Revista VIU? #21

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A revista PREMIUM de Formosa e região.

Primavera Formosa/GO Outubro - 2015 R$ 9,90 21ª Edição

ESPECIAL

SRI PREM BABA CINEMA

JOÃO DE DEUS, POR CANDÉ SALLES.

ARTISTA

GENIVALDO BATISTA

SUZANA

PIRES A JANETE DE “A REGRA DO JOGO” DESTINO

O CHARME E A GASTRONOMIA DE PIRENÓPOLIS

ESPECIAL






Para momentos que serão eternos, ambientes que são únicos.

Espaço Royalle / Buffetroyalle - Coffe break, brunch, confraternizações, aniversários e casamentos; - Estacionamento amplo e asfaltado dentro do estabelecimento para até 150 carros; - Espaço totalmente monitorado com câmeras de segurança de alta resolução; - Espaço para até 500 pessoas sentadas confortavelmente; - Banheiros / Mezanino / Acústico / Fraldário; - Suíte / Camarim / Ar condicionado.


Gastróloga, estudou no IESB, e está no mercado de Buffet há 5 anos. Em seu vasto currículo tem o curso de aperfeiçoamento em cozinha no ICC (International Culinary Center). Nayane foi uma dos 3 chefs participantes de toda a produção de comida servida nos camarotes da Copa do Mundo 2014, sede de Brasília.

Royalle, o mais novo espaço de festas da cidade, é completo e com buffet próprio. Rua 04, quadra 28, lote 22, Parque São Francisco de Assis CEP: 73815-020 - Formosa - GO

(61) 3642-3986

Fotos: Dih Santos e Helvio Araujo

Nayane Karine Saraiva Pinto


EDITORIAL

#REVISTAVIU

CINCO ANOS VIU? Queridos leitores, com muita felicidade lançamos a edição comemorativa dos cinco anos da revista VIU?. A publicação desse mês, editada com especial carinho, é um presente para você, responsável direto pelo sucesso da revista premium de Formosa e região. Nas páginas seguintes, entrevista com a atriz Suzana Pires, nossa capa comemorativa, a vida do médium João de Deus, sob a ótica do cineasta Candé Salles, e ênfase para o artista e poeta Genivaldo Batista; com temas mais que atuais ele é um dos artistas expoentes de Formosa.

COLABORADORES

Destaque especial para o amado guru brasileiro Sri Prem Baba, que fala com exclusividade à revista sobre a busca interior para alcançar a paz, observando valores essenciais à vida e ensinando exercícios que podem ajudar no autoconhecimento, principal desafio do ser humano.

E a linda Pirenópolis, um roteiro de charme, história e gastronomia. A cidade é tema do guia Pequi, a ser lançado pela editora Alquimia, com vários conceitos gastronômicos dos seus melhores restaurantes. Cinco anos... Até aqui foram muitos encontros, emoções e amor envolvidos. Agradecemos a todos os clientes, colaboradores, leitores, amigos e família; ao Universo, que se encarregou dos mínimos detalhes para que tudo desse certo, e a Deus, que possibilitou a realização desse projeto. A revista VIU? é nossa! Cinco anos não são cinco dias. Aqui muita coisa bacana rolou! E vai rolar muito mais. Época para criar e transformar a crise em oportunidade. Juntos somos mais. Um brinde à revista VIU?, a você e à toda região! Boa leitura!

Candé Salles

Tatiane Di Passos

Cumpade Firmino

Diretor de cinema, produtor de moda, colaborador incansável da revista VIU?.

Jornalista, professora e ativista ambiental, colaborou com informações e fotos da charmosa Pirenópolis.

Radialista, produtor do programa Prosa, Café e Viola, da 91 FM de Formosa.

CAPA Modelo: Suzana Pires Foto: Yuri Sardenberg Edição: Thiago Leite

EXPEDIENTE DIRETORA EXECUTIVA: Cássia de Oliveira - JORNALISTA: Dida Brasil - DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Thiago Leite - ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Cleide de Oliveira FOTOGRAFIA: Acervo Alquimia Comunicação, Maximiliano Müller, Ítalo Vieira, Helvio Araujo, Marcos Couto, Foto & Cia, Sitah, Cleide de Oliveira, Tatiane Di Passos, Candé Salles e Yuri Sardenberg. PRODUÇÃO E REVISÃO TEXTUAL: Maximiliano Müller - DEPARTAMENTO COMERCIAL: Cássia de Oliveira (61) 9676-3908 - Nasser Khalil (61) 9812-1525 - Irenilda Borges (61) 9921-0251 CTP E IMPRESSÃO: M2 Gráficos - TIRAGEM: 3.000 exemplares Alquimia Comunicação © - Av. Valeriano de Castro, nº 119, Sl. 1/3 (Galeria Santo Estevão) (61) 3631-0497 revistaviu@gmail.com


ÍNDICE CAPA

CINEMA

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SUZANA PIRES

JOÃO DE DEUS

ESPECIAL

DESTINO

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SRI PREM BABA

TODO O CHARME DE PIRENÓPOLIS

ARTISTA

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GENIVALDO BATISTA


Saúde

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XI SEMINÁRIO DA PASTORAL DA SAÚDE DO HOSPITAL SÃO CAMILO “HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE: ARTE DA CURA PELO AMOR” O Hospital São Camilo de Formosa realizou, no dia 23 de setembro, o XI Seminário da Pastoral da Saúde. Fotos: Maximiliano Müller - Hospital São Camilo

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om o tema “Humanização na Saúde: a arte da cura pelo amor”, o seminário aconteceu no Plenário da Câmara de Vereadores, e contou com participações importantes, como a do Bispo da Diocese de Formosa Dom José Ronaldo, autoridades da saúde e mais de 150 pessoas, que prestigiaram a programação, ávidas por novos conhecimentos. Na abertura do evento, a diretora administrativa do São Camilo, Vânia Fer-

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nandes, deu boas-vindas a todos e ressaltou a importância do Seminário para estimular a busca da humanização. “Vivenciamos um momento de troca de experiências e traçamos novas propostas, pautando sempre o carisma camiliano, cuidando do próximo com amor e dedicação, promovendo o bem-estar e o desenvolvimento humano do cuidador”. Na programação, palestra com o Padre Anísio Baldessin, que abordou o tema “Humanização na saúde”, ressaltando o

respeito à vida; a nutricionista Grazielle Scherer falou sobre os cuidados com a saúde, processos de trabalho e qualidade de vida; o Pe. Clair Kozik ressaltou a arte da cura pelo amor; e Hélio Henrique, que fechou a rodada de palestras com a temática “Um jeito próprio de cuidar”, trazendo reflexões e propostas para a área da saúde. Foram momentos de discussão, aprimoramento e disseminação da humanização hospitalar.


Saúde

Para a equipe organizadora, o seminário superou as expectativas. Janaína Miranda, Coordenadora da Responsabilidade Social e Pastoral da Saúde agradeceu aos presentes e aos apoiadores do evento, que fizeram a diferença com retornos satisfatórios. “Não há mais tempo na nossa sociedade para o individualismo. A batalha é para que nos tornemos indivíduos que se relacionem

buscando fortalecer as capacidades de fazer o bem e de ser solidário com os outros de forma integral. A humanização não se restringe a ambientes da saúde. Todos podemos em algum momento estar fragilizados, e quando sentimos algum tipo de sofrimento queremos atenção e, principalmente, ser ouvidos e acolhidos”, completa.

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Moda

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O amarelo é a grande aposta para a temporada. Aposte em roupas confortáveis e soltinhas.

A M A R E L O U Fotos: divulgação.

Tendência para primavera / verão 2016.

O despojamento da bermuda vai fazer dessa peça a estrela do verão 2016.

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Moda

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Capa

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SUZANA PIRES MUITOS TALENTOS QUE EXIGEM DEDICAÇÃO, ALMA E CORAÇÃO. Atriz, roteirista e bacharela em Filosofia, Suzana Pires se destaca como profissional atuante, competente e bela. Ativa, está sempre buscando se superar e emenda um trabalho a outro sem deixar projetos já iniciados para trás. Por Dida Brasil

dida.brasil@gmail.com / Fotos: Yuri Sardenberg

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om vasta experiência em TV, atuou em dezenas de trabalhos, novelas, minisséries e seriados. Entre os destaques está o remake da novela Gabriela (2012), com cenas quentes de nudez. Na trama, a atriz interpretou Glória, uma das garotas de Maria Machadão, vivida pela cantora Ivete Sangalo. A atriz se sobressaiu após participar de Caras & Bocas (2009), em que deu vida a Ivonete, uma cômica dona de casa. No ano seguinte, atuou ao lado de Cléo Pires na novela Araguaia. Em 2011, interpretou as irmãs gêmeas Marcela e Joana Coutinho, em Fina Estampa, o que lhe garantiu o prêmio Top of Business pela excelente atuação na trama. Além da carreira de atriz, “Suzi”, como é chamada em casa, integrou a equipe de autores do programa de humor Os Caras de Pau, de Marcius Melhem e Leandro Hassum, e assinou o roteiro do seriado pornô soft As Pegadoras, do canal Multishow. Em 2012, Suzana foi convidada para ser coautora da novela Flor do Caribe, de Walther Negrão. Ela também ganhou o prêmio de melhor atriz em A Grande Vitória, com Caio Castro, no Los Angeles Brazilian Film Festival, filme indicado em outros festivais dos Estados Unidos, em 2014. Natural do Rio de Janeiro, esse ano ela faz a Janete, manicure que sustenta o marido e o sogro em A Regra do Jogo, nova novela das nove da Rede Globo. Entre uma tarefa e outra ela encontrou um tempinho para conversar com a VIU?. Acompanhe alguns trechos da entrevista:

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VIU? - Como percebeu que a carreira artística era sua vocação? E qual foi o papel da família quando você decidiu o que queria ser? Desde criança eu já falava que queria ser atriz; o tempo foi passando e eu criava cada vez mais. Criava as histórias e as apresentava com meus primos (risos). Até que, aos 15 anos, falei com meus pais que estava na hora de começar profissionalmente. Eles concordaram; entrei para O Tablado e em dois meses já estava trabalhando no teatro profissional, aos 16 anos. Deste dia em diante nunca mais parei.

