E IN dição VE de RN O Ano II - n. 5 junho / 2010 R$ 4,90
Regional
AMAMENTAÇÃO
Benefícios, proteção e desenvolvimento Grávida
Entenda o que acontece com seu sono saúde
Diferenças entre gripe, resfriado e rinite
Curso para gestante:
um guia completo para antes e depois do parto
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Raquel Penedo Oliveira Editora
Capa
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Editorial
Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia tem genialidade, poder e alegria.
O primeiro aniversário da Vida bebê vem celebrar um ano de conquistas e alegrias. Podemos afirmar que passamos a ser uma revista reconhecida no mercado editorial como quem se preocupa não apenas com a divulgação de assuntos técnicos de saúde, moda, comportamento, mas também como fonte de informação dos valores da vida em família. Alinhada a este conceito, a Vida bebê vem buscando sempre os melhores profissionais e parceiros que se importam em deixar aqui também suas marcas e ideologias nos momentos de informação e troca de experiências. Que alegria e que correria... Há tanto o que contar. Mesmo com as reuniões de planejamento com nossa equipe, nem sempre é possível evitar o corre-corre no fechamento das edições; mudanças de última hora na diagramação, porque chegou uma foto linda que não tem como deixar de publicar, agradáveis surpresas como o nascimento de um bebê às vésperas de enviarmos o material para a gráfica, depoimentos lindos e que mesmo parecendo não termos mais espaço, damos um jeitinho de colocar. Enfim, falo em meu nome e de toda a equipe: esperamos que vocês continuem gostando cada dia mais da Vida bebê, pois estamos cada vez mais apaixonados por vocês, futuras mamães, bebês recém-chegados, os maiorzinhos, toda a família reunida em torno deste assunto: VIDA. Deliciem-se com a doçura que preparamos para vocês nesta edição e que possamos comemorar juntos muitos outros aniversários.
Sumário 4 - Projeto Família 9 - Acessórios de Inverno 10 - Guarda-roupinha
Sayumi Gallo Izu Roupa: Bee Happy Foto: Inez Miranda Bolo e doces: Ateliê Kates Dias
30 - Amamentação : vínculo de amor 33 - Gripe, resfriado ou rinite?
12 - Editorial de moda bebê e infantil
36 - Grávida: entenda o que acontece com seu sono
19 - Editorial moda gestante
39 - Retratinhos da vida
25 - Drenagem linfática
41 - Licença maternidade
26 - Curso para gestante
42 - Histórias da vida 3
Projeto família
Um + Um = Três Fotos: Wagner Morente
Silvana Minetto Borges Psicóloga
Daniela Marina Hergert Ivers, Laura Hergert Ivers e João Ricardo Ivers
Nasceu! Que fofura! Tem as bochechas do papai e a boquinha é cópia fiel da mamãe. É saudável e uma gracinha de bebê, cuja chegada parece ser o início da felicidade eterna. Porém, o tão esperado nascimento transforma o doce lar em um caos. Entre um chamego e outro, há inúmeras trocas de fralda, vômitos, mamadas, cólicas, choros, noites em claro, visitas e manha. Tudo muito normal. Todavia, segundo a psicóloga Silvana Minetto Borges, o impacto da nova rotina pode imprimir sério comprometimento na relação do casal, expondo o lado nada cor-de-rosa do sonho de se tornarem papais. “Afi-
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nal, a vida deixou de ser apenas do casal. É hora de rever hábitos, readaptá-los e, certamente, reorganizar tudo”, explica. Durante os nove meses tudo é novidade. Os futuros pais sonham com o rostinho do neném que vai nascer, planejam o parto, preparam o quarto, o enxoval, deliciam-se com o barrigão se mexendo e tudo é festa. Inebriados com o momento e sem experiência anterior, não avaliam o quanto o recém-nascido vai mudar suas vidas. Ela lembra que é muito gostoso e fácil idealizar o pimpolho mamando meigamente, dormindo docemente no bercinho, exalando o inimitável
e inigualável cheirinho de bebê ou pronto para passear com aquela roupa linda que foi escolhida com tanto carinho. Difícil é viver as noites em claro com as preocupações constantes que fazem parte do desenvolvimento do bebê.
REORGANIZANDO
Ter um filho requer investimentos físico e emocional bastante generosos. Adaptar-se a ele, ao trabalho e à responsabilidade inerentes às novas funções de pai e mãe parecem tarefas simples, mas não são. A vida social desaparece, pelo menos temporariamente, e o círculo de amizades muda. De acordo com a
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Cuidamos juntos da Laura. Faço questão João Ricardo de ir junto ao pediatra
psicóloga, o pai se ressente por ter que dividir com o bebê o amor e a atenção da mulher. Ela, por sua vez, pode estar fora de forma e insegura. “Estas são arestas que, muitas vezes, já podem ter surgido no último trimestre da gravidez. Nesse período, a frequência de relações sexuais costuma despencar, maridos e esposas demonstram certa intolerância um com o outro e a insatisfação com o relacionamento tem início, podendo se estender até o primeiro aniversário do filho”, declara a profissional. A paternidade também costuma trazer à tona divergências em torno da vida familiar e dos cuidados com o filho. Na maioria dos casos, são as mães que mais se mostram vulneráveis à depressão nos meses seguintes ao parto, manifestando descontentamento primeiro e derrubando por terra a afirmativa de que essa fase é só alegria. Encarar essa nova etapa sem tanta idealização é o primeiro passo para se evitar sérios abalos no casamento. Dividir tarefas, sem dúvida, é fundamental para estabelecer cumplicidade e harmonia entre o casal, estabelecendo quem vai acordar de madrugada para dar mamadeira ou quem troca fralda naquele dia. “O envolvimento do homem é fator importantíssimo para a garantia de que o casamento sobreviverá a tantas transformações”, ressalta.
