Edição de Verão
ANO VII N. 27 Dezembro/2015 R$ 8,90
Saúde
Ensino
Como tratar a hipertensão gestacional
Pesquisa confirma os benefícios da Educação Bilíngue Bom Senso - dicas PARA VISITAR RECÉM NASCIDOS
Caderno Especial - Meditação e seus benefícios
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Editorial Encerrando mais um ano, meu desejo é que tenhamos pensamentos e atitudes positivas para o futuro que se aproxima. Sonhos e metas nos movem, então, por que não aproveitar as oportunidades que a vida nos dá, com coragem para ousar e sabedoria para seguir conquistando mais, afinal viver, e viver bem, é muito bom! Nessa edição convido você a desfrutar de excelentes matérias, tais como os cuidados para identificar e tratar a hipertensão gestacional. Dicas de bom senso para visitas aos pequeninos recém nascidos. Momentos emocionantes de um trabalho fotográfico realizado no dia do nascimento da Naômi. Os benefícios da meditação você encontra no Caderno Vida Mulher, e muito mais. Tenham uma excelente leitura e um 2016 M A R A V I L H OSO! Com o amor de sempre! Raquel Penedo Oliveira Editora
Expediente
Capinha
Coordenação e edição Raquel Penedo Oliveira Jornalista responsável Erica Samara Morente MTb 53.551 Fotografia Michele Stahl Demétrio Razzo Shutterstock Dollar Photo Club
Projeto gráfico e diagramação Depto. de arte - Vida bebê Comercial Aderley Negrucci 99155-5100 Administrativo 3713-2212 | 99881-8207
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e-mail: revistavidabebe@gmail.com O conteúdo das reportagens são de inteira responsabilidade dos colaboradores, assim como as informações contidas nos anúncios.
Miguel da Silva Bolognani Veste : Hortelã Foto : Studio Michele Stahl
Índice
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Registro fotográfico do parto Os riscos da hipertensão gestacional
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Visitas e o bom senso
Benefícios da Educação Bilingue
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Meditação
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Coach para mulheres
Mais que informação, formação! Música infantil, sempre ensina? Uma das músicas infantis mais conhecidas é a da Dona Aranha que subiu pela parede, que é realmente gostosa de cantar e tem uma letra simples e interessante. As primeiras versões dessa música iam apenas até a parte que diz que “a chuva já passou, o sol já vai surgindo e a Dona Aranha de novo vai subindo”. Até aí, essa letra tão simples dá uma boa ideia de superação dos problemas, o que é algo muito importante para se ensinar as crianças. Elas precisam saber que às vezes as coisas não saem como a gente espera, e que algumas “chuvas” na vida acabam realmente nos derrubando. Mas o importante é saber que elas passam e logo o sol aparece novamente. Aí o importante é
manter o objetivo, se recuperar e tornar a subir. Apesar dessa bela mensagem que pode ser ensinada a partir dessas estrofes, alguém teve a ideia “brilhante” de acrescentar outra estrofe que diz que a Dona Aranha é teimosa e desobediente por voltar a subir, dizendo inclusive que ela sobe porque nunca se contenta com nada. Será que esperavam que ela se contentasse
em se manter derrubada pela chuva? Não sei quem fez esse acréscimo, mas perdeu uma boa oportunidade de aplicar a música positivamente, dando-lhe um sentido negativo, como se a persistência fosse sinal de teimosia e desobediência. Uma letra para substituir essa estrofe - e manter a positividade da música - é a seguinte:
“Ela é corajosa e muito persistente, se algo dá errado ela tenta novamente”. Com ela podemos continuar a usar a musiquinha para ensinar que as chuvas passam, e que sempre podemos nos levantar e continuar a subir. Bem melhor, não?