VIU? - Você é bacharela em Filosofia, mas buscou esta formação para te auxiliar no trabalho artístico. O curso ajudou a ampliar seus horizontes? Sim, muito. Fui fazer faculdade de Filosofia para obter uma formação acadêmica e, principalmente, para enriquecer meu “lado autora”, que precisava muito de todo esse conhecimento. E foi ótimo. Acho que esta foi uma das melhores atitudes que tive por mim mesma!

VIU? - Você é uma mulher de muitos talentos: atua, escreve, produz. Qual destas atividades te envolve mais? É um emaranhado (risos). São três visões dentro de uma artista só. Uma soma.

Cada personagem entra na minha vida e me traz um ensinamento, novas emoções, maior compreensão da vida...” Suzana Pires


Capa

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Capa

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VIU? - Como você consegue trabalhar em vários projetos ao mesmo tempo? Faço muitas coisas, mas faço uma escolha apurada dos projetos em que estarei. Uma vez isso decidido, começo um bom planejamento com a minha equipe, adianto entregas, me concentro mesmo. Não é brincadeira! Trabalhar comigo é algo bem sério (risos). Divertido na criação, positivo na atitude, mas de alta solicitação de competências. E coração. Não acredito num trabalho que seja feito de forma burocrática, por isso coloco minha alma em tudo, e assim a qualidade vem. E é disso que não abro mão.

VIU? - Quando tem tempo livre, o que gosta de fazer? Estar com minha família, minha afilhada Gabi e meus amigos. Gosto de gente junta!

VIU? - Você não expõe muito a sua vida pessoal, é discreta. Como é sua relação com os fãs? Poderia nos dizer o que pensa acerca do casamento? Já pensou em se casar, ter filhos?

da. É algo natural meu, sem traumas ou paranoias. Na minha vida íntima é onde me inspiro, recarrego minhas baterias, onde eu sou só a Suzi. E, para eu estar tão entregue publicamente nos meus trabalhos, preciso que essa intimidade seja bem sólida. Estar namorando, casada ou solteira é algo pelo qual meus fãs não têm tanto interesse. Eles querem saber quando é o próximo filme, sobre a novela, onde a minha peça vai estar e, o principal: se estou bem. Eu realmente amo meus fãs. Procuro falar bastante com eles nas redes sociais. Quanto a casamento... não sei se é algo para mim. Vamos ver o que acontece (risos). Quanto a filhos, ainda não bateu a vontade.

VIU? - Você já deu vida a dezenas de personagens. Qual você mais gostou de fazer? Tem algum que gostaria de interpretar? Sou apaixonada por todas que já fiz. Não julgo ser humano, muito menos personagem! Mergulho nelas com tudo. Tenho profundo respeito quando uma personagem “me escolhe” porque, acredite ou não, é a personagem que escolhe o ator.

Eu sempre fui discreta na minha vida pessoal, mesmo antes de ser conheci-

VIU? - Como foi interpretar a stripper Lúcia no filme Loucas Pra Casar? Muito divertido! Personagem livre, regida pelas suas pulsões e de coração puro. Foi uma delícia dar vida a ela.

VIU? – Quando finaliza um trabalho, fica algo da personagem em você? Cada personagem entra na minha vida e me traz um ensinamento, novas emoções, maior compreensão da vida. O que fica é isso, o “algo maior” que toda personagem traz. Trejeitos, estética, jeito de falar, não permanecem. Um bom exemplo disso é quando me pedem para falar “Não me absorva, Fabiano!”; eu peço desculpas, mas não consigo. Aí a pessoa faz e eu caio na risada. Uma delícia essa relação com o público!

VIU? – Como está sendo fazer a manicure Janete de A Regra do Jogo? Primeiramente é um orgulho estar numa novela escrita por um autor que admiro tanto - João Emanuel Carneiro - e ser dirigida por uma mulher sensacional como a Amora Mautner. Os dois são gênios artísticos, e estar no time deles é uma alegria imensa pra mim. Janete me conquistou desde o início. Fui me aproximando dela de coração aberto. Primeiro o laboratório prático para aprender o ofício de fazer unhas, depois entender seu coração, e então partir para o jogo cênico! Janete é a mulher brasileira por excelência. Aquela que ama a vida, é positiva, batalhadora, guerreira, bota comida dentro de casa e ama demais! Porém, amar demais talvez seja seu problema. Será?! (Risos). Acompanhem!

Suzana Pires em cena como Janete de A Regra do Jogo. Fotos: GShow.

Suzana Pires como Glória, em Gabriela.

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Informe publicitรกrio

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Beleza

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DICAS DE MAQUIAGEM Quem não quer ficar com a maquiagem intacta até o fim da festa de casamento, formatura ou até algo mais formal? Estas festas de gala pedem algo que dure mais, até porque são feitas fotografias a todo momento e todos querem aparecer bem. Então aqui vão algumas dicas valiosas para você. Por Gabi Condes

gabrielecondes@hotmail.com / Fotos: divulgação

Pele Na pele disfarçamos marcas de expressão, olheiras e manchas de espinhas. Usando um bom primer, um bom corretivo e uma base matte conseguimos chegar lá. O contorno facial também faz parte da maquiagem, disfarçando o que queremos esconder e iluminando o que queremos destacar! Olhos Não tem muito segredo. Se você é mais ousada e gosta de maquiagens escuras, aposte no olho preto esfumado, pois ele nunca sai de moda. Se seu estilo é mais clássico, nada melhor do que um olho nude com esfumado marrom. Não acredito que exista muita influência de tendências, pois isso vai depender de você, do que você gosta. Lembrando sempre de usar um fixador de sombras, a maquiagem ficará a prova d’agua. Use e abuse do brilho, famoso glitter! Boca Bocas com tons nude, vermelhos abertos ou marsala estão em alta. Não tenha medo de fazer uma maquiagem preta e uma boca vermelha. Particularmente, eu adoro!

Gabriele Condes Maquiadora

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Moda

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Novos negócios

Djalma Spindola de Athaydes Neto - OAB-DF 44.809 e OAB-GO 41.409-A.

T

rês advogados formam a equipe de associados especializados em diversos ramos do Direito da SC Spindola Cappellesso. Escritório moderno e estrutura adequada para atender aos clientes com eficiência e qualidade, são referenciais do alto padrão da empresa. A equipe tem como missão oferecer a seus clientes ampla orientação legal para que possam desenvolver seus negócios de maneira segura e sustentável, com todo o respaldo jurídico necessário, analisando e compreendendo não só os problemas, mas todo o negócio, bem como mercado e contexto econômico em que estão inseridos.

Cizenando Spindola de Ataides - OAB-DF 41.386.

O escritório, totalmente automatizado, permite maior segurança nas ações, com atendimento transparente, baseado na ética, confiança e compromisso da defesa dos interesses do cliente, nas esferas judiciais e extrajudiciais. O sistema de busca online do escritório permite levantar patrimônio dos devedores, tais como: imóveis, veículos, participação em sociedades e outras informações necessárias ao êxito de ações. Com know how adquirido em anos de prática e constante atualização de conhecimentos jurídicos, a Spindola Cappellesso participa de programas de pós-graduação, palestras, conferências e cursos voltados para o Direito. Com biblioteca própria, também tem sua assinatura em diversos sites com temas do universo jurídico.

Dianiny Cappellesso, OAB-DF 44.531 e OAB-GO 41.413-A.

Área de atuação •Direito Empresarial •Direito Agrário •Direito Ambiental •Direito Civil •Direito Imobiliário •Direito Tributário •Direito Administrativo Av. Valeriano de Castro, nº 212-A, Centro, Formosa, GO (anexo ao Auto Posto Miguel) (61) 3631-2699

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Novos negテウcios

QUEM Sテグ: Djalma Spindola de Athaydes Neto Dianiny Cappellesso Cizenando Spindola de Ataides

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Cinema

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JOÃO DE DEUS, POR CANDÉ SALLES.

Estou há três anos dirigirindo um documentário sobre o senhor João Teixeira de Faria, o médium João de Deus. Texto e fotos: Candé Salles

O

cande.salles@gmail.com

fenômeno mediúnico em que uma pessoa encarnada autoriza outro espírito a usar seu corpo é chamado de incorporação. O princípio base do espiritismo prega que os espíritos existem antes e depois de terem encarnado. A doutrina também nos ensina que podemos falar com eles. O médium João é capaz de incorporar inúmeras entidades. Seu jeito, postura e maneira de falar mudam quando ele as incorpora. Estas entidades ajudam a humanidade, na esperança de aliviar a dor e o sofrimento. Seu João, como é chamado, irradia amor. E as pessoas podem senti-lo.

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“Amor” é a palavra que melhor define a Casa de Dom Inácio, criada pelo médium em 1979, em Abadiânia, Goiás. No coração do Brasil, ele estabeleceu o lugar em que pode cumprir sua missão de cura espiritual. A casa recebe seus visitantes com um jardim vasto. Uma inscrição no busto de Dom Inácio declara, veemente: “Para quem acredita, nenhuma palavra é necessária. Para quem não acredita, nenhuma palavra é possível”. O canto dos passarinhos é o som que reina no lugar, e um mirante aponta para um vale, verde, a perder de vista. Por todos os cantos, imagens de Jesus olham tudo

o que acontece neste lugar, que é considerado o maior hospital espiritual da América Latina. A localização da casa não foi escolhida por ventura. A sugestão de refúgio veio em uma notinha psicografada por Chico Xavier, pela entidade Bezerra de Menezes, designando Abadiânia como o lugar onde a missão de João se cumpriria. “Prezado João, caro amigo. Abadiânia é o abençoado recinto de sua iluminada missão e sua paz.”


