Revista ZINEXT Nº1

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QUADRINHOS

ANO 6 . JULHO 2011 . EDIÇÃO 1 R$ 3,00

Skull of Dungeon Love Jumping

E mais!

+ Aline + Pelos Animais

Entrevista com

Geraldo Borges


EDITORIAL

EXPEDIENTE REVISTA ZINEXT Organização: Macilio Oliveira e Luís Carlos Sousa

Internet, blogs, ipads, tablets, blackberries, touchscreens, interconectividade... Uau! Há um incrível oceano de possibilidades no universo eletrônico para os produtores de quadrinhos, principalmente aos novos e inexperientes, ávidos pelo teste de público antes das primeiras lições. De qualquer forma, versões digitais parecem imperar. Impressos tornaram-se quase um luxo. Vendidos em grandes livrarias com duras capas laminadas acompanhados às mais recentes de suas adaptações no cinema. Muitas vezes suas versões eletrônicas também existem e quando não são forjas não autorizadas de fãs impacientes, são vitrines que mostram os produtos que possam ser interessantes em um mar de informações tão colorido de produtos. O Grupo de Discussão, Leitura e Produção de Quadrinhos ZINEXT também possui sua versão no mundo digital, o blog ZINEXT, em www.revistazinext. blogpsot.com! No intanto, este modesto impresso em suas mãos é sua real vitrine, seu verdadeiro luxo. Aqui há itens únicos, comuns em suas formas, grandiosos em seus conteúdos, destemidos em sua exposição além dos bits e bytes. É uma homenagem às formas de arte que primeiro nos apaixonaram: os gibis de bancas, ricos em suas narrativas, belos em sua simplicidade, geniais em se expandirem e conquistarem leitores mesmo quando limitados, magníficos em seus formatinhos, ousados em existirem e continuarem insistindo em viver, talvez não mais em seus renomados autores ou em papéis vendidos nas bordas de calçadas e guardados como tesouros de dragões, mas dessa vez pelas mãos de seus fãs/amantes, nas gerações seguintes que vivem do incólume ambiente digital, mas que ainda respeitam e amam os amarelados e eternos calhamaços.

Capa: Macilio Oliveira e Luís Carlos Sousa Diagramação: Luís Carlos Sousa Trabalho Gráfico: Luís Carlos Sousa Revisão: Luís Carlos Sousa Grupo de Discussão, Leitura e Produção de Quadrinhos ZINEXT: Al Duarte Ariane Oliveira Clenilton Loiola Daniel Diego Gleydison Lessa Luís Carlos Sousa Macilio Oliveira Milena Fernandez

ZINEXT, feito por fãs para todos.

MIX ZINEXT

zinext entrevista entrevista zinext

Geraldo Borges

Skull of of Dungeon Dungeon Skull

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Aline

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Love Jumping Pelos Animais

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REVISTA ZINEXT é uma publicação semestral do Grupo de Discussão, Leitura e Produção de Quadrinhos ZINEXT, Julho de 2011. Corresponda-se através do endereço Rua 1º de Maio, 2919, Apto. 103, Granja Portugal, CEP 60541-310, Fortaleza-CE; ou pelo e-mail revistazinext@gmail.com. Siga-nos pelo Twitter em @revista_zinext e encontre-nos no Facebook em Revista Zinext!


ROTEIRO, ARTE E FINALIZAÇÃO: GLEYDISON LESSA

Bob e Coi são dois enganadores que tentam ganhar dinheiro trapaceando no Concurso de Mercenários do reino. No entanto, seus desafiantes parecem mais fortes e espertos do que eles esperavam. Será que eles irão conseguir manter seu plano e saírem com a grana?

