ou vinte anos de vida além do que já seria o seu normal? A ciência caminha a passos largos para isso. Outra boa notícia, segundo o médico Hélder Costa, é que os objetivos dos avanços nas pesquisas vão além da busca pela longevidade: “A ciência busca também melhorar a qualidade de vida”, enfatiza. O ramo de pesquisa mais promissor, de acordo com o médico, é o de células-tronco. Elas recebem este nome porque podem transformar-se nos mais diversos tipos de células do organismo. “Se imaginarmos a imagem de uma árvore, estas células podem ir se ramificando em galhos cada vez mais diferentes uns dos outros”, compara. Tal riqueza é encontrada no sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos. Antigamente estas células eram desprezadas e jogadas fora, mas atualmente, a prática representa um grande desperdício e perda de oportunidade para a saúde da própria criança. O ideal é coletar e congelar as células-tronco. Costa lembra que há milhares de pessoas com problemas de saúde como doenças cardíacas, neurológicas, auto-imunes, diabetes e que sofrem desgaste pessoal e familiar desencadeados por esses problemas. “As pesquisas são desenvolvidas exatamente com base nestas afecções. Imagine regenerar órgãos complexos como o sistema nervoso, pulmões e rins?”, sugere.
POLÊMICA Apesar dos avanços, há muitos mitos e polêmicas sobre o assunto. A primeira impressão que deve ser desmistificada é a de que estas células são completamente diferentes das células-tronco embrionárias. A despeito das controvérsias ética e religiosa, as células embrionárias não têm nenhuma aplicação prática,
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pois sua função é formar uma criança em nove meses. “Por este motivo ninguém consegue controlar seu desenvolvimento e, por enquanto, só produzem tumores”, explica. No corpo humano existem células-tronco que possuem a função exata de regeneração quando o organismo está lesado com seus próprios mecanismos de controle. Os recém-nascidos têm grande concentração dessas células no sangue e sua coleta é fácil, indolor e econômica. Nenhum médico tira o sangue da própria criança, mas sim do volume que fica retido no cordão umbilical e placenta, os quais serão descartados.
VITALIDADE Uma dúvida comum é: por que, então, preservar células do bebê se elas existem dentro do nosso próprio organismo? A resposta é simples. Durante o nascimento tais células já são adultas e funcionais, e não sofreram qualquer estímulo prejudicial como estresse, doenças, drogas e poluentes. Possuem também uma grande vitalidade e, ao serem congeladas, preservam indefinidamente estas qualidades. As células-tronco do organismo sofrem vários estímulos nocivos ao longo da vida, diminuindo a qualidade do seu funcionamento. Com o passar do tempo perdem a vitalidade, assim como qualquer outra célula. Portanto, se uma pessoa precisar de células-tronco aos sessenta anos de idade, as suas próprias terão também sessenta anos e uma vitalidade baixa. Porém, se estiverem congeladas adequadamente, a vitalidade será melhor e o resultado da terapia também. “As células-tronco do cordão umbilical são mais do que simples esperança de vida; elas são uma garantia de vida para as pessoas mais importantes para nós: nossos filhos. Considere seriamente participar deste futuro”, conclui Costa.