Cinema

João de Deus.

Sou meramente um instrumento nas mãos divinas” João de Deus

O médium João não estudou medicina, mas quando canaliza uma entidade sutil, ele realiza, com êxito, prodígios em pacientes com as mais diversas enfermidades. Depressão, esclerose múltipla, câncer, catarata, tumores, deficiências físicas e miopia. Algumas pessoas chegam em macas, outras andando, outras carregadas nos braços de outras pessoas. As operações são invisíveis; só se opera de maneira visível quem pedir. “Eu não curo ninguém. Quem cura é Deus. Sou meramente um instrumento nas mãos divinas. Deus, em sua infinita bondade e compaixão, permite que espíritos de luz concedam a vocês, meus irmãos e irmãs, cura e conforto”, diz o senhor João.

“Aqui não se cura doenças e, sim, a causa das doenças. As causas são espirituais. Assim sendo, nada melhor que a espiritualidade para curar”, ensina Norberto, alemão que também é voluntário na Dom Inácio. A paz está em todos os lugares da casa. O silêncio é uma prece e deve ser respeitado. Todos, ou quase todos, usam roupas brancas. Cerca de duzentos pessoas – de olhos fechados e em absoluto silêncio – meditam e mandam energia para o médium, enquanto

Tenho filmado e vivenciado o funcionamento da casa, que está aberta a todos, gratuitamente, de segunda a segunda, com atendimento às quartas, quintas e sextas...”

ele atende a filas de até mil pessoas. Por vezes ainda mais. Tenho filmado e vivenciado o funcionamento da casa, que está aberta a todos, gratuitamente, de segunda a segunda, com atendimento às quartas, quintas e sextas. “O médium João chega muito cedo aqui, e só vai embora quando atende a todos. Não é fácil o que ele faz. É de muita responsabilidade. E de muito desgaste - físico, emocional e mental”, diz Luciana, que trabalha na casa. “Aqui vêm pessoas do mundo inteiro, em busca de crescimento espiritual e de cura”, diz Heather, com os olhos cheios d’água para a minha câmera. A voluntária, que diz querer ficar ao lado do médium João até o fim de sua missão, ajudou a apresentadora Oprah Winfrey em sua passagem por Abadiânia. “Eu senti uma paz esmagadora”, disse a estrela americana, em texto sobre sua experiência na casa. Eu também senti. E quando estou do lado da Entidade, sinto amor incondicional, e uma leveza nunca antes experimentada. A vibração dele é diferente. Me sinto protegido ao seu lado, como se o manto da paz me enlaçasse por todos os lados.

Candé Salles em plena produção.

Candé Salles

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FORAM MUITOS ENCONTROS...

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Moda

E S P E C I A L

SRI PREM BABA. Por Dida Brasil, colaboração de Giovana Calandriello

revistaviu@gmail.com / Foto: Sitah

O ser humano tem uma capacidade infinita de amar, e despertar esse amor é a sua maior missão na Terra.“ Sri Prem Baba

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Especial

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AMADO GURU BRASILEIRO Por Dida Brasil, colaboração de Giovana Calandriello. Fotos: Sitah e divulgação.

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Especial

Tudo que é belo e verdadeiro nasce do silêncio.” Sri Prem Baba

A

história de Prem Baba é interessante, e muito rica em detalhes. Nascido em São Paulo e batizado como Janderson Fernandes de Oliveira, desde muito novo já sentia a necessidade de conhecimento. Na adolescência começou a praticar yoga, artes marciais e meditação, e um dia escutou uma voz interior que o instruía a ir para a cidade de Rishikesh, na Índia, quando completasse 33 anos. Esqueceu-se desta revelação e seguiu sua vida normalmente. Já adulto, teve uma visão de si próprio como um velho muito rico, mas infeliz. A partir de então, passou a entrar em contato com terapias alternativas e diversas religiões. Formou-se em medicina tradicional chinesa, psicologia e naturopatia; trabalhou com terapias de vidas passadas, foi introduzido ao Xamanismo oriundo da floresta amazônica brasileira, e se aprofundou no método de psicologia transpessoal. Buscou autoconhecimento através das terapias dos Buddhas, do mestre indiano Osho, e acabou se tornando um facilitador deste trabalho. Anos mais tarde, prestes a completar 33 anos, em meditação, viu um velho de longas barbas brancas, nos Himalayas, que dizia: “Ao fazer 33 anos, venha para a Índia, para Rishikesh.” Imediatamente ele se recordou da mensagem que havia escutado quando adolescente. Decidiu passar a lua de mel com sua mulher na Índia e, ao chegar no destino mencionado na visão, reconheceu o velho de suas visões, Sri Hans Raj Maharajji, que se tornou seu mestre espiritual e o guiou para que também pudesse se tornar um mestre. Durante este processo, que levou alguns anos, teve uma filha, que o acompanha em muitas das viagens que faz pelo mundo, e separou-se de sua mulher, passando a dedicar sua vida integralmente ao despertar da consciência amorosa na humanidade. Hoje o seu propósito está voltado a estabelecer pontes entre o ocidente e o oriente, entre a ciência e a espiritualidade, unindo saberes, com a intenção de elevar valores humanos, espirituais e sociais. O trabalho que desenvolve tem alcance global e há centros representativos de sua missão na Índia; nos Estados Unidos, nas cidades de Maui, Boulder e São Francisco; em diversos países da Europa e também em Israel, na Argentina e em vários estados do Brasil. Ao longo do ano, Sri Prem Baba passa temporadas mais longas na Índia, entre janeiro e abril, na cidade de Rishikesh, onde fica o Sachcha Dham Ashram, tradicional centro de práticas espirituais da linhagem a que pertence e, no Brasil, nos meses de setembro e outubro, na cidade de Alto Paraíso, ocasião em que, gentilmente, concedeu entrevista à VIU?. Acompanhe:

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Especial

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O caminho do autoconhecimento, que é o caminho para a evolução, inicia quando podemos nos questionar sobre quem somos e o que viemos fazer aqui.” Sri Prem Baba

- Qual é o maior desafio do ser humano na Terra? Ser feliz. Todos estão em busca da felicidade. Mas o que é felicidade? É ter sucesso profissional, ganhar muito dinheiro, ter uma casa grande com uma família dentro e um belo carro na garagem? A maioria das pessoas acredita nisso, mas trata-se de um equívoco. A verdadeira felicidade é aquela que nasce de dentro. Ela independe de qualquer fator externo e é duradoura. Esta felicidade só é possível quando nos libertamos da ilusão da falta, pois é esta ilusão que nos torna dependentes de conquistas materiais e de pessoas. A felicidade está intimamente relacionada com a consciência do propósito ou programa da alma; e este propósito se relaciona com o desenvolvimento da capacidade de amar. Estamos aqui para despertar o amor que encontra-se adormecido dentro de nós. Podemos dizer também que o maior desafio do ser humano é também o seu propósito maior, que é amar verdadeiramente, o que é sinônimo de amar desinteressadamente. Quando você ama de verdade, você não pede nada em troca. Isso também equivale a dizer que nosso propósito é nos movermos do egoísmo para o altruísmo. O ego é o veículo através do qual o espírito vive essa experiência material na Terra, portanto não é possível viver nesse plano sem um ego, mas é possível viver sem o egoísmo - a doença do ego. E para que possamos fazer uma mudança de eixo, do egoísmo para o altruísmo, precisamos nos curar dessa doença. Para isso, teremos que tratar as causas e cortar o mal pela raiz. Os sintomas têm sido tratados, mas a doença só tem aumentado. Isso porque a cura para as misérias humanas não se encontra nas prateleiras das farmácias,

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ela está dentro de nós. É preciso ter coragem de procurar dentro de si a origem da carência que gera a necessidade obsessiva de receber e de sempre querer mais. Daí nasce o desejo compulsivo que nos torna extremamente materialistas e consumistas. A raiz ou a origem de toda miséria humana está no núcleo de dor, que normalmente é formado na infância, quando a criança sofre por não receber a atenção exclusiva dos pais. Esta é a origem da carência afetiva que, em outras palavras, é a crença na ilusão da falta de amor. E a cura para essa enfermidade humana é a percepção da realidade de que a fonte do amor está dentro de cada um. O ser humano tem uma capacidade infinita de amar, e despertar esse amor é a sua maior missão na Terra. - A luta diária pela sobrevivência faz com que as pessoas se esqueçam de buscar por elas mesmas? Lutar pela sobrevivência significa ter que batalhar para continuar vivo. Para uma pessoa que vive nestas condições certamente é mais difícil parar e refletir sobre o propósito da vida ou sobre qual é a sua verdadeira identidade. No entanto, podemos ver que o esquecimento não ocorre somente entre aqueles que não têm boas condições materiais; ele é generalizado e independe da classe social à qual a pessoa pertence. A humanidade em geral encontra-se esquecida, anestesiada e adormecida, vivendo um sonho de luxúria e apego. E a busca de si mesmo requer grande coragem e disposição para mudar essa situação. Por isso, frequentemente, aquele que tem boas condições materiais e está relativamente confortável e satisfeito, pode demorar mais para se questionar e buscar respostas para as questões existenciais da vida. Na verdade, o obstáculo não é a luta diária, o trabalho, a rotina, mas sim

a falta de propósito nisso. Não importa onde, nem o que você está fazendo, o que importa é como e porque você está fazendo. É preciso estar consciente da razão de estar encarnado nesse planeta. Tenho tentado dar passagem para o conhecimento de uma forma simples, procurando mostrar caminhos para uma espiritualidade prática, que pode ser integrada no dia a dia das pessoas, enquanto elas estão nos grandes centros urbanos, trabalhando e se relacionando. A espiritualidade precisa estar onde as pessoas estão; não somente nos monastérios, templos e igrejas, mas também nos escritórios e nos locais de lazer. E a principal prática espiritual para esse momento da humanidade é aprender a se relacionar sem se machucar e sem machucar o outro. Isso significa viver a espiritualidade nas nossas relações. E mais do que falar de conceitos espirituais, aplicá-los, integrando a espiritualidade à vida prática. - Como pessoas comuns podem tentar amenizar sua passagem pela Terra? Eu sinto que a passagem nessa Terra só pode ser amenizada através da consciência do propósito de estarmos aqui realizando essa experiência na matéria. Isso envolve o reconhecimento das nossas habilidades, ou seja, daquilo que temos a oferecer para o mundo, para que ele se torne um lugar melhor e para que o amor desperte em nós mesmos e nos outros. Em outras palavras, é preciso encontrar um sentido para a vida. Tenho incentivado as pessoas a buscarem este sentido e tomarem consciência da razão pela qual elas levantam da cama todas as manhãs. Mas, independentemente deste sentido, é preciso lembrar que a nossa passagem aqui tem um prazo de validade muito curto, e uma das coisas mais