Flávio Gouvea de Oliveira Pastor, professor e coach
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Editorial bebĂŞ e infantil Fotos: Studio Michele Stahl
Red Baloon
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Os riscos da hipertensão gestacional
A hipertensão gestacional, também conhecida como pré-eclâmpsia, acomete um número cada vez maior de mulheres principalmente a partir da 20ª semana de gravidez, o que exige atenção maior dos médicos e das próprias gestantes principalmente em relação aos sintomas e as formas de controle. Dependendo da evolução do quadro, pode provocar o parto prematuro ou ainda levar a mãe a óbito. Estatísticas comprovam que entre 5% a 8% das grávidas brasileiras sofrem com elevação da pressão arterial. De acordo com o ginecologista e obstetra Marco Antônio Lopes Lima, a hipertensão gestacional representa a principal causa de morte materna no Brasil. A doença pode afetar mulheres de todas as faixas etárias, porém é mais frequente em adolescentes, abaixo de 18 anos, e gestantes com 35 Vida bebê |16
anos ou mais. Em ambos os perfis, a hipertensão ocorre com maior incidência entre as mulheres que engravidam pela primeira vez. PRINCIPAIS CAUSAS Segundo o especialista, a hipertensão gestacional é considerada multifatorial, mas existe um fator facilitador que é inerente à própria gravidez.
Outros fatores que podem contribuir para esse quadro são antecedentes da doença em gestações anteriores, obesidade, sedentarismo, tabagismo, uso de drogas, além do abuso alimentar, ou seja, o consumo de gorduras, frituras, principalmente o sódio em excesso, refrigerantes, enlatados e embutidos.
Conceitualmente, a hipertensão gestacional é todo quadro de níveis elevados de pressão arterial, caracterizado pela proteinúria (presença de proteína na urina acima de 300 mg/ 24 h) e inchaço no corpo acima de 20 semanas de gravidez. “Existem casos em que a paciente já tem hipertensão arterial crônica antes de engravidar e pode ter o quadro juntado e agravado na gestação”, explica. SINTOMAS Sintomas como cefaleia, edemas, diminuição da quantidade de urina, vertigens, zumbidos, fadiga, sonolência e vômitos, nesta fase da gestacional, devem ser investigados pelo médico. “Isso também reforça a importância da realização do pré-natal”, observa. RISCOS Apesar de não ter associa-
continua
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ção com mal formação do bebê, a hipertensão representa outros riscos considerados graves, como a prematuridade e o crescimento intrauterino restrito. “Além de retardar o crescimento, outro risco que hipertensão acarreta é de óbito fetal intra-útero por diminuição do líquido amniótico ou até pelo envelhecimento precoce da placenta, que acaba deixando de ter sua função adequada”, afirma. Para a mãe, os níveis elevados de pressão sem o devido controle podem levar, em casos extremos, a um quadro de convulsão (eclâmpsia), edema agudo de pulmão, acidente vascular cerebral e até à morte.
são gestacional é considerado variado e pode ser feito a partir da incorporação de uma nova dieta alimentar na rotina da futura mamãe, o que exige uma avaliação do profissional nutricionista. Em algumas situações, muitas vezes é feito um corte drástico do consumo de sal, entre outros alimentos que representam riscos. Em outros casos, é necessário o uso de medicamentos específicos que só devem ser prescritos por médicos. “A medicação varia de acordo com o quadro, daí a necessidade do acompanhamento permanente”, reforça.
a melhor alternativa é evitar todos os fatores de risco.
“Inicie seu prénatal precocemente e, de preferência, programe sua gravidez. Procure seu ginecologista antes de engravidar”, aconselha.
Para mulheres que desenvolveram doença na gestação, a boa notícia é que, segundo ele, normalmente após a gravidez, os níveis pressóricos tendem a ficar normais. “Uma minoria de pacientes permanece hipertensas e necessitam da continuidade no tratamento, inPREVENÇÃO Para prevenir o desenvolvi- clusive com medicamentos e mento da hipertensão gesta- acompanhamento cardiolóTRATAMENTO O tratamento da hiperten- cional, o médico lembra que gico”, acrescenta.
