ANO VII N. 25 Junho/2015 R$ 8,90
Edição de Inverno
Comportamento - Como equilibrar maternidade e autoestima Cirurgia fetal - Esperança para bebês ainda no útero Filhos - Histórias infantis, um jeito criativo de educar
Caderno Especial - Benefícios do Alongamento
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Editorial Aproveitando a chegada do Inverno, fizemos um editorial de moda dos mais quentinhos e charmosos. Vamos falar um pouco também sobre as doenças respiratórias, tão comuns nesse período. Tratamos dos cuidados necessários para encaminhar nossos filhos às atividades comuns nas férias como acampamentos e colônia de férias, tudo para que haja somente excelentes lembranças. Para os filhos menores, um texto sobre a importância das histórias infantis que contamos e que a todos encantam, excelente oportunidade para ficarem bem juntinhos no friozinho da estação. Outro assunto é sobre o equilíbrio entre a maternidade e autoestima, com dicas simples e práticas dá para viver muito bem a plenitude do momento. Boa leitura. Com amor! Raquel Penedo Oliveira Editora
Expediente
Capinha
Coordenação e edição Raquel Penedo Oliveira Jornalista responsável Erica Samara Morente MTb 53.551 Fotografia Michele Stahl Demétrio Razzo Inez Miranda Shutterstock Dollar Photo Club
Projeto gráfico e diagramação Depto. de arte - Vida bebê Administrativo 3713-2212
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e-mail: revistavidabebe@gmail.com O conteúdo das reportagens são de inteira responsabilidade dos colaboradores, assim como as informações contidas nos anúncios.
Sofia Uehara Nabas Veste : Charlotte Foto : Inez Miranda
Índice
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Maternidade e autoestima Mamãe conta outra vez?
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Doenças respiratórias
Cirurgia fetal
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55 Benefícios do alongamento
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Reposição hormonal
Mais que informação, formação! Férias diversão ou pre- direito a cinema e pipoca. necessidade, muitos pais Zoológico, ao parque de di- contratam esses serviços ocupação? Julho é mês de férias e as crianças ficam animadas para descansar, brincar viajar e aproveitar ao máximo os dias de folga. Nesse período os pais ficam apreensivos, preocupados, até mesmo sem opção de como tornar as férias dos seus filhos agradáveis e sem cobrança. O ideal é em conjunto com as crianças fazer um planejamento dessas semanas, se possível programar suas férias para passar mais tempo com elas, ou organizar alguns horários para dedicar-lhes maior atenção. Isso é importante e prazeroso, irão mantê-los alegres, sentindo que estão descansando e curtindo momentos que muitas vezes a correria do dia a dia não permite estar com sua família.
Algumas dicas
Passeios ao Shopping com
versões, banho de piscinas. Acampadentro e noite do pijama em sua casa, convidando os amiguinhos, onde os pais possam acompanhar de perto e ajudar na organização. Escola Bíblica de Férias é uma programação para o período de férias escolares, onde acontece durante a semana, sempre as tardes, com um programa bem elaborado, com monitores especialmente preparados e treinados para esse fim. Teatros, músicas, artesanatos, Histórias Bíblicas, gincanas e muita diversão. As crianças se divertem bastante. Encaminhar os filhos para acampamentos, colônias de férias, viagens turísticas, ecoturismo, piqueniques são opções de lazer bastante interessante, mas as vezes por conta da
sem conhecer o planejamento das atividades, qual a experiência e formação profissional de coordenadores e monitores, se os valores da liderança estão alinhados com a educação que seus filhos recebem em casa, se o programa sugerido é saudável e adequado para a idade de seu filho.
É importante pesquisar antes, pedir indicações de amigos e de profissionais da área para certificar que tudo irá ocorrer bem. Preenchido todos os pré-requisitos e sentindo-se seguro, deixem que os filhos aproveitem bem as férias, retornando com lembranças inesquecíveis e interessantes para compartilhar.
Izenilde de Oliveira Pedagoga Vida bebê | 5
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Editorial bebĂŞ e infantil Fotos: Studio Michele Stahl
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Mamãe, conta outra vez?
Independente da idade, a vida pode ser encarada com uma grande viagem e a leitura um combustível da alma para saciar o desejo de se transportar para uma história, pensar ou simplesmente vivenciar emoções embutidas neste jogo encantador de palavras. Para a educadora e escritora Regina Schinor, viajar através da leitura é uma das mais fascinantes aventuras que se pode viver individualmente. Ler também significa um tempo de interiorização e muita reflexão. Ao captar a sensibilidade do verdadeiro leitor, ela lembra que o escritor Rubem Alves, também educador, já dizia: “Porque se ama, os olhos e os pensamentos envolvem o objeto como se fossem mãos para colhê-lo”. Considerando sua imensa abrangência e possibilidades, a leitura atrai os pequenos desde muito cedo, daí a importância dos adultos se empenharem para encantar seus filhos Vida bebê |20
contando histórias desde os primeiros anos de vida afinal, extrapola o mundo da escola a importância da leitura para aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser um ser humano melhor. “São pilares que sustentam a educação no seu sentido mais amplo”, pontua.
apenas como atividade lúdica de passatempo, de encontro e de aconchego, mas sim e, necessariamente, como estratégia relevante para despertar a curiosidade e o prazer pela leitura e a escrita. Ler para as crianças é um ato de amor”, reforça.
Ouvir histórias de aventuras e fantasias, entrar no mundo do faz de conta ou viajar pelos contos de fadas são caminhos proporcionados pela leitura que estimulam de forma muito positiva a formação da criança como um todo, favorecendo seu desenvolvimento nos aspectos cognitivo, psíquico e motor.
CLÁSSICOS As obras infantis clássicas, além de despertar o prazer pela leitura, estimulam também a criatividade ao permitir que a criança “viaje” com a sua imaginação. Dessa forma, segundo ela, ajudam promover a reflexão necessária para a superação de conflitos internos, além de impulsionar a formação de valores. Com linguagem própria, apresentam o bem e o mal enfatizando a vitória do bem, além de divertirem e enriquecerem a vida em vários e muitos aspectos. “Esse tipo de leitura ajuda a criança a esclarecer sobre si mesma e favorece o desenvolvimento de sua
Mesmo quando elas ainda não leem, ouvir histórias também traz significativa contribuição para o início da aprendizagem infantil. “Portanto, a leitura deve ser vista pelos pais não
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personalidade”, explica. Por meio da identidade com as histórias, desde cedo elas aprendem com os seus heróis que é possível vencer os obstáculos e sair-se vitoriosa das situações, pois a figura do herói sempre vence no final. Dessa forma, ao lidarem com suas angústias, as crianças elaboram e se reelaboram no esforço de compreenderem a si mesmas para assim prosseguirem. “Pensando e repensando para crescer”, completa. É fácil observar quantas vezes as crianças pedem que se repita para elas a mesma história. “Esse comportamento reflete uma espécie de tempo da alma. Tempo para as emoções começarem a encontrar o seu lugar”, pontua. TEMAS ATUAIS Assim como os contos de fadas, outros títulos da atualidade a disposição das crianças tratam assuntos difíceis como a morte, as perdas inevitáveis, a separação, a sensação de desamparo e outros de forma a terem finais otimistas. Também na Bíblia para crianças apresentada hoje, em versões coloridas e bem ilustradas, as histórias descritas com riqueza de detalhes e de forma lúdica oferecem às crianças “horinhas com Deus”, quan-
do aprendem, por exemplo, com as grandes aventuras vividas pelos heróis da fé como José do Egito que, de escravo, tornou-se o segundo homem mais importante do Egito. Tem ainda Moisés, que abriu o mar vermelho e libertou seu povo, e Sansão, o homem mais forte de sua época que por deixar-se enganar, perdeu sua força. Outro exemplo é Davi, um menino ruivo e franzino, sem aparência e desprezado que, um belo dia, apenas com um estilingue e cinco pedrinhas, venceu o temível gigante Golias. “José porque escolheu o bem e a honra. Moisés porque confiava em Deus. Sansão porque se arrependeu de seus erros e Deus devolveu-lhe as forças. Já Davi que, escolhido Rei, reinou longos e longos anos. Ah, ainda Elias que não viu a morte, e conta a história que foi arrebatado aos céus numa carruagem de fogo”, conta. CONFIANÇA Com esses exemplos, as mensagens dos contos de fadas e das histórias dos heróis da fé mostram que as dificuldades são inevitáveis, mas para aquele que tiver atitude e lutar com firmeza, será sempre possível.
Crer que se pode vencer e que pode haver esperança de se sair vitorioso, é de enorme e profunda influência para ajudar na superação das dificuldades no decorrer da vida, comenta. Sabendo ainda que um mesmo texto atinge de modos diferentes os diversos leitores, é preciso que se pense e se aja para que bem cedo as crianças sejam apresentadas aos livros. É ainda importante pensar que a atividade de ouvir e repetir leituras de histórias traz grande contribuição quando a criança desde cedo tem contato com a leitura de pequenos e conhecidos textos cujo conteúdo já conheça de memória, isto é, que já ouviu ou decorou como canções, trovinhas, rimas, provérbios, adivinhações e outros, pois com estes vão aprendendo a decifrar o som das letras em seus diversos contextos. A educadora também lembra que, formar o bom ouvinte, o bom leitor, o bom posicionador de ideias e opiniões, é incluir na sociedade o cidadão com criticidade necessária para atuar e melhorar o seu meio social. “É de valor inestimável estimular a criança desde o berço a viajar através da leitura de bons livros. É entregar-lhe a ‘caixa do tesouro’ cheinha de conhecimento e sabedoria”, finaliza.
Regina Schinor Educadora e escritora
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Foto: Inez Miranda
Maternidade e autoestima
Com a chegada do bebê e principalmente durante os três primeiros meses de vida é natural que todas as atenções da mamãe sejam voltadas para o filho, afinal, além de inspirar cuidados, a presença do recém-nascido na família representa um período de muitas mudanças. Trocas frequentes de fralda, curativos no umbigo, choros incompreendidos, cólicas e mamadas a cada três horas são apenas alguns exemplos de intensa dedicação ao filho. Só mesmo o amor de mãe para dar conta de tantas responsabilidades com os pequenos. No entanto, aos poucos, em meio as atribuições e muitas novidades, é possível encontrar momentos para cuidar de si, equilibrando a maternidade e a autoestima elevada. Mãe e personal trainer, LeiVida bebê |26
lani de Paula considera o estabelecimento de uma rotina um aspecto importante na busca por esse equilíbrio que, embora por alguns instantes possa parecer impossível, é perfeitamente alcançável. “Se o bebê não tiver uma rotina, cada dia será diferente, ele terá mais dificuldades no seu desenvolvimento e adaptação e dificilmente a mãe terá tempinho para si”, comenta. Ela lembra ainda que nesta fase muitas mulheres ficam sobrecarregadas com as responsabilidades domésticas, cuidados com o bebê e noites mal dormidas, além de terem o risco de desenvolverem quadros depressivos em alguns casos. Por isso, além do apoio da família neste processo de adaptação às novas responsabilidades, é preciso também gradativamente voltar a olhar para si.
“Se o bebê dormiu, aproveite para descansar e também fazer algo que lhe dê prazer, como ler um livro, uma revista, assistir a um filme, alongar-se ou fazer uma maquiagem, escondendo olheiras, ou simplesmente passando um batom” Encontrar um tempinho livre para fazer as unhas ou cuidar dos cabelos também é uma dica importante. Se for difícil ir até o salão, é possível contratar profissionais que realizam o atendimento domiciliar. “E acredite: uma renovada no visual faz muita diferença, mesmo que a mamãe vá ficar em casa com o bebê e o marido”, enfatiza. Outra dica pertinente é fugir
Leilani e seu filho Raul
da “armadilha” do pijama ou da camisola. Nada de passar o dia com o vestuário de dormir. “Além de mãe, desempenhamos outros papeis. Somos esposa, filha, profissional enfim, somos mulheres, agora mais completas com a maternidade”, observa. CUIDADOS COM O CORPO Em relação aos cuidados com o corpo, nada de radicalismos. Alguns procedimentos bem simples podem auxiliar as mulheres a lidarem com as transformações desencadeadas pela maternidade, além de aliviar dores típicas de quem tem um recém-nascido sob seu cuidado, como desconforto na região das costas. “A dor lombar pode ser aliviada com exercícios pélvicos, conhecidos como ponte”, exemplifica. As caminhadas leves já são indicadas normalmente após o parto. Aos 15 dias, o ritmo já pode ser moderado, além da realização de alongamentos
sem insistência. Já a partir da sexta semana após o parto, por exemplo, é indicado incluir na rotina alguns exercícios aeróbicos que, entre diversos benefícios para a mãe, poderão até mesmo proporcionar mais disposição nos cuidados com a criança e aliviar o estresse nos dias mais puxados. Segundo ela, as caminhadas mais aceleradas, alguns exercícios de força e os alongamentos já são recomendados nesta fase. “Os exercícios isométricos, que não requerem uso de materiais e apenas o peso corporal, são os mais indicados e podem ser feitos dentro de casa mesmo, sem que a mãe tire o olho do bebê. Deve-se evitar nesta fase o uso de cargas elevadas devido às alterações musculoesqueléticas decorrentes do parto”, explica. É claro que cada mulher tem um ritmo de recuperação do parto, mas outras atividades específicas, como pilates, podem ser incluídas na rotina, tudo sempre sob autorização médi-
ca e orientação profissional. ALONGAMENTOS Devido as tensões na região do pescoço e costas por carregar e amamentar o bebê, é natural também que surjam desconfortos nesta região do corpo nas primeiras semanas após o nascimento. Para aliviá-los, a personal sugere a realização diária de alongamentos. “Trinta minutos de sono do bebê são suficientes para a mãe alongar a região do pescoço, cabeça, braços e costas”, acrescenta. BEM-ESTAR Se não for possível fazer tudo isso, mantenha a calma e lembre-se que uma simples voltinha com o bebê na rua ou um passeio agradável com o carrinho já pode ser um passo importante para se movimentar e buscar o equilíbrio, obtendo uma sensação de bem estar que, sem dúvida, será transmitida ao seu filho, o seu maior tesouro.
Leilani de Paula Mãe e personal trainer
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Cirurgia fetal pode salvar bebês Sinônimo de uma nova esperança para as mães, a cirurgia em bebês que ainda nem nasceram vem se consolidando como um procedimento eficaz que ajuda a salvar vidas que ainda estão no útero. Conhecida como cirurgia a céu aberto, a intervenção é feita a partir da abertura da barriga da mãe, exposição do útero para fora e operação do feto de costas. A incisão no abdome é semelhante a uma cesariana, porém um pouco mais alta. O útero é exteriorizado para que o neurologista faça a cirurgia da mesma maneira que faria depois do nascimento principalmente em casos de mal formação. Segundo o obstetra Antônio Fernandes Moron, professor de medicina fetal da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o procedimento é indicado para casos de mielomeningocele, encefalocele, tumores pulmonares, obstrução respiratória e teratoma sacrococcígeo. “A cirurgia do feto é complexa e a decisão final e determinante pela sua realização é fundamentalmente dos pais sendo considerado, portando, uma escolha dentro de um projeto familiar", afirma. Do ponto de vista médico, antes de qualquer decisão, é necessária uma análise minuciosa de cada paciente através Vida bebê |38
de avaliação clínica, ultrassonográfica e por meio de ressonância magnética, além do estudo genético. “Uma vez identificado que a paciente apresenta condição e indicação para a cirurgia, é realizado o planejamento para o momento adequado em geral entre 24 e 26 semanas”, explica. Moron, que também é membro da equipe que trouxe a cirurgia fetal para o Brasil, acrescenta que o procedimento exige uma equipe de 12 profissionais, além de um centro cirúrgico de alta complexidade e toda infraestrutura de terapia intensiva de adultos e neonatal. Os profissionais envolvidos são o médico fetal, neurocirurgião, radiologista, anestesista, enfermeira e em alguns casos psicóloga. Segundo ele, cada passo cirúrgico é padronizado para evitar riscos para a mãe e para o feto, otimizando o tempo no sentido de ser o menor possível. “Em média a cirurgia é realizada em duas horas. A técnica cirúrgica empregada tem que estar muito familiarizada por toda equipe”, reforça. RISCOS E RESULTADOS A cirurgia fetal foi realizada inicialmente nos Estados Unidos em 1996. No Brasil foi implantada por sua equipe em 2003
e vem se mostrando satisfatória em termos de resultados. O especialista lembra que o risco mais importante é a prematuridade tanto por rotura prematura das membranas ovulares como o trabalho de parto prematuro. Já outros riscos como deiscência da cicatriz cirúrgica, hemorragia e infecção são menos frequentes. Segundo ele, o procedimento intra-útero deixou de ser experimental desde 2011 após a publicação do estudo americano intitulado MOMS que demonstrou claramente a superioridade dos resultados quando a criança é operada antes de nascer. A partir de 2011 inúmeros centros nos Estados Unidos, América Latina e Europa passaram a realizá-la. No Childrens Hospital da Filadélfia, no ano passado, foram relatadas cem cirurgias após 2011 com excelentes resultados. “Neste ano tivemos a oportunidade de apresentar resultados semelhantes obtidos com 94 cirurgias durante o Congresso da Sociedade Americana de Medicina Materno Fetal em San Diego”, conta. Com esses frutos colhidos e a possibilidade concreta de esperança para as famílias, a sensação do especialista a cada procedimento realizado não poderia ser outra. “Sinto que estou co-
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laborando com os pais para melhorar a condição de vida de seus filhos por meio da realização de um procedimento com respaldo científico, não sendo experimental e que permite atenuar os impactos de uma anomalia com grande potencial de agravos ao feto”, relata. EXPERIÊNCIA Tassia Benevento e o filho Murilo Benevento Nacarato passaram pelo procedimento há dois anos no limite gestacional para a cirurgia fetal, com 27 semanas. “O procedimento só foi possível por ele ser um feto pequeno e de baixo peso”, comenta. Por volta da décima nona semana de gravidez, em um ultrassom de rotina, foi descoberto que o bebê tinha uma mal formação na coluna, na região sacrolombar, a qual poderia trazer algumas sequelas como hidrocefalia, paralisia parcial ou total dos membros inferiores, pés tortos, entre outras. Se a cirurgia intra-útero fosse realizada, as chances dessas sequelas existirem seriam reduzidas em até 90%. “Este
dado foi primordial para a nossa decisão. Hoje sei que foi a correta”, observa. Assim que soube da existência dessa cirurgia, Tassia diz que já sabia que era essa a melhor decisão afinal, para qualquer mãe, 0,1% de chance de uma vida melhor para o filho já é o suficiente para uma decisão tão importante. Ainda no consultório de ultrassom, quando soube do diagnóstico, o médico deu todo o suporte necessário. “E mesmo ainda sem chão, sem entender muito bem o que estava acontecendo com o bebê, soube que havia alternativas para uma melhor condição de vida”. No dia seguinte, depois de assimilar melhor o diagnóstico do exame, ela e o esposo, Raphael Nacarato dos Santos, buscaram o especialista, o obstetra Moron, e obtiveram as informações e estatísticas favoráveis que ajudaram a tomar a decisão. Ela recorda que a notícia de que o filho tinha mielomeningocele foi um baque para o casal, mas, depois da consulta,
O casal Raphael Nacarato dos Santos, Tassia Benevento e o filho Murilo Benevento Nacarato Vida bebê |40
decidiram que o melhor a fazer era esperar e preparar tudo para a chegada do bebê em casa, pois depois da cirurgia seria necessário fazer repouso absoluto até o parto. “Acabamos nos ocupando com o enxoval, mala de maternidade, preparação do quarto e todas essas coisas que normalmente ficam para a última hora. No entanto, estávamos com tudo pronto com apenas 24 semanas de gestação, principalmente por ser um desejo meu ver o quarto do meu filho totalmente arrumado antes de seu nascimento. Visualizar o ambiente me trazia confiança e me proporcionava tranquilidade”, relembra. Hoje, quando olha para o seu filho sente que, juntamente como o marido, tomou a decisão certa e que Deus os abençoou com um milagre. “Temos uma criança perfeita”. O casal sabia que o bebê mudaria suas vidas, mas hoje se surpreendem ao ver que ele mudou a vida de todos ao redor. “Hoje damos valor a pequenas coisas, como um engatinhar ou seus primeiros passinhos. O que para muitos é o esperado, para nós foi uma vitória a ser comemorada. Tínhamos medos e dúvidas, mas, no final, foi nosso filho quem nos ensinou a caminhar um pé depois do outro, a cair, levantar, continuar e nunca desistir, mesmo sendo essa a nossa responsabilidade”, completa. Dr. Antônio Fernandes Moron
Obstetra e Professor de Medicina
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Vida bebê |42 Dir. técnico: Dr. Juliano B. Bullamah
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Uma evolução na arte da reabilitação bucal DEFINIÇÃO/HISTÓRICO
PRINCIPAIS INDICAÇÕES E TRATAMENTO
“Um implante é qualquer material anelástico (inorgânico) que pode ser colocado no organismo em função ficando inerte (sem desenvolver inflamação)” Por volta de meados dos anos 50, sabendo dos problemas que as pessoas enfrentavam com a falta dos dentes, o prof. Branemark, após inúmeras pesquisas, passou a se dedicar a produzir parafusos de titânio que serviam de ancoragem para próteses fixas, nascendo assim os implantes dentais que temos no mercado hoje em dia. Portanto há 45 anos, implantes dentais começaram a ser instalados em humanos, e o sucesso do tratamento se dá pela estabilidade e o íntimo contato que o osso tem com o implante, chamado ósseo integração.
Com os implantes, é possível reabilitar pacientes que perderam desde um único elemento dental até os completamente desdentados com próteses fixas ou removíveis, variando de acordo com a necessidade ou demanda do caso, sendo que a fixa sob implante tem benefícios sob a fixa dental convencional, principalmente por não requerer desgastes dos dentes vizinhos. Além disso, mesmo uma prótese total (dentadura) pode ter sua retenção aumentada pela incorporação de dois implantes auxi-
liares a mecânica da mastigação. Por se tratar de uma técnica com alta previsibilidade, quando bem indicada, pode-se lançar mão da colocação de um implante imediatamente após a extração de um dente e a prótese no mesmo dia, é o que chamamos de carga imediata e é o mais desejado pelos pacientes. Vale lembrar que qualquer tipo de técnica deve ser muito bem planejada para extrair o melhor resultado e um sorriso mais saudável e esteticamente mais perfeito para o paciente. Um sorriso comprometido pela falta de estética diminui sua qualidade de vida, por isso procure sempre um profissional especializado.
Caso clínico
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Como evitar doenças respiratórias A baixa umidade do ar, acompanhada das mudanças bruscas de temperatura e do aumento dos índices de poluição são alguns dos principais motivos de preocupação com a saúde durante o período mais frio do ano, especialmente quando há na família crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias crônicas. A época também provoca queda da imunidade, o que predispõe às infecções respiratórias, como lembra o pneumologista Danilo Gullo Ferreira, que acrescenta: as mudanças de hábito decorrentes do inverno favorecem os problemas respiratórios. Portanto, medidas simples que podem ser tomadas até mesmo nos ambientes domésticos podem fazer a diferença. Geralmente as pessoas bebem bem menos líquido nesta época porque não sentem sede afinal, transpiram menos. No entanto, o organismo continua com mesma necessidade de água, independente da temperatura externa. A hidratação é muito importante para manter as mucosas úmidas e auxiliar na barreira que elas criam contra os micro-organismos. “Para ajudar nesse processo, devemos beber bastante água, mesmo sem sentir sede. Usar soro fisiológico nos olhos e no nariz também pode ajudar a manter a umidade das mucosas, assim como as inalações, utiliVida bebê |46
zando apenas soro fisiológico cuidado com a limpeza da casa. podem ajudar a manter as mu- No dia da faxina, é recomendável cosas úmidas”, explica. evitar varrer o chão. “Para não levantar pó, prefira passar um pano LOCAIS FECHADOS úmido com detergentes específiOutro hábito nada saudável du- cos para essa finalidade”, orienta. rante do frio é ficar dentro de Os responsáveis pelas infecções casa ou em locais fechados com respiratórias agudas são os vírus aglomeração de pessoas, se es- (que aparecem em mais de 90% condendo das baixas tempera- dos casos) e as bactérias. turas sem abrir portas e janelas. Já as reações alérgicas, como a ri“Manter a casa e principalmente nite, por exemplo, são causadas em os quartos arejados e limpos au- sua grande maioria pelos ácaros. xilia na prevenção das doenças respiratórias”, lembra. GRIPE Procurar lavar as roupas nos dias A gripe caracteriza-se por um de sol e evitar que fiquem úmi- quadro de infecção mais intenso das por vários dias dentro da e pode apresentar febre alta, dores área de serviço é outra medida no corpo, dor de cabeça e calasimples que pode surtir bons re- frios. Os sintomas de coriza, tosse sultados. Segundo o especialista, e dor de garganta podem ficar em a roupa que demora para secar segundo plano frente às manifescria fungos que desencadeiam tações sistêmicas mais intensas. crises de rinite, mesmo que eles O resfriado tem os mesmos sinais, não sejam visíveis a olho nu. mas aparecem de uma forma Além disso, as roupas que passa- mais branda. ram o verão todo no armário, es- As mãos são o principal veículo pecialmente cobertas e peças con- de transmissão. Por isso, na hora sideradas pesadas como as de lã, de tossir ou espirrar, é recomenprecisam passar, no mínimo, um dado usar lenços descartáveis e dia no sol antes de serem usadas. tampar a boca com o punho ou O ideal é lavá-las com água com o dorso das mãos. quente, secá-las ao sol e depois A boa lavagem das mãos é uma passá-las a ferro quente. Tudo das mais importantes medidas isso, segundo o pneumologista, ga- de controle de infecção para evirante a eliminação dos fungos e áca- tar a propagação. O gel à base ros que despertam a rinite e a asma. de álcool também mata o vírus Outro vilão da rinite é a poeira. da gripe. “A maioria das pessoas Por isso é necessário ainda mais não lava as mãos tanto quanto
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necessário para evitar a propagação da infecção. O ideal é lavar as mãos sempre que tiver tido contato com outras pessoas, após um aperto de mão, por exemplo, ou com objetos também manuseados por outras pessoas, como maçanetas de portas e móveis, dentre outros”, exemplifica. VACINA A vacina que previne a gripe disponível atualmente é preparada a partir de uma seleção de subtipos de vírus que estejam provocando surtos pelo mundo e possam representar perigo de disseminação no inverno seguinte. “Portanto, vacinar-se contra gripe é uma boa medida de prevenção”, ressalta.
Se o paciente estiver com as defesas imunológicas adequadas, pode ter contato com o vírus da gripe e não desenvolver a doença. Mas, no caso de adoecer, a redução da imunidade pode levar a pneumonia, uma das principais complicações da gripe e que pode inclusive, em situações mais extremas, levar ao óbito. MEDICAMENTOS No inverno, assim como em qualquer época do ano, a automedicação é perigosa. Analgésicos, antialérgicos, descongestionantes, antitérmicos e até vitamina C não devem ser tomados sem prescrição médica, pois, além de eventuais efeitos colaterais, é possível o risco de alergia a algum
componente. “Ou, ainda, que este remédio mascare algum sintoma que dificulte o diagnóstico real da doença”, acrescenta. O uso de antibióticos nas gripes e resfriados é contraindicado, a menos que haja alguma complicação bacteriana. “Se no terceiro dia da doença o quadro se mantiver ou agravar com persistência de febre, recusa de alimentação, cansaço para respirar, é importante consultar um médico”, frisa. O pneumologista acrescenta que medicamentos para inalação, como broncodilatadores e antiinflamatórios, também só devem ser utilizados sob orientação médica, pois podem causar efeitos colaterais danosos à saúde. Dr. Danilo Gullo Ferreira Pneumologista
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Fotos: Arquivo Pessoal
Retratinhos
Theo Zulske Penedo de Barros Hiudy Satoshi Longhi Itami
Luiza Berbert Lazinho
Lucca de Almeida Massaro Felipe Sardinha Nogueira
Bem Estar
Benefícios do
Alongamento
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Reposição hormonal
Mitos e verdades
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Quer relaxar? Comece alongando!
Com uma lista bem extensa de benefícios, o alongamento representa muito mais que um simples exercício de aquecimento que deve anteceder qualquer atividade física. Para muitas pessoas, o treinamento da flexibilidade do corpo é um caminho eficaz para relaxar e combater o estresse. Segundo Maristela Chanchetti, professora de pilates, quando o indivíduo se alonga, ocorre uma espécie de aviso para o corpo de que será iniciada uma sequência de movimentos que irão além das amplitudes que está acostumado a realizar no seu dia a dia.
musculares, relaxando a musculatura e deixando os movimentos mais fáceis de serem realizados. Da mesma forma, aumenta a flexibilidade e amplitude dos movimentos das articulações, melhorando o desempenho esportivo e reduzindo o risco de lesões musculares, entorses articulares, torcicolos, câimbras e estiramentos. “Com isso você previne a artrose, pois, ao melhorar a mobilidade articular e a flexibilidade dos ligamentos, tendões e músculos, há mais produção do líquido sinovial e aumenta o espaço entre essas articulações, diminuindo o atrito entre elas”, explica.
O alongamento ajuda no aquecimento da musculatura à medida POSTURA que eleva a temperatu- O alongamento também é associado a melhora da circulara corporal.
ção sanguínea e da coordenaReduz também o encurta- ção motora, além de ajudar a mento muscular e as tensões prevenir problemas posturais.
Auxilia ainda no relaxamento mental, contribui para a cicatrização óssea em casos de fratura e desenvolve a consciência corporal a medida que a pessoa concentra-se na parte que está sendo alongada. “Também é válido lembrar a redução das cólicas menstruais”, acrescenta. Se não bastasse isso tudo, também favorece para o crescimento muscular por aumentar o espaço físico e a liberação de hormônios anabólicos. INFÂNCIA Com tantas vantagens para a saúde física e mental, o alongamento é indicado desde a infância. “A flexibilidade é o único requisito motor que atinge seu auge na infância, até os dez anos, piorando em seguida se não for devidamente trabalhada”, esclarece. Por isso, o treinamento de flexibilidade deve começar já
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nesta fase para que não haja perdas e objetivando uma boa elasticidade na vida adulta. Além disso, ela lembra que qualquer estímulo físico, desde que aplicado com conhecimento e cuidado, pode favorecer o crescimento. O alongamento também pode ser considerado uma opção de tratamento para quem tem musculatura encurtada, juntamente com outras técnicas. ATIVADE FÍSICA Em intensidade leve e com curta duração, o alongamento pode ser realizado também antes do exercício ou qualquer prática esportiva como forma de aquecimento. “Mas deve ser breve e moderado, pois se for fei-
to de forma mais intensa vai gerar certamente perda de força, podendo prejudicar o desempenho da atividade. Após o exercício, novamente de forma breve e moderada como um relaxamento. Caso contrário, se feito de maneira intensa, pode lesionar”, orienta. A professora esclarece ainda que o alongamento antes da atividade serve apenas como aquecimento. “Geralmente o mais indicado para essa finalidade são os exercícios de alongamento dinâmico, ou seja, os que são feito em movimento”, completa. Já o alongamento que visa ganho de flexibilidade deve ser feito em dia separado, específico para essa finalidade, com
maior intensidade e maior duração, sempre sob orientação profissional. PORTA DE ENTRADA Para quem não faz qualquer atividade física, o alongamento pode representar uma boa oportunidade para se movimentar. Aliás, Maristela lembra que o mais indicado seria que todas as pessoas primeiro melhorassem sua flexibilidade, corrigissem a postura, equilibrassem as musculaturas encurtadas e, somente depois, iniciassem atividades físicas ou modalidades esportivas. “Dessa forma, o risco de lesões seria mínimo e a evolução das atividades seria maior e com mais qualidade”, conclui.
Benefícios do alongamento -Reduz o risco de lesões musculares, entorses articulares, torcicolos, câimbras e estiramentos -Previne a artrose -Melhora a postura -Trabalha a coordenação motora -Contribui para a cicatrização óssea em casos de fratura -Diminui as cólicas menstruais -Favorece o crescimento muscular
Maristela Chanchetti Professora de Pilates
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Reposição hormonal
Apesar de causar dúvidas, divergências e até insegurança em algumas mulheres, a reposição hormonal vem se consolidando cada vez mais como um tratamento eficaz no período da menopausa, principalmente por ajudar a aliviar um dos sintomas mais típicos: as ondas de calor. Isso não significa, entretanto, que toda mulher precisa recorrer ao método. Além disso, algumas medidas podem ser adotadas antes mesmo da chegada desta fase, que marca o fim do ciclo reprodutivo feminino. Segundo o ginecologista e obstetra Marco Antônio Lopes Lima, a idade média em que a mulher brasileira entra na menopausa é 48 anos e os especialistas podem adotar duas opções para lidar com as alterações no organismo feminino.
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Uma das possibilidades é realizar o tratamento antecipadamente, desde os sintomas de climatério, com terapia hormonal. A outra não indica medicamentos, até segunda ordem. “Neste caso, o tratamento inicial é feito a base de medicamentos fitoterápicos, mudanças de hábitos alimentares e inclusão de atividade física na rotina”, afirma. TRATAMENTO A terapia hormonal tem como base a reposição do estrogênio, que deve ser administrado juntamente com a progesterona para as pacientes que ainda preservam seus úteros a fim de garantir uma proteção endometrial. O especialista lembra ainda que, para mulheres que por algum motivo já retiraram o útero, o hormônio pode ser utilizado isoladamente.
“Existem várias formas de administrar o medicamento, desde oral, injetável, transdérmico ou vaginal”, acrescenta. BENEFÍCIOS
Para algumas pacientes a terapia hormonal pode ajudar a aliviar queixas comuns durante a menopausa, como indisposição, unhas fracas e quebradiças, pele e cabelos ressecados, trofismo vaginal e falta de libido. No entanto, o médico pondera que a diminuição do desejo sexual é uma questão multifatorial e, portanto, não está ligada somente a falta de hormônios. “Os casos devem ser, sempre, avaliados separadamente”, pontua.
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RISCOS Apesar dos benefícios, ele lembra que a maioria das mulheres não sente falta do tratamento hormonal. Além disso, entre prós e contras, pessoalmente considera que há mais riscos do que vantagens na reposição de hormônios durante a menopausa. “Isso depende de qual alternativa [escola] o médico segue. Considero que o melhor tratamento da menopausa consiste basicamente na mudança do estilo de vida das pacientes. Isso significa aceitar sua idade, desenvolver alguma atividade física, se alimentar melhor e de forma mais adequada e eliminar vícios. Isso significa se cuidar, o que representa prevenção também para outros problemas de saúde”, reforça. DOENÇAS Entre mitos e verdades, o médico afirma que, dependendo do histórico familiar da paciente e sua pré-disposição para determinadas doenças, a reposição hormonal pode contribuir para casos de câncer de mama, endométrio e
fatores trombo-embólicos. “Obesidade, tabagismo, etilismo e sedentarismo são alguns dos fatores que ajudam a aumentar esses riscos durante o tratamento dos reflexos da menopausa a base de reposição hormonal. Portanto, é preciso muito cuidado ao recorrer a essa alternativa”, enfatiza. CUIDADOS Além da observação desses fatores, o especialista esclarece que é essencial que as mulheres mantenham a rotina ginecológica em dia, principalmente durante a terapia hormonal. Exames como Papanicolau, mamografia, ultrassonografia transvaginal, além do acompanhamento dos índices de colesterol e triglicérides são indispensáveis e devem ser feitos, ao menos, uma vez por ano. O ginecologista ainda lembra que o tempo de duração da terapia hormonal é extremamente variável de acordo com o perfil e necessidades da paciente. Além disso, ressalta
que muitas mulheres acabam até mesmo se tornando “dependentes” desse tipo de medicamento, o que pode tornar sua retirada ainda mais dificultosa. CICLO Diante da complexidade e dos prós e contras da reposição hormonal, é fundamental o diálogo franco entre pacientes e seus médicos para que, juntos, possam encontrar o caminho mais eficaz e coerente para tratar os sintomas dessa fase da vida da mulher. Ao encerrar um ciclo, a menopausa também marca a entrada da mulher em outro momento igualmente importante de sua vida, com seus desafios, possibilidades e oportunidades. A diferença é que agora têm a vantagem da experiência e da maturidade que o passar dos anos propiciam. Para quem não chegou, está próximo ou vive o período da menopausa, buscar a qualidade de vida é sempre fundamental em todas as etapas.
Dr. Marco Antônio Lopes Lima Ginecologista e Obstetra
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