Especial

valiosas para a alma humana em evolução nesse planeta é o tempo. Quando você menos espera o jogo acaba. O que você fez com o seu tempo? Muitos desperdiçam o tempo com coisas inúteis e pensam que precisam batalhar e se esforçar muito para que possam finalmente relaxar, desfrutar, para serem felizes. Acreditam que, primeiro, é preciso conquistar o mundo. Mas a minha visão é que você pode ser feliz agora, mesmo sem tê-lo conquistado. E você pode fazer isso quando se sente encaixado, o que significa dar sentido para a sua vida. Significa saber qual é o seu propósito e se afinar com ele. A sua alma tem um programa. Você veio até aqui para fazer algo, e quando se move em direção à realização deste programa, você se sente encaixado. Você fica em paz quando pode colocar as suas habilidades a serviço do amor. - O que é necessário para a pessoa começar a evolução dentro de si mesma?

insatisfações e procurando um denominador comum entre elas, observando as repetições negativas da sua vida. A partir daí você pode começar a fazer relação de causa e efeito, ou seja, você procura pela conexão entre uma situação negativa no momento presente e uma situação negativa que ocorreu no passado, geralmente na infância. Você faz um mapeamento de toda a sua vida, revisitando momentos e relacionando situações do passado com o presente para encontrar padrões repetitivos. A partir desta identificação você poderá escolher novos caminhos e saídas para a sua vida. Você começa a ampliar a sua percepção e fazer diferente. Você começa a se transformar. Estou descrevendo de forma resumida, mas o processo de autoconhecimento e de transformação pode ser bastante desafiador, porque entramos em contato com partes de nós mesmos que não conhecíamos, e que talvez preferíamos não conhecer. Mas este é o único caminho; conhece a ti mesmo e conhecerás o mundo.

O caminho do autoconhecimento, que é o caminho para a evolução, inicia quando podemos nos questionar sobre quem somos e o que viemos fazer aqui. Esse é o ponto de partida. Para a maioria das pessoas, esse questionamento surge a partir de uma crise existencial provocada por circunstâncias externas, como repetições negativas, frustrações, insatisfações, enfim, pelo sofrimento. A consciência de que o sofrimento é intrínseco a esse plano da existência é importante para que a pessoa possa querer encontrar uma saída. Alguns não estão conscientes nem mesmo do sofrimento que experienciam em suas vidas. Portanto, você inicia observando as suas

- Encontrar Deus. A religião pode influenciar de alguma forma? A princípio, encontrar Deus é o propósito da religião. Religião vem do latim religare, a religação da alma individual com o Absoluto, o que é sinônimo de yoga. Porém temos visto que as grandes tradições religiosas do mundo, por conta da repressão e do fundamentalismo, têm nos afastado cada vez mais de Deus. Existem dois tipos de religião: a horizontal e a vertical. A religião horizontal nos leva a acreditar que Deus está fora de nós, nos observando e protegendo, mas também nos punindo. Este tipo de religião geralmente é terreno fértil para o fanatismo crescer, porque nela existe a crença de que não pode haver mais de um caminho para Deus. Portanto, acreditam que o seu caminho é melhor do que o caminho do outro, que a sua verdade é melhor do que a do outro. Isso aumenta a sensação de separação e fomenta a guerra entre pessoas e nações. Mas isto não tem nada a ver com espiritualidade. A espiritualidade integra e une. No mais profundo, espiritualidade é a consciência de que somos um só Espírito, que se manifesta em diferentes corpos. Essa é a essência da religião vertical. - O senhor escolheu a Chapada dos Veadeiros para disseminar seus ensinamentos. Como é realizado o trabalho lá? Tenho trabalhado de diversas maneiras, inclusive tenho projetos a serem implementados em Alto Paraíso e ideias que poderão tornar a cidade um lugar melhor para se viver. Estamos apoiando a campanha da ONU que elegeu 17 metas a serem realizadas até 2030.

Esse é o único caminho; conhece-te a ti mesmo e conhecerás o mundo.” Sri Prem Baba

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Especial

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Tenho focalizado em seis valores: honestidade, autorresponsabilidade, dedicação, gentileza, serviço e beleza. Considero esses os mais necessários valores a serem acordados no atual estágio da humanidade. Eles são vias de acesso ao templo da consciência; são manifestações do amor.

Autorresponsabilidade é a base, a coluna central que sustenta o processo da evolução e o caminho do autoconhecimento. Ela consiste em assumir responsabilidade total sobre tudo que acontece na sua vida. É o fim do vitimismo. A Gentileza é uma manifestação da compaixão. Ela envolve empatia, compaixão e paciência, e nos ajuda a equilibrar e temperar a atuação da honestidade e da autorresponsabilidade para que, nesse processo, não sejamos violentos com o outro e com nós mesmos. A Dedicação é o comprometimento e o foco na realização do propósito. É estar constantemente renovando os votos com a Verdade, porque é muito fácil cair no esquecimento. É preciso constante intencionalidade para realizar o programa da alma. A dedicação é também o que possibilita a realização do valor mestre, o Serviço desinteressado. O movimento global que estou chamando de Awaken Love (amor desperto) é baseado neste valor, pois ele é o próprio amor em movimento. Essa prática possibilita que coloquemos nossas habilidades a serviço do bem maior. Todos os valores humanos desembocam na Beleza, que é uma manifestação pura do Divino, uma expressão do êxtase. Quando esses valores são acordados, a beleza brota como um fruto maduro da árvore da consciência. Através da beleza, tanto aquela que é criada pelo homem como aquela que vem da natureza, nos reconectamos com a vida e obtemos energia e inspiração para continuar a jornada.

A Honestidade é um valor fundamental dentro do processo do despertar, é o início da jornada. Sem ela a evolução da consciência não é possível. Quando temos a disposição de olhar para dentro, reconhecer e admitir aquilo que nos impede de amar, iniciamos nossa jornada rumo à realização do amor. A

A consolidação destes valores humanos é o que possibilita o perdão e a gratidão, que são portais de acesso para o Infinito. E através destes portais encontramos a saída do ciclo do samsara, o ciclo de morte e renascimento, no qual somos envolvidos pela ilusão de separação e pelo sofrimento.

E o meu desejo é que a cidade se torne um modelo global através da realização destas metas. Temos projetos também na área de educação e para o sistema prisional, para os quais estamos ainda buscando apoio e meios. Além desse trabalho, que envolve as lideranças e a comunidade como um todo, estou oferecendo o mesmo trabalho que tenho realizado há muitos anos na Índia, que é uma temporada de palestras e práticas espirituais e cursos de autoconhecimento. Tenho recebido pessoas de todas as partes do mundo, que vêm buscando um refúgio no qual elas possam descansar, meditar, ficar em contato com a natureza, cercadas por um campo de oração. A temporada, certamente, é quando a alma tem a oportunidade de receber mais – mais conhecimento, sabedoria, compreensão e alívio. Estamos agora chegando ao final da temporada de 2015, quando oferecerei também um retiro de silêncio. - A título de exercício, o que o senhor poderia ensinar às pessoas como um ponto de partida nesta busca interior?

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- E a importância do silêncio? Como praticá-lo? O mundo está cheio de objetos que estimulam os sentidos e atuam como apelos que agitam a mente e levam nossa atenção para fora. Isso estimula a ilusão de que as respostas que buscamos estão fora de nós mesmos, enquanto a verdade é exatamente o contrário: as respostas que nos levam à saída do labirinto do sofrimento estão dentro de nós. Por isso o silêncio é tão importante - somente através dele você pode entrar em contato consigo mesmo. Tudo o que é belo e verdadeiro nasce do silêncio. O silêncio é o campo da potencialidade pura, a fonte da criatividade. Cultivar o silêncio de forma consciente e intencional pode proporcionar grandes e profundas transformações na sua vida, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento do poder da vontade, que é a maior força da alma. Além disso, o silêncio funciona como uma ponte para o inconsciente, onde estão as peças do quebra-cabeça da nossa história, que em algum momento foram perdidas. Por tudo isso eu tenho incentivado que as pessoas dediquem algum tempo do seu dia para o cultivo do silêncio. Tenho sugerido uma prática muito simples, mas muito poderosa: 5 minutos em silêncio por dia. Você divide esses minutos em 5 períodos de 1 minuto, que são distribuídos ao longo do dia, sempre antes ou depois de uma atividade importante. Pode ser antes do trabalho, antes do almoço, antes de uma reunião, enfim, você escolhe os momentos ideais para realizar esta prática. Mas o mais importante é que, durante este minuto, você abandone todas as preocupações; esqueça do celular, do computador ou de qualquer influência externa. Feche os olhos, respire suave e profundamente

... a experiência de ter um coração puro é como viver o céu na terra”. Sri Prem Baba


Especial

O cultivo do silêncio é a base para criarmos uma cultura de paz e prosperidade.“

pelas narinas e, simplesmente, observe os pensamentos, emoções e sensações, sem julgar nada. Deixe tudo passar e foque no vazio entre os pensamentos. Ao terminar, afirme: “Eu sou a luz divina”. Caso não consiga, ou caso não sinta verdade nessa afirmação, trabalhe para identificar a parte em você que não quer a paz. Vá atrás das contradições. Entre fundo no trabalho de autoconhecimento.