Superação pessoal e ciência “Até dia 6 de junho de 1998, aos 18 anos, eu era um rapaz como muitos outros da minha idade. Na época eu praticava motocross mas, depois de um salto errado, sofri um acidente e não sentia mais nada da cintura para baixo. Segui as orientações médicas e dediquei-me, então, à fisioterapia. Mas hoje também faço tratamento para condicionamento físico e célula-tronco. Isso ocorreu porque em 2002 fui convidado para participar de uma pesquisa nesta área. Fiquei dez dias no Hospital das Clínicas tomando injeções para estimular a migração da célula-tronco da medula óssea para a corrente sanguínea e, a seguir, fazer a retirada da célula-tronco através de um equipamento que filtraria meu sangue. Seis meses depois desse procedimento foi feita a infusão das células e intensifiquei o ritmo de fisioterapia para esperar o resultado. Não demorou muito para surgir contração voluntária da coxa direita e dos glúteos. Em seguida tive outras sensações perdidas depois do acidente. Até então, eu só podia ficar sentado com apoio, mas depois passei a usar um andador. Após excelentes resultados com o protocolo experimental ao qual me submeti, fiquei tão entusiasmado que resolvi ajudar outras pessoas na mesma situação. Em 2005 conheci a Dra. Lílian Piñero Eça e tivemos a idéia de montar um instituto de pesquisa, o Instituto de Pesquisa com Células-Tronco (IPCTRON), um órgão privado, sem fins lucrativos, que visa o desenvolvimento de novas tecnologias. Pretendo fazer um novo procedimento com uma técnica que está sendo aplicada na Argentina, onde os resultados são animadores. Só não fiz ainda porque preciso levantar recursos financeiros. Com base nestas experiências, percebi que a coleta de células-tronco do cordão umbilical de recém-nascidos é uma excelente fonte de células-tronco adultas. A qualidade delas é fantástica. Se eu tivesse minhas células congeladas acredito que teria tido um melhor resultado. O congelamento do sangue do cordão umbilical é como um seguro, ou seja, você nunca quer usar, mas caso necessite, está lá”. Paulo de Tarso Polido. Março/2010
Doenças respiratórias: difícil ficar longe delas
Dra. Milena Baptistella Grotta
Pneumologia e alergia infantil
VACINAS O melhor caminho é investir na prevenção como boa alimentação, ficar longe de locais abafados e com muita aglomeração, não ficar exposto às baixas temperaturas, que diminuem a atividade dos cílios e do muco presentes nas vias respiratórias responsáveis pela limpeza do sistema respiratório e, principalmente, evitar contato com pessoas doentes, o que se torna impossível em ambientes de creche, escola e trabalho. “Portanto, a medida mais eficaz é a vacinação”, enfatiza. Dra. Milena e seu Atualmente todas as crianças de seis meses a cinco anos filho André devem ser vacinadas contra gripe, segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria. Nesta faixa etária a vacinação só é feita em clínicas privadas a partir de março (pré-inverno) até junho, pois na rede pública somente pessoas acima de 65 anos recebem essa vacina gratuitamente. Já existe também uma vacina contra as principais bactérias causadoras de pneumonia e meningite: hemófilos e pneumococo. A primeira faz parte do calendário na rede pública, porém, a segunda é feita em clínicas privadas para todas as crianças a partir de dois meses de idade. Em condições especiais como a dos prematuros, cardiopatas, diabéticos, entre outros, essas vacinas são liberadas pelo governo mediante prescrição médica. “Não espere seu filho adoecer. Converse com o seu pediatra sobre essas vacinas especiais”, orienta a profissional.
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Arquivo pessoal
“Tire o pé do chão frio senão você pega um resfriado, menino!” Quem nunca ouviu essa frase? Mas não é bem desse jeito que crianças e adultos são acometidos por gripes e resfriados. Segundo a pediatra Milena Baptistella Grotta, com especialização em pneumologia e alergia infantil na Unicamp, as doenças respiratórias aumentam no outono e inverno por várias condições que acontecem nesses períodos, tais como: inversões térmicas, variações bruscas de temperatura, aumento de poluentes e permanência em ambientes fechados e aglomerados, que facilitam as transmissões de infecções. O maior risco de gripes e resfriados está na possibilidade de evolução para enfermidades mais graves como, por exemplo, a pneumonia. Segundo ela, a doença pode ser causada por vírus ou por bactérias, que representam 60% das causas em nosso meio, como o pneumococo e hemófilos, ambos também causadores de meningite. Em crianças, os fatores de risco para pneumonias de repetição são: baixo peso, desnutrição, imunodeficiências, má formação pulmonar, refluxo gastroesofágico, alergia como rinite e asma e até doenças mais raras como fibrose cística e discinesia ciliar. “Se o seu filho já apresentou pneumonia em alguma fase da vida, consulte um especialista para saber a causa, pois se todo o nosso sistema de defesa estiver funcionando adequadamente não devemos ser acometidos por essa enfermidade”, explica.