Fuja dos fatores de risco antes da gestação *Sedentarismo *Obesidade *Tabagismo *Abuso alimentar, ou seja, consumo de sal em excesso, frituras, refrigerantes, enlatados e embutidos
Dr. Marco Antonio Lopes Lima Ginecologista e Obstetra
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Dr. Juliano B. Bullamah CROSP - 70.167 Endodontista e Reabilitações Estéticas
Facetas Cerâmicas Com a evolução da odontologia, o cirurgião dentista não é mais visto como alguém que causa dor e medo, mas sim como um profissional que pode transformar o sorriso e a vida das pessoas. As facetas cerâmicas são usadas quando há intenção de modificar ou devolver a forma original do dente, ou para corrigir imperfeições como dentes quebrados, desalinhados, desgastados, e com sinais de envelhecimento. Também chamadas de lentes de contato, as facetas depois de cimentadas nos dentes se tornam invisíveis ao olho nu, assim como as lentes de contato ópticas. Com uma espessura que varia entre 0,3 a 0,5mm, as facetas são confeccionadas e cimentadas com pouco ou nenhum desgaste prévio da estrutura dental.
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As principais vantagens desse tratamento estético, além da conservação da estrutura dental, são a durabilidade e a capacidade de imitar as características estéticas do esmalte dentário obtendo um resultado estético favorável e funcional. O tratamento é feito em três etapas. Na primeira, o cirurgião dentista faz fotos e a moldagem dos dentes do paciente em seguida é feito um enceramento no modelo e possível transferência para a boca do pacien-
te com o objetivo de visualizar o resultado final do trabalho, feito isso as facetas são confeccionadas em porcelana pura e cimentadas nos dentes finalizando o tratamento. O paciente deve fazer o acompanhamento e visitas semestrais ao cirurgião dentista, e manter a higiene oral adequada. Um sorriso comprometido pela falta de estética diminui a sua qualidade de vida, por isso procure sempre um profissional especializado.
Arquivo pessoal
Dir. técnico: Dr. Juliano B. Bullamah
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Uma evolução na arte da estética dental
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Registro fotográfico do parto
Momento único para as mães, o nascimento de um filho agora é cada vez mais registrado por meio da fotografia, uma lembrança concreta que ajuda a eternizar na memória o verdadeiro milagre da vida. Tendência ainda considerada recente, o registro fotográfico coincide com outra procura cada vez mais comum: o parto humanizado. Para a fotógrafa Ana Paula Dantas Felssner, a escolha do procedimento natural acaba aumentando também a procura pelo registro com imagens. “Alguns partos cesáreas, programados com antecedência, também tem sido registrados, mas acredito que com menor frequência”, observa.
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Para o profissional que acompanha o parto, é necessário conseguir equilibrar a necessidade de captar esse momento sem perder os principais detalhes, mas sem se tornar invasivo tanto do ponto de vista médico quanto em relação a intimidade da mulher. Ana relata que para atingir esse equilíbrio, a escolha do ângulo é fundamental. “Busco um ângulo que me possibilite ter fotos boas, mas que não exponha demais da mãe. Procuro ficar em algum ponto que não
atrapalhe a equipe médica, a doula e o pai. Não fico invadindo o espaço deles por um clique. Assim, respeito e acabo sendo respeitada”, explica. PREPARATIVOS A presença do profissional de fotografia no momento do parto exige alguns preparativos com antecedência, como a comunicação ou autorização do hospital. Em um caso recente registrado por meio de suas lentes, ela conta que não houve qualquer objeção e o procedimento ocorreu com muita tranquilidade. “A mãe avisou a médica e o hospital com antecedência de que teria uma fotógrafa e uma doula”, conta. Normalmente quando se trata de parto normal, a
Aleteia e Tiago com a pequena Na么mi
Leilani e seu filho Raul
fotógrafa participa dos preparativos um pouco do antes do nascimento, registrando os momentos das contrações, do carinho do marido, das variações de expressões da mãe, e depois, a partir do momento da ida ao centro cirúrgico. “E depois tudo ocorre com muita naturalidade”, resume. Para isso, a fotógrafa não
deixa de tomar cuidados básicos em relação à iluminação ou qualquer eventual outro tipo de desconforto. “Como trabalho com lentes claras, não tenho muitos problemas com isso. Além disso, não utilizo flash de forma alguma, pois atrapalha o momento. Capto a iluminação disponível e me adapto a ela”, acrescenta. Apesar do seu foco ser o tra-
balho fotográfico, Ana se sente honrada cada vez que tem a oportunidade de presenciar o milagre da vida: o nascimento.
“Não tem como descrever. É muita responsabilidade, mas é maravilhoso ter a oportunidade de registrar esse momento”.