É certo também que os primeiros meses com o bebê costumam ficar marcados por um considerável antagonismo. Ao mesmo tempo em que os pais amam aquela singela criaturinha, podem se ressentir com a falta de tempo e de disponibilidade para, por exemplo, aqueles momentos descomprometidos quando podiam acordar mais tarde, ir ao clube, ouvir música, conversar ou resolver de uma hora para outra viajar no final de semana. Mas nem por isso os prazeres devem acabar. A dica é reorganizar o cotidiano. Dialogar muito, contar até dez para não perder a calma e, se for preciso, achar um meio-termo: “Nos programas em que dá para levar o “baby”, porque não levar? Quando não é possível e não tem ninguém em casa, aproveitem ao máximo a nova vida. Até um passeio a três pelo parque da cidade pode se transformar numa festa! Curtam!”, aconselha.
NOVOS PAPÉIS E FUNÇÕES
Antes eram só os dois, agora estabeleceu-se um triângulo, pois a relação passou a ser a três: mãe e filho, pai e filho, mãe e pai. Os vértices dessa nova configuração passam por sentimentos muito intensos e necessários para o bem-estar da família. O bebê depende muito da mãe, mas o pai deve se envolver bastante e com
a permissiva da mãe. O investimento que a mulher faz na maternidade é grande, só que muitas vezes o homem se sente excluído do processo e esse também é um ponto de atrito para o casal que está vivenciando os primeiros meses com o bebê. Segundo ela, há casos em que ele quer participar ativamente de tudo, mas a esposa não permite porque no fundo acha que só ela sabe cuidar direito do filho. A exclusividade não pode existir e muito menos papéis fixos, tais como: um cuida e o outro sustenta. Os novos pais não devem esquecer que, antes de serem pais e mães, eles formam um casal.
PAI, MÃE E AMANTES
Entre tantas mudanças, a vida sexual é uma das áreas também afetadas. Mãe e filho têm uma relação muito forte desde a gravidez e ela permanece com os cuidados após o nascimento. É natural que a libido diminua porque o foco da mãe é, certamente, o filho. Ao marido cabe a compreensão e a certeza de que isso não durará para sempre. Às vezes, é o próprio marido que se contagia pela chegada do filho e se esquece dos cuidados para com a esposa. Ele pode ter a sensação de que mãe é um ser imaculado e se inibir sexualmente.
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Isso também passa com o tempo. Podem surgir inseguranças e descontentamentos com o peso, possíveis estrias, celulites e flacidez, inibindo sua capacidade de sedução. “Mais uma vez é preciso lembrar que tal fase é passageira e, se houver cumplicidade e apoio do parceiro, vai ser mais facial e rápido. Se o diálogo for franco, a tendência é o relaxamento. Entre fraldas e mamadeiras, mas feliz.
FILHO: RESPONSABILIDADE DO CASAL
Outro problema comum é o desentendimento dos casais quando
nasce o primeiro filho por causa das suas famílias de origem. Isso acontece quando o marido ou a esposa ainda não se conscientizaram de que uma nova família se formou. Geralmente os avós tendem a emitir suas opiniões nos cuidados com a criança e o casal pode ficar dividido. É claro que a família quer o bem-estar do bebê, mas isso pode deixar todos os envolvidos tremendamente irritados. Por isso, marido e mulher devem estar afinados em suas decisões e, aos poucos, irem assumindo sua casa, sua família, sem aceitar
interferências. Os avós são referências primordiais, mas o casal precisa de tranqu,ilidade e cumplicidade para cuidar e educar o filho da maneira como percebe ou acredita que seja a correta. É dessa forma, acertando e errando, que os laços se fortalecem e os passos em direção ao amadurecimento são dados. “Lembrando que, casamento bem ajustado é caminho para se ter um filho feliz e seguro. Além disso, apesar de não deixar ninguém dormir, ele tem as bochechas do papai, a boca da mamãe e é mesmo uma fofura!”
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Chegar em casa e ver a Laura é nossa alegria. Cada dia é uma novidade. Um dia ela engatinha, no outro aprende a mexer no celular e no outro fala uma palavra diferente.
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Daniela
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Acessórios
Gustavo Zabin Barreto bem protegido contra o frio
Wagner Morente
que aquecem e encantam no inverno O inverno chegou e com a nova estação muitas mamães têm dificuldades para compor o visual dos bebês, ou ainda convencer seus filhos maiores sobre a importância do uso de acessórios que protegem contra o frio. Para estimular bebês e crianças a usarem toucas e meias, o mercado de moda infantil inova a cada ano, trazendo personagens que transformam esses acessórios em charme e diversão da cabeça aos pés. As toucas, nas versões básica, listrada ou com motivos infantis, deixam seu bebê muito mais quentinho e charmoso, além de fazerem a cabeça da garotada. Nos dias de frio menos rigoroso, o acessório pode dar lugar aos lacinhos ou faixas, para as meninas, ou aos bonés, para os meninos, compondo um visual mais descontraído. Já para elas, estampas mais românticas garantem delicadeza. Nos pezinhos, as meias ganham tecidos cada vez mais confortáveis, que não apenas esquentam mas, também, proporcionam brincadeira. Além dos personagens infantis estampados, as meias com desenho de tênis são ideais para aquecer e divertir seu filho.