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Os primeiros dentinhos Dra. Talma
o desconforto. Em casos de sintomas mais intensos os analgésicos podem ser utilizados, mas a recomendação é que os pais conversem com o dentista primeiro. Os pais não devem ficar aflitos caso os dentes demorem a aparecer. A idade limite aceitável é um ano e meio. Se a erupção não se der até essa idade, é necessário consultar um odontopediatra para se obter as radiografias necessárias a fim de observar possíveis alterações. Pais orientados quanto à época do nascimento dos dentes e dos sintomas poderão ter a conduta correta, possibilitando que a criança passe por tal período de maneira mais confortável e segura. Já o uso de pomadas não é aconselhável. Os sintomas são rápidos e logo desaparecem. A dentadura decídua se completará aproximadamente entre os dois anos e meio e três anos de idade com um total de 20 dentes. Por volta de cinco anos e meio inicia-se a dentição mista, quando começam a ser substituídos os incisivos centrais anteriores inferiores. Nesta mesma época, começa a erupção dos primeiros molares permanentes.
Fotos: Arquivo profissional
Odontopediatra
O nascimento dos primeiros dentes ocorre normalmente aos seis meses de idade com a erupção dos incisivos centrais inferiores, iniciando o amadurecimento das funções nos movimentos dos lábios, língua e mandíbula. Os sinais que podem ocorrer com mais frequência quando ocorre a erupção dos primeiros dentinhos são: a criança começa a babar com salivação abundante, a gengiva se apresenta abaulada com leve inchaço (evidenciando as coroas dentárias), inchaço local, avermelhamento gengival, dor, desconforto, estado febril, fezes líquidas, sono agitado, falta de apetite e irritação. A criança costuma levar as mãozinhas ou qualquer objeto à boca. Alguns destes problemas poderão ser aliviados dando ao bebê um mordedor de borracha ou massageador de gengiva (de material atóxico), colocados na geladeira antes de serem usados. Dessa forma, o mordedor proporcionará uma isquemia gengival, que é a diminuição da circulação sanguínea local, aliviando
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Atividade física depois do parto Marcelo Luis Pereira
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Profissional de Ed. Física e sócio-proprietário da Bio Ritmo Academia
A atividade física na vida de qualquer mulher é extremamente importante, antes ou depois do parto, pois a qualidade de vida está fortemente relacionada, não só com os benefícios salutares para a saúde, mas também com os resultados estéticos. Marcelo Luis Pereira, sócio proprietário da academia Bio Ritmo, lembra que não há como determinar um intervalo de tempo depois do parto para que a nova mamãe possa se exercitar, pois o início depende de como ocorreu a gestação, o nascimento do bebê e a recomendação médica. “Porém, os exer-
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cícios podem ser selecionados e graduados de acordo com cada caso. Sendo assim, a mulher pode fazer atividade física leve até mesmo um dia após o parto. Mas, reforço, desde que acompanhada por um profissional de educação física competente e em tempo integral nos treinamentos”, explica. Pereira observa que a depressão pós-parto, cuja tendência pode ser em grau maior ou menor para cada pessoa, ocorre devido às alterações hormonais, físicas e, consequentemente, psicológicas que recaem sobre a mulher. Tal doença também pode ser evitada
com a atividade física, que atenua estes efeitos porque estimula a liberação de hormônios relacionados ao bem-estar. Para as mulheres que já tinham o hábito da prática da atividade física antes do parto, é mais fácil voltar para a academia, pois se exercitar já fazia parte da rotina. “Por isso, minha orientação para qualquer mulher que vai gerar uma vida, é fazer o acompanhamento médico necessário e praticar atividade física antes, durante e depois do parto, pois tal conduta acrescenta mais qualidade de VIDA a toda VIDA a ela envolVIDA”, conclui.