REVINVENDO A EMOÇÃO Mãe de Naômi, que nasceu em 15 de setembro de 2015, Aleteia Liborio de Lima conta que sempre sonhou que seu parto fosse fotografado, pois é apaixonada pelo acontecimento da gravidez. “Acho que é o milagre mais incrível que o corpo humano pode presenciar. O fato de o corpo ser programado para sustentar outro ser e depois se modificar e se abrir para colocar esse ser no mundo me encanta demais”, afirma. Desde o começo da sua gestação, se preparou para o parto normal pesquisando, lendo muito e procurando quem conhecesse bem do assunto. Todas essas fontes de informação a levavam a crer que, apesar de ser um momento mágico, o trabalho de parto era muito intenso e provavelmente não lembraria depois de muitos detalhes importantes. “Foi quando minha grande amiga fotógrafa Ana Dantas me perguntou se eu gostaria que ela fotografasse o parto. Aceitei na hora”, recorda. Para Aleteia, a importância de registrar o nascimento da filha foi justamente poder visualizar o momento quando tudo tinha passado. “Meu marido foi incrível, me apoiando, me dando força e me incentivando. Poder ver isso nas fotos, ou seja, fazendo carinho, segurando minha mão principalmente no centro cirúrgico, quando as contrações eram tão fortes, foi muito emocionante. Pude reviver tudo de forma ainda mais intensa”, conclui.
Ana Paula Dantas Felssner Fotógrafa
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Visitas exigem alta dose de bom senso Além da emoção dos pais por finalmente conhecerem o rostinho do bebê, a chegada de um novo integrante na família sempre gera muita expectativa entre parentes e amigos, afinal, foram nove meses de espera. Para que o momento das visitas seja realmente agradável, alguns cuidados e uma alta dose de bom senso são fundamentais neste período, marcado principalmente pela recuperação da mãe após o parto e pela adaptação do recém-nascido. Enquanto algumas mulheres preferem as visitas no próprio hospital, justamente por ocorrerem em horário determinado, outras sentem necessidade de mais privacidade e descanso depois de darem a luz, preferindo receber os amigos e familiares somente em casa e após algumas semanas do nascimento. Independente do ambiente, a pediatra Clotilde Modenez dá um conselho para as mães: procure sempre contar com a ajuda do pai ou de algum familiar mais próximo para auxiliar no mo-
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mento das visitas. Se a visita ocorrer no hospital, ela sugere informar o horário permitido apenas para os mais íntimos, além de estabelecer um período bastante curto no quarto como fator limitador.
“O parto é cansativo para a mãe e também para o bebê. Além disso, as horas e os dias seguintes são dedicados principalmente à recuperação e ao início da amamentação” Mesmo não incomodadas com visitas no ambiente hospitalar, muitas mulheres preferem evitar que ocorram já no primeiro dia, o que deve ser comunicado francamente aos familiares e amigos. A pediatra ainda pontua que os primeiros dias são importantes para o vínculo entre mãe e filho. Por isso, mesmo já no ambiente de casa, sugere que os menos próximos da família visitem a criança
apenas depois de cerca de um mês. Além disso, embora registrar o momento da visita seja quase um desejo unânime dos visitantes, o uso ou não de flash e celular dependerá da sensibilidade da criança ao ruído e ao flash. Portanto, caberá aos pais permitir ou não. COLO E BEIJOS Uma outra dúvida muito comum durante as primeiras visitas é quanto a permissão para carregar o recém-nascido. Para a médica, não há problema em pegar o bebê no colo, desde que os cuidados de higiene sejam respeitados. Isso significa principalmente lavar as mãos e não estar com cheiros fortes de perfumes ou cigarro na roupa. Não é exagero evitar que beijem o bebê, pois a criança ainda não está imune as bactérias contidas no corpo dos adultos. Ela lembra que o beijo no recém-nascido é restrito aos pais e a quem cuida da criança e cita que o principal canal de contaminação dos bebês está no rostinho,
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pelo nariz e boca. “Desde saúde, pois o bebê pode ser os primeiros dias de vida, le- contaminado. vam as mãos com frequência na face”, observa. HORÁRIOS Apesar das visitas serem HIGIENE sempre muito bem intencioNo quesito higiene, a pe- nadas e carinhosas, muitos diatra também sugere que, amigos ou familiares se espara garantir a higienização quecem do relógio e podem do visitante, a organização se tornar inconvenientes. e a precaução podem evi- Por isso, é aconselhável semtar aborrecimentos. “A mãe pre combinar previamente deve ser a primeira a higieni- o horário e evitar excessos, zar as mãos com antissépti- pois uma das dificuldades co para que a visita perceba mais comuns de adaptação e repita esse cuidado básico. após o nascimento é quanto Se não perceber, peça que ao sono. faça o mesmo”, orienta. Segundo ela, os recém-nasEla também pondera que, cidos dormem bastante, enmesmo sendo familiares tre 17 e 18 horas por dia nas ou amigos próximos, pes- primeiras semanas de vida. soas com resfriados e do- Ainda assim, quase nunca enças contagiosas não são dormem mais que três ou bem vindas enquanto não quatro horas seguidas, seja melhorarem seu estado de durante o dia ou à noite.