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zinext

ENTREVISTA

GERALDO BORGES Revista Zinext. Olá, Geraldo. A primeira pergunta será bem clichê: qual foi seu primeiro contato com quadrinhos? Geraldo Borges. Não lembro ao certo qual foi o primeiro quadrinho com o qual entrei em contato. Provavelmente, Mônica, Disney, Trapalhões, Dartagnan (uma adaptação de um desenho animado)... mas recordo que o ato de colecionar veio na época de Crise e Secret Wars, logo depois com o Novo Universo Marvel. Nesse ponto virei realmente um fã de colecionar HQs. RZ. Qual sua melhor lembrança como leitor de quadrinhos? E como artista profissional na área? GB. Uma coisa que sinto falta hoje é de não ter mais quadrinhos nas bancas comuns; quando era criança sempre saía de casa na expectativa se a minha HQ predileta havia chegado na banca, de imaginar como a edição continuaria a história anterior, essa é uma boa lembrança. Como profissional, uma grande lembrança foi quando recebi o convite pra desenhar uma edição da Mulher Maravilha da DC Comics; estava de férias com a minha esposa e filhas em Natal quando veio essa notícia... Além das férias extremamente divertidas, receber essa notícia deu mais alegria a elas. RZ. Como desenhista de grandes editoras você teve a oportunidade de trabalhar com personagens clássicos, como Batman, Arqueiro Verde, Mulher Maravilha e mesmo Galactus em uma HQ do Nova. Como foi desenhar esses mitos? O que a “criança” Geraldo sentiu ao ter esses trabalhos em mãos? GB. Na verdade, esse é o barato de trabalhar com quadrinhos: é a realização de um sonho de criança, pois sempre desenhei e contei histórias; fazer isso como profissão é algo extremamente prazeroso e mais ainda quando o trabalho envolve personagens que fizeram parte da sua vida e autores que lia como fã de quadrinhos e que agora me vejo como colega de trabalho (como foi o caso do arte-finalista Scott Hanna, que trabalhou comigo em R.E.B.E.L.S.).

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RZ. Fala um pouco de como é sua relação com as editoras, eles te tratam com respeito ou são meio “frios”? GB. Não tenho nada a reclamar do relacionamento que tive com as editoras de um modo geral. Principalmente nas grandes. Tive um bom retorno dos editores e artistas envolvidos, uns mais, outros menos. Na DC minha experiência foi mais intensa no relacionamento com os profissionais, entrando em contato direto com o escritor, finalistas e editores. E as grandes editoras normalmente nos pagam com regularidade, ponto que as editoras menores sempre têm dificuldade de honrar - mas nunca levei nenhum calote - E fazer parte de uma agência como a Impacto, que tem experiência nesse mercado, facilitou ainda mais essa relação com as editoras. RZ. Atualmente, muitos autores e desenhistas, como Adam Hughes, dão “aulas online”, descrevendo e ensinando a prática em vídeos curtos para YouTube, em “blogs-apostilas” e outras mídias digitais. O que você acha desse movimento? Como é dar aulas de desenho e narrativa gráfica fora do ambiente on line? GB. Acho que todo esse movimento tem o intuito de disseminar o conhecimento e isso é algo muito positivo. Quem trabalha com quadrinhos há um bom tempo sabe o quanto era difícil encontrar bibliografia ou cursos sobre o assunto e hoje esse panorama mudou, com um auxílio enorme da internet, que nos conectou ao mundo e possibilitou um aumento na troca de experiências. No meu caso específico com o curso de quadrinhos da UNIFOR, foi muito gratificante poder utilizar todas as ferramentas virtuais que a educação a distância oferece, além da oportunidade de conhecer grandes artistas (uma grande parte já profissionais na área de ilustração e design) e tê-los como alunos. Isso foi fantástico! E por mais que a internet hoje encurte distâncias, nada substitui o contato direto, de você estar presente, adaptar uma mesma aula de acordo com as pessoas que lá estão, e poder trocar experiências da forma mais intensa possível, com esse contato vida-avida. Muitos dos meus alunos hoje trabalham com quadrinhos, são grandes profissionais; mas mesmo os que não seguiram na área, sempre percebi que o curso ajudou em algum aspecto, e isso realmente é gratificante. RZ. O que é mais difícil no desenvolvimento de uma página: narrativa, enquadramentos, ajuste do roteiro ao desenho? Houve algum trabalho que você demorou mais que o esperado para resolver por ter se deparado com problemas desse tipo?