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Parabéns A você
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Matheus Malavasi comemorou seu 1º aninho de vida ao lado dos pais, familiares e amigos no dia 21 de dezembro. A Vida bebê também aproveita este novo espaço para parabenizar o aniversariante e desejar muita saúde, paz e alegria para ele e toda a família! Vó Bete e Vó Nena
Eduardo, Márcia, Matheus e Amanda Malavasi
Hora da diversão com os amiguinhos
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Sérgio e Silvana de Munno (padrinhos) com Matheus e Eduardo/Márcia com Lucca de Munno
Assoprando a velinha
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Parabéns A você
Maria eduarda
A aniversariante Maria Eduarda Euphrosino
Cristiane Negrucci, Fernando Euphrosino (pais), Maria Eduarda e amigos na hora do parabéns
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O aniversário de 4 anos da pequena Maria Eduarda foi festejado junto com os pais, familiares e amigos. A festa foi realizada dia 14 de dezembro no Buffet Chikiliki, que foi lindamente decorado com o tema Moranguinho para a ocasião especial. Os brinquedos garantiram diversão a mais para as crianças, que também saborearam um cardápio especial.
Brincando com os amiguinhos
Decoração Moranguinho
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Ilustração
Mulher na condição mais sublime: mãe
Aderley Negrucci Contato publicitário
A mulher se completa na condição mais sublime do ser humano: a maternidade. O coração da mulher-mãe se enche de um amor tão profundo, o qual dura para sempre, diferente de todos os outros amores que já sentira. Mãe é um símbolo inigualável porque encarna a esperança e o perdão. Ninguém melhor do que ela para sentir o pensamento dos filhos, sempre pronta a perdoar suas faltas. Muitas vezes ela se isola em um canto de sua casa e chora baixinho para não alarmar a família, experimentando alegrias
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e tristezas. Desde o nascimento do filho, a mãe procura educar e acompanhar todos os seus passos, para que este cresça sadio e viva bem, guiando-o por um caminho onde possa desenvolver um caráter verdadeiro e tornar-se um adulto útil à sociedade. Mãe é aquela que jamais hesi-
tou em renunciar a si mesma para a felicidade da família. O mês de maio e, especificamente o Dia das Mães, vai muito além de uma homenagem. Será sempre uma data emocionante e comovente registrada no calendário. Que Deus coloque sobre todas as mulheres e mães as suas bênçãos.
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A responsabilidade das famílias pela integridade de crianças e adolescentes
Ilustração
pendência química. Muitas vezes os pais ou responsáveis ‘lavam as mãos’ e esperam que o Estado custeie um tratamento, pois manterá o menor fora de casa e sem causar problemas às famílias”, explica. No entanto, ela reforça que os pais e responsáveis devem cuidar da educação e da formação dos menores de forma rígida, para que não “percam o caminho” e essa tarefa é árdua e incessante. Na opinião dela, a presença dos pais e de entes queridos que amem o ser vivo desde sua concepção é um bom caminho para a formação de uma pessoa decente e feliz. Ela lembra que a família e todos
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os que vivem em estreito contato com a criança ou com o adolescente devem ser rigorosos sim, mas sem perder a ternura. “Deve-se ensinar o que é certo e o que é ter bom senso. Tudo isso visando formar um ser humano do bem”, alerta. A juíza, que trabalha com muitos casos de adolescentes infratores, reforça que esse grave problema social pode ser evitado dentro de casa, desde cedo, através do amor dos pais. “A educação deve ser rígida, porém adequada. É preciso ainda cuidado com as companhias dos filhos e estar presente, pois, na ausência dos pais ou dos responsáveis, alguém ‘cuidará’ do menor”, conclui.