Sri Prem Baba

O cultivo do silêncio é a base para criarmos uma cultura de paz e prosperidade. O silêncio evoca a consciência, e a consciência evoca a transformação. Toda a miséria que experimentamos, na forma de sofrimento emocional ou de dificuldades materiais, é devida ao esquecimento da nossa natureza espiritual. E um único minuto em silêncio é capaz de acordar essa memória.

QUEM VIU? Transformar Alto Paraíso, município conhecido mundialmente por suas belezas naturais, em referência global de sustentabilidade econômica, social e ambiental, e em modelo no cumprimento das 17 Metas Globais de Desenvolvimento Sustentável... Com o objetivo de colocar este plano em ação, o governador Marconi Perillo esteve no município para discutir a elaboração de um programa de parceria entre o Governo de Goiás, a Prefeitura e o mestre Sri Prem Baba, com participação de especialistas. Fonte: www.goiasagora.go.gov.br

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Quem VIU?

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JUNTAS SOMOS MAIS

Foto: Entorno Urgente

FORMOSA RECEBE CAMPANHA DE NÃO VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Roberta Brito e Dr.ª Fernanda Lima

Formosa figura em quadro comparativo da Segurança Pública do estado como uma das cidades com maior número de registros de violência contra a mulher. São 60 boletins de ocorrência por mês. Fato preocupante se confirma com dados do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) que apresenta 80% do universo de sua demanda em atendimento a mulheres vítimas de violência. Para tentar minimizar esse quadro alarmante é que a Dr.ª Fernanda Martins de Lima, delegada titular da Delegacia da Mulher de Formosa, em parceria com a coordenadora do CAPs, Roberta Brito, idealizaram a campanha “União Feminina: Juntas Somos Mais”, lançada em setembro, para conscientizar a mulher que sofre violência física e psicológica e envolver a sociedade na discussão. A primeira ação foi uma feijoada beneficente, realizada no Centro de Tradições Gaúchas, que terá recursos arrecadados destinados às demais atividades do projeto. Na programação, uma caminhada em 25 de novembro, data que marca o DIA INTERNACIONAL DE NÃO VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. A capacitação de gênero terá destaque no dia 27, com palestras, oficinas e participação de profissionais da Saúde, Educação e Segurança Pública. Também serão realizadas intervenções urbanas com afixação de cartazes e panfletagem. “Queremos massificar o tema com informações sobre a rede de proteção à mulher, para que haja solidariedade e apoio da comunidade”, ressaltou a delegada. A coordenadora Roberta Brito relata que muitas das mulheres atendidas no CAPs sofrem violência psicológica. “Essa forma de violência é tão grave quanto a física. Xingamentos e humilhações fazem com que a mulher se sinta inferiorizada, destruindo sua autoestima. A violência está nas periferias e nos centros, mas com apoio a mulher pode sair deste ciclo e seguir sua vida.Mulher não apanha porque gosta... Muitas vezes tem filhos e, sem condições de garantir o sustento, fica a mercê de um companheiro violento. Com o trabalho da rede ela terá acompanhamento, informação e ajuda. É um espaço para falar sem ser vítima de preconceito”, ressalta Roberta, que é enfermeira, especialista em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, cursando mestrado em patologia de gêneros. AGENDA 25/11: Caminhada – DIA INTERNACIONAL DE NÃO VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER; 27/11: Capacitação de Gênero.

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FRANK SOLARI E KIKO FREITAS EM RHYTHM TRAVELLERS Dois dos principais instrumentistas do Brasil resolveram unir as forças. Frank Solari e Kiko Freitas estão juntos no duo Rhythm Travellers. O trabalho focado em elementos rítmicos, com o Solari explorando sonoridades da cítara e violão, além da guitarra. Frank explica que a ideia é mostrar algo diferente, com liberdade rítmica, no improviso e com sonoridade mais acústica. “Nos temas com o sitar indiano mantivemos o clima, gravando juntos, sem edições. Depois gravei outros elementos buscando complementar as músicas. Nos dois trabalhos que assinamos juntos, partimos das ideias rítmicas geniais do Kiko sobre as quais improvisei com o sitar”. O resultado foi uma fantástica mistura de sons e ritmos. “Foi maravilhoso tocar livremente, sem saber onde iríamos chegar ou como parar. Nos vídeos dá pra ver essa sintonia”, ressalta Frank, destacando que estão satisfeitos com o trabalho. “Estamos muito contentes. O enfoque não é em virtuosismo de nenhum tipo, embora seja necessário muito domínio para se obter estes resultados”. Em estágio de finalização das imagens, pensam em disponibilizar o material, inicialmente em plataformas digitais. O vídeo da faixa ‘Ayisha’ pode ser acessado no YouTube.

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OUTUBRO ROSA Para fomentar as ações do Outubro Rosa, dirigidas à sociedade e às mulheres, sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero, a Prefeitura de Formosa, por meio da Secretaria de Saúde e demais pastas, realizou a 1ª Caminhada do Outubro Rosa, no dia 1º do mês. O evento contou com a participação de diversos parceiros, que uniram forças para sensibilizar a população. Durante todo o dia, várias atividades foram realizadas na Praça da Prefeitura, como oficina de maquiagem, corte de cabelo, ioga, zumba, alongamento, além da divulgação do autoexame da mama e aferição de pressão arterial. As ações serão intensificadas até o fim do mês, nas unidades básicas de saúde do município.


Quem VIU?

CABARÉ, COM LEONARDO E EDUARDO COSTA. Maximiliano Müller (revista VIU?) conversa com os artistas.

A Ousadia Entretenimento abriu as portas de Formosa para o Cabaré mais conhecido da atualidade: o show de Leonardo e Eduardo Costa. Em iniciativa inédita, os dois fazem uma série de apresentações pelo Brasil. A turnê conjunta é reflexo do enorme sucesso do CD e DVD Cabaré, lançado em novembro de 2014 pela Sony Music. A sintonia e amizade entre os dois, o repertório e a expectativa de cantarem juntos são os principais temas desse rápido bate-papo com a revista VIU? Por Dida Brasil e Maximiliano Müller – dida.brasil@gmail.com / maximizante@gmail.com / Fotos: Marcos Couto

VIU? - Leonardo, como você descreve o atual sucesso de Cabaré? Com muita alegria! É um projeto que deu muito certo com o Eduardo Costa; projeto que saiu de uma madrugada de música na casa dele – ele comendo bolo com café e eu tomando uísque com queijo, lá de Minas Gerais... Deu no que deu. Esse projeto maravilhoso vem surpreendendo até a gente. Gravamos quase que para nós mesmos, que somos amantes das músicas dos anos 90, e acabou que “deu nesse estouro”. VIU? – Em algum momento da sua carreira você tocou em cabarés para, agora, trazer a magia da boemia para os palcos? Olha... tocar mesmo eu não toquei. Mas frequentar (risos)... Foi demais! E os botecos que a gente canta são praticamente cabarés, com todo o respeito, claro. Nos botecos da noite o povo só tem moral até onze horas, meia-noite... Aí começa uma gritaria danada e vira quase que um cabaré mesmo (mais risos).

VIU? – E o repertório? Como foi o processo de seleção? Eduardo e eu já nos apresentamos nos mesmos eventos antes, mas cada um com seu show. E sempre o Eduardo me chamava no meio do show dele pra cantar aqueles bordões da música sertaneja que a gente gravou no DVD. Era impressionante a reação das pessoas quando a gente puxava esses clássicos, então a gente já sabia o que incluir.

9º ANIVERSÁRIO DO MOTOCLUBE OS LOBOS E 9º ENCONTRO MOTOCICLÍSTICO DE FORMOSA O tradicional evento é comemorado todos os anos, e esse ano conseguiu reunir mais de 90 motoclubes e motogrupos de todo o Brasil, além dos visitantes locais e apaixonados por motos. Realizado às margens da bela Lagoa Feia, com o apoio do Bar e Restaurante Deck 90. Os visitantes ouviram muito Rock n’ Roll, renovando e reforçando laços de amizades da irmandade estradeira.

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FORAM MUITAS EMOÇÕES...

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Destino

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TODO O CHARME DE PIRENÓPOLIS Beleza, charme e história já seriam atributos suficientes para o visitante se encantar com Pirenópolis. Mas a pequena joia goiana tem muito mais a oferecer com suas riquíssimas gastronomia, cultura e natureza. Por Dida Brasil

dida.brasil@gmail.com / Fotos: Tatiane de Passos - Cleide Oliveira - Divulgação

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onhecer Pirenópolis é como fazer uma viagem no tempo. Sua arquitetura colonial, ruas de pedra e a tradicional hospitalidade do povo pirenopolino fazem com que o visitante deseje retornar sempre.