Isso significa que os pais podem ficar exaustos por até, em média 90 dias após o nascimento. “Daí novamente a importância do bom senso dos visitantes. Por isso, jamais, em hipótese alguma, o bebê deve ser despertado para atender um desejo do visitante. Evitar o estresse e propiciar um ambiente de tranquilidade são sempre fundamentais”, reforça. Passada essa fase, o novo integrante na família estará melhor adaptado, inclusive com o sono, e a nova rotina começa a ser melhor estabelecida. “As visitas e a frequência também passam a ser mais flexíveis, pois o bebê já tomou as principais vacinas e o seu organismo já conseguiu desenvolver melhor os mecanismos de defesa”, finaliza.
Dicas fundamentais * Horários devem ser combinados previamente * Visitas no hospital apenas para os mais íntimos * Colo pode, mas beijos não * Fotos apenas com autorização dos pais * Pessoas com gripes devem evitar fazer visitas * As mãos devem ser muito bem lavadas e cheiros fortes de perfumes ou cigarro na roupa não são permitidos * Evitar o estresse e propiciar um ambiente de tranquilidade são sempre primordiais * Visitas passam a ser mais flexíveis após 90 dias
Dra. Clotilde Modenez Médica pediatra Vida bebê |30
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Benefícios da Educação Bilíngue Com o intuito de avaliarmos resultados da educação bilíngue no processo de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo, uma equipe formada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Massachussets General Hospital - MGH-Boston desenvolveu neste ano a primeira pesquisa brasileira sobre os benefícios da educação bilíngue. O estudo foi feito no Colégio Da Vinci. Segundo a diretora pedagógica da instituição, Kelli Cristina Faber de Oliveira, para participar do trabalho era fundamental que o Colégio Da Vinci se enquadrasse nos pré-requisitos pedagógicos previstos tanto no português quanto no inglês, considerando inclusive a quantidade de horas aprendidas e principalmente como eram inseridos os conteúdos no idioma estrangeiro. Kelli explica que os testes começaram com os alunos dos anos iniciais do primeiro ciclo do ensino fundamental primeiro em português. “Para nós, do Colégio, não foi surpresa nossos alunos Vida bebê |34
terem alcançado pontua- cial ao processo de alfabetições excelentes, chegando a zação”, acrescenta. não ser parâmetro para pesquisas brasileiras”, conta. Dessa forma, o trabalho mostra Quando chegou a fase dos testes em inglês houve de também que o início da estimulação fato uma grande surpresa bilíngue o quanto para a equipe e para os pesantes na infância quisadores, superando a idaajuda não apenas de e ano escolar, chegando na habilidade acima dos níveis esperados. de aquisição da “Alguns alunos alcançaram resultados esperados para língua estrangeira, mas também adultos”, compara. DESEMPENHO Os dados apontam que as crianças bilíngues deste estudo apresentaram processamento fonológico adequados para sua escolaridade, em ambas as línguas, porém a língua materna mostrou-se mais avançada. O bom desempenho pode ser explicado pelo fato de que a aquisição da segunda língua deste grupo está diretamente relacionada ao alto nível de alfabetização e estimulação durante o ensino infantil na língua materna. “Conclui-se que é relevante que estudos nacionais preconizem a avaliação e intervenção das habilidades fonológicas de crianças bilíngues, com atenção espe-
no aumento da capacidade da aquisição da alfabetização na língua materna, assim como melhora nas habilidades de linguagem e de raciocínio lógico matemático.
