Revista Vida bebê 24a. Edição

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Edição de Outono Planejamento

Viaje com segurança durante a

Gravidez Maternidade

Ter filho é bom, mas dá

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Editorial Março é o mês que damos adeus ao verão, e que venha o outono trazendo seu delicioso frescor. E falando em meia estação, confiram nosso editorial de moda e vitrininha, estão lindos de viver, com roupas gostosas, confortáveis e lindas! Dentre os assuntos abordados nessa edição, falamos sobre a importancia das palavras dirigidas aos filhos, afinal sempre ouvimos que boca de mãe abençoa, mas será que tem sido sempre assim? Outro tema para as mamães e papais é sobre o fato de que ter filho é bom, mas dá trabalho, e como dão não é mesmo? Também conversamos com uma ginecologista sobre os cuidados de viajar estando grávida, tem muitas dicas e orientações importantes, fiquem atentas futuras mamães! Desejo uma excelente leitura! Raquel Penedo Oliveira Editora

Expediente

Capinha

Coordenação e edição Raquel Penedo Oliveira Jornalista responsável Erica Samara Morente MTb 53.551 Fotografia Michele Stahl Demétrio Razzo Shutterstock Dollar Photo Club

Projeto gráfico e diagramação Depto. de arte - Vida bebê Comercial Aderley Negrucci 99155-5100 Administrativo 3713-2212 | 3446-2919

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e-mail: revistavidabebe@gmail.com O conteúdo das reportagens são de inteira responsabilidade dos colaboradores, assim como as informações contidas nos anúncios.

As gêmeas Luiza e Maria Fernanda de Carvalho Vestem : Hortelã Foto : Studio Michele Stahl


Índice

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Mães, filho dá trabalho Grávida e de malas prontas

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Autismo, você sabe o que é?

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Meu filho não quer tomar leite

Caminhar é bom

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Problemas na tireoide


Mais que informação, formação! Boca de mãe abençoa Não é raro ver pais despejando “pérolas” em suas crianças sem critério algum, sequer atentando para a importância que suas palavras têm sobre a vida de seus filhos. O desafio de ser pai e mãe obviamente exige maturidade e renúncia, porém muitas vezes encontramos pais que mais parecem filhos mimados reclamando de tudo. Do suco derramado na toalha, da comida que sujou a roupa limpa, da correria pela casa, das perguntas insistentes, da atenção que os filhos requerem sem parar. Muitas vezes, desmerecem, su-

bestimam e humilham. É preciso ter cuidado já que a vida de uma pessoa pode ser marcada por uma palavra dita pelos pais na infância. Rótulo que se imprime no filho em seus primeiros anos de vida tende a ficar e marcar sua personalidade. Mesmo que pais e filhos não se lembrem disso depois, a criança de forma inconsciente absorve e internaliza à sua identidade pessoal. A criança que cresce em um ambiente saudável, estimulada e valorizada tende a tornar-se equilibrada e feliz. O contrário se dá àquela que cresce ouvindo: “não aguento mais esta

criança”, “é terrível”, “só podia ser você para quebrar objeto tão caro”, “não sei mais o que fazer com você” entre outros. A expressão bíblica a seguir, remete ao valor das palavras que abençoam:

“Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe e sim a que seja boa para edificar” Abençoar os filhos com palavras de amor e incentivo é o ideal a se buscar, de modo a um aprendizado e crescimento que lhes traga realização e ainda influenciem vidas para o bem.

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Editorial bebĂŞ e infantil Fotos: Studio Michele Stahl





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Grávida e de malas prontas

Fazer o enxoval, descansar, aproveitar as férias, participar de um novo curso ou desfrutar um pouco mais de momentos a dois em outra cidade, estado ou país. São diversos os motivos que levam muitas mulheres a viajar durante a gestação, afinal, gravidez não é doença. Entretanto, o período requer cuidados. Segundo a ginecologista e obstetra Renata Zaccaria, as futuras mamães devem evitar viagens no período inicial da gestação, pois no primeiro trimestre existe o risco de abortamento em torno de 10% em qualquer gestação de baixo risco, além da possibilidade de sangramentos e cólicas que devem ser consideradas. Também se recomenda evitar viagens no terceiro trimestre da gravidez em função do risco de ruptura prematura de bolsa e trabalho de parVida bebê |20

to antes do previsto. “Além disso, pelo avançar da gestação, podem ocorrer retenção de líquido, edemas e falta de ar, além de outras indisposições”, lembra. Fora desses períodos da gestação, as grávidas podem viajar, mas devem primeiramente sempre optar por destinos que apresentem o mínimo de infraestrutura hospitalar para qualquer intercorrência, evitando localizações sem conforto e situações como acampamento ou outras consideradas mais radicais.

LIBERAÇÃO MÉDICA Segundo a médica, em geral o obstetra que acompanha a gestante libera as viagens durante o segundo trimestre principalmente na gravidez de baixo risco, sendo primordial não se esquecer de levar o cartão de pré natal na bolsa, pois nele contem todas as informações da gestante e seus exames de maneira prática, resumida e de fácil acesso e entendimento por outro profissional. É fundamental também ter a autorização médica para viagens aéreas, que são permitidas até 28 semanas de “Deve-se evitar dormir em gestação. “Dificilmente a barracas, fazer escaladas, gestante conseguirá comvisitar países como o Peru prar um seguro apenas para o período da viagem, sendo pela alteração de oxige- seguro nacional ou internacional que faça cobertura nação e dificuldade de adaptação. A orientação é exclusiva apenas nesse período da viagem, principaldar preferência sempre aos mente envolvendo o risco passeios menos exóticos” de parto prematuro e uso de


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UTI neonatal”, afirma. A especialista enfatiza que a maioria das empresas aéreas não aceita grávidas com mais de sete meses nas aeronaves, muitas vezes mesmo com carta do médico liberando a gestante para o voo. Por isso, convém checar sempre antes as possibilidades com a companhia aérea. “Portanto, carta do médico liberando para o voo e informando o tempo de gestação é sempre recomendado, especialmente para aquelas com a barriga bastante evidente”, acrescenta. A especialista lembra que toda gestante quando inicia seu pré-natal ainda nas primeiras consultas já recebe uma receita de alguns remédios para as queixas mais frequentes e são essas medicações que devem acompanha-la em uma viagem, aérea ou não, sempre com a receita médica. Caso os sintomas continuem, é preciso procurar uma avaliação médica, qualquer que seja o destino escolhido.

isso os antieméticos devem ser levados. “Recomendamos também que as gestantes em voos prolongados, ou seja, internacionais, se movimentem, andem nos corredores do avião, façam exercícios sentada com a panturrilha (batata da perna) e se hidratem muito”, esclarece.

É preciso também levar sempre algum lanche dentro da bolsa, pois atrasos e demoras em embarque e desembarques levam muitas vezes a uma hipoglicemia.

Medicações devem sempre ser levadas com receita médica e também os remédios extremamente necessários, pois podem apresentar dificuldade em serem adquiridos no destino, estes devem ser levados na mala de mão, incluindo doses a serem usadas por alguns dias. Lembre-se que "malas perdidas" são situações comuns em viagens aéreas. “No caso de AVIÃO Se a viagem for de avião, é algum problema, o melhor é muito comum os enjoos e por manter a calma e pedir auxí-

lio a uma comissária, que está treinada para eventuais intercorrências”, diz. Já nas viagens de carros a obstetra sempre orienta fazer pausas, ou seja, paradas a cada três horas para movimentar as pernas, alimentação fracionada e levar junto uma lancheira com frutas e água. CONFORTO Seja qual for o meio de locomoção ou local escolhido para a viagem, é indicado usar roupas confortáveis, soltas, meias elásticas (para evitar edema nas pernas) sapatos baixos, não fazer caminhadas prolongadas, evitar carregar malas, bolsas grandes e mochilas penduradas. A grávida deve procurar ter horários para se alimentar e dormir, dicas valiosas que podem propiciar uma viagem mais tranquila para as gestantes e quem a acompanha. “E em caso de qualquer imprevisto, é necessário procurar imediatamente um pronto atendimento sempre com cartão de pré-natal que adianta o atendimento. Não espere”, finaliza.

Dra. Renata Zaccaria Ginecologista e Obstetra

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Ter filho é bom, mas dá trabalho

Um dos momentos mais sublimes da vida da mulher é sem dúvida o nascimento de um filho. Depois de tanta expectativa, preparativos, cuidados e muito carinho com cada detalhe, finalmente temos nosso bebê nos braços, uma sensação de amor pleno explode em nosso coração e invade nossa alma.

É divino, é mágico, é indescritível. Faltam palavras para explicar tanta emoção e à medida que o tempo passa esses sentimentos se transformam em imensa dedicação. Mas, nem tudo são flores. Afinal, ter filho dá trabalho e antes de nos tornarmos mães nem sempre temos a dimensão exata do que isso significa. Talvez por ficarmos tão focadas nos inúmeros aspectos positivos Vida bebê |26

que a maternidade nos proporciona, como a possibilidade de nos renovarmos a cada dia, reciclarmos conhecimentos ou desenvolvermos a criatividade, esquecemos de pensar em outras questões difíceis que inevitavelmente nos deparamos quando uma criança está sob nossa responsabilidade. Normalmente prevemos noites mal dormidas, mas não temos a noção do quanto a falta de sono interfere em nossa vida, desencadeando um surpreendente mau humor, dificuldade de concentração ou até problemas conjugais. Seguramente, antes de vivenciar essa fase, não imaginamos que uma simples ida ao banheiro não será mais a mesma ou aquela chuveirada deixará de ser um momento apenas nosso, pois a mãe é acionada incontáveis vezes seja por meio de um choro estridente ou por aquele gritinho

poderoso: “mããããããe”. Até a refeição, sem exagero, não é mais da mesma forma e em alguns dias mais turbulentos ela até pode deixar de acontecer, sendo substituída por um lanche rápido. Descansar ou ficar sozinha após um dia exaustivo também pode ser um momento raro, assim como a ida ao salão de beleza, à academia ou ao restaurante, além dos compromissos profissionais que podem ficar comprometidos, pois a prioridade é o filho. É por isso que entre ler um livro ou brincar com o pequeno, certamente ficamos com a segunda opção. Podemos até ter planejado tudo para termos um momento para ir ao shopping, mas naquele dia seu filho pode precisar de você além do previsto. Podem surgir febre, virose ou o incômodo do nascimento de mais um dente. Exemplos não faltam.



NOVAS PREOCUPAÇÕES Porém, à medida que eles crescem, conseguimos talvez nos organizar um pouco mais e até ter um pouquinho da nossa individualidade de volta, afinal eles começam ir para a escola, ter novas atividades e novos amiguinhos. Mas eis que surgem outras preocupações. Onde mesmo meu filho aprendeu aquela palavra que não falamos em casa? Que tipo de companhia meu filho terá? A professora é realmente confiável? Fiz boas escolhas? E se eu me arrepender? São muitas as dúvidas que rondam nossa cabeça de mãe. Sem falar naquele dilema típico: vou ter dinheiro para oferecer uma educação de qualidade para meu filho? E a despesa só cresce, pois é natural que seu filho queira frequentar a escolinha de futebol, aulas de natação ou de música, e sua princesa deseje iniciar as aulas de balé, ginástica rítmica ou participar da escola de circo. Se não era sócio de um clube, talvez seja necessário pensar nessa possibilidade. Aliás, rever o orçamento é fundamental sempre e reservar dinheiro também para as festinhas

de aniversário que se multiplicam com o passar dos anos, assim como os desejos dos pequenos. Há de se considerar ainda as idas ao cinema, os passeios com a escola ou em família e as viagens. Já no ensino infantil começam as formaturas, os anos vão passando e mais adiante podem vir o cursinho, a faculdade, o intercâmbio e por aí vai. Ah, é bom se preparar para ter as noites mal dormidas de volta pois, também fomos jovens e sabemos que boa parte do lazer da moçada se estende à noite. Além das preocupações naturais que isso implica, temos que nos preparar do ponto de vista prático afinal, por mais que nos organizemos com os pais dos amigos do nosso filho, vários dias, aliás, em várias noites, será nossa vez de buscá-los. Sim, mesmo com o cansaço você vai querer ver de perto onde ele estava, com quem e tentar saber o que fez. PACIÊNCIA É por esses e inúmeros outros exemplos que a maternidade implica em estabelecer prioridades das mais diversas formas, além

de ser um exercício constante de paciência. Saber disso tudo, ter acesso às informações e dividir experiências talvez sejam alternativas valiosas para que lidemos bem com essa missão divina e ímpar. E com o passar do tempo, mesmo naquele dia em que nem queremos nos olhar no espelho porque não deu tempo sequer para cortar o cabelo como tínhamos programado, teremos a certeza de que ser mãe vale muito a pena. Sempre, mesmo quando a autoestima despenca ou a carreira afunda, nada, absolutamente nada, substitui o momento que dividimos com os filhos.

Nada se compara aquele instante em que olhamos nos seus olhos e uma sensação de paz invade nossa alma, sem falar no poder mágico de um abraço. Os problemas cotidianos, mesmo aqueles que nos desequilibram a ponto de deixar escapar alguns gritos indesejáveis que antes eram inexistentes, não tornam a maternidade menos bela. Jamais.

Erica Samara Morente Jornalista e mãe

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Autismo - você sabe o que é?

Caracterizado pelo desenvolvimento acentuadamente anormal ou prejudicado na interação social e na comunicação, além de um repertório restrito de atividades e interesses, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) atinge em média uma criança a cada 110 mil nascimentos registrados no Brasil. Segundo a terapeuta ocupacional Cilene Falascina, coordenadora do Centro de Especialização Municipal do Autista (Cema), as manifestações do transtorno variam intensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e idade cronológica. As causas ainda não estão claramente identificadas, porém já se sabe que o autismo é mais comum em crianças do sexo masculino e independe de etnia, origem geográfica ou situação socioeconômica. Estudos mais recentes apontam para possíveis causas genéticas e alteração bioquímica. O distúrbio é um dos mais complexos da medicina devido às variedades de sintomas e a forma

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como se manifestam. Apesar da agressividade ser o mais comum, há outros indícios. “Além disso, a presença de um deles não determina a doença que se apresenta em três níveis: leve, moderado e grave”, afirma. SINTOMAS Aos três meses de vida, bebês autistas não demonstram interesse pela voz humana e prendem sua atenção a estímulos repetitivos, como o movimento da pá do ventilador, apenas. Dos quatro aos seis meses, a dificuldade de distinguir a voz dos pais pode ser outro sinal. Raramente encontra conforto no colo da mãe e estabelece pouco, ou nenhum, contato visual durante a mamada. Por volta dos nove meses, ao contrário da maioria das crianças, apresenta dificuldades para imitir gestos, como um aceno de tchau, por exemplo. Por volta de um ano, as esperadas palavras mamãe e papai demoram para aparecer no vocabulário, pois a criança emite sons fora de contexto e não

responde com o olhar quando é chamada. Aos 18 meses, beijos e abraços podem ser um problema para quem é autista que, em geral, não gosta de ser tocado e demonstra poucos sinais de afeto. Com dois anos, brinquedos e objetos que giram tendem a fascinar a criança autista, que também começa a enfrentar dificuldades graves para se comunicar. Movimentar as mãos freneticamente em frente ao rosto pode configurar outro sintoma nesta fase. Aos 36 meses, o autista não tem qualquer tipo de interesse em brincar com outra criança e o relacionamento com outras pessoas não desperta qualquer interesse à medida que cresce. No ambiente familiar ou escolar, outros sintomas podem ser observados. Agir como se não escutasse é um deles. “A criança não responde quando é chamado pelo próprio nome”, exemplifica. O contato visual é ausente ou pouco frequente com outras pessoas, a fala é difícil ou até ausente, a criança tem dificuldade de compreen-


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der e ser compreendida, palavras ou frases podem ser repetidas no lugar da linguagem comum, movimentos repetitivos podem surgir, colo e outros afagos são evitados, isolamento é frequente e apego a determinados objetos e crises de agressividade ou auto agressividade podem surgir. DIAGNÓSTICO Chegar a um diagnóstico não é simples, pois não existem exames que detectam o autismo. Porém é preciso fazer alguns que podem ajudar a descartar outros problemas, como testes de audição e visão. Para os pais, a recomendação é se atentar aos sinais e encaminhar o filho para uma avaliação multidisciplinar, se houver os traços da doença.

“É muito importante detectar os traços autistas, inclusive a partir e por meio das consultas pediátricas periódicas” Daí a importância dos profissionais receberem capacitação para essa finalidade também. TRATAMENTO

O diagnóstico e o tratamento precoces do autismo possibilitam que a criança portadora do distúrbio se relacione com a família e com o mundo que o cerca. “O ideal é que o diagnóstico seja feito até os três anos de idade. Nesta fase, o cérebro é ainda um órgão de enorme plasticidade e tem a capacidade de se adaptar a novos mecanismos de funcionamento, mediante os estímulos recebidos e as experiências vividas”, explica. Os tratamentos visam melhorar a comunicação da criança com o mundo que a cerca, estimular as demonstrações de afeto e diminuir os comportamentos repetitivos. Não há medicamentos específicos para o autismo, mas alguns remédios podem ser receitados quando há outras doenças associadas, como epilepsia, agitação e agressividade. “Porém, o uso de medicamento deve seguir orientação médica e deve ser feito em conjunto com outros tratamentos, feitos por equipes multidisciplinares e considerando a criança como um todo, ou seja, seus sentimentos, comportamentos e relação na família ou escola”, esclarece. Por isso, cada tratamento é individual. Embora a maioria dos estudiosos

afirme que o autismo não tem cura, os tratamentos podem levar a criança a um excelente desenvolvimento e a uma melhor qualidade de vida, principalmente se as intervenções forem precoces. FAMÍLIA A família tem papel importantíssimo neste contexto. No entanto, muitas vezes os pais precisam de ajuda, principalmente quando recebem a notícia do quadro de autismo. A psicoterapia pode ser indicada principalmente para ajudar na compreensão e como lidar com sentimentos comuns, como negação, rejeição, frustação, culpa ou ressentimento. Quando os pais estão bem, conseguem ajudar muito mais o filho. ESCOLA Para a diretora do Cema, é dever das escolas se adaptarem para receber o aluno com autismo. Ela ressalta que o vínculo e a motivação são essenciais para a inclusão com qualidade. O professor deve sempre manter contato visual com o aluno, estimular a comunicação, propor atividades inclusivas, usar linguagem simples, clara e firme.

Cilene Falascina Terapeuta Ocupacional e Coordenadora do CEMA

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Vida bebê |42 Dir. técnico: Dr. Juliano B. Bullamah

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Dr. Juliano B. Bullamah CROSP - 70.167 Endodontista e Reabilitações Estéticas

Facetas Cerâmicas Com a evolução da odontologia, o cirurgião dentista não é mais visto como alguém que causa dor e medo, mas sim como um profissional que pode transformar o sorriso e a vida das pessoas. As facetas cerâmicas são usadas quando há intenção de modificar ou devolver a forma original do dente, ou para corrigir imperfeições como dentes quebrados, desalinhados, desgastados, e com sinais de envelhecimento. Também chamadas de lentes de contato, as facetas depois de cimentadas nos dentes se tornam invisíveis ao olho nu, assim como as lentes de contato ópticas. Com uma espessura que varia entre 0,3 a 0,5mm, as facetas são confeccionadas e cimentadas com pouco ou nenhum desgaste prévio da estrutura dental.

As principais vantagens desse tratamento estético, além da conservação da estrutura dental, são a durabilidade e a capacidade de imitar as características estéticas do esmalte dentário obtendo um resultado estético favorável e funcional. O tratamento é feito em três etapas. Na primeira, o cirurgião dentista faz fotos e a moldagem dos dentes do paciente em seguida é feito um enceramento no modelo e possível transferência para a boca do pacien-

te com o objetivo de visualizar o resultado final do trabalho, feito isso as facetas são confeccionadas em porcelana pura e cimentadas nos dentes finalizando o tratamento. O paciente deve fazer o acompanhamento e visitas semestrais ao cirurgião dentista, e manter a higiene oral adequada. Um sorriso comprometido pela falta de estética diminui a sua qualidade de vida, por isso procure sempre um profissional especializado.

Arquivo pessoal

Dir. técnico: Dr. Juliano B. Bullamah

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Uma evolução na arte da estética dental

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Meu filho não quer mais tomar leite

Embora não seja um alimento obrigatório na dieta do ser humano, o leite é recomendado normalmente por ser importante fonte de proteínas, minerais como o cálcio, magnésio, fósforo e vitamina A e niacina. Segundo a nutricionista Regina Alves, outros alimentos derivados do leite também possuem essas mesmas características e podem ser usados em casos de substituição. Além disso, outros ainda de origem vegetal, como feijões e vegetais, também são similares às fontes de vitaminas e minerais. “Porém, os de origem animal têm maior biodisponibilidade que os de origem vegetal, ou seja, nosso organismo aproveita mais facilmente os nutrientes de determinados alimentos de origem animal” acrescenta. Na infância, dada a sua importância nutricional e até por questões culturais, muitas mães se sentem obrigadas a inserir imediatamente ou paralelamente ao desmame materno o leite de origem animal na dieta da criança. Entretanto, não são raros os casos em que os filhos rejeitam o alimento e o consome em quantidade

abaixo do que acreditam ser essencial ou, opostamente, até ingerem o leite em exagero, desencadeando uma série de dúvidas. Muitas crianças até substituem o alimento sólido pelo líquido e chegam a trocar refeições por uma mamadeira bem cheia. QUANTIDADE DE NUTRIENTES

Segundo Regina, a recomendação em relação ao consumo diário não está relacionada à quantidade de leite necessária para o desenvolvimento da criança, mas a atenção da família deve ser em relação à quantidade dos nutrientes contidos no leite e derivados ingeridos pela criança. Se a rejeição ao leite for motivada simplesmente pela palatabilidade individual, ela lembra que outros alimentos podem oferecer os nutrientes contidos no leite, como por exemplo os peixes, feijões, nozes ou vegetais verde escuros, que contém o cálcio. O magnésio pode ser encontrado nas amêndoas, feijões e germe de trigo. O fósforo também está presente nos peixes, carnes, feijões e nozes.

Já a vitamina A é encontrada nos peixes, ovos, fígado, legumes verdes e amarelados, enquanto a niacina aparece nas carnes, peixes, ovos, feijões e algumas frutas.

“Quando a dieta é variada e o prato é colorido, dificilmente haverá deficiência de vitaminas ou minerais. O prato colorido é uma referência simples e importantíssima na dieta diária da criança, propiciando não somente o seu desenvolvimento, mas também a aquisição de hábitos alimentares saudáveis” OBSERVANDO ADULTOS A nutricionista lembra que a criança aprende a falar e andar observando o adulto, ou seja, vendo os pais andando e falando. “Na alimentação não é diferente. Essa criança só vai aprender e ter uma dieta saudável se os pais também tiverem uma dieta saudável. A criança não vai aceitar ou acostumar a Vida bebê | 47


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comer corretamente se ela não presenciar as mesmas atitudes vindas de seus pais”, alerta. Comer uma fruta a cada três horas, sendo de três a quatro por dia é uma dica importante. Ela lembra que, apesar de saudáveis, as frutas também têm calorias, então os pais devem preferir as frutas "in natura" ao invés de apenas consumi-las no suco natural. “Apesar de serem saudáveis, os sucos são calóricos, pois estão concentrados e perde-

ram as fibras vegetais que controla- acompanhar as refeições, no almoriam a velocidade da absorção das ço e no jantar, com grande quansuas calorias”, esclarece. tidade e variedade de legumes em forma de salada ou refogados (aboDICAS brinha, chuchu, cenoura, beterraEvitar alimentos industrializados, ba, brócolis, couve, flor, pimentão, optar pelas carnes brancas, magras e pepino, vagem, etc.) e não somente grelhadas ou assadas, preferir a comi- inserir as folhas (alface, chicória, da no prato e evitar substituir o ar- acelga, almeirão, couve, repolho) roz e feijão por lanches e petiscos são em forma de salada crua ou refogaconselhos importantes para a rotina dos. “O que importa é a presença nutricional de crianças e adultos. do legume e não somente das folhas Regina reforça que é sempre viável no prato”, orienta.

Regina Alves Nutricionista

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Rafael Rufino

Fotos: Arquivo Pessoal

Retratinhos

Yuri Garcia Cavallari Maria Eduarda Garcia Soler Lorena Navarini Mayer

Davi de Paula Braga Antonio Alvaro Evangelista de Oliveira


Bem Estar

Caminhada: benefícios para o

corpo e mente

Saúde

Doenças da tireoide afetam mais

as mulheres

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Caminhando em busca da qualidade de vida Que a caminhada é uma alternativa saudável e simples para fugir do sedentarismo ninguém dúvida, mas antes de iniciar a prática de qualquer atividade física é aconselhável checar as condições de saúde e se certificar, por exemplo, da ausência de comprometimentos músculo-articular e cardiorrespiratório. Por isso, segundo Rogério Pereira dos Santos, professor de educação física, exames clínicos como testes de esforço (ergoespirometria) e cardiovasculares, dentre outros, são sempre indicados. Outra dica importante é buscar a orientação de um profissional de educação física, que deverá instruir sobre a intensidade da caminhada, a duração deste esforço e a frequência semanal apropriada, considerando os aspectos particulares de cada indivíduo a fim de potencializar os resultados almejados. É indicado também o uso de roupas leves e tênis com amortecimento e, de preferência, que seja adequado para o tipo de pisada (supinado, neutro, pronado). “E para o controle da intensidade e duração da caminhada, que pode ser lenta ou mais rápida, um relógio ou cronômetro. Procure usar tênis confortável e roupas mais leves”, reforça. Quanto ao local para caminhar, preferencialmente deve ser um lu-

gar arejado e seguro. Para os iniciantes o ideal é um terreno mais plano para que a pessoa, acima de tudo se sinta bem. Os períodos críticos do dia, em que há forte exposição ao sol devem ser evitados para quem deseja caminhar. Assim, períodos mais frescos como início da manhã e final de tarde, são mais aconselhados. Entretanto, vale ressaltar que ao longo do dia o corpo sofre modificações de temperatura e metabólicas, que irá influenciar na prática de qualquer atividade física. Desta maneira, períodos como final de tarde são mais interessantes, pois o corpo está mais aquecido e apto a esta prática. “Não há problema para quem prefere e gosta de iniciar o dia com uma caminhada, desde que seja realizado um aquecimento inicial adequado. Outra informação interessante é que a pessoa mantenha um horário fixo, pois o corpo consegue se adaptar melhor a atividade”, afirma. Algumas dicas para se manter motivado durante a atividade é buscar companhia ou grupos de atividade física, escolher lugares agradáveis, com diferentes tipos de terreno (aclive, declive), evoluir gradativamente o ritmo e a duração tornando a atividade um desafio. Ca-

minhar ouvindo música é outra estratégia motivadora. ALIMENTAÇÃO Antes da caminhada é recomendada a realização de alimentação leve com pelo menos 30 minutos de antecedência para manter os níveis de glicose no organismo e um adequado esvaziamento gástrico. Segundo Natália de Almeida Rodrigues, mestre em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo pela Unicamp, os melhores alimentos para isso são os carboidratos da classe complexa (integrais), pois a liberação da glicose no sangue acontece de maneira lenta e gradativa, evitando picos de glicemia e garantindo um aporte energético durante toda a atividade. “Deve-se evitar alimentos gordurosos, lácteos ou com muitas fibras, pois podem causar desconforto gastrointestinal durante a caminhada. Outro ponto importante é manter-se bem hidratado e se alimentar adequadamente após a caminhada”, orienta. Com relação às quantidades, ela lembra que é interessante buscar orientação de um nutricionista que irá adequar as porções alimentares ao objetivo de cada pessoa. BENEFÍCIOS A caminhada é um exercício aeróbio Vida Mulher | 55


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e, desta maneira, seus benefícios estão associados ao sistema cardiovascular que irá se adaptar devido a demanda exigida durante o exercício. Se bem orientado, pode contribuir na regulação da pressão arterial, redução da gordura corporal e colesterol, regulação da glicemia, e por ser de baixo impacto pode conferir proteção músculo-ligamentar e ósteo-articular. “Assim, se a pessoa deseja com a caminhada emagrecer ou manter a saúde deve estar atenta a duração e intensidade do exercício e a ingestão calórica”, diz a especialista. A caminhada, como qualquer atividade física, pode contribuir para

uma melhor qualidade de vida. Ela lembra que durante a sua execução ocorre a liberação de hormônios como a serotonina que contribuem para a sensação de bem-estar, promovendo relaxamento e contribuindo para aliviar o estresse do dia-a-dia. “Além disso, realizar a atividade em grupo ou em lugares agradáveis podem trazer diversos benefícios emocionais e psicológicos”, acrescenta Natália. OUTRAS ATIVIDADES Aliado a caminhada, que é um exercício aeróbio, é importante realizar um exercício resistido, como a musculação, para poten-

cializar os resultados e se prevenir de eventuais lesões. “Desta maneira, a caminhada pode ser porta de entrada para a prática da musculação e, com a evolução da intensidade e duração, para outras atividades como, por exemplo, corrida, ciclismo e natação”, explica o professor de educação física. Segundo Rogerio, sentindo os benefícios da caminhada, é natural que as pessoas busquem mais atividades que complementem os resultados, como treinar flexibilidade e força com a musculação, resultando em todos os benefícios que estas atividades proporcionam.

Ritmo, duração e intensidade O ritmo e a duração para iniciantes da caminhada são definidos pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (American College of Sports Medicine – ACSM) que preconiza, em regras gerais, uma de 30 a 60 minutos em ritmo leve de atividade, em dias alternados, para pessoas saudáveis. No início é recomendado uma intensidade leve de esforço, sendo gradativamente aumentada ao longo das semanas, bem como a duração. Duas maneiras simples de se controlar a intensidade é a utilização de uma escala conhecida como “Borg Adaptada”, que varia entre 0-9, sendo que em ritmo leve (4-5 da escala) a pessoa deve conseguir completar facilmente o exercício e sem estar ofegante. Já para aquelas pessoas que possuem ou querem investir em um monitor cardíaco, um cálculo simples e rápido para se descobrir a frequência cardíaca alvo é subtrair a idade de 220 (Fc = 220-idade), sendo assim em intensidade leve a frequência deve variar entre 50 e 60%. No entanto, ocorrem variações de indivíduo para indivíduo que devem ser consideradas, por isso é indispensável a orientação de um profissional de educação física.

Rogerio Pereira dos Santos Professor de Educação Física

Natália de Almeida Rodrigues Mestre em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo

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Mulheres são mais propensas às doenças da tireoide

Localizada na parte anterior baixa do pescoço, a glândula tireoide está associada ao metabolismo e é vital para o ser humano. Sua remoção cirúrgica ou destruição ocasionada por doenças acarreta o hipotireoidismo que, nas formas mais severas, poderá levar ao coma e a morte. O alerta é do médico Afonso Celso de Moraes Manzano, cirurgião de cabeça e pescoço, com especialização em glândula tireoide. Ele explica que a glândula precisa estar funcionando perfeitamente para que o organismo não sinta os efeitos da falta do hormônio que ela produz ou do excesso dele. Esses hormônios são chamados de T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina) e diferem apenas por uma molécula de iodo. A falta deles desencadeia o hipotireoidismo, distúrbio que têm várias causas, sendo a mais comum a de Hashimoto, que provoca a destruição da tireoide, impedindo a produção de hormônios. “A ausência desses hormônios acarretará cansaço, depressão, inchaVida Mulher | 64

ço, intestino preso, pele e cabelos ressecados, elevação nos níveis de colesterol, sonolência, falta de concentração, fraqueza muscular. Enfim, trará repercussões para todo o organismo”, afirma. O diagnóstico é feito através da avaliação clínica do médico e por meio de exames laboratoriais. Embora seja potencialmente grave, principalmente no recém nascido e na criança, o tratamento é relativamente simples, bastando repor o hormônio na forma de comprimidos ingeridos diariamente.

Os olhos podem ficar arregalados (exoftalmia) e a tireoide pode estar aumentada de tamanho, formando um bócio. Nem sempre todos esses sinais e sintomas estão presentes, principalmente em pessoas idosas ou em casos mais leves. “Portanto, quando houver suspeita clínica, a pessoa deverá se consultar com um especialista e realizar exames laboratoriais”, orienta. As doenças que frequentemente causam o hipertireoidismo são a tireoidite de Hashimoto e de Basedow-Graves, chamadas autoimunes.

“Devemos lembrar tamEXCESSO Por outro lado, quando a tireoi- bém de certos medicade está funcionando além do ne- mentos antiarrítmicos e cessário, ou seja, produz muito fórmulas para emagrehormônio, instala-se uma doen- cimento contendo derivados de hormônios ça chamada hipertireoidismo. O indivíduo torna-se agita- tireoidianos que podem do, perde peso, tem tremores, também causar um hitranspiração excessiva, insônia, pertireoidismo medicamentoso” diarreia, pele quente e úmida, hiperfagia (come muito) e torna-se bastante alterado inclusive do Segundo o especialista, o tratamento consiste, dependendo do ponto de vista emocional.


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caso, no uso de medicamentos que promoverão redução na produção hormonal, como o metimazol e o propiltiouracil, e fórmulas que inibem a ação do hormônio, como os betabloqueadores. Em pacientes alérgicos a esses medicamentos ou que tenham reações, pode-se lançar mão do tratamento com iodo-131 radioativo, que deverá ser administrado ao paciente via oral por um médico especialista em medicina nuclear. Outra forma de tratamento, principalmente nos casos em que existe o aumento de volume da glândula muito acentuado, é o procedimento cirúrgico por meio do qual será removida a glândula ou parte dela. MULHERES As mulheres são muito mais acometidas das doenças que incidem sobre a glândula tireoide, devido às diferenças hormonais em relação ao homem. A gestação também pode levar ao desencadeamento dos distúrbios tireoidianos, assim como, o estresse excessivo, de acordo com o especialista.

Manzano lembra que a principal causa das doenças tireoidianas envolve fatores familiares e genéticos e, portanto, a sua prevenção torna-se difícil. SAL A carência ou o excesso de iodo nos alimentos poderá, também, levar a doença tireoidiana. “O consumo excessivo de sal iodado pode representar uma das causas para o grande aumento na incidência das doenças da glândula tireoide. Outros fatores não conhecidos podem estar envolvidos também”, esclarece. Antigamente era a falta de iodo na dieta que causava uma doença chamada bócio endêmico, que consiste no aumento de volume devido ao aparecimento de múltiplos nódulos na glândula, mas sem mexer no seu funcionamento, na maioria das vezes. “Hoje em dia, o iodo adicionado ao sal de cozinha supervisionado pelo Ministério da Saúde, associado ao excessivo consumo de sal de cozinha pela população pode ser a causa de um alarmante aumento na incidência de do-

enças tireoidianas”, avisa. Portanto, a população deve ser orientada para não consumir excesso de sal. NÓDULOS Segundo o médico, cerca de 30% a 40% da população feminina tem nódulos na glândula tireoide assintomáticos e muitas vezes são encontrados em exames de rotina. A maioria é benigna e não tem significado importante, sendo apenas acompanhados. Algumas vezes esses nódulos despertam alguma preocupação devido ao seu tamanho e características, e passam a necessitar de tratamento cirúrgico. O especialista observa ainda que a incidência do câncer da tireoide é crescente e manifesta-se como um ou mais nódulos na glândula. O diagnóstico requer exames especializados como ultrassonografia e punção biopsia aspirativa com agulha fina, que deve ser realizada somente nos nódulos suspeitos. “Enfim, a glândula tireoide é um dos órgãos do corpo humano mais intrigantes que existe”, finaliza.

Dr. Afonso Celso de Moraes Manzano Cirurgião de Cabeça e Pescoço

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