Fotos: Wagner Morente
GUARDA-ROUPINHA
Pirulito
Marno Modas
Sonho de Anjo
Malukinha
Strepulia
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GUARDA-ROUPINHA
Anjo Sapeca Sonho de Anjo
Sonho di Bebê
Hortelã Sonho di Bebê Marno Modas
Sonho di Bebê
Malukinha Maria João
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GUARDA-ROUPINHA
Bee Happy Pirulito
Maria João
Sonho di Bebê
Sonho de Anjo
Hortelã
Sonho de Anjo
Anjo Sapeca
Strepulia
Bee Happy
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Thais Ferreira Gomes veste Marno Modas
Fotos: Wagner Morente
VitorHugo C. Bittencourt veste Hortelã
Anna Rita de Landa Soares veste Sonho de Anjo
Igor Henrique Pivo de Angelo veste Malukinha
Gabrielle Adriani Gonçalves veste Anjo Sapeca
Natalia Miguel Borges veste Maria João Maria Luiza Zaccarelli Barnabé Silva veste Sonho di Bebê Murilo Bozzi Bueno veste Pirulito
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Kaique Henrique Ribeiro veste Marno Modas
Enrico Pizzinatto veste Sonho de Anjo
Maria Eduarda Lorizola veste Sonho di Bebê
Laura Hergert Ivers veste Bee Happy
Maria Clara F. Alves veste Pirulito
Lucas Ferreira veste Strepulia João Pedro Cirulli veste Hortelã
Lucas Piccinini veste Bee Happy
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Tayna veste Malukinha Giulia Pizzinatto veste Sonho de Anjo
Matheus Bortollo veste Sonho di Bebê
Luiza Quintal Bagnoli veste Hortelã
Enzo Pereira Gazotto veste Sonho di Bebê Igor veste Malukinha
Tayna Vanin veste Malukinha
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Isabele Bortolotti Novello veste Sonho de Anjo Vinicius Mancini veste Bee Happy Laura Cirulli veste Hortel達
Bernardo de Landa Soares veste Sonho de Anjo
Thais veste Marno Modas
Rafael Armelin Stalder veste Sonho de Anjo
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Laura veste Bee Happy
Kaique veste Marno Modas
Samuel Silva de Oliveira veste Sonho di Bebê
Luiza Nicolau de Sá veste Strepulia
Francisco Antonio Palermo veste Anjo Sapeca Natália veste Maria João
Laura Scaquette Alves veste Sonho di Bebê
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Espaço de moda para gestantes Gestante Vestidos | Batas | Calças | Bermudas | Jeans | Lingerie | Pijamas | Acessórios Jane Vieira e Theo Vieira
“Além da preocupação com minha saúde e a do meu bebê durante os nove meses da gestação, também procurei vestir-me de maneira elegante e confortável. E isso foi possível através da variedade de opções que encontrei na Bee Happy. As peças adequadas confeccionadas com carinho especial proporcionam a mulher grávida elevação da auto-estima. Valeu a pena renovar meu guarda-roupa neste período!”
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rUA aLFERES fRANCO, 810 | cENTRO | lIMEIRA-sp | fONE: 19 3445.1073
MODA
Grรกvidas e lindas!
Debora Zulske Penedo de Barros
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Patricia Mecatti Firens
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Cristiane Ribeiro
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Roupas : Bee Happy Cabelo e Maquiagem : Toque de Beleza Fotos : Inez Miranda
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Drenagem linfática: saudável e linda na gestação
Carina Balloni Florindo Fisioterapeuta
Durante a gestação a mulher passa por transformações físicas e emocionais e, portanto, conviver bem com essas mudanças é imprescindível para a saúde da mamãe e do bebê. Segundo a fisioterapeuta Carina Balloni Florindo, as alterações hormonais promovem a reabsorção de sódio causando a retenção hídrica. Com isso, a gestante tem um aumento de 30% a 50% do volume sanguíneo, podendo reter até oito litros de água acima do normal. “Esse acúmulo de líquido causa desconforto, inchaço, sensação de peso nos pés e pernas, dificuldade dos movimentos e, às vezes, até parestesias”, explica. Carina enfatiza que a fisioterapia tem um papel de prevenção e de reabilitação nessas pacientes tão especiais, utilizando da drenagem linfática manual. A drenagem linfática é uma massagem suave e lenta, que estimula o sistema linfático, ativa a circulação sanguínea, diminui a retenção de líquido, promove
hidratação da pele, melhora o sistema imunológico, elimina toxinas pela urina, previne celulite, diminui as tensões e reduz as dores musculares. Além disso, proporciona sensação de bem-estar e alívio dos demais sintomas relacionados com a alteração hormonal, tais como enxaqueca, insônia, constipação intestinal e cansaço. Através da drenagem linfática conseguese resgatar a harmonia entre corpo e mente, fortalecendo ainda mais o vínculo mamãe-bebê. “São indicadas até duas sessões por semana”, lembra. O tratamento é contra-indicado para grávidas com hipertensão não controlada, insuficiência renal, trombose venosa profunda, infecções de pele e erupções cutâneas. A fisioterapeuta acrescenta que a drenagem deve ser realizada por um profissional qualificado, que tenha conhecimento sobre o sistema linfático e as mudanças fisiológicas que ocorrem no organismo durante a gravidez. Fotos: arquivo profissional
Tatiane Samara Francisco de Assis Silva - 27 semanas
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Curso para gestante:
um guia completo para antes e depois do parto
Rosângela Teresinha Barbosa Mathias Enfermeira
Para grávidas de primeira viagem ou para mulheres que querem evitar na segunda gestação os mesmos deslizes cometidos com o primogênito, o Colégio Técnico de Limeira (Cotil/ Unicamp) promove, há 23 anos, o tradicional Curso para Gestantes, iniciativa do curso de Enfermagem, que já virou referência até mesmo na implantação de projetos públicos na cidade. Segundo a enfermeira Rosângela Teresinha Barbosa Mathias, coordenadora do Curso para Gestantes, a iniciativa se resume a um verdadeiro guia para as mamães durante e depois da gestação, abordando temas simples, como esclarecimento de mitos e tabus, até questões mais complexas, como trabalho de parto e primeiros cuidados com os recémnascidos. As aulas acontecem semanalmente durante dois meses no primeiro semestre - maio e junho, e dois meses no segundo semestre - outubro e novembro. A cada edição, a coordenadora inova, incorporando assuntos antes não vistos. Neste ano, por exemplo, a novidade é a aula sobre células-tronco. Atualmente o projeto atende grávidas com idades de 16 a 42 anos. Com as mudanças sociais e o advento feminino no mercado de trabalho, a gravidez depois dos 40 se consolida cada vez mais como uma tendência dos tempos modernos e, com ela, um leque de dúvidas, inclusive das mais antigas. “Atendemos mulheres que não viram suas mães cuidando dos seus irmãos menores, por exemplo, e frequentam o curso para saber informações das mais
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Rosângela mostra posição do bebê antes do parto...
básicas às mais complexas”, explica a coordenadora. O curso é ministrado por profissionais com qualificação específica em nove áreas, e é dividido por temas.
EMOCIONAL
É a primeira aula porque, segundo ela, as mudanças emocionais são as mais perceptíveis a partir da descoberta da gravidez. É por isso que, além das mulheres, o curso também pode ser frequentado pelos homens. “Devido às alterações hormonais, as mulheres chegam a ficar sensíveis como um cristal”, compara. Lidar com esses sentimentos na vida a dois, assim como perceber os primeiros sinais de depressão durante a gestação ou no período pós-parto, pode ser a garantia de uma gravidez e maternidade mais felizes e equilibradas.
mulante), e recomendações antigas, como a proibição de ingestão de álcool na gravidez, são enfatizadas.
SHANTALA
Nesta aula prática, com o uso de bonecas, as futuras mamães aprendem técnicas de Shantala, uma massagem que promete acalmar e até proporcionar um sono mais tranquilo para o bebê. “Ela sempre deve ser feita a partir dos três meses. A massagem é feita da cabeça aos pés”, explica. Além de tranquilizar a criança, o vínculo entre mãe e filho fica ainda mais forte.
NUTRIÇÃO
Nesta etapa as gestantes recebem informações sobre controle de peso, cardápio adaptado e restrição de alimentos em casos de doenças, como a hipertensão. O consumo de café normalmente não é indicado devido à cafeína (esti-
... e explica quais são os cuidados imediatos após o nascimento
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Devido às alterações hormonais, as mulheres chegam a ficar sensíveis como um cristal
Gestantes exercitam o aprendizado utilizando as bonecas
TESTE DO PEZINHO
Embora seja uma aula bem técnica, as gestantes se interessam muito pelo tema apresentado por profissionais da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Sempre com informações novas sobre os avanços na prevenção das doenças, as aulas culminam no enfoque da importância do exame e encaminhamento em caso de qualquer anormalidade.
Se a grávida começou a sentir contrações uterinas, ou a bolsa rompeu e ainda houve perda do tampão mucoso, é hora de ir para o hospital. “Não precisa necessariamente esperar o rompimento da bolsa. Na dúvida, não deixe de ir para o hospital”. Além da mala da gestante e do bebê, é necessário portar sempre o cartão do pré-natal, é o “RG” da mãe e do filho.
ESTÉTICA
* Pós-parto
Uma das aulas mais animadas, Rosângela lembra que somente as instruções básicas sobre o uso de cremes para combater celulite, estria e tratamentos como drenagem linfática, por exemplo, já elevam a auto-estima das grávidas. “Muitas vezes a gestante se acha gorda ou indesejada, mas, na verdade, é a fase em que a beleza da mulher está mais sublime. Não existe grávida feia”, declara.
TRABALHO DE PARTO
A aula mais longa do curso, dividida em etapas, aborda desde os sinais do provável início de trabalho de parto até o pós-parto.
Nesta etapa, as grávidas também esclarecem mitos e conhecem as vantagens de cada tipo de parto, normal ou cesárea. Independente de cada caso, todas as mulheres também são informadas sobre o período de uma a duas horas na sala de recuperação pós-parto. “A família não deve se desesperar porque essa espera é normal para a recuperação anestésica adequada”, explica. Em seguida, mãe e filho vão para o alojamento conjunto, conhecido como maternidade, e ficam juntos definitivamente. “Esse procedimento é adotado em hospitais públicos e privados, e permite proximidade maior entre
mãe e bebê desde as primeiras horas de vida”.