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Berço dos cantores sertanejos Zezé Di Camargo & Luciano, a cidade exala história e novidades a todo instante. Em 2016, estará no Carnaval do Rio de Janeiro, como tema do enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que

abordará a vida dos cantores, homenagem e tanto para a cidade e orgulho para seus moradores. Em “Piri”, como é carinhosamente chamada pelos moradores e visitantes, a


Destino

Tradicional Paçoca com Pimenta do Restaurante Pedreiras.

história se mistura com a vida dos contemporâneos, e a cidade tombada como patrimônio histórico se transforma em palco de importantes eventos durante todo o ano, e se firma como um dos principais destinos de cultura, charme e gastronomia do país. No calendário, programação sofisticada apresenta o Slow Filme, Canto da Primavera, FliPiri, e os tradicionais festivais de música e gastronomia reúnem milhares de visitantes, que lotam as bucólicas pousadas e estreitas ruas da cidade. Localizada ao leste de Goiás, Piri está estrategicamente situada entre Goiânia (123 km) e Brasília (151 km). Museus, igrejas, edifícios históricos, restaurantes e bares são pontos turísticos encantadores. Para quem gosta da natureza, é também destino ecológico com reservas naturais, rios, trilhas na mata e mais de oitenta cachoeiras. As festas tradicionais, em diferentes épocas do ano, são atrações a parte, e a cidade se orgulha em ter sua cultura preservada. As Cavalhadas e a Folia do Divino estão na lista das manifestações folclóricas mais bonitas do Brasil. À noite, a Rua do Rosário (Rua do Lazer), se torna a atração principal; é o point para apreciação da excelente culinária. Bares e restaurantes oferecem cardápios variados e a gastronomia se apresenta para todos os gostos, desde o tradicional empadão goiano, passando pelas delícias do Empório do Cerrado, aos sofisticados pratos da Casa Henri.

Tradicional Panelinha do Bar do Chaguinha.

Em Piri, o ambiente é indicado ao bom paladar e a todos os bolsos.

MOVIMENTO MUNDIAL SLOW FOOD É TENDÊNCIA EM PIRENÓPOLIS Movimento iniciado na Itália e difundido em 150 países, com mais de 100 mil membros, também é realidade em Pirenópolis. O Slow Food, que significa, literalmente, Comida Lenta, em inglês, luta contra a massificação do ato de comer, e incentiva os costumes culinários regionais e o consumo de produtos locais por parte dos restaurantes. Tem como princípio básico a busca pelo prazer de comer bem, utilizando-se o alimento “Bom, Limpo e Justo”. O Slow Food encontrou espaço ideal na pequena Piri, que realiza desde 2010 o Slow Filme (Festival Internacional de Cinema e Alimentação). Em sua última edição, no mês de setembro desse ano, homenageou ações do Movimento com a gastronomia italiana. Na filosofia do Movimento, o Bom tem conceito de sabor e de aroma do alimento; é fruto da competência do produtor e da escolha de matérias-primas e métodos de produção que não devem, de maneira nenhuma, alterar sua naturalidade. O Limpo refere-se ao respeito; práticas sustentáveis de agricultura, manejo animal, processamento, mercado e consumo devem ser levadas em consideração. O Justo deve ser buscado por meio da criação de condições de trabalho respeitosas ao homem e seus direitos, gerando remuneração adequa-

Cultura Popular na Rua do Rosário (Rua do Lazer).

Cachoeira do Rosário. Foto: panoramio.com

da, por meio de economias equilibradas, pela prática da simpatia e solidariedade, e pelo respeito às diversidades culturais e tradições. O Slow Food tornou-se voz ativa na agricultura e na ecologia, e conjuga o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade. Em Pirenópolis, vários restaurantes que já tinham todo o cuidado ao preparar alimentos de forma correta estão no conceito do Movimento.

Fundado por Carlo Petrini em 1986, com sede na Itália, o Slow Food se tornou uma entidade internacional sem fins econômicos em 1989. Atualmente tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, e apoiadores em 150 países. O princípio básico do Movimento é o direito ao prazer de comer bem, opondo-se à tendência de padronização do alimento e defendendo a necessidade de que os consumidores estejam bem informados, se tornando coprodutores.

Pôr do Sol em Piri.

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GASTRONOMIA GOIANA CONTEMPORÂNEA

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a querida chef Soninha Naoum, o restaurante Empório do Cerrado marca a tradição da boa mesa na cidade. Há 15 anos ela inovou com cardápio sofisticado e exótico, requinte na decoração e diferencial de atendimento, abrindo caminho para uma nova era da gastronomia de Pirenópolis, colaborando para o desenvolvimento da região. A tradição conquistada pelo Empório do Cerrado começou quando Soninha saiu de Brasília para montar seu primeiro restaurante. Para ela, que já tinha vínculo familiar na cidade, empreender foi fácil. “Tivemos a ousadia de trabalhar com carnes exóticas, como javali e peixes de outros estados, e deu super certo”. Como o restaurante era fruto de uma sociedade que acabou desfeita, Soninha montou o Empório em outro ponto, com mais acesso aos visitantes, na Rua do Rosário, a conhecida Rua do Lazer. Ela conta que o restaurante foi criado com o objetivo de atender visitantes na época em que o turismo estava despontando. A proposta era fomentar a ideia de que, além das cachoeiras, o turista teria opções para curtir também na cidade; e assim foi sendo criada a identidade local, voltada para o turismo gastronômico, histórico e cultural, com atrativos que hoje são responsáveis por aglomerar milhões de pessoas anualmente em Piri. Pioneiro na gastronomia, o Empório do Cerrado revolucionou naquela época. Com garçons uniformizados, toalhas de mesa e adega climatizada, marcou o novo conceito em atendimento e recepção; vários outros empresários investiram no mesmo sentido, e Piri é assim hoje, “charmosa, requintada e adorável, em condições de receber público diversificado, do mais simples ao mais exigente”, ressalta Soninha. Tradicional, mas rico em inovações, o Empório do Cerrado investe em novas ideias sempre. Uma das vertentes utilizadas por Soninha é adequar seu variado cardápio ao que está acontecendo na cidade, a exemplo das festas e festivais em que presta sua homenagem por meio de pratos comemorativos aos eventos e pessoas. Esse ano, em homenagem à tradicional Cavalhada de Pirenópolis, foi

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Piri é assim hoje: charmosa, requintada e adorável, em condições de receber público diversificado, do mais simples ao mais exigente” Soninha Naoum

Rua do Rosário, mais conhecida como Rua do Lazer.

elaborada a receita “Imperador Verde e Amarelo”, que misturou comida goiana à oriental, a partir de charuto enrolado em folha de taioba, recheado de pamonha, acompanhado de costelinha com melado de cana e gergelim. “Foi um sucesso, assim como o prato em homenagem à Folia que saiu da casa pela primeira vez. Em todos, procuro acrescentar algo do Cerrado”, resume Soninha. Representante da Abrasel em Pirenópolis, Soninha está por dentro de tudo que acontece na cidade e pessoalmente envolvida com a maioria das ações que visam o desenvolvimento local. Ela, em conjunto com outros empresários, está angariando recursos para levar o maior número de pessoas para o Carnaval do Rio de Janeiro que, por meio da Imperatriz Leopoldinense, homenageará a dupla Zezé Di Camargo & Luciano, filhos de Pirenópolis. “Temos gratidão pela escola, e vamos colaborar em tudo, para que o desfile seja um sucesso. Leva-

remos nesse mês as vestimentas das Cavalhadas para a escola conhecer e visitaremos o barracão”, disse. Outra excelente notícia, segundo Soninha, é que Pirenópolis será a segunda cidade do Brasil a receber a Tocha Olímpica dos Jogos de 2016, que ocorrerão no Rio de Janeiro. A chegada está prevista para o mês de maio. Otimista, ela acredita que a crise enfrentada pelo país não afetará cidades turísticas como as da Bahia e Pirenópolis. “Os destinos consolidados não sofrerão impacto, porque a alta no preço do dólar não fará o turista parar de viajar, e sim mudar seu destino. Aqueles que iriam para o exterior vão escolher cidades do Brasil, e os estrangeiros virão para cá justamente porque a moeda deles valerá mais em nosso país”, ressaltou a empresária, que também defende preços menos onerosos nas diárias de pousadas, como forma de adaptação à realidade atual.


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O TRADICIONAL CAFÉ SERTANEJO

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comida preparada de forma secular ganhou destaque na Fazenda Babilônia, propriedade com mais de duzentos anos de fundação, localizada a 25 km do centro de Pirenópolis. Em meio à beleza do patrimônio histórico, o Café Sertanejo é um dos principais atrativos do lugar, um verdadeiro resgate à gastronomia colonial, composto de farta refeição, com cerca quarenta itens preparados com produtos cultivados na fazenda, resultado de receitas típicas de um Goiás antigo que, muito além da boa alimentação, promove conhecimento antropológico por meio da sua culinária.

também às delícias que eram preparadas séculos atrás. “Precisava servir algo que combinasse com a fazenda de duzentos anos. Fiz muitas pesquisas, busquei cadernos de receitas da minha bisavó e consultei pessoas mais velhas. Fui nesse perfil, resgatando receitas que já tinham desaparecido e chegamos ao que temos hoje”, ressalta Telma, explicando que a culinária de Goiás é muito rica, com identidade própria, o que se deve ao isolamento natural do interior. “Preservamos, até mesmo por decadência, a arquitetura, a cultura folclórica e também a gastronomia. Não tivemos influência direta de outros países e boa parte de nossa culinária é aquela que existia no Brasil Colônia, predominando a mandioca e o fubá de milho, por exemplo”, destaca.