APRENDIZADO LÚDICO A educação bilíngue deve ser inserida na vida escolar da criança de forma lúdica e prazerosa, com atividades que sejam compatíveis com a idade cronológica e também com o nível de escolaridade. São abordados como assunto chave para o desen-
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volvimento, tanto a ciência quanto a matemática, conteúdos universais. Segundo ela, aprende-se tanto em inglês quanto em português os mesmos conteúdos sem tradução, mas sim através de estímulos visuais e auditivos, com atividades concretas. Além da pesquisa brasileira, estudos feitos em outros países já indicaram que o aluno bilíngue tem mais facilidade para o aprendizado da língua mãe e de conteúdos escolares. “Isso porque são estabelecidos dois caminhos neuronais e não um apenas, como ocorre com as crianças que têm estimulação somente em uma língua. Portanto, o quanto antes começar a educação bilíngue, melhor”, explica a diretora. O ideal é que essa criança seja colocada no processo bilíngue antes dos sete anos de idade, embora até os 12 anos ainda seja válido para aquisição mais efetiva do conteúdo.
VOCABULÁRIO No início da aquisição da linguagem oral, é normal que a criança misture os vocabulários até por volta dos quatro anos. Os pais não precisam ficar preocupados porque essa mistura ocorre em função do processo de construção do vocabulário. “E como as crianças têm mais estímulos da ‘língua mãe’ em casa, isso desaparece de forma tranquila e sem complicações na fala”, assegura. No processo bilíngue, a criança é alfabetizada em português, sua língua mãe, e neste período a linguagem oral em inglês é muito explorada, para que depois da alfabetização concluída seja então estimulada a leitura e escrita em inglês. A pesquisa também revelou que não há nenhum prejuízo de aquisição da alfabetização das crianças bilíngues. “E com a nossa pratica diária
percebemos que os alunos têm respostas cognitivas mais elaboradas e mais lógicas, sendo bilíngues”, acrescenta. Kelli também considera importante ressaltar a diferença entre escola americana e bilíngue. A primeira segue calendário americano e alfabetiza os alunos em inglês. Já a escola bilíngue alfabetiza primeiro em português e, quando a alfabetização é concluída, inicia-se o processo de leitura e compreensão e produções escritas em inglês, que até então foi estruturada sua comunicação verbal e compreensão auditiva. Além de Kelli, o estudo dos resultados da educação bilíngue foi feito pelos pesquisadores Cíntia Alves SalgadoAzoni, Isabella Heinneman, Sônia das Dores Rodrigues, Mariela Cerchiari, Ryan CarlImpink, Sylvia MariaCyasca e Charles Haynes.
Kelli Cristina Faber de Oliveira
Diretora pedagógica do Colegio Da Vinci
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Retratinhos
Isabella Stradiotto Zaro
Isabela Stahl Jacob
Samuel Braga
Fotos: Arquivo Pessoal
Katherine de Castro Cavalcanti
Caderno Especial Ano IV no. 13
QUALIDADE DE VIDA
Desacelere, medite e relaxe
equilíbrio
Coach para mães e mulheres ajuda a conciliar funções
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Desacelere e medite!