GB. Na verdade, o grande desafio é escolher a melhor maneira e a mais interessante de contar uma história, pois existem infinitas formas de fazê-lo; e dentro das HQs existem vários aspectos a serem levados em consideração nessa hora: as expressões faciais e gestuais, os enquadramentos, as cenas de impacto (que tem que ser bem dosadas de acordo com o ritmo e o clima da história), as viradas de páginas (algo que só os quadrinhos possuem), a relação espaço x ritmo/tempo... No trabalho que fiz para R.E.B.E.L.S., o grande desafio era entender toda a história do grupo até então pra poder desenhar essa única edição; pra isso, li todas as 11 primeiras edições que o editor me enviou e tive que aprender a desenhar cerca de 30 personagens que nunca havia desenhado na vida, com o grande cuidado com a continuidade, tentando não errar seus uniformes e características. Sobre isso, tem um fato curioso: um dos personagens, Starro, tinha várias referências que o editor havia enviado e todas, mas TODAS elas apresentavam o Starro sempre com uniformes diferentes, me deixando na dúvida sobre qual versão escolher. A minha opção foi fazer um mix de todas as diferentes versões que eu tinha e fazer uma versão própria. Em JL: the Rise of Arsenal, a grande dificuldade foi desenhar a morte da filha de Roy Harper, uma cena muito forte que foi realmente complicada devido a grande carga emocional.

deixando de lado o maniqueísmo e fazendo pairar um lado sombrio nas sempre coloridas aventuras de super-heróis. O problema é que só existe um Alan Moore e um Frank Miller. Essa relação quadrinhos-cinema tão estreita (que é ótima, afinal valorizou a nona arte como nunca antes visto) provoca um efeito colateral em algumas HQs: a busca por “conceitos” que possam ser convertidos em filmes e merchandising; isso faz com que se esqueçam muitas vezes do objetivo principal de uma HQ, que é contar boas histórias. Mas ainda existem artistas que mantém isso como foco principal, pra nosso deleite como fãs de bons quadrinhos.

RZ. Você se usa de referências como filmes, fotos, pessoas de sua casa, amigos ou você prefere ir atrás de suas referências dentro da área? Que materiais você gosta de utilizar nos seus desenhos (lápis, lapiseira, papel, borracha, etc)?

RZ. Dá uma palavrinha para a galera que tá começando a desenhar e quer alcançar o mercado americano como você.

GB. Uso os dois tipos de referência (fotos feitas por mim – com a ajuda da minha família – ou de internet e filmes ou ilustrações). Quando necessário, também faço montagens a exemplo do Mike Deodato e em cima das montagens (que imprimo depois), faço meu esboço prévio pra depois passar a limpo na mesa de luz pro papel final. Também uso um software 3D chamado SketchUp pra ajudar a compor os cenários das minhas páginas e fazer as montagens de layout. RZ. O que você tem achado do mercado em termos de histórias e publicidade? Você acha que há um movimento para tornar os heróis excessivamente reais a ponto de descaracterizarem seus significados básicos ou isso é balela de leitores mais xiitas e os quadrinhos estão seguindo uma evolução natural de seus estilos? GB. Na verdade, Watchmen e Cavaleiro das Trevas definiram o rumo que os quadrinhos tomaram hoje,

RZ. O que você acha indispensável de ler para qualquer pessoa que deseja trabalhar com quadrinhos? Quem deseja trabalhar com quadrinhos deve sem dúvida, dentre outras coisas, conhecer a obra do mestre Will Eisner, não só os seus quadrinhos, mas também os livros didáticos que ele deixou, além de vários diálogos com outros grandes artistas (Shop Talk). Hoje existe uma bibliografia muito rica pra quem quer se aprofundar na arte sequencial, além da internet em si.

GB. A palavra é DETERMINAÇÃO! Nunca desistir se realmente tem a certeza do que quer fazer. Estudar bastante, praticar bastante e, caso queira ouvir algum conselho de um profissional da área, escute-o com bastante atenção (mesmo que a priori você não concorde com o comentário dele). E principalmente ter paciência, pois nunca começamos nos comics desenhando o Superman, nem trabalhando numa editora conhecida como Marvel/DC. Até chegar lá, há uma estrada importante a ser percorrida e que vai lhe fazer chegar e ficar onde você quer. GERALDO BORGES foi um dos autores do premiado quadrinho independente MANICOMICS. Hoje desenha para a DC Comics, mas já fez trabalhos para outras grandes editoras americanas, além de ministrar aulas de desenho, quadrinhos e animação no QUADRINHOS ESTÚDIO DE DESENHO.