Construída por escravos, a fazenda Babilônia possui inestimável valor histórico. Preservada e tombada pelo Patrimônio Nacional, conserva o enorme casarão colonial, sustentado por grossas vigas de madeira e paredes de taipa. Ao seu redor, muros de pedra dão a ideia Aqui, fazemos questão do trabalho realizado por preparar o café na mais de duzentos escrahora, no conceito vos que viviam na propriedade. Tudo proporcioSlow Food. Queremos na um retorno ao tempo, que as pessoas e detalhes do passado esrelaxem e apreciem tão em todos os lugares.

os momentos passados conosco”

Com o objetivo de disTelma Lopes Machado seminar informações de todo esse acervo histórico e arquitetônico, herança de seus antepassados, é que a empresária Telma Lopes MachaTudo que é preparado por Telma é prodo, proprietária da fazenda, resolveu duzido na fazenda, com a utilização de transformar seu lar em um ponto de visiutensílios e técnicas típicas do século tação diferenciado, em 1997. “A fazenda XVIII. Ela garante que ainda se surpreende com o sucesso do empreendimento e foi comprada pelo meu bisavô, Simeão se sente realizada pelo reconhecimento Estelita Lopes Zedes em 1864, e recee valorização do trabalho que faz com beu o nome de Babilônia por causa da tanto zelo e carinho. Por causa desse exuberante arquitetura e do contingente resgate antropológico da gastronomia, de escravos, e permaneceu quase intacTelma sempre é convidada a participar ta por todos estes anos. Como sempre de festivais e palestras, e foi consultora gostei de receber pessoas, resolvi enna novela Araguaia, da Rede Globo, em carar o desafio, e fui quase que empur2010. Os turistas da Babilônia são rerada à condição de empresária, mas fui cebidos por Telma e sua equipe. Ela faz vencendo as dificuldades e adaptando a questão de conversar com todos e sente rotina para o receptivo”, explica Telma, prazer em responder às perguntas sobre que administra o local com encantadora a fazenda. Enquanto esperam o café ser simplicidade. servido, os visitantes são levados para conhecer o pequeno museu, com peças Na Babilônia, o visitante tem acesso não e utensílios da época da construção da só à história e à beleza da região, mas

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casa. “Aqui, fazemos questão de preparar o café na hora, no conceito Slow Food. Queremos que as pessoas relaxem e apreciem os momentos passados conosco”. Para Telma, a arte de receber faz parte de todo o contexto apresentado pela Babilônia e, em especial, pelo povo goiano. Antenada às tendências do turismo, Telma traça o perfil do público que visita a fazenda. Ela recebe milhares de brasileiros e estrangeiros durante o ano, e todos buscam experiências diferentes, prezam a vivência, contemplação, boa comida, troca de experiências, o “algo a mais” daquilo que estão acostumados. “Os europeus ficam encantados com os bichos, e até os calangos que andam pelos muros de pedra são apreciados. Eles passam horas observando os pássaros, as vacas e os porcos”. Para Telma, o isolamento da região foi vantajoso para o Goiás, que não correu risco de grande choque cultural. “Hoje, estamos preparados para receber sem sofrer influências. Há orgulho em ser goiano, valorizamos nossas raízes. A consciência ecológica também é muito forte, e estamos perfeitamente adaptados ao nosso bioma”, ressalta a empresária.


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DO PALÁCIO DO PLANALTO PARA A SUA MESA

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o renomado chef Caio Henri, a Casa Henri se destaca pela sofisticada gastronomia e ambiente exclusivo, onde tudo é preparado por ele, que trabalha sozinho, sem auxiliar. Quando Caio cozinha, sua concentração é prioridade, já que prepara os pratos na hora, enquanto os clientes esperam pacientemente degustando um vinho. A atuação de Caio na cozinha pode ser observada pelas janelas de acesso, mas ninguém pode interferir para não atrapalhar em suas criações. Em uma pequena pausa da cozinha, Caio Henri conversou com a equipe VIU?. Encantador e simples, falou sobre o início de sua carreira, do trabalho na cozinha do Palácio do Planalto, como chef do presidente Lula, e como chegou a Pi-

renópolis. “Piri veio como que por acaso. Estive aqui para fazer um trabalho com o governador Marconi Perillo, e a seu convite assisti às Cavalhadas. Fui embora, mas a cidade ficou em mim. Sempre que podia, voltava”. Caio é de Pernambuco e sua história de vida é inspiradora. Foi cozinheiro na Febem, onde foi detento por alguns anos e, ao sair, estudou na Escola de Gastronomia João Dória Júnior, em São Paulo. Fez cursos no Senac e foi para a Europa. Visitou vários países e trabalhou como chef para uma multinacional, acompanhando sessenta consultores por países como Israel, Tel Aviv, Suécia, entre outros.

Acho que fiz a coisa certa. Meu restaurante é simples, mas a ideia é oferecer comida de qualidade.” Caio Henri

De volta ao Brasil, entrou para o seleto grupo de Carla Pernambuco, montou restaurante em São Paulo e depois aportou em Goiás, onde participou da Casa Cor em 1999, assinando o cardápio por 45 dias. “Foi aí que conheci uma assessora do presidente Lula, e quando percebi já estava no Palácio”, conta sorrindo. Da rica experiência na Corte, voltou para Goiânia, onde inaugurou dois restaurantes, até resolver ficar mesmo em Pirenópolis. A ideia inicial era fazer um trabalho ou outro, mas três meses depois surgia a Casa Henri. “Piri tem muita gente boa na gastronomia, mas percebi que a cidade comportava uma cozinha mais elaborada, instigada. Minha vida sempre foi estar no lugar certo, na hora certa. Passei por muitos perrengues, mas a vida flui, e sou feliz no que faço, sempre”. No cardápio, Caio conta que gosta de adaptar, mas há pratos que são carros-chefes, como o Pato, o Robalo com Banana da Terra, o Filé com Risoto de Figo Fresco, ao Molho Balsâmico e ao Molho de Vinho do Porto. “Acho que fiz a coisa certa. Meu restaurante é simples, mas a ideia é oferecer comida de qualidade. Cozinho sozinho, tenho só dez mesas. Não recebo reservas de muitas pessoas. Tudo tem que ser no meu tempo para eu conseguir servir bem”, observa o chef, ressaltando que faz questão de comprar na cidade para fomentar o comércio local.

COTIDIANO DE PIRI É CULTURAL Berço da cultura goiana, Pirenópolis inspira artistas e artesãos locais e atrai outros tantos talentos. Suas manifestações artísticas resultam em obras autênticas no artesanato, a exemplo das joias de prata, peças de cerâmica, tecelagem, objetos de madeira, máscaras, pinturas, quadros e toda forma de arte. Aqui residem artistas consagrados como Pérsio Forzani, José Inácio Santeiro, o uruguaio Jota Clavijo, Botega, Arnaldo Lobato, Mirim Santos, Sérgio Pompêo, Maria do Sol, Maurício Azevedo, Loro, Roque Pereira, Claudimar Pereira, entre tantos outros. Para as pessoas que moram e trabalham

em Piri, o olhar para o cotidiano da cidade é singular e pode ser explicado como um banho de cultura. Para elas, o período de curtir a cidade começa no fim da tarde de domingo, quando a maioria das casas comerciais fecham. “Nosso fim de semana começa por volta das 17h do domingo. Então, a dica é o sarau do Varandas; ali há uma confluência de artistas de todas as áreas: cênicas, plásticas, música,” explica o artista Márcio Nelson, que saiu de Formosa para residir em Pirenóplis, e trabalha com arte e gastronomia no Espaço Eco.

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Destino

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CONEXÃO COM A MÚSICA

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iri recebe visitantes de todos os lugares, boa parte oriunda de Brasília. E um dos lugares que o público acredita ser parada obrigatória é o Espaço Eco. A casa reúne gastronomia, arte e música. O proprietário, Ricardo Bezerra Lourenço, está na cidade há oito anos, com sua esposa Cris Boechat e cinco filhos. Ele promove uma verdadeira conexão com os brasilienses por meio dos shows que realiza. Todos os sábados uma multidão lota o espaço para curtir os mais variados ritmos.

Aqui funciona como uma varanda cultural. Trago muita gente boa de Brasí lia para tocar. Os shows são maravilhosos e o projeto é um sucesso.” Ricardo Bezerra Lourenço.

Ricardo explica que o Espaço Eco foi concebido para atender ao ecoturismo, interagir com a música, promover exposições artísticas e eventos para ciclistas e motociclistas. “Aqui funciona como uma varanda cultural. Trago muita gente boa de Brasília para tocar. Os shows são maravilhosos e o projeto é um sucesso”. Durante o dia o Espaço Eco funciona como restaurante self-service e, à noite, o serviço é à la carte e tem comidinhas de boteco. Tem sala de jogos, uma camiseteria e uma cervejaria gourmet, que atrai apreciadores da bebida.

PEQUI, O CATÁLOGO DE GASTRONOMIA Destaques da gastronomia de Pirenópolis estarão no Guia Pequi, lançamento da editora Alquimia. Um catálogo recheado com o que há de melhor da comida pirenopolina, preparada por renomados chefs. Os amantes da boa mesa poderão encontrar a publicação nos principais restaurantes e pousadas da cidade.

CAMINHO DE CORA CORALINA PASSA POR PIRENÓPOLIS

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mais novo projeto do governo de Goiás está em fase de finalização de pesquisa. O Caminho de Cora Coralina tem a missão de resgatar antigos percursos para serem percorridos a pé, de bicicleta e a cavalo. São 260 km, que ligam Corumbá à Cidade de Goiás, morada eterna da poetisa. No trajeto estão as históricas Pirenópolis, São Francisco, Jaraguá e Itaberaí. O autor da pesquisa, Bismarque Villa Real, que traçou a rota da Estrada Colonial do Planalto Central, explica que o projeto promove um resgate histórico destes caminhos, criados no século XVIII, que passam por antigas fazendas e paisagens paradisíacas. “O interesse é

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criar roteiros aos moldes do que há em outros estados, e até em outros países, a exemplo de Santiago de Compostela”, ressalta o pesquisador. Todo o percurso já foi demarcado, e contará com pontos de parada para descanso a cada dez quilômetros. A nova fase do projeto é envolver os proprietários das fazendas, que terão papel fundamental em receptivos para atendimento aos caminhantes, ciclistas e cavaleiros. “Goiás é rico em cultura, história e gastronomia. O caminho poderá apresentar tudo isso, dando oportunidade de conhecimento aos turistas”.