Reunião de trabalho, compras no supermercado, lição de casa do filho mais velho, virose do caçula, trabalho de mestrado, caixa de e-mails lotada, jantar entre amigos, almoço em família, aniversário do amiguinho do filho do meio, mensagens se multiplicando no WhatsApp e você a beira de um ataque de nervos, afinal, só de ler tudo isso ao mesmo tempo já aumenta a sensação de que nosso ritmo de vida está cada vez mais acelerado. E está. Não é exagero dizer que, até mesmo sem ler esses exemplos, pensamentos semelhantes surgem a todo momento numa velocidade assustadora, inclusive em circunstâncias nas quais deveriam simplesmente desaparecer. Quem nunca se pegou no meio do almoço de domingo pensando no relatório que deveria estar pronto para o dia seguinte? Ou ainda, a
mentos é um bom começo. Se parece impossível não levar assunto de trabalho para casa, por exemplo, onde a família não deveria sentir os reflexos do dia que pode não ter sido dos melhores para você, a meditação pode ajudar a diminuir a tensão. E se não dá para sentar na grama do parque e contemplar o por do sol, comece E com tantos papeis assumidos com pequenos gestos, mas é realmente difícil não desanime nas primeipara as mulheres ras dificuldades porque com se livrarem de certeza elas surgirão. tantos prazos e Parou para pensar que em compromissos, mas vez de esbravejar no trânsié possível enfrentá- to rotineiramente é possível los de uma maneira olhar para o lado enquanto menos estressante espera o fluxo melhorar e e até mesmo mais observar a beleza daquela produtiva. Para árvore que sempre esteve isso, desacelerar é ali, mas você jamais conpreciso! templou porque seus pensamentos estavam focados em MEDITAÇÃO preocupações? Não há fórmula mágica, Há tempo você não houve mas organizar os pensa- aquela música que acalma
noite, justamente quando a tranquilidade deveria preceder o bom sono, quem nunca virou de um lado para o outro em meio a uma avalanche de preocupações? Vou conseguir buscar o Pedro no futebol amanhã? Não posso esquecer-me de arrumar a bolsa do balé da Laura!
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ou que traz recordações alegres? Tente ouvi-la no trajeto para a casa ou em meio ao congestionamento diário para buscar os filhos na escola. Experimente relaxar um pouco e em vez de fazer aquela caminhada por obrigação no final do dia, contando os minutos, contemple o que está ao seu redor e se desconecte de sentimentos negativos ou demasiadamente acelerados. O voo de um pássaro pode não ser apenas o voo de um pássaro. Depende da maneira como você pensa, seu significado é muito mais abrangente. Em vez de somente olhar a ave enquanto nutre os pensamentos de problemas, por que não contemplar profundamente, mesmo que por alguns segundos, as maravilhas da natureza que Deus criou? Acredite! Apenas mudando a forma como você olha para cenas aparentemente simples como essa é possível desacelerar. Aproveite para respirar mais profundamente. Meditar. Não importa o quanto tempo dure. Esse momento é seu!
Não se culpe pela armadilha de achar que desacelerando está perdendo tempo ou tendo uma conduta ociosa. Pelo contrário. Além da tranquilidade que também remete inclusive para uma saúde melhor, esses momentos de calmaria proporcionam repouso e qualidade de vida para você e consequentemente para sua família, o que certamente o tornará mais feliz e, portanto, produtiva. FAMÍLIA Se é difícil simplesmente esvaziar a mente de problemas e compromissos, tente ao menos substitui-los por outros pensamentos. Ao regar sua hortinha ou suas flores, não o faça por dever. Observe mais atentamente sua beleza, o milagre da natureza e sinta o perfume. Em casa com o marido e os filhos, se entregue a esse momento. Se seu filho insiste que você jogue futebol com ele, aproveite, fique descalça e se divirta com uma criança afinal, mais relaxada e focada exclusivamente neste momento, amanhã você terá mais possibilidade de
pensar em uma alternativa para resolver aquele “abacaxi” do trabalho. Ficar matutando não ajuda em nada. Se mesmo cansada sua filha quiser que você leia sua historinha preferida, sente no chão com ela e não apenas leia, mas também interprete e se encante com suas reações. Relaxe! Solte as tensões. Se liberte de pensamentos que você mesmo produz e neles se aprisiona. Medite! Sobrou um tempinho depois que as crianças dormiram? Que tal ler ao menos um capítulo daquele livro que tanto te agrada e acalma? Se assistir aquela série é o que te ajuda a “desligar”, assista verdadeiramente sem interromper esse momento prazeroso com aqueles pensamentos repetitivos que trazem tantas preocupações ou até problemas. Descanse dos pensamentos automáticos. Fique um pouco em off e repouse merecidamente. Será reparador. Não espere o final de semana ou o tão desejado feriado prolongado na praia. Comece agora, por que não?