*Amamentação
Com o uso de bexigas, as gestantes participam de uma verdadeira aula prática de amamentação. As mães também conhecem os benefícios do aleitamento materno para a nutrição do bebê e proteção contra doenças. Passar o próprio leite no bico para evitar rachaduras é uma dica imprescindível diante da dúvida mais comum neste tema, assim como não usar cremes ou loções para não tirar a proteção natural da pele da aréola. Há ainda esclarecimento de dúvidas específicas, como amamentar gêmeos de forma simultânea.
*Cuidados com o recém-nascido
Na última fase da aula, as futuras mamães recebem dicas médicas valiosas para os momentos que podem gerar insegurança, como a primeira febre, dúvidas quanto ao banho e coto umbilical. A região do umbigo, por exemplo, deve ser limpa com cotonete e ál:: continua
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cool 70%, mesmo após a queda, o procedimento deve continuar, em média, por mais uma semana. Banhos são indicados uma vez ao dia para os recém-nascidos (até 28 dias) e, a cada troca de fralda devido às fezes, a região do bumbum deve ser lavada. Legislação envolvendo bebês e crianças como, recentemente, as novas regras para o transporte dentro do carro, também são incorporadas na reta final do curso.
Sono do bebê e da família
A gestante também recebe dicas sobre o sono do bebê e, consequentemente, de toda a família. Uma regra básica para evitar que seu filho troque o dia pela noite é proporcionar ambientes diferentes a cada período, ou seja, à noite o quarto deve realmente estar escuro e em silêncio. Já durante o dia, a casa deve estar clara e com os sons em alturas normais. “Assim a criança perceberá que é mais confortável dormir à noite. É um hábito natural que se
desenvolve desde os primeiros dias”. Diante de tantas complexidades abordadas no curso, Rosângela enfatizou que as portas do Cotil estão abertas para quem estiver interessado nas aulas, e lembrou que o único critério para participar é estar grávida. “É um curso aberto a todas as grávidas e aos pais também. Durante as aulas todos aprendem, tiram dúvidas e se divertem muito. Criamos verdadeiros laços de amizade enquanto nos preparamos para a chegada dos bebês”, declara.
Pais também participam deste momento importante no aprendizado
O que levar para o hospital Mala da gestante
Na mala da futura mamãe não pode faltar absorvente comum, calcinha de malha, camisola não transparente ou pijama, chinelo e produtos de higiene pessoal. Apesar dos mitos, a coordenadora do Curso para Gestante orienta levar shampoo para o hospital. “As mulheres devem lavar a cabeça depois do parto. Não há nenhum risco para a saúde. Isso é mito”, orienta.
Mala do bebê
Técnicas de shantala são novidades do curso neste ano
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Na mala do bebê deve haver, no mínino, cinco trocas de roupa, fraldas, toalhas, manta ou cobertor (se o parto ocorrer no inverno). Rosângela lembra que a chupeta e a mamadeira são itens proibidos. “O bebê precisará somente do leite materno”.
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Amamentação: vínculo de amor Dr. José Martins Filho Médico pediatra Inez Miranda
Anna Barboza Razzo
“Ser mãe é se tornar capaz de ser feliz com a felicidade de outra pessoa”. É com essa declaração que o pediatra José Martins Filho, especialista em puericultura, define a maternidade e enaltece a importância da amamentação, um dos primeiros gestos concretos de demonstração de amor da mãe pelo bebê. Segundo ele, os benefícios bio-
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lógicos e afetivos são igual e fundamentalmente importantes. “É um vínculo profundo entre mãe e filho”, ressalta. Uma curiosidade do universo dos bebês reforça a importância dessa ligação. Segundo o especialista, o bebê acredita que ele e a mãe são a mesma pessoa durante a amamentação porque man-
têm uma relação quase simbiótica com a genitora, como se ela fosse sua continuidade. “Ele já observa outras pessoas mas, se amamentado ao seio, por volta dos dois meses, já consegue ver bem definido e focado o rosto da mãe. Se o aleitamento for artificial, isso só vai acontecer por volta dos quatro meses”, compara.
SAÚDE
Quanto aos benefícios para a saúde, Martins destaca a proteção contra doenças e o desenvolvimento mais acelerado do sistema nervoso como as principais vantagens do aleitamento materno. “A composição láctea natural tem substâncias que permitem a maturidade do sistema nervoso, como enxergar o rosto da mãe mais cedo. O desenvolvimento psicomotor é mais rápido”, reforça. A movimentação de 25 músculos da boca do bebê durante a sucção do leite da mãe também contribui para o desenvolvimento, assim como para a respiração e mordida adequadas. “Quanto mais o bebê mama no peito, menos chances ele tem de desenvolver a respiração bucal”, esclarece. Para as mulheres, no âmbito da saúde, a grande vantagem é a proteção contra o câncer de mama. “Há uma relação direta entre desmame precoce e aumento do câncer de mama”. AJUDA
Ciente dos benefícios, muitas mães, no entanto, deixam de amamentar e sentem-se culpadas por isso. Segundo o médico, o problema, em geral, ocorre devido ao despreparo para a amamentação. “O aleitamento exige que a mãe esteja calma e que o ambiente seja tranquilo”. Outro aspecto fundamental é a sucção correta. “O bebê precisa pegar a auréola com o bico e não somente o bico”. Essas dificuldades, no passado, não ficavam tão evidentes porque o conhecimento era transmitido pelas gerações mais antigas. Hoje, porém, para amamentar, a mulher precisa do apoio de profissionais das mais diversas áreas, incluindo,
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O aleitamento materno é exclusivo no peito, sem mais nada até o seis meses. Quem deve tomar água, sucos e se alimentar bem é a mãe.