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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído há 19 anos por meio da Lei Federal nº 8.069, de 31 de julho de 1990, estabelece que os pais são os primeiros responsáveis pela integridade da criança e do adolescente. Segundo a juíza Daniela Mie Murata, da Vara da Infância e Juventude de Limeira, na falta deles, o guardião legal ou judicial responde pelos atos dos menores de 18 anos. A juíza entende que muitas vezes as famílias não têm estrutura econômica, emocional e psicológica para cuidar dos seus filhos e acabam delegando esse dever ao Estado. “Um exemplo comum é no caso do tratamento de de-
A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social.
Dra. Zilda Arns (in memorian), em discurso no Haiti.
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Montagem e foto: www.shootthemodel.com
Histórias da vida
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Superação “Desembarquei na abarrotada Rodoviária do Tietê, na quarta-feira de cinzas de 2006, trazendo nas malas, além de sapatos incríveis, sonhos com certa mania de grandeza e um diploma de atriz pela Universidade Estadual de Londrina. Estava indo morar no lugar que mais amo: São Paulo. Fui correndo, no mesmo dia, pra um casting em uma agência e, na volta, me perdi. Bem caipira, na baldeação do metrô, levei 2 horas a mais pra chegar em casa. Na esquina do MASP, lá estava ele, sorridente, com uma xícara de café na mão. Naquele momento eu atestei a existência de “amor à primeira vista”: é ele! Esperei que ele viesse conversar comigo. E ele veio. Conversamos em inglês - ele é austríaco, chama-se David, na época era estudante de filosofia e também aspirante a escritor. Ficamos juntos por 6 meses e, em agosto, por causa do mestrado, David voltou para a Áustria. Eu trabalhava como produtora de teatro em São Paulo. Decidimos que eu o visitaria no Natal de 2006, o que realmente aconteceu e só voltei para o Brasil no Natal de 2008 com marido e filho a tiracolo! Nos casamos em setembro de 2007 e logo descobri que estava grávida. No quinto mês de gravidez descobrimos que meu filho, Valentino, viria ao mundo com lábio-leporino, fissura no palato e dois sopros no coração. Tive uma gravidez muito depressiva e dolorosa, além de estar na Europa sozinha, naquele inverno com muita neve e dois meses sem sol. Passei por exames que me machucaram muito (física e psicologicamente). Foi a única vez que vi meu
marido chorar. Com oito meses de gravidez, e muitas contrações, foi decidido fazer a cesária. Valentino veio ao mundo com mais problemas que imaginávamos: uma mal formação chamada atresia do esôfago, que consiste em este vir fechado e não conectado ao estômago. Não o vi nascer, nem ouvi chorar. Após quase 2 horas depois do parto trouxeram uma foto dele pra mim e, depois de 15 minutos, finalmente o vi, já de roupinha e banho tomado. Mas isso durou apenas 10 minutos e logo o levaram. Ele foi operado nas primeiras horas de vida e ficou na UTI. Fui carregá-lo pela primeira vez quando ele tinha duas semanas de vida. Só pude tentar amamentá-lo quando ele já tinha um mês de idade, mas ele não conseguiu pegar o peito. Fizemos aula juntos, tentamos de tudo, mas não teve jeito, ordenhei meu leite durante 6 meses. Até o quarto mês de vida Valentino passou por mais seis cirurgias. Morávamos mais no hospital do que em casa. Aos 15 meses de idade foi feita a plástica no lábio e céu-da-boca, e mais uma dilatação no esôfago dele. Em fevereiro de 2010 Valentino completou 2 anos de vida. Dos dois sopros no coração que ele tinha, resta menos da metade de um - o outro fechou no parto. E, quanto aos outros problemas, está tudo resolvido, perfeito e saudável! Ele é educado em três idiomas (português, alemão e inglês), é super ativo, inteligentíssimo (avançado para sua idade) e já conheceu tantos países quanto eu que tenho 28 anos. Privilegiado este menino, não?”
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Revisão de texto Sara Dionello Machado Colaborador Aderley Negrucci Comercial 3704-2292 e 9259-5398
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