Erica Samara Morente Jornalista
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Coach para mães e mulheres
A necessidade de conciliar papeis, principalmente a maternidade e a carreira, ainda representa um dos dilemas mais atuais e comuns no universo feminino, desencadeando muitas vezes medo, culpa e até frustação.
Uma das novidades mais recentes na busca por esse equilíbrio é o coaching, um processo orientado para o futuro, que visa o alcance de metas e objetivos específicos com uma abordagem direcionada para resultados. Segundo Juliana Mulato, coach para mães e mulheres para esse público, especificamente, o trabalho consiste em auxiliar a conquista do equilíbrio na vida pessoal e profissional, além da indeVida Mulher | 56
pendência financeira. Você já se perguntou se vive todo o seu potencial? Gostaria de se sentir mais realizada na vida pessoal, profissional ou nas duas ao mesmo tempo? Quer ser bem-sucedida e ainda não encontrou o caminho? Tem dificuldade para dar conta de tudo? A resposta afirmativa a alguma dessas e tantas outras perguntas pode indicar que chegou a hora de recorrer ao coaching e obter mais qualidade de vida e felicidade. AUTOCONHECIMENTO Tanto para mulheres que se tornaram mães recentemente quanto para aquelas que têm filhos há mais tempo, o período após a licença maternidade ou até mesmo depois dos dois primeiros anos de vida da criança costuma ser decisivo. Algumas reduzem a carga de trabalho, outras sim-
plesmente dão uma pausa na carreira e outras sentem um forte desejo de mudar de área. Também neste contexto, o coaching é uma alternativa de grande valia para lidar com essas possibilidades, aproveitando o potencial que cada uma traz dentro de si. “No processo de coaching inicialmente trabalhamos o autoconhecimento, em que a mulher poderá conhecer melhor seus valores, o seu papel no mundo, suas características positivas, os pontos fortes que vão contribuir para ela potencializar sua vida pessoal e profissional. É trabalhado também o poder feminino para mulher conquistar este poder e conseguir elevar seus resultados a patamares superiores”, acrescenta. POTENCIALIZANDO GANHOS Por meio do coaching, as mulheres podem melhorar
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a percepção sobre perdas e ganhos ao desempenharem papeis de mães e profissionais, aproveitando melhor seu potencial nestas duas funções. “Isso é possível reconhecendo, por meio de uma ferramenta especifica de autoconhecimento, quais são as principais perdas e ganhos e traçando um plano de ação para minimizar estas perdas e potencializar os ganhos. O autoconhecimento é importantíssimo nesta jornada”, enfatiza. Na prática, o coaching para mulheres geralmente é feito de forma individual. Segundo ela, as mulheres procuram mais esta modalidade em função da personalização. Há também a possibilidade de fazer o processo em grupo, sem a necessidade de as integrantes terem objetivo comum. “O coaching em grupo tem uma poderosa
resposta também devido a troca entre as participantes: o grupo gera integração e elas se ajudam mutualmente”, afirma. QUALIDADE DE VIDA Mesmo para mulheres que se sentem satisfeitas com a vida profissional e com a maternidade, o coaching também pode ser indicado para alcançar melhores resultados e qualidade de vida. A conquista da tão sonhada independência financeira trabalhando no que se ama é um exemplo típico de objetivo ainda a ser alcançado para muitas mulheres, mesmo aquelas que já descobriram sua vocação profissional e são atuantes no mercado. “O coaching ajuda a mulher a se sentir ainda mais empoderada e empreendedora da sua própria vida”, observa. O empoderamento ocorre
quando a mulher dá poder a si mesma para viver a vida que escolheu. Quando fica consciente para tomar decisões para sua própria vida, conhece mais e melhor suas capacidades, potenciais e fortalezas e consegue identificar como pode contribuir para o mundo se tornar um lugar melhor, refletindo em todos ao seu redor, o que a faz se sentir mais plena e completa. O processo também ajuda a gerenciar melhor as relações com seus filhos. De acordo com Juliana, é muito comum durante os seus atendimentos ver mães com dificuldades em lidar com a educação ou buscando a forma mais adequada para ensinar valores a seus filhos. “E através do autoconhecimento da mãe é possível educar e auxiliar os filhos para que sejam mais seguros”, finaliza.
Juliana Mulato Coach
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