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ROTEIRO, ARTE E FINALIZAÇÃO: ARIANE OLIVEIRA

Ena é uma garota feliz e sonhadora que vive seus dias esperando ter uma chance com o garoto que gosta ao mesmo tempo que tenta lidar com os cuidados do irmão e seu estranho gosto por cuscuz com leite. Com o início das aulas do ensino médio, como ficará Ena? 19


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OS ARTISTAS DESSA EDIÇÃO Gleydison Lessa (criador e autor de Skull of Dungeon):

Talvez um dos mais rápidos desenhistas do mundo, Gleydison consegue roteirizar, leiautar, desenhar e arte-finalizar pelo menos 10 páginas por dia! E tudo isso com calma e um alegre e simpático sorriso. Fã incondicional de Bakuman, espera que um dia consiga atingir seus objetivos assim como os protagonistas do animê, ou ao menos conhecer uma menina bem bonita que compense qualquer frustração com quadrinhos... Ariane Oliveira (criadora e autora de Love Jumping):

Uma das primeiras integrantes do grupo MANGAKA EX, Ariane possui uma mente criativa e inquieta. Talvez uma das mais jovens autoras a produzir independentemente em Fortaleza, também é uma artista disciplinada, preocupada em sempre evoluir seu trabalho. Milena Fernandez (criadora e autora de Aline - Loucas Aventuras):

Garota simples, tão singela quanto a música “Biquini de bolinha amarelinho”, nerd convicta e às vezes beeem estranha. Suas histórias de temas cotidianos são desventuras com um tom novo e divertido para todas as idades. Dréba (desenhista de Pelos Animais - artista especialmente convidada):

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Apesar de considerar-se ainda amadora nas paragens da nona arte, procura se aperfeiçoar sempre que pode, o que muitas vezes acontece com um pedido de Luís CS para algum trabalho doido. Em 2007, fez o Curso de Quadrinhos do Estúdio Daniel Brandão e em 2011 a Oficina Avançada de Desenho no mesmo estúdio. Atualmente frequenta as aulas do Curso de Desenho e Pintura da UNIFOR. Tem como principais referências Alan Moore, Neil Gaiman, Robert Crumb, Michael Zulli, Yoshitaka Amano, entre tantos.


NA PRÓXIMA EDIÇÃO... GALÁTICA

por Macilio Oliveira e Luís CS

TIRINHAS DO DIEGO por Diego

URDER

por Marcus Rosado e Luís CS

Ma. LUKA

por Al Duarte

Não perca!

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Grupo de Discussão, Leitura e Produção de Quadrinhos

O Grupo de Discussão, Leitura e Produção de Quadrinhos ZINEXT tem o objetivo de reunir diferentes artistas (experientes ou não) que estejam dispostos a discutir, ler e produzir Histórias em Quadrinhos, dando a eles a possibidade do aprendizado e troca de referências através da interação com quadrinistas de diferentes gêneros, idades e opiniões, tratando seus integrantes e visitantes com respeito e consideração que possibilitam a formação de um grupo criativo e coeso. Os trabalhos serializados produzidos pelos artistas do grupo ZINEXT são publicados no site www.revistazinext.blogspot. com e os mais lidos são publicados junto com artigos, tirinhas e parcerias semestralmente no mix impresso ZINEXT. O grupo se reúne nos segundos e quartos sábados de cada mês na Gibiteca de Fortaleza, Biblioteca Dolor Barreira, na Avenida da Universidade, n. 2572, bairro Benfica. Apareça! Leve sua arte ou seu trabalho em quadrinhos e divida sua história conosco de maneira divertida e descompromissada! Os personagens, histórias e textos publicados aqui são protegidos por leis de registro com os direitos reservados a seus criadores e responsabilidade de publicação de seus autores e grupo ZINEXT. É proibida reprodução inteira ou parcial desse material sem a devida autorização escrita dos responsáveis. Desenho no fundo dessa página referente à obra Billy Bat © por Naoki Urasawa e Takashi Nagasaki. Todos os direitos reservados aos autores.


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