além da pediatria, nutrição e enfermaria. “Esses profissionais precisam orientar as mães. O médico precisa estar disponível”, afirma. Nestas orientações, as mães aprendem, por exemplo, que não existe leite fraco e que a produção depende da quantidade de sucção. O especialista enfatiza que, em geral, o esclarecimento dessas dúvidas tranquilizam as mães. Buscar grupos de ajuda também pode ser uma boa alternativa. DESMAME
O aleitamento materno deve ser a única alimentação do bebê até os seis meses e, após esse período, o leite natural pode ser conciliado com outros alimentos indicados para cada fase. Quando chegar o período do desmame, que varia de acordo com cada criança e mãe, o procedimento não pode ser abrupto. “O aleitamento materno é exclusivo no peito, sem mais nada até o seis meses. Quem deve tomar água, sucos e se alimentar bem é a mãe”, reforça. Ele acrescenta que a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam a amamentação, no mínimo, até os dois anos de idade. “O ideal é que as mães procurem chegar até os 24 meses de idade com essa amamentação complementada e, só depois disso, iniciar o desmame”. Outra estratégia importante para evitar impacto na rotina do bebê é excluir, em média, uma mamada a cada quinze dias, como por exemplo, no período da manhã, horário de almoço e por último à noite. O desmame é a primeira etapa da terceirização dos cuidados com o bebê, tema que será tratado na próxima edição da Vida Bebê. Não perca!
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Médico, escritor e comunicador JJosé Martins Filho é graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (FMRPUSP – 1967) e doutorado em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – 1972). Livre docente em neonatologia (pediatria) na mesma instituição em 1982. Ele também atuou como diretor da Faculdade de Medicina da Unicamp (1988/1990) onde também foi vice-reitor (1990/1994) e reitor posteriormente (1994/1998). Desempenha atualmente, como professor titular de pediatria (aposentado), as funções docentes na pós-graduação em saúde da criança e do adolescente, vinculada à Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Atuou ainda como pró-reitor acadêmico e, posteriormente, de graduação na Universidade Cruzeiro do Sul em São Paulo. Atualmente é assessor acadêmico da Reitoria do Centro Universitário (FIEO UNIFIEO), em Osasco - SP. É autor dos livros: “Lidando com Crianças, Conversando com os Pais”; “Filhos, Amor e Cuidados: Reflexões de um Pediatra”; “Cuidado, Afeto e Limites: Uma Combinação Possível”; “A Criança Terceirizada: os caminhos das relações familiares no mundo contemporâneo” e “Como e Porque Amamentar”. 32
No âmbito da comunicação, apresenta o programa Conexão Brasil, que vai ao ar pela TV século 21 todas as terçasfeiras das 22h30 às 23h30
e com reprise nas madrugadas de domingo, 1h. São discutidos temas sobre saúde e bem estar com profissionais das áreas. Inez Miranda
Anna Barboza Razzo
Gripe, resfriado ou rinite? Vinícius Oliveira Santos
Fotos: Wagner Morente
“Meu filho vive gripado, com nariz entupido e espirrando. Será que é gripe, resfriado ou rinite?” Os sintomas realmente são similares, mas cada doença precisa ser diagnosticada corretamente para a definição do tratamento adequado. Segundo a pediatra Milena Baptistella Grotta, especializada em pneumologia e alergia infantil pela Unicamp, os sintomas de resfriado são mais leves, como coriza, obstrução nasal, tosse, espirros e pequena elevação da temperatura corporal. Eles duram, em média, de cinco a sete dias. Já os sintomas da gripe costumam ser mais intensos e, além da obstrução nasal e tosse, incluem febre alta, dores no corpo, na cabeça, irritação na garganta e falta de apetite. O de-
saparecimento total pode demorar até dez dias. Ambas as doenças são altamente contagiosas e transmitidas por gotículas de saliva, principalmente pelas mãos. “Assim, uma criança espirra sobre um brinquedo e, minutos depois, outra pega o mesmo objeto e leva a mão para a boca. Pronto. Está feito o contágio”, explica. A pediatra enfatiza que a única maneira de prevenir a gripe é a vacinação nos meses do outono. O objetivo é que as crianças, principalmente as que frequentam creches e escolinhas, estejam imunizadas no inverno. Já a rinite não é transmissível. É uma doença causada por alergia herdada dos pais. Os sintomas também incluem obstrução nasal, coriza e crise
Dra. Milena Baptistella Grotta Pediatra
de espirros. “A diferença é que não aparece febre. A rinite geralmente é acompanhada por coceira no nariz, que pode ser difícil de ser identificada nas crianças pequenas”, informa. O grande alerta da especialista é que esses sintomas se repetem com frequência, ou seja, cada vez que a criança entra em contato com poeira, ácaros, mofos, mudança de temperatura ou cheiros fortes, os problemas reaparecem. Se o seu filho parece estar sempre “gripado” é preciso atenção porque a doença, na verdade, pode ser rinite. “Consulte um especialista para a orientação correta e, se necessário, realização dos exames adequados para o diagnóstico e tratamento definitivo”, recomenda a pediatra.