O interesse é criar roteiros aos moldes do que há em outros estados, e até em outros países, a exemplo de Santiago de Compostela”. Bismarque Villa Real



Social

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ALEGRIA E BÊNÇÃOS MARCARAM A INAUGURAÇÃO DA MAIS NOVA CLÍNICA DE ENDOCRINOLOGIA E MEDICINA ESTÉTICA DE FORMOSA.

DR.ª EDILZA F. L. MARTINS -

A Dr.ª Edilza recebeu colaboradores, amigos, familiares e clientes para conferir de perto a inauguração da DellaVita, que aconteceu no dia 23 de outubro de 2015.

DIRETORA GERAL

Av. Ivone Saad - nº 225 - Vila Bela (em frente ao Laguinho do Vovô) - (61) Revista VIU? - Outubro 2015

3631-6128 / 9999-6212


Cinema

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Social

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Entrevista

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Personalidades

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CAVALEIRO MAIS VELHO DE FORMOSA RECEBE TROFÉU EM CAVALGADA Viúvo duas vezes, pai de 14 filhos e avô de 52 netos, o cavaleiro mais velho de Formosa é Ângelo Custódio de Deus que, às vésperas de completar 95 anos, foi homenageado com troféu por percorrer 27 km de cavalgada. Por Dida Brasil

dida.brasil@gmail.com / Fotos: Cleide Oliveira e Thiago Leite.

Ângelo nasceu e foi criado na região. Mora no Bezerra, distrito de Formosa. É o mais velho da família de seis irmãos. “Meu pai morreu quando eu estava com dez anos. Então, assumi a responsabilidade da casa e junto com minha mãe, ajudei a criar meus irmãos trabalhando na roça, lidando com carro de boi e pastorando animais no mato. Sem meu pai, contei com dois homens que me ajudaram muito, Manoel Correia Viana e Chico Alves Teixeira”.

Seu Ângelo e sua égua.

C

om a simplicidade peculiar do goiano e a sabedoria adquirida ao longo de quase um século de vida, Ângelo Custódio de Deus (95 anos, em 13 de novembro), relata a experiência de participar da cavalgada em que ficou cinco horas no lombo da mula e a felicidade de receber o troféu de cavaleiro mais velho de Formosa.

Ele contou detalhes desta história quando esteve na redação da revista VIU?, acompanhado do amigo Souza do BeRevista VIU? - Outubro 2015

zerra e do primo Cumpade Firmino que, junto com Fábio Lucas, faz o programa Prosa, Café e Viola, na Rádio Rural FM. Lúcido e bem humorado, seu Ângelo relata que participar da cavalgada foi motivo de muita alegria, e receber o troféu uma homenagem que não esquecerá. “A cavalgada foi longa, mas muito boa. Gosto de animais; sempre vivi no lombo de cavalo e de mula. Não sei nem andar de bicicleta”, conta sorrindo.

Aos 21 anos, se casou pela primeira vez. “Mesmo depois de adquirir família nunca desprezei minha mãe, fiquei com ela até o dia em que Deus a levou”, lembra emocionado. Do primeiro casamento Ângelo teve 12 filhos, do segundo mais dois e viveu exatos 23 anos com cada esposa. “Fiquei solteiro por nove anos depois que minha primeira esposa faleceu, criando meus filhos sozinho, mas para evitar que eles fossem separados, casei de novo. Quando a segunda esposa morreu, nosso filho mais novo estava com oito meses”. Dos 14 filhos, vieram 52 netos. Quanto aos bisnetos e tataranetos ele afirma que são dezenas, mas não se recorda o número exato. “Hoje, dos meus filhos só restam cinco. Uma faleceu em março do ano passado”. Sobre se casar novamente ele se diverte, contando que não pensa no assunto e afirma: “Não vou mexer com isso mais.


Personalidades

Dida Brasil e seu Ângelo.

Comitiva visita a redação. Na foto Dida Brasil, Cumpade Firmino, seu Ângelo e Fábio Lucas.

Não vou enfeitar boneca para os outros brincarem. Não aguento mais isso, né?”, observa, dando risada. Assunto que deixa seu Ângelo pensativo são as lembranças dos amigos, mas não se furta em fazer graça. “Fico triste quando percebo que estão acabando. Fico pensando no fulano, no sicrano... Muitos já morreram, não tem quase ninguém. Parece que só restou eu daquela época. Mas gosto de viver, não bebo bebida alcoólica e acredito em Deus; Ele está em todo lugar”. Firmino explica que a cavalgada foi realizada pelo secretário municipal Eduardo Paiva, e o trecho de 27 km, que iniciou em Formosa, levou à Fazendo Lameiro, sentido Planaltina de Goiás. Na ocasião, foram premiados cavaleiros e damas mais jovens e mais velhos. “Fomos quatro da família, e seu Ângelo receber o troféu fechou com chave de ouro a participação da comitiva Prosa, Café e Viola”.

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Artista

Genivaldo e sua tela “O Palhaço Sou Eu”.

ARTE CRITICA SITUAÇÃO DO PAÍS Genivaldo Batista é o artista de Formosa que causou frisson em meio às manifestações de 14 de abril desse ano, com exposição montada na Esplanada dos Ministérios. Na mostra, quadros de todos os tamanhos retratavam a situação do país. Por Dida Brasil

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dida.brasil@gmail.com - Fotos: Genivaldo Batista - Divulgação

atural do Piauí, Genivaldo saiu de seu estado ainda menino, aos seis anos. Morou em algumas cidades de Goiás e veio a Formosa, a convite, para pintar as cachoeiras da região, trabalho enviado para o exterior, em 2009. Gostou tanto que, imediatamente, fixou residência com a esposa e cinco filhas.

Autodidata, Genivaldo ressalta que procura se aperfeiçoar sempre, e gosta de trabalhos como os do gênio Salvador Dali, mas prefere não se aprofundar para não sofrer nenhuma influência externa direta. “Quero ter minha própria identidade”, ressalta. Autor de vários estilos, descobriu, há pouco tempo, o talento para obras car-

regadas de senso crítico. “Passei por vários estilos; pintei paisagens, abstratos, surrealismo, romântico, mas não gosto de ficar em um tema apenas; prefiro viajar pelo novo”. Ele conta que foi por ocasião das manifestações para o impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992, que começou a despertar para a crítica social. Naquela época chegou a pintar alguns quadros. “Lembro de uma

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Artista

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tela que criei com um menino comendo restos do chão ao lado de uma lixeira vazia. Descrevia bem a situação de muitas pessoas na miséria, sem ter com quem contar, nem amigo, nem Estado”.

os talentos em criações distintas. “Estou focado na criação de poemas e retratos em tela. Às vezes vem primeiro a pintura, depois a poesia, ou vice-versa”, declara sorrindo.

Outra vertente do artista é a poesia. O interesse por esta arte surgiu em sua vida há anos, mas só agora tem explorado este novo potencial, unindo todos

A exposição na Esplanada foi a primeira apresentação do artista e também uma crítica às galerias de arte que dificultam o acesso dos pintores. O resultado supe-

“FANTÁSTICO” Em um dia qualquer de uma pátria sem dono Um solitário patriota no mais obscuro e completo abandono. Pensamentos revoltosos, voam sobre sua cabeça como aves de rapina Interrogações que perguntam sem parar Por quê? Sou eu que tenho que pagar o que foi gasto com propina? Em sua inlucidez indaga: Vou tirar a venda da justiça Para que devolvam o que depositaram nos bancos da Suíça De repente em som de plim plim Ele acorda do sono de seu cansaço E nota que era só um sonho O reflexo da notícia que passava no Fantástico.

“Fantástico”

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Processo criativo.


Artista

“O Gigante”

Passei por vários estilos; pintei paisagens, abstratos, surrealismo, romântico, mas não gosto de ficar em um tema apenas; prefiro viajar pelo novo.” Genivaldo Batista

rou as expectativas. “Foi ótimo. Depois da mostra em praça pública comecei a receber muitos convites, inclusive do exterior”. Genilvado conta que tentou dar prosseguimento ao trabalho. Seu objetivo era expor em todos os monumentos de Brasília, mas não conseguiu. “Fui censurado na Torre de TV. Os fiscais da Agência de Fiscalização (Agefis) não permitiram, de forma alguma, que instalasse ali a exposição”, relata. Com a atual situação do país, Genivaldo afirma que temas para serem retratados em suas obras não faltarão, e tudo lhe serve de inspiração. Na lista, entre outros assuntos, cita a situação indígena, a corrupção e a preservação do meio ambiente. “Tento conclamar a sociedade a fazer sua parte também, pois todos somos responsáveis pelo que está acontecendo. Também deixo claro que a crítica nos meus quadros não é direcionada a nenhum partido político. São formas de conscientização e denúncias que clamam por soluções”.

“O GIGANTE” Procuro, e não encontro, Entre os traços e riscos, o encanto, Entre frascos e a tampa, o acalanto, Um pouco para pensar, e outro pro descanso. Penso, penso, penso, E a resposta não vem, Risco, esboço, pinto, E nada sai também. De repente sai das minhas lembranças, Traços apagados em relevância, Que me fazem recordar um pouco da minha infância, Novamente me vejo pintando como uma criança. Na TV escuto ao longe, Um grito de esperança, O povo invade o Congresso, E em um só grito pede mudança. Uns dizem o gigante acordou, E o povo avança, Outros comentam, já acordou tarde, E eu digo quem espera, sempre alcança.

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Artista

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“Julgamento”

“Tento conclamar a sociedade a fazer sua parte também, pois, todos somos responsáveis pelo que está acontecendo.” Genivaldo Batista

“Menino de Rua”

O ateliê do artista.

“15 senhas”

“Protesto Pintado”

“Fogão de Lenha”

“Street Art”

As telas do artista tem um tamanho padrão de 1,43 x 1,17 m. Para conhecer mais do seu trabalho, entre em contato: (61) 9691-6120 / geneartepatriota@gmail.com / Facebook: Genivaldo Batista.

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