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Grávida: entenda o que acontece com o seu sono
TENDÊNCIA
No segundo trimestre o sono tende a se regularizar, pois a quantidade de progesterona que invadiu o corpo no início na gestação já não é tão intensa. É por isso que a gestante sente-se mais animada nesta fase gestacional, passando a fase da exaustão.
FIM DE GESTAÇÃO
Com a chegada do terceiro trimestre a dificuldade para dormir surge, normalmente, para todas as grávidas, sem exceção. A mulher vira para um lado e sente desconforto, vira para o outro e nada melhora. O motivo, nesta fase, é outro e bem
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Michelle Amanda Dias Lossolli, grávida de 32 semanas
mais visível: o aumento do volume abdominal. A tentativa de amenizar esse impacto natural no sono deve ser lembrada desde o início da gestação. “É importante não ganhar muito peso nos dois primeiros trimestres. Aquelas que engordam muito, com certeza, sentem o cansaço maior no final da gestação”, lembra.
Wagner Morente
Dra. Sandra Rossi Ginecologista e obstetra
“Durma bem agora porque depois é impossível”. Exageros à parte, esse conselho acompanha as futuras mamães desde o início da gestação. A dúvida, no entanto, começa desde cedo também. Como seguir essa recomendação se, desde as primeiras semanas de gravidez, o sono é comprometido? Para algumas mulheres, os três primeiros meses de gestação são sinônimo de sono excessivo, enquanto para outras, a dificuldade está justamente em dormir. Para entender porque tais mudanças ocorrem no seu organismo, a obstetra Sandra Rossi lembra que, no início da gestação, existe um aumento muito rápido dos níveis de progesterona, fenômeno considerado normal no primeiro trimestre da gravidez. “Portanto, este hormônio feminino pode transformar um dia de trabalho normal numa verdadeira maratona, pois aumenta muito o sono e também a sensação de cansaço. Mas, em contrapartida, o organismo da futura mamãe trabalha muito rápido, aumentando o volume de sangue da mulher, gerando um esforço maior para bombear o coração e, para muitas, as noites tranquilas de sono se vão”, esclarece. Portanto, diante destas situações opostas, a médica lembra que não é regra todas as grávidas dormirem muito no primeiro trimestre de gestação, pois existem aquelas que têm dificuldade para pegar no sono desde o início.
URINA
A fadiga aparece novamente na 30ª semana, não só pelo peso da barriga, mas também pelas noites de sono mal dormidas. Isso porque o crescimento do útero comprime a bexiga, aumentando a frequência de micção da grávida. No fim da gravidez, é comum ela se levantar três ou quatro vezes para ir ao banheiro durante a madrugada.
Dicas para dormir melhor 1. Experimente dormir de lado (sobre o lado esquerdo), com um travesseiro entre as pernas, um atrás das costas, um embaixo da barriga e outro embaixo da cabeça. 2. Diga não a cigarros e bebidas. Nicotina e álcool causam insônia e danos para o seu bebê. 3. Diminua a quantidade de cafeína. Procure evitar o consumo no final da tarde e no começo da noite, para que não perturbe o sono. 4. Evite refeições pesadas no jantar, pois deitar de estômago cheio atrapalha o sono. O correto, à noite, é ter uma alimentação leve e deitar três horas após a última refeição 5. Não faça atividades físicas à noite. Mas lembre-se que você deve exercitar-se regularmente, durante a gestação, com orientação de seu obstetra. 6. Tenha uma rotina diária e vá diminuindo seu ritmo conforme a noite vai chegando. Antes de ir para a cama, tome um banho morno para relaxar.
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Parabéns A você
Rafaela Jonas - 4 anos Mamãe: Simone Ribeiro Jonas Papai: Willian Jonas
Caio e Caique - 1 ano Mamãe: Andreza Módulo Kalid dos Santos Papai: Cássio Kalid dos Santos
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Leonardo Zanetti de Oliveira - 9 anos e Caroline Zanetti de Oliveira - 11 anos Mamãe: Sandra Zanetti de Oliveira Papai: Gilberto de Oliveira
Giovanni - 2 Anos Mamãe: Darciana Cristina Zanetti Terrell Papai: Danilo Terrel
Retratinhos da Vida Antonio´s Fofografias
Culto do bebê: a Igreja Presbiteriana Central de Limeira presenteou 23 bebês com a Bíblia do bebê no dia 30 de maio
Álbum de família
Miguel Massaro Marques: nasceu dia 11 de maio e está na foto com a mamãe Fabiana Massaro e o papai Nicésio Marques da Cruz. Parabéns
Fofografias Roveda
Pinguinho de Gente: festa junina no dia 19/06 no Rancho Nativo em comemoração dos 40 anos da escola
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Licença Maternidade:
rem com previsão em norma coletiva da categoria”, explica. Em sua opinião, a lei, embora tímida, significa um grande avanço tanto na área trabalhista quanto social, pois cria a possibilidade das entidades sindicais negociarem a ampliação do prazo, o que já vem ocorrendo em vários setores. Além disso, a nova legislação segue orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de aleitamento materno pelo prazo de seis meses. Ela lembra ainda que, infelizmente, a lei não prevê a prorrogação da estabilidade que continua sendo de cinco meses após o parto, conforme prevê a Constituição Federal. Contudo, durante o afastamento em razão do contrato de trabalho estar suspenso, a empregada não poderá ser demitida. Portanto, aquela que estiver afastada por 180 dias terá o emprego garantido durante esse período. “Quanto a este aspecto, entendo
Priscilla Bittar Advogada
que caberá às entidades sindicais renegociar tais regras em suas convenções e acordos coletivos”, explica. Priscilla acredita ainda que a principal exigência do mercado atual é que não basta a empresa se preocupar apenas com a sua produtividade. É necessário também ter responsabilidade social para garantir que, no futuro, as crianças que hoje estão sendo beneficiadas com a presença da mãe durante o aleitamento por um tempo maior, estejam mais capacitadas para ingressar neste mesmo mercado. “Está provado que não cabe mais preocupar-se apenas com as próximas décadas, é necessário cuidar das próximas gerações”, conclui.
Fotos: Wagner Morente
Desde janeiro deste ano, o período de licença-maternidade no Brasil foi ampliado de quatro para seis meses; mas algumas cidades e Estados já estavam aplicando a licença de 180 dias às suas servidoras, seguindo legislação municipal ou estadual, respectiva a cada esfera pública. Segundo Priscilla Bittar, advogada especialista em Direito do Trabalho, inscrita na 3ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Campinas, a nova lei prevê a possibilidade de prorrogação da licença maternidade, até então de 120 dias, por mais 60 dias, mas não de maneira obrigatória em sua plenitude. “A empregada que quiser fazer jus ao benefício terá que fazer um requerimento, por escrito, à empresa até o final do primeiro mês após o parto, mas, segundo a lei, apenas estará obrigada a concedê-lo a empresa que aderir ao Programa Empresa Cidadã”, esclarece. A advogada menciona, como incentivo às empresas, o fato das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderem deduzir integralmente do Imposto de Renda a remuneração da funcionária, referente aos dois meses de ampliação da licença. “Não incidirá o imposto patronal de 20% sobre o valor bruto do salário”, explica. Para garantir o seu direito, a empregada ao requerer o benefício, deverá fazê-lo por escrito e protocolar junto à empresa uma cópia para comprovar que seu requerimento foi efetuado. Deverá ainda exigir que a negativa também seja feita por escrito contendo suas justificativas, podendo ajuizar medida cautelar para garantir o afastamento. “Lembrando que a obrigatoriedade se estende apenas às empresas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã ou que já conta-
mais tempo com seu filho
Daiane Cristina de Paula Braga Davi de Paula Braga
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Manual de instruções da “maternagem” Álbum de família
Histórias da Vida
Celina Valderez Feijó Köhler, enfermeira, Conselheira em Amamentação (OMS/UNICEF), membro da IBFAN Brasil
Celina, Janine Grawer (27 anos), Jade Grawer (21) e Leo Vitor Grawer (23)
Sou enfermeira, especialista em saúde pública, e tenho dedicado minha vida profissional a promover e apoiar a amamentação. Mãe de três filhos, a caçula já com 21 anos, lembro bem que os primeiros anos não foram fáceis. Durante a gravidez não conversava com meu bebê por puro desconhecimento. A ansiedade sobre como lidar com ele era tanta que minha cabeça dava voltas: como vou saber se ele está com fome ou com frio? Não sabia, nem podia imaginar, o quanto seriam importantes o som da minha voz, o toque carinhoso e o aconchego no meu peito. Minha primeira gestação coincidiu com o início da carreira profissional, no começo dos anos 80. Trabalhava em saúde pública e coordenava grupos de gestantes num posto de saúde. Naquela época, os profissionais (e obviamente eu também) possuíam pouco conhecimento sobre o que hoje chamamos
manejo da amamentação. Convictos de que amamentar era bom para a criança, porém desconhecendo a relação entre a autoconfiança da mãe e uma adequada produção de leite materno, entendíamos que promover a amamentação significava insistir para que as mães amamentassem. Lembro do quanto senti falta de um “manual de instruções” para lidar com minha primeira filha. O que mais angustia as mães, hoje e sempre, ainda mais as de primeira viagem, é o choro do bebê. Essa insegurança traz, muitas vezes, sofrimento desnecessário, além de levar a iniciativas como dar mamadeira, gerando o encerramento precoce da amamentação. As razões dessas dificuldades, porém, foram esclarecidas quando participei do primeiro Congresso de Aleitamento Materno que aconteceu no Brasil. Foi em Porto Alegre, em 1985. Nesse evento,
além de frequentar cursos, convivi com grupos de apoio mãe a mãe. Nesses momentos, além da maioria das minhas dúvidas serem esclarecidas, pude falar de meus sentimentos e perceber que não estava sozinha. Pude conhecer ONGs que apoiam o aleitamento materno, com as quais trabalho até hoje: Amigas do Peito, La Leche League Internacional, Rede IBFAN (International Baby Food Action Network). Ainda hoje, se a mulher encontra dificuldades ao amamentar, em geral sente-se culpada, frustrada, mesmo que ninguém faça cobranças. Isso aconteceria com bem menos frequência se vivêssemos numa sociedade preocupada com o bem-estar das mulheres e dos bebês. Para ajudar, é fundamental ouvir a mulher, conhecer suas dúvidas e oferecer ajuda de ordem prática para a resolução das pequenas dificuldades